lojista dirige nte
35 ano
2 °4 ·n 6
·m ar ço
2010 · r$ 9,90
o futuro do varejo tendências NRF aponta nova realidade para lojistas
Fusões e chegada de concorrentes estrangeiros mexem com o mercado e desafiam as redes regionais
entrevista Presidente da CNDL destaca a força do varejo na na crise Projeto projeto Loja muda para agradar um bando de loucos
dirigente Lojista � março 2010
�1
Foto de Marcos Hirakawa, brasileiro de São Paulo. www.flickr.com/photos/marcoshirakawa/3852963501/
Empreender Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 – SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 – Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088 2 � dirigente Lojista � Março 2010
* Crédito sujeito a aprovação e ao atendimento das condições da linha de crédito.
O banco que adianta as vendas a prazo da sua empresa é do Brasil. Antecipação de Recebíveis* Seja como for o pagamento, cheques pré-datados, duplicatas ou cartões de crédito, suas vendas a prazo viram dinheiro na hora, com as melhores condições do mercado. É do Brasil. É todo seu.
bb.com.br/mpe
dirigente Lojista � março 2010
�3
a o s
l o j i s t a s
A ESTRATÉGIA DE PENSAR O
futuro hoje A
manutenção das micro e pequenas empresas num am-
biente cada vez mais competitivo requer o desenvolvimento de competências específicas que ampliem a visão de longo prazo e assegurem o crescimento do negócio de forma sustentável. As MPEs representam 99% da malha empresarial nacional e a maioria está ligada ao varejo e
“É necessária uma política especializada de gestão para os pequenos varejistas.”
serviços. Além disso, oferecem signi-
Vítor Augusto Koch Presidente da FCDL/RS e 1º vice-presidente da CNDL
ficativa contribuição na geração global do Produto Interno Bruto (PIB) e alta absorção de mão de obra. Mas o segmento tem investido pouco em
esta deficiência com a Agenda Es-
apurar o grau de satisfação de seus
gestão estratégica, quando compa-
tratégica da Classe Lojista 2007-
associados sobre temas como a re-
rado com o volume de pesquisa que
2017, utilizando a dinâmica de
presentatividade da entidade e a
trata de grandes empresas.
trabalho da Polo-RS – Agência de
qualidade dos produtos e serviços
Prova disso são as recentes pes-
Desenvolvimento para ajudar o va-
prestados. É uma forma de diagnos-
quisas do Sebrae que comprovaram
rejo gaúcho a mapear e identificar
ticar o perfil de cada entidade para
que sete em cada dez empresas
suas principais forças e fraquezas,
integrar e fortalecer a imagem da
brasileiras encerram suas ativida-
traçando o plano para o setor se
classe lojista.
des antes dos cinco anos de vida.
tornar referência mundial em 2017.
Hoje, no Brasil, o movimento as-
O principal motivo disso é a falta
Estamos disseminando a ideia de
sociativista empresarial é bastante
de planejamento por parte de seus
que é saudável pensar o futuro e
significativo e uma grande oportu-
administradores. Por isso, torna-se
traçar estratégias.
nidade. A empresa que ainda man-
necessária uma política especiali-
Como as CDLs tratam diretamen-
tém a postura de atuar de forma
zada de gestão para os pequenos
te com as MPEs, a FCDL-RS resol-
isolada no mercado está compro-
varejistas.
veu realizar a pesquisa “Satisfação
metendo a sua sustentabilidade a
do Associado”, onde cada CDL vai
longo prazo.
A FCDL-RS resolveu enfrentar 4�
dirigente Lojista � Março 2010
A Dirigente Lojista é editada e comercializada pela Editora Empreendedor
Brasília Ulysses C. B. Cava Fone: (61) 9975-6660 / 3225-3715 CLSW 301, Bloco C, Loja 62 - Sudoeste 70673-603 – Brasília – DF ulyssescava@gmail.com
DIRETOR-EDITOR Acari Amorim acari@empreendedor.com.br DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING Geraldo Nilson de Azevedo geraldo@empreendedor.com.br REDAÇÃO dirigentelojiosta@empreendedor.com.br EDIÇÃO-EXECUTIVA Alexandre Gonçalves REPORTAGEM Diõgenes Fischer, Marlon Assef, Fábio Almeida EDIÇÃO DE ARTE Fernanda Pereira PROJETO GRÁFICO Willian Willians REVISÃO Lu Coelho EDITORA DO PORTAL EMPREENDEDOR Carla Kempinski SEDES São Paulo GERENTE COMERCIAL Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br EXECUTIVO DE CONTAS Osmar Escada Junior e Ana Carolina Canton de Lima Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br
ESCRITÓRIOS REGIONAIS Rio de Janeiro Triunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de Souza Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 triunvirato@triunvirato.com.br
Rio Grande do Sul Flávio Duarte Rua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza 90850-000 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3392-7767 commercializare@terra.com.br
A
Paraná Merconeti Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 ricardo@merconeti.com.br
ro, entra em uma nova fase.
Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br
Florianópolis EXECUTIVA DE ATENDIMENTO Tharin Merizio anuncios@empreendedor.com.br Av. Osmar Cunha, 183 - Ceisa Center - bloco C - 9° andar - Centro - 88015-900 - Florianópolis - SC - Fone: (48) 2106-8666
Nesta edição
Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG Fones: (31) 2125-2900/2125-2927 sbfaria@sbfpublicidade.com.br PRODUÇÃO GRÁFICA Teixeira Gráfica e Editora
www.empreendedor.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE assine@empreendedor.com.br
partir desta edição, a Dirigente Lojista, principal
publicação do varejo brasileiCom novo projeto gráfico e conteúdo editorial ampliado, a revista volta a ser produzida e comercializada pela Editora Empreendedor, que durante sete anos, entre 1998 e 2004, já havia sido responsável pela publicação. Nosso compromisso é mensalmente levar o melhor conteúdo para o lojista, com reportagens e artigos focados em temas como gestão, inovação e tendências, para, des-
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
ta forma, ajudá-lo a ser mais competitivo para fazer a diferença. As ações que ajudam
Presidente Roque Pellizzaro Junior 1º. Vice-Presidente Vítor Augusto Koch Vice-Presidente Egnaldo Pedro da Silva Vice-Presidente Adão Henrique Vice-Presidente José Vicente Rocha Estevanato Vice-Presidente Agenor Braga e Silva Filho Vice-Presidente Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho Diretores José Manoel Ramos Renato Campos Carvalho Wagner Gonçalves da Silveira Júnior Wilmar Jardim de Carvalho Fernando Luis Palaoro Adilson Schuenke Olavo Aloísio Steffen Ilson Xavier Bozi Adelayde Cristina Arçari Hand Cuzzuol Diretorias Especiais Diretor Administrativo e Financeiro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza Diretor do CEDEL Francisco Honório Pinheiro Alves Diretor do DASPC Roberto Alfeu Pena Gomes Diretor do CEPES Kissao Álvaro Thais Diretor do CONTEC Aldo Moura Gonçalves Diretor do CEACON Antonio Wanderlei da Silva Rey Diretor do COMERSUL Paulo Silva
DIRETOR DE COMUNICAÇÃO José César da Costa Coordenador de Administração Marcelo Rosado Coordenador de Expansão Celso Vilela Guimarães Coordenador da CDL Jovem Davidson Luiz Cardoso Conselho Fiscal Integrantes Efetivos Alberto Fontoura Nogueira da Cruz, Eduardo Melo Catão e Marcelino Campos Integrantes Suplentes Jayme Tassinari, Milton Araújo, Jacinto Lúcio Borges Diretoria SPC Brasil Conselho Deliberativo Presidente Itamar José da Silva Vice-Presidente José César da Costa Conselho de administração Presidente Roberto Alfeu Pena Gomes Vice-Presidente Eduardo Melo Catão Diretor Financeiro Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho Vice-Diretor Financeiro Marcelo Salles Barbosa Diretor de Comunicação Francisco de Freitas Cordeiro Superintendente André Luiz Pellizzaro
a fortalecer o movimento lojista em todo o Brasil, através do trabalho da CNDL, FCDLs e CDLs, também terão destaque nas páginas da nova Dirigente Lojista. Tudo isso você já confere nesta edição de “reestreia”. Boa leitura e boas vendas. Alexandre Gonçalves Editor
supervisão Luiz Santana
dirigente Lojista � março 2010
�5
í nd i c e
16
426 edição
34
56 6�
dirigente Lojista � Março 2010
Tendências Saiba tudo o que de mais importante aconteceu na National Retail Federation (NRF), principal evento do varejo mundial, e que contou com expressiva participação de lojistas brasileiros. A crise econômica de 2009 teve destaque nas palestras e debates, um alerta para uma nova realidade para os empresários da área. 18
48
34
Entrevista Roque Pellizzaro Junior, presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, avalia o atual momento do varejo brasileiro e aponta as principais ações da entidade que visam ao fortalecimento do movimento lojista em todo o país.
48
Perfil Lojista Conheça a trajetória do empresário Jorge Yammine, criador da Eden, loja ecologicamente correta que só comercializa roupas com matériaprima 100% orgânica e adota medidas diferenciadas para gerar baixo impacto ambiental. Projeto de Loja Em clima de centenário e de participação do Corinthians na Taça Libertadores da América, a loja Poderoso Timão investe em novo layout para festejar o ano tanto quanto o “bando de loucos” que torce e vibra com o time do Parque São Jorge.
seções 8
22 Reportagem de capa A fusão de dois grandes grupos – o Pão de Açúcar e a Casas Bahia – o interesse declarado de grandes redes internacionais e o fortalecimento das redes regionais compõem o atual cenário do varejo brasileiro. E disso tudo sobram lições para os lojistas que pretendem garantir força e competitividade.
Movimento
42
Varejo Internacional
64
Tecnovarejo
72
Brasil Lojista
76
Informe Jurídico
78
Perfil FCDL
80
Leitura
81
Agenda
colunas 14
De Olho no Cliente, por Luciana Carmo
40
Por Dentro da NRF, por Adir Ribeiro
46
Banho de Loja, por Kátia bello
62
Sobre Loja, por Josemar Basso
70
Ideias e Estratégias, por Rique Nitzsche
82
Ponto de Venda, por CaioLojista Camargo dirigente � março 2010 � 7
M O V I M E N TO
Franquia em alta
Resultados superanimadores Os campeões da cesta
O mercado das franquias foi
Confira os produtos que apresentaram maior crescimento em volume vendido em 2009 » bebida energética
um dos que mais empregaram no ano de 2009. Foram 1,5 milhão de vagas de em-
69,6% 14,3% 11,4% 10,5% 10,5%
pregos diretos e quase 2 milhões de empregos indiretos
» molho de tomate refogado
– um crescimento de 9,71% em relação a 2008, de acor-
» leite em pó
do com a pesquisa Franchise na Economia Brasileira 2010, da Rizzo Franchise.
» cerveja
Durante todo o ano foram abertas 14.365 franquias e
» frios e embutidos
somente essas geraram 144 mil novas vagas de emprego. A pesquisa apontou ainda que o faturamento das 149 mil unidades das franquias brasileiras, que juntas
A
s vendas acumuladas do setor supermercadista em 2009 cresceram 5,51%, em relação a
somaram R$ 240 bilhões,
2008, de acordo com o Índice Nacional de Vendas,
também coloca o Brasil em
divulgado mensalmente pela Associação Brasileira
evidência, ocupando o ter-
de Supermercados (Abras). “Os resultados do nosso
ceiro lugar no ranking mun-
setor foram extremamente positivos no ano passado,
dial dos países com maior
principalmente se levarmos em conta o cenário de
número de franquias.
crise do início de 2009 e também as projeções de
A análise da Rizzo para o
crescimento do PIB para o período, que não preveem
ano de 2010 mostra que o
crescimento”, afirma o presidente da Abras, Sussumu
ramo de Alimentação deve
Honda. Para ele, as ações de incentivo ao consumo
continuar liderando o cresci-
tomadas pelo governo, como a redução de impostos,
mento das franquias, segui-
foram essenciais para este desempenho. “Ainda não
do por Negócios & Serviços
temos uma projeção de crescimento para 2010, mas
e Construção. A expectativa
estamos otimistas de que a retomada da economia
é que o Franchise atinja um
promoverá desenvolvimento econômico e social para
faturamento de R$ 254 bi-
todo o Brasil”, avalia Sussumu Honda.
lhões até o final do ano. 8�
dirigente Lojista � Março 2010
Os produtos em queda Confira os produtos que apresentaram menor crescimento em volume vendido em 2009 » uísque
-8,9% -8,6% -8,2% -6,7% -6,0% -6,0%
» suco de frutas concentrado
» inseticida
» extrato de tomate
» açúcar
» alimento para cães
Novos shoppings a caminho
A
indústria de shopping cen-
pansão, com previsão de término
ters do Brasil está em franca
em março de 2011.
expansão. Em 2009, 15 centros de compras foram inaugurados em
19
Outro grupo que registrou bons números é a Multiplan, que teve
todo o País. Para 2010, a previsão
É o número
quatro expansões nos últimos 12
é de abertura de mais 19 empre-
previsto de
meses e a inauguração do Barra
endimentos em cidades como For-
centros de
-ShoppingSul, em Porto Alegre, e
taleza, Palmas, Joinville (SC) e São
compras que
do Vila Olímpia, em São Paulo. Os
Gonçalo (RJ).
serão abertos
destaques do grupo foram o Sho-
em 2010
pping Anália Franco (SP), o Bar-
Entre os grupos que estão investindo em novos empreendimen-
raShopping (RJ), o ParkShopping
tos e projetos de expansão, a Sonae
(DF) e o DiamondMall (BH), que
Sierra Brasil anunciou em novem-
apresentaram índices de cresci-
bro passado que passa a ser a única
mento entre 10,2% e 17,3%.
proprietária do Shopping Metrópole,
Os grupos Iguatemi e BR Malls
em São Bernardo do Campo (SP),
também
planejam
investimen-
com a aquisição de mais 17% na
tos. O Iguatemi deve anunciar, em
participação do empreendimento,
2010, três ou quatro novos pro-
que absorveu investimento de R$
jetos, enquanto a BR Malls avalia
40,7 milhões. O empreendimento
oportunidades de desenvolvimen-
passará por uma revitalização e ex-
tos, aquisições e expansões.
Indústria têxtil prevê crescimento
A
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) estima um crescimento do setor têxtil de 4% em 2010. A previsão de alta para a confecção é de 3,7% e, para
o varejo, de 6,5%. Esses números devem ser alcançados depois de um 2009 pouco estimulante, segundo o Monitor Mercantil Digital. Com a previsão positiva da entidade especializada, que acredita que fatores como medidas anticíclicas adotadas pelo governo, o crescimento da renda e o aumento de postos de emprego devem possibilitar o crescimento do setor neste ano, as empresas do segmento têxtil deverão desenvolver estratégias eficientes de comunicação com o mercado, visando apresentar ao maior número possível de lojistas, e em tempo ideal, as novidades do setor, para que cheguem no tempo certo às prateleiras de todo o País. dirigente Lojista � março 2010
�9
M O V I M E N TO
Chicco de cara nova em shopping paulista A rede de lojas Chicco, marca ita-
produtos fica disposto por faixa etá-
liana especializada em produtos vol-
ria, permitindo uma visão de 360˚ do
tados ao cuidado dos bebês, dentro
ambiente. De acordo com a empre-
da estratégia de implantação do
sa, essa otimização de espaço facilita
conceito Projeto Crescimento, acaba
aos pais localizarem rapidamente os
de reinaugurar sua loja no Shopping
produtos que desejam comprar para
Higienópolis, em São Paulo. A unida-
seus filhos. Presente em 130 países,
de, agora com 147 metros quadra-
a Chicco está há mais de 30 anos no
dos, segue o novo conceito adotado
Brasil, onde conta com 14 lojas pró-
pela empresa que consiste na refor-
prias em seis estados, além de mais
mulação do layout, onde o mix de
de 800 pontos multimarcas.
Mulher é estrela de nova campanha da Renner
Ponto Frio com novidades no iPhone A agência DM9DDB é a responsável pela abertura de um novo “ponto de venda” da rede Ponto Frio, desta vez “localizado” no iPho-
Além de apontar o futuro do varejo, a Natio-
ne, o famoso smartphone da Apple que reúne uma série de funcio-
nal Retail Federation, o principal evento mun-
nalidades em um só aparelho. No site da APP da AppStore Brasil
dial do segmento, também é um lugar para
http://itunes.apple.com/us/app/ponto-frio/id352549967?mt=8, o
o lançamento de novos produtos e serviços.
consumidor que possui um iPhone faz o download gratuito do apli-
Na edição deste ano, realizada de 10 a 13 de
cativo do Ponto Frio. Via GPS, o aplicativo identifica a loja mais próxi-
janeiro, em Nova York, a Motorola apresentou
ma do consumidor, oferece um desconto especial naquela unidade,
três soluções de mobilidade para o varejo que
e permite que o usuário faça uma ligação direta para a loja para uma
serão lançadas no Brasil ainda neste primeiro
compra virtual ou traça uma rota até a unidade. O objetivo é que
trimestre. “A Motorola está comprometida a
com o aplicativo o Ponto Frio entre de vez na era da comunicação
entregar o futuro do varejo hoje, ajudando os
convergente em que diversas mídias e tecnologias são usadas para
varejistas a estabelecer novas conexões com
oferecer serviço e conteúdo exclusivo ao consumidor.
os clientes”, disse Frank Riso, diretor-sênior de varejo da área de Soluções de Mobilidade para Governo & Empresas da Motorola. “Com seu diversificado portfólio de soluções empresariais, a Motorola possibilita que os funcionários do varejo trabalhem de maneira mais inteligente, melhorem sua produtividade, permaneçam conectados e ofereçam aos clientes a experiência de compras que desejam.” 10 �
dirigente Lojista � Março 2010
Acredite no coelhinho da Páscoa Já marcou na sua agenda a data de 4 de
res, o que acaba prejudicando a exposição
abril? Ainda não? Não se preocupe: ainda
e, por tabela, as vendas. “Eles têm uma
dá tempo de marcar o 4 de abril e se prepa-
participação importante no faturamento e
rar para as vendas de uma das datas mais quentes para o varejo – a Páscoa. “O lojista que souber definir corretamente o conjunto de produtos consumidos na data, não apenas chocolates, mas pescados, vinhos,
Check-list para uma Páscoa lucrativa • •
entre outros, colocar em prática ações no ponto de venda alinhadas com os fornece-
•
dores e dispor de um aparato logístico que possibilite uma reposição eficiente já está um passo à frente da concorrência”, acon-
•
selha Claudio Czapski, superintendente da Associação ECR Brasil, entidade sem fins lucrativos que reúne mais de 60 empresas com a missão de difundir as ferramentas de gerenciamento, reposição e troca eletrônica de dados.
• •
Para Czapski, a Páscoa tem tudo para ser bem doce neste ano. E para tirar o melhor proveito desta que é considerada a segunda melhor época de vendas de alimentos depois do Natal, o executivo da ECR-Brasil aposta em um bom planejamento e o alinhamento com os fornecedores. Na opi-
•
Defina o melhor lugar para expor os produtos Avalie com atenção que produtos merecem maior destaque Confira o desempenho na Páscoa do ano anterior para saber que pontos melhorar Use os dados do desempenho anterior também para fazer projeções de vendas realistas a fim de evitar desperdícios e encalhes Capriche na escolha de display e cartazes Mantenha contatos com fornecedores para ficar por dentro das novidades e sondar possíveis parcerias Prepare sua equipe de vendas com reuniões específicas para definir abordagens e deixar claros todos os pontos da estratégia criada para a data
devem conquistar um lugar na gôndola e ter visibilidade extra, pois seu período de exposição é restrito”, ressalta. “Displays exclusivos e pontos extras dentro da loja podem ajudar a solucionar o problema.” Os artigos de Páscoa, por serem sazonais, devem ter todo um tratamento e estratégia especiais, que quando utilizados corretamente, são fundamentais para fisgar o consumidor. Apesar da curta duração da demanda pelos sazonais, Czapski diz que eles oferecem importantes oportunidades, especialmente quando se trabalha com o conceito de categorias, com soluções completas para cada ocasião de consumo. Deste modo, no caso da Páscoa, destaca o executivo, pode-se dar prioridade não apenas a ovos e chocolates, mas também aos itens do almoço como pescados, temperos, vinhos e até refeições prontas. “A diferenciação requer, portanto, uma boa concepção de como explorar da forma mais completa as oportunidades que a
nião de Czapski, uma das primeiras ques-
data oferece, com um bom planejamen-
tões a serem resolvidas é o espaço a ser
to, sortimento, ações nos pontos de ven-
destinado aos principais itens da data.
da, parceria com fornecedores e logística
Segundo ele, muitos lojistas passam pelo
eficiente”, completa Czapski. Assim fica
drama de não conseguir expô-los de forma
muito mais fácil acreditar no coelhinho da
a evitar conflito com as mercadorias regula-
Páscoa.
dirigente Lojista � março 2010
� 11
12 �
dirigente Lojista � Março 2010
dirigente Lojista � março 2010
� 13
o p i n i ã o
|
de
o l h o
n o
c l i en t e
Muito prazer, este é
seu CLIENTE D
iariamente uma série de informações
trabalhem em equipe. Afinal, ninguém gos-
sobre os clientes é oferecida numa re-
ta de entrar num estabelecimento comercial
lação comercial e nem sempre aproveitada
e perceber uma postura não receptiva ou de
pelas lojas. A expectativa do cliente é ser be-
descaso, sem dar atenção ao cliente. Atenção especial deve ser dedicada aos
neficiado com informações precisas e proces-
detalhes.
sos melhorados e mais práticos. No entanto, o relacionamento pessoal, olho no olho, para
Citarei um exemplo: um hóspede que re-
antecipar suas expectativas ainda continua
tornava a um hotel em Cingapura ficou admi-
sendo um “sonho de consumo”.
rado como o carregador das malas já sabia
Entenda, pesquise, informe-se. Uma reu-
seu nome. Quando chegou ao check-in o seu
nião semanal com seus funcionários será de
cadastro já estava preenchido e impresso,
grande valia para obter informações relevan-
apenas precisava confirmar os dados e assinar,
tes sobre seus clientes e até auxiliá-los a responder algumas questões essenciais. É importante analisar constantemente qual o valor que a empresa agrega ao cliente na experiência de compra. Algumas pessoas são motivadas pelo preço, outras pela disponibilidade do produto, outras pela comodidade, rapidez na entrega, ótimo atendimento, e assim por diante. É fundamental o envolvimento da equipe
“É fundamental o envolvimento da equipe na cultura da empresa em ‘servir’ o cliente.”
na cultura da empresa em “servir”, ter o cliente como foco do negócio. Sem cliente não há razão de existência da empresa. Para servir um cliente são necessárias algumas premissas básicas: pessoas que gostem e tenham um interesse genuíno por pessoas e 14 �
dirigente Lojista � Março 2010
não tomando muito tempo. Ao chegar ao seu quarto havia uma bandeja com manga e banana. Observou e questionou o gerente sobre esta postura, que explicou que o funcionário que carregava a mala sempre era orientado a ler a etiqueta da bagagem e chamar o hóspede pelo nome; no restaurante dispunha de uma pessoa para anotar todos os hábitos de consumo dos hóspedes e inseria informações em um cadastro. Ser tratado como único, ter prazer na expe-
Luciana Carmo Especialista em gestão de serviços e palestrante. luciana.carmo@mixxer. com.br
riência de comprar e ter as suas expectativas superadas é o que o seu cliente deseja. Singelas e melhores atitudes no comportamento da sua equipe farão diferença nesta relação entre cliente e loja.
dirigente Lojista � março 2010
� 15
en t rev i s t a
16 � 54
dirigente Lojista �empreendedor Março 2010 � Fevereiro 2010
Roque Pellizzaro Junior | Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
Força colocada
em prova por DIÓGENES FISCHER
Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) Roque Pellizzaro Junior, o comércio varejista foi a principal força que sustentou o Brasil durante a crise que abalou a economia mundial no ano passado. Na entrevista a seguir, ele explica como isso aconteceu e quais são os motivos que o levam a apostar em 2010 como um dos melhores anos da década para o varejo. Pellizzaro destaca ainda o fortalecimento da entidade como interlocutora do movimento lojista junto ao poder público e a importância de difundir boas práticas de gestão pelas CDLs de todo o País.
dirigente Lojista � março 2010
� 17
en t rev i s t a
Dirigente Lojista – Como o senhor
deia produtiva longa (autos e linha
passasse de forma bem mais bran-
avalia o ano de 2009 para o varejo
branca). Enquanto isso, o setor de
da pela crise. Enquanto a indústria
brasileiro? Qual foi o papel do co-
materiais de construção manteve
caiu, o comércio segurou.
mércio interno para a superação da
aquecido o nível de emprego para
crise?
as classes de menor renda, cujo
DL – E quais são as perspectivas
Roque Pellizzaro Junior – Nosso va-
poder de compra vem aumentando
para este ano?
rejo foi o pilar que sustentou o Bra-
nos últimos anos. Estes dois fatores
Pellizzaro – Devemos ter um cresci-
sil durante a crise do ano passado.
somados fizeram com que o Brasil
mento ímpar no varejo em 2010, tal-
Diferente do resto do mundo, onde
vez até melhor do que em 2004, que
o varejo foi o chumbo que puxou
foi o ano de melhor desempenho
muitos países para baixo, nós fomos
que a gente teve nessa década. Tudo
como uma boia que impediu a eco-
indica que teremos uma ampliação
nomia de afundar. O PIB do último
no crédito de quase 20%, um cresci-
trimestre de 2009, por exemplo, já
mento no nível de emprego, uma re-
apresentou um saldo ligeiramente
tomada na atividade industrial e uma
positivo. E quem possibilitou isso
melhora no preço das commodities.
foi o consumo da família brasileira.
Isso tudo vem aliado ao fato de que
Enquanto o mundo inteiro passava
este será um ano eleitoral, quando
por uma escassez de crédito, o co-
sempre há uma injeção de recursos
mércio brasileiro não teve esse pro-
na economia, e a uma maior esta-
blema, por dois grandes motivos.
bilidade das classes A e B, que não
O primeiro é que ninguém pode
compraram em 2009. Esses consu-
sentir falta de uma coisa que não
midores gastaram pouco no ano pas-
teve. O comércio nunca teve aces-
sado e quem praticamente manteve
so a crédito para consumo, sempre
o varejo foram as classes C, D e E.
nos viramos assim. No Brasil, são
Com as classes de maior poder aqui-
os próprios lojistas que financiam o
sitivo voltando a comprar, adquirindo
crédito, coisa que não acontece em
produtos com maior valor agregado,
outros países do mundo. Naquele momento, esta circunstância foi um trunfo. Como fomos menos afetados pelo estrangulamento dos bancos, não perdemos desempenho em virtude disso. O outro motivo foram as iniciativas tomadas pelo governo federal, que foram pontuais mas vieram na hora certa, estimulando o consumo de bens de ca18 �
dirigente Lojista � março Março 2010
Diferente do resto do mundo, o varejo brasileiro foi como uma boia que impediu a economia de afundar na crise mundial.
nós temos condição de melhorar o tíquete médio e a rentabilidade do varejo. DL – No que se refere à atuação política da CNDL, principalmente dentro do legislativo federal, quais foram as principais vitórias do movimento lojista no ano passado? Pellizzaro – Os avanços foram mui-
to grandes. Através da Frente Parlamentar Mista do Comércio Varejista, presidida pelo deputado Paulo Bornhausen, tivemos avanços importantíssimos nas nossas principais bandeiras institucionais. Na história da CNDL, se somarmos todas as audiências que tivemos no Congresso nos últimos
A unificação das máquinas de cartão de crédito já vai trazer uma economia da ordem de R$ 250 milhões por mês para o varejo.
se essa taxa de juros que se cobra hoje está correta. Para quem entra hoje no crédito rotativo, fica quase impossível sair, e esse endividamento crescente acaba tirando o consumidor do consumo. DL – Outra bandeira de grande
oito anos, não se chega ao número
importância para a CNDL é a im-
de vezes em que fomos ouvidos em
plantação do Cadastro Positivo.
2009 por deputados e senadores. Fo-
Será que veremos isso acontecer
ram 16 audiências públicas no ano. E
rência entre as credenciadoras, nos
ainda este ano?
a receptividade tem sido muito boa.
próximos 12 meses essa economia
Pellizzaro – Eu acredito que sim,
Nós conseguimos evoluir profunda-
pode chegar a R$ 350 milhões. Es-
porque o Brasil precisa dessa ferra-
mente o assunto cartão de crédito,
peramos que aconteça com o cartão
menta para ajudar a reduzir um dos
além de participarmos na discussão
de crédito o mesmo que aconteceu
maiores custos para sua economia,
de questões como a implantação do
com a telefonia celular nos últimos
que é o spread bancário. E eu não
Cadastro Positivo, a nova lei do inqui-
sete anos. Em 2010 vamos lutar por
vejo condições para essa redução
linato, mudanças nas leis trabalhistas
uma redução mais efetiva das taxas
ocorrer sem a implantação do Ca-
e a luta constante pela redução dos
cobradas, pois essa concorrência não
dastro Positivo. Ele vai aumentar o
impostos.
pode se dar apenas no aluguel das
nível de concorrência entre os agen-
máquinas. Como a taxa é cobrada
tes financeiros, e isso vai fazer com
DL – Os primeiros passos em dire-
pela rede de captura, os dois grandes
que o spread bancário caia. Porque
ção à regulamentação da indústria
players (Cielo e Redecard) terão que
hoje as grandes corporações bancá-
dos cartões de crédito já foram
concorrer também nisso. Esperamos
rias têm um risco na concessão de
dados. Como esta questão pode
também que o Congresso normatize
crédito muito menor do que um va-
avançar em 2010?
essas operações, para não se repetir
rejista que vende a prazo, ou mesmo
Pellizzaro – O assunto cartão de
o que aconteceu com a Redecard no
um pequeno banco ou uma peque-
crédito evoluiu profundamente em
fim do ano. Independente das com-
na financeira. Com o Cadastro Posi-
2009. Precisamos ainda evoluir mui-
pensações que a empresa possa ofe-
tivo, o risco diminui de forma igual
to mais, mas só a unificação das
recer, o que não pode é ocorrer nova
para todos. Então todo mundo terá
máquinas de leitura – que se torna
falha crítica no serviço. Se ocorrer, a
que jogar com a mesma variável.
obrigatória a partir de junho – já vai
legislação deve determinar quem é
O presidente Lula já se manifestou
trazer para o varejo uma economia
o responsável e quem indeniza. Isso
a favor do Cadastro Positivo. O que
da ordem de R$ 250 milhões por
já existe nos serviços de concessão
mês. Em vez de alugar três máqui-
pública, como energia elétrica, água,
nas, o lojista precisará de apenas
esgoto e telefonia. Precisamos rever
uma. Com o aumento da concor-
também a função do crédito rotativo, dirigente Lojista � março 2010
� 19
en t rev i s t a
nós temos ainda são as entidades
cidades para as cidades onde o mo-
comerciários. A princípio, não vamos
de defesa do consumidor, que não
delo não esteja tão bem. A ideia não
focar no atendente de loja, mas sim
estão conseguindo ver as vantagens.
é “inventar” nada, apenas multipli-
nos nossos crediaristas. A ideia é
O que precisa ser dito é que o bom
car as melhores práticas. Em um se-
melhorar o nível de inadimplência
consumidor não deve pagar pelo
gundo momento, através do treina-
na ponta, que é hoje uma das princi-
mau consumidor. Não é justo isso. O
mento das CDLs, vamos desenvolver
pais causas de mortalidade entre as
mercado hoje trabalha com base em
programas de capacitação para os
empresas de varejo. Como o lojista
uma média, então as taxas de risco
não está qualificado para conceder
estão embutidas no pagamento de
crédito, ele concede mal, acaba se
todos, mesmo daqueles que pagam
descapitalizando e não consegue
em dia. Que tal perguntar para essas
progredir. Depois, o plano é avançar
pessoas se elas querem isso?
para as demais áreas das empresas.
DL – O que a CNDL vem fazendo
DL – De que forma o poder legis-
para aumentar o nível de capaci-
lativo pode contribuir para impe-
tação do varejo brasileiro?
dir esse gargalo que se apresenta
Pellizzaro – Em 2010 vamos desen-
para o desenvolvimento do vare-
volver, junto com as CDLs de todo
jo nacional?
o Brasil, um projeto chamado “CDL
Pellizzaro – Legislando e criando
Capacita”. Ele terá duas etapas. Em
certas proteções. Isso não significa
um primeiro momento, o foco será a
fechar o mercado, mas sim estabe-
capacitação das nossas próprias Câ-
lecer cláusulas e regras para impedir
maras Lojistas. Estamos identifican-
o estrangulamento dos pequenos e
do as CDLs que são cases de sucesso
médios varejistas brasileiros. Não é
e vamos desenvolver um mapa do
inviabilizar a vida do grande, mas
nosso market share no País, incluin-
garantir que exista espaço para os
do dados de cada cidade que tem
dois. Os governos existem para dar
uma CDL, seu potencial econômico, o volume de empresas, população, volume de consultas, etc. A partir daí, vamos identificar os desvios padrões, ou seja, aquelas que são muito boas e aquelas que são muito ruins. Queremos aumentar o nível destas últimas através da verificação dos cases de sucesso e transferir o que está funcionando em algumas 20 �
dirigente Lojista � março Março 2010
Em 2010, vamos desenvolver, junto com as CDLs, o projeto CDL Capacita, com a ideia de multiplicar as melhores práticas.
espaço para todos e para civilizar as relações de mercado. No momento em que os próprios Estados Unidos passam a ver que é necessário regulamentar o mercado, o Brasil não pode ir em sentido contrário. As mudanças em nosso país estão acontecendo em uma velocidade muito maior do que a capacidade do Congresso enxergar e aprovar as leis.
dirigente Lojista � março 2010
� 21
c a p a
|
M E R CA D O
varejo
em
ebuli por marlon aseff
Fusões, chegada de concorrentes estrangeiros e fortalecimento das redes regionais mexem com o mercado e configuram um cenário ainda mais competitivo para os lojistas brasileiros
22 �
dirigente Lojista � Março 2010
ção dirigente Lojista � março 2010
� 23
A
notícia caiu como uma bomba no meio varejista. A fusão da Ca-
sas Bahia com o grupo Pão de Açúcar, consolidada no final do ano passado, criou o maior grupo do varejo nacional e deu a largada para um período que promete mais fusões e a chegada de novos players no emergente mercado brasileiro. Com a aquisição da Casas Bahia, líder do segmento de eletroeletrônicos e móveis entre a classe C, dona de um faturamento anual de R$ 14 bilhões, o Pão de Açúcar retoma a liderança do ranking nacional, consolidando em uma mesma operação a atuação na comercialização de alimentos, móveis e eletroeletrônicos. O negócio que une as famílias Diniz e Klein criou um gigante empresarial dono de uma receita de R$ 40 bilhões, com mais de 1,8 mil lojas, distribuídas por 18 estados. Só no varejo alimentício o novo grupo concentra 13% do mercado nacional e nada menos que 42% na venda de eletroeletrônicos. A fusão operacional dos dois grandes do varejo faz parte de um processo amplo que remete ao contexto internacional, onde o mercado e as empresas brasileiras passaram a ter uma importância crescente, graças a uma relativa blindagem contra a última crise financeira mundial. De acordo com o consultor Marcos Morita, as fusões entre grandes grupos nacionais, como Itaú e Unibanco, Perdigão e Sadia, JBSFriboi e Bertin ou Votorantim e Aracruz
24 �
dirigente Lojista � março Março 2010
estão inseridas neste ciclo que prevê
os grandes do ramo de eletroeletrô-
o fortalecimento de grandes grupos
nicos, como o Magazine Luiza, Lojas
contra a “invasão” de novos concor-
Colombo ou Ricardo Eletro. Barrizzelli
rentes internacionais. Segundo Morita,
alerta: não é possível menosprezar o
a união com a Casas Bahia acelera um
poder de fogo das redes concorrentes
processo de diversificação do grupo
e nem mesmo das redes regionais,
Pão de Açúcar, iniciado com a aquisi-
que conhecem as peculiaridades de
ção do Ponto Frio, em junho de 2009,
cada mercado. Esta também é a con-
por R$ 824 milhões. Ironicamente, une
vicção do empresário Nilso Berlanda,
sob um mesmo guarda-chuva as clas-
comandante da rede de móveis e
ses A e C, aproximando o modelo de
eletroeletrônicos Berlanda, com 128
negócios da Casas Bahia, especializado
lojas espalhadas por 104 cidades em
na emergente classe C, com os inova-
Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
dores supermercados do Pão de Açú-
“Nós, regionais, saímos ganhando a
car, identificados com o público mais
curto prazo”, avalia Berlanda. “A re-
refinado das grandes cidades.
tração principalmente da Casas Bahia
A fusão traz consequências que
na Região Sul mostrou que as redes
afetam consumidores, mercado e in-
regionais possuem um conhecimento
dústria, ainda não totalmente mensu-
de cliente e uma logística muito mais
radas. “O impacto aos consumidores é
rápida que esses grandes grupos em
incerto, porém animador”, arrisca Mo-
nosso meio de atuação”, define.
Grupo Pão de Açúcar
1.200 »Lojas
513
»Pontos de venda
18
»Estados atendidos
1,5
»Milhão de m2 em área de vendas
137
»Mil funcionários
rita. Até agora, diz o consultor, as fu-
A avaliação de Berlanda faz todo o
sões tinham como objetivo a redução
sentido quando se observa o desem-
de custos operacionais, como o com-
penho da Casas Bahia em Santa Cata-
partilhamento de unidades fabris, ca-
rina e no Rio Grande do Sul nos últi-
nais de distribuição, frotas e sistemas
mos 12 meses. No estado gaúcho, a
de gestão. Com um novo cenário, de
rede fechou todas as lojas e hoje não
crédito mais fácil e consumo aqueci-
atua nem mesmo em Porto Alegre.
Sul e Lages. A abertura de lojas super-
do, pode ser a vez do consumidor sair
Em Santa Catarina, o baque não foi
dimensionadas, de até 2,5 mil metros
ganhando. Esta visão é compartilhada
menos significativo. Nos meses que
quadrados, sem um ponto consolida-
pelo economista Nelson Barrizzelli,
antecederam a fusão com o Pão de
do e ancoradas apenas no poder de
especialista em varejo, que trata de
Açúcar, a rede de Samuel Klein deu
persuasão da marca foram alguns dos
afastar os fantasmas de uma suposta
vários passos em falso, e o resulta-
erros que sepultaram o desempenho
“concentração de mercado”. A união,
do da estratégia foi o fechamento de
da Casas Bahia em cidades em torno
diz Barrizzelli, é positiva para a eco-
unidades em cidades de porte médio
de 70 mil habitantes no interior ca-
nomia brasileira, e não trará maiores
do estado catarinense, como Concór-
ameaças para a concorrência entre
dia, Caçador, Canoinhas, Mafra, Rio do
R$ 26
»Bilhões de faturamento bruto em 2008
dirigente Lojista � março 2010
� 25
c a p a
|
M E R CA D O
das últimas cinco lojas rema-
se momento. “O Brasil é um país conti-
nescentes na Grande Porto
nental, com culturas de consumo muito
Alegre.
diferentes, e para abranger todo o País é preciso um esforço colossal, por isso
Fôlego para ousar Para Olavo Henrique Furta-
não vejo problema nenhum em priorizar o Sudeste.”
do, coordenador de pós-gradu-
Para os analistas de mercado, a fu-
ação e MBA da Trevisan Escola
são veio em um momento certo para
de Negócios, o desempenho
a Casas Bahia, que nos últimos anos
irregular da Casas Bahia ser-
viu seu faturamento praticamente es-
ve de lição para quem acha
tacionar. O modelo de negócios base-
que um modelo de negócio
ado na concessão de crédito ao con-
de sucesso está garantido no
sumidor de baixa renda passou a ser
médio e longo prazo. “O que
disputado por outros concorrentes e a
aconteceu no mundo antes da
rede perdeu o “monopólio” da classe
crise financeira internacional
C. O grupo Pão de Açúcar, por sua vez,
não serve mais de paradigma,
demonstrou um poder de reação e
mesmo que a empresa volte
uma agressividade poucas vezes vis-
com o mesmo patamar de
ta no varejo nacional. De um estado
liquidez e poder de compra
pré-falimentar no início da década de
que tinha antes”, alerta. Ele
1990, a empresa de Abílio Diniz deu
tarinense. “A Casas Bahia veio com
resume o acordo do Pão de Açúcar e
a volta por cima, vendeu 50% do ne-
toda a força para buscar espaço no
Casas Bahia a uma reação natural dian-
gócio ao grupo francês Casino e agora
Sul do Brasil, mas não sobreviveu fora
te da concorrência internacional em
alça voos cada vez mais ousados, com
do litoral de Santa Catarina, e teve de
larga escala que está para aportar no
a aquisição de concorrentes e grandes
recuar”, aponta Berlanda. Enquanto
País nos próximos meses. “Quando os
empresas como o Ponto Frio.
isso, outras redes regionais consolida-
mercados dos Estados Unidos e Europa
Prova da boa saúde financeira do
das no estado, como Koerich e Salfer,
apresentam sinais de estagnação, e o
grupo foram os resultados da perfor-
mantiveram uma operação intacta.
Brasil é colocado pela imprensa inter-
mance de venda do quarto semestre
No Rio Grande do Sul o desempenho
nacional como um país emergente e
do ano passado, que mostraram um
da rede paulista foi ainda pior do que
em crescimento, qualquer empresário
crescimento de 41,4% das vendas
em Santa Catarina. Depois de operar
que não possui operações aqui quer
brutas em relação ao mesmo período
com 28 lojas em 19 municípios gaú-
vir correndo”, diz Furtado. Ele também
do ano anterior. Todas as bandeiras do
chos, abertas gradualmente desde
minimiza a ameaça da fusão para as
grupo apresentaram um desempenho
outubro de 2004, a rede encerrou a
redes regionais, e assegura que o for-
positivo no período, com destaque para
atuação no estado em dezembro úl-
talecimento do novo grupo no Sudeste
as vendas brutas do Ponto Frio, que su-
timo, quando anunciou o fechamento
pode ser a estratégia mais realista nes-
peraram em 23,8% o desempenho an-
NILSO BERLANDA A fusão de grandes pode beneficiar redes regionais, especializadas em mercados específicos
26 �
dirigente Lojista � Março 2010
terior, além dos resultados alentadores
Casas Bahia, Saul está livre da cláusula
maior está promovendo um verda-
no comércio eletrônico, que deve ser
que o obrigava a ficar cinco anos sem
deiro sobe e desce do ranking do va-
ampliado ainda mais. Como se não bas-
atuar no mercado. Isso pode levar Saul
rejo nacional. Essa disputa acirrada por
tassem os ótimos resultados, o grupo
Klein a se aproximar de redes emer-
um mercado em ebulição despertou a
divulgou no final de janeiro um ousado
gentes como a Insinuante ou Ricardo
reação das gigantes Walmart e Carre-
plano de investimentos para o próximo
Eletro, na constituição de uma nova e
four, que prometem novos e surpre-
triênio, que compreende a aplicação de
fortalecida empresa do ramo de ele-
endentes movimentos no tabuleiro do
R$ 5 bilhões na abertura de novas lojas
tromóveis.
varejo nacional. Embora o resultado do quarto trimestre de 2009 para o Carre-
e um crescimento estimado entre 8% e 9% em vendas anuais. Os investimen-
Novos players chegando
four tenha superado as expectativas,
tos para este ano incluem a abertura de
Outra expoente do segmento de ele-
com um aumento de 13,4% da receita
100 unidades, entre as bandeiras Extra
tromóveis e vestuário que deve lançar
no Brasil, a especulação que ronda o
Fácil (conveniência), Extra (hipermerca-
suas amarras no emergente mercado
mercado é de que o gigante francês
do) e Assai (atacado e varejo). Também
das classes B, C e D é a rede mexicana
estaria à beira de vender a operação
estão previstos aportes em infraestru-
Coppel, que chega ao País pelo Paraná.
brasileira para a Walmart. Com um fa-
tura operacional e a consolidação de
A partir de março os mexicanos preten-
turamento de R$ 25,8 bilhões no ano
investimentos em postos de gasolina e
dem abrir três lojas na Grande Curitiba,
passado, o Brasil significou a segunda
drogarias. Até 2012 devem ser abertas
além de um centro de distribuição. Os
mais 200 lojas, entre as diversas ban-
investimentos devem superar os R$ 170
deiras, o que inclui a Casas Bahia.
milhões. A estratégia da rede é evitar a
Em um mercado em constante mo-
concorrência direta com os grandes gru-
vimento, o que não faltam são espe-
pos do setor, ancorados no Sudeste, e
culações. A última delas diz respeito à
as redes regionais, fortalecidas no Nor-
possível aquisição pelo Pão de Açúcar
deste. Por isso, os próximos passos da
da rede baiana Insinuante, que detém
Coppel, antes da Região Sudeste, devem
uma posição privilegiada no Norte e
ser na Região Sul, mais precisamente
Nordeste do País, onde está presente
no mercado gaúcho. A Coppel segue os
com 220 lojas em 11 estados. Nada
passos da maior rede de eletroeletrôni-
foi confirmado por nenhuma das par-
cos do México, a Elektra, que aportou no
tes, mas a tentativa do grupo de Abílio
País em 2008 e elegeu o Estado de Per-
Diniz de se consolidar além do Sudeste
nambuco como ponto de partida para o
não é segredo. Outra forte especulação
mercado do Nordeste. A expansão da
no mercado diz respeito à volta de Saul
Elektra ainda não aconteceu, mas as 18
Klein, o irmão de Michel, que vendeu
lojas do grupo já geram uma receita de
sua parte na sociedade da Casas Bahia
mais de R$ 5 bilhões ao ano.
em agosto de 2009 por R$ 4 bilhões.
A chegada de novas empresas va-
Com a entrada de um novo sócio na
rejistas ao país em um ritmo cada vez
Olavo Henrique Furtado Para o consultor, desempenho irregular da Casas Bahia serve de exemplo e fusão é reação natural à concorrência dirigente Lojista � março 2010
� 27
c a p a
|
M E R CA D O
melhor performance do grupo francês
ascensão do ramo de móveis e eletro-
no mundo, atrás apenas da China. O
eletrônicos é a paranaense Gazin, que
grande problema foram os resultados
fabrica móveis, colchões e os vende
negativos que se alastraram pelos
em um mix que inclui eletroeletrôni-
mercados europeus. Embora o de-
cos e eletrodomésticos. Com um fatu-
sempenho mais que satisfatório no
ramento que atingiu R$ 1,2 bilhão em
país tenha impulsionado o Carrefour
2009, a empresa familiar comandada
a anunciar um aporte de R$ 2,5 bi-
por Mário Gazin e seus quatro irmãos
lhões até 2011 na abertura de novas
deve expandir a presença no Nordes-
unidades, principalmente nas regiões
te, depois de se consolidar no varejo
Norte e Nordeste, nada assegura que
do Norte do País, onde possui 150 lo-
o plano irá em frente. De acordo com
jas espalhadas pelos estados do Acre,
o jornal francês Le Monde, dois dos
Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso
maiores acionistas do Carrefour esta-
do Sul, Paraná e Rondônia. Neste ano
riam negociando a venda da operação
a Gazin deve disputar de perto com
brasileira com a Walmart, em busca de
a concorrência a preferência da classe
capital para tapar o grande buraco ge-
C, com a abertura de mais 10 lojas no
rado pela crise financeira internacional
Norte e abrir um centro de distribuição
e os prejuízos do declinante mercado
em Campina Grande (PB) e uma fábri-
europeu. Se as especulações que gi-
ca de colchões em Feira de Santana
ram em torno da aquisição ainda não
(BA). Os investimentos devem atingir
se confirmam, tudo parece indicar que
os R$ 14 milhões, números que ates-
até o final do ano o negócio pode es-
tam o estado de ebulição do varejo
tar concretizado. A rede norte-ameri-
brasileiro.
cana já anunciou um investimento de cerca de R$ 2,2 bilhões no país, que hoje está consolidado na quarta melhor operação mundial da gigante dos supermercados. Antes de bater o martelo com o Carrefour, a Walmart pretende abrir mais 100 novas unidades nos principais mercados do país. Longe dos faturamentos astronômicos dos grandes grupos, mas com uma sede de expansão nada desprezível, as redes regionais também buscam um espaço ao sol do multifacetado mercado nacional. Uma das estrelas em 28 �
dirigente Lojista � Março 2010
FUSÃO ON-LINE Com Casas Bahia, Pão de Açúcar também fortalece vendas pela web
gUERRA VIRTUAL Mais além da liderança no varejo nacional, o grupo Pão de Açúcar prepara agora a conquista do comércio eletrônico, com a disputa de uma fatia de faturamento que deve beirar R$ 1,4 bilhão neste ano. Com a entrada da Casas Bahia na cesta do Pão de Açúcar, a nova empresa virtual, batizada de Nova PontoCom, ainda vai reunir sob uma mesma operação as bandeiras Extra e Ponto Frio. Um estudo da Serasa Experian Hitwise, que monitora o comportamento de 90 mil consumidores em 60 mil websites no Brasil, mostra que a nova empresa pode ameaçar o primeiro lugar do grupo B2W, formado pela Americanas. com, Submarino e Shoptime. O potencial crescimento da Nova PontoCom baseiase no desempenho dos sites que formam a nova empresa, que apresentaram um crescimento médio de 70,5% no market share de visitas, de abril a novembro de 2009. No mesmo período, os sites da B2W cresceram apenas 11,7% nos mesmos quesitos. Até agora, a B2W mantém a liderança no varejo on-line, com um share de 48,44%, divididos em 26,62% da Americanas, 15,19% da Submarino e 6,63% da Shoptime. Com a consolidação da operação, a Nova PontoCom passará a deter um share de 22,5%, deixando o Magazine Luiza no terceiro lugar, com 8,87%. A divisão acionária da Nova PontoCom será de 17% para a Casas Bahia e 83% para o Pão de Açúcar, embora o share de visitas do grupo esteja dividido em 36,4% para Casas Bahia e 63,3% para o Pão de Açúcar, representado pelas bandeiras Extra e Ponto Frio.
dirigente Lojista � março 2010
� 29
c a p a
|
M E R CA D O
Reflexos da fusão na prática A fusão das duas gigantes do varejo
tões legais, as demandas administrati-
nacional abre uma série de indagações
vas para reunir as redes sob um mesmo
entre seus pares, a indústria, consumi-
guarda-chuva promete muito trabalho.
dores e trabalhadores. Cada segmento
Para Luciano Deos, especialista em
possui interesses que podem ser afeta-
branding e presidente do GAD, holding
dos, conforme o andar da carruagem nos
de serviços de marca, a questão pode
próximos meses. O primeiro desafio que
não ser tão simples assim, já que a
a Casas Bahia, agora sob o comando de
marca não é um diferencial absoluto
Abílio Diniz, será enfrentar julgamento
quando se trata de eletroeletrônicos.
do Conselho Administrativo de Defesa
“O poder de marca no eletroeletrônico
Econômica (Cade), que terá de avaliar
não é tão grande, pois envolve muito
a viabilidade da união. Numa primeira
a questão financeira, por isso não faz
decisão, o Cade determinou no início de
muito sentido ter mais de uma marca,
fevereiro que a Casas Bahia e o Pão de
pois o consumidor não está compran-
Açúcar terão que manter independentes
do a marca, mas o produto”, assegura.
suas estruturas administrativas e comer-
Para Deos, seria mais simples o Ponto
to mais longo o prazo de pagamento,
ciais até que se complete a apreciação
Frio desaparecer nessa disputa pelo
melhor o perfil de vendas. O problema
do ato de concentração requerido pelas
market share. “Quando uma empresa
é que sem uma política homogênea
duas empresas. A independência das
compra a outra, ela visa competir no
de concessão de crédito se beneficia
lojas, de acordo com o Cade, deverá ser
mercado e para isso busca um ganho
esse perfil de empresa em detrimento
mantida inclusive em localidades onde
de escala, onde a marca não é o centro
do pequeno”, define o presidente da
houver sobreposição das marcas.
da questão”, diz.
CNDL, Roque Pellizzaro Junior. Para ele,
LUCIANO DEOS No eletroeletrônico, poder da marca não é diferencial, mas sim o preço do produto
Enquanto a decisão final não ocorre,
A concentração, fusão ou o fecha-
a concentração no setor de eletromó-
especialistas admitem que a similarida-
mento de lojas concorrentes sindicalis-
veis não é maléfica, ainda mais se esti-
de no perfil de negócios do Ponto Frio
tas. No Rio Grande do Sul, pouco antes
ver sob a liderança de uma empresa de
e Casas Bahia pode ser um obstáculo
da fusão, cerca de 150 funcionários per-
capital nacional. O que ainda não está
para um aval positivo, já que ambas as
deram seus empregos. O tema tam-
claro, segundo Pellizzaro Junior, é até
redes são especializadas em eletrodo-
bém preocupa a diretoria da CNDL, que
quando esta empresa será majorita-
mésticos e linha branca. Um ponto a fa-
vê no modelo de acessibilidade a linhas
riamente nacional. A entrada de novos
vor da união diz respeito à complemen-
de crédito adotado no Brasil um privilé-
concorrentes internacionais no mercado
taridade entre os ramos de alimentação
gio aos grandes grupos. “No Brasil de
brasileiro, alerta o líder lojista, não teria
e eletromóveis. Por outro lado, o poder
hoje as maiores empresas conseguem
grandes empecilhos, não fosse o poder
de barganha que o grupo terá com a
vender num prazo bem mais longo e aí
de competição desigual, geralmente
indústria poderá ser amplamente bené-
tem um volume de vendas maior, pois
com a injeção de recursos estrangeiros
fico para o consumidor. Longe das ques-
quando se vende bens duráveis, quan-
a juros de 4% ao ano.
30 �
dirigente Lojista � Março 2010
dirigente Lojista � março 2010
� 31
T E N D Ê N CIAS
|
N R F
Na edição deste ano da NRF, principal evento mundial do varejo, conferencistas destacam países emergentes como o Brasil como destino preferencial das empresas varejistas dos Estados Unidos e da Europa por Marlon aseff
32 �
dirigente Lojista � Março 2010
Prepare-se para
uma nova
realidade A
consciência de que a recente crise econômica mundial deixou mar-
cas que vão influenciar profundamente o comportamento dos consumidores nos próximos anos foi a tônica da 99ª convenção anual da National Retail Federation (NRF), que aconteceu de 10 a 13 de janeiro em Nova York. Diante de uma plateia de varejistas do mundo todo, os conferencistas discutiram possíveis soluções para operar nesta nova realidade de mercado e também destacaram o papel dos países emergentes – em especial o Brasil – como os mais promissores mercados para os grandes players globais. Uma expressiva delegação de lojistas brasileiros participou ativamente do
dirigente Lojista � março 2010
� 33
T E N D Ê N CIAS
|
N R F
evento, em quatro dias de intensos
a otimização de recursos, financeiros
debates, palestras, feiras e muito
e de pessoal, e a boa administração
aprendizado. Para o presidente da
do estoque, buscando sempre aquilo
CNDL, Roque Pellizzaro Junior, a NRF
que o cliente deseja.
A bola da vez? Para Alberto Serrentino, sócio-sênior da consultoria Gouvêa de Souza
deste ano mostrou que a expansão
Para os lojistas que participaram
& MD, a NRF mostrou que poucos pa-
das empresas varejistas americanas
da missão oficial da CNDL, ficaram
íses no mundo reúnem hoje tantos
e europeias nos próximos anos se
evidentes algumas soluções que de-
requisitos positivos para o desenvolvi-
dará principalmente fora dos seus
vem ser adotadas por um varejo que
mento varejista como o Brasil. A baixa
mercados domésticos, sendo o Brasil
queira se perpetuar. O presidente da
concentração do mercado, o aumento
um alvo preferencial dessa expansão.
FCDL/SC, Sergio Medeiros, enumerou
de renda da população e a economia
“Nosso desempenho impressionou
alguns desses diferenciais, como a
estável são alguns dos motivos que
todos, ficando claro o bom momento
importância da gerência no dia a dia
elevaram o País à nova estrela do va-
que o País vive”, afirma. “Já no que
da empresa e o foco na redução de
rejo internacional. “Contudo, isso sig-
diz respeito aos cartões de crédito, a
custos e nas reais necessidades dos
nifica que o varejo brasileiro passará
impressão que passamos foi oposta,
clientes. Outro ponto destacado pelo
por uma fase ao mesmo tempo de
pois as distorções nessas operações
líder lojista diz respeito ao controle
concentração e aumento da competi-
em nosso país deixaram todos per-
dos estoques, com a observação da
tividade”, alerta o consultor.
plexos.” Conforme o presidente da
margem bruta de cada produto, a ve-
Serrentino observa que, enquanto
CNDL, a 99ª NRF deixou a marca da
locidade do giro e a variação das ven-
nos Estados Unidos o faturamento do
renovada preocupação com o cliente,
das. “Por fim, o uso das redes sociais
comércio caiu por todo o ano passa-
e o uso da tecnologia
do, no Brasil as maiores empresas
são fatores determi-
varejistas registraram um avanço de
nantes na atitude do
5,1% no faturamento. Ao mesmo
consumidor de hoje
tempo, a taxa de desemprego caiu
e, para a empresa
para 7,4% em 2009 e o rendimento
conhecer de perto o
médio do trabalhador vem crescendo
perfil de seu cliente,
desde 2003 a uma média de 5,2% ao
primeiro
preciso
ano. “No Hemisfério Norte a história
saber encontrar a sua
foi bem diferente, e a NRF mostrou
própria verdade”, ob-
que a forte crise econômica levou o
serva Medeiros.
varejo norte-americano ao pragmatis-
é
Uma expressiva delegação brasileira participou ativamente dos quatro dias do evento deste ano. 34 �
dirigente Lojista � Março 2010
mo”, explica o consultor. A palavra de ordem no varejo americano de hoje é back to the ba-
sics, ou seja, a volta para o básico. “Em vez de experiências fantásticas e mirabolantes, como era comum se observar nas versões anteriores do evento, na edição deste ano ficou a marca do ‘cumpra o que prometeu’”, destaca Serrentino. Entender o cliente em suas necessidades básicas e através de múltiplos canais de contato é o que conta para superar a crise e conquistar novos consumidores nos anos difíceis que se avizinham para a Europa e Estados Unidos. “No merca-
no centro das atenções Brasileiros ouviram elogios ao país, apontado como a bola da vez do varejo mundial
do americano de hoje mais vale ser consistente do que inovador”, cons-
Estímulo ao consumo
é preferível apostar e chegar antes”, aconselha Horta.
tata Fábio Beltrão, sócio-diretor da
Para Alexandre Horta, sócio-diretor
GS&MD. De acordo com ele, uma das
da GS&MD, o ambiente no mercado
De acordo com o consultor, o am-
lições para quem participou da NRF
americano ainda é de desconfiança
biente de vendas pela internet deve
deste ano é de que é preciso aper-
em relação aos enormes gastos que
continuar aquecido, mas o que impor-
feiçoar a execução e fazer o básico
o governo teve de realizar para supe-
ta cada vez mais é a proposta correta
muito bem-feito.
rar a crise bancária de 2009, o que
e a entrega com eficiência. “O comér-
Expressões como costumer centrici-
reforça ainda mais a necessidade de
cio eletrônico passará a trabalhar com
ty e multicanal resumem essa postu-
se buscar estímulos para a população
margens cada vez menores, já que
ra. Por isso, as discussões em torno
voltar a consumir. “Embora seja con-
também aí o ambiente competitivo é
das Super Sessions estiveram voltadas
senso que o cenário de antes da crise
crescente. O meio eletrônico, entretan-
para o aperfeiçoamento de soluções
não volte mais, o otimismo ainda é a
to, demonstra um potencial de intera-
que não eram novidades, mas que fo-
palavra de ordem, e para isso valem
ção com o cliente que impressiona”,
ram amadurecendo ao longo das últi-
algumas lições importantes aprendi-
observa Horta. “Acima de tudo, a inter-
mas convenções do varejo americano.
das nessa NRF”, afirma. As redes so-
net possui uma força enorme de per-
Por outro lado, um dos pontos altos da
ciais, por exemplo, voltaram à vitrine
suasão de compras, seja pelas redes
feira de tecnologia foi a integração no
quando o assunto é buscar e manter
sociais ou pelos canais de marketing.”
ponto de venda de multicanais de co-
clientes. Muitas empresas estão pre-
Ele destaca o fato de que seis entre os
municação com o consumidor, como
sentes em sites como o Twitter, Face-
sites e celulares conectados em um
book, Orkut e tantos outros. “Ainda é
ambiente em comum.
cedo para se constatar a real eficiência dessa estratégia, mas na dúvida dirigente Lojista � março 2010
� 35
T E N D Ê N CIAS
|
N R F
11 melhores varejistas americanos em atendimento ao cliente operam exclu-
OPINIÃO
sivamente na web, conforme pesquisa realizada pela BIGresearch com mais de 8 mil consumidores. Na seleta lista dos melhores aparecem a Overstock. com, Zappos.com, Amazon.com, QVC, LL Bean e HSN.
Decisões estratégicas Durante a convenção da NRF, tanto os varejistas quanto os consultores presentes mantiveram-se confiantes na compreensão do comportamento do consumidor como uma ferramenta essencial para superar a crise. Mas a complexidade do mercado só vem aumentando. A gestão por categorias, por exemplo, terá que cruzar uma série de novos dados nesse sentido, incluindo novas informações sobre o que os clientes compram, como compram e o que desejam. “E não existe a mínima possibilidade de que empresas que não estejam no domínio da captura dessas informações dos clientes e das compras realizadas possam se adaptar a esse desafio”, diz Horta. De acordo com o consultor, os processos decisórios estão cada vez mais dependentes de análises sofisticadas, que levem em consideração um maior número de produtos, formatos, segmentos e ciclos de vida cada vez menores. De qualquer maneira, ainda é fundamental uma liderança apta à condução desses processos. Como sempre acontece, a NRF deste ano mostrou nas Super Sessions uma 36 �
dirigente Lojista � Março 2010
O varejo da nova década »A última edição da NRF não deixou dúvidas: a interação entre o varejo e os meios eletrônicos será obrigatória nesta nova década. O avanço tecnológico que experimentamos neste início de século 21 estabeleceu um paradigma que evolui em ritmo acelerado ano após ano – e não dá sinais de que vai esperar por aqueles que ainda não se adaptaram aos novos tempos. Ainda que o comércio seja majoritariamente uma atividade humanizada, em que o bom relacionamento entre vendedor e consumidor é indispensável, a opção por um canal de vendas on-line é cada vez mais determinante para a sobrevivência no mercado. Um estudo apresentado em Nova York durante a convenção deste ano demonstra que a utilização eficiente de um portal na internet pode aumentar em até quatro vezes o fluxo de pessoas nas lojas físicas. O “consumidor on-line” provavelmente não estará todos os dias no comércio mas fica a todo momento ligado via web atrás de novidades e ofertas. O lojista que souber se comunicar neste universo – mostrando no portal o que vende, onde estão as lojas físicas e oferecendo uma estrutura segura de e-commerce – já sai na frente da concorrência. É bem verdade que nos Estados Unidos, onde as grandes redes têm colossal fatia de mercado, esta é uma recomendação que já vem sendo feita desde o século passado. Mas no Brasil, onde o pequeno e médio varejo ainda tem espaço cativo, esta é uma dica preciosa, já que o avanço dos big players internacionais tende a provocar uma concentração cada vez maior de mercado. É o que se vê atualmente no setor supermercadista, aquecido por uma onda de fusões e aquisições. Mas o Brasil é dinâmico na onda digital e hoje é o segundo país em número de usuários do Twitter – o que denota o enorme potencial das redes sociais para o varejo. Uma boa estratégia no mundo digital pode colocar uma pequena loja em destaque, ganhando mercado sem despender uma fortuna em publicidade. Ao mesmo tempo, um serviço ruim na opinião de um consumidor pode desencadear uma corrente de reclamações que cresce de forma exponencial na internet. Com a mudança nos hábitos e no perfil do consumidor moderno, o desafio do varejo brasileiro nesta nova década passa obrigatoriamente pela maior (e melhor) exploração do universo digital. Sergio Alexandre Medeiros Presidente – FCDL/SC
série de experiências interessantes de varejistas que estão conseguindo superar a crise com atitudes inovadoras. A participação brasileira foi marcada pela apresentação dos casos de sucesso do Magazine Luiza, da Livrarias Saraiva e da Cacau Show. Na palestra restrita à delegação da GS&MD, Marcos Gouvêa de Souza, diretor-geral da consultoria, mostrou que o quadro declinante do varejo norte-americano ainda não está superado. Em 2009 foram mais de 8,5 mil lojas fechadas, com raras exceções de boa performance, como o segmento de saúde e beleza.
ASSUNTO PRINCIPAL As soluções para a crise detonada em 2009 dominaram o debate na NRF 2010
De acordo com Beth Furtado, do site Mundo do Marketing, ainda há
do se trata de ações que conferem
a de crianças doentes. A estratégia
muitas questões em aberto para
sustentabilidade.
consolidou a marca na cabeça dos consumidores e de lá para cá a Life is
serem resolvidas na superação dos impasses que a crise trouxe e prin-
Soluções criativas
Good se tornou um sucesso de vendas admirável.
cipalmente na prospecção do novo
Outro caso bastante interessante,
perfil dos consumidores. Conceitos
que une persistência e uma men-
Já na BIG !deas, sessão alternativa
que pedem atitudes inovadoras
sagem forte acima de tudo, é o da
da NRF Big Show!, foi a vez do Cirque
como gerenciamento do consumi-
Life is Good, uma marca que nasceu
du Soleil mostrar sua receita de loja
dor antes de simples categorias,
como slogan de camisetas em 1989
móvel. Espaço da ousadia, a loja da
marcas com transparência efetiva e
e faturou US$ 128 milhões em 2008,
trupe circense acompanha os artistas
sustentabilidade são os novos desa-
entre inúmeros produtos que levam
ao redor do mundo com uma propos-
fios propostos. No quesito susten-
a singela ideia de que “a vida é boa”.
ta que une praticidade e uma expe-
tabilidade destacou-se mais uma
O caso de sucesso da marca começou
riência única. A solução em vendas
vez a experiência do Walmart. O
quase por acaso, quando os irmãos
foi apresentada por Rodney Landi, do
vice-presidente de sustentabilidade
Bert e John Jacobs criaram a primei-
Cirque, que mostrou como montar e
da maior varejista do mundo Matt
ra camiseta e saíram vendendo pe-
desmontar uma verdadeira loja em
Kistler definiu as ações “verdes”
las ruas de Boston. O passo seguin-
48 horas pode ser eficiente. A pe-
da companhia como um conjun-
te foi adquirir uma van e viver nela,
quena loja ambulante comercializa
to de atitudes que envolvem fun-
enquanto vendiam as camisetas,
desde doces e guloseimas até suve-
cionários, prestadores de serviços,
rodando por todo o país. Em 1994,
nires de todo o tipo com a marca do
fornecedores e toda a operação de
eles criaram um personagem sorri-
grupo, estratégia de quem sabe que
negócios. Para Kistler, o que pode
dente, chamado Jake, e se envolve-
precisa encarar uma nova realidade
parecer custo é retorno certo, quan-
ram em causas humanitárias, como
do varejo. dirigente Lojista � março 2010
� 37
o p i n i ã o
|
p o r
den t r o
d a
nrf
Tendências e Consolidações
do Varejo Mundial E
stive na 99ª edição da National Retail
um termo apresentado chamou a atenção:
Federation (NRF) e reuni neste artigo
Consumer Reset (algo como “resetar” do
aqueles que considero os principais pontos
consumidor) por meio de uma proposta de
assimilados durante o evento.
valor adequada e que seja percebido pelo cliente.
De grande destaque no varejo mundial, a NRF ocorre uma vez por ano nos Estados
Tecnologia x Simplicidade – Essa foi a
Unidos, em Nova York, e em janeiro aconte-
NRF da simplicidade, na gestão dos negócios,
ceu a 99ª edição (é isso mesmo: faz 99 anos
na relação com o consumidor, na transparên-
que os “gringos” se reúnem para discutir e
cia com os colaboradores e na tecnologia.
encontrar caminhos para o varejo). Partici-
Não se viram tantas soluções complexas e
param cerca de 18,5 mil pessoas do mundo
de investimento com retorno questionável,
todo, cujo destaque se deu para a comitiva brasileira que já é, junto do Canadá, a que tem maior representatividade (27% do total de estrangeiros) – estima-se que estiveram presentes cerca de 500 brasileiros. Além da representatividade na quantidade de participantes, também merece destaque a qualidade das apresentações de empresas brasileiras no evento como Cacau Show, Magazine Luiza e a rede de livrarias Saraiva.
“As redes sociais foram um ponto de grande impacto nos debates na NRF deste ano.”
diais em crescimento, tendo passado pela crise de forma destacada e ampliando de maneira significativa a população com acesso ao consumo de massa e reduzindo índices de pobreza. Em relação aos Estados Unidos, 38 �
dirigente Lojista � Março 2010
e necessário. Redes Sociais – Ponto de grande impacto em quase todas as apresentações. Quase a totalidade das redes varejistas do mundo está apostando suas fichas no uso das mídias sociais (Facebook, Twitter, LinkedIn e outras) como forma de se aproximar de seus consumidores e de monitorar o que está sendo “dito” sobre suas marcas. Centralização no Consumidor – A inte-
Cenário Brasil x EUA – Brasil despontando como uma das poucas economias mun-
mas sim a aplicabilidade imediata do básico
Adir Ribeiro Sócio-diretor da Praxis Education (www. praxiseducation.com. br) - adir.ribeiro@ praxiseducation.com.br
gração dos canais de vendas é um exemplo de como as empresas deveriam colocar o consumidor no centro de toda a estratégia de acesso aos mercados. No Brasil, assim como nos Estados Unidos, ainda existe um desalinhamento entre os mundos virtual e físico.
Geração Y – Um termo bastante inte-
o meio ambiente ou que tenham princípios socioambientais claros e definidos.
ressante usado pela geração nascida a partir de 1976 é IWWIWWIWI – I want what I
Expansão dos Negócios – Destaque para
want when I want it (algo como “eu quero
mercados em forte recessão como o ameri-
o que quero onde eu quero”). As empresas
cano, a saída encontrada passa por ampliar
precisam se preparar rapidamente para poder atender esse novo consumidor. O uso de tecnologia para esse público é uma forma de integração ao mundo. Capacitação das Pessoas – Palestrante de grande expressão mundial, Paco Underhill citou que as empresas varejistas têm que tratar bem de seus “soldados” do varejo. O engajamento também foi apresentado como um dos principais pontos a ser conquistado junto aos times das empresas varejistas. Gestão dos Negócios – Foi um dos grandes destaques da NRF, em especial para duas grandes redes varejistas mundiais, como a Tesco (rede de supermercados britânica com
“Estamos passando por profundas mudanças na forma como os consumidores estão se relacionando com as marcas.”
as fronteiras e em mercados mais complexos, a franquia passa a ser uma excelente opção e com menor grau de risco, mas que exige forte preparação para a expansão organizada e parceiros devidamente alinhados aos propósitos do negócio e marca, para poderem gerenciar bem suas franquias. Reforço dado à preocupação dessas marcas com seus franqueados em tempos de crise, sabendo da importância dos mesmos para as economias locais, dada a quantidade de famílias que dependem de seus negócios para obter o sustento local e para não ampliar os níveis de desemprego e queda no consumo.
mais de 2 mil lojas) e o Grupo Kingfisher
De maneira geral, percebe-se que esta-
(dono de marcas como Castorama, B&Q, en-
mos passando por profundas mudanças na
tre outras, com mais de 800 lojas e fatura-
forma como os consumidores estão se rela-
mento global superior a US$ 17 bilhões). Suas
cionando com as marcas, acessando todas
apresentações, gestão efetiva e simples, uma
as informações da empresa via celular ou e-
análise realista, verdadeira e transparente da
mail/smartphone e exigindo cada vez mais
empresa em cada mercado em que atua e
conhecimento da empresa sobre ela própria
planejamento estratégico e operacional de
e gerando um enorme potencial de oportuni-
três anos.
dades para aqueles que se prepararem, abra-
Sustentabilidade – Impressionante e po-
çarem as mudanças e definirem claramente o
sitiva a pressão que redes como Walmart es-
seu foco de negócios, planejando de maneira
tão recebendo e exercendo sobre seus forne-
adequada o seu futuro por um período míni-
cedores. Ajudando o consumidor a se tornar
mo de três anos, com revisões frequentes e
mais exigente e inteligente, várias lojas já
envolvendo a equipe nessa construção. Afinal,
focam sua comunicação nesse princípio e al-
há tempos não fomos tão bem referendados
gumas são exclusivas no conceito, comercia-
como brasileiros pelo mundo inteiro.
lizando somente produtos que não agridam dirigente Lojista � março 2010
� 39
v a re j o
i n t ern a c i o n a l
crise muda hábitos de
consumo Varejistas nos Estados Unidos estão aprendendo a se relacionar com um novo perfil de cliente, mais comedido em seus gastos
grande preocupação do varejo
A
ficaram cansados desse assunto”, diz
dos Estados Unidos para 2010
Weidauer.
ainda é a economia. Mesmo come-
Uma importante tendência nos
çando o ano com pequeno aqueci-
Estados Unidos é o interesse reno-
mento nas vendas que acena para
vado pelas marcas próprias. A oferta
uma recuperação gradual dos níveis
de produtos com marca dos próprios
de consumo, o País continua diante
varejistas já vinha crescendo rapida-
de um grande problema: o desem-
mente mesmo antes da recessão.
prego. Esse fator em especial tem um
Depois da crise, as famílias que corta-
grande efeito no comportamento do
ram gastos começaram a prestar mais
consumidor e na forma como ele de-
atenção nestes itens e estão cada vez
cide o que vai – ou poderá – comprar.
mais dispostas a experimentá-los. Isso
Estima-se que cerca de 27% da popu-
fez com que o investimento nessas li-
lação vive atualmente uma situação
nhas de produto aumentasse, impul-
de “estresse econômico” derivada do
sionando um aquecimento nas ven-
desemprego ou subemprego. “Até
das. A rede supermercadista Kroger,
que o mercado de trabalho melhore,
por exemplo, já trabalha com 30% de
o varejo em geral não deve ver mui-
marcas próprias em seu estoque, algo
também tiveram um grande impac-
tos sinais de recuperação”, avalia Jeff
até então inédito no mercado dos Es-
to no varejo, como o envelhecimen-
Weidauer, vice-presidente de mar
tados Unidos. “O que não se tem cer-
to da população de baby boomers
keting da Vestcom International, es-
teza é se os lucros obtidos com essa
e a ascensão da chamada “Geração
pecializada em soluções tecnológicas
postura vão continuar valendo a pena
Milênio”. Outras mudanças mais es-
para o mercado varejista. “O noticiário
quando o cenário econômico melho-
pecíficas também tiveram grande
econômico tem estado em evidência
rar”, observa Weidauer.
influência, como o crescimento em
nos últimos 18 meses e chegamos
Além da crise, algumas tendên-
importância do marketing focado no
ao ponto em que os consumidores
cias demográficas mais abrangentes
shopper (conceito para definir o con-
40 �
dirigente Lojista � Março 2010
por
diógenes fisCher diogenes@agenteinforma.com.br
sumidor no momento da compra) e o con-
contra o status quo; estão trabalhando por
sequente reconhecimento do ambiente
mais tempo ou se aposentando muito
de loja como fator preponderante para o
cedo, sempre reinventando a si
varejista se diferenciar da concorrência.
mesmos. “Definitivamente,
A “Geração Milênio” – jovens entre 20
eles não estão sentados
e 30 anos, também conhecida como “Ge-
vendo os anos dourados
ração Y” – tem ditado tendências em di-
passarem: o interesse em
versos aspectos da sociedade norte-ame-
saúde e bem-estar nunca
ricana, e também no ambiente varejista.
foi tão grande entre este
Habituados desde pequenos com banda
grupo demográfico, que
larga e celular, este consumidores têm
vem optando por uma
acesso constante à informação e esperam
postura proativa no
continuar se informando mesmo durante o
que se refere a essa
momento da compra. Pesquisas recentes
questão”,
mostraram que eles querem mais infor-
Jeff Weidauer.
analisa
mação na gôndola, mas ao mesmo tempo
Comer bem é
tendem a ser mais cínicos que seus pais
o objetivo prin-
quando se trata de escolher em qual das
cipal dos boo-
mensagens acreditar.
mers, que bus-
Transparência, honestidade e clareza
cam reduzir o
são as palavras-chave para se comunicar
risco de doenças
com este grupo, e os varejistas que já
para não ter que tra-
perceberam isso têm oferecido diferentes
tá-las. Além disso, pesqui-
canais para receber seu feedback. O novo
sas mostram que 60% das
consumidor está aberto ao relacionamento
pessoas nessa faixa etária
com as marcas, desde que ele as conside-
precisam mudar sua dieta
re relevantes e confiáveis. A mídia social
devido a alguma condição
deu a eles uma ferramenta para que sua
médica. Os varejistas têm
voz seja ouvida no mundo todo – e todos
uma oportunidade de aju-
ainda conseguem ouvir uns aos outros.
dar estes consumidores a
Portanto, os varejistas também deviam
encontrar o que eles que-
estar prestando atenção.
rem, e com isso construir
A geração baby boomer (nascida logo
um vínculo de confiança
após o final da 2ª Guerra Mundial) ainda
com este segmento de-
representa uma força poderosa no mer-
mográfico que não per-
cado, mesmo quando já se prepara para
deu sua importância eco-
a aposentadoria. Como sempre, eles vão
nômica. dirigente Lojista � março 2010
� 41
v a re j o
i n t ern a c i o n a l
Procter & Gamble testa loja virtual A multinacional Procter & Gamble planeja lançar um site de comércio eletrônico para vender suas principais marcas diretamente ao consumidor. De acordo com a empresa, a unidade virtual servirá mais como um “laboratório” para estudar hábitos de compra do
Sem desperdício Rede inova com criatividade e tecnologia
que um canal para reforçar as vendas.
Tênis customizado em loja da Nike
om o objetivo de ajudar a reduzir o
C
conseguem usar o segundo produto an-
desperdício nas residências, a rede
tes de expirar a validade.
inglesa de hipermercados Tesco lançou
A empresa também tem planos de
no início de fevereiro a campanha “Com-
aumentar a oferta dos chamados pro-
loja da Nike no Japão ocupa
pre Um e Ganhe Outro de Graça Depois”.
dutos low carbon, com menos emissões
três andares em Tóquio e
Em caráter de teste, a promoção foi reali-
de carbono em sua cadeia produtiva, e
permite ao cliente customizar
zada durante duas semanas na seção de
pretende reduzir a quantidade de lixo
seu próprio par de tênis,
hortifrúti, apenas para abacaxi, melão e
produzida pelas famílias. Ela acrescen-
tornando-o exclusivo. No andar
alface. O cliente que comprava um des-
ta que esta campanha faz parte de um
dedicado aos produtos de
tes produtos recebia um cupom quando
projeto mais abrangente para diminuir
corrida, há uma esteira para
passava no caixa, que era usado para
o impacto ambiental da rede varejista,
que o cliente possa analisar
comprar o mesmo produto na semana
que pretende reduzir a zero suas emis-
o desempenho do calçado no
seguinte.
sões de carbono até 2050. O primeiro
próprio ponto de venda.
A ideia da promoção surgiu quando
passo já foi dado no início deste ano,
a empresa percebeu que as residências
quando a Tesco inaugurou na Inglaterra
menores eram forçadas a jogar fora
a primeira loja no mundo com emissão
muitos itens comprados em ofertas do
zero e se comprometeu a investir mais
tipo “pague um e leve dois”. O feed-
de 100 milhões de libras no desenvolvi-
back mostrou que muitas famílias não
mento de tecnologias “verdes”.
42 �
dirigente Lojista � Março 2010
Recém-inaugurada, a maior
O grande salto da Li-Ning Marca chinesa chega aos EUA para concorrer com Nike e Adidas
A
rede chinesa de arti-
se tornar a maior fabricante
gos esportivos Li-Ning
de calçados esportivos em
abriu em janeiro sua primeira
seu país de origem, onde já
loja nos Estados Unidos. Com
compete de igual para igual
mais de 6,8 mil unidades na
com as duas líderes mun-
China, a marca chegou pisan-
diais. Fundada em 1990 por
do firme em território ame-
um dos mais famosos atletas
ricano e escolheu a cidade
chineses, o ex-ginasta olím-
de Portland, no estado de
pico Li-Ning, a marca tem a
Oregon, como ponto de par-
ambição de se tornar um dos
tida para testar o mercado
maiores players globais do
internacional. Não por coin-
setor nos próximos dez anos.
cidência, trata-se da mesma
Apesar desta ser a pri-
região onde estão localizadas
meira unidade da rede fora
a sede mundial da Nike e o
da China, a Li-Ning já vinha
escritório central da Adidas
estudando o mercado dos
nos Estados Unidos.
EUA há algum tempo. Desde
NA TERRA DO TIO SAM Com mais de 6,8 mil pontos de venda na China, a Li-Ning escolheu a cidade-sede dos concorrentes para instalar sua primeira loja nos Estados Unidos
Em uma jogada bem
2008 a marca mantém um
pensada de “marketing de
centro de desenvolvimento
guerrilha”, a escolha da sede
em Portland, com o objetivo
segue a estratégia agressi-
de reformular seus produtos
va que levou a empresa a
e pontos de venda.
» A Motorola acaba de
» A crise econômica
» Pesquisa da agência
» Até 2014 a China deve
lançar nos EUA uma
nos EUA também
Shoppercentric indica
superar os Estados Unidos
versão digital dos cartões
gerou aumento no
que cerca de um terço
como o maior mercado
de loja, que permite ao
uso dos cupons de
(30%) dos consumidores
supermercadista do
lojista utilizar a telefonia
desconto, que vinham
ingleses diminuiu
mundo, segundo a IGD
móvel para oferecer
caindo em desuso
suas despesas com
Retail Analysis. O mercado
descontos exclusivos e
mas apresentaram um
supermercado em
chinês movimentará US$
expandir seus programas
crescimento de
janeiro. Em 2009, esse
1,038 trilhão, contra US$
de fidelidade.
23% em 2009.
índice foi de apenas 5%.
1,016 trilhão nos EUA.
dirigente Lojista � março 2010
� 43
o p i n i ã o
|
b a n h o
de
l o j a
Lojista,
atenção! E
u costumava ficar indignada quando via-
dia desses, um varejista que não gostou muito
java para o exterior e vinha a fatídica per-
das mudanças que seu segmento sofreu, ilus-
gunta “de que país você é”, e quando o nome
trou bem esta situação na frase: “Nada como
do Brasil era pronunciado, ou a pessoa fazia
ter um leão correndo atrás de você para se
aquela cara de nada consta ou, no máximo,
mexer rápido”. Prever todas as mudanças de cenário é
conseguia citar o futebol e o Carnaval. Eu me questionava: não é possível que um
impossível. O que é possível é preparar-se
país como o nosso não receba a atenção de-
ao máximo para ter a empresa na sua me-
vida.
lhor condição. Não seja um lojista sedentário.
Demorou, mas nossa hora chegou! NRF,
Profissionalize-se! Planeje! Invista nos seus
o maior evento mundial do varejo em Nova
pontos de venda! Trabalhe o merchandising
York, nos Estados Unidos, e perdi a conta de
para melhorar o seu faturamento por metro
quantas vezes o Brasil foi citado em palestras e conversas. Definitivamente entramos no mapa do varejo global. Forças mundiais do varejo olharão para o Brasil para decidir seus investimentos. Novas empresas virão, outras poderão comprar ou se unir a empresas já instaladas no País. Seja como for, é certo que a competitividade aumentará. Isso porque tem mais gente de olho no bolso dos brasileiros. E para os varejistas o mo-
“Não seja um lojista sedentário. Profissionalizese! Planeje! Invista nos seus pontos de venda!”
mente o cenário. Entretanto, a mudança no mercado de atuação nem sempre é vista com bons olhos. Um 44 �
dirigente Lojista � Março 2010
loja! Melhore todo dia o atendimento aos seus clientes! Não ache que você está economizando o dinheiro não gasto em projeto ou planejamento de uma loja porque o amadorismo sai muito mais caro no futuro! Realize! Acredito que a quantidade de exclamações do parágrafo anterior ilustra meu desejo de que os lojistas saibam aproveitar as oportunidades que surgirão. Existem inúmeras ferramentas e ideias que podem ser utilizadas para vender mais. Nos próximos artigos
mento é de grande atenção: a vinda de um grande player mundial pode mudar completa-
quadrado! Cuide sempre da aparência de sua
Kátia Bello Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design. katia@opusdesign.com.br
abordarei algumas tendências, cases e reflexões da NRF que podem ajudá-lo a melhorar o “condicionamento físico” da sua empresa. O ano está só começando. Mexa-se!
dirigente Lojista � março 2010
� 45
perf i l
l o j i s t a
ecológico para
fazer a
diferença
46 �
dirigente Lojista � Março 2010
Empresário aposta em roupas com matéria-prima 100% orgânica, à venda em loja de baixo impacto ambiental
A Eden, localizada na Vila Mada-
sócio-proprietário da YD Confecções,
lena, um dos mais badalados bairros
indústria paulista com quatro décadas
de São Paulo, orgulha-se de ser a pri-
de tradição no ramo de confecção.
meira loja do Brasil a vender somente
Mais do que criar novos produtos, o
roupas desenvolvidas com matéria-
empresário é responsável por uma
prima 100% orgânica. Do plantio do
verdadeira revolução na cadeia pro-
algodão à confecção das peças, pas-
dutiva têxtil, que culminou com sua
sando pelos processos de tecelagem,
entrada no varejo em 2008.
tingimento e lavanderia, todas as eta-
A preocupação com o meio am-
pas de produção são certificadas pelo
biente vai além do mix de produtos
Instituto Biodinâmico (IBD). À frente
e se estende por todo o ponto de
da operação está Jorge Yammine,
venda. Instalada em um sobrado da
dirigente Lojista � março 2010
� 47
perf i l
l o j i s t a
década de 1970, a loja possui amplas
pelho d’água circunda todo o imóvel e
São Paulo. Trata-se do projeto Jardim
janelas – o que reduz os custos com
desemboca numa cascata de pedras,
Eden, com 40 espécies diferentes de
iluminação e ventilação – e é cerca-
o que ajuda a manter a temperatura
árvores, entre ipês, pitangueiras e ja-
da por um jardim que reúne diversas
interna sempre amena. “Em quase
buticabeiras, que recebem uma pla-
espécies da Mata Atlântica. Durante a
um ano de funcionamento, acho que
quinha com o nome do “dono”. “Nos-
reforma da casa nada foi desperdiça-
só ligamos o ar-condicionado da loja
so objetivo é transformar em bosques
do: os batentes das antigas portas, por
duas ou três vezes, em dias realmen-
as áreas degradadas da cidade”, afir-
exemplo, transformaram-se no piso
te muito abafados”, conta Yammine.
ma Yammine.
dos provadores. O lixo é reciclado e
Além disso, a cada compra realiza-
O desejo de investir em um produ-
os cabides, produzidos por comunida-
da na loja os clientes acumulam pon-
to social e ecologicamente sustentável
des quilombolas do Amapá, são feitos
tos e ganham árvores, que são plan-
surgiu há cinco anos. Com um terço
de bambu. Para estimular o consumo
tadas ao redor da fábrica, localizada
da produção da YD Confecções volta-
consciente de energia elétrica, um es-
no município de Conchas, interior de
da ao mercado externo, Yammine se
trajetória
1960
Início da YD Confecções, fundada pela família Yammine, descendente de libaneses. Tudo começou com uma loja de tecidos, que evoluiu para uma confecção e, em menos de duas décadas desde sua fundação, a empresa ampliou a produção em 30.000%.
2000
A sede da YD Confecções muda de São Paulo para a cidade de Conchas, interior paulista. Nesta época, cerca de um terço da produção da empresa estava destinado ao mercado externo.
2005
Com a queda da taxa de câmbio, o que inviabilizou as importações, a YD Confecções precisou demitir 300 dos 1,1 mil funcionários. É então que surge o desejo de investir em um produto social e ecologicamente correto e começam as pesquisas para desenvolver um tecido orgânico. No mesmo ano são criados o selo Now e o Projeto Coexis.
2008
Início da operação da loja Eden, localizada na Vila Madalena, em São Paulo.
48 �
dirigente Lojista � Março 2010
viu diante de uma situação delicada
técnico, entramos com uma proposta
devido à queda da taxa de câmbio re-
de comprar diretamente dos produto-
gistrada em 2005. Como o preço do
res, pagando até 30% acima do que
dólar despencou e inviabilizou as ex-
eles estavam acostumados a rece-
portações, foi preciso demitir 300 dos
ber”, conta. A YD Confecções trabalha
1,1 mil funcionários. Nas palavras do
com famílias de áreas rurais localiza-
empresário, foi um “choque geral”,
das também nos estados da Paraíba,
tanto para a empresa como para a ci-
Minas Gerais e Goiás, todos capacita-
dade-sede, que sentiu o abalo das de-
dos e certificados pelo IBD. “A maior
missões. “Ficamos chateados demais
dificuldade está em convencer alguns
com essa situação. Temos um contato
produtores a sair da agricultura con-
muito próximo com os colaboradores
vencional para a orgânica, já que
e demitir 30% do quadro de funcio-
num primeiro momento é comum re-
nários, ainda que fosse inevitável na-
gistrar uma queda na produção, que
quela situação, foi muito traumatizan-
se estabiliza a partir da segunda ou
te”, relembra. Para reverter a situação,
terceira safra.”
Yammine chegou à conclusão de que
Vencido o desafio de capacitar os
era preciso construir um novo merca-
fornecedores, era preciso ainda re-
do e desenvolver um produto susten-
solver o problema do tingimento e
tável, capaz de gerar emprego, renda
da lavanderia, duas das etapas mais
e lucro “sem depender do câmbio e
críticas da cadeia têxtil no que diz
do bom humor de ninguém”.
respeito ao uso de aditivos químicos.
A saída foi investir no então in-
Afinal, segundo Yammine, “de nada
cipiente, porém promissor, ramo de
adianta ter um cuidado absoluto du-
produtos orgânicos. Como não encon-
rante a produção do algodão e depois
trou nenhum tipo de algodão orgâni-
utilizar corante químico, altamente
co no mercado – e muito menos qual-
poluente”. Mais uma vez foi preciso
quer referência à produção de tecidos
investir em pesquisas intensivas para
orgânicos – Yammine precisou come-
desenvolver uma linha de cores feitas
çar a partir do zero. O primeiro passo
com pigmentos e corantes naturais,
foi reunir uma equipe de técnicos e
extraídos de plantas da flora brasilei-
iniciar um programa de estímulo à
ra, como urucum, jenipapo, aroeira e
produção de algodão orgânico, capa-
açafrão-da-terra, entre outras. A YD
citando 15 famílias de pequenos agri-
Confecções produz apenas o corante
cultores da região de Altônia, oeste
índigo, muito utilizado na fabricação
do Paraná. “Os agricultores estavam
de jeans. O restante é produzido por
acostumados a vender o algodão a
parceiros da empresa, devidamente
intermediários, que pagavam um
certificados para a produção orgâni-
preço muito baixo. Além do suporte
ca segundo critérios do IBD. “Nosso dirigente Lojista � março 2010
� 49
perf i l
l o j i s t a
objetivo é resgatar as antigas técni-
atua desde os sete anos de idade,
cas de fixação do corante natural nas
Yammine nunca tinha trabalhado no
fibras têxteis, já que há 200 anos, por
comércio antes. Para auxiliar na ges-
exemplo, não existiam corantes quí-
tão da Eden, o empresário conta com
micos e nem por isso as cores eram
o auxílio de Renata Yammine Cigerza,
menos exuberantes.” Como forma de
sua irmã. Trabalhar em família, aliás, é
eliminar o uso do cloro na lavanderia,
uma tradição, já que a YD Confecções
os jeans são desbotados a partir de
– fundada na década de 1960 – foi lite-
uma solução feita à base de açúcar,
ralmente passada de pai para filhos.
que garante o mesmo efeito e tem a vantagem de ser biodegradável.
Apesar da pouca intimidade com o varejo, Yammine valeu-se do conhe-
Para administrar a cadeia têxtil sus-
cimento adquirido como fornecedor
tentável e organizar o novo ramo de
de marcas do porte de Zoomp, Triton,
atuação da YD Confecções, foi aberta
Osklen e Siberian para criar a coleção
uma nova empresa, chamada Projeto
da Eden. O maior desafio, segundo o
Coexis. Além disso, foi criado o selo
empresário, ficou nas mãos da equipe
Now – abreviação de Natural Organic
de estilistas, que precisou lidar com a
World – que garante a origem orgânica
restrição de matérias-primas para de-
das matérias-primas e dos processos
senvolver as primeiras peças. “Como
de industrialização empregados na fa-
somos nós que produzimos todos os
bricação das peças. Além das roupas
tecidos e corantes – e não pode haver
da grife Eden, marcas como Redley, Rip
nada sintético – é impossível ter uma
Curl e Cantão já possuem peças com o
variedade de roupas muito grande na
selo Now em suas coleções. “É uma
primeira coleção.” Com cerca de 180
tendência irreversível: toda marca terá
itens no mix de produtos – entre ar-
que investir em produtos ecológica e
tigos masculinos e femininos – a in-
socialmente corretos daqui para fren-
tenção é que esse número cresça a
te”, reflete o empresário.
cada estação. “No inverno passado
Focado na pesquisa e no desen-
conseguimos dobrar a quantidade de
volvimento dos têxteis orgânicos,
itens”, revela Yammine. Animado com
Yammine ainda não planejava abrir
os resultados da loja, Yammine pre-
uma loja. “Estávamos mais preocupa-
tende triplicar as vendas em 2010.
dos em desenvolver a matéria-prima.
Também estão nos planos do empre-
Quando deu certo é que chegamos à
sário a abertura de mais uma unidade
conclusão de que era hora de mon-
e a produção de roupas para o público
tar uma coleção própria e investir no
infantil, “mas ainda não temos nada
ponto de venda.” Com vasta experi-
definido, estamos acertando um passo
ência no ramo de confecções, em que
de cada vez”.
50 �
dirigente Lojista � Março 2010
Jorge Yammine Marcas terão que investir em produtos ecológica e socialmente corretos com maior frequência
Eden Fundação »2008 Sede »São Paulo Tipo de negócio »Loja de vestuário especializada em roupas 100% orgânicas Número de itens no mix »180 (entre masculino e feminino) Número de funcionários »3 (na loja, exceto equipe de estilistas)
dirigente Lojista � março 2010
� 51
FOTOS divulgação Casa/APIS
Produtores de mel do Piauí ganham selo de comércio justo Casa Apis, com sede no município de Picos, é a primeira cooperativa do setor na América Latina a obter a certificação Fair Trade ASN/Xeyla Oliveira, Brasília
do Sebrae 52 �Empreender dirigente Lojista �Informe Março 2010
A Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), com sede no município de Picos (Piauí), é a primeira cooperativa do setor na América Latina a obter certificação de comércio justo (Fair Trade), concedida pela Flor-Cert, certificadora alemã líder de mercado. A conquista veio após um ano de trabalho do grupo, formado por cerca de mil apicultores, com apoio
Março
do Sebrae. Com esse diferencial, o mel produzido em Picos será exportado com preço acima do mercado, acrescido de 15%. Essa porcentagem é uma espécie de prêmio para o produto que possui certificação de comércio justo e deve ser obrigatoriamente revertida em prol do grupo e da região. A Casa Apis reúne dez cooperativas – nove no Piauí e uma no Ceará. “A certificação potenciali-
qualificação
Certificação Fair Trade garante preço 15% acima do mercado para o mel orgânico de Picos
za a dinâmica comercial da central e beneficia diretamente as cooperativas filiadas e envolvidas no processo”, afirma o presidente José Leopoldo. Para se enquadrar nesta categoria, os produtores devem se organizar em associações, adotar um processo democrático de decisões, ter a igualdade entre homens e mulheres, respeitar as leis trabalhistas e o meio ambiente. Já as empresas que compram pelo sistema comprometem-se a adquirir matérias-primas certificadas e a pagar um preço mínimo para possibilitar a produção. Após a certificação, a central fechou contrato para enviar, em março, sete contêineres, com 280 quilos cada, para empresas distribuidoras da Bélgica, com potencial para atingir 26 países da Europa e
Ásia, e dos Estados Unidos. O país europeu optou por receber o alimento a granel. Já os norte-americanos querem que o mel chegue pronto para consumo. No caso da empresa americana, o produto seguirá com três agregações de valor, devido à certificação de mel orgânico, certificação de comércio justo e envio do mel fracionado (embalado em sachê, bisnaga, entre outras formas). A Itália também já manifestou interesse em adquirir o mel certificado. “O comércio europeu está disposto a pagar mais pelo produto. O mesmo ocorre no Brasil, porém em proporção menor. Hoje já encontramos nicho de mercado internamente”, explica Leopoldo. Atualmente o preço do mel no mercado internacional é de US$ 3,20 o quilo. Com a certificação
de comércio justo, o valor ganha reforço de US$ 0,15 sobre o quilo vendido. No caso da Casa Apis, que também possui certificação de mel orgânico, o preço ganha ainda por um segundo acréscimo. A central de apicultores adquiriu essa certificação em 2009. No primeiro ano da novidade, os apicultores tiveram aumento de 20% no valor comercializado, passando de R$ 2 milhões para R$ 2,4 milhões. O Sebrae apoiou a Casa Apis a adquirir tanto a certificação de mel orgânico quanto a de comércio justo. A instituição investiu R$ 400 mil, sendo R$ 200 mil para cada certificação. Nesses valores estão inclusos gastos com os registros e o monitoramento permanente dos apicultores. A região ganhou recentemente o Centro de Tecnologia Apícola do Piauí (Centap).
Março Informe do Sebrae dirigente LojistaEmpreender � março 2010 � 53
pr o j e t o
de
l o j a
Para agradar
um bando de por Fábio almeida
54 �
dirigente Lojista � Março 2010
loucos
A Poderoso Timão, loja oficial do Corinthians, entra no clima do centenário do clube com uma reforma sob medida para a fiel torcida
dirigente Lojista � março 2010
� 57 55
pr o j e t o
de
l o j a
Ao custo de R$ 1,5 milhão, a obra consumiu quatro meses e resultou em um prédio de estrutura metálica, com fechamentos em bloco de concreto e com cobertura 56 � 54 � � de telha metálica. dirigente Lojista empreendedor Março 2010
Fevereiro 2010
ano de 2010 é especial para o
O
Jorge, em São Paulo. Para começar, o
time do Corinthians e toda a sua
visitante é conduzido do Memorial do
fanática torcida. É o ano do centenário
Clube para a loja através de um cor-
do clube e também da volta do time do
redor subterrâneo escuro, similar aos
Parque São Jorge à Libertadores, sem
que conduzem os jogadores do vesti-
contar a contratação do lateral Roberto
ário ao gramado. Para colaborar com a
Carlos que, ao lado de Ronaldo, forma
imersão, alto-falantes reproduzem os
a dupla de pentacampeões do Timão.
gritos de guerra cantados pela torcida
E com atrativos assim, o que um lojista
durante os jogos.
pode fazer para não desperdiçar essa
Já dentro da nova loja, que tem
grande oportunidade de negócio? No
400 metros quadrados, o consumidor
caso da loja temática Poderoso Timão,
tem acesso a toda a linha de produ-
especialista em produtos do Corin-
tos oficiais do Timão, como camisetas
thians, a resposta veio em forma de
oficiais e de treino, uniformes históri-
um novo ambiente de loja.
cos, bolas, chuteiras e calções. Grande
Como vender mais para o “bando
parte deste material está exposta em
de loucos” torcedores do Corinthians?
manequins sentados e vestidos como
Para o arquiteto Guto Sciotti, da AZDe-
torcedores numa arquibancada estru-
sign, a resposta é simples: a loja tem
turada por tubos metálicos. Ao fundo,
que ser um deles, exibindo de forma
painéis exibem grandes fotos em preto
apaixonada vários elementos do Ti-
e branco da torcida em dia de estádio
mão e sua torcida. Pois esta foi a linha
lotado. Ideias que foram desenvolvi-
mestra da reforma implementada no
das em conjunto com o Departamen-
final de 2009 por Sciotti na loja Pode-
to de Arquitetura da Nike, fornecedora
roso Timão, localizada no Parque São
do material esportivo do Corinthians e
Guto Sciotti Exibir os produtos do Corinthians de forma apaixonada foi prioridade na reforma realizada na loja
a loja Local: Parque São Jorge, São Paulo Inauguração: dezembro de 2009 Área antes da reforma: 80 m2 Área após a reforma: 400 m2 Destaques: túnel de acesso, exposição de produtos em arquibancada, iluminação zenital e fachada simulando bandeiras
dirigente Lojista � março 2010
� 57
pr o j e t o
de
l o j a
jetos do arquiteto Frank Gehry, como
primeiro mês já registramos um au-
Ao custo de R$ 1,5 milhão, a obra
o Museu Guggenheim de Bilbao, na
mento de 120% no volume de ven-
consumiu quatro meses e resultou em
Espanha, e o Walt Disney Concert Hall
das em relação a novembro de 2008.
um prédio de estrutura metálica, com
de Los Angeles, nos Estados Unidos”,
Mas ainda esperamos chegar a uma
fechamentos em bloco de concreto
revela Sciotti.
média 200% maior”, acredita Eduar-
colaboradora da reforma.
e com cobertura de telha metálica.
A loja anterior, administrada pela
A loja como um todo passou a apro-
Roxos e Doentes e inaugurada em
veitar a iluminação solar, o que gerou
2004, possuía apenas um quinto da
Como no Corinthians nada é fei-
um ambiente mais claro e economia
área da nova estrutura e ficou peque-
to sem paixão, Guto Sciotti, que é
no uso de lâmpadas. Na fachada, que
na rapidamente, já em 2005, com a
torcedor, comemorou a abertura da
foi direcionada para a rua, a marqui-
abertura do Memorial do Corinthians.
nova loja com a execução do hino
se ondulada ostenta uma testeira e a
O fluxo de consumidores se tornou
do Timão em saxofone. “Para mim
reprodução de bandeiras alvinegras
muito grande para uma loja com
foi uma grande alegria e uma gran-
tremulando como em um dia de jogo.
apenas dois checkouts. Na nova loja,
de honra poder fazer um projeto de
“O desenho foi influenciado por ele-
também gerenciada pela mesma em-
arquitetura para o meu time do cora-
mentos formais característicos de pro-
presa, são seis caixas faturando. “No
ção”, finaliza Guto.
58 �
dirigente Lojista � Março 2010
do Rosemberg, proprietário da Roxos e Doentes.
dirigente Lojista � março 2010
� 59
o p i n i ã o
|
s o b re
l o j a
o gerente
diligente H
é você.
á muito tempo eu não encontrava uma palavra que “casasse” tão bem com
- Não fale o que vai fazer um dia, mas
a função de um gerente: diligente. Temos o
faça o que foi planejado para o ano com as
costume de procurar sempre o caminho mais
mudanças que forem necessárias.
fácil, que já conhecemos, por isso a grande
- Respeite seus clientes vendendo produ-
maioria dos gerentes pode ser chamada de
tos que sejam de sua satisfação. Isto quer
“gerentes de fim de linha” – porque fazem
dizer respeitar as normas de conduta. Não
o estritamente necessário. Se é em uma
entregar produto diferente do que você pro-
grande rede de lojas, fazem só o que está no
meteu.
manual. E se é numa pequena loja, somente
- Não se achar mais esperto que sua equi-
o que o chefe gosta. Não crescem nunca e
pe ou mesmo seus clientes ou fornecedores.
acabam emburrecendo.
Cuidado com a adulação interesseira. Seus
O que precisamos é de gerente que seja diligente ou que: - Seja meticuloso no seu trabalho do dia a dia. Tanto no que diz respeito aos seus colaboradores como tudo o que diz respeito à sua loja e clientes. - Tenha desejo de ganhar, trabalhar com sua equipe para que sejam realmente líderes
“Gerente fim de linha faz só o necessário, não cresce e emburrece.”
clientes e parceiros podem não perceber isso da primeira vez, mas logo saberão que tipo de gerente você é. - Cuidado com seus chefes e fornecedores quando lhe oferecem muito por pouco. Tenha cuidado que com certeza estarão o passando para trás. - Escolher bem os seus parceiros: isso
entre os seus concorrentes, tendo uma linha
dará ao gerente uma tranquilidade no dia a
de produtos que os clientes queiram comprar,
dia de seu trabalho. Por isso é importante
de boa qualidade. - Evite ter a sua vida controlada e permitir que isso aconteça no dia a dia. Sabemos que toda empresa grande ou pequena tem controles que são importantíssimos, mas o seu trabalho no dia a dia quem tem que controlar 60 �
dirigente Lojista � Março 2010
Josemar Basso Administrador de empresas, consultor e palestrante. josemarbasso@ officemarketing.com.br
investir muito tempo e dedicação na seleção e escolha de novos colaboradores. Se você se cerca de incompetentes pode ter certeza que sua equipe será incompetente. - Sempre que procurar escolher um novo trabalho, avalie o caráter dos participantes
desta empresa; da mesma forma avalie o caráter de quem
prestando atenção nas informações que lhe estão passando,
vai trabalhar com você. É importante observar a integridade
para poder fazer uma avaliação ampla de todas as informa-
da empresa. Fale com os clientes e procure saber como fun-
ções e saber que direção tomar. Escute com atenção.
cionam as trocas, devoluções, a qualidade dos produtos com os quais trabalha.
- Treine as suas apresentações de novas ideias antes de apresentá-las à equipe. O gerente tem que ter certeza de
- Deve ter bem claras as metas e objetivos – claros e atin-
que sua equipe compreendeu e entendeu a mensagem. Seja
gíveis – para poder planejar e trabalhar com a equipe. Assim
persuasivo. Veja hoje como as igrejas em seus programas de
poderá atingir as cotas e vibrar com sua equipe.
TV são especialistas em captar dinheiro para si e vender ideias
- O gerente escolhe seus parceiros, mas isso só não é importante. No dia a dia deve avaliar o que está sendo feito e sempre elogiar, sinceramente, a ação ou trabalho bem-feito do colaborador.
para conseguir novas adesões. Com isso conseguem o dízimo e ao mesmo tempo novo “servo”. - Coloque sempre os seus pensamentos, as suas ideias, o que você viu e ouviu no papel e veja aonde pode aplicar na
- Não erre sozinho, procure ter sempre alguém com mais
sua vida ou na sua loja. Isso é importante para criar um banco
experiência que possa se aconselhar ou trocar ideias. Isso
de ideias para aplicar na sua loja no dia a dia. Sempre inovar
sempre facilitará o caminho de toda a equipe com as novas
com a maior possibilidade de acertar.
proposições de serviços ou novas definições de produtos ou merchandising. - Cuidado quando for criar as campanhas promocionais, ou
- Evite a preguiça e a procrastinação (adiamento) nos seus projetos e no dia a dia, bem como a vaidade e a arrogância com seus parceiros e fornecedores.
nos períodos de descontos que realmente sejam promoções
Para tudo isso o gerente precisa ter uma visão clara e bem
e que a propaganda de sua loja seja honesta mostrando re-
definida do que pretende para a sua loja e para a sua vida.
almente o produto, a oferta, o prazo, a entrega que sua loja
Sem isso não adianta nada. Será um resolvedor de problemas
pode cumprir.
e nunca um criador de soluções, muito menos um gerente
- Com sua equipe é importante falar menos e escutar mais,
inovador, um Gerente Diligente.
Diligente Que tem ou emprega diligência, ativo, zeloso, cuidadoso, pronto, rápido, vigilante, atento, aplicado, trabalhador.
Diligência Presteza em fazer alguma coisa. Atenção, economia, poupança, aplicação, pesquisa, zelo, cuidado (para conseguir algo). Atividade, pressa em executar, esforçar-se. Prontidão, busca, averiguação.
dirigente Lojista � março 2010
� 61
t e c n o v a re j o
dentro das
regras A
criação do Convênio ICMS 15,
çou o BemaCash, solução que realiza
em abril de 2008, pelo Conse-
as operações básicas e necessárias
lho Nacional de Política Fazendária
de um PDV e interage com outros
(Confaz), colocou a tecnologia em
sistemas de retaguarda. Além da ho-
uma nova posição na gestão do vare-
mologação no PAF-ECF, o BemaCash
jo. Com os procedimentos estabele-
oferece outras funcionalidades como
cidos pelo Programa Aplicativo Fiscal
operações e monitoramento de PDV,
– Emissor de Cupom Fiscal (PAF-ECF),
consultas, vendas autocaixa, cadastro
a tecnologia passou também a auxi-
de vendedor, importação de arquivo
liar na fiscalização de tributos, trans-
e exportação do arquivo ECF, operan-
formando os softwares em processo
do ainda com todos os emissores de
de controle fiscal, com a abertura de
cupom fiscal do mercado.
Bematech lança solução que facilita adequação de softwares às novas exigências fiscais
um “menu fiscal”, exigência do go-
De acordo com o gerente de par-
verno, para incluir todos os dados so-
cerias da Bematech, Luis Antônio Lui-
adequarem à nova legislação fiscal
bre a movimentação financeira, sem
ze, a ideia de criar a solução nasceu
também com muito mais agilidade.
necessidade de senha. As especifica-
do relacionamento contínuo mantido
“O BemaCash foi criado para o par-
ções do PAF-ECF mexem diretamente
pela empresa, uma das líderes no
tner e a parte legal não será mais
com as empresas que fornecem so-
ramo de automação comercial no
uma preocupação do parceiro e sim
luções de automação de varejo, que
Brasil, com os desenvolvedores de
da Bematech”, conta Luize. “Ele não
estão obrigadas a se adequar à nova
software através do Programa BSP
precisará investir em homologações,
realidade, o que pode gerar um custo
(Bematech Software Partners), ini-
a Bematech já fez isso e por isso o
de até R$ 15 mil, entre desenvolvi-
ciativa com mais de 12 anos de exis-
foco do partner continua a ser o rela-
mento e homologação.
tência. Outro motivo que incentivou
cionamento com o cliente”, destaca.
Para facilitar esta adequação e
a oferta do BemaCash foi a neces-
De acordo com a Bematech, como a
torná-la menos onerosa para o caixa
sidade desses parceiros – estratégi-
ferramenta proporciona integração de
das software-house, a Bematech lan-
cos no trabalho da Bematech – se
forma muito prática, o cliente de varejo
62 �
dirigente Lojista � Março 2010
pode instalar o BemaCash na frente de
tuições financeiras de crédito, como
caixa e continuar utilizando o software
Serasa e Cheque Express. O produto
de retaguarda que já possuía, para o
oferece ainda interface simples para
qual não existe legislação de uso. “A
o operador de caixa, agilizando o
solução vem ao encontro das necessi-
processo de leitura de código de bar-
dades das empresas de software em
ras, seleção de forma de pagamento
função das constantes mudanças na
e finalização da venda. Em caso de
legislação. Assim, nossa empresa tem
impossibilidade de reconhecimen-
mais tempo de se dedicar às questões
to do código de barras, o operador
do negócio do cliente”, afirma Alexan-
pode encontrar o produto pela digi-
dre Loef, da NetVision Sistemas, um
tação do código ou ainda pela des-
parceiro da Bematech.
crição da mercadoria. E para quem
Quem deve utilizar o PAF-ECF 1 – empresas cujo faturamento bruto anual/ seja igual ou superior a R$ 120 mil; 2 – empresas cujo faturamento bruto anual seja inferior a R$ 120 mil, mas que estejam enquadradas em pelo menos uma das seguintes situações: a) utilize o equipamento POS (Point Of Sale) para imprimir o comprovante de pagamento com cartão de crédito;
Com o BemaCash o varejista pode
quer se certificar se seu fornecedor
associar as vendas aos clientes ca-
de TI oferece software homologado,
dastrados e assim gerar promoções
a dica é solicitar ao vendedor a cópia
específicas a um grupo de clientes.
do Despacho do secretário-executivo
b) utilize em seu estabelecimento equipamento de processamento de dados (automação comercial); ou
Outra característica do produto é a
do Confaz que publica o PAF-ECF no
c) utilize balança computadorizada.
possibilidade de consulta às insti-
Diário Oficial da União. dirigente Lojista � março 2010
� 63
t e c n o v a re j o
Mobilidade para o varejo Motorola lança três novas soluções no Brasil ainda em 2010 lém de apontar o futuro do va-
A
gar o futuro do varejo hoje, ajudando
rejo, a National Retail Federation
os varejistas a estabelecer novas co-
(NRF), o principal evento mundial do
nexões com os clientes”, disse Frank
segmento, também é um lugar para o
Riso, diretor-sênior de varejo da área
lançamento de novos produtos e servi-
de Soluções de Mobilidade para Go-
ços. Na edição deste ano, realizada em
verno & Empresas da Motorola. “Com
Nova York no mês de janeiro, a Moto-
seu diversificado portfólio de soluções
rola apresentou três soluções de mobi-
empresariais, a Motorola possibilita que
lidade para o varejo que serão lançadas
os funcionários do varejo trabalhem de
no Brasil ainda neste primeiro trimes-
maneira mais inteligente, melhorem
tre: o MC3100 (foto), o MC3090-Z RFID
sua produtividade, permaneçam conec-
e o RCH50 Rugged Cabled Headset. “A
tados e ofereçam aos clientes a experi-
Motorola está comprometida a entre-
ência de compras que desejam.”
MC3090-Z RFID Com tecnologia RFID Gen 2,
MC3100 Computadores móveis com
RCH50 Rugged Cabled Headset
este leitor de mão incorpora
grande poder de processamento,
a primeira antena de eixo
opções avançadas de captura de
duplo, com um campo de
dados e formato mais versátil.
produtividade de trabalhadores
leitura mais comprido e mais
Projetados para aplicações
em armazéns, o fone de ouvido
largo, que proporciona captura
baseadas em teclado e
substitui processos baseados
mais precisa e mais rápida de
touchscreen, como administração
em papel com soluções
dados de etiquetas. Indicado
de preços, estoques, controle
gerenciadas por voz que
para contagem de estoque,
de inventário, processamento
oferecem processamento em
inventário e rastreamento de
de devoluções e expedição,
tempo real, redução de erros
ativos. Também permite a
os dispositivos da série
e tomadas de decisão mais
leitura de código de barras,
MC3100 ajudam os varejistas a
precisas.
o que reduz o número
agilizar processos, aumentar a
de dispositivos que as
produtividade dos colaboradores
organizações precisam comprar
e melhorar o atendimento e a
e administrar.
satisfação do cliente.
64 �
dirigente Lojista � Março 2010
Projetado para melhorar a
dirigente Lojista � março 2010
� 65
t e c n o v a re j o
Olho nas microtendências O
consultor de marketing digital Silvio Tanabe dá a dica: “Se o obje-
tivo da sua empresa é criar diferenciais para estar à frente dos concorrentes, fique atento também às microtendências, atividades de pequenos grupos com potencial de provocar grandes transformações na forma como usaremos a internet nos próximos anos”. O conceito de
Consultor destaca a força das minorias na internet que podem fazer a diferença na disputa pelo mercado de soluções no Brasil
microtendências, de acordo com Tanabe, é um fenômeno restrito a menos de 1% da população, mas é capaz de influen-
Microtendência 1
Microtendência 2
Microtrends: the small forces behind
A internet substitui
Virtualização
tomorrow’s big changes (em portu-
os telefones fixos
das reuniões
guês, Microtendências: as pequenas
Computadores móveis
ciar fortemente toda a estrutura de um país e ganhou popularidade com o livro
Outra consequência da
forças por trás das grandes mudanças
com grande poder de
popularização de plataformas
de amanhã). “Para comprovar sua tese,
processamento, opções
como o Skype é a virtualização
o autor do livro, Mark Penn, profissional
avançadas de captura de dados
das reuniões. Isso porque é
que atua na área de pesquisa de merca-
e o formato mais versátil para
possível não apenas conversar,
do nos Estados Unidos, levantou 75 mi-
computação móvel. Projetados
mas visualizar o interlocutor e
crotendências ocorridas em seu país”,
para aplicações baseadas
compartilhar a tela do próprio
conta Tanabe, que presta consultoria
em teclado e touchscreen,
computador. Assim é possível,
na Magoweb e mantém o blog Clínica
tais como administração de
por exemplo, apresentar um
Marketing
preços, estoques, controle de
relatório para um cliente em
com/clinicadigital). Para ele, já é pos-
inventário, processamento
detalhes e tirar todas as dúvidas
sível detectar o comportamento de
de devoluções e expedição e
sem ter de se deslocar de
minorias com potencial de mudar os
recebimento, os dispositivos
seu escritório. É uma solução
hábitos da maioria também na internet
da série MC3100 ajudam os
perfeita para agilizar reuniões
brasileira. Confira a seguir cinco micro-
varejistas a agilizar processos,
e evitar deslocamentos
tendências identificadas por Tanabe que
aumentar a produtividade dos
desnecessários e cada vez mais
deverão influenciar o uso da web no
colaboradores e melhorar o
difíceis nos grandes centros
Brasil em 2010, tanto em relação aos
atendimento e a satisfação do
urbanos por causa do trânsito e
consumidores quanto às empresas.
cliente.
dos congestionamentos.
66 �
Digital
(www.magoweb.
dirigente Lojista � Março 2010
Microtendência 3
Microtendência 4
Microtendência 5
Fim da supremacia
Pontas de estoque
Compra direta
do “clique”
e clubes de compra
nos Estados Unidos
Uma das principais formas
Sem alarde, lojas virtuais que
Aproveitar os descontos na
de mensurar os resultados das
funcionam como pontas de estoque
internet para ficar de olho nas
campanhas de publicidade on-
ou clubes de compra, como Privalia,
megaliquidações é o filão dos
line sempre foi o custo por clique,
Brands Club e Superexclusivo, estão
sites de compra direta nos Estados
o valor pago pelo anunciante
se tornando uma febre entre as
Unidos. Sites como Skybox e
sempre que um internauta clica
mulheres justamente por reunir
Aeropost (que passou a operar
em seu anúncio. Estudo recente
tudo o que elas gostam: produtos
recentemente no Brasil) não são
revelou que um banner ou
de marcas famosas por preços
lojas virtuais, mas facilitadores de
anúncio, mesmo não clicado,
incrivelmente baixos, vendidos em
entrega. Ao se cadastrar, você passa
influencia diretamente nas vendas
um lugar que só as iniciadas no
a ter uma caixa postal nos Estados
por meio da exposição da marca.
mundo das compras conhecem. É
Unidos (vinculada diretamente
A pesquisa mostrou que os
possível encontrar, por exemplo,
ao escritório da empresa), onde
banners aumentaram as vendas
biquínis da badalada grife Lygia &
pode endereçar as suas compras.
dos varejistas norte-americanos
Nanny (que em shopping centers
Ao chegar, sua encomenda é
em 22%, mesmo com baixas
não saem por menos de R$
despachada diretamente para
taxas de cliques. Isso avalizam
300) por apenas R$ 39,90. Mas
o Brasil, com todos os impostos
a opinião dos que há tempos
para aproveitar é necessário ser
inclusos. A vantagem desse serviço
defendem novas formas de avaliar
apresentada por uma amiga já
em relação à remessa direta é o
os resultados do marketing digital.
cadastrada no site.
custo do frete. dirigente Lojista � março 2010
� 67
o p i n i ã o
|
i de i a s
e
e s t r a t ég i a s
a hora e a vez do
SHOPPER MARKETING O
mundo, necessitado de transformações
o consumidor) estão estáticos e com viés de
essenciais, assiste a uma crescente dú-
queda, a verba destinada ao shopper marke-
vida: a eficiência do marketing tradicional. Nos
ting dobrou de 2004 a 2007. A pesquisa tam-
Estados Unidos, somente em 2006, mais de 32
bém faz uma previsão estimativa de que essa
mil produtos foram lançados. Lá, um consumi-
verba crescerá ainda mais até 2010, em um
dor regular é atingido por 3 mil mensagens de
ritmo maior do que o marketing na internet, e
marketing por dia. Como ninguém consegue
atingirá 8% do investimento global de comu-
absorver tanta informação, o cérebro humano
nicação dos Estados Unidos neste ano.
cria barreiras de proteção, como um gerencia-
Mas, afinal de contas, o que vem a ser
dor de spams. O resultado disso é que a maio-
shopper marketing? Por que inventar uma nova
ria das mensagens de marketing emitidas não
forma de marketing? Será mais um modismo
é percebida pelos consumidores.
nessa economia cheia de incertezas? Uma ino-
Reagindo à reação de proteção dos consumidores, as empresas estão estudando, através do branding, como entrar em contato com seus consumidores, tocando fundo as suas emoções. Mesmo com as contínuas pesquisas e a ciência apoiando suas iniciativas de marketing, as empresas em geral não foram bem-sucedidas:
“O marketing no varejo se tornou mais complexo nos últimos anos.”
vação semiótica, uma reinvenção da mesma coisa, criando novas embalagens cosméticas para o mesmo processo de comunicação? Nenhuma das opções acima. Na verdade, alguns fatos vêm acontecendo desde o final do século passado. Paco Underhill, um geógrafo urbano, começou a fazer pesquisas em
68% dos consumidores norte-americanos de-
ambientes de varejo e ficou surpreso com suas
claram trocar suas marcas preferidas na hora
descobertas. Dirigiu sua atenção à psicologia
das compras. Mais ainda, somente 5% deles
ambiental, um campo disciplinar que estuda a
se dizem fiéis a uma única marca.
reação humana ao seu ambiente, e lançou um
Uma pesquisa realizada em 2007 pela Deloitte Consulting LLP para a GMA (Grocery Manufacturers Association) mostrou que, se o
Rique Nitzsche Diretor de criação e gestor de projetos da AnimusO2. www.animus.com.br
livro chamado Vamos às compras! A ciência do consumo (Ed. Campus-Elsevier), em 1999. Foi
um sucesso mundial de vendas. Ele lançou al-
destino das verbas para o marketing tradicional
guns pensamentos que ficaram para sempre
e as promoções (tanto para o trade como para
na prática do varejo. Criou a ideia da “experi-
68 �
dirigente Lojista � Março 2010
ência de compra” e apresentou-nos um novo
chamado Buy-ology, truth and lies about why
consumidor ainda meio desconhecido, aquele
we buy, no qual ele apresenta sua investiga-
que está dentro de uma loja e se transforma
ção de três anos em neuromarketing, em par-
em um shopper (comprador). Ele descobriu
ceria com pesquisadores de Oxford, com cerca
que o consumidor imagina uma compra, entra
de 2 mil voluntários que tiveram suas mentes
em uma loja e se comporta de uma forma di-
escaneadas durante uma sessão de estímulos
ferente da programada; então ele reuniu uma
de mensagens de marketing.
equipe de profissionais de ciências sociais, psi-
Essas iniciativas buscam conhecer melhor
cologia, antropologia, semiótica, marketing,
o consumidor, aquela pessoa que é o alvo do
comunicação e estatística para estudar como
marketing tradicional, uma disciplina construída
eles pensam e agem quando estão momen-
para se comunicar com pessoas que assistem
taneamente em um estado psicológico modi-
TV, leem um anúncio impresso, abrem uma
ficado.
mala direta, e estão normalmente sentadas. É
Vários outros fatos vieram tornar o marke-
claro que pessoas escutam rádio também em
ting de varejo mais complexo. De um lado,
movimento, mas os shoppers estão sempre
explodiram as ofertas de canais de televisão,
em movimento dentro das lojas e sujeitos a
jornais e revistas; de outro, 20% dos lares
interações ainda não totalmente conhecidas,
norte-americanos já possuíam sistemas como
porém cada vez mais investigadas.
o TiVo, que permitem aos telespectadores evi-
Mas o que fazer com toda essa informa-
tar os anúncios de TV. A grande maioria das
ção? Nesse momento, as grandes empresas do
revistas norte-americanas sofreu quedas de circulação depois de 2000. Cresceu, e muito, o percentual das pessoas insatisfeitas com uma marca ou uma loja. Nos Estados Unidos, 73% dos consumidores compram uma mesma categoria de produto em cinco ou mais diferentes canais de venda. Somente 26% deles são leais a uma cadeia de lojas. Some-se a isso uma
“Os shoppers estão sempre sujeitos a interações cada vez mais investigadas.”
planeta estão montando seus departamentos internos de shopper marketing e procurando por empresas estratégicas que consigam tornar todo esse conhecimento em uma comunicação eficaz diretamente com seus shoppers. Se o branding constrói uma marca e o consumer marketing gera atração por essa marca, o shopper marketing deverá ativar a conversão da
consciência crescente dos direitos do consumi-
marca no PDV, na mídia final e decisiva, atu-
dor e uma percepção da indiferença das mar-
ando de forma complementar a todas as ati-
cas pelos problemas dos consumidores.
vidades de marketing do cliente. Afinal, é no
Vem crescendo a contribuição da ciência
ponto de venda que a derradeira mensagem da
neurológica para a investigação de como nos
marca atinge, por poucos segundos, o shopper
comportamos. Em 2003, um professor de Har-
presente, que está em movimento diante do
vard chamado Gerald Zaltman publicou um
produto ou serviço, mas com intenção de com-
livro denominado How customers think. Em
prar para satisfazer suas necessidades.
2008, o especialista em branding e pesquisador Martin Lindstrom editou seu quinto livro
Estamos diante de uma nova transformação da comunicação e do marketing. dirigente Lojista � março 2010
� 69
b r a s i l
l o j i s t a
Liquida Tchê mobiliza CDLs gaúchas Liquida Tchê, iniciativa coorde-
O
pelas ruas da cidade.
nada pela FCDL com a participa-
A CDL Uruguaiana, na
ção de CDLs e prefeituras, chegou ao
fronteira com a Ar-
terceiro ano em 2010 envolvendo de
gentina, distribuiu 2
forma inédita 45 mil estabelecimen-
mil panfletos duran-
tos comerciais em 275 municípios do
te a apresentação de
Rio Grande do Sul. “A campanha é a
escolas de samba no
grande arma de vendas do comércio
parque da cidade. Dias
gaúcho no verão, período tradicional-
depois realizou uma
mente de poucos negócios, com o
carreata que percorreu
crescimento das adesões a cada ano”,
diversos bairros para
afirma o presidente da FCDL/RS, Vítor
novamente divulgar a
Augusto Koch.
promoção.
panha está dentro de uma promoção
Segundo Koch, a vantagem da
Outra carreata aconteceu em Es-
maior, criada este ano pela FCDL/RS
campanha ocorrer em todo o estado é
tância Velha, a 49 quilômetros de Por-
e denominada Verão Premiado, reali-
permitir que os consumidores evitem
to Alegre, percorrendo 5 quilômetros
zada de 5 de janeiro a 10 de março.
deslocamentos de suas cidades para
até o município vizinho de Ivoti. A
Vítor Augusto Koch projeta um movi-
aproveitar as liquidações nos grandes
proposta das CDLs com as carreatas é
mento de vendas de R$ 600 milhões
centros. Para isso, as cidades se mo-
mostrar à comunidade a importância
em todo o Rio Grande do Sul. A meta
bilizaram para atrair os consumidores.
de fazer compras na cidade e valori-
de crescimento no volume de ven-
Caxias do Sul, na Serra gaúcha, pro-
zar o comércio local.
das das lojas participantes é de 18%,
moveu ações nos meios de comuni-
O grande diferencial do Liquida
cação, além de faixas e bandeiraços
Tchê em 2010 é que desta vez a cam-
comparado com o mesmo período do ano passado.
Liquida movimenta comércio de Brasília
A
CDL do Distrito Federal realizou
lojistas se prepararam com antece-
até dia 7 de fevereiro o Liqui-
dência, e os consumidores sabiam
da DF. A oitava edição da campanha
que encontrariam os melhores pro-
contou com a participação de 8 mil
dutos com ótimos descontos”, afir-
lojas de 30 segmentos. A proposta,
ma. Os lojistas estão otimistas e a
segundo o vice-presidente da CDL,
expectativa é registrar um aumento
Geraldo Araújo, foi mobilizar o co-
médio de 7% em relação ao mesmo
mércio e incrementar as vendas. “Os
período do ano passado.
70 �
dirigente Lojista � Março 2010
Verão aquece comércio de SC
A
Resultado recorde em Maravilha
ntecipar as liquidações de verão,
las antes do Carnaval também contribuiu
apostar na decoração de Carnaval e
para um melhor desempenho em janeiro,
aproveitar o movimento de volta às aulas
e o resultado das vendas de material es-
Outra cidade catarinense
em papelarias, livrarias, lojas de calçados
colar deve refletir também em fevereiro.
que está comemorando os
e confecções são as estratégias dos lojis-
Em Florianópolis, cidade que concentra o
resultados de sua liquida-
tas catarinenses para reforçar as vendas
maior número de estudantes no estado, os
ção é Maravilha, no Oeste
neste início de ano. A estimativa da FCDL
lojistas do segmento de papelaria esperam
do estado. De 6 a 13 de fe-
de Santa Catarina é de um incremento de
um aumento de 8% nas vendas de volta
vereiro, a CDL local e o Nú-
5% em comparação aos primeiros meses
às aulas em comparação ao ano anterior.
cleo de Desenvolvimento
do ano passado. “Em janeiro é comum ha-
A projeção é de Osmar Silveira, presiden-
Comercial promoveram o
ver sazonalidade em cidades não turísti-
te da CDL da capital e também lojista do
Liquida Maravilha 2010,
cas, que dependem do consumidor local”,
ramo. “As papelarias vêm preparando seus
com promoções e condi-
lembra Sergio Medeiros, presidente da
estoques desde setembro apostando na
ções especiais oferecidas
FCDL/SC.
recuperação das vendas, que praticamente
por 145 estabelecimentos
estagnaram em 2009”, afirma Silveira.
comerciais, indústrias e
Além das liquidações, o retorno às au-
prestadoras de serviço.
Criciúma festeja megaliquidação
Esta sexta edição foi a maior campanha já realizada na cidade. “O grande
oitava edição da Megaliquidação de
A
eletrodomésticos e produtos de bazar. En-
sucesso do Liquida faz com
Criciúma, realizada de 8 a 13 de fe-
tre os quase 170 mil cupons distribuídos
que haja grande fluxo de
vereiro, contabilizou R$ 8,5 milhões em
nos seis dias de promoção, o sortudo foi
consumidores no comércio
vendas nos quase 400 estabelecimentos
Adão Assis Greque, da cidade de São José,
e traz a Maravilha compra-
que participaram da ação promovida pela
na Grande Florianópolis, que estava a tra-
dores de várias regiões do
CDL e pelo Sindicato Lojista. “Os números
balho em Criciúma.
estado para aproveitar as
são expressivos, superaram as expectati-
promoções e liquidações”,
vas e mostram a força da Megaliquida-
afirma o presidente da
ção”, avalia o presidente da CDL da ci-
CDL, Vitaliano Tonkiel.
dade-polo do Sul de Santa Catarina, Júlio
Neste ano, os clientes
César Wessler. “Esses dados são apenas
das empresas participan-
dos estabelecimentos credenciados, mas
tes concorrerão a três
a movimentação no comércio como um
prêmios: poupança de R$
todo foi muito positiva.”
1 mil, TV 29 polegadas e
Um dos atrativos da Megaliquidação
DVD player.
foi a promoção Show de Prêmios, com o sorteio de quase R$ 25 mil em móveis, dirigente Lojista � março 2010
� 71
b r a s i l
l o j i s t a
Inadimplência sobe 5,67% em janeiro
D
das compras de Natal.
e acordo com dados divulgados
CDL Vitória tem nova diretoria
pela CNDL, a taxa de inadim-
Comparado a janeiro do ano pas-
O empresário Carlo Fornazier (à
plência no varejo subiu 5,67% em
sado, a taxa de inadimplência regis-
esquerda na foto) é o novo presi-
janeiro deste ano, em comparação
trou queda de 3,14%. O levantamen-
dente da CDL Vitória, que coman-
com dezembro de 2009. O aumento
to aponta também que o número de
dará a entidade no biênio 2010-
é creditado ao comprometimento da
consultas apresentou uma significati-
2011. A posse ocorreu no dia 10
renda dos consumidores com gastos
va queda de 25,83% em janeiro deste
de fevereiro na capital do Espírito
de fim de ano e aos gastos tradicio-
ano, na comparação com dezembro do
Santo em clima de reafirmação
nais em janeiro, como IPVA, IPTU, ma-
ano passado. Já na comparação com
de compromissos. “Procuramos
terial e matrícula escolares. Também
janeiro de 2009, houve um aumento
unir esforços para aprimorar o co-
entrou na conta o maior número de
de 7,11% nas consultas realizadas pe-
mércio e oferecer projetos e so-
compromissos assumidos em função
los lojistas, crescimento considerado
luções que beneficiem os lojistas
significativo pelo presidente da CNDL,
e os consumidores”, afirmou For-
Roque Pellizzaro Junior. “A confian-
nazier. “Além disso, pretendo es-
ça do consumidor na economia e na
treitar e fortalecer parcerias com
manutenção do emprego redundou
instituições públicas e privadas, o
na elevação do poder aquisitivo das
que é fundamental para o desen-
classes C, D e E; e na expansão da
volvimento do nosso setor.” Ao
demanda reprimida por bens de con-
transmitir o cargo para Fornazier,
sumo”, afirmou o dirigente durante a
o agora ex-presidente Estanislau
apresentação dos números.
Ventorim (à direita na foto) ressaltou o bom momento da enti-
Dirigentes lojistas se reúnem em Recife A cidade de Recife recebeu duas
CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
reuniões importantes para o movi-
Além de Pellizzaro, outros dirigen-
mento lojista em fevereiro. A pri-
tes da CNDL participaram das reu-
meira reunião, ocorrida dia 3, foi a
niões, entre eles o superintenden-
de Bases Centralizadoras das CDLs.
te André Luiz e o diretor financeiro
Nos dias 4 e 5 foi a vez do Conselho
Sílvio Antônio de Vasconcelos Souza.
de Administração do SPC Brasil se
O presidente e o superintendente
reunir. “Durante a reunião informa-
do SPC Brasil, Roberto Alfeu e Nival
mos sobre a campanha que esta-
Martins, respectivamente, além de
remos fazendo para fortalecimento
representantes de FCDLs e CDLs de
da marca SPC e de sua importância
todo o País, também estiveram nas
para o Brasil”, diz o presidente da
reuniões.
72 �
dirigente Lojista � Março 2010
dade. “Estamos transmitindo à nova diretoria uma CDL sólida financeiramente, unida, focada nos seus princípios e pronta para os desafios futuros.”
Convenção Nacional na ordem do dia
O
s preparativos para a 51ª Convenção
Nacional
do
Comércio Lojista, que acontece de 26 a 29 de setembro, em Florianópolis, já tomam conta do dia a dia das entidades que organizam o evento. Em fevereiro, o presidente Roque Pellizzaro Junior esteve na cidadesede do maior evento do varejo brasileiro para uma reunião com o Conselho Deliberativo da CDL de as ações da CNDL ao longo de 2009
o evento foram tratados pelo presidente
e também sobre o que está sendo
da CNDL em uma reunião com a
Na oportunidade, ao lado dos
preparado para a convenção, que
comissão organizadora da convenção.
presidentes da CDL local, Osmar Silveira,
marcará o cinquentenário da CDL de
Em breve, todas as informações
e da Federação de Santa Catarina,
Florianópolis, pioneira no movimento
estarão disponíveis no site oficial
Sergio Medeiros, Pellizzaro falou sobre
lojista catarinense. Outros detalhes sobre
www.51convencaolojista.com.br
Florianópolis,
coorganizadora
da
convenção.
CDL/BH sedia entrega do Troféu Guará
Programe-se para abril
O vice-presidente da República, José Alencar, participou da entrega
As atenções do movimento lojista estarão
do Troféu Guará, o mais tradicional prêmio do futebol de Minas Gerais,
voltadas para Brasília no mês de abril com a
realizada no auditório da CDL de Belo Horizonte. O time do Cruzeiro foi
realização de eventos importantes para o se-
o mais vitorioso desta edição, recebendo homenagem pelo título do
tor, entre os quais a entrega do Prêmio Mérito
Módulo I do Estadual de 2009 e mais 11 premiações. O presidente da
Lojista, marcada para o dia 19. Nos dias 19 e
CDL/BH, Roberto Alfeu Pena Gomes, também participou da premiação.
20 de abril acontece o Seminário Nacional de SPCs, além do 5º Encontro de Federações, que será realizado no dia 20. Para os lojistas que desejam participar dos eventos, a CNDL alerta que façam logo suas reservas porque a previsão é que o movimento na capital federal será muito intenso no período por causa das comemorações dos 50 anos de Brasília, no dia 21 de abril. Mais informações no site da CNDL: www.cndl.org.br dirigente Lojista � março 2010
� 73
i nf o rme
j u r í d i c o
Empresas podem questionar regras sobre seguro de acidente de trabalho
A
CNDL reivindicará junto ao go-
ços. O advogado da CNDL André Luiz
verno federal a revisão das no-
orienta os empresários a buscarem
vas normas estabelecidas para o Se-
o Poder Judiciário para que a corre-
guro de Acidente de Trabalho (SAT)
ção seja feita. A falta de informação
e o Fator Acidentário de Prevenção
sobre os critérios utilizados para o
(FAP), que entraram em vigor em
novo cálculo do FAP, além do próprio
janeiro deste ano e que elevarão a
aumento do tributo, garante a inter-
carga tributária para mais da me-
venção do Poder Judiciário, já que o
tade das empresas do País. Com as
prazo para propositura de recurso ad-
mudanças, as atividades econômicas
ministrativo junto ao INSS se esgotou
previstas na legislação nas alíquotas
no dia 9 de janeiro.
do SAT foram reenquadradas, au-
Em Santa Catarina, uma empresa
mentando ou reduzindo as alíquotas
de segurança já conseguiu a suspen-
de contribuição com base nos índices
são da aplicação da nova metodologia
de cada empresa. O FAP, por sua vez,
adotada pelo Ministério da Previdên-
varia de 0,5% a 2%, o que significa
cia Social para o cálculo do SAT. Na
que a alíquota de contribuição pode
decisão, o juiz da 3ª Vara Federal da
ser reduzida à metade ou dobrar,
capital catarinense, Cláudio Roberto
chegando a 6% sobre a folha de sa-
da Silva, considerou inconstitucional o
lários.
artigo que institui o FAP. Na decisão, o
O que se espera é uma mudança
magistrado entendeu que a criação de
de posicionamento do governo, revi-
uma alíquota móvel, com a aplicação
sando as normas que oneram a folha
do FAP, traria “majoração de tributo” e
de pagamento, custo que será agre-
“enorme insegurança jurídica”.
gado ao valor dos produtos e servi-
Indenização por restringir uso de banheiro A 3ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho acolheu por unanimidade o recurso de uma trabalhadora que só podia ir ao banheiro com autorização de seus superiores. O processo iniciou em Goiás, onde o Tribunal Regional da 18ª Região já havia condenado a empresa. O valor da indenização foi majorado pelo Tribunal Superior do Trabalho para R$ 10 mil. (com informações do TST) 74 �
dirigente Lojista � Março 2010
O que é Fator Acidentário de Prevenção Beneficia empresas com bom desempenho na prevenção de acidentes de trabalho com redução de até 50% do SAT e onera aqueles com resultados ruins com majoração de até 100% do SAT.
O que é Seguro de Acidente de Trabalho Contribuição social destinada ao custeio dos benefícios concedidos em razão da incapacidade laboral decorrentes do meio ambiente do trabalho, incidindo nos percentuais de acordo com o grau de risco da atividade preponderante de cada estabelecimento na ordem de 1%, 2% e 3% sobre a folha de remuneração dos empregados e trabalhadores avulsos.
“Cometer injustiça é pior do que sofrê-la” Platão
por ANDRÉ
LUIZ, assessor jurídico Cndl
STF analisa parcelamento de precatórios O Supremo Tribunal Federal (STF)
catórios em 10 parcelas. Na sessão
iniciou a análise constitucional da
do dia 10 de fevereiro, o voto da mi-
Emenda Constitucional 62, que alte-
nistra Ellen Gracie dividiu o placar.
rou a forma de quitação dos preca-
A ministra entende que o parcela-
tórios pelos governos federal, esta-
mento não é permitido para aqueles
dual e municipal. O voto do ministro
que, em 31 de dezembro de 1999,
Celso de Mello vai definir se deve
já tinham sentença reconhecendo o
ser suspenso ou não o artigo 2º da
crédito. Quem teve sentença a partir
Emenda
dessa data poderia receber o crédito
Constitucional
30/2000,
que permite o pagamento de pre-
parcelado.
Confusão patrimonial prejudica credores A 3ª Câmara de Direito Civil do Tri-
al penhora on-line via Bacen-Jud. A
bunal de Justiça de Santa Catarina
decisão, que, na prática, suspende a
decretou a desconsideração da per-
separação patrimonial existente entre
sonalidade jurídica de uma empresa
a pessoa jurídica e as pessoas físicas
catarinense condenada ao pagamen-
do corpo societário, teve por base a
to de dívida superior a R$ 150 mil,
configuração da chamada “confusão
mas que não possui bens passíveis
patrimonial” entre os bens da empre-
de penhora tampouco numerário em
sa e os pertencentes aos sócios. (Fon-
conta corrente para garantir eventu-
te: TJSC)
Em alta Atuação da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) contra a corrupção no Distrito Federal. E que as iniciativas não se concentrem apenas em Brasília, mas se espalhem por todo o Brasil.
Em baixa As propostas do fisco federal enviadas ao Congresso, que retiram do Poder Judiciário boa parte do trabalho de cobrança de dívidas tributárias e não-tributárias, poderes aos procuradores das Fazendas (nacional, estadual e municipal) para penhorar bens antes do ajuizamento das
assejur@cndl.org.br
notas rápidas Previdência: Em audiência com ministro da Previdência Social, José Pimentel, a CNDL solicitou a revisão do aumento da contribuição do Seguro de Acidentes de Trabalho (SAT). Solicitou também a revisão do acidente de trajeto, que serve de estatísticas, mas independe de qualquer ação do empregador, já que é do percurso de casa para o trabalho. Participaram da audiência o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, o presidente da FCDL/CE, Honório Pinheiro, e os lojistas catarinenses Antonio Koerich e Itamar José da Silva. Novo ministro: O ministro da Justiça, Tarso Genro, deixou o cargo no dia 10 de fevereiro para se candidatar ao governo do Rio Grande do Sul. Seu substituto será o secretário-executivo Luiz Paulo Barreto, 46 anos, que já ocupou a função interinamente 15 vezes desde a gestão de Márcio Thomaz Bastos, em 2004.
Advogado: O direito dos advogados à obtenção de cópias de processos deve ser observado independentemente de o processo ser eletrônico ou físico, ressalvadas hipóteses legais de sigilo. Cabe ao Tribunal disponibilizar meios necessários ao exercício desse direito assegurado aos advogados. A decisão é do Conselho Nacional de Justiça, atendendo a pedido da OAB/ES. Numeração única: A numeração única dos processos judiciais, que deveria ter começado em todos os 91 tribunais do País no dia 1º de janeiro, ainda está para acontecer. Apenas 10 já se adaptaram às novas regras.
execuções fiscais. dirigente Lojista � março 2010
� 75
perf i l
f c d l
na briga, pelo varejo
mineiro A partir desta edição, Dirigente Lojista abre espaço para destacar o trabalho de apoio e de luta das Federações de Dirigentes Lojistas em prol dos lojistas. Nesta estreia, a FCDL escolhida é a de Minas Gerais
inas Gerais vem passando por
M
“exército” deste tamanho, o trabalho da
transformações significativas em
FCDL, de acordo com Costa, tem como
sua conjuntura socioeconômica desde
principal objetivo assessorar as CDLs,
que o governo do estado implantou um
deixando para estas entidades o rela-
“choque de gestão”, que incluiu, numa
cionamento direto com o lojista. “Dispo-
primeira etapa, uma reestruturação da
nibilizamos treinamentos, consultorias,
máquina pública, e numa segunda eta-
produtos e serviços que incrementam
pa, chamada de “Estado para Resulta-
e desenvolvem CDLs para que elas se
dos”, em andamento, que visa melhorar
relacionem com o lojista”, afirma o
a qualidade de vida dos mineiros. É nes-
presidente. Ele cita como exemplo do
te contexto que está inserido o comér-
trabalho desenvolvido pela FCDL minei-
cio de Minas Gerais, como conta José
ra a criação da peça teatral A loja, um
César da Costa, presidente da Federa-
treinamento diferenciado e interativo
ção de Dirigentes Lojistas do estado. “A
que ensina os comerciantes de forma
participação do comércio é fundamen-
irreverente a lidar com seus clientes.
tal até por ter sido um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira diante da crise financeira de 2009, não sucumbindo à turbulência”, diz. “Por isso, esta gestão diferenciada do governador Aécio Neves, somada à força do comércio varejista, elevam as expectativas para este ano, que certamente será promissor.” A FCDL de Minas é a maior do Brasil, com mais de 200 CDLs espalhadas por todo o território mineiro. Com um
76 �
dirigente Lojista � Março 2010
tivo/financeiro e jurídica. O objetivo,
oportunidades. Para ele, é o momento
de acordo com Costa, é disponibilizar
de lojistas e dirigentes ficarem aten-
para as CDLs de Minas todo o apoio
tos às promessas dos candidatos,
necessário para o desenvolvimento do
avaliando seus projetos em benefício
melhor trabalho possível no atendi-
do comércio varejista, o que culmina
mento aos lojistas. O dirigente destaca
em projetos em benefício da socieda-
também o esforço em fazer cumprir as
de. Afinal, o varejo é uma das molas
orientações da Confederação Nacional
propulsoras da economia que ajuda a
de Dirigentes Lojistas (CNDL) e de tra-
impulsionar o social também. E o País
balhar em prol do desenvolvimento
agradece.
político e social da entidade, fomentar o nome e credibilidade do comércio varejista mineiro e reafirmar sua imJOSÉ CÉSAR DA COSTA Comércio varejista tem papel fundamental no atual momento político de Minas Gerais
portância. “Um grande avanço de nossa gestão foi a reforma de nossa sede, situada em local estratégico, e que resultará em um atendimento diferenciado das CDLs de Minas”, afirma.
“Somente em 2009, mais de 10 mil
É com objetivos bem definidos e
profissionais foram capacitados”, co-
um trabalho focado no lojista mineiro
memora Costa.
que a FCDL encara 2010, um ano de
A atual gestão da FCDL, sob o co-
Copa do Mundo e de eleições, even-
mando de José César da Costa, man-
tos que mexem direta e indiretamente
tém o foco total na reestruturação das
com o varejo. Em relação à Copa, José
principais áreas da entidade, como co-
César da Costa diz que as expectati-
municação, contabilidade, administra-
vas são positivas não só para a disputa deste ano mas também para a de 2014, no Brasil. “A economia já está se aquecendo, especialmente para o comércio varejista especializado em produtos e serviços voltados para o
Atividades em destaque »A organização da convenção nacional realizada em Uberlândia, em 2009, é apontada por José César da Costa como um dos grandes feitos de sua gestão à frente da FCDL. “Voltamos todos os olhares para Minas e reafirmamos o nosso compromisso com o Movimento Lojista nacional”, diz. Outra ação destacada pelo dirigente é o trabalho junto à Frente Parlamentar de Apoio ao Comércio Varejista em Minas Gerais, criada em prol da valorização dos micro e pequenos empresários e seus colaboradores. “Esta frente parlamentar trouxe visibilidade para o nosso estado e abriu as portas do governo de Minas para os anseios da classe lojista.” Dos 77 deputados estaduais mineiros, 73 aderiram à Frente. “Foi um momento ímpar, que entrou para a história do comércio varejista mineiro”, finaliza Costa.
entretenimento.” Com relação às eleições, Costa diz que este é um ano de A FAVOR DOS LOJISTAS Dos 77 deputados estaduais mineiros, 73 aderiram à Frente Parlamentar de Apoio ao Comércio Varejista
Número
10 mil
foram capacitados em 2009 pela FCDL/MG
dirigente Lojista � março 2010
� 77
l e i t u r a
|
l a n ç a men t o s
Ideias que colam
12 elementos da gestão de excelência
Editora Campus-Elsevier, 280 páginas, R$ 66
Editora Sextante, 304 páginas, R$ 29,90
Um dos maiores desafios enfrentados na vida pessoal e profissional é entender por que algumas ideias simples, e que custam pouco, costumam fazer mais sucesso que as ações que envolvem milhões em dinheiro. O livro discute a questão e mostra por que alguns exemplos devem ser seguidos.
O sucesso financeiro de uma organização depende do bom desempenho e do comportamento dos funcionários. A partir disso, os autores analisaram entrevistas sobre condições de trabalho e o clima no ambiente corporativo para chegar aos elementos da gestão de excelência.
Como lidar com clientes difíceis Quase que diariamente os vendedores encaram o desafio de atender aquele cliente que entra na loja com cara de poucos amigos, transpirando arrogância e impaciência. Para estes vendedores, o consultor Dave Anderson escreveu Como lidar com clientes difíceis, com dicas preciosas que mostram como aprender a vender mais e melhor para clientes que o autor chama de CDP (Cliente Desagradável e Prepotente). Na avaliação de Anderson, os clientes do tipo CDP não nascem difíceis. Eles se tornam difíceis e muitas vezes até com certa agressividade porque encontram vendedores que não demonstram habilidade, conhecimento e motivação
Como lidar com clientes difíceis Dave Anderson, Editora Sextante, 176 páginas, R$ 19,90
A magia dos grandes negociadores
Editora Campus-Elsevier, 152 páginas, R$ 22,90
Há diferentes técnicas e abordagens usadas pelo profissional que sabe negociar, conhece seu mercado e assessora o cliente. Fruto de anos de experiência, estudos, observação e interações de Carlos Alberto Júlio, presidente da HSM do Brasil, este livro ajuda a desenvolvê-las. 78 �
dirigente Lojista � Março 2010
na hora do atendimento. “Se você for diferente e melhor do que a concorrência, os clientes – incluindo os difíceis – enxergarão mais valor em você e estarão dispostos a pagar por isso”, aponta Anderson. “Mas se você se parecer, soar e agir como todos os outros vendedores do seu setor e representar os seus produtos da mesma maneira insossa, as pessoas darão mais peso ao preço”, diz. No livro, Anderson apresenta 10 estratégias simples, que são os capítulos de Como lidar com clientes difíceis, para superar esta dificuldade que, se colocadas em prática, ajudam a aumentar a autoconfiança e o poder de persuasão nas vendas.
Gestão 2.0
Editora Campus-Elsevier, 200 páginas, R$ 49
O livro mostra como executivos de diversas empresas começaram a perceber que as ferramentas da chamada Web 2.0 podem transformar a maneira como as empresas se organizam e são geridas com muito mais agilidade.
a gend a
Evento reúne novidades em utilidades Utility House espera reunir empresários de todo o Brasil e de mais de 60 países O segmento de utilidades domésticas é um dos mais variados e atrativos do varejo brasileiro. Para os lojistas que atuam neste ramo, o salão Utility House pretende apresentar as principais novidades em utensílios de cozinha, organização doméstica e limpeza. O salão integrará a 41ª House & Gift Fair, feira profissional de artigos para casa, que acontece de 14 a 17 de agosto, no Expo Center Norte, em São Paulo. Marcas como Ballarini, Dynasty, Emile Henry, Lafont, Progressive, Bergner, Yins Home, ASD, Global, Fackelmann,
Yins Home, Black Forged, Sollewood, Durafio, Heritage e Ambiente já têm presença confirmada no salão. A expectativa dos organizadores é que empresários de todos os estados brasileiros e de mais de 60 países visitem a Utility House. De 8 a 12/03/2010 Salão Utility House 41ª House & Gift Fair Das 9h às 19h Expo Center Norte www.grafitefeiras.com.br
Abril De 6 a 10/04/2010 Feira Internacional da Indústria da Construção Anhembi São Paulo – SP www.feicon.com.br De 6/04/2010 Expolux Feira Internacional da Indústria de Iluminação Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo – SP www.expoluz.com.br De 6 a 8/04/2010 Intermodal South America Feira Internacional de Logística e Transporte no Brasil Parque de Exposições Anhembi São Paulo – SP www.intermodal.com.br
Maio De 13 a 16/04/2010 Fimec Feira Internacional da Indústria de Couros e Calçados no Brasil Parque de Exposições da Fenac Novo Hamburgo – RS www.iscexpo.com.br De 14 a 16/04/2010 ISC Brasil Feira e Conferência Internacional de Segurança Eletrônica Expo Center Norte São Paulo – SP www.iscexpo.com.br De 27 a 29/04/2010 Feira Internacional de Soluções para Saneamento e Meio Ambiente Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo – SP
De 25 a 27/05/2010 ExpoGPS 3ª Feira e Congresso Latino-Americano de Localização e Rastreamento Centro de Convenções Imigrantes São Paulo –– SP www.geobr.com.br
De 3 a 5/05/2010 Photoimagem Feira Internacional de Imagem Expo Center Norte São Paulo – SP www.photoimagembrazil. com.br
Agosto De 12 a 22/08/2010 Bienal 21ª Feira Internacional do Livro de São Paulo Parque de Exposições Anhembi São Paulo – SP www.bienaldolivrosp.com.br
De 28 a 31/08/2010 Beauty Fair 6ª Feira Internacional de Cosméticos e Beleza Expo Center Norte São Paulo – SP www.beautyfair.com.br
dirigente Lojista � março 2010
� 79
o p i n i ã o
|
p o n t o
de
vend a
educar para
vender mais E
m meus tempos de gerente de mer-
namento, não há fórmula mágica para o sucesso.
chandising, durante as eventuais co-
Do mesmo modo, educar antes de agir é
branças junto às equipes de reposição e es-
um importante passo a ser dado junto a seus
toque, fui ensinado pelo meu diretor à época
clientes ou consumidores. Quando lidamos
que, antes de se cobrar algo de alguém, seria
com clientes que pretendem alterar o atendi-
sempre necessário educar, catequizar, nas
mento de balcão para um atendimento de au-
palavras dele.
tosserviço, a primeira instrução que passamos é que mudanças bruscas sempre acarretam
Demorei para entender esse conceito, que
em perdas de vendas.
ecoa diariamente na minha rotina de trabalho,
Não adianta mudar o conceito de atendi-
principalmente durante os casos que analiso tan-
mento de balcão para autosserviço e esperar que
to para a indústria quanto para o varejo. Frequentemente reclamamos da capacidade de nossos funcionários, de como estes não são comprometidos o suficiente com a empresa, assim como que as vendas ou a operação da loja em si só funcionam quando estamos presentes. A grande verdade, infelizmente, é que você nunca foi, não é e nunca será melhor ou diferente do que qualquer funcionário seu. O problema todo está no fato de que você é o único que sabe os reais valores das ações realizadas por sua empresa, o real valor de uma venda e o real valor de seu cliente. Procure repassar essa visão, ensine seus funcionários, eduque-os a ver a loja em que trabalham com os mesmos olhos que você e verá melhores resultados. A palavra de ordem é trei-
80 �
dirigente Lojista � Março 2010
“A grande verdade é que você nunca foi, não é e nunca será melhor do que qualquer funcionário seu.” Caio Camargo Especialista em varejo e merchandising, diretor de Planejamento Estratégico da Fantasy Publicidade & Propaganda, e autor do Falando de Varejo. www.falandodevarejo.com.br
seu cliente compreenda isso perfeitamente. A mudança deve ser gradual. O balcão é um “link” vital entre cliente e vendedor. O rompimento de maneira bruta desse link pode criar insatisfação ou até mesmo impedir que ocorra a venda. Imagine agora um produto novo, que nunca foi visto, e que seu uso ainda é desconhecido para o público. Monte uma linda pilha na loja, com um cartaz arrasador de bom preço. Quais serão os resultados? Nenhum. Eduque, crie uma demanda, para depois pensar em oferta. Nunca é a oferta que cria a demanda. Dependendo do nível de informação e demanda criada, talvez o mesmo não precise nem estar exposto!
COM UMA
AÇÃO TODO
VOCÊ PODE ATINGIR
O MERCADO
CMA Mail
- Soluções de Marketing Direto Corporativo
Sistema de e-mail e fax marketing que permite realizar campanhas comerciais e promocionais, ações de relacionamento e pesquisas interativas, com ampla mensuração de resultados, total privacidade e sigilo das informações. As ferramentas desenvolvidas internamente e a infraestrutura de datacenter própria garantem a agilidade e qualidade dos serviços prestados, gerando maior efetividade na entrega de mensagens e retorno para suas campanhas.
Entrega rápida com tratamento em escala Serviços especializados e com foco em ações corporativas Solução customizada que pode ser integrada aos sistemas CRM e legados dos clientes Pesquisas online com planilhamento de respostas segmentadas
Solicite uma demonstração Tel: (11) 3053-2698 / 3053-2719 www.cmacomunicacao.com.br comunicacao@cma.com.br
Agende uma demonstração Tel: (11) 3053-2698 / 3053-2719 dirigente Lojista � março 2010 � 81 Empresa filiada à ABEMD - Associação Brasileira de Marketing Direto comunicacao@cma.com.br
82 �
dirigente Lojista � Março 2010