lojista dirige nte
36 ano
2 °4 ·n 7
·a br il 2 010 · r$ 9,90
GESTÃO Os segredos da fidelização de clientes entrevista Planejamento estratégico no varejo de moda PESSOAS Como promover um vendedor a gerente
O VAREJO E AS REDES SOCIAIS COMO AS LOJAS ESTÃO USANDO A INTERNET Lojista � abril 2010 � 1 PARA SE RELACIONAR COMdirigente O CONSUMIDOR
Foto de Marcos Hirakawa, brasileiro de São Paulo. www.flickr.com/photos/marcoshirakawa/3852963501/
Empreender Central de Atendimento BB 4004 0001 ou 0800 729 0001 – SAC 0800 729 0722 Ouvidoria BB 0800 729 5678 – Deficiente Auditivo ou de Fala 0800 729 0088 2 � dirigente Lojista � Abril 2010
* Crédito sujeito a aprovação e ao atendimento das condições da linha de crédito.
O banco que adianta as vendas a prazo da sua empresa é do Brasil. Antecipação de Recebíveis* Seja como for o pagamento, cheques pré-datados, duplicatas ou cartões de crédito, suas vendas a prazo viram dinheiro na hora, com as melhores condições do mercado. É do Brasil. É todo seu.
bb.com.br/mpe
dirigente Lojista � abril 2010
�3
Nesta edição
A Dirigente Lojista é editada e comercializada pela Editora Empreendedor
E
m um país com mais de 67,5 milhões de pes-
soas usando a internet, muitas delas recém-chegadas ao mundo digital e ansiosas para descobrir novas formas de se comunicar, a presença de um varejista na web deve ir além de apenas montar uma versão virtual da sua loja. A popularização dos blogs e das redes sociais – como são chamados sites como Orkut, Facebook e Twitter – multiplicou o número de canais pelos quais as pessoas e as empresas podem se aproximar, não apenas com o
DIRETOR-EDITOR Acari Amorim acari@empreendedor.com.br DIRETOR DE COMERCIALIZAÇÃO E MARKETING Geraldo Nilson de Azevedo geraldo@empreendedor.com.br REDAÇÃO dirigentelojista@empreendedor.com.br EDIÇÃO-EXECUTIVA Diógenes Fischer REPORTAGEM Alexandre Gonçalves, Marlon Assef, Mônica Pupo e Paula Arend EDIÇÃO DE ARTE Fernanda Pereira PROJETO GRÁFICO Wilson Williams REVISÃO Lu Coelho EDITORA DO PORTAL EMPREENDEDOR Carla Kempinski SEDES São Paulo GERENTE COMERCIAL Fernando Sant’Anna Borba fernandoborba@empreendedor.com.br EXECUTIVO DE CONTAS Osmar Escada Junior e Ana Carolina Canton de Lima Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis 01239-010 – São Paulo – SP Fone: (11) 3214-1020 empreendedorsp@empreendedor.com.br
Brasília Ulysses C. B. Cava CLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste 70673-603 – Brasília – DF Fones: (61) 9975-6660 / 3225-3715 ulyssescava@gmail.com Rio Grande do Sul Flávio Duarte Rua Silveiro 1301/104 – Morro Santa Tereza 90850-000 – Porto Alegre – RS Fone: (51) 3392-7767 commercializare@terra.com.br Paraná Merconeti Representação de Veículos Comunicação Ltda / Ricardo Takiguti Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR Fone: (41) 3079-4666 ricardo@merconeti.com.br Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda / Hamilton Marcondes Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384 hmconsultoria@hmconsultoria.com.br
Florianópolis EXECUTIVA DE ATENDIMENTO Tharin Merizio anuncios@empreendedor.com.br Av. Osmar Cunha, 183 – Ceisa Center – bloco C – 9° andar – Centro – 88015-900 – Florianópolis – SC Fone: (48) 2106-8666
Minas Gerais SBF Representações / Sérgio Bernardes Faria Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 30112-021 – Belo Horizonte – MG Fones: (31) 2125-2900 / 2125-2927 sbfaria@sbfpublicidade.com.br
ESCRITÓRIOS REGIONAIS Rio de Janeiro Triunvirato Desenv. Empresarial Ltda / Milla de Souza Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017 triunvirato@triunvirato.com.br
PRODUÇÃO GRÁFICA Teixeira Gráfica e Editora
www.empreendedor.com.br SERVIÇO DE ATENDIMENTO AO ASSINANTE assine@empreendedor.com.br
objetivo de vender algum produto mas para trocar conteúdo Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas
relevante para ambos. Na matéria de capa desta edição, a revista Dirigente Lojista explica os conceitos básicos das mídias sociais, apresenta os principais sites e mostra exemplos de varejistas que já estão utilizando com sucesso
estas
ferramentas
para criar uma nova forma de se relacionar com o cliente. Boa leitura e boas vendas. Diógenes Fischer Editor 4�
dirigente Lojista � Abril 2010
Presidente Roque Pellizzaro Junior 1º. Vice-Presidente Vítor Augusto Koch Vice-Presidente Egnaldo Pedro da Silva Vice-Presidente Adão Henrique Vice-Presidente José Vicente Rocha Estevanato Vice-Presidente Agenor Braga e Silva Filho Vice-Presidente Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho Diretores José Manoel Ramos Renato Campos Carvalho Wagner Gonçalves da Silveira Júnior Wilmar Jardim de Carvalho Fernando Luis Palaoro Adilson Schuenke Olavo Aloísio Steffen Ilson Xavier Bozi Adelayde Cristina Arçari Hand Cuzzuol Diretorias Especiais Diretor Administrativo e Financeiro Silvio Antônio de Vasconcelos Souza Diretor do CEDEL Francisco Honório Pinheiro Alves Diretor do DASPC Roberto Alfeu Pena Gomes Diretor do CEPES Kissao Álvaro Thais Diretor do CONTEC Aldo Moura Gonçalves Diretor do CEACON Antonio Wanderlei da Silva Rey Diretor do COMERSUL Paulo Silva DIRETOR DE COMUNICAÇÃO José César da Costa Coordenador de Administração Marcelo Rosado
Coordenador de Expansão Celso Vilela Guimarães Coordenador da CDL Jovem Davidson Luiz Cardoso Conselho Fiscal Integrantes Efetivos Alberto Fontoura Nogueira da Cruz, Eduardo Melo Catão e Marcelino Campos Integrantes Suplentes Jayme Tassinari, Milton Araújo, Jacinto Lúcio Borges Diretoria SPC Brasil Conselho Deliberativo Presidente Itamar José da Silva Vice-Presidente José César da Costa Conselho de administração Presidente Roberto Alfeu Pena Gomes Vice-Presidente Eduardo Melo Catão Diretor Financeiro Melchior Luiz Duarte de Abreu Filho Vice-Diretor Financeiro Marcelo Salles Barbosa Diretor de Comunicação Francisco de Freitas Cordeiro Superintendente André Luiz Pellizzaro supervisão Luiz Santana
a o s
l o j i s t a s
CARtões de crédito: negócio
bom para quem? Q
ue o mercado de cartões de crédito está em franca expan-
são no Brasil, não existe a menor dúvida. É um fato irrefutável. O volume de transações com este meio de pagamento cresceu 576% entre 2000 e 2009, chegando a R$ 444 bilhões no ano passado. Considerando-se que os juros cobrados ao consumidor pelo uso do crédito rotativo chegam a cerca de 10% ao mês e que em 2009 a cobran-
“É preciso baixar as taxas cobradas. A concorrência não pode se dar apenas pelo aluguel das máquinas”
ça atingiu 237,93% ao ano, segundo
ROQUE PELLIZZARO JUNIOR Presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
dados do Banco Central, pode-se observar que os cartões estão se revelando cada vez mais um bom negócio, formações prestadas pelos represenpelo menos para as operadoras de car- tantes dos lojistas, abrindo uma ampla tões de crédito. Do outro lado, ficam discussão nacional, conseguiu-se a
se beneficiar desta ação é mais uma
os lojistas e os consumidores que pa- unificação das máquinas de leitura nos
vez o consumidor. É preciso baixar as
gam altos juros para manter o sistema estabelecimentos, que será obrigató-
taxas cobradas. A concorrência não
do jeito que se encontra atualmente, ria a partir de junho, representando
pode se dar apenas pelo aluguel das
sendo que os lojistas pagam em torno para o varejo uma economia da or-
máquinas e as duas maiores operado-
de 5% de taxa de administração e têm dem de R$ 250 milhões por mês. Em
ras (Cielo e Redecard) que respondem
que esperar até 30 dias para receber o vez de alugar três máquinas, o lojista
por mais de 90 por cento do mercado
precisará apenas de uma. Ganhará o
terão que rever suas posições. O Con-
Apesar desta cruel realidade, as comerciante e também o consumidor,
gresso Nacional precisa fazer sua parte,
coisas estão começando a mudar, após que terá menos custos repassados nos
elaborando uma legislação justa que
uma dura batalha travada pela CNDL, preços das mercadorias.
normatize as operações e as relações
valor do produto vendido.
Observamos que a proximidade de
entre bancos emissores de cartões,
jistas, entidades associativas e a Frente uma regulamentação acarretará uma
credenciadores, lojistas e clientes. As-
Parlamentar Mista do Comércio Vare- concorrência maior entre as operado-
sim, o negócio dos cartões de crédito
jista da Câmara Federal. Graças às in- ras de cartões de crédito e quem vai
ficará bom para todos.
federações de CDLs de todo o país, lo-
dirigente Lojista � abril 2010
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í n d i c e
22
427 edição
40
Entrevista A consultora Sônia Elbachá, especialista em pesquisa de tendências e gestão de marcas, fala sobre o novo perfil do consumidor de moda e explica como o planejamento estratégico de coleções é essencial para a gestão no varejo de vestuário. Atendimento O conceito de “consumidor fiel” ainda é válido em uma época em que o número de escolhas de marcas, lojas e produtos é maior do que nunca? Enquanto a questão fica no ar, alguns varejistas apostam na tecnologia e na criatividade para desenvolver novas formas de conquistar a preferência do seu público-alvo.
18
41 48 40 6�
dirigente Lojista � Abril 2010
41
Gestão Nem sempre o melhor vendedor é o candidato mais indicado para ocupar um cargo de gerência. Saiba como identificar potenciais líderes na equipe da loja e não corra o risco de trocar um campeão de vendas por um gerente medíocre. Perfil A história da centenária Casa Godinho, que desde 1888 é referência em empório gastronômico na cidade de São Paulo. Uma loja que soube acompanhar a evolução do mercado sem perder sua identidade histórica.
seções 8
30 Reportagem de capa Orkut? Twitter? Blog? Facebook? Se você não sabe do que se trata, chegou a hora de descobrir as mídias sociais e aprender a usá-las para aproximar sua loja do consumidor em um diálogo de igual para igual via internet.
Movimento
12
Brasil Lojista
16
Informe Jurídico
18
Perfil FCDL
62
Varejo Internacional
72
Tecnovarejo
80
Leitura
82
Agenda
colunas 28
De Olho no Cliente por Luciana Carmo
60
Banho de Loja por Kátia bello
66
Comunique-se por Kilsa Rocha
78
Ideias e Estratégias por Rique Nitzsche
dirigente Lojista � abril 2010
�7
M O V I M E N TO
Nasce uma nova gigante nspiradas pela fusão entre Casas Bahia e Pão de Açúcar, duas outras redes
Varejo deve abrir 850 vagas este ano
do primeiro time do varejo nacional também anunciaram sua união. Desde
Segundo dados divulgados em
o dia 29 de março, a baiana Insinuante e a mineira Ricardo Eletro uniram suas
março pelo Instituto de Pesquisa
operações para criar a Máquina da Notícia, que já nasce como a segunda maior
Econômica Aplicada (Ipea), o varejo
força do mercado varejista brasileiro, ultrapassando o Magazine Luiza. Com um
será um dos segmentos que mais
faturamento de R$ 5 bilhões, 528 lojas e presença em 200 cidades de 16 esta-
contratará este ano. Dos cerca de 2
dos, o grupo pretende dobrar de tamanho nos próximos quatro anos, atingindo
milhões de novos empregos que o
um faturamento de R$ 10 bilhões.
Ipea prevê para a economia brasi-
I
O dono da Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, deve comandar a nova compa-
leira em 2010, o comércio varejista
nhia, e Luis Carlos Batista, da Insinuante, ficará no conselho de administração
deve ser responsável pela abertura
da empresa. De acordo com Nunes, o controle será dividido entre as duas
de 850 mil postos, 700 mil somen-
redes, com 50% de participação para
te no Estado de São Paulo.
+
cada. Segundo ele, nenhuma das duas companhias – que tinham faturamento parecido, de cerca de R$ 2,5 bilhões em 2009 – estava alavancada
Espera-se ainda que o varejo apresente alta rotatividade de trabalhadores em alguns estados (demissão e admissão de em-
no momento do acordo. A liquidez também está garantida pela possibilidade
pregados, geralmente por salário
da transformação de ativos financeiros em caixa, com os contratos a serem
menor), que deve equivaler à ge-
renovados com as financeiras.
ração de 16,6 milhões de vagas
A empresa vai dedicar parte do plano de investimentos de R$ 50 milhões
no País, sendo pertencentes ao
para a abertura de lojas, principalmente no Rio de Janeiro, que deve contar
varejo aproximadamente 6,6 mi-
com mais 30 lojas da bandeira Ricardo Eletro. A abertura de novas unidades
lhões de indivíduos qualificados.
com a marca Insinuante se concentrará em Manaus (AM) e Belém (PA), além
Em contrapartida, além de es-
das praças onde já atua. A maior sobreposição de pontos é na Bahia, onde a
cassez de mão de obra qualificada,
Insinuante conta com 80 lojas, e a Ricardo Eletro, 60. A fusão, ressaltou o pre-
187,6 mil vagas não encontrarão
sidente do conselho, foi realizada sem desembolso de capital.
candidatos habilitados a preenchêlas, apresentando índices diferentes entre os estados, havendo em
por dentro da MÁQUINA DE VENDAS Faturamento anual:
São Paulo uma grande ausência Abrangência:
R$ 5 bilhões 200 cidades Tamanho da rede:
528 lojas 8�
dirigente Lojista � Abril 2010
Meta de faturamento para os próximos quatro anos:
R$ 10 bilhões
de trabalhadores capacitados, enquanto que Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, por exemplo, poderão registrar excesso de trabalhadores para ocupar estas vagas, em uma demanda representada por 653 mil pessoas.
Leitoras de cartão serão unificadas
A
Redecard anunciou que vai unir
O presidente da CNDL espera
a sua operação com a do cartão
ainda que os preços do aluguel dos
Visa na mesma máquina a partir de
equipamentos caiam em torno de
1º de julho. Esta é a data que a em-
35% a partir da unificação e do acir-
presa Cielo perderá a exclusividade de
ramento da concorrência. “Com isso,
operação do cartão Visa. A Redecard
os empresários não precisarão mais
vem prometendo que a união vai fa-
alugar no mínimo três máquinas para
vorecer os lojistas, que poderão optar
poder trabalhar com cartões”, prevê
entre operar a bandeira Visa junto com
Pellizzaro Junior.
a Cielo ou com a Redecard.
A assessoria de imprensa da Re-
Com o aumento da concorrência, os
decard garante que a união das duas
preços pelos serviços devem ficar me-
bandeiras vai ser boa para os lojistas
nores, aposta o presidente da CNDL,
porque terão mais uma opção de
Roque Pellizzaro Junior. Mas os empre-
escolha. Funciona assim: os lojistas
sários devem pressionar as empresas.
poderão ter uma máquina para cada
“Aconselhamos que, inicialmente, os
operação, uma para o Visa, outra para
lojistas não assinem contratos de ex-
a Redecard ou unir Redecard/Visa na
clusividade com uma delas”, alertou
mesma máquina. O credenciamento
Pellizzaro. “Eles devem se reunir para
dos comerciantes já foi solicitado pela
negociar os preços.”
Redecard à Visa no início do ano.
Vendas de shopping têm alta recorde
A
s vendas de shopping centers cresceram 14,4% no primeiro bimestre deste ano, na
ao mesmo período do ano passado. O resultaDe acordo com a
do foi motivado, principalmente, pelo setor de
comparação com o mesmo período de 2009, se- Abrasce, o resultado lazer, que teve expansão de 26,3% no período,
gundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce). Esse é o maior índice já registrado desde que a pesquisa foi iniciada, em 2001.
de fevereiro foi
10%
“Iniciamos o ano prevendo um aumento de 12%
superior ao mesmo
nas vendas, mas sabíamos que estávamos sendo
período do ano
conservadores na previsão”, explica o presidente
passado
da associação, Luiz Fernando Veiga. Somente no mês de fevereiro, as vendas registraram um aumento de 10%, em relação
impulsionado pelo interesse dos consumidores nos cinemas no período pré-Oscar. Outro fator determinante foi a disseminação da tecnologia 3D nas salas de exibição. Outro destaque foi o setor de artigos para o lar, em especial eletrodomésticos, cuja alta foi de 25,5%. Em seguida, aparecem as megalojas, que avançaram 14,4%, e as lojas âncoras, que apresentaram crescimento de 12,5% nas vendas. dirigente Lojista � abril 2010
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M O V I M E N TO
Bancos querem entender consumo das classes C, D e E
Varejo brasileiro abre 2010 com crescimento de 10,4%
D
epois de avançar 8,6% em no-
“Este desempenho reflete a melhoria
vembro e 9,2% em dezembro, o
da economia brasileira depois da crise
varejo brasileiro não apenas acelerou
financeira global no primeiro trimestre
serviços financeiros antes restritos ao
seu ritmo de expansão como registrou
de 2009”, comenta Luiz Goes, sócio-
topo da pirâmide da população brasi-
em janeiro o melhor índice de cresci-
sênior e diretor da GS&MD – Gouvêa
leira. De acordo com pesquisa da Da-
mento desde julho de 2008. De acor-
de Souza, consultoria especializada em
tamaioria (Data Folha/Data Popular),
do com dados divulgados pelo IBGE,
varejo e distribuição. De acordo com
do total de pessoas que têm conta
o volume de vendas cresceu 10,4%
ele, o crescimento em todos os esta-
em banco atualmente, 59% estão na
em relação a janeiro do ano passado.
dos mostra que as condições vêm me-
classe C e outros 23% estão na D/E.
Esse desempenho posiciona o comér-
lhorando consistentemente em todo o
Em relação à posse de cartão de cré-
cio brasileiro muito acima das princi-
País. Para 2010, o consultor projeta um
dito, o panorama é semelhante – de
pais economias do mundo. Nos EUA,
cenário positivo para o varejo. “As ven-
cada 100 usuários do chamado “di-
as vendas do varejo no primeiro mês
das crescerão acima do PIB, reforçadas
nheiro de plástico”, 60 pertencem à
do ano cresceram 5,2% na compara-
pelos bens duráveis, que trarão uma
classe C e 22 às classes D/E.
ção com 2009, enquanto nos países da
contribuição mais efetiva para o cresci-
Zona do Euro houve queda de 1,3%.
mento do mercado”, projeta Goes.
O aumento do poder de compra das classes emergentes gerou uma nova onda de bancarização e de acesso a
Embora animadores, os números ainda não refletem uma relação harmoniosa com o crédito formal. “A maioria dos consumidores de baixa renda tem seu jeito próprio de organizar as finanças. Eles querem que alguém ensine a comprar de forma inteligente, e não ouvir que não podem comprar”, aponta Renato Meirelles, diretor do Data Popular. Um exemplo é o fato de 80% das pessoas das classes C, D e E não se sentirem confortáveis em pedir empréstimos a instituições financeiras. Em sua avaliação, as campanhas que abordam o crédito consciente acabam transformando um empréstimo em concorrente das compras, e não numa ferramenta para facilitar o consumo. 10 �
dirigente Lojista � Abril 2010
Resultados setoriais » O segmento de Hiper, Supermercados, Produtos Alimentícios, Bebidas e Fumo teve um crescimento muito próximo da média do varejo, com expansão de 10,2% em janeiro. Esse foi o melhor resultado para o setor nos últimos 18 meses. » As vendas da categoria Equipamentos e Materiais para Escritório, Informática e Comunicação, que inclui celulares e computadores, tiveram um aumento de 32,2%, reforçando o segmento como um dos que mais cresceram nos últimos tempos. » Outro setor com forte crescimento foi o de Móveis e Eletrodomésticos, com alta de 17,7% na comparação anual, impulsionada pela proximidade do fim da redução do IPI. » Em seu terceiro mês consecutivo de crescimento, depois de amargar 12 meses seguidos de queda, o segmento de Material de Construção teve alta de 9,5% nas vendas. » O segmento de Tecidos, Vestuário e Calçados foi o de pior desempenho, crescendo apenas 2,3%. Embora essa seja a quarta expansão seguida, o setor ainda está abaixo da média geral do varejo. Fonte: IBGE
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dirigente Lojista � abril 2010 � 11 www.sebrae.com.br
br a s i l
l o j i s t a
Saldo positivo na audiência da CNDL com ministro da Previdência
A
revisão do aumento da contri-
A CNDL acordou ainda a abertura
André Luiz, que considerou o encon-
buição do Seguro de Acidente
de espaço ao Ministério da Previdên-
tro positivo. Além dos representantes
de Trabalho (SAT) foi um dos assuntos
cia em eventos da Confederação para
da CNDL, a audiência contou com a
tratados durante audiência do presi-
a apresentação de projetos e traba-
participação de Honório Pinheiro, pre-
dente da CNDL, Roque Pellizzaro Ju-
lhos. “Conseguimos ampliar a agen-
sidente da FCDL/CE, Antônio Koerich,
nior, com o ministro da Previdência,
da, onde técnicos da CNDL estarão
presidente das Organizações Koerich,
José Pimentel, no último dia 9 de
reunidos com técnicos do ministério
de Santa Catarina, e Itamar José da
março. Na oportunidade, o dirigente
para avaliar propostas convergentes”,
Silva, presidente do Conselho Delibe-
lojista também pediu a revisão do
afirma o superintendente da CNDL,
rativo do SPC Brasil.
Acidente de Trajeto, que serve de estatística para fins do SAT, mas independe de qualquer tipo de ação do empregador, já que acontece no trajeto de casa para o trabalho. Na pauta da conversa com o ministro Pimentel também entrou a revisão de dados do comércio por segmentos de estatísticas de acidentes de trabalho com o objetivo de obter um prazo maior para recursos administrativos, encerrado em 12 de janeiro.
CONVERSA PRODUTIVA Presidente da CNDL Roque Pellizzaro Jr. (esq.) com o ministro José Pimentel
Inadimplência aumenta 5,33% em fevereiro
A
taxa de inadimplência regis-
impostos, taxas e reajuste de pre-
para compras a prazo e para paga-
trou crescimento de 5,33% em
ços de insumos administrados pelo
mentos com cheques teve aumento
fevereiro, comparado ao primeiro
governo. Na comparação com feve-
de 5,85% em fevereiro deste ano, na
mês do ano, de acordo com dados
reiro de 2009, o índice apresentou
comparação com o mesmo período
divulgados pelo SPC Brasil no dia 10
crescimento de 0,75%. No acumu-
de 2009. Para o presidente da CNDL,
de março. O aumento se deve ao
lado dos dois primeiros meses do
isto está relacionado à estabilidade
reflexo das vendas a prazo realiza-
ano, os números apontam para uma
no emprego. “As vendas vêm au-
das em dezembro, além das obriga-
queda de 2,97% na inadimplência.
mentando de forma significativa, de-
ções financeiras que o consumidor
Os dados divulgados mostram
sempre tem no início do ano, como
ainda que o número de consultas
12 �
dirigente Lojista � Abril 2010
corrente da estabilidade do emprego do brasileiro”, diz Pellizzaro Junior.
Rio Grande do Sul define regras para feiras itinerantes
O
plenário da Assembleia Legislativa
sim regulamentar as feiras itinerantes de
do Rio Grande do Sul aprovou no
origem duvidosa e que não respeitam, na
mês de março a Proposta de Emenda à
maioria das vezes, as condições comerciais
Constituição (PEC 196/2009) que altera a
válidas para o varejo devidamente regula-
redação do inciso II do artigo 13 da Cons-
rizado. Normalmente, as feiras se instalam
tituição do Estado do Rio Grande do Sul.
nos municípios antes de datas comerciais
De autoria do deputado Luciano Azevedo
importantes, atrapalhando as vendas do
(PPS), em parceria com a FCDL/RS e apro-
comércio formal. A Federação das Asso-
vada em primeiro e segundo turnos, a PEC
ciações de Municípios do Rio Grande do
dá competência aos municípios para dis-
Sul (Famurs) e a União dos Vereadores
Cerca de mil pessoas, entre
porem sobre os horários e dias de funcio-
do Rio Grande do Sul (Uvergs) apoiam a
as quais empresários e lideran-
namento de eventos comerciais temporá-
PEC. Conforme o artigo 201 do Regimento
ças empresariais, participaram
rios de natureza econômica, as chamadas
Interno, uma PEC precisa ser submetida a
de um jantar em homenagem
feiras itinerantes.
dois turnos de discussão e votação, com
ao governador Aécio Neves,
interstício de três sessões.
promovido pelo Fórum de En-
O presidente da FCDL/RS, Vítor Augusto
Lojistas mineiros destacam ações do governador
Koch, acompanhou a votação no
tidades Empresariais de Minas
plenário ao lado de dezenas de
Gerais no dia 24 de março, no
dirigentes de CDLs e comercian-
Expominas. Mais de 100 pre-
tes. “Conquistamos em primeiro
sidentes e executivos de CDLs
turno uma antiga reivindicação
compareceram à solenidade.
dos varejistas”, comemora o di-
“Homenagear nosso go-
rigente. Segundo Koch, as feiras
vernante é nosso dever. Pois
itinerantes vendem produtos de
quando o estado se desenvol-
origem duvidosa, sem garantia de
ve, o comércio acompanha”,
qualidade e de assistência técnica
destacou o presidente da
e sem emissão de nota fiscal. “Os
FCDL/MG, José César da Costa.
municípios perdem arrecadação e
“É muito importante o con-
os comerciantes acabam não ten-
tato direto com o governador
do como manter o nível de em-
Aécio Neves, que muito tem
prego, em razão da concorrência
feito por Minas”, afirmou o
desigual”, diz.
presidente da CNDL, Roque
O dirigente explica que os lojistas não querem tirar empregos NO PLENÁRIO ou oportunidades de negócio, mas Presidente da FCDL/RS (centro) acompanhou a votação
Pellizzaro Junior, que participou do jantar.
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� 13
br a s i l
l o j i s t a
CDL de Sinop reúne 200 mulheres em encontro de empreendedorismo
Festa em Ouricuri inaugura a sede própria da CDL
pavilhão de festas da CDL Sinop
O
abertura do evento ficou por conta do
(MT) ficou mais florido no último
presidente da CDL Sinop, Afonso Tes-
Com pouco menos de três anos
dia 6 de março. Cerca de 200 mulhe-
chima Junior, junto com as diretoras
de fundação, a CDL de Ouricuri (PE)
res compareceram ao Só para elas –
da entidade, Rafaela Dal’Maso e Leila
já está atendendo em sede pró-
1º Encontro de Mulheres Empreende-
Pianowski. “Este é um evento feito
pria, inaugurada com festa no dia
doras, evento realizado pela CDL em
para vocês. Afinal, hoje as mulheres
22 de janeiro com participação de
homenagem ao Dia Internacional da
dominam o mundo em todos os pa-
comerciantes e da população local.
Mulher. A festa das mulheres lojistas
tamares, e a CDL não poderia ficar de
Além do presidente da CDL Francis-
começou com o chá da tarde, servido
fora das homenagens”, disse Teschi-
co Assis de Matos Alencar, estive-
logo na entrada e embalado pela des-
ma Junior, ao se dirigir à plateia pre-
ram presentes o prefeito da cidade,
contraída música do grupo Neuras. A
sente ao encontro.
Ricardo Ramos; o presidente da FCDL-PE, Eduardo Catão; e a diretoFESTA Homenagem às lojistas de Sinop teve chá da tarde e banda de música
ria executiva da entidade. Também prestigiaram o evento os presidentes da CDL Serra Talhada, Francisco Mourato, da CDL Araripina, Afonso Sobrinho, e da CDL Petrolina, Francisco Moreira. Projetado pelo arquiteto Otávio Sampaio, o prédio, com suas formas diferenciadas e traço inovador, é mais uma das ações de destaque da gestão de Matos Alencar, que já realizou duas Feiras do
» De 20 a 25 de abril, a CDL Ponte
» O crescimento do varejo local e
Comércio e firmou parcerias impor-
Nova (MG) promove a edição 2010
a necessidade de qualificação do
tantes para o varejo local.
do Open da Praça, com disputas de
setor levaram à criação da CDL de
vôlei, futevôlei, peteca, handebol e
Herval d’Oeste, a de número 172
basquete de rua (juvenil, adulto e
de Santa Catarina. “Precisávamos
master), nas categorias masculino
unir a classe empresarial e dar
e feminino, na Praça de Palmeiras,
subsídios para sua expansão.
um dos principais cartões-postais
Agora podemos disponibilizar
da cidade. Criado em 2007, o Open
todas as ferramentas e serviços
da Praça faz parte do calendário
que as CDLs oferecem aos
esportivo de Ponte Nova, atraindo
lojistas”, destaca Orlando Bucco,
atletas também de fora da cidade.
presidente da nova CDL.
14 �
dirigente Lojista � Abril 2010
» A CDL Jovem de Lages (SC) realizou o 1º Bate-Papo de Gestão do ano de 2010, com a participação de Carlos Eduardo de Liz, diretor-geral do MIDILages, incubadora de empresas do município. Liz mostrou como funciona uma incubadora e os integrantes da CDL Jovem também puderam conhecer empresas incubadas, seus produtos e serviços
Pela paz no trânsito
inovadores.
» No último dia 15 de março, A CDL Jovem de Caxias do Sul (RS) está dando andamento ao projeto que
a CDL de Patos de Minas (MG)
prevê a expansão da campanha de trânsito “Não quero morrer no trânsito”,
oficializou a abertura de sua CDL
com a colaboração das CDLs Jovem de Farroupilha, Bento Gonçalves, Vacaria e
Jovem, que será coordenada
Flores da Cunha. A campanha está na sétima edição e será realizada no mês
pelo empresário Alessandro
de outubro, em data ainda a definir.
Gonçalves Xavier. “Nossa entidade se enriquece ao somar
Espírito Santo promove Semana Estadual do Jovem Empreendedor
mais militantes da classe lojista à CDL e daremos todo o apoio necessário à juventude”, afirma Pedro Paulo Fonseca de Freitas,
ara auxiliar os capixabas que pre-
P
por meio da Lei 8.887, sancionada
tendem abrir sua própria empre-
pelo governador Paulo Hartung em
sa e oferecer mais informações sobre
11 de junho de 2008. Realizada anu-
» O empresário Rodrigo Coelho,
o mundo dos negócios, a CDL Jovem
almente, sempre na segunda semana
29 anos, é o novo coordenador
Capixaba e o Cindes Jovem promove-
do mês de março, a Semana Estadual
da CDL Jovem de Joinville (SC).
ram dois dias de palestras gratuitas
do Jovem Empreendedor tem a pro-
Como primeira iniciativa à frente
durante a Semana Estadual do Jovem
posta de estimular a troca de experi-
do cargo, trouxe como convidado
Empreendedor. No total, 150 pessoas
ências e de aprendizado. “Neste ano,
para o evento “Cases de
participaram das palestras do dia 9 de
foi uma excelente ferramenta para
Sucesso” o empresário Rodrigo
março (“Mulher Empreendedora”) e
capacitar
profissionais
Thomazi, sócio do Bali Hai, eleito
do dia 10 (“Organização das finanças
que já estão no mercado de trabalho
o melhor Summer Club do Brasil.
no campo profissional e pessoal”).
e pessoas que querem abrir seu pró-
Este ano, outros quatro “Cases
prio negócio”, diz Leonardo Krohling,
de Sucesso” serão promovidos
presidente da CDL Jovem Capixaba.
pela CDL Jovem.
O evento foi instituído no calendário oficial do Estado do Espírito Santo
estudantes,
presidente da CDL.
dirigente Lojista � abril 2010
� 15
i nf o rm e
j u r í d i c o
Em defesa da microempresa, CNDL questiona Lei Federal no Supremo
A
CNDL ajuizou uma Ação Direta
Para entender a questão, é preciso
Associados, defendem os interesses
de Inconstitucionalidade (Adin)
destacar que a Constituição, visando
da CNDL. Caso julgada procedente, as
no Supremo Tribunal Federal contra a
viabilizar as relações entre fornece-
micro e pequenas empresas sujeitas
lei que criou o Simples Nacional, ob-
dores e destinatários situados em
ao Simples Nacional só deverão pagar
jetivando a defesa das Micro e Peque-
outras regiões, previu que os esta-
o ICMS com a aplicação das alíquotas
nas Empresas (MPEs). A intenção da
dos destinatários só poderiam exigir
progressivas de 1,25% a 3,95% (de
entidade é que seja reconhecida como
a diferença entre a alíquota fixada
acordo com o faturamento da empre-
ilegítima a cobrança de diferença de
pelo Senado e a vigente no destino
sa), excluindo a cobrança da diferença
alíquota de ICMS nas operações inte-
quando as compras ocorressem pelos
de alíquota (por exemplo, de 5% so-
restaduais em que a aquisição de mer-
comerciantes para fins de consumo
bre o valor das compras de mercado-
cadorias ocorre para fins de revenda.
final, não permitindo isso no caso de
rias para revenda).
A ação também questiona a cobrança
compra para revenda. Como a lei que
A Adin foi recebida pelo ministro
fixada pelo Senado Federal na Resolu-
criou o Simples Nacional permite tal
Eros Grau, que entendeu pela relevân-
ção 22/89, pela qual as vendas feitas
cobrança, a CNDL espera, com a ação,
cia da matéria, pedindo ao congresso
às regiões Sul e Sudeste (exceto para
fazer valer o que diz a Constituição.
nacional para prestar informações
o Espírito Santo) terão alíquota de 12%
O relator da ação no STF é o mi-
no prazo de 10 dias e, após, vista ao
e de 7% para as vendas realizadas às
nistro Eros Grau, enquanto que os ad-
advogado-geral da União e ao procu-
regiões Norte, Nordeste e Centro-Oes-
vogados Rodrigo Dalcin Rodrigues e
rador-geral da República pelo prazo
te e, ainda, ao Espírito Santo, a serem
Fernando Smith Fabris, do escritório
de cinco dias, submetendo o processo
cobradas pelo estado de origem.
Freitas Macedo & Dalcin Advogados
diretamente ao Tribunal.
Em alta
Em baixa
Os magistrados que
As hostilidades de popu-
por inércia do Legis-
lares contra os advoga-
lativo vêm proibin-
dos de defesa no julga-
do o uso das ditas “pulseiras
mento do caso Isabella, violando
do sexo”. Em pleno século 21
o pleno e livre exercício profissio-
o Estado tem que intervir para
nal da advocacia. O papel do ad-
reprimir o uso e efeitos desta
vogado “é propiciar ao acusado
malsinada “mania social” que,
plena defesa, circunstanciando-a
acredito, nem a antropologia
com objetividade, dentro dos es-
consegue explicar.
tritos limites da lei”.
16 �
dirigente Lojista � Abril 2010
“Há quem chegue às maiores alturas para cometer as maiores baixezas” Ministro Ayres de Britto, do STF, no julgamento do habeascorpus do governador Arruda
por ANDRÉ
LUIZ, assessor jurídico Cndl
assejur@cndl.org.br
Brasil é quem mais controla redes sociais no trabalho
notas rápidas
As empresas brasileiras são as que
trole sobre o e-mail, podendo ser até
mais controlam o uso de redes sociais
responsabilizada pelo conteúdo trans-
no ambiente de trabalho, de acordo
mitido. Foi o entendimento que teve
com pesquisa da Manpower, com-
o Tribunal Superior do Trabalho nos
panhia norte-americana de recursos
dois casos deste tipo apresentados ao
humanos, que ouviu 34 mil emprega-
órgão até hoje. Não haveria, portanto,
dores em 35 países. Um dos pontos
invasão de privacidade ou violação de
levantados foi o uso do e-mail forne-
correspondência no monitoramento
cido pela empresa. Como é uma fer-
dos e-mails cedidos pela empresa.
empresa, esta pode exercer total con-
Confira nos gráficos abaixo os resultados da pesquisa da Manpower.
Segundo o levantamento, que ouviu 34 mil empregadores ao redor do mundo, 55% das empresas brasileiras têm alguma política de restrição, contra 20% registrado na média global.
Fontes: BBC Brasil, Uol e TST
ramenta de trabalho, pertencente à
Os setores que mais controlam o uso de mídias sociais no País, de acordo com o estudo, é o de finanças (81%), seguido do de transportes (65%).
Quase mil empregadores brasileiros foram entrevistados e a razão apontada por 77% deles para exercer o controle é tentar evitar a perda de produtividade. Ainda segundo o levantamento, 32% dos empregadores acreditam que as restrições no ambiente de trabalho ajudam a proteger informações confidenciais.
O menor índice de controle foi registrado na Europa e na África. Na Polônia, apenas 1% das empresas tem políticas restritivas, e na França, 2%. A média nas Américas é de 29%. Nos EUA, 24% das companhias controlam o uso de mídias sociais.
Responsabilidade em caso de fraude: O Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro ganhou ação onde um consumidor pedia indenização por ter seu nome inscrito no banco de dados da entidade por causa de débitos com documentos falsos. A ação proposta contra a empresa mantenedora dos cadastros, e não contra a empresa que levou a efeito a positivação do débito, foi julgada improcedente. A ação de indenização, nas hipóteses de fraude, deve ser dirigida apenas contra o credor direto, não contra a mantenedora dos cadastros, neste caso, a CDL do Rio de Janeiro, que teve seus interesses defendidos pelo advogado Alexandre de Oliveira Venâncio de Lima. Despejo em 15 dias: De acordo com o jornal Valor Econômico, proprietários de imóveis comerciais em São Paulo obtiveram liminares que determinam o despejo de inquilinos no prazo de 15 dias, como determina a nova Lei do Inquilinato, de dezembro de 2009. O artigo 59 da lei permite a retirada do locatário por inadimplência de um único aluguel ou de fiança. A norma está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo Instituto Brasileiro de Defesa dos Lojistas de Shoppings (Idelos). Insalubridade: Lixo doméstico não se equipara a lixo urbano. Assim, o trabalhador que desenvolve atividades de coleta de lixo e higienização sanitária no interior de empresas e residências não tem direito ao recebimento de adicional de insalubridade. Decisão da 4ª Turma do TST que isentou uma reclamada da obrigação de pagar adicional de insalubridade em grau máximo a um empregado que exercia esse tipo de tarefa.
dirigente Lojista � abril 2010
� 17
p e rf i l
c d l
portas abertas ao
lojista Conheça o trabalho da CDL do Distrito Federal, que neste mês de abril completa 45 anos de trabalho em prol do varejo
mês de abril promete ser movi-
O
CDL nasceu quando Brasília tinha apenas
mentado para os dirigentes lojistas
cinco anos. Portanto, esteve presente
do Distrito Federal. Além de comemorar
no desenvolvimento do Distrito Federal
o aniversário de 50 anos de Brasília, fes-
como um patrimônio da cidade”, afirma
tejados no dia 21, e promover, no dia
Vicente Estevanato, presidente da enti-
19, a entrega do Mérito Lojista (premia-
dade. “A CDL tem uma história de suces-
ção da CNDL aos melhores parceiros do
so e temos muito orgulho do trabalho
varejo), a Câmara de Dirigentes Lojistas
realizado neste período”, diz.
do Distrito Federal completa 45 anos de
Na avaliação do dirigente, a CDL/DF
atividades. Fundada em 13 de abril de
se transformou em uma entidade só-
1965, a CDL/DF surgiu por iniciativa de
lida, com grande credibilidade junto
um grupo de 25 comerciantes com o
ao comércio e à comunidade. Isso é
objetivo de fortalecer o varejo local. “A
decorrência de um trabalho que inclui, além do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), uma série de produtos e serviços como o Protesta Fácil, o Cheque Garantido, a Escola do Varejo e a cooperativa de crédito Credilojista. “O movimento lojista no Distrito Federal vive um momento extraordinário e participativo no dia a dia da capital federal”, observa Estevanato. A afirmação do dirigente diz respeito não só à prestação de serviços aos associados mas também à parceria da CDL com a CNDL, que resultaram em importantes conquistas. Destaque para a criação do
18 �
dirigente Lojista � Abril 2010
www.cdl-df.com.br de alvarás de funcionamento para o
mais oportunidades e os lojistas, por sua
comércio e a implantação do Veículo
vez, mais segurança”, afirma. Além dis-
Leve sobre Trilhos (VLT), que atinge
so, junto com a CNDL, a CDL/DF traba-
diretamente o comércio da W3 Sul.
lha há muito tempo para regulamentar
Sobre esta última questão Estevanato
o setor de cartões, luta antiga do varejo.
destaca que o assunto tem sido alvo
“Precisamos mudar isto. O lojista não
de intensa discussão com represen-
pode arcar com taxas tão altas e pra-
tantes do governo e da comunidade,
zo de ressarcimento acima de 30 dias”,
pois provocará mudanças diretas no
conclui Estevanato, com a convicção de
trânsito, nos espaços para estaciona-
quem comanda uma entidade com 45
mento nesta via e no fluxo dos con-
anos de luta pelo varejo candango.
sumidores nas lojas. Atualmente, a CDL/DF tem como prioridade a aprovação do Código do Contribuinte, proposta da entidade VICENTE ESTEVANATO: “O movimento lojista no Distrito Federal vive um momento extraordinário e participativo no dia a dia da capital federal”
apresentada em forma de projeto de lei, de autoria do deputado Alírio Neto (PPS/DF), que está em tramitação na Câmara Distrital. Estevanato explica que, entre os direitos básicos garanti-
Supersimples e as alterações propos-
dos aos contribuintes, está a igualdade
tas pelo varejo no texto da nova Lei do
de tratamento em qualquer repartição
Inquilinato.
administrativa ou fazendária e o direito
No trabalho da CDL/DF, Esteva-
de ser informado dos prazos de paga-
nato destaca a atuação da entidade
mento e da redução de multas, quan-
como integrante do Fórum do Setor
do autuado. “O objetivo é evitar que
Produtivo, que reúne outras cinco
abusos sejam cometidos por parte do
entidades dos setores de comércio,
estado, assegurando a efetividade dos
indústria, transportes e rural, unidas
direitos do contribuinte mediante a
para o incremento da economia e o
simplificação de procedimentos admi-
desenvolvimento do Distrito Federal.
nistrativos pertinentes à área tributária,
De acordo com o dirigente, a CDL/DF
bem como a instituição de penalida-
está trabalhando junto ao Fórum na
des para o governo do Distrito Federal,
elaboração de ações que beneficiem
caso deixe de cumprir as normas esta-
diretamente o varejo de Brasília. Na
belecidas na lei”, diz Estevanato.
lista de propostas estão o aumento
Além do Código do Contribuinte,
do prazo para adequação de lojas das
Estevanato lembra outra bandeira da
quadras comerciais da Asa Sul que
CDL: a implantação do Cadastro Positi-
utilizam áreas públicas; a concessão
vo. “Com isso, os bons pagadores terão
Conquistas em destaque Na avaliação do presidente da CDL/DF, Vicente Estevanato, estas são as principais conquistas dos varejistas do Distrito Federal: » Credilojista, cooperativa de crédito que oferece linhas de crédito com taxas menores que os bancos, uma grande vantagem, principalmente para o pequeno lojista; » Equiparação do Simples Candango ao Simples Federal; » Regulamentação do uso do espaço público para o comércio da Asa Sul; » Implantação de programas tributários, como o Refaz, que oferece descontos de até 90% e parcelamento no valor das dívidas das empresas com o fisco local; » Implantação do Pró-DF, programa criado pelo governo que oferece descontos nos impostos, além de incentivos para que as empresas possam se instalar nas Áreas de Desenvolvimento Econômico, gerando renda e criando empregos.
dirigente Lojista � abril 2010
� 19
e n t r e v i s t a
20 � 54
dirigente Lojista �empreendedor Abril 2010 � Fevereiro 2010
Sônia Elbachá | consultora e gestora da empresa Sônia Elbachá Marketing e Moda
ESTRATÉGIA ESTÁ
NA MODA por dIÓGENES fISCHER
O planejamento estratégico de coleções no varejo de moda é uma ferramenta de gestão essencial para o lojista que deseja se manter atraente para o consumidor contemporâneo, que busca não apenas estilo mas também preço e praticidade. Na entrevista a seguir, a consultora Sônia Elbachá explica como coordenar cada fase desse processo, que envolve do gestor do negócio à equipe de vendas. Com foco no varejo multimarca, ela explica como coordenar fatores que incluem a relação com a indústria, a precificação e a exposição no ponto de venda para construir uma marca de varejo competitiva e lucrativa.
dirigente Lojista � Abril abril 2010
� 23 21
e n t r e v i s t a
Dirigente Lojista – Como o planeja-
DL – Como aplicar essa forma de
transmitir. A partir dessa definição de
mento estratégico deve ser aplica-
trabalhar com as coleções no dia a
conceito, que está diretamente liga-
do dentro do contexto de uma loja
dia do varejo?
da à gestão da marca do varejo, se
de vestuário?
Sônia – Antes de o lojista pensar na
desenvolve o planejamento de com-
Sônia Elbachá – O varejo de moda no
compra dos produtos, é importante
pras, que varia no decorrer de cada
Brasil trabalha habitualmente com o
que ele entenda qual é o objetivo do
período. Mas essas variações preci-
processo de compra de produtos foca-
negócio, quem ele pretende atender
sam seguir um objetivo mercadológi-
do em dois aspectos: em orçamentos
e que imagem ou conceito ele deseja
co e um conceito de marca. Se formos
baseados na projeção de receitas ou –
categorizar etapas, o planejamento
principalmente no caso do pequeno e
começaria com a análise do ambiente
médio varejo – escolhendo produtos de
e de cenários do mercado, com coleta
acordo com a percepção e o gosto pes-
de dados próximos ao lojista. A per-
soal do dono ou do responsável pela
gunta a ser feita é: “o que os meus
área de compras. Muita gente no va-
consumidores estão desejando?” Isso
rejo multimarca ainda trabalha com a
o próprio lojista pode observar dentro
prática de comprar olhando o que cada
da loja, conversando com os vendedo-
fornecedor propõe, o que eles gostam,
res. Depois é que vem a hora da com-
o que acham que está com preço
pra, contemplando os tipos de produto
adequado. Ou seja, a seleção dos pro-
necessários para atender a essas de-
dutos muitas vezes é feita pelas pró-
mandas. Eles devem estar agrupados
prias marcas e não pelo varejista, que
entre si em linhas de produtos, criadas
sai comprando sem pensar em como
a partir de uma imagem macro que o
aqueles produtos se intercomunicam,
lojista tem. Cada linha terá um concei-
tanto no aspecto da estratégia de pre-
to que também será expresso a partir
ço quanto na estratégia de imagem. É
de cada produto, de seu preço e da
por isso que o planejamento estratégi-
imagem que ele possa transmitir. No
co de coleção deve trabalhar com foco em duas vertentes: no planejamento orçamentário, permitindo ao lojista ter um estoque que atenda suas necessidades de giro de produto e seus objetivos de receita; e no planejamento focado na eficiência dos produtos no ponto de venda, integrando aqueles itens que são complementares em imagem para que formem uma unidade visual capaz de comunicar conceitos definidos antecipadamente. 22 � 24
dirigente Lojista � abril Abril 2010
O consumidor hoje está muito mais multifacetado, e acaba adotando uma diversidade de estilos em diferentes momentos de sua vida
varejo de moda se trabalha com muita diversidade de materiais, de cores e de formas. Se o lojista misturar todos os produtos na vitrine ou na exposição interna da loja, ou se os vendedores não souberem como harmonizá-los, a loja não consegue oferecer para o consumidor uma complementariedade de produtos. Vai vendê-los como itens isolados, sem aproveitar o potencial da venda complementar que otimiza o tíquete médio.
DL – Hoje em dia as lojas de vestuário costumam exibir looks montados com seus produtos como sugestões para o cliente. Essa estratégia está correta? Sônia – Está. Mas muita gente trabalha com essa visão de imagem e produção de moda apenas na vitrine e esquece de fazer isso em todo o interior da loja, na exposição dos produtos, nas araras
Pensar em coleção significa pensar nos produtos tanto no aspecto de imagem quanto no aspecto comercial
e – principalmente – no estoque. O
imagem que as marcas muitas vezes passam nos desfiles de moda, que faz com que as pessoas pensem que aquela coleção foi criada só como mensagem conceitual e lançadora de tendências. Não é isso. O planejamento estratégico inclui a integração de produtos não apenas em cores, formas e texturas, mas também sua exposição no ponto de venda, de forma que façam sentido para o con-
planejamento de coleção existe justa-
ou média renda, é importante enten-
sumidor, para que ele possa desejar
mente para criar uma unidade entre
der que as pessoas transitam por dife-
não apenas uma única peça, mas vá-
toda a estratégia da empresa, que vai
rentes grupos sociais e diferentes am-
rios produtos que aquela loja propõe.
da exposição do produto até sua orga-
bientes em diversos momentos na sua
É importante ter em mente que o
nização no estoque. E passa também
vida. Hoje não temos consumidores
consumidor não compra um artigo de
pela estratégia de preços. O consumi-
com um único estilo de vida apenas.
moda apenas pela sua função básica.
dor hoje está muito mais multifaceta-
Temos diferentes estilos em um mes-
Ele quer comprar imagens projetadas,
do, e acaba adotando uma diversidade
mo consumidor. Então, como atender
realizar sonhos e suprir necessidades
de estilos em diferentes momentos de
a essa diversidade de interesses de
que não são simplesmente funcio-
sua vida. Então, para que o varejo dei-
indivíduos multifacetados, sem ofere-
nais ou objetivas. Para alcançar esse
xe de ser apenas um ambiente vende-
cer produtos em excesso e que não
aspecto emocional do consumidor,
dor de produtos e passe a ser uma loja
comuniquem nada para o consumidor?
os produtos oferecidos dentro da loja
que tenha marca, que trabalhe com o
O objetivo é alcançar uma diversidade
precisam transmitir um conceito. Cada
aspecto sensorial para alcançar e esti-
com unidade. É por isso que o conceito
produto sozinho deve ter o poder de
mular o consumidor, é importante que
de planejamento estratégico de cole-
seduzir, de comunicar, de despertar o
todo o ponto de venda e os produtos
ção vai além do varejo de vestuário e
desejo e o interesse, seja pela forma,
escolhidos para fazer parte do negócio
pode ser aplicado em diversas catego-
seja pelo preço, seja por sua função.
transmitam uma mensagem única.
rias de produto. Essa tendência pode
Mas a combinação dos produtos no
ser observada em segmentos distintos,
ponto de venda é que vai possibilitar
DL – A ideia então é escolher um
como o de decoração e objetos para o
o entendimento da mensagem que
determinado perfil de consumidor
lar, de eletrônicos, de automóveis, etc.
o lojista deseja transmitir para o con-
e focar suas estratégias naquele
Pensar em coleção significa pensar nos
sumidor.
perfil apenas?
produtos de forma integrada, tanto
Sônia – Não seria apenas focar em um
no aspecto de imagem quanto no as-
único perfil. Independente se o varejo
pecto comercial. Ao contrário do que
está focado no segmento feminino ou
muita gente imagina, o planejamento
masculino, no público de baixa renda
estratégico não tem a ver com aquela dirigente Lojista � abril 2010
� 25 23
e n t r e v i s t a
DL – Dentro desta visão estratégica,
lojista acaba comprando produtos que
o conceito geral da marca do varejo.
como você avalia a relação entre o
tenham marcas fortes, e não produtos
Aí é como se cada marca da indústria
lojista e seus fornecedores, princi-
que se complementem e façam senti-
funcionasse como um grupo de linha
palmente no varejo multimarca?
do dentro da proposta da loja. Um dos
para o varejo.
Sônia – Atualmente muitas indústrias
caminhos para o varejo multimarca é
que tinham marcas fortes, construídas
trabalhar com as marcas expostas de
DL – Qual a importância do fator pre-
somente via propaganda, estão tendo
maneira que cada uma delas tenha
ço no planejamento estratégico?
que repensar seu processo de cons-
seu espaço e funcione como uma mi-
Sônia – Além de formarem grupos de
trução de marca. E essa reformulação
nicoleção. O essencial é que elas se
linha, as marcas da indústria precisam
tem ocorrido principalmente na inte-
complementem entre si e transmitam
estar integradas também por faixa de
gração dos próprios produtos entre si
preço. Porque é cada vez mais comum
e das ações de relacionamento com o
um mesmo consumidor buscar tanto
consumidor no ambiente da loja. No
produtos premium quanto produtos
segmento esportivo, por exemplo, as
promocionais. Então o varejo hoje pre-
marcas já conseguem ter sinergia com
cisa de mais elasticidade de preço e
o ponto de venda e trabalhar mais
de mais extensão nas linhas de pro-
claramente os conceitos, desde o mo-
dutos. Não para atender todos sem
mento em que são concebidos e pro-
distinção, mas sim para atender me-
duzidos até o momento em que estão
lhor seu público-alvo. Muitas vezes a
distribuídos no ponto de venda. Você
pessoa compra uma calça jeans de R$
entra em uma loja de moda esportiva
400 mas também quer comprar cami-
e vê claramente as coleções de cada
setinhas básicas de malha. Se a loja
marca expostas na forma de corners.
oferece apenas a opção de R$ 150, ela
No varejo de vestuário, o que vemos
vai comprar uma camiseta ou então
são muitas marcas fortes no segmento
não vai comprar nada. Se ela encontra
de moda explorando a estratégia de franquias. Ao fazer isso, elas abandonaram de certa forma a estratégia de construção da marca no varejo multimarca. Com isso, principalmente nas cidades do interior, onde as franquias mais fortes de moda ainda não atuam, você encontra essas marcas apresentadas de forma mais dispersa. Os lojistas compram as marcas mas não exploram todo o potencial que elas têm, por não conseguirem trabalhar em sinergia com a indústria. O próprio 24 � 26
dirigente Lojista � abril Abril 2010
Os lojistas compram as marcas mas não exploram todo o potencial que elas têm, por não conseguirem trabalhar em sinergia com a indústria
a de R$ 39, ela pode comprar a calça e mais três ou quatro camisetas em cores diferentes. DL – Como é possível trabalhar de forma integrada diferentes categorias de produtos dentro da loja? Sônia – É importante ter em mente que o varejo de moda não pode trabalhar apenas com produtos de modismo, senão ele quebra. Se fosse assim, a cada final de estação teríamos uma mudança total de coleção e aí
a gestão de estoques inviabilizaria o negócio. O consumidor não consome só a efervescência da novidade. Ele também quer produtos que atendam seus desejos mais clássicos, que sejam atualizados de uma forma mais discreta e tenham mais longevidade. Esses itens permitem reposições mais continuadas, principalmente nos picos
O varejo de moda não pode trabalhar apenas com produtos de modismo, senão ele quebra
lojas de todos os tamanhos. Basta perceber que, quando vendemos bens de moda, estamos trabalhando com objetos-signo, que significam alguma coisa de acordo com sua relação com outros objetos. Não são símbolos imutáveis. O modo como você apresenta o produto em sua composição com outros produtos da loja é que vai posicioná-lo de forma simbólica para o consumidor.
de venda. Então o lojista deve trabalhar a divisão da coleção equilibrando produtos que não serão repetidos no
continuadas e otimização do estoque,
DL – Qual o papel do vendedor no
decorrer do semestre e que precisam
dando uma base de sustentação para
planejamento de coleção?
ser renovados com mais frequência
que o varejo tenha produtos que não
Sônia – O vendedor tem um papel
com outros que ele poderá testar e re-
gerem tanta perda. A retenção dos
fundamental desde o momento em
petir durante uma ou mais estações.
consumidores é alcançada na medida
que se faz a coleta de dados para co-
Outro grupo importante são os produ-
em que se consegue ter as novidades
meçar o planejamento. É preciso sa-
tos de vanguarda, que servem como
acompanhadas de itens que o consu-
ber como os clientes estão se sentin-
direção para apontar novos desejos do
midor diz “eu adorei esse produto e
do dentro da loja, o que eles pedem,
consumidor. Esses itens serão diferen-
quero voltar para comprar outro igual”.
o que eles não levam. E a única forma
tes para cada loja e terão significados
Cada linha tem tempos de compra e
da loja registrar as reações espontâne-
diferentes. Mas toda loja precisa ter
de reposição diferentes entre si.
as do consumidor – uma expressão de “uau” ao ver um produto, por exem-
produtos considerados de vanguarda para o seu público, que inovem e an-
DL – Os produtos mais básicos se-
plo – é por meio do vendedor. Além
tecipem tendências que darão retorno
riam então uma espécie de “corin-
de ser uma importante fonte de infor-
mais para frente. Eles cumprem um
ga”, mesmo para aquelas lojas com
mação inicial, ele também é essencial
papel mais importante na construção
perfil mais sofisticado?
no meio desse processo, pois precisa
de marca do que no resultado de ven-
Sônia – Os produtos básicos e versáteis
entender como o lojista planejou sua
das. Não terão alto giro, mas sim um
têm grande importância. Uma camise-
coleção para poder, por exemplo, fa-
papel quase de mídia, uma ferramenta
ta branca exposta com uma calça jeans
zer a arrumação do estoque de acor-
de comunicação para atrair o consumi-
vai ser percebida como um produto
do com os grupos de linha. Para isso,
dor e despertar novos desejos. Além
básico, enquanto a mesma camiseta
a loja precisa saber transmitir para
disso, há um outro grupo de produto
exposta com um blazer vai passar ou-
o vendedor o que exatamente quer
que atende ao consumo de praticidade
tra imagem. O mesmo item pode girar
com sua estratégia de coleção. E no
e bem-estar, e que toda marca precisa
dentro da loja a cada semana, trans-
final do processo é o vendedor quem
ter. São aqueles tênis mais funcionais,
mitindo uma sensação de mudança
tem a responsabilidade de atender o
as roupas para o dia a dia, o jeans bási-
sem o lojista precisar renovar todo seu
consumidor com presteza, com versa-
co. Eles também permitem reposições
estoque. Essa é uma ação acessível a
tilidade e com educação. dirigente Lojista � abril 2010
� 27 25
o p i n i ã o
|
d e
o l h o
n o
c l i e n t e
dISNEY – uma lição para
QUALQUER NEGÓCIO PARTE 1
R
ecentemente visitamos a Disney com
nará suas atividades em determinado horá-
um grupo de empresários brasileiros e
rio” e sim “as atividades estarão disponíveis
vivenciamos algumas lições sobre o “estilo
até determinada hora”. Sempre na saída os
Disney” focado em superar a expectativa das
funcionários agradecem ao visitante. Afinal,
74 milhões de pessoas que visitam anual-
uma empresa não existe sem cliente!
mente os parques. Alguns princípios básicos
A quem sua empresa serve? Será que
são essenciais: serviço de qualidade, atenção
prateleiras estão muito elevadas para seu
especial aos detalhes, eficiência, satisfação
cliente retirar um produto e ele então sai da
de funcionários e visitantes.
sua loja e vai ao concorrente sem você per-
A atenção nos detalhes pode ser vista na
ceber? Como estão os provadores? Pequenos,
limpeza do parque. Além de haver várias lixei-
apertados, com cortinas que não fecham di-
ras, qualquer funcionário é responsável pela
reito? E a satisfação do cliente ao encontrar
limpeza do parque. Por que não aplicarmos isto
“Princípios
em nossos negócios? Por exemplo, qualquer
básicos: serviço
pessoa que trabalha em um supermercado, ao passar por um corredor e ver um produto fora
de qualidade,
de ordem ou desalinhado numa gôndola, po-
atenção aos
derá arrumá-lo em poucos segundos. Em todos os parques há uma centena de
detalhes e
bancos espalhados para que as pessoas pos-
satisfação de
sam descansar e aproveitar melhor o passeio.
funcionários e
No Magic Kingdom, um dos principais parques da Disney em Orlando, a rua principal é ligei-
visitantes”
no final do dia, o declive é uma ajuda que facilita a locomoção. Os funcionários jamais falam “o parque fechará, encerrará ou termi26 �
dirigente Lojista � Abril 2010
rante sua experiência de compra, ou ainda banheiros limpos? São “detalhes” que fazem a diferença. Qual é o foco da sua empresa? No caso da Disney é a magia, diversão, e para isto não é necessária a interação com o mundo “real”: revistas, jornais, televisores e noticiários não estão disponíveis dentro dos parques. Por exemplo, se seu negócio é um posto de gasolina, o foco não é somente o abastecimento de combustível, mas sim a prestação de
ramente inclinada, pois pela manhã ao entrar as pessoas estão mais descansadas; porém
um filtro com água gelada à disposição du-
Luciana Carmo Especialista em gestão de serviços e palestrante. luciana.carmo@mixxer. com.br
serviços rápidos. Reflita sobre estes ensinamentos da Disney em seu negócio. Continuaremos na próxima edição.
dirigente Lojista � abril 2010
� 27
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M ÍDIAS
SO C IAIS
A HORA do
cliente
28 �
dirigente Lojista � Abril 2010
2.0
Como o uso de blogs, Twitter, Orkut e outras mídias sociais modifica a relação entre varejistas e consumidores
por aLEXANDRE GONÇALVES alexandre@agenteinforma.com.br
dirigente Lojista � abril 2010
� 29
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SO C IAIS
ram? Assim são os novos tempos do
O consultor Renato Muller, gerente
m passarinho azul surge na tela
U
varejo na internet: cada vez mais pró-
de publicações da empresa GS&MD –
para avisar que é preciso ser
ximo do cliente, com a ajuda de fer-
Gouvêa de Souza, explica que as mí-
muito rápido para responder correta-
ramentas de mídia social como blogs,
dias sociais, como Orkut, Facebook e
mente uma lista de perguntas, se qui-
microblogs e sites de relacionamento.
Twitter, são meios de comunicação
ser ganhar presentes de uma famosa
“Além de aumentar suas vendas e con-
nos quais os usuários finais assumem
rede de eletroeletrônicos. No blog ao
quistar novos clientes em um mercado
o papel de protagonistas, bem dife-
lado, uma rede do segmento de vestu-
cheio de oportunidades, a empresa
rente da comunicação de massa, feita
ário convida para curtir o show de um
que investir em mídia social vai ga-
“de um para muitos”. Nas redes so-
cultuado grupo baiano. Enquanto isso,
nhar maior compreensão e percepção
ciais, afirma, cada usuário é criador e
na caixa de entrada de e-mail, uma
de um perfil novo de cliente”, afirma o
receptor de conteúdo, o que dá a ele
loja se oferece para ser seu amigo, o
consultor Sílvio Tanabe, da Magoweb
um poder muito maior, já que pode
que pode garantir descontos e ofertas
Marketing Digital e Soluções para In-
disseminar opiniões e ideias sem in-
exclusivas. E por falar em amigo, que
ternet. “As mídias sociais também são
termediários. “Este mesmo raciocínio
tal trocar algumas palavras com @abi-
uma extensão dos tradicionais SACs, só
pode ser aplicado ao varejo”, afirma
lio_diniz e @luizatrajano sobre como
que em um canal muito mais interati-
Muller. “Uma loja em uma rede social
empreender com sucesso no varejo ou
vo e que exige muito mais transparên-
passa a ser mais um usuário, dialo-
sobre o último filme que eles assisti-
cia por parte da empresa”, diz.
gando com outros participantes, em
as principais mídias sociais Blog
Pode-se afirmar que o blog foi a primeira ferramenta de mídia social a se tornar popular na internet. Sua grande virtude é a facilidade para a publicação de conteúdo, em comparação com o que ocorria anteriormente, quando a tarefa pedia um conhecimento técnico mais apurado. Ou o dono da loja sabia alguma coisa sobre programação ou tinha que contratar um programador ou webdesigner. Com o blog, o próprio dono pode atualizar o conteúdo. Basta escolher uma plataforma (Blogger www.blogger.com e Wordpress www.wordpress.com são as mais populares), saber o que escrever, escolher o layout e está pronto o canal de relacionamento. Falando nisso, é preciso ter cuidado com os comentários que são publicados no blog. A sugestão é definir uma política de comentários e deixar claro que sua publicação estará condicionada a certos parâmetros. A recomendação é moderar os comentários, só publicando-os após leitura prévia pelo responsável pelo blog. Também é importante que nenhum comentário com ofensas a terceiros (concorrentes, por exemplo) seja liberado, evitando assim qualquer possibilidade de dor de cabeça para o blog. 30 �
dirigente Lojista � Abril 2010
Microblog O Twitter (www. twitter.com) é o serviço de microblog mais conhecido e mais utilizado. Sua popularização atraiu empresas de diversos ramos. Do lado do varejo, muitas lojas mantêm uma atuação destacada no Twitter. A maioria usa seus perfis para divulgar promoções e ofertas. Mas o imediatismo do serviço esconde informações preciosas que podem render bons argumentos para se aproximar de potenciais clientes e oferecer um atendimento diferenciado. Basta adotar a estratégia de monitorar termos que tenham a ver com seu ramo de atividade e partir disso, seguir e “conversar” com outros usuários. Cuidado, no entanto, para não ser invasivo e não recorra a recursos para aumentar o número de seguidores ou espalhar mensagens utilizando usuários fantasmas. Isso é muito malvisto pelos usuários que levam o Twitter a sério. Lembre-se sempre que, em comparação com outras mídias sociais, a adição de novos seguidores não é pelo número, mas sim pelo conteúdo. Quanto mais relevante e interessante, maiores as chances do perfil da sua loja se destacar e atrair novos usuários.
vez de apenas transmitir uma mensagem sem ter retorno algum.” Para ele, ao apostar em uma rede social, a loja passa a ter um canal de interação em que é possível ouvir as opiniões, responder rapidamente a queixas e dúvidas e também desenvolver ações muito mais pontuais e instantâneas. “Fica claro que a comunicação por meio de redes sociais apresenta uma série de vantagens”, diz. “É preciso entender, porém, que uma coisa não exclui a outra: não se trata de rede social X mídia tradicional, e sim de rede
O Brasil tem mais de 67,5 milhões de usuários de internet e é o terceiro país que mais acessa redes sociais no mundo
deixa de investir em ações em sites como Orkut ou Twitter perde principalmente a oportunidade de conversar com o cliente. “As pessoas entraram na web para começar a conversar e é por isso que a maioria das redes é baseada em encontrar amigos e bater papo”, diz. Para ele, um ponto importante para decidir investir ou não em mídias sociais está justamente no tipo de conversa que o lojista quer manter com seus clientes: pública ou privada? “Quando você usa mídias sociais, suas conversas em blog, Twitter, caixas de comentários ou comunidades ficam
social + mídia tradicional”, atesta. Edney Souza, um dos blogueiros
vora Comunicação, empresa espe-
abertas para todos os visitantes”,
mais conhecidos do Brasil e atual-
cializada em estratégias para mídias
conta. “Se você souber ser atencioso,
mente diretor de operações da Pól-
sociais, destaca que a empresa que
educado e prestativo, vai causar uma boa impressão”, sugere, destacando que conversas públicas são uma oportunidade para criar reputação. E para criar uma reputação a par-
Site de Relacionamento No Brasil, o site
de relacionamento mais popular continua sendo o Orkut (www.orkut.com.br), de propriedade do Google. Mas desde o ano passado o Facebook (www.facebook.com) também começou a despontar no País, conquistando novos usuários. Em ambos os casos, é interessante para uma loja criar um perfil para ao menos acompanhar o que dizem a respeito da empresa. No Orkut, por exemplo, é interessante acompanhar comunidades dedicadas à loja ou aos produtos comercializados por ela. Isso pode servir para medir aspectos como preços e qualidade no atendimento. Quem procurar, também vai encontrar redes sociais específicas, voltadas para um determinado tipo de público ou que reúna participantes com interesse em determinado assunto. Para os lojistas que atuam no ramo musical, por exemplo, a sugestão é entrar no MySpace (www.myspace.com), a rede social mais popular entre os músicos e os fãs de música. Certamente entrarão potenciais clientes para instrumentos e acessórios, CDs e DVDs. No Flickr (www. flickr.com) e no YouTube (www.youtube.com.br) – que podem não parecer, mas também são redes sociais – há boas chances de negócios para os lojistas da área de imagem e foto. Basta estabelecer parâmetros para encontrar possíveis clientes entre os usuários e também definir como será sua participação. Recomenda-se produzir conteúdo, publicar fotos ou vídeos, comentar em outros perfis, enfim, agir como qualquer usuário.
tir de mídias sociais, tamanho não é documento. “A Dell, uma das maiores fabricantes de computadores do mundo, fatura milhões de dólares pelo Twitter, oferecendo ofertas exclusivas para seus seguidores”, conta Renato Muller. “No outro extremo, uma empresa da Califórnia, chamada Coolhaus, que tem uma caminhonete em que vende sanduíches com recheio de sorvete, cada dia está em um lugar, que é anunciado pelo Twitter.” Desta forma, os clientes da Coolhaus sabem
dirigente Lojista � abril 2010
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M ÍDIAS
SO C IAIS
onde é possível encontrar o produto e
lojas. Ele ressalta, entretanto, que o
a movimentação dos seguidores cria
boca a boca sobre produtos e serviços
um burburinho que ajuda a divulgar
já existe e que a empresa varejista –
a marca. Na relação entre mídias so-
seja a tradicional, seja a virtual – tem
ciais e tamanho de empresas, o con-
a opção de participar ou não desta
sultor Sílvio Tanabe vai mais longe. Ele
“conversa”.
acredita que, no momento atual, as
Entre as empresas do varejo que
pequenas empresas tenham até mais
já despertaram para as mídias sociais
vantagens em relação às grandes por
está a rede de móveis e eletroeletrô-
possuírem mais agilidade para inves-
nicos Magazine Luiza, que tem inves-
tir. “As mídias e redes sociais pedem
tido no uso do Twitter, a mídia social
poucos recursos e o próprio empre-
do momento. Em uma promoção re-
endedor pode desenvolver as ações,
cente, usuários que acompanham o
basta criar um perfil ou conta nas re-
perfil @magazineluiza (twitter.com/
des sociais.”
magazineluiza) tiveram acesso a uma
Especificamente sobre lojas de pequeno porte, como as que funcionam em bairros ou cidades, Edney Souza indica o uso de comunidades
EDNEY SOUZA “Quando você usa mídias sociais, suas conversas em blog, Twitter, caixas de comentários ou comunidades ficam abertas para todos os visitantes”
até 50% depois que o número de seguidores passou de 5 mil, em 31 de março. “Temos certeza que vamos agregar muito conteúdo sobre produ-
de nichos em redes sociais como uma boa estratégia de comunicação. Se-
lista de produtos com descontos de
Boca a boca virtual
tos, tendências e tecnologias aos usu-
gundo “Interney”, como é conhecido
Mesmo com tantas vantagens e
ários, e isso aumentará nosso nível de
entre os leitores do seu blog, estas
possibilidades no horizonte das mídias
relacionamento com os clientes”, diz
comunidades de nichos podem ser
sociais, a adesão do varejo brasileiro
Fernando Trajano, diretor de marke-
relacionadas à localização geográfica
a esta maneira de se comunicar ain-
ting e vendas da empresa. “Mais do
das lojas ou ao mercado em que o
da é modesta. “Temos alguns clientes
que venda, queremos que os clientes
varejista está inserido. “É inclusive
no varejo e percebemos que já existe
percebam grande valor no conteúdo
a chance de muitas lojas especiali-
boca a boca sobre as lojas, disponi-
que vamos oferecer na rede.”
zadas venderem pela internet para
bilidade de produtos e atendimento,
O executivo avalia que o consumi-
todo o Brasil”, aponta. Ele explica
por exemplo”, afirma Guilherme Rios,
dor pode adquirir um produto em uma
que alguns tipos de negócio têm de
gestor de projetos da E.life, especiali-
das lojas da rede e postar um elogio
se fixar em centros urbanos porque
zada em monitoramento e análise do
ou uma reclamação em seu perfil em
não há demanda em cidades meno-
boca a boca da internet. “Mas pou-
redes sociais. Por isso, a empresa mo-
res. Mas pela web esses negócios
cas empresas despertaram para isso
nitora diariamente tudo o que falam,
podem participar das comunidades
e algumas entraram neste ambiente
de bom ou de ruim, sobre o Magazine
relacionadas à sua especialização e,
da maneira errada”, diz. Rios acredita
Luiza nas redes sociais. “Nós encara-
assim, encontrar consumidores em
que possa existir muito despreparo e
mos essa realidade positivamente e
todo o Brasil.
também um certo receio por parte das
estamos muito bem preparados para
32 �
dirigente Lojista � Abril 2010
Em 140 caracteres O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Roque Pellizzaro Jr., usa diariamente o Twitter para opinar, trocar ideias e destacar opiniões e notícias publicadas por outros usuários. Já são mais de 1.900 tweets, como são chamados os posts publicados no site. E foi por meio do próprio Twitter que a revista Dirigente Lojista entrevistou Pellizzaro para falar sobre o uso da ferramenta pelo varejo. O resultado desta “tweetentrevista” está logo abaixo. @Roquepellizzaro O que motivou sua adesão ao Twitter?
Siga @dlojista Aproveitando a produção desta reportagem sobre varejo e mídias sociais, a Dirigente Lojista criou um perfil no Twitter que servirá como canal de interatividade com o leitor. Pelo endereço http://twitter.com/dlojista serão antecipadas informações sobre as reportagens produzidas para a revista, dicas de leitura, links para notícias, além de sugestões de usuários para serem seguidos.
@Roquepellizzaro De que forma o movimento lojista pode tirar proveito do Twitter? Tem potencial para servir como ferramenta de mobilização?
@dlojista A possibilidade de compartilhar, em tempo real, informações, posicionamentos e sentimentos.
@dlojista Não só como ferramenta de mobilização, mas de informação; lembrando que informação é o bem de maior valor nos dias atuais.
@Roquepellizzaro Na sua avaliação, o que pode mudar na relação entre loja/lojista e cliente com o uso de uma mídia social como o Twitter?
@Roquepellizzaro Já vemos FCDLs e CDLs no Twitter. Como o senhor vê estas adesões? As entidades já enxergam Twitter como canal diferencial?
@dlojista Vejo o Twitter como um boca a boca amplificado. Na velocidade da internet e sem qualquer fronteira, valida ou invalida um produto.
@dlojista Com alegria. É o meio de comunicação de maior alcance e velocidade da atualidade, através do qual falamos com horizontalidade.
@Roquepellizzaro E o lojista brasileiro já está preparado para este boca a boca amplificado? O que se disse a esse respeito na NRF?
@Roquepellizzaro Gostaria que o senhor indicasse cinco perfis que considera interessantes e/ou relevantes para serem seguidos.
@dlojista O lojista ainda vê esta tecnologia a distância, mas o consumidor não. Lembro: o Brasil está entre os 5 países que mais utilizam o Twitter.
@dlojista A melhor maneira de entrar é seguir pessoas conhecidas que buscam as mesmas informações e negócios que você, e de lá seguir os RTs [retweets].
@Roquepellizzaro O que falta para os lojistas usarem mais ferramentas como o Twitter?
@Roquepellizzaro Por fim, em 140 caracteres, qual o papel do varejo na atual conjuntura socioeconômica do Brasil?
@dlojista Conhecimento e intimidade com tecnologia. Muitos de nossos lojistas não acreditam nas facilidades da web. Pena, ficarão atrás.
@dlojista Decisivo, as economias mundiais com destaque nas próximas décadas serão aquelas com mercados internos expressivos. dirigente Lojista � abril 2010
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responder de forma rápida”, diz. E além do perfil da rede, os clientes do Magazine Luiza também podem seguir o perfil @luizatrajano e interagir com a superintendente da rede, Luiza Helena Trajano, uma das muitas empreendedoras a ingressar no Twitter. Quem também aderiu ao serviço de
SO C IAIS
38% dos consumidores da classe A e B e 30% da classe C levam em consideração informações da internet para escolher produtos, marcas e lojas
microblogging foi a franquia de cosméticos e perfumes O Boticário. No dia 15
do Consumidor. Fernando Dutra, geren-
O executivo acredita que a chama-
de março, em comemoração ao Dia do
te-executivo de serviços de marketing
da web 2.0, caracterizada pela popu-
Consumidor, o site da empresa mostrou
de O Boticário, conta que desde 2005
larização das mídias sociais, é mais
imagens captadas em tempo real por
a empresa monitora e interage com o
um incentivo para as empresas inves-
câmeras instaladas em cinco áreas da
consumidor nas redes sociais. “Com os
tirem na qualidade do produto e do
empresa, incluindo a loja localizada no
consumidores presentes nas redes so-
atendimento num processo que exige
Shopping Estação, em Curitiba. Além
ciais, registramos um grande volume
muita presença, frequência e trans-
disso, os usuários do Twitter que citaram
de pedidos de informações e dicas de
parência. “Interagindo com nossos
#segredoboticario também tiveram seu
beleza, o que nos dá a chance de orien-
consumidores por meio dos sites de
tweet exibido na página especial do Dia
tá-los e interagir com eles”, diz Dutra.
relacionamento conseguimos marcar presença de O Boticário em um novo
PELO TWITTER O Magazine Luiza divulga promoções com descontos exclusivos a seus seguidores
e cada vez mais relevante canal de comunicação.” Para ele, dar atenção e responder dúvidas e indagações do “cliente 2.0” abre uma nova oportunidade de fazer com que ele continue opinando, perguntando e sugerindo. “Desta forma, fazemos com que O Boticário esteja sempre e cada vez mais próximo de quem admira e consome a marca”, aponta. Com atuação no mercado de Santa Catarina, a rede de lojas de material esportivo Pieri Sport também possui perfil no Twitter, mas destaca suas ofertas com mais frequência pelo Orkut. “Este relacionamento leva a empresa a descobrir um meio muito atrativo de interagir com seu público,
34 �
dirigente Lojista � Abril 2010
auxiliando na divulgação de novos produtos, promoções e levando informação aos clientes”, afirma Marcus Broilo, diretor comercial da Pieri Sport. De acordo com Broilo, a empresa já percebe resultados positivos gerados pelo uso das redes sociais. “O fato de haver uma grande disseminação de dados e, em algumas campanhas isso se tornar algo ‘viral’, também nos impulsiona a manter o uso dessas ferramentas para conquistar novos clientes e consolidar a marca”, diz. Dentro desta estratégia, a Pieri mantém um “esquema tático” no gerenciamento dos perfis das mídias sociais. No caso do perfil no Orkut, Marcus Broilo conta que a rotina começa com o desenvolvimento do material que será divulgado, com imagens de produtos. Em seguida, as lojas, no total de cinco na Grande Florianópolis, se responsabilizam em manter atualizados seus perfis e enviar o banner re-
PELO ORKUT O rede Pieri Sport comunica ofertas e novidades a seus quase 5 mil “amigos”
lacionado com o perfil de cada cliente. “A ideia principal é adicionar clientes
mídias sociais cada vez mais evidente,
insatisfeito “botar a boca no trombo-
que compram em nossas lojas, para
alguns fatores podem atrapalhar o su-
ne” para o mundo inteiro. Ele defende
realmente manter uma comunicação
cesso da loja com estas ferramentas.
a ideia de que as empresas precisam
mais eficaz sempre garantindo o con-
Há tanto receio em lidar com “novida-
monitorar o que está sendo dito a seu
sentimento do mesmo antes de expor
des” tecnológicas quanto em se acos-
respeito no ambiente virtual para cor-
o material promocional.” Até o fecha-
tumar com a forma como o cliente se
rigir rapidamente qualquer problema
mento desta edição, os seis perfis ofi-
relaciona com a loja, sem intermediá-
de imagem, de comunicação ou mes-
ciais da Pieri Sport no Orkut somavam
rios. Renato Muller afirma que poucas
mo com algum produto.
perto de 5 mil “amigos”.
empresas hoje estão preparadas para
E neste ponto pode haver a neces-
ouvir o que o cliente tem a dizer. Para
sidade de uma mudança mais radi-
ele, o uso de redes sociais cria um re-
cal. “A mentalidade da comunicação
Ainda que as vantagens sejam
lacionamento muito mais ágil e trans-
corporativa sempre teve o objetivo
claras e a necessidade de investir nas
parente e permite a um consumidor
de manter o controle do que é dito,
Como não começar
dirigente Lojista � abril 2010
� 35
c a p a
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M ÍDIAS
SO C IAIS
buscando ressaltar os pontos positi-
explica Rios, as mídias sociais têm
vos e diminuir ou esconder os pontos
como principais ativos a credibilidade
negativos”, diz o consultor da Gouvêa
e engajamento gerado. E isso, na opi-
de Souza. Edney Souza, da Pólvora Co-
nião do consultor, não se conquista só
municação, concorda e completa que
com um alto investimento.
foi tanto tempo trabalhando numa co-
Sabendo por que investir, o que ga-
municação lenta e de mão única que
nha e como não começar, cabe ao lojis-
“quando abrimos a via inversa não
ta decidir em qual mídia social apostar.
sabemos ouvir direito, ou quando pre-
Nada impede que a loja se comunique
cisamos responder rapidamente, me-
utilizando apenas uma das muitas op-
temos os pés pelas mãos e criamos
ções disponíveis na internet. Entre os
uma crise”. Para Souza, é fácil falar
especialistas, o consenso é que o mais
que o consumidor tem sempre razão
adequado é traçar uma estratégia em
quando não é preciso dar respostas
múltiplas plataformas. Não existe “re-
instantâneas. “Nas mídias sociais você não pode pedir para o consumidor esperar dias pela resposta porque ele está disposto a esperar alguns minu-
GUILHERME RIOS “É preciso conhecer o perfil do seu público e fazer pesquisas on-line ou presenciais para determinar os canais a serem usados”
tos, talvez menos.”
ceita de bolo”, mas Edney Souza diz que o ideal é uma ação conjunta. Porém, decidir onde investir depende muito do tipo de negócio e do público com o qual se quer interagir. “É preciso
Além da forma com que as empre-
um conteúdo segmentado condizen-
conhecer o perfil do seu público, seus
sas estão acostumadas a se comuni-
te com o meu interesse e não sobre
gostos e fazer pesquisas on-line ou
car com o mercado, Guilherme Rios,
finanças ou moda, por exemplo”, diz.
presenciais para determinar os canais
da E.life, diz que um dos erros mais
Por fim, esperar resultados imediatos
a serem utilizados”, sugere. Renato
comuns em estratégias para mídias
também está na lista de equívocos dos
Muller compartilha a opinião e cita um
sociais é a imprecisão entre os obje-
lojistas que investem em mídia social.
estudo de 2009 que mostrou que as
tivos dos clientes e os da empresa.
Diferentemente da mídia tradicional,
empresas donas das 100 marcas mais
“Um exemplo clássico é aquele da empresa que decide criar um perfil no Twitter para se comunicar com seus consumidores antes mesmo de verificar onde eles trocam informações e qual serviço pode trazer mais benefícios nessa relação”, observa. Esquecer que a informação gerada deve ter valor para o consumidor é outro erro apontado pelo consultor. “Se eu sigo uma empresa do varejo de eletrônicos, provavelmente espero dela 36 �
dirigente Lojista � Abril 2010
valiosas do mundo possuem um com-
O brasileiro é o usuário de internet que passa mais tempo on-line no mundo (44 horas/mês)
prometimento profundo com as mídias sociais. Ele avalia que empresas com forte presença nestas mídias têm uma mentalidade corporativa focada nos consumidores, conseguem identificar as demandas e mudanças de comportamento dos clientes e, assim, obtêm um desempenho financeiro acima da média. “E essa experiência é ampliada quando há um investimento em várias redes”, conclui. Vai seguir a sugestão?
dirigente Lojista � abril 2010
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a t e n d i m e n t o
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f i d e l i d a d e
ainda Há clienteS
fiéis? Diante de uma oferta cada vez maior de lojas e produtos, a figura do consumidor fiel parece ser coisa do passado. Mas com criatividade e planejamento ainda é possível ganhar sua preferência
por mARLON ASEFF 38 �
dirigente Lojista � Abril 2010
necessário como condição prioritária oje em dia, conhecer o cliente e
H
para a garantia da sobrevivência em
fazer com que ele aceite se re-
um mercado onde os produtos fica-
lacionar com sua empresa parece ser
ram muito similares, em preço e qua-
uma missão cada vez mais difícil. O
lidade.
Mesmo dentro de categorias tradicionais, as opções de escolha do consumidor aumentaram tremendamente
mercado brasileiro vive pela primeira
O processo de fidelização deve
vez uma realidade onde não apenas
partir de um ponto onde a qualidade
não há falta mas excesso de bens de
de um produto ou serviço e o posi-
consumo, tanto em quantidade como
cionamento da marca se encontram.
em variedade. Com a ampliação da
Por isso, se parte dessa equação não
demanda por bens de consumo, a
estiver em perfeita sintonia, de nada
quantidade de lojas no Brasil cres-
adianta chamar a atenção dos clien-
ceu de uma forma extraordinária na
tes. Para o grande varejo um plano de
última década e, mesmo dentro de
fidelização consiste em investimentos
categorias tradicionais, as opções de
pesados em marketing e o uso de uma
do que o grande. O primeiro passo é
escolha do consumidor aumentaram
base tecnológica avançada na coleta
estudar o comportamento, as atitu-
tremendamente. “Há dez anos o con-
de dados sobre os melhores clientes.
des, o momento adequado de com-
sumidor parecia ter mais fidelidade a
Já para os pequenos, nada disso é tão
pra dele. Tudo isso faz uma diferença
uma loja do que tem hoje. Mas na re-
importante quanto uma cultura de
fundamental para que o consumidor
alidade ele não tinha opções, e assim
proximidade e atendimento, somada
retorne à loja.
se obrigava a comprar os mesmos
a ações simples e direcionadas.
Fidelidade on-line
produtos nas mesmas lojas”, lembra
Segundo Foganholo, a primeira
Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer
pergunta que o varejista deve se fazer
Os mesmos preceitos adotados
Desenvolvimento Empresarial, con-
é: o que eu tenho feito para merecer
na loja física valem para fidelizar os
sultoria especializada em varejo. “Só
a visita do consumidor à minha loja?
clientes no ambiente virtual. Impor-
que isso não era um mérito das lojas
“Isso é bem diferente de se perguntar
tante ferramenta de marketing para
ou dos produtos, mas uma circunstân-
porque o consumidor é fiel a mim. O
a fidelização, a internet deve estar in-
cia que o consumidor simplesmente
segredo é ver as coisas de maneira di-
serida em ações que envolvam toda
tinha que respeitar”, diz o consultor.
ferente, sem depositar no consumidor
a loja. Na maior parte das vezes, as
Mesmo assim, de acordo com Fo-
o intuito da fidelidade”, aconselha. A
empresas criam sites interessantes,
ganholo, de uns anos para cá o consu-
melhor estratégia, portanto, é fazer a
mas que não conseguem atrair o
midor consegue “zapear” com muito
loja atender o consumidor da melhor
cliente mais de uma vez para a com-
mais desenvoltura pelas diferentes
forma possível, dentro de um “espíri-
pra. Nessa hora, conforme lembra a
marcas do varejo e da indústria. Com
to de servidor” que vai do empresário
consultora em comunicação e mídias
isso, é preciso ter uma estratégia bem
aos funcionários. Assim a fidelidade
interativas Cristina Moutella, é preci-
definida para chamar sua atenção e
vira uma consequência. E nesse cam-
conquistar sua preferência. Nesse
po, o pequeno varejista possui muito
ponto, um plano de fidelização se faz
mais condições de conhecer o cliente dirigente Lojista � abril 2010
� 39
a t e n d i m e n t o
so criar sites que agreguem perfis de clientes com interesses afins, proporcionando uma experiência significativa em comunidades que incluam bate-papos, chats e fóruns. Essas ações podem ser realizadas pelos pequenos lojistas, com um resultado altamente satisfatório, desde que sigam algumas regras básicas como o foco no cliente, ambiente seguro e personalizado, informações relevantes e oportunidades de interação. Detectar e falar com os clientes nos sites e comunidades que eles participam também traz bons resultados. Cristina Moutella salienta que
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f i d e l i d a d e
Ações na internet podem ser usadas pelos pequenos lojistas com um resultado satisfatório, desde que sigam algumas regras básicas
decidiu se arriscar no mundo virtual e fidelizar os clientes que passavam pela pequena loja de lingeries que mantém na Estação Rodoviária de São Paulo, a Estação Lua. “Percebi que meus clientes estavam sempre de passagem e muitas vezes gostariam de voltar à loja, mas viviam muito longe. Por isso resolvi apostar na fidelização através de um site de vendas”, lembra a lojista. Desenvolvida pelo consultor de marketing Ricardo Prates Morais, da empresa gaúcha Emarket, a estratégia de fidelização passou pelo posicionamento do site em sites de busca e pela criação de
é preciso abusar das estratégias de
um blog com dicas de beleza e conte-
posicionamento em mecanismos de
údo correlato, alimentado diariamen-
busca, e também tomar cuidado com
te, e o envio de newsletters direcio-
o envio de newsletters, que devem
nadas. Como resultado, o site recebe
ser enviadas apenas sob permissão
cerca de 5 mil visitas ao mês, com
e com a opção de cancelamento. Fi-
mais de 50 mil pageviews. A oferta
nalmente é preciso conhecer a fundo
de descontos especiais para clientes
o perfil dos clientes on-line por meio
assíduos e um tratamento prioritário
das estatísticas geradas pelo site, que
no pós-venda completam a ação de
permitem saber que páginas são mais
fidelização desenvolvida pelo site da
visitadas, qual o caminho de entrada
Estação Lua.
e saída preferidos pelos usuários, a força das campanhas publicitárias e o pleno conhecimento das necessidades expressadas pelo consumidor em determinados
perfis
de consumo. Foi valendo-se dessas
Entre gigantes Para os grandes varejistas existe a noção de que hoje em dia um produto ou serviço que não esteja atrelado a um programa de fidelização está fadado ao
estraté-
fracasso. Nesse sentido,
gias que a lojista
o conceito que melhor
Vânia Lúcia Risque
define os novos precei-
40 �
dirigente Lojista � Abril 2010
tos da fidelização entre os tubarões
Bob’s, seja estimulado a realizar seus
do varejo é a chamada coalizão, um
serviços bancários no Banco do Brasil,
aprimoramento do que antes era co-
a comprar alimentos no Super Nosso
nhecido por multifidelidade. A mo-
e abastecer seu carro na AleSat. Com
COMO GANHAr A PREFERÊNCIA DO CONSUMIDOR
dalidade é um sistema que aprimora
isso potencializamos o programa de
Defina que público você quer
os antigos conceitos dos Smart Clubs,
fidelidade, acelerando a premiação ao
agregando mais valor sob uma mes-
consumidor, que junta pontos nas di-
ma base conceitual. A ideia consiste
versas empresas associadas”, assegu-
fidelizar, mas antes assegure-se de que não haja problemas com seus clientes em relação a preço, produto ou algum outro aspecto do negócio.
em reunir no mesmo programa de
ra o diretor do Bob’s, Marcelo Farrel.
Identifique os principais grupos
fidelidade diversas empresas, de seg-
O conceito de coalizão traz consigo
mentos distintos e não concorrentes,
o valor agregado que o consumidor
com a administração de um gestor
ganha ao aderir a um programa que
de clientes que quer alcançar. A partir daí é possível começar a pensar nos sistemas ideais para atender às necessidades dos grupos selecionados.
terceirizado. O consumidor, por sua
oferece uma série de opções. A visibi-
Defina o tipo de relacionamento
vez, pode trocar seus pontos por prê-
lidade da marca, no entanto, fica me-
mios ou serviços das empresas cre-
nor. No frigir dos ovos, a diminuição
denciadas em um mesmo programa.
dos custos operacionais e o giro que
O novo conceito aportou no Bra-
o sistema proporciona compensam
sil no início da década através da
certas desvantagens. Para a empre-
multinacional Dotz, que inicialmente
sa de aviação TAM, a associação com
concentrou ações no ambiente virtu-
varejistas foi a estratégia usada para
al. Agora a Dotz pretende expandir
evoluir seu programa de fidelidade.
o campo de atuação, com o foco no
Com o sistema Multiplus Fidelidade,
varejo físico e a atuação em diversas
os clientes acumulam pontos em pro-
regiões. Uma das empresas parceiras
gramas ligados a farmácias, super-
do novo modelo de fidelização capita-
mercados, hotéis, cinemas e postos
neado pela Dotz é a rede de fast-food
de gasolina. A mais nova associada
Bob’s, que tem 680 lojas distribuídas
ao programa foi a Livraria Cultura,
por todo o País. A experiência inicial
que associou os dados do programa
do Bob’s e seus parceiros no modelo
Mais Cultura, com mais de 1,6 milhão
de coalizão teve início recentemente
de clientes, à rede da Multiplus. Com
em Belo Horizonte e tem como par-
isso, os usuários do novo modelo de
ceiros o Banco do Brasil, a rede de su-
fidelidade poderão adquirir também
permercados Super Nosso e a cadeia
os livros e produtos culturais disponi-
de postos de combustíveis AleSat.
bilizados em mais de 2,5 milhões de
“Queremos compartilhar o benefí-
títulos, entre CDs, DVDs e revistas. A
cio e otimizar os clientes individuais
parceria rendeu mais do que a fide-
de cada uma das empresas. A ideia
lidade, mas um encontro entre os di-
é que o consumidor, ao comprar no
versos clientes das duas marcas.
que pretende desenvolver com seus clientes (de curto, médio ou longo prazo).
Verifique se sua empresa é capaz de realizar todas as operações do programa de fidelidade escolhido. Lembre-se de que há a opção de contratar empresas especializadas ou desenvolver parcerias estratégicas.
Defina quem será o responsável pelo programa. Como em qualquer negócio, o gestor deverá direcionar a estratégia geral de fidelização.
Defina parâmetros como a relação de pontos, bônus e custo financeiro, a troca por prêmios, taxa de resgate, valor do ponto, bônus provisionado para o prêmio e orçamento disponível.
Por fim, defina o programa que mais corresponde às expectativas da sua empresa e de seus clientes.
g e s t ã o
|
p e s s o a s
DE VENDEDOR a
GERENTE Como escolher a pessoa certa para preencher um cargo gerencial em sua loja
42 �
dirigente Lojista � Abril 2010
por mARLON ASEFF
m vendedor competente é indis-
U
po também é positivo. Francischini
pensável na linha de frente de
sugere a adoção de pequenos testes
uma loja. Mas uma boa performance
de desempenho, quando o candidato
em vendas não garante o sucesso em
a gerente poderá ser testado em sua
funções mais altas dentro da empresa,
performance.
como a gerência. Muitas vezes os me-
Finalizado o ritual de escolha do
lhores profissionais de venda são pro-
gerente, começa um segundo mo-
movidos à gerência, mas nem sempre
mento, que exige do ex-vendedor ou
possuem os atributos necessários para
funcionário de destaque uma nova
a função. Para o lojista, saber identi-
feição. De acordo com o consultor de
ficar essas qualidades é fundamental
desenvolvimento profissional Maurí-
para o bom andamento do negócio. Se
cio Góis, o novo gerente deve seguir
por um lado é preciso que a empresa
alguns procedimentos fundamentais
possua um plano de carreira e retenha
para que sua carreira comece bem. O
seus melhores talentos através do es-
essencial é conhecer as atribuições do
tímulo ao crescimento, por outro é ne-
novo cargo fazendo a si mesmo uma
cessário cautela na hora da promoção.
série de perguntas (veja box), ao in-
“Crescer na empresa não significa ne-
vés de chegar ao novo posto munido
cessariamente tornar-se gestor, e uma
de um poder que efetivamente ainda
promoção equivocada pode marcar o
não conquistou. “Não adianta começar
início do fim de um bom relaciona-
mandando fogo, dando ordens e con-
mento”, alerta o consultor e especia-
trolando”, aconselha Góis. Nessa hora
lista em gestão de talentos em vendas
o melhor é pegar uma folha de papel
Diogo Francischini.
e enumerar todas as dúvidas que per-
A grande questão é que nem sem-
sistem quanto à nova função. Para um
pre o gerente que a empresa precisa
bom diagnóstico, as respostas devem
é justamente seu campeão de vendas.
ser buscadas junto ao diretor, aos con-
O essencial na hora de preencher um
correntes, clientes e fornecedores.
cargo gerencial é identificar algumas
Outro desafio que o novo gerente
qualidades inerentes ao líder. Um bom
terá de superar é esquecer a antiga
princípio é observar aqueles vende-
função, ligada a modelos operacionais
dores ou funcionários que são mais
e se concentrar em sua função admi-
maduros e exercem influência positiva
nistrativa. Maurício Góis lembra que
sobre o grupo. Ou seja, suas opiniões
alguns gerentes insistem em se com-
são respeitadas e sua voz é ouvida
portar como “fazedores”, por medo de
pelos colegas. Sondar na equipe, in-
errar e deixar de fazer o que sabiam
dividualmente, quem possui maiores
fazer com maestria quando atuavam
qualidades de liderança entre o gru-
como vendedores. “Para se transfor-
Oito perguntas que todo gerente iniciante deve fazer aPara que existe esta gerência? aOnde se situa este cargo no organograma da empresa? aA quem devo me reportar, e em que graus, quanto aos outros cargos da empresa? aQue objetivos a empresa pretende alcançar com esta gerência? aPor quais áreas, basicamente, esta gerência é responsável? aO que tenho a aprender com os ocupantes anteriores da gerência? aO que irá me tomar mais tempo? Delegar poderes, designar tarefas, planejar, coordenar, executar, controlar? aQuais as melhores maneiras para criar um clima para a automotivação, avaliar desempenhos e tomar decisões?
dirigente Lojista � abril 2010
� 43
|
p e s s o a s Diogo Francischini
g e s t ã o
TRAJETÓRIA DE SUCESSO Carvalho começou como vendedor da loja VR em Brasília e hoje supervisiona todas as unidades da BR Labels no Distrito Federal
mar em um verdadeiro gerente é
res por suas personalidades, mas sim
VR Kids, Calvin Klein e Mandi&CO, o
preciso adquirir conhecimentos de
pelo desempenho. O fundamental
foco em treinamento e no atendi-
pessoas, das relações humanas, téc-
para um gerente iniciante é colocar
mento diferenciado é fundamental
nicas de reunião, de entrevistas e ne-
diante da equipe os desafios a serem
para um bom gerente. Sua trajetória
gociação de objetivos, além de saber
superados e estimular o aspecto psi-
na BR Labels ilustra a escolha certa de
lidar com pessoas difíceis e propor
cológico de cada um com modelos
um ótimo vendedor que apresentou
recursos criativos que tirem o melhor
positivos e focados na superação dos
os requisitos básicos para a transição
da equipe”, define. Uma das princi-
obstáculos. De acordo com Maurício
delicada para a gerência. O primeiro
pais tarefas do gerente é acompanhar
Góis, isso é bem diferente de propor
contato com a empresa aconteceu
o desenvolvimento da equipe e dar
10% de comissão e esquecer o con-
em 1993, pouco depois de completar
um retorno constante sobre a atuação
texto de motivação da equipe.
18 anos. “Fui ao shopping e entrei na VR para perguntar se tinha vaga para
de cada um. Sem um acompanhamento eficiente, a incerteza aumenta
Formação e informação
vendedor. Isso foi de manhã. À tarde
e a produtividade diminui. Na gestão
Para Leonardo Carvalho, supervisor
eu já estava trabalhando na loja como
de pessoas, objetividade é a palavra-
em Brasília da empresa BR Labels, que
promotor de vendas. Aqui aprendi
chave. Nada de julgar os colaborado-
administra as marcas VR Menswear,
tudo o que sei sobre vendas, varejo,
44 �
dirigente Lojista � Abril 2010
administração de loja e de pessoas”,
específicas. Por isso, na hora de pro-
atuar em diversas cidades do interior
lembra Carvalho.
mover um funcionário, levo sempre
paulista, onde o Magazine Luiza abria
Em pouco menos de quatro anos
em conta sua dedicação e interesse.
filiais e consolidava uma expansão
foi promovido a gerente de loja. Para
Tem gente que só quer vender e não
agressiva. Aproveitou a oportunidade
ele, dedicação e boa formação são
ter nenhuma responsabilidade maior.
e partiu para a realização de cursos de
fundamentais para um funcionário
Para ter a chance de ser promovido,
qualificação, formando-se em Gestão
crescer na carreira. Outro fator rele-
é preciso uma visão mais global do
de Empresas em 2005. Logo depois,
vante é o bom relacionamento com
negócio”, observa Carvalho.
tornou-se gerente regional em São
os colegas, que garante o apoio da equipe diante de novos desafios. “Nós
Paulo e foi escalado para gerenciar a
Prata da casa
nova operação da empresa em Santa
incentivamos os funcionários a partici-
Outro exemplo de vendedor que
Catarina. Cumprida a missão, voltou
par de cursos, palestras e a buscar in-
soube aliar o empenho profissional
para a matriz em 2008, com a res-
formação e formação na área de ven-
a uma visão abrangente de Recursos
ponsabilidade de gerenciar toda a
das. Quanto mais preparados, melhor
Humanos é Julio Cesar Pereira, atual
área de vendas da rede. Hoje, no pa-
desempenharão seus papéis em suas
gerente de vendas da rede Magazi-
tamar mais alto da carreira, estimula
respectivas áreas e mais preparados
ne Luiza, uma das maiores varejistas
sua equipe a continuar em busca dos
estarão para no futuro assumir cargos
do País. Com 28 anos de empresa,
objetivos traçados. “Sempre fui esti-
de maior responsabilidade e confian-
Julio Cesar iniciou a carreira na loja
mulado a crescer profissionalmente, e
ça”, assegura. Para o supervisor da BR
de Araguari (MG) e logo se destacou
acredito que isso é fundamental para
Labels, um bom produto aliado a um
pela boa performance em vendas. Foi
uma empresa prosperar”, avalia o
bom atendimento será sempre fun-
promovido a gerente de treinamento
vendedor que hoje é um dos maiores
damental para que o consumidor vol-
na matriz, em Franca (SP), e passou a
gerentes do Magazine Luiza no País.
te à loja, e nessa hora é importante que o gerente esteja sempre atento ao desempenho da equipe. Para um bom vendedor ser promovido a gerente, no entanto, é preciso mais do que uma boa performance. “Nas lojas que supervisiono estou sempre atento aos funcionários e suas habilidades. Mas nem sempre o melhor vendedor será um bom gerente. São cargos que exigem habilidades
PSICOLOGIA NA GESTÃO Para o consultor Maurício Góis, o gerente iniciante deve estimular a equipe com modelos positivos e focados na superação de obstáculos dirigente Lojista � abril 2010
� 45
p e rf i l
l o j i s t a
símbolo de uma
época V
isitar a Casa Godinho, localizada no Centro de São Paulo, equiva-
le a uma viagem no tempo. Instalada
Com 122 anos de tradição, a Casa Godinho concilia a atmosfera dos antigos empórios com inovações para ter loja e caixa cheios
desde 1924 no térreo do edifício Sampaio Moreira – o primeiro arranha-céu de São Paulo – a loja é testemunha e personagem da história da maior cidade da América do Sul. Com 122 anos de atividade, ainda conserva a atmosfera dos antigos armazéns de bairro do atendimento à decoração. Os balcões, as prateleiras maciças de imbuia, a fachada em art noveau, os produtos vendidos a granel e o atendimento impecável completam o cenário e se encarregam de transportar os clientes para os charmosos empórios do início do século 20.
por Mônica pupo
Por ali circulam muito mais do que produtos finos, com destaque para vinhos, azeites, especiarias, frutas secas e bebidas importadas, sem falar no bacalhau da Noruega – o campeão em
46 �
dirigente Lojista � Abril 2010
dirigente Lojista � abril 2010
� 47
p e rf i l
l o j i s t a
vendas, que totalizam 12 toneladas ao ano. Só na Semana Santa são vendidas aproximadamente 4 toneladas do peixe, considerado o melhor de São Paulo. Muita gente também vai até a Casa Godinho em busca das famosas empadas cremosas, feitas com ingredientes selecionados, que são degustadas no balcão. Há ainda os que chegam em busca dos pães, que levam fama de serem os mais saborosos e crocantes da região. Mas um dos principais destaques do armazém centenário não está à venda e não tem preço: são as histórias que transformaram a mercearia em uma lenda viva do Centro paulistano. Tudo começou em 1888, quando o imigrante português José Maria Godinho se tornou um dos pioneiros na importação de bebidas, embutidos e especiarias de alta qualidade. Dizem, aliás, que foi ele quem “ensinou” o paulistano a degustar um bom bacalhau. Como não deixou herdeiros, a loja passou por diferentes administra-
trajetória
1888
José Maria Godinho, imigrante português, inaugura a Casa Godinho na Praça da Sé. Torna-se o pioneiro na importação de bebidas e produtos finos na cidade de São Paulo.
1924
Com a inauguração do primeiro arranhacéu de São Paulo, a Casa Godinho mudase para o térreo do edifício Sampaio Moreira, na Rua Líbero Badaró. 48 � dirigente Lojista � Abril 2010
1995
2008
Depois de trocar a carreira de engenheiro pela de comerciante, Miguel Romano torna-se sócio da Casa Godinho com 25% de participação.
Inauguração da única filial da loja, no Mercado Municipal de São Paulo.
2001
Em janeiro foi aberto o processo de tombameno do Edifício Sampaio Moreira. Agora, os móveis, assim como os detalhes do forro e os balcões da loja, só podem ser alterados com aval do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp).
Aos poucos, o lojista adquire as partes dos outros três sócios e assume a direção total da Casa Godinho. Como a loja estava prestes a falir, Romano decide instalar uma padaria no local.
2009
ções nesta longa trajetória. O empório
de porco – e a tradicional salsicha Frigo
meu pai precisava de ajuda. Como ele
nasceu na Praça da Sé, mudando-se
Eder. Jamais tinha sonhado com a pos-
me ofereceu o dobro de salário, não
anos depois para a Rua Líbero Badaró,
sibilidade de se tornar um dos proprie-
tinha como recusar”, relembra. Nunca
onde está até hoje. Pelo piso de ladri-
tários da loja. Formado em Engenharia
mais se afastou do comércio. Em bus-
lhos original já circularam personagens
Química, especializado em energia nu-
ca de independência, abriu sua própria
ilustres como Adhemar de Barros,
clear, na juventude ele trocou o labo-
lotérica no fim da década de 1980.
Francesco Mattarazzo, Jânio Quadros e
ratório da USP pelos balcões da lotérica
Pouco tempo depois, e sonhando voar
José Ermírio de Moraes – este último
que pertencia ao pai. “Queria casar e
mais alto, decidiu vender a loja e in-
acompanhado do filho, Antônio, então uma criança.
fachada clássica Desde 1924, a loja está instalada no tradicional edifício Sampaio Moreira
Histórias saborosas Foi na Casa Godinho que Assis Chateaubriand aplicou um de seus célebres calotes, fato relembrado na obra de Fernando Morais, autor de Chatô, o
rei do Brasil, a biografia do polêmico magnata da imprensa. O escritor Rubem Braga, então repórter dos Diários Associados, conta que foi escalado para fazer uma série de reportagens sobre um condomínio de luxo que pertencia ao dono da Casa Godinho na época. Só muito tempo depois o jornalista descobriu que as matérias, na verdade, haviam sido encomendadas para pagar uma dívida do patrão com a mercearia. “Dizem que Chateaubriand encostou um caminhão do jornal na porta da loja, mandou encher de caixas de champanhe francês da melhor marca e entregar na casa de uma mulher, mas não pagou a conta”, diz Miguel Romano, à frente do estabelecimento desde 1995. Paulistano da gema, Romano costumava frequentar a Casa Godinho desde a juventude, em busca de especialidades como o kassler – bisteca dirigente Lojista � abril 2010
� 49
p e rf i l
l o j i s t a
vestir num restaurante, chamado Dar-
pois trabalhamos com uma variedade
do encontra um bacalhau de acordo
ling, também no Centro de São Paulo,
de mercadorias muito grande e espe-
com seus critérios, encomenda todo o
onde trabalhou durante dois anos.
cífica”, conta, referindo-se ao mix de
lote, para não correr o risco de faltar.
A partir daí, a alma de gourmet,
produtos composto por cerca de 4 mil
“Só compramos o que está dentro do
herdada dos pais, imigrantes italianos,
itens, sendo 70% importados, incluin-
nosso padrão. De cada dez entregas,
aflorou. Romano desdobrava-se na
do raridades que só são encontradas
mandamos devolver seis”, conta. Não
administração do restaurante até que,
na loja, como a raiz-forte in natura e a
à toa, em épocas de Páscoa e Natal as
em 1994, um amigo de seu pai lhe
tinta para colorir ovos de Páscoa.
filas no estabelecimento são comuns.
ofereceu a sociedade na Casa Godinho.
Fiel à tradição do velho Godinho
Bastou uma visita à loja – desta vez
– que, “infelizmente, não chegou a
com olhos de investidor – para que não
conhecer” –, Miguel Romano é rigoro-
Para Romano, o que mantém uma
restassem dúvidas: era hora de mudar
so com a seleção e a armazenagem
loja como essa aberta até hoje é “o
novamente de negócio. Aos poucos,
dos produtos. No caso do bacalhau, o
valor inestimável das memórias afeti-
Romano, que começou com 25% de
carro-chefe da loja, o lojista faz ques-
vas”. Um de seus maiores prazeres é
participação na empresa, comprou as
tão de inspecionar pessoalmente cada
recepcionar clientes antigos, que cos-
partes dos outros sócios e, desde 2001,
lote. Para garantir a qualidade, Romano
tumavam frequentar a loja nos tem-
é o único responsável pela administra-
estabeleceu uma série de exigências,
pos do senhor Godinho. “Tem aqueles
ção do armazém. “Minha experiência
avaliando o cheiro, o corte, a espes-
que choram, me abraçam e relem-
com gastronomia me ajudou muito,
sura e a procedência do peixe. Quan-
bram as histórias da infância”, conta. O
Memórias valiosas
empório refinado Focada nos produtos gourmet, a Casa Godinho tem cerca de 70% de importados em um mix composto por 4 mil itens
50 �
dirigente Lojista � Abril 2010
lojista fica emocionado ao se lembrar de clientes como o já falecido “doutor” Francisco. “Mesmo aos 93 anos, doente e já muito debilitado, fazia questão de sempre nos visitar, nem que fosse carregado pelo enfermeiro.” Quase um ponto turístico, a Casa Godinho também atrai diariamente dezenas de curiosos, que muitas vezes entram no estabelecimento só para tirar fotos e desfrutar da atmosfera nostálgica. Administrar um ponto de venda com características tão peculiares tem sido o grande desafio de Romano. Até a década de 1990 ainda era raro encontrar produtos importados nos supermercados. Com a abertura das importações, as grandes redes de varejo
miguel romano “Só compramos dentro do nosso padrão. De cada dez entregas, devolvemos seis”
também passaram a oferecer vinhos,
os lucros da padaria correspondem a
próprio Miguel, inclusive, é presença
azeites e outras especiarias até então
40% do faturamento total da empre-
constante na loja, sempre disposto a
só encontradas nos empórios. Ao per-
sa. “Conseguimos dar vida à loja nova-
uma boa conversa. “Hoje as grandes
ceber que ficava cada vez mais difícil
mente”, comemora Romano.
redes de varejo buscam esse atendi-
competir com a política de preços e as
Em 2008, motivado pelos bons re-
facilidades oferecidas por redes como
sultados, o empresário resolveu abrir
Pão de Açúcar e Empório Santa Luzia,
uma pequena filial da Casa Godinho no
em 2001 ele teve a ideia de investir
Mercado Municipal de São Paulo, dei-
na padaria. O sucesso foi imediato.
xando a administração aos cuidados
“Antes disso, havia dias em que ficá-
do pai, “velho companheiro de negó-
vamos mais de uma hora sem entrar
cios”. Apesar das mudanças, a Casa
um cliente na loja. Agora o balcão está
Godinho faz questão de manter um
cada vez mais concorrido.” Como con-
de seus maiores diferenciais: o aten-
sequência, aumentou o giro de produ-
dimento personalizado. Os clientes são
tos complementares, como café, leite,
sempre recepcionados com um sorriso
manteiga e achocolatados, que antes
e recebem dicas de como utilizar os
costumavam encalhar. Além disso, o
produtos. Dúvidas sobre como pre-
estabelecimento passou a fornecer os
parar o bacalhau? Basta perguntar ao
itens do café da manhã de cerca de 50
vendedor mais próximo, que poderá,
escritórios e empresas da região. Hoje,
inclusive, sugerir algumas receitas. O
mento mais pessoal, que é justamente a nossa especialidade.”
Casa GODINHO Fundação »1888 Sede »Rua Líbero Badaró, 340 – Centro São Paulo – SP Tipo de negócio »Padaria e Empório Gourmet Número de itens no mix »4 mil (70% importados) Número de funcionários »18
dirigente Lojista � abril 2010
� 51
p r o j e t o
52 �
d e
dirigente Lojista � Abril 2010
l o j a
embalada para
presente
Inspirada no design de uma caixa de perfume, a maison Tatiana Collares transformou um antigo sobrado em uma elegante loja de roupas e acessórios de alta classe por paula arend
disposto a aceitar o desafio de desen-
mos a importância do design da cai-
antropólogo Claude Lévi-Strauss
O
volver o trabalho em um espaço de
xa desse perfume para Tatiana e isso
costumava dizer que “os hábitos
tempo relativamente curto. A escolha
serviu de base para todo o conceito
de consumo nos definem”. A frase do
foi a arquiteta Maria Claudia Mastran-
desenvolvido para a loja”.
intelectual francês foi escolhida para
gello que, com o apoio de Priscila Sa-
Internamente, o clássico e o con-
estampar as embalagens dos refina-
raiva, precisou de apenas três meses
temporâneo mesclam-se, tendo em
dos chocolates Saint Phylippe distribu-
para transformar um sobrado pratica-
comum a elegância e o bom gosto,
ídos às clientes durante a inauguração
mente destruído em uma elegante
desde as peças do mobiliário até os
da maison Tatiana Collares, em outu-
“caixa de presente” para embalar o
materiais usados no revestimento do
bro de 2008, e serviu como referência
sonho de Tatiana, que participou ativa-
piso ou nas cortinas dos provadores.
no desenvolvimento da arquitetura e
mente na idealização do projeto.
“Sempre gostei da mistura do antigo
de toda a estratégia de marketing da
O ponto alto desse “pacote” é,
com o novo”, conta Tatiana. “O pro-
loja. Para concretizar o sonho de trans-
sem dúvida, a fachada de vidro com
jeto buscou usar elementos vintage
formar seu próprio nome em uma eti-
o pé-direito duplo de 8 metros de al-
com atuais”, acrescenta Maria Claudia.
queta sofisticada, a estilista não apenas
tura, com ferragens representando a
Móveis com estilo Luís XV, inclusive
investiu na exclusividade e qualidade
fita que fecha o presente. O design foi
o balcão do caixa e uma penteadeira
dos produtos, como também em um
inspirado na embalagem do perfume
do século 19 no provador, contrastam
projeto arquitetônico que refletisse
Flowerbomb (Viktor & Rolf) e é re-
com cadeiras Louis Ghost em acrílico
justamente o requinte da mulher úni-
produzido nas etiquetas e sacolas da
do designer francês Philippe Stark, o
ca para quem a grife é voltada.
maison. “Desde 1998, quando conheci
mobiliário de laca preta brilhante que
O primeiro passo, após encontrar o
o perfume, decidi que, se um dia eu
sustenta as araras e a aplicação na pa-
imóvel para a instalação da loja – na
concretizasse o sonho de ter uma loja,
rede de uma estampa exclusiva base-
sofisticada Rua Oscar Freire, em São
ela seguiria a mesma ideia visual”,
Paulo –, foi descobrir um profissional
lembra Tatiana. A arquiteta completa:
com quem Tatiana se identificasse e
“Quando ela nos procurou, percebedirigente Lojista � abril 2010
� 53
p r o j e t o
d e
l o j a
ada em um quadro da pintora Yanou.
Preto no branco
teto, também prevalece a cor bran-
Tal combinação reflete os próprios
Em razão da diversidade de pro-
ca. No espaço em que a loja passa a
produtos expostos. Há desde roupas
dutos, a opção foi segmentar o ponto
ter pé-direito simples – em razão do
“simples” até produtos altamente
de venda, identificando cada grife. “É
segundo pavimento, onde fica a área
elaborados e outros mais descolados,
mais fácil para a cliente quando está
administrativa – o logotipo da marca
sempre com atenção especial aos de-
tudo delimitado em nichos”, conta Ta-
inclusive está “gravado” no gesso que
talhes, incluindo ainda uma grande
tiana, que procurou imprimir no proje-
forra o teto. No caso do mobiliário, é
variação no sortimento de itens. Uma
to de arquitetura a mesma praticidade
a cor preta que predomina. Está pre-
cliente pode sair completamente pro-
que busca no momento de pensar e
sente nos pufes, no balcão do caixa,
duzida da maison, uma vez que, além
desenvolver um novo modelo, sendo
nas estruturas para sustentar as araras,
das roupas com a assinatura Tatiana
que neste último caso a versatilidade
nas cômodas e estantes onde estão os
Collares, dos jeans da grife internacio-
também é levada em conta. “Meus
produtos. “A combinação dessas duas
nal Rock and Republic e da linha praia
modelos não são muito fashion, mas
cores não tem erro e nunca sai de
Miss Alice, há também as semijoias de
são eternos”, diz.
moda”, explica Tatiana.
Francesca Romana e as bolsas e sapa-
O preto e o branco dominam a área
Nos provadores, o preto continua
tos Paula Torres, além dos chocolates
de vendas. No piso, a utilização de
presente nas cortinas de tafetá e nos
Saint Phylippe, feitos com matéria-
mármore carrara – um material nobre
pufes, mas o branco é abandonado
prima belga. “Eu queria uma loja em
– reforça o viés clássico do ambiente,
com a aplicação de um carpete bege,
que a cliente encontrasse tudo”, conta
mas também facilita a combinação
o papel de parede de tecido jacquard,
a estilista.
de outros elementos. Nas paredes e
os espelhos e a penteadeira em ma-
marca em evidência Do teto às embalagens, a logomarca da loja está presente em várias formas, sempre integrada com o projeto arquitetônico
54 �
dirigente Lojista � Abril 2010
dirigente Lojista � abril 2010
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p r o j e t o
d e
Tatiana collares Data do projeto »Outubro de 2008 Área total »200 m2 Piso »Mármore carrara e carpete
l o j a
deira do final do século 19. Além das
as cores, são usados na vitrine aberta
cabines propriamente ditas, as clientes
que fica na fachada. Próximo das pra-
e os acompanhantes têm à sua dispo-
teleiras e araras foram instaladas lâm-
sição um espaço privado para avaliar
padas AR111. Lâmpadas fluorescentes
a compra em uma área maior. O uso
são usadas na parte interna do logo-
do carpete e da iluminação indireta,
tipo no gesso e na parte posterior da
encoberta pelo espelho, em uma área
placa de gesso, com uma textura que
de pelo menos 1,20 m por 1,20 m, são
lembra um matelassê suspenso no
algumas dicas da arquiteta para tornar
teto da área de pé-direito duplo.
Teto »Gesso
esse momento mais agradável. Para
Mobiliário »Marcenaria e acrílico
bém ganhou uma climatização exclu-
Ainda no térreo, o corredor que leva
siva, além do sistema de ar-condicio-
ao lavabo, à copa e ao estoque ganhou
Iluminação »AR111, CDRM e fluorescentes
nado já presente na área de vendas.
a aplicação de uma estampa exclusiva
A iluminação tem na fachada de vi-
de Tatiana em uma das paredes. Na
Fachada »Vidro e ferragem
dro temperado um importante aliado,
parede oposta, um mostruário em ni-
mas não é dependente dela. Trilhos
chos que lembram bolhas de sabão é
com lâmpadas CDRM, que não distorce
usado para a exposição de joias. Duas
aumentar o conforto, esse espaço tam-
Espaços diferenciados
mix de estilos O clássico e o contemporâneo se misturam com harmonia, do mobiliário até os materiais usados no revestimento
56 �
dirigente Lojista � Abril 2010
cadeiras e uma mesa estão nesse “corredor”, que termina justamente no lavabo, um espaço que ganhou atenção especial. A água desce pelo interior do espelho e cai em uma cuba de vidro, que mais lembra uma fonte do que uma pia de banheiro. Na área fechada, imagens de revistas de moda formam o “papel de parede” que cobre o preto predominante nesse espaço. Na área superior, além de uma sala de costura, banheiros, sala de espera e escritório de assistentes, está o escritório de Tatiana, de onde ela acom-
espaço privado Um corredor leva as clientes até a área especial para atendimento personalizado
panha o movimento da loja por meio de câmeras de vídeo, mas também por uma janela de vidro com película cor-de-rosa. Há duas dessas. A segunda está na sala de espera, ao lado do escritório de Tatiana, onde ela passa a maior parte do dia, trabalhando em novos modelos e pensando em como ampliar o negócio. No caso do investimento na loja da Oscar Freire, ela prefere não especificar um valor. “Se eu fosse pagar o preço que me deram, gastaria R$ 365 mil. Mas gastei bem menos”, limita-se a dizer. Ainda assim, o uso de materiais nobres, o bom gosto nos detalhes e a complexidade de algumas ideias revelam que não se trata de um projeto para qualquer um, assim como os produtos que são vendidos ali. Isso, aliás, é resumido no slogan da loja, estampado em um laço de fita adesivado na parede: “A luxury dream for privileged
people” (Um sonho de luxúria para pessoas privilegiadas). dirigente Lojista � abril 2010
� 57
o p i n i ã o
|
b a n h o
d e
l o j a
design é
estratégia D
esign é um termo em Inglês que se refe-
cesso de trabalho (comunicação estratégica
re ao processo de pensamento que com-
de varejo) eu digo que a loja “fala” através do
preende criação e solução, no qual se projetam
design. Você alguma vez já passou pela situa-
ambientes, objetos ou meios de comunicação
ção de estar em frente a uma vitrine de loja e
diversos para o uso humano, tais como lojas. A
pensar coisas do tipo: não vou entrar porque
loja é um meio de comunicação entre uma mar-
esta loja parece muito cara (ou muito popular)
ca e seu público, portanto tem que transmitir a
e acho que aqui não tem o produto que estou
mensagem da marca.
buscando? Neste momento a loja falou com você, não com a linguagem oral, mas com a
Muito se tem falado sobre design como um
linguagem do design.
diferencial de negócio. Mas não se deve confundir design com colocar adornos. Ele deve nascer
Design é comunicação. A comunicação pres-
integrado com o planejamento do negócio e
supõe um emissor (quem manda a mensagem)
trazer soluções inclusive operacionais. O design
“O design
e um receptor (quem recebe a mensagem). A
de uma loja ou da embalagem de um produto
deve nascer
loja é o emissor e o público é o receptor. Por-
gera percepção sobre a marca. Através dele é possível melhorar a experiência de compra, a
integrado com
interação do ponto de venda com o consumidor,
o planejamento
atrair novos clientes e, principalmente, construir experiências únicas. Para que o design seja estratégico e traga resultados efetivos para o negócio é preciso conhecer as necessidades dos clientes e dos nãoclientes: seus hábitos, como eles interagem com
do negócio e
soluções estéticas, é mandar a mensagem certa para o público certo, na hora certa. Quando me pedem para explicar nosso pro58 �
dirigente Lojista � Abril 2010
nos aspectos operacionais, no mix de produtos, no sistema de atendimento e, principalmente, fazê-la se comunicar com o público. A eficiência da comunicação aumenta quan-
trazer soluções
do a empresa tem claro na sua estratégia quais
inclusive
consumidores ela quer impactar. A loja deve
operacionais”
buscar empatia com seu público-alvo, refletir seu estilo de vida, atender às suas expectativas e oferecer o que ele quer, da maneira que ele
pontos de venda e produtos, como eles consomem. Fazer design de loja é muito mais que dar
tanto, seu design deve ser pensado com base
Kátia Bello Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design. katia@opusdesign.com.br
deseja, na linguagem que ele entenda. Erros na linguagem do design podem comprometer o sucesso de um negócio ou produto, ao passo que um design bem-feito alavanca vendas.
dirigente Lojista � abril 2010
� 59
v a r e j o
i n t e rn a c i o n a l
DEMANDAS DOS CLIENTES NA
era digital Pesquisa revela que o consumidor deseja mais personalização e praticidade na sua relação com as lojas em múltiplos canais
C
onstruir e manter a fidelidade do consumidor é um pon-
to crítico no competitivo mercado do varejo global. Nos dias de hoje, uma das formas mais eficazes de consolidar essa fidelidade é incorporar novas tecnologias ao negócio de forma a aprimorar a experiência de compra dos clientes. De acordo com uma pesquisa divulgada pela IBM no início do ano, grande parte dos compradores ao redor do globo já não admite que produtos e informações sobre os varejistas com quem se relacionam não estejam acessíveis na internet. A mensagem é clara: os lojistas que ficarem para trás em matéria de tecnologia correm o risco de perder clientes para competidores mais atualizados. As mudanças na economia fizeram surgir um consumidor mais “in-
66%
riam de dos consumidores gosta estão em ns ite poder conferir quais a física loj a estoque antes de ir até
teligente”, que passou a fazer uso das ferramentas tecnológicas a seu alcance para fazer compras mais informadas, trocar experiências com outros consumidores e acessar múltiplos canais de venda. Além disso, a maior familiaridade com a tecno-
60 �
dirigente Lojista � Abril 2010
por
Diógenes fischer
diogenes@agenteinforma.com.br
logia motivou os compradores a se
demanda crescente por múltiplos ca-
manifestar com mais frequência e
nais tecnológicos e mostrou que um
reivindicar dos varejistas o atendi-
mesmo consumidor pode acessar
mento mais eficaz de seus desejos
diversos desses canais, utilizando di-
e necessidades. Como resultado, ao
ferentes tecnologias para diferentes
mesmo tempo em que o consumidor
propósitos. Boa parte dos entrevis-
se torna mais exigente, ele também
tados usa a internet para pesquisar
se mostra mais disposto a colaborar.
e conhecer mais sobre um varejista
Na pesquisa da IBM, 79% dos en-
antes de ir à sua loja física. A pes-
trevistados disseram que gostariam
quisa revelou que 79% das pessoas
de trabalhar com as lojas para de-
gostariam de ter acesso via web a
senvolver novos produtos e serviços
cupons de desconto para poder im-
mais adaptados a suas necessidades
primi-los em casa, 75% delas que-
pessoais.
rem usar o celular para descobrir a
De acordo com o estudo, que ou-
localização das lojas mais próximas e
viu mais de 32 mil pessoas em diver-
66% desejam conferir quais produtos
sos países, a tecnologia representa
estão em estoque antes de ir até a
hoje uma nova fonte de poder para
loja física.
75%
desejam usar seu celular para descobrir o endereço das lojas mais próximas do lugar onde estão
tindo à revolução digital acontecer.
o consumidor, que pressiona o vare-
“A verdade é que a maioria dos
Eles devem descobrir novas manei-
jo para interagir com ele de forma
varejistas construiu ao longo dos
ras de engajar os consumidores co-
mais direta, o que inclui um esforço
anos uma abordagem de vendas
nectados, nos seus próprios termos,
para desenvolver promoções e ofer-
centrada no produto e agora en-
gerando mais feedback e diálogo en-
tas mais personalizadas aos hábitos
frentam dificuldades quando pre-
tre as duas partes.”
de compra de cada um. Outra de-
cisam interagir com o consumidor
Os resultados da pesquisa da IBM
manda significativa é a preocupação
por outros meios, como call centers,
mostram que os consumidores estão
com a disponibilidade de produtos
quiosques, ponto de venda, inter-
cada vez mais propensos a utilizar a
nas lojas. Em tempos de comércio
net e telefonia móvel”, diz John Da-
tecnologia tanto para interagir com
eletrônico, ninguém aguenta mais se
wkins, chefe do setor de varejo da
varejistas quanto com outras pessoas
deslocar até uma loja apenas para
IBM do Canadá, que apresentou a
com os mesmos hábitos de compra.
ouvir do vendedor que o item que
pesquisa.
De acordo com o estudo, todas essas
desejava comprar “está em falta”. A
“Trabalhamos hoje em um mer-
tendências se acentuam ainda mais
boa notícia é que 61% dos entrevis-
cado com foco no consumidor, que
no caso de países emergentes como
tados disseram que dedicariam mais
ganhou todo esse poder devido ao
China, Índia e Brasil, onde a dispo-
tempo a um varejista que conseguis-
acesso facilitado a tecnologia e infor-
sição em usar múltiplas tecnologias
se resolver estas duas questões de
mação”, afirma Jill Puleri, executivo
para compras foi quase o dobro do
forma eficiente.
de varejo global da IBM. “Os varejis-
registrado em países com mercados
tas não podem ficar sentados assis-
mais amadurecidos.
O estudo também revelou uma
dirigente Lojista � abril 2010
� 61
v a r e j o
i n t e rn a c i o n a l
Home Depot reduz consumo de energia A maior rede do varejo de material de construção nos EUA já cortou em 16% seu consumo de energia desde 2004, mas não pretende parar por aí. Nos próximos cinco anos, a Home Depot pretende atingir a marca de 20% menos energia
O fim da sacola grátis
por metro quadrado. Para
Consumidores nos EUA agora pagam pelo plástico
iluminação das lojas e atualizar
isso, busca reduzir o consumo energético das lâmpadas na os sistemas de refrigeração e
estado norte-americano de Wa-
O
algumas cidades do país desde 2007.
aquecimento nos pontos de
shington aprovou em janeiro uma
O assunto já foi discutido em estados
venda. A companhia também
lei que proíbe a distribuição gratuita de
como Connecticut, Maryland, Massachu-
firmou a meta de reduzir em
sacolas plásticas no comércio local. O
setts, Texas e Virgínia. A expectativa dos
20% as emissões de gases
consumidor que não levar sua própria
grupos ambientalistas é que essa medi-
causadores do efeito estufa
bolsa quando for às compras pode car-
da se torne referência para todo o país e
nos próximos cinco anos. “As
regar os itens na mão ou então pagar
incentive os varejistas a tomarem suas
mudanças que fizemos para
US$ 0,05 por sacola. Além dos super-
próprias iniciativas. Grandes redes como
aumentar a produtividade
mercados, a lei inclui livrarias, lojas de
CVS e Target já começaram a premiar
da cadeia de suprimentos
roupas e de presentes.
com dinheiro ou créditos os consumido-
reduzirão substancialmente
res que trouxerem suas próprias sacolas
as emissões no transporte de
reutilizáveis.
mercadorias”, afirma Ron Jarvis,
Consideradas um símbolo do desperdício no consumo, as sacolas plásticas têm sido culpadas pela poluição nos
Em Nova York, a legislação exige
oceanos e emissão de carbono. Dados
que os varejistas que distribuem gra-
da Agência de Proteção Ambiental dos
tuitamente sacolas plásticas façam a
EUA apontam para um volume de plás-
reciclagem do material. Em qualquer
tico desperdiçado em 2008 de 3,96 mi-
supermercado de médio porte de Nova
lhões, entre bolsas, sacolas e embrulhos.
York, ao lado do caixa, existem sacolas
Menos de 1% desse total foi reciclado.
reutilizáveis disponíveis para venda e al-
A onda de criação de taxas de cobrança pelo uso vem se espalhando em 62 �
dirigente Lojista � Abril 2010
gumas redes no estado já começaram a cobrar pelo uso das sacolas.
vice-presidente de inovação ambiental da Home Depot.
IKEA invade o metrô de Paris Campanha da rede sueca decorou estações com móveis de sala de estar
O
s usuários do metrô de Paris tiveram uma surpresa na segun-
da semana de março, ao saírem de seus trens e se depararem com uma sala de estar totalmente decorada em plena estação. Tratava-se da mais recente campanha de marketing da IKEA, rede multinacional de móveis populares com sede na Suécia. Quatro estações parisienses – St. Lazare, Champs-Elysées Clémenceau, Concorde e Opéra – foram “invadidas”, de acordo com a própria definição dos marketeiros da empresa. O conceito por trás da campanha se assemelha a um “test drive”. Os passageiros em
surpresa Usuários do metrô se deparam com a decoração inusitada assim que saem do trem
trânsito podem se sentar à vontade
ção da Agence 14 Septembre, grupo
havia promovido uma campanha si-
nos móveis e testar o conforto e a du-
de mídia especializado em arquitetu-
milar ao instalar uma reprodução da
rabilidade dos itens promovidos pela
ra e design, que organizou a ação em
famosa “sala oval” da Casa Branca na
IKEA, de sofás a abajures.
caráter experimental, encerrada em
histórica estação de trem Union Sta-
24 de março. Em janeiro, a marca já
tion, em Washington DC.
» Pelo segundo ano consecutivo
» A gigante de leilões on-line
» A nova loja da rede de vestuário
a rede Walmart foi considerada
eBay uniu-se à Federação Nacional
Mandee, inaugurada em março
a marca mais valiosa do mundo,
do Varejo dos EUA (NRF) para
em Chicago, possui uma passarela
segundo estudo da Brand Finance,
combater o roubo nas lojas reais.
para apresentar desfiles de
consultoria independente com
O alvo é o crime organizado, tido
coleções e shows musicais. O
sede em Londres e escritórios
como responsável pelo aumento
espaço também serve para que
em mais 17 países, incluindo o
desse tipo de delito. Com apoio do
as próprias clientes provem suas
Brasil. A marca da rede varejista
FBI, a aliança pretende identificar
roupas como se estivessem em
americana foi avaliada em US$ 41,
e combater grupos criminosos que
um desfile de moda. Confira um
4 bilhões, um incremento de 1,8%
usam sites de leilões para vender
vídeo da loja na internet, em
em comparação a 2009.
produtos de roubo.
http://ow.ly/1jleH
A varejista sueca teve a colabora-
dirigente Lojista � abril 2010
� 63
o p i n i ã o
|
C O M U N I Q UE - SE
informação: consuma
sem moderação D
e todos os produtos que diariamente
ciclar. Sim, temos o dever de fazer isso. Mas
buscamos consumir, um parece estar
quando procuramos incutir uma cultura – e
mais em falta no mercado do que a maioria:
por cultura estou aqui falando de algo que
informação. E isso não é nenhum exagero.
venha para ficar, que crie uma tendência e
Sabemos que hoje há uma enorme quantida-
depois um comportamento – precisamos an-
de de formas de comunicação pressionando
tes estabelecer uma relação de transparên-
o consumidor. Panfletos, outdoors, banners,
cia com a informação. Ao tornar disponível
adesivos, anúncios em todos os tipos de mí-
para o consumidor tudo sobre o processo de
dia. Tem tanta coisa por aí sendo divulgada
reciclagem e trabalhar isso de forma clara,
que é difícil se lembrar de tudo no fim de
o que é hoje apenas uma mania de alguns
um dia longo de trabalho. Mas o que eu es-
(pejorativamente chamados de eco-chatos),
tou falando é de outra coisa. Por informação devemos entender aquela parcela de dados
“Informar
se tornaria uma política pessoal. Informar precisa ser uma bandeira das
que torna possível o indivíduo refletir sobre
precisa ser
empresas que querem estar na crista da
as escolhas que faz no dia a dia. Aquilo que
uma bandeira
onda das mudanças de mercado. E em 2010
ele, com o tempo, pode transformar em conhecimento e assim implementar as mudanças mais duradouras. Vamos pegar um exemplo bem simples. As campanhas de reciclagem que se vê por aí em locais públicos, empresas, todo can-
das empresas
não é toda a história. Onde está dito que reciclar apenas não é o suficiente? Ou que para cada quilo de lixo que um ser humano gera, uma empresa produz 70 vezes mais? Não estamos dizendo que não devemos re64 �
dirigente Lojista � Abril 2010
fazer isso. Estamos no Ano Internacional da
que querem
Biodiversidade. Ou seja, estamos prestes a
estar na crista
testemunhar uma série de projetos e iniciati-
da onda”
vas falando sobre o tema, tentando influenciar as pessoas para uma consciência de mais respeito com a biodiversidade e com o futuro
to. O que elas dizem? Reciclem! Porque a natureza agradece. Certo? Certo. Mas essa
temos uma excelente oportunidade para
Kilsa Rocha Superintendente da Fundação CDL Recife e membro do comitê estratégico do Observatório do Recife diretoria@ fundacaocdlrecife.org.br
do planeta. Essa é a deixa para os negócios que desejem criar um vínculo de mais transparência com seus clientes. Da mesma forma como faz a Unilever. Outro dia encontrei uma das peças da empresa que dava explicações sobre o seu programa de trainee. Na capa,
uma inusitada pergunta: “Se você fosse líder
junto com seus produtos tendo a certeza de
em vendas de detergente em pó, investiria
que isso gerará um retorno positivo por parte
R$ 6 milhões em economia de água?”. É dis-
dos clientes. De outra forma, não se engane. Se o con-
so que eu estou falando. A questão poderia ter sido rejeitada pelos executivos da companhia pelo simples
“Se o consumidor
sumidor não encontrar a informação que hoje precisa para tomar suas decisões de compra,
fato de apresentar a natureza da operação
não encontrar
ele mesmo vai criar os mecanismos de aces-
da empresa da forma mais crua. Sim, é uma
a informação
so. E se ressentir por não ter tido apoio da
empresa que faz sabão em pó. Sim, é uma
sua marca preferida. A lógica das redes so-
empresa que, por isso, polui. E que conso-
que hoje precisa
ciais está aí para provar isso. Entramos de-
me água, um recurso natural finito. Mas o
para tomar
finitivamente numa época da colaboração e
melhor: sim, é uma empresa que tem cons-
compartilhamento de informação. E nesse
ciência de tudo isso e que está preocupada
suas decisões
com a natureza e com o futuro do próprio
de compra, ele
de (www.goodguide.com, um site com clas-
negócio (sem água, o que vender?). Isso não
mesmo vai criar
sificação de produtos do “bem”, que em bre-
é só transparência. Isso é também coragem. Fazer apenas uma ação ecológica porque ela
os mecanismos de
fará bem para a imagem da empresa pode
acesso”
não ser eficaz. É melhor pensar nos detalhes
fluxo já surgem respostas como o Good Gui-
ve terá sua versão brasileira) e o Skin Deep (www.cosmeticsdatabase.com, um banco de dados de ingredientes tóxicos em cosméticos e produtos de higiene pessoal). Esse é um
dessa ação e de como ela pode gerar no con-
movimento social que todo negócio preci-
sumidor uma adesão mais efetiva no futuro.
sa acompanhar. E se manter informado. Só
Difundir mais informação e dar subsídios para
assim, essa commodity se torna uma aliada
gerar mais conhecimento. E conhecimento é
quando estivermos pensando em aumento
um legado que as empresas podem distribuir
de lucratividade.
www.cosmeticsdatabase.com
www.goodguide.com dirigente Lojista � abril 2010
� 65
m ó v e i s
e
n e g ó c i o s
Guerra pelo varejo
on-line amos brigar pela liderança
“V
ainda, tendo em vista principalmente
era vista como um meio inseguro de
do e-commerce.” A frase
a entrada da classe C no comércio vir-
compra, a ferramenta deu a volta por
do novo presidente do Pão de Açú-
tual. Além disso, o governo federal es-
cima. Agora a dúvida é saber quem vai
car mostra que a briga por espaço no
pera estimular, através do Plano Nacio-
ganhar mais fatias do espaço que an-
comércio eletrônico nacional deve es-
nal de Banda Larga, o acesso à internet
tes era desprezado por todos.
quentar nos próximos meses. Enéas
para mais 90 milhões de usuários, o
Pestana acredita que o comércio on-
que representa um incremento signifi-
line vive um ótimo momento no Brasil
cativo da quantidade de consumidores
com crescimentos acentuados. No ano
no canal.
Briga de gigantes Apostando no potencial desse mercado, o Grupo Pão de Açúcar in-
Atentos a estes números, a maioria
veste R$ 10 milhões na criação de
das grandes redes do varejo nacional
um núcleo digital de relacionamen-
De acordo com estudo do Ibope Mí-
concretiza suas lojas virtuais oferecen-
to com o objetivo de expandir suas
dia, no Natal de 2009 o consumo on-
do mais opções aos consumidores. Os
marcas na internet. O GPA Digital,
line cresceu 28% em relação a 2008.
novos rumos do mercado apontam um
como será chamado, será uma área
Para 2010 as expectativas são maiores
fato como certo: se antes a internet
da empresa que vai trabalhar direta-
passado, o setor cresceu 30% no comparativo com 2008.
66 �
dirigente Lojista � Abril 2010
por
Geraldo Rigoni
geraldo@geraldorigoni.com.br
Duratex mente com as mídias sociais e de-
A indústria de painéis e
mais recursos da rede.
chapas Duratex anunciou um
Uma equipe de 16 profissionais de
crescimento de 7,1% no balanço
Marketing e Tecnologia da Informa-
trimestral. No comparativo com
ção serão responsáveis por monitorar
os três últimos meses de 2008, a
as marcas Extra, Pão de Açúcar, Ponto
empresa registrou um aumento
Frio, Sendas, Assai e CompreBem na
de 7,1% no faturamento com
internet, acompanhando diariamente
base no mesmo período.
os conteúdos sobre a companhia publi-
Entre outubro e dezembro o
cados em redes sociais, sites e blogs.
faturamento da Duratex ficou
Quem também dá seus primeiros
em R$ 620,5 milhões. Porém, no
passos no comércio eletrônico é a
acumulado do ano, a empresa
Casas Bahia, que inaugurou sua loja
apresentou um recuo de 8,3% no
virtual em fevereiro do ano passado.
valor total da receita.
Mesmo chegando à marca dos 4,7 milhões de acessos em dezembro, o site da Casas Bahia fechou o ano com faturamento abaixo do esperado. A varejista arrecadou R$ 195 milhões em vendas on-line, 0,5% a menos que o previsto. O montante arrecadado representa 1,5% de todo o faturamento da rede varejista no ano passado. O novo site do Carrefour, por sua vez, contabilizou R$ 6 milhões em vendas apenas no dia de seu lançamento, em 1º de março de 2009. O resultado foi uma surpresa para a rede, já que as expectativas estavam bem abaixo dos cerca de 100 mil usuários que rea-
‘’Tudo mostra que, no ritmo que vai, ganhando o market share que nós estamos ganhando, vamos conquistar a liderança desse segmento em algum tempo’’
lizaram aproximadamente 1 milhão de acessos e mais de 14 mil pedidos. Para o Carrefour, essa estreia significa que a loja virtual da rede veio para ocupar um
Artigos de luxo Um estudo do Ibope Mídia revelou que 80% do público pesquisado prefere pagar mais caro em itens considerados de luxo. A pesquisa foi feita no Brasil, México, Colômbia e Argentina e apurou que o mercado de luxo está aquecido. O levantamento foi realizado com consumidores com média de 38 anos, formação universitária ou superior, que ocupam posições de destaque no trabalho e influenciam as
Enéas Pestana Presidente do Grupo Pão de Açúcar
decisões de compra de amigos e parentes. A pesquisa ainda apontou que 90% dos brasileiros
lugar de destaque entre as grandes do
entrevistados na hora da compra
meio on-line.
optam por produtos nacionais, sendo muito fiéis às marcas. dirigente Lojista � abril 2010
� 67
m ó v e i s
e
n e g ó c i o s
Shoppings A rede francesa Casino, que possui 50% do capital do Pão de Açúcar, pretende investir na construção de shopping centers no Brasil. O grupo foi um dos que incentivou a popularização dos shoppings na França e atualmente administra grandes marcas como C&A, Zara, Sephora e McDonald’s. A decisão de investir no mercado brasileiro tem como argumento o fato de que nos últimos anos o País se des-
O Baú contra-ataca Grupo Silvio Santos procura parceiros
taca por sua estabilidade e posição estratégica com outros países em desenvolvimento.
Aposentadoria
Grupo Silvio Santos contratou
O
Bahia e formou um gigante do vare-
a Merrill Lynch para buscar no
jo. Depois disso, outras redes, como o
A Philips anunciou que preten-
mercado empresas de varejo que pos-
Baú, passaram a correr o risco de se
de aposentar aos poucos o nome
sam formar parcerias ou até se fundir
“fragilizar” diante do poder de nego-
Walita de seu mix. Sem informar
com a rede de 128 lojas do Baú da
ciação do Pão de Açúcar com indús-
muitos motivos, a empresa deixou
Felicidade. De acordo com fonte ouvi-
trias e fornecedores diversos.
claro que a mudança será gradual, mas que aos poucos, como já está
da pela coluna, o grupo que tem lojas espalhadas por São Paulo, Minas Ge-
Telecomunicações
sendo feito, vai associar as duas
rais e Paraná teria especial interesse
O Grupo Silvio Santos também
em conversar com redes como Ma-
anunciou que pretende investir no se-
rá para a marca
gazine Luiza, com forte atuação em
tor das telecomunicações, começando
Philips.
São Paulo, e a Insinuante, que tem
pela comercialização de cartões telefô-
em 1939 no
presença predominante no Nordeste.
nicos. Como diferencial, a ideia é ofe-
Brasil, a Walita
Uma proposta para esses grupos não
recer, junto ao cartão, seguros contra
tornou-se mui-
seria de compra ou aquisição, mas
morte acidental e a possibilidade de
to conhecida no
sim de uma parceria que poderia en-
ganhar prêmios com raspadinhas. O
mercado nacio-
volver troca de ações.
grupo não descarta a possibilidade de
nal. Em 1971
A iniciativa do Baú é uma resposta
outras investidas no ramo das teleco-
foi
às investidas recentes do Pão de Açú-
municações e estuda outras alternati-
pela
car, que comprou o Ponto Frio e Casas
vas no segmento.
holandesa.
68 �
dirigente Lojista � Abril 2010
marcas, sendo que o destaque ficaCriada
comprada empresa
Autogestão: decisões para vencer no jogo
Mudança
Todos os dias, a maioria de nós
qualidade de nossas ações e o que
A Associação Brasileira das In-
precisa tomar decisões. Infelizmen-
queremos que definem aonde va-
dústrias do Mobiliário (Abimóvel)
te, grande parte das pessoas o faz
mos chegar. Não há sentido em fixar
mudou sua sede para Brasília. A
sem mudar de postura, optando por
metas e alimentar sonhos se não
entidade representa a indústria de
manter velhos hábitos. Uma mudan-
temos atitude para ultrapassar as
móveis do Brasil e tem grande par-
ça sem atitude não gera a verdadeira
barreiras.
ticipação nas decisões de assuntos
mudança. É preciso ter decisões con-
Sua dedicação garante que você
voltados para o setor. Mesmo com
sistentes, que resultem em mudanças
esteja no jogo, mas não é suficiente
a mudança, sua antiga sede em
de atitudes.
para colocá-lo no pódio. Os campeões
São Paulo continuará aberta para
Um campeão sabe que as melhores
estão conscientes de que agora são
dar continuidade a projetos téc-
vitórias são consequências de estra-
os resultados que garantem seus ob-
nicos como o Programa Brazilian
tégias, evolução, visão, comprometi-
jetivos cumpridos.
Furniture. Na capital federal o ob-
mento da equipe com as suas metas
O sucesso não é fazer o melhor pos-
jetivo é estreitar relações com o
e indivíduos competentes para as
sível, mas vencer a partida. Ao térmi-
governo e estar próximo dos gran-
suas missões.
no de uma partida, ninguém aplaude
des polos do País.
Todos podem conquistar algo. É a
uma bela explicação.
dirigente Lojista � abril 2010
� 69
t e cn o v a r e j o
varejo virtual supera
previsões
Comércio eletrônico no Brasil cresceu 30% no ano passado, alcançando R$ 10,6 bilhões de faturamento 70 �
dirigente Lojista � Abril 2010
D
e acordo com a 21ª edição do
taxas de crescimento observadas no
Relatório WebShoppers realiza-
período anterior devem se manter
do pela e-bit (www.ebit.com.br), em-
altas. Estima-se que as vendas on-
presa especializada em informações
line para este ano alcancem os R$
de e-commerce, com o apoio da Câ-
13,6 bilhões, representando mais de
mara Brasileira de Comércio Eletrôni-
30% de crescimento.
co (camara-e.net), o faturamento do
Um dos fatores que contribuem
comércio eletrônico no Brasil foi de
para a franca ascensão do e-com-
R$ 10,6 bilhões, um crescimento de
merce é a maior confiança dos con-
30% em comparação com os R$ 8,2
sumidores em realizarem compras
bilhões de 2008. O resultado supera
on-line. De acordo com o Índice de
a previsão de R$ 10 bilhões feita pela
Confiança do e-consumidor, que
empresa no começo do ano passado.
consta no relatório da e-bit, 86,3%
Em 2010, a perspectiva é de que as
das pessoas que fizeram compras
pela internet durante todo o ano de
ca, considerado como um dos pontos
para que o e-consumidor confie e vol-
2009 sentiram-se satisfeitas. Segun-
essenciais para o sucesso do comércio
te a comprar nas lojas virtuais.
do o diretor-geral da e-bit, Pedro
eletrônico e pode se transformar no
É possível entender com mais fa-
Guasti, o comércio eletrônico projeta
calcanhar-de-aquiles de uma ope-
cilidade os impactos da logística no
ainda mais crescimento, principal-
ração deste tipo. Para se ter uma
e-commerce através dos números
mente levando em conta o número
ideia, durante todo o ano de 2009,
apontados no relatório. Em dezem-
de adeptos das compras on-line em
de acordo com o relatório da e-bit,
bro de 2009, 76% das entregas foram
comparação com o total de internau-
as lojas virtuais brasileiras registraram
realizadas com sucesso em diversas
tas no Brasil. “O comércio eletrônico
cerca de 32 milhões de pedidos que
localidades do Brasil. Este índice fi-
possui um imenso território a ser pre-
vieram de todo o território nacional.
cou abaixo da média anual, que foi
enchido”, afirma. “Em 2009, foram
Diante de uma demanda tão alta, é
de 79% devido ao grande volume
17,6 milhões de pessoas utilizando
fundamental que os lojistas implan-
de pedidos realizados no período de
o canal para realizar suas compras,
tem boas práticas de logística em
Natal. Agora, se pensarmos no índice
ou seja, 26% do total de internau-
suas operações. E para que isso seja
de atraso na entrega ou de produtos
tas no País. Para 2010 esse número
possível, empresas especializadas no
em 2009 que não chegaram até o seu
deve crescer ainda mais e alcançar
fullfilment (armazenagem e entrega
destino, os percentuais das regiões Sul
23 milhões.”
do produto) ganham mais força no e-
e Sudeste aproximaram-se do que foi
Como exemplo da força que o co-
commerce, já que a entrega no prazo
registrado no País, ficando com 15%,
mércio eletrônico tomou em 2009,
é um dos fatores mais importantes
14% e 15%, respectivamente.
os resultados das datas comemorativas no e-commerce também foram superiores aos obtidos em 2008. De acordo com o Relatório WebShoppers, o Natal, mais uma vez, foi o perío-
CALENDÁRIO lucrativO Quanto o varejo on-line brasileiro faturou em 2009 com as principais datas comemorativas
do mais lucrativo para o e-commerce “.com.br”, com R$ 1,63 bilhão. Na sequência, aparece o Dia das Crianças, que somou R$ 450 milhões e pela primeira vez ultrapassou o Dia das Mães (R$ 440 milhões) em faturamento. Já o Dia dos Pais faturou R$ 437 milhões, enquanto o Dia dos Namorados registrou R$ 393 milhões em 2009. Além dos números sobre faturamento e vendas, nesta 21ª edição do Relatório WebShoppers a e-bit preparou um capítulo especial sobre logísti-
R$ 1,63 bi Dia das Crianças..........R$ 450 mi Dia das Mães...............R$ 440 mi Dia dos Pais.................R$ 437 mi Dia dos Namorados....R$ 393 mi Natal.............................
dirigente Lojista � abril 2010
� 71
t e cn o v a r e j o
E-mail marketing inovador
Serviço atende necessidades de pequenas e médias empresas
A
eCentry, empresa com sede em Florianópolis, pioneira em solu-
ções para e-mail marketing, acaba de lançar o emailManager, uma nova e inovadora plataforma baseada na web para facilitar o processo de criação e envio de e-mails promocionais para clientes. Além da facilidade no uso e dos preços compatíveis com a realidade de pequenos e médios negócios, o emailManager tem como destaque o layout completamente diferente de outros produtos disponíveis no mercado. Em vez do tradicional menu no topo ou na lateral, o emailManager traz
visual familiar A área de trabalho é configurável com a aparência de um sistema operacional
suas áreas em forma de ícones e jane-
sistema diferente de todos os outros
Atuando desde 1999, a eCentry é
las, semelhante à área de trabalho de
existentes no mercado, com potencial
pioneira no desenvolvimento de solu-
um computador (“estilo Windows”).
para se tornar líder da geração de sis-
ções para e-mail marketing no Brasil.
Clicando no ícone, a janela da área é
temas de e-mail marketing baseados
Com sede em Florianópolis e filiais em
aberta, o que permite que o usuário
na web. “Eu queria fazer algo diferente,
São Paulo, Buenos Aires e Madri, a em-
trabalhe simultaneamente em mais
que ninguém tivesse feito ainda, algo
presa é referência no mercado e atual-
de uma área do emailManager. Toda
que fosse mais parecido com o que
mente atende clientes de mais de 80
esta área de trabalho é configurável
os usuários estão acostumados que é
países. As soluções desenvolvidas pela
exatamente como no seu computador
seu próprio computador e que a página
empresa permitem o disparo de cam-
e mantém as mesmas janelas e po-
não tivesse que ser ‘recarregada’ toda
panhas de e-mail, SMS, atendimento
sicionamentos entre as diversas ses-
vez que uma ação fosse executada”,
automatizado para contatos feitos por
sões. Para criar este sistema, a equipe
diz. “Até que encontrei o conceito de
e-mail, integração de bancos de dados,
de desenvolvimento utilizou a plata-
WebOS e achei interessante criar algo
gerenciamento de programas de fide-
forma Ajax, popularizada pelo Google
como um sistema operacional baseado
lidade, geração de pesquisas on-line e
em seu leitor de e-mail, o Gmail.
na web, onde bastaria um navegador
diversas outras novidades relacionadas
O emailManager nasceu do dese-
para acessar todos os aplicativos que
à gestão de relacionamento digital.
jo do fundador da eCentry, Stamatios
desejasse, mas com layout familiar de
Stamou Júnior, em desenvolver um
um desktop.”
72 �
dirigente Lojista � Abril 2010
Saiba mais sobre o emailManager no endereço www.emailmanager.com.
Modelos na vitrine
Tecnologia cria manequins “clones” de estrelas da moda e TV om mais de 40 anos de mercado,
C
e rosto. Outros rostos são de Karina Flo-
a Expor Manequins (www.expor-
res, Fernanda Bardini, Karina Nakahara
Atualmente, além da nova linha
manequins.com.br) apresenta um novo
e Flavia Marquesi. São feições e tipos
e-Models, a Expor produz bustos e
produto para os lojistas que buscam
físicos bem brasileiros, têm busto, bum-
manequins para vitrines e exposição
diferenciais para o ponto de venda.
bum, pernas bem mais grossas do que
de roupas para clientes no Brasil e no
Trata-se do e-Models, uma linha ex-
as atuais das vitrines, com base nas
exterior.
formas europeias”, explica Andrade.
clusiva de manequins para exposição em vitrine e ambientes de loja, que reproduz a fisionomia de uma modelo famosa ou alguma personalidade da TV, da música ou do futebol. A proposta da Expor é dar ao tradicional manequim outra função dentro da loja, mais vinculada com a estratégia de comunicação adotada. “A vantagem do projeto é que integra a comunicação da marca ao próprio projeto de marketing e conceito da loja”, diz Octaviano Andrade, diretor comercial da empresa. Fruto de muita pesquisa, o sistema consiste no escaneamento tridimensional de modelos e celebridades, que são transformados em perfeitos manequins. O resultado é uma cópia detalhada da pessoa. “Desenvolvemos uma técnica de digitalização e reprodução a partir de modelos selecionadas entre 150 meninas de agências. Escolhemos a Luciana Prado como padrão de corpo BELEZA REPLICADA Luciana Prado e os manequins criados à sua imagem e semelhança dirigente Lojista � abril 2010
� 73
Inês Matos
Empresas avançadas têm meta de 30 mil atendimentos em 2010 Programa do Sebrae é uma solução educacional destinada a empresas que querem ampliar suas atividades no mercado, com planejamento e eficiência A definição das melhores estratégias para crescer, a escolha do momento certo, cálculos financeiros, riscos e vantagens, necessidade de inovação. Para que empresários do segmento de pequeno porte possam tomar decisões com mais segurança, foi criado em 2008 o Programa Sebrae para Empresas Avançadas.
do Sebrae 74 �Empreender dirigente Lojista �Informe Abril 2010
A gerente de Capacitação Empresarial do Sebrae, Mirela Malvestiti, explica que as empresas enfrentam ciclos de desenvolvimento e um resultado satisfatório e crescente exige aprimoramento constante. Se não for assim, elas correm o risco de estagnação ou deca-
Abril
dência. “Queremos atender empresas que não estão satisfeitas e que pensem em enfrentar a concorrência com outras armas além do preço”, afirma Mirela. Falta de tempo para planejar o futuro, decisões centralizadas, dificuldades em delegar decisões e responsabilidades e ausência
desenvolvimento de interlocutores são alguns dos problemas comuns detectados entre os empresários. Para Marcelo Villares Coelho, da Néctar Tecnologia, o programa é adequado ao seu caso, já que ele está reestruturando um negócio iniciado há três anos. “Estou buscando informações para um diagnóstico que permita promover um desenvolvimento mais acelerado da minha empresa.”
O Programa Sebrae para Empresas Avançadas é dividido em seis módulos: Estratégias Empresariais; Encontros Empresariais; Decisão Empresarial na Visão Sistêmica; Gestão Financeira – do Controle à Decisão; Gestão da Inovação – Inovar para Competir; e Planejando para Internacionalizar. No módulo Estratégias Empresariais são abordados temas sobre como tornar as decisões estratégicas mais eficientes, a partir da avaliação dos ambientes interno e externo dos empreendimentos. Em Gestão da Inovação, os participantes recebem informações sobre tipos e estratégias de inovação, o que é fundamental para a competitividade.
A elaboração de um plano de internacionalização ocorre durante o módulo Planejando para Internacionalizar, num passo a passo sobre como tornar uma empresa global e deixá-la preparada para o mercado internacional. Nos Encontros Empresariais, as pessoas responsáveis pelas decisões nas empresas reúnemse e trocam experiências acerca de temas de interesse comum, fortalecendo uma rede de relacionamento e compartilhando erros e acertos. Este programa é destinado a empresas já consolidadas que buscam modelos mais avançados de gestão ou evolução dos padrões existentes em busca de crescimento e melhoria dos resultados. Nesses dois anos o programa atendeu cerca de 2 mil interessados. Fonte: Agência Sebrae de Notícias
Fabrizio Zini
ricardo lima
O programa também atende a uma expectativa dos empresários que reclamam de aplicações imediatas. “Eles vão aprender fazendo. O conteúdo foi estruturado para que as soluções possam ser implantadas ao longo do curso”, explica a gerente de Capacitação do Sebrae/DF, Adriane Cerqueira Susarte.
Empresas Avançadas
Iniciativa visa empresas que querem enfrentar a concorrência com outras armas além do preço
Abril Informe dirigente do Sebrae Empreender Lojista � abril 2010 � 75
o p i n i ã o
|
i d e i a s
e
e s t r a t é g i a s
10 RAZÕES PARA se comunicar
COM AS MULHERES I
maginem o seguinte roteiro de novela: por
os profissionais com mais de 11 anos de estu-
motivos de herança, uma mulher era feliz
do predominam, beirando o índice de 60%.
e sócia de uma empresa com o seu marido.
Poucos anos atrás, um banco solicitou à
Quando o companheiro morre, descobre que
minha empresa que estudássemos as oportu-
ele havia deixado o negócio para um filho que
nidades de comunicação no ambiente seleto
teve com uma de suas amantes. Choque! Ela
que é conhecido como “banco dentro do ban-
reage, veste roupas masculinas, coloca uma
co”. Naquela época, as mulheres eram res-
barba postiça e vai à luta. Consegue, com o
ponsáveis por menos de 20% do volume de
apoio dos demais sócios, destituir o herdeiro,
transações comerciais entre a população de
com o argumento de que o rapaz era jovem
maior poder aquisitivo, que é seduzida com
demais para conduzir a companhia. Depois de
um atendimento diferenciado em uma área
20 anos de uma administração altamente efi-
especial nas agências bancárias.
ciente, morre e se consagra pelo feito. Essa história é real. O nome dela é Hat-
“No Brasil, elas
shepsut, filha de Tutmés I e meia-irmã e mu-
representam
lher de Tutmés II, que governou o Egito entre
44% do mercado
1502 e 1482 a.C. utilizando barba postiça e roupas masculinas de faraó – veja o que elas
de trabalho
Algum tempo depois, apresentamos um documento radical no qual recomendamos que parassem de tentar falar com os homens e focassem somente nas mulheres. Em nossa investigação, descobrimos um fato incontestável: a enorme velocidade do crescimento
têm de fazer nesse mundo machista para
e 60% dos
da importância delas na transformação da
mostrar a sua competência! Lá se vão 3,5 mil
profissionais
sociedade contemporânea. Cada vez mais rá-
anos de história para justificar os terninhos
pido, passavam a interferir ativamente e po-
que elas usam hoje no exercício de funções
com mais de 11
sitivamente nas mudanças sociais. Os dados
executivas.
anos de estudo”
que recolhemos mostravam que, mesmo que fossem muito diferentes entre elas próprias,
No início do ano, uma pesquisa revelou que nos próximos meses, nos Estados Unidos, as mulheres serão a maioria das pessoas empregadas formalmente. No Brasil, já representam 44% do mercado de trabalho, mas entre 76 �
dirigente Lojista � Abril 2010
Rique Nitzsche Diretor de criação e gestor de projetos da AnimusO2. www.animus.com.br
apresentavam uma tendência contínua de comportamento. Por que, então, concentrar o foco da comunicação nelas? Confira a lista na página ao lado.
1
Elas são 3% mais inteligentes do que os
saber que as amigas procuram um produto ou
homens. Se os atributos do seu produ-
serviço, a probabilidade de recomendar marcas é três vezes maior que no caso dos homens.
to ou serviço fazem sentido, mas necessitam de alguma habilidade para serem percebidos,
7
escolha uma comunicação inteligente e direcionada ao público feminino.
2
São mais exigentes no momento da compra inicial e compensam o investi-
pras seguintes. Se a marca atender às expectativas mais elevadas das mulheres, responderá também às exigências dos homens. Conquistam o poder de decisão cada vez mais rapidamente. No Brasil, sus-
tentam sozinhas quase um terço dos lares. Solteiras, descasadas ou viúvas têm renda 62% maior do que as acompanhadas.
4
São as maiores compradoras do planeta. Consomem muito mais do que os
homens e ainda influenciam a decisão do que eles querem adquirir. As pesquisas apontamnas como responsáveis por 80%, ou mais, do total das compras realizadas.
5
biental, mais receptivas em todos os
canais sensoriais, prestam mais atenção ao
mento de tempo mantendo-se fiéis nas com-
3
São mais sensíveis à comunicação am-
“Se eu tivesse de resumir tudo, diria que as mulheres só querem respeito e, obviamente, todos os procedimentos culturais e sociais necessários para que essa atitude exista’’
contexto geral e são mais holísticas. Possuem maior visão periférica e valorizam ambientes prestativos.
8
Aceitam o apoio de um consultor. São duas vezes mais propensas que os ho-
mens a buscar suporte de um especialista. São investidoras mais cautelosas e confiam menos na sua própria habilidade.
9
Tendem a fazer mais o dever de casa do que o sexo oposto, pois são mais
responsáveis. Pesquisam mais antes de inves-
tir e são mais pacientes e analíticas.
10
Ainda não são completamente compreendidas. Não querem pro-
dutos diferentes dos oferecidos aos homens, mas querem ser atendidas de modo distinto. O atendimento personalizado é mais importante
Porque “são detetives em exercício
do que o desempenho do produto ou serviço.
na maior parte das compras”, diz Tom
Peters. Apresente comparações com vários
Se tivesse de resumir tudo, diria que as
concorrentes importantes. Ao oferecer a in-
mulheres só querem respeito e, obviamen-
formação, você direciona a perspectiva dela,
te, todos os procedimentos culturais e sociais
acelera o seu processo de decisão e assume a
necessários para que essa atitude exista. Elas
transparência do negócio.
desejam não necessitar se travestir para tra-
6
balhar, partilhar o poder, consumir ou construir Porque buscam um relacionamento,
uma família digna. Querem que seus atributos
uma conexão. Querem dialogar e não
femininos bastem para serem verdadeira-
simplesmente negociar. São agregadoras e, ao
mente protagonistas de um futuro melhor. dirigente Lojista � abril 2010
� 77
l e i t u r a
|
l a n ç a m e n t o s
O universo do luxo
Gifting
Um guia para empreendedores que pretendem trabalhar no mercado do luxo ou desejam elevar a qualificação de seu negócio. O autor elucida quais devem ser as estratégias para o segmento premium, descrevendo a atividade no Brasil sem deixar de mencionar os efeitos da crise econômica.
Pessoas gostam de brindes e presentes. Mas qual a real importância desse mercado para as empresas? Como resposta, os autores apresentam um conceito que abrange as diversas dimensões do dar, receber e retribuir objetos, experiências e serviços nas mais diversas ações: o gifting.
Editora Manole e FAAP 144 páginas. R$ 24
Editora Campus Elsevier 200 páginas. R$ 49,90
Estratégias de comunicação interna Como alinhar o pensamento das pessoas
Recursos Humanos, a obra é dividida em
aos objetivos estratégicos da empresa?
23 capítulos e afirma logo no início que a
Na verdade, não há uma fórmula pronta.
comunicação e o marketing interno estão
Existem, sim, técnicas e estratégias de
diretamente relacionados com a gestão
comunicação e de marketing que, quando
de pessoas nas empresas.
adequadas à realidade e ao modelo de
A partir daí, a consultora Analisa de
negócios de uma empresa, podem resultar
Medeiros Brum detalha o conceito de
em efeitos surpreendentes. O livro Endo-
endomarketing nas diferentes áreas da
marketing de A a Z apresenta e comenta
comunicação em uma empresa citan-
essas técnicas e estratégias com linguagem objetiva e aprofundada sobre o tema em questão: o endomarketing. Dirigida a empresários, diretores e gerentes de Comunicação Social, Marketing e
78 �
Endomarketing de A a Z Analisa de Medeiros Brum Integrare Editora 256 páginas, R$ 39,90
do as diversas visões desta poderosa ferramenta. Tudo isso com um claro e transparente objetivo: dar valor e visibilidade à informação que existe dentro das organizações.
Seja o gerente de que todos precisam
O princípio do reconhecimento
Editora Campus Elsevier 176 páginas. R$ 43
Editora Campus Elsevier, 248 Páginas, R$ 66
Tornar-se um grande gerente é um processo simples – se soubermos como mudar nossos hábitos. Este livro identifica 15 princípios fundamentais, as chamadas ”virtudes do gerenciamento”, encontrados em grandes líderes e que podem ser facilmente seguidos por qualquer um no dia a dia corporativo.
Fruto de dez anos de estudo envolvendo mais de 200 mil gerentes e colaboradores, o livro apresenta as táticas que os líderes adotam para valorizar suas equipes, reter talentos e aumentar os lucros. Para tanto, os autores se baseiam em casos de sucesso na gestão de pessoas em empresas como Disney, DHL e Pepsi.
dirigente Lojista � Abril 2010
dirigente Lojista � abril 2010
� 79
a g e n d a
Prepare-se desde já para o Natal Natal Show 2010 reúne fornecedores de presentes e decoração para festas de fim de ano A Natal Show – Feira internacional de Artigos e Decoração de Natal é a ocasião ideal para compradores e fornecedores se programarem para as compras de final de ano, otimizando negociações por meio do contato direto com fabricantes. A feira deve receber mais de 15 mil compradores vindos de vários estados e do exterior. No mix de produtos, uma ampla gama de artigos para decoração, como fitas e tecidos, peças artesanais, árvores, bolas e velas, itens para iluminação,
caixas e papéis de presente, guirlandas e presépios, utensílios especiais e bonecos. Além da exposição de produtos e serviços, a feira terá uma programação intensa de oficinas e cursos. 19 a 22/06/2010 Natal Show Feira Internacional de Artigos e Decoração de Natal Expo Center Norte São Paulo – SP www.feiranatalshow.com.br
Maio De 3 a 4/05/2010 Photoimagem Feira Intern. de Imagem Expo Center Norte São Paulo – SP www.photoimagembrazil. com.br De 14 a 23/05/2010 Feiarte Paraná 24ª Feira Internacional de Artesanato Centro de Exp. de Curitiba Curitiba – PR www.feiartepr.com.br De 14 a 23/05/2010 Bienal do Livro de Minas Expominas Belo Horizonte – MG www.bienaldolivrominas. com.br De 20 a 23/05/2010 Naturaltech 6a Feira Internacional de 80 �
Alimentação Saudável, Produtos Naturais e Saúde Fundação Bienal de SP São Paulo – SP www.naturaltech.com.br De 15 a 18/05/2010 15ª Toys, Parties & Christmas Fair Feira Latino-Americana de Artigos para Natal, Brinquedos e Festas Sazonais Transamérica Expo Center São Paulo – SP www.grafitefeiras.com.br De 25 a 27/05/2010 Magnun Show Feira Internacional de Armas, Munições, Cutelaria e Acessórios Centro de Exposições Imigrantes São Paulo – SP www.cipanet.com.br
dirigente Lojista � Abril 2010
Junho De 8 a 11/06/2010 Expogestão Feira Nacional de Produtos e Serviços da Gestão Centreventos Cau Hansen Joinville – SC www.messebrasil.com.br
De 9 a 12/06/2010 19ª ABF Franchising Expo Feira Latino-Americana de Franquias Expo Center Norte São Paulo – SP www.abfexpo.com.br
Julho De 5 a 8/07/2010 Francal 42ª Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios Pavilhão de Exposições do Anhembi São Paulo – SP www.feirafrancal.com.br
De 21 a 23/07/2010 Supermix 5a Feira das Indústrias Atacadistas-Distribuidoras e Supermercadistas de PE Centro de Convenções de Pernambuco Recife – PE www.embalaweb.com.br
CA
IInvestir nvestir em m ssucesso ucesso é bbom. om. EEm m 1166 aanos nos dde e ssucesso ucesso é melhor m elhorr aainda. inda. O Pátio P ti Pá tio o Belém Be Belé elém lé ém tem te comodidade, como modi dida dade de,, serviços serv se rviç iços o e varievar arie ie-deixam dade da de e que que ue d eixa ei xam m ainda aind ai n a mais is completa com c ompl plet pl eta et a a vida v da de vi de mais pessoas m ma ais d de e 45 mil mil p esso es soas as que visitam vis sit itam am o shopping sho s hopp p ing diariamente. esse sucesso diar di aria iame ment nte. e E e e. s e su ss suce cess s o pode po ode ser serr seu, seu e , ini in vestidor, público certo vest ve stid idor or,, que que já começa com c omeç om eça a com com um p úblilico úb co o ccer e to er paraa o seu seu negócio. neg n egóc ócio io. mercado diferenSão 16 1 aanos nos no s de m mer erca cado ccom om u um m mix di dife fere rennciado c ci ado de lojas, loj ojas as,, confortáveis conf co nfor ortá t áve veis is salas sal alas as de de cinema, cine nema ma,, moda, supermercado, mo superm mer erca cado do,, praça praç pr a a de aalimentação, lilime ment ntaç a ão, lojas loja lo jass serviços consolidam Pátio de departamento dep d epartamento o e se serv rviç iços os q que ue c con o so on solilida dam m o Pá Páti tio o Belém coração cidade. Belé Be lém m como c mo o sshopping co ho opp ppin ing g do c cor raç ação ã d ão da a ci cida dade. lazer, quem vive Na hora hor h ora a da das s compras s e do llaz azer er,, qu uem mv viv ive e em Besempre encontra Shopping do Coração lém lé m se semp mpre re s se encont tra n no o Sh Shop oppiing d o Co Cora raçã ç o Cidade. da C idad id ade. e.
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dirigente Lojista � abril 2010
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dirigente Lojista � Abril 2010