Março 2009
R$ 9,90
ISSN 1806 7500
Nº 57
Ano V
Taeq, marca própria do Grupo Pão de Açúcar, foi estruturada com conceito e público-alvo bem definidos
Revista do Varejo
Produtos da casa Nova geração de artigos marca própria, com boa qualidade e preço razoável, ajuda o comerciante a fidelizar os clientes e aumentar a receita do negócio
Mercado Valorizado, artesanato invade lojas de 6 Fevereiro produtos e objetos2009 para a casa de todo o Brasil
perfil Jae Ho Lee, o coreano especializado em apostar em novos nichos na área de franchising
Entrevista Cláudio Tomanini dá dicas para enfrentar a queda de consumo no comércio
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Revista do Varejo
Marรงo 2009
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carta ao leitor
Ano V
Março 2009
R$ 9,90
ISSN 1806 7500
Nº 57
“Esse é da casa!” A frase, muitas vezes dita por um anfitrião aos seus convidados ou por um restauranteur aos seus clientes, exprime exclusividade e qualidade do produto oferecido. E pode ser muito bem aplicada aos itens da nova geração de marca própria, sustentada não mais pelo preço baixo – apesar desses ar tigos ainda custarem cerca de 20% menos que as marcas tradicionais devido à ausência de gastos com publicidade –, mas em conceitos que agregam valor e tecnologia e posicionamento muito claro no ponto-de-venda. A melhor relação entre custo e benefício atrai e conquista os consumidores, resultando em fidelização dos clientes, uma das principais vantagens da nova geração de produtos marca própria. O comprador encontra determinado ar tigo apenas naquele local, e, se estiver dentro da qualidade desejada, ele vai voltar, e talvez ainda recomende aos conhecidos. E consumidor fiel é igual a garantia de receita, algo muito cobiçado em qualquer época, mas ainda mais em tempos de crise e diminuição do consumo. Nesta mesma vantagem, porém, residem os dois principais riscos da nova marca própria. O primeiro é emprestar o nome a um produto que não tem a qualidade prometida, o que pode Nova geração de artigos marca própria, com boa qualidade e preço razoável, ajuda o comerciante a fidelizar os clientes e aumentar a receita do negócio manchar a reputação da loja. Segundo, em caso de ruptura na produção e falta da mercadoria, o consumidor pode comprar outro produto ou até mesmo outro estabelecimento. Por isso, a escolha cuidadosa dos fornecedores e monitoramento constante de cer tos indicadores são estratégicos para que a empreitada seja bem-sucedida. O sucesso das marcas próprias – cujo consumo deve crescer 25% neste ano – também se deve à proximidade maior entre clientes e comerciantes, o que permite identificar rapidamente as necessidades e opor tunidades de mercado. Sendo assim, seria de se esperar que pequenas lojas, como mercados de vizinhança, aproveitassem melhor a estratégia. Mas isso não ocorre, em par te, por questões de volume de produção. A alternativa, apontada pela Associação Brasileira de Marcas Próprias, é a associação de pequenos estabelecimentos (que não competem entre si devido à localização) na forma de redes, em que uma única central pode distribuir produtos para várias unidades. Boa leitura e boas vendas! Taeq, marca própria do Grupo Pão de Açúcar, foi estruturada com conceito e público-alvo bem definidos
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entreVista cláudio tomanini dá dicas para enfrentar a queda de consumo no comércio
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Índice
Matéria de Capa
18 Marca de confiança Emprestar o nome da loja a certos itens vendidos é uma medida que exige cautela, pois a empresa está atestando a qualidade deles. Mas, com preço pouco abaixo dos produtos líderes, a estratégia ajuda o comerciante a fidelizar os clientes e aumentar a receita.
Mercado
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As peças de artesanato deixaram de ser exclusividade das feirinhas e hoje estão presentes em varejos de decoração de endereços nobres por todo o País.
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TI
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Dados sigilosos de clientes roubados virtualmente é prejuízo certo. Para isso existem serviços de proteção e monitoramento de redes.
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ENTREVISTA
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Crise
Na hora de contabilizar e rever custos, serviços que reduzem gastos com transferência de dados entre computadores, telefonia e energia fazem a diferença.
O especialista em marketing e vendas Cláudio Tomanini explica qual a melhor maneira de os varejistas conviverem com a queda de consumo.
As cafeterias hoje são verdadeiros centros multiuso, com cardápio para diferentes situações, revistaria, espaço lounge e facilidades como internet wireless.
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E MAIS: Carta ao Leitor
Movimento
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Vitrine
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Fazendo Melhor
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Teste Friedman Agenda
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Pequenas Notáveis Perfil
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Empreendedor na internet 68
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Franquia
A partir de um trabalho de faculdade, Jae Ho Lee ergueu o Grupo Ornatus, já eleito “Melhor Franqueador” pela ABF e que cresce em média 30% ao ano. Março 2009
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MOVIMENTO Revista do Varejo
Casas Bahia inaugura loja virtual
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A Casas Bahia lançou no início de fevereiro sua loja vir tual, a filial nº 5 mil (www. casasbahia.com.br). A primeira loja da rede em funcionamento 24 horas por dia consumiu investimentos de R$ 3,7 milhões e deve responder por 2% do faturamento empresa já no primeiro ano de funcionamento. A filial de nº 5 mil é o primeiro site no mundo desenvolvido em platafor ma de mainfr ame, isto é, um computador de grande por te que processa os dados segundo a segundo. A tecnologia integra o ambiente vir tual com as lojas r eais: assim que a compra é validada no site, há geração de cadastro, pedido de venda, baixa no estoque, a entrega é acionada e a mercadoria levada ao cliente no prazo deter minado. O consumidor também pode comprar pela inter net e retirar o produto na filial mais próxima. A administração do por tal de vendas será feita pela recém-criada área de web/internet, ligada ao depar tamento de mar keting da empresa. “A Casas Bahia contabiliza 5 milhões de car tões de crédito private label, em parceria com o Bradesco. Constr uímos essa base em três anos, dando opor tunidade às classes menos favorecidas de terem seus primeiros car tões de crédito. Com isso, facilitamos também o acesso desse público às compras on-line”, diz Michael Klein, dir etor-executivo da r ede. A loja vir tual venderá, na fase inicial, cerca de 4 mil produtos, com exceção de aparelhos celulares e móveis.
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v e g in a O c o a
Grupo Pão de Açúcar incentiva uso de sacolas maiores e mais resistentes
Pesquisa encomendada pela Fecomércio mostra que a baixa qualidade dos produtos piratas é motivo principal para afastar o consumidor na hora da compra. Segundo o estudo, realizado pela Ipsos PublicAffairs, 55% das pessoas que não compraram produtos falsificados entre agosto de 2007 e agosto de 2008 tomaram essa decisão pelo fato de o produto ser de má qualidade. A falta de garantia foi apontada por 20% dos entrevistados como motivo para recusar itens falsificados, e apenas 8% afirmaram se preocupar com o prejuízo gerado no comércio formal. O medo de ser punido intimida 5% dos consumidores, e 6% têm medo de acabar com um prejuízo maior do que a pechincha. O percentual de pessoas que associam a pirataria ao crime organizado caiu de 72% para 68%, assim como o número de quem acredita que esse tipo de comércio alimenta a sonegação – caiu de 82% para 77%.
A rede Pão de Açúcar passou a adotar o uso de sacolas mais resistentes e espera reduzir em até 20% o volume de embalagens que circulam em suas lojas em 2009. A iniciativa faz parte do Programa de Qualidade e Consumo Responsável das Sacolas Plásticas, desenvolvido pelo Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos, com a parceria do Instituto Nacional do Plástico e Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis. A embalagem mais resistente supor ta 6 quilos de produtos, ante os 4,5 quilos da versão anterior, e evita o desperdício, já que o consumidor poderá colocar em uma única sacola duas garrafas de 2 litros ou um pacote de 5 quilos de arroz, em vez de utilizar duas ou mais sacolas para transportar a mesma quantidade. As novas sacolas também podem ser reutilizadas e recicladas. Basta entregar os plásticos em qualquer uma das 105 Estações de Reciclagem Pão de Açúcar Unilever.
Grupo Onodera busca distribuidores em todo o Brasil O Grupo Onodera lançou a marca OnVittá, especializada em produtos para beleza, estética e nutrição, e busca distribuidores em todo o País. A oportunidade é aberta apenas para pessoa jurídica. A OnVittá oferece aos clientes plano de reeducação alimentar, além de cremes antienvelhecimento, loção hidratante, espuma de limpeza facial e gel hidratante. Há 27 anos no mercado de beleza e estética, a Onodera possui 42 clínicas estéticas abertas em oito estados e planeja conquistar novos mercados. Desde 2000 a rede opera com sistema de franquias e desenvolveu tratamentos exclusivos da marca. Atualmente, conta com um corpo clínico composto por quase 80 cirurgiões plásticos e dermatologistas. Mais informações: (11) 3719-3403.
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Má qualidade de produtos piratas afasta consumidor
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Varejistas buscam melhorar segurança de redes sem fio De acordo com a pesquisa anual sobre Segurança de Redes Sem Fio para o Varejo, realizada pela Motorola, cerca de 44% dos dispositivos sem fio utilizados em lojas de varejo, como notebooks, computadores móveis e leitores de código de barras, podem estar com a segurança em risco. Apesar de alto, o índice teve uma redução significativa, se comparado ao levantamento de 2007, que mostrou vulnerabilidades de segurança em 85% dos dispositivos sem fio. As vulnerabilidades de segurança em redes sem fio normalmente ocorrem em função de um sistema fraco de criptografia, vazamento de dados, pontos de acesso configurados de forma incorreta e licenças de ponto de acesso (AP) desatualizadas. Um dos fatores é a forma de utilização de tecnologia sem fio. Usando soluções de mesma tecnologia, configuração e recursos de segurança, a vulnerabilidade atinge toda a loja, o que a torna suscetível a ataques.
Insegurança financeira preocupa 85% dos brasileiros O risco de cair em golpes, fraudes ou mesmo de não conseguir pagar suas dívidas preocupa a grande maioria dos brasileiros, segundo revela o Índice de Segurança Unisys. A pesquisa aponta que 85% da população está “extremamente” ou “muito preocupada” com o uso indevido de informações de cartões de crédito e débito por outras pessoas. Com relação à capacidade de honrar suas obrigações financeiras, 54% das pessoas estão “extremamente” ou “muito preocupadas”. Em comparação com o estudo feito em agosto de 2007, no entanto, mostra que o quadro já foi pior. De lá para cá, o índice de pessoas “extremamente preocupadas” caiu de 26% para 19%. O Índice de Segurança na Internet, que mede a preocupação em relação a vírus de computador ou e-mails nocivos, mostra que 55% das pessoas se enquadram na categoria citada anteriormente. O resultado é cinco pontos percentuais mais alto do que o registrado na pesquisa anterior. O Índice de Segurança Unisys é um estudo global semestral que fornece esclarecimentos sobre as atitudes dos consumidores. O Lieberman Research Group conduziu a pesquisa de opinião no Brasil, Europa e Estados Unidos; a Newspoll conduziu no Pacífico Asiático. O índice entrevista mais de 12 mil pessoas em 13 países. Para mais informações, visite www.unisyssecurityindex.com
Garotas se preocupam com visual; garotos, com tênis e roupas A conclusão é de um estudo realizado pelo canal Nickelodeon, que analisou o comportamento de pré-adolescentes e adolescentes norte-americanos. Segundo o estudo, para as garotas, o estilo começa com as roupas, mas também incluiu sapatos, acessórios para o cabelo, bijuterias e bolsas. Para os garotos, estilo se resume a roupas e tênis. O canal criou um relatório mensal batizado de Kaleidoscope para divulgar informações sobre tendências de comportamento, interesses e contexto cultural desse público. O primeiro número trata de moda e estilo e mostra que aos oito anos as crianças começam a se preocupar com a aparência e com o que estão vestindo. Na adolescência o papel dos pais na escolha da roupa torna-se quase inexistente. De acordo com o relatório, as marcas de roupas e acessórios mobilizam as garotas e são uma maneira de criar ou manter vínculo com as amigas. Para os garotos, a tendência é criar vínculos com base em outros fatores que não a moda.
Barbie completa 50 anos com desfile especial em Nova York A Semana da Moda de Nova York, realizada em fevereiro, mostrou um desfile especial, em que 50 estilistas exibiram criações inspiradas na Barbie. O desfile de roupas contou com modelos reais e faz parte de uma das iniciativas da Mattel para comemorar o aniversário de 50 anos da boneca. A empresa espera restaurar a Barbie como inspiração para as meninas e como uma boneca fashion. Além do desfile, as comemorações vão se estender durante todo o ano, incluindo uma casa na praia que está sendo transformada em A Casa de Praia dos Sonhos da Barbie, onde foi realizada uma festa de aniversário no dia 9 de março. Outras ações incluem lançamentos de produtos e parcerias com varejistas nos EUA e em outros mercados, como China e França.
Entrevista
Convidado de
honra
Especialista em marketing e vendas, Cláudio Tomanini explica qual a melhor maneira de os varejistas conviverem com a queda de consumo por caroline mazzonetto
Revista do Varejo
O
jovem Cláudio Tomanini queria ser médico. Para pagar a escola, foi atrás de uma atividade que não precisasse de qualificação e desse algum dinheiro, sem ter horário ou responsabilidade. O emprego: vendedor. Cláudio se apaixonou pelo emprego e o sonho da carreira médica foi abandonado. Trabalhando no laboratório farmacêutico Johnson & Johnson, ele percebeu que vender não era só uma atividade, mas uma profissão na qual se precisa entender de economia, administração, gestão de pessoas, arquitetura – segundo ele, uma área com uma visão ainda mais holística do que a medicina. Hoje especialista em marketing e vendas, Cláudio Tomanini é formado em Ciências Contábeis e em Publicidade e Propaganda, com pós-graduação em Vendas e Marketing e em Comunicação Dirigida, e mestrado em Semiótica. Só no ano passado deu 75 palestras em todo o País, além de ser professor de MBA da Fundação Getulio Vargas, onde dá aula de gestão de marketing e de gestão de vendas. Com três livros publicados, Cláudio explica que para vencer na crise o varejo precisa se antecipar a ela e oferecer serviços diferenciados aos clientes. “É preciso gerar conforto para que o cliente queira ficar mais tempo dentro da loja, independente se é um posto de gasolina ou um botequim. Ou ele faz isso ou você estará fora”, garante.
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fotos joão luiz ribeiro
Revista do Varejo – De que forma a crise está afetando o varejo? Cláudio Tomanini – Se fala muito disso, quase como uma desculpa para falar o seguinte: se der alguma “caca” eu já estou salvaguardado porque estamos em crise. Se eu for incompetente, não sou eu que sou incompetente: é a crise que está me afetando. Só que os empresários começaram a acordar para isso. O que a gente antes demorava oito meses para distinguir eles aprenderam a digerir em semanas, talvez em um mês, dois. Vamos entender uma coisa: a crise, efetivamente, sempre foi nos Estados Unidos. É óbvio que isso afeta o mundo inteiro, mas em proporções diferentes. O terremoto foi lá, aqui a gente sente a reverberação. Daqui para frente, o que nós teremos – e é uma questão de obviedade isso – é cada vez mais gente vendendo. Ou seja, o número de concorrentes aumenta, e o número de compradores não vai aumentar. Crise? Não. O que nós vamos precisar é de muito mais competência para competir nesse mercado. Porque se antes eu tinha a opção de vender para dez, agora terei a opção de vender para seis. Terei que ser muito mais profissional, mais eficiente, porque o grande poder está com o consumidor. RV – Como as empresas se movimentam nesse cenário?
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O varejo tem que
parar com aquela
coisa de você entrar em uma loja e falarem ‘pois não’. Que ‘pois não’! ‘Seja bem-vindo, o meu nome é Tal, qual é o
Tomanini – As empresas aprendem a ser mais flexíveis; para ser mais flexíveis elas têm que ser mais eficientes, senão o custo operacional aumenta. Portanto, os consumidores receberão mais atenção e vão escolher com base naquele serviço, uma vez que o preço está virando uma reles commodity. Voltei recentemente dos Estados Unidos e não vi essa adequação e essa rapidez em gestão para crise como nós temos. Eles estão mais ou menos no mesmo processo, dizendo que estão em crise. Nós, no Brasil, aprendemos o conceito de competição há não mais do que 12, 14 anos, e somos mais rápidos. RV – Quais são os cuidados que os varejistas devem ter em mente nesse momento delicado? Tomanini – Algumas coisas são regras absolutas para
empresa, é uma questão de competição. Primeiro, ele vai ter que reavaliar o seu negócio. Saber o que é a sua competência, de onde vêm seus clientes. Pela primeira vez, estou vendo os empresários conversarem e falarem “eu preciso mudar a minha gestão de vendas”. Olhe a linguagem: mudar a minha gestão de vendas. Não estou falando de multinacional, estou falando de um cara que tem oito, 10 funcionários. O varejo pequeno começa a entender que precisa se reciclar, e rápido; que não adianta contratar atendente, ele terá que contratar um vendedor ou um consultor de negócio; ele terá que saber o que tem de diferente dos competidores dele, dos concorrentes. RV – De onde vem essa consciência de que as pequenas Março 2009
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seu nome?
Entrevista empresas precisam de planejamento? Tomanini – Em 1999 entramos em um período mais recessivo com o aumento do dólar. Ele custava R$ 1,10 e chegou a quase R$ 4. Com a vinda do Lula, teve uma classe social que entrou de novo no ambiente de consumo por causa da facilidade de crédito. Tivemos um boom de consumo, e isso foi até agora. As empresas terão que ser mais eficientes porque tem mais gente comprando, só que será uma compra mais seletiva.
Revista do Varejo
RV – E isso passa por treinamento dos funcionários, entre outras medidas. Tomanini – O varejista terá que entender de verdade qual é a filosofia de negócio dele. Vai ter que contratar pessoas que sejam compatíveis com o DNA da empresa, monitorar já não mais quanto que eles vendem, mas o quanto entra de clientes potenciais para quem eles não vendem. Essa é a grande sacada. Não avaliar só o tíquete médio, isso já foi, passou a ser padrão. Tem que avaliar quantos estão entrando e quantos não estão comprando, e dos que não estão comprando tirar a questão preço. Isso virou desculpa de gerente, de vendedor. É mentira. Nós não compramos por causa do preço. Um exemplo dessa verdade é a Casas Bahia, que todo mundo sabe que não vende mais barato, mas vende facilidade de crédito – e é o varejo que mais cresce. RV – E no pequeno varejo, qual a importância do atendimento personalizado? Tomanini – Essa é a grande diferença. O pequeno varejo não vai ter grande poder de compra. Se não tem grande poder de compra, vai ter que mapear o seguinte: quais são as grandes incompetências do maior varejista, onde é a deficiência dele? Ah, ele tem produto, variedade e preço. O que não tem que o cliente gostaria de ter? É exatamente aí onde está o mapa da mina, em fazer aquilo que o grande não tem. Não é o maior ou o mais rápido que vai sobreviver, é o que melhor se adaptar às mudanças, porque essa mudança é definitiva. RV – É todo um contexto, o varejista precisa prestar atenção em todas as áreas da loja.
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O varejo pequeno
começa a entender que precisa se
reciclar, e rápido; que não adianta contratar atendente, ele terá que contratar um vendedor ou um consultor de negócio
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Entrevista Tomanini – Certamente. Ele terá que pensar agora em ergometria, em iluminação. Vai acabar aquele negócio de você entrar na loja pequena e o ar-condicionado estar desligado porque a vendedora não gosta do ar frio. Tem que ser harmônico para o cliente que está vindo de fora. O lojista terá que entender que se ele não der conforto para o cliente, ele não vai ficar muito tempo dentro da loja. Vai embora porque não está confortável. Uma máquina de café hoje custa muito barato. Ofereça um café, uma água. Isso não é atributo de loja chique, é muito barato. Isso começa a separar joio de trigo, separa o cara que abre a porta e aquele que prepara o negócio. RV – O que os empresários devem fazer para incutir esses novos conceitos na cabeça dos vendedores? Tomanini – As empresas funcionam pelo exemplo de cima. O líder diretamente terá que ser mais eficiente, acordar mais cedo. O que nós temos que entender é o seguinte: o consumidor é um convidado, ele está entrando na nossa loja por livre-arbítrio. E o que você faz quando uma pessoa visita nossa casa? A gente não deixa a roupa suja, cueca largada no meio do quarto. A gente usa os melhores talheres, deixa a casa toda arrumada. Então não tem mais esse negócio de cliente da casa. O cliente da casa, pelo contrário, tem que ser mais bem tratado ainda. O varejo tem que parar com aquela coisa de você entrar em uma loja e falarem “pois não”. Que “pois não”! “Seja bem-vindo, o meu
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nome é Tal, qual é o seu nome?”. A apresentação formal específica tem que acontecer. O colaborador tem que aprender a servir, mas não ser serviçal. Isso é claríssimo, todos têm que aprender a passar para os funcionários. Não precisa de escola, precisa de cultura do empresário para aprender isso, que ele pode ser um multiplicador com a sua equipe. RV – Que outras atitudes podem ser tomadas? Tomanini – Inaugure a loja todo dia. O gerente, dono, abra a loja como se fosse o primeiro dia. Passe paixão, tesão para o pessoal de vendas. Lembre todos os dias qual é o papel dele, que é de servir e não de ser subserviente, de primeiro entender para depois atender. É falar do que foi realizado no dia anterior: “Olha, ontem nós conseguimos tal resultado e o Renato foi o cara que melhor vendeu, e vendeu com margem, com lucrativididade”. Se você não quer dar prêmio, pelo menos fale: que “Tal” fez com resultado melhor, que “Tal” conseguiu trazer mais rentabilidade. Outro aspecto que ele terá que fazer todo dia é lembrar pra todos qual é o papel daquela loja, o que ela tem de diferente dos seus competidores e fazer seu grito de guerra. É falar: “Gente, é para isso que nós estamos aqui, é para essa batalha que hoje nós vamos abrir a loja. Você está aqui todo dia, mas esse cara que vai entrar está aqui pela primeira vez. E nós temos que tratá-lo como nosso convidado, e não simplesmente como mais um que está entrando na loja”.
Monitorar já não mais quanto
que eles vendem, mas o quanto Revista do Varejo
entra de clientes potenciais para quem eles não vendem. Essa é a grande sacada 16 Março 2009
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Fidelizar os clientes é a grande vantagem da nova geração de produtos marca própria, que apresentam qualidade e preço razoável
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taeq, linha de marca própria do Pão de Açúcar, foi tão bem recebida que muitos de seus produtos são líderes de mercado
às marcas próprias. “Em geral, os produtos têm a mesma qualidade dos produtos líderes e custam 19% menos que as marcas tradicionais”, afirma o professor da ESPM. Isso ocorre porque o custo comercial dos produtos de marca própria costuma ser menor, sem gastos com mídia e propaganda incluídos no preço final. “Esse ganho de competitividade se deve ao fato de os fornecedores serem pequenas e médias empresas, com estruturas enxutas, mais eficientes e despesas menores de fabricação”, explica Oliveira. Como o varejista já tem clientes cativos, precisa apenas convencê-los da qualidade do novo produto. Entre as estratégias estão abordagens, degustações e pontos de exposição extra nas lojas. O Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, investe em propagandas nos folhetos da rede e displays para visualização do produto. “Um mercado tem de 10 mil a 20 mil itens. Se não investir em material para mostrar o produto no ponto, ele vai ser apenas mais um”, diz Eduardo Gasperini, diretor de marcas próprias e exclusivas. Além desse controle da comunicação com os consumidores, outras vantagens para quem ingressa no segmento de marcas próprias são a diferenciação da concorrência, melhora na imagem do negócio e aumento da rentabilidade, independência nas negociações e menor dependência das marcas tradicionais. “O varejista também dota a loja de certa individualidade e ganha liberdade em relação à concorrência direta”, conta Oliveira. Em todo o mundo, o segmento tem crescido independente da crise. No ano passado, 16% dos produtos lançados eram de marcas próprias. No Brasil, em apenas quatro anos, o número de famílias consumidoras Março 2009
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stampar a marca da sua loja nos produtos pode atrair mais clientes e rentabilidade para o seu negócio, mas deve ser uma decisão cuidadosa. As chamadas marcas próprias têm crescido na preferência dos consumidores por apresentarem melhor relação entre custo e benefício, além da qualidade garantida pelo varejista. Nesse processo, a proximidade maior entre clientes e comerciantes permite identificar rapidamente as necessidades e oportunidades de mercado, e o bom relacionamento com os fornecedores é fundamental para a consolidação da marca. Embora a indústria seja responsável pela formulação dos produtos, a gestão de marcas passa a ser feita pelo varejo. “Ele se torna responsável pela garantia de qualidade e atendimento ao consumidor”, afirma Roberto Nascimento de Oliveira, especialista em marcas próprias do Núcleo de Varejo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Por isso, a fidelização dos clientes é vista como uma das principais vantagens da marca própria. “O consumidor encontra o produto apenas naquele local, e se estiver dentro da qualidade desejada, ele vai voltar”, diz Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro). Por isso, a parceria com os fornecedores é estratégica para o sucesso da marca própria. Em caso de ruptura na produção e falta da mercadoria, o consumidor pode comprar outro produto. “Nesse caso, todo o esforço de experimentação para que o cliente comprovasse a qualidade e levasse aquele item foi em vão.” A melhor relação custo-benefício impulsiona os varejistas a aderirem
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no ponto-de-venda”, expliaumentou de 58% para 69%, ca Neide. De acordo com segundo dados da pesquisa ela, os varejistas brasileiHábitos e Comportamento do ros passaram a investir em Consumidor de Marca Própria, produtos com esse perfil há da LatinPanel. O levantamento cerca de dois anos, chegando mostra ainda que a maior peaté a lançar produtos inénetração está nas classes A, B ditos no mercado brasileiro e C (77%). “Isso sinaliza que e assumindo uma posição os produtos realmente têm de vanguarda em relação à qualidade e, por outro lado, indústria. Já consolidada na que ainda não conseguimos Europa, essa geração permitiu ter grande penetração nos que o mercado, considerado mercados de vizinhança por estabilizado em virtude dos questões de volumes de proaltos índices, pudesse ter dução”, diz Neide Montesano, um bom crescimento no ano da Abmapro. Por isso, a aspassado. sociação tem trabalhado com Aqui, os varejistas estão redes centrais de mercado, neide: volume de produção dificulta o uso de marca própria em mercados de vizinhança investindo na segmentaonde uma única central pode ção. “O desenvolvimento distribuir produtos para vários de produtos era focado no pequenos mercados. bém à maior compreensão dos Enquanto países europeus che- varejistas no posicionamento das sortimento, mas mudamos o foco gam a ter altos índices de vendas marcas próprias. Lançadas na dé- para construção de uma marca forde produtos de marcas próprias no cada de 1950 na França, a primeira te, dentro de um posicionamento varejo, o País ainda tem espaço para geração chegou na década de 1970 buscado pelo cliente”, diz Eduardo crescer. Na Suíça, as vendas repre- ao Brasil. “Eram as chamadas marcas Gasperini, diretor de marcas próprias sentam 46% do total, e o Brasil tem brancas ou rótulos brancos, porque e exclusivas do Grupo Pão de Açúcar. cerca de 7%. “Essa comparação é um não havia nenhuma preocupação Em 2006, a rede lançou a Taeq – pripouco equivocada, pois o índice se com a embalagem”, diz Neide. No meira marca a ser estruturada com refere apenas para supermercados. final da década de 1980, a segunda conceito e público-alvo bem defiAinda não temos dados de todos geração apresentava melhor a marca nidos. Voltado para consumidores os setores”, conta Neide. Outra e começava uma busca maior pela que buscam vida mais saudável e distorção nesse índice, segundo qualidade do produto. Já no final produtos funcionais, o catálogo com a presidente da Abmapro, seria o dos anos 1990, a terceira geração cerca de 700 itens inclui alimentos, fato de que, na Europa, os produ- consolidava o segmento, com bons produtos de beleza e roupas para tos embalados pelo varejista são produtos e embalagens, além da esporte. “A marca entrou desconheconsiderados marcas próprias – o maior visibilidade. “Chegou-se a cida no mercado, mas o consumidor começou a entender o conceito a que ocorre com frutas, verduras, um produto bom, com preço justo ponto de termos produtos líderes legumes, cortes de frios e açougue. e dentro da qualidade esperada pelo de mercado.” Ainda assim, é estimado um cresciconsumidor.” No lançamento, foram definidos mento de 25% no setor no consumo leques de produtos para os cinco brasileiro. “Tivemos algo em torno nova geração pilares da marca – nutrição, orgâde 8,5% no ano passado e podemos Hoje, já se fala da quarta geração nico, casa, esporte e beleza –, com chegar a 10%”, afirma Oliveira, prode produtos de marca própria. “São preocupação no uso de embalagens fessor da ESPM. Essa previsão animadora dos produtos com marcas conceituais, de qualidade e estratégias nos especialistas se deve tanto a uma que agregam valores e tecnologias, pontos-de-venda. Apesar do baixo evolução do segmento como tam- com posicionamento muito claro custo comercial dos produtos de
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marca própria, o grupo também vés de testes em laboratórios investiu em comunicação: lojas internos e externos. “Quem não exclusivas e ilhas promocionais, conseguiu alcançar o padrão além da divulgação em todos desejado foi descartado. Só os folhetos da rede. “Vários colocamos na gôndola o que foi estudos mostram que 70% a testado pelo consumidor.” 80% da decisão do consumidor Entender o conceito e posiocorre no ponto-de-venda. Não cionamento da marca é questão adianta apenas colocar o nosso de sobrevivência nesse mercaproduto na gôndola, porque o do. “O varejista deve entender consumidor não vai enxergar”, o valor da sua marca e atender afirma Gasperini. O resultado foi aos requisitos de qualidade exia conquista de 80% das vendas gidos pelo público consumidor de barrinhas de cereais e 35% específico. Pode, inclusive, ter marcas diferentes”, diz Neide no arroz integral, tornando a Montesano, presidente da AbTaeq líder nesses segmentos. mapro. Por isso, o cuidado com Outra ação do grupo foi embalagens e identidade visual o lançamento da Qualitá em 2008, com foco nos produtos Oliveira: consumo de produtos marca própria é tão recomendado. Na ESPM, a deve crescer 25% no Brasil este ano orientação aos interessados em para o dia a dia que incluem ter uma marca própria é criar o alimentos, produtos de higiene dores, formulações e embalagens. Manual de Identidade Visual e limpeza. A estratégia permitiu Economizamos na produção e dis(MIV) e também fazer o planejaa unificação das marcas próprias tribuição dos produtos”, diz Gaspemento estratégico da marca, com de todas as bandeiras – Extra, Pão rini. A relação com fornecedores foi regras e padrões estabelecidos. de Açúcar, Sendas e Compre Bem. também unificada, estabelecendo Com cerca de 14,3 mil produtos “Isso limitava nosso crescimento distribuídos entre 11 marcas próum padrão de qualidade único, atraporque eram diferentes fornece-
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pão de açúcar: foco na construção de uma marca forte, com posicionamento buscado pelos clientes
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prias, o Grupo Carrefour também apostou na profissionalização do segmento. Em 2005, criou a carta gráfica da marca Carrefour, que inclui alimentos, e artigos de higiene e limpeza. No ano seguinte, lançou a linha Viver, composta por produtos saudáveis. “Pretendemos intensificar o lançamento de marcas com valores próprios e intrínsecos para cada tipo de consumidor”, afirma Fernando Augusto Del Grossi, gerente de pesquisa e desenvolvimento de produtos da marca própria e qualidade. A mottin neto: Panvel decidiu investir na expectativa do grupo é passar a fabricação dos próprios itens desenvolver no Brasil os produtos empregados são treinados para comimportados da França, ampliando o sortimento brasileiro com base em por o painel de avaliação sensorial e são constantemente chamados para pesquisas no exterior. O grupo aposta no relacionamen- fazer testes cegos de degustação. to cuidadoso com fornecedores e na Outro grupo cuida da parte comercontratação de equipes técnicas para cial e logística, negocia compras e garantir a qualidade contínua dos faz a gestão de vida do produto. produtos. As indústrias parceiras “Hoje, as grandes redes têm uma do Carrefour devem seguir padrões estrutura voltada para pesquisa e internacionais do grupo e são cons- desenvolvimento. A preocupação tantemente auditadas. Quando um é buscar fornecedores que detêm produto vai ser lançado, pelos menos tecnologias de ponta, porque são três desenvolvem formulações, testadas em laboratórios do supermercado. “São várias etapas de avaliação e, paralelamente, negociamos custos para termos qualidade próxima ao líder e preço mais competitivo”, diz Del Grossi. No contrato com a vencedora são definidos aspectos técnicos do produto e os parâmetros que serão analisados pelo Carrefour. “É um trabalho como nas grandes indústrias.” Nesse processo, o envolvimento dos funcionários é intenso. Há uma equipe, da qual Del Grossi participa, que fica responsável pela prospecção de fornecedores e tendências de mercado, desenvolvimento e avaliação periódica de qualidade. Mais de 100
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eles que fazem os produtos”, diz Neide Montesano. A falta de fornecedores com produção de qualidade levou a rede de drogarias Panvel a apostar no caminho inverso. Desde 1989 no segmento, a empresa investiu na fabricação própria de itens – o que hoje representa 60% de toda produção. “Tomamos essa decisão em busca de um controle de qualidade mais rígido e porque havia poucas opções boas de fabricantes no País”, afirma Júlio Mottin Neto, diretor de marketing. Dificuldades de fluxo de caixa dos fornecedores e limitação de quantidade mínima de produção também eram entraves para a Panvel, que passou a distribuir seus produtos para outros varejistas. “Agora a inovação fica na nossa mão. Ganhamos agilidade no lançamento de itens, reduzindo o tempo entre a concepção da ideia e a fabricação do produto.” A rede dispõe de cerca de 400 itens e trabalha com diversas submarcas, sem descuidar do planeja-
Casa & Construção: mais de 1 mil artigos estampam o nome da loja há oito anos
anos e já tem mais de 1 mil artigos. “Fizemos uma grande pesquisa sobre a preferência dos consumidores para ter diretrizes sobre as categorias de produtos que seriam lançados”, afirma Mauro Florio, diretor de marketing. O levantamento feito serve ainda para nortear a expansão dentro de cada categoria. “O segmento de decoração, por exemplo, é muito amplo e pode crescer bastante.” Recentemente, a empresa lançou a linha de produtos C&C Casanova Premium. O primeiro produto da marca, o Kit para Churrasco,
composto por dois modelos e 15 acessórios, foi colocado à venda apenas nas lojas com consumidores de maior poder aquisitivo. Também foi lançada uma linha de luminárias, e ampliada a gama de cores de tintas. Outras estratégias da C&C são a manutenção de auditorias periódicas nas linhas de produção dos fornecedores e da rastreabilidade dos produtos. “Nosso objetivo é aumentar a visualização da marca e tornar os consumidores agentes propagadores desse sucesso”, diz Florio.
fornecedores A importância de escolher bem os fornecedores, manter bom relacionamento e controle da qualidade é fundamental para o sucesso de qualquer marca própria. Assim como os produtos, a indústria também evoluiu nesse segmento. “No passado, o fabricante aproveitava a capacidade ociosa e fazia Revista do Varejo
mento de expansão do sortimento. “Tivemos facilidade em produzir porque havia uma escala grande de itens que eram terceirizados, mas artigos como fralda, escova de dente e absorvente são economicamente inviáveis”, diz Mottin Neto. Além de itens de primeiros-socorros, o catálogo de marca própria da Panvel cobre todos os itens de higiene e beleza – que hoje corresponde a 20% das vendas desse segmento na rede. Por ser um mercado dinâmico e exigente, investimentos em inovação, lançamentos e reformulações continuam sendo feitos. “Primeiro o produto de marca própria tem que ser bom e depois a gente pensa num preço competitivo. Produto barato não tem vida longa no mercado.” Enquanto as farmácias representam 2% do total de itens de marca própria disponíveis no mercado nacional, supermercados (83%) e atacado (15%) são os mais atuantes. Um setor que tem aumentado sua participação nesse universo é a construção civil. A Casa & Construção, por exemplo, ingressou no mercado há oito
florio: objetivo é tornar os consumidores agentes propagadores do sucesso
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marca própria, mas quando o mercado aquecia, optava por colocar a sua produção no mercado”, conta Neide Montesano, da Abmapro. Com isso, o varejista ficava desamparado e o risco de ruptura no oferecimento dos seus produtos implicava na perda da fidelização dos clientes. “A indústria deve ter capacidade instalada para marca própria e entendê-la como uma unidade de negócio. Quantidade é o gargalo desse setor.” Entre os principais fornecedores encontram-se empresas de médio e pequeno portes. “São indústrias dinâmicas, enxutas e que não investem tanto em marketing, mas que conseguem produzir itens com boa qualidade”, diz Roberto Oliveira, professor da ESPM. Embora existam
organizações que tenham começado a operar a partir da capacidade ociosa, surgem fabricantes totalmente dedicados para itens de marca própria – sinal de crescimento e consolidação do mercado. “Orientamos os fornecedores a fazer um planejamento e equilibrar suas vendas. Assim, pode continuar produzindo a sua marca e para terceiros.” A Top Cau, fabricante de ovos de Páscoa e chocolates, atende grandes redes varejistas como Americanas, Carrefour, Wal-Mart e começou fazendo produtos terceirizados, para depois produzir sua própria linha. Desde 2000, obtém licenças de marcas, como Senninha, Hot Wheels e Princesa, para fabricar ovos exclusivos e de marca própria,
top cau produz para grandes redes e também linha própria de licenciados
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que respondem a quase 50% de sua produção. “Os ovos de marca própria foram uma solicitação e estratégia do cliente. Eles têm as licenças que compramos, mas levam a marca do supermercado”, explica Alais Valentini Fonseca, gerente de marketing. Por causa do licenciamento, a empresa é auditada tanto pelos concessores de marcas quanto pelos clientes. Como oferece artigos cuja demanda é sazonal, a Top Cau tem um período maior para desenvolver os produtos e embalagens, e consegue apresentar inovações aos clientes. “Podemos conseguir licenças novas e que estejam em evidência”, diz Alais. A empresa mantém contratos de longo prazo, o que facilita a
de cacau, 800 de sobremesas em pó, além de mistura de bolos e fermento. Para conseguir atender os clientes de todo o País, a empresa mantém laboratórios de pesquisa e controle. “Marca própria é um mercado com muita concorrência e onde os custos são muito importantes. Se errar e fizer produto sem qualidade, perde o conceito e o varejista parceiro”, diz Moral. Além de o setor não arrefecer em momentos de crise, a integração de toda a cadeia gera resultados ainda mais positivos. “Se tiver um elo bem fechado entre fornecedor e varejo, as perspectivas são excelentes.” Aliás, essa é a lição para quem sonha em ter marca própria.
Contato Abmapro (11) 2832-5500 Carrefour 0800 724 2822 Casa e Construção 4004 1444 Cinalp 0800 133056 Espm (11) 5081-8200 Panvel (51) 3326-4700 Pão de Açúcar
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projeção do volume a ser entregue. “Quando termina a Páscoa, sempre é feita uma avaliação das vendas bem como as perspectivas para o ano seguinte.” A Top Cau deve encerrar o ano com 7,5 milhões de ovos produzidos – crescimento de 2% em relação ao ano passado. Quem busca bons fornecedores, comprometidos com o volume de produção acordado e fabricantes de produtos de qualidade, pode contar com um processo de certificação criado pela Abmapro. “Isso vai ajudar principalmente o pequeno e médio varejista, porque as grandes redes costumam fazer auditorias independentes”, diz a presidente da associação. São observadas práticas de fabricação e controle, previstas em lei, e critérios como responsabilidade social, meio ambiente, saúde e segurança do trabalho para enquadrar a empresa num dos três níveis estabelecidos. “Certificamos a indústria, e não a produção. Acreditamos que o resultado de um sistema de qualidade sejam produtos bons e com garantia para o consumidor.” Certificada pela Abmapro, a Cinalp surgiu para atender o mercado de marcas próprias depois de identificar deficiências no trabalho dos fornecedores. “Muitos utilizavam a capacidade ociosa e deixavam clientes na mão, como também não tinham flexibilidade no atendimento e impunham um padrão próprio”, diz Maurício Moral, diretor comercial. Graças a essa versatilidade, a empresa atende mais de 50 clientes, fornecendo formulações distintas. “Tem quem prefere gelatina mais doce, outros com sabor mais ácido.” A Cinalp produz por mês cerca de 1,2 mil toneladas de produtos derivados
0800 7732 732 Top Cau (11) 2172-3500
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Mercado
Decoração
artesanal
A valorização do mercado de artesanato brasileiro atrai para este nicho lojas de produtos e objetos para casa por ca r o line m a zzo ne t t o
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oi-se o tempo em que artesanato era sinônimo de lembrancinha de viagem, comprada diretamente dos próprios produtores em barraquinhas modestas de cidades turísticas. Em meados da década de 1990 este mercado começou a se profissionalizar e migrar das calçadas para as lojas. Não que aquela forma de comércio informal tenha acabado: o que houve foi uma mudança na forma de encarar o artesanato – definido como toda atividade produtiva que resulte em objetos e artefatos acabados, feitos manualmente a partir de meios tradicionais ou rudimentares e envolvendo habilidade, destreza, qualidade e criatividade. Hoje, essa manifestação cultural não tem mais fronteiras geográficas e está presente em varejos de decoração de endereços nobres por todo o País. Uma das pioneiras a oferecer artesanato em suas lojas foi a rede de móveis e objetos de decoração Tok&Stok, que tem artigos artesanais no mix de produtos desde que foi
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Tok&Stok possui divisão de artesanato com mais de 800 produtos diferentes
pessoas, de não só valorizar o que vem de fora, mas também o que é nosso”, acrescenta Flávio Moreira, dono da Etnia Artes, loja de produtos artesanais de decoração. Engenheiro químico de formação, há sete anos ele e a esposa, arquiteta, resolveram investir no comércio de artesanato. Depois da decisão, Moreira passou dois anos fazendo cursos, assistindo a palestras sobre o segmento, procurando o melhor ponto. Até que, em junho de 2003, a Etnia foi inaugurada. Para montar a equipe de fornecedores, o empresário conhecia o trabalho dos artesãos e, a partir do primeiro contato, marcava uma visita ao local de produção. Ver a confecção das peças pessoalmente servia para checar se o preço condizia com o processo e o produto final. Moreira também observava a maneira como os artesãos trabalham – se não usavam mão-de-obra infantil e respeitavam o meio ambiente – e se o artesanato era original daquela comunidade. “Não adianta a gente ir para o Nordeste comprar peça
de cobre, que não é característico da região. É fundamental que o artesanato resgate a tradição do local”, lembra. Há na loja produtos vindos dos estados de Minas Gerais e Amazonas, e do Centro-Oeste, Sul e Nordeste. Localizada na região paulistana do Itaim Bibi, a Etnia tem a clientela formada majoritariamente por mulheres
Edson Coutinho: mercado passa a valorizar não só o que vem de fora, mas também o que é nosso Março 2009
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inaugurada, em 1978. Inicialmente, os itens vendidos eram acessórios fabricados no Nordeste e móveis de bambu do Rio de Janeiro. Atualmente, a Tok&Stok possui uma divisão específica de artesanato com mais de 800 produtos diferentes – o que faz da empresa a maior distribuidora do segmento. Os artigos à venda vêm de todas as regiões do Brasil e são os mesmos nas 26 lojas e na internet. “Essencialmente somos brasileiros e esta é uma das grandes expressões da nossa cultura. Este é um consumo afetivo que não tem fronteiras interestaduais”, explica Edson Coutinho, coordenador de tendências da empresa. A atração sobre o consumidor vem de duas tendências mundiais recentes: a valorização das manifestações culturais e a redescoberta da produção local como forma de buscar mais sustentabilidade, com o uso consciente dos recursos naturais e o desenvolvimento das economias das pequenas comunidades. “O aumento do mercado vem de uma tomada de consciência das
Mercado com boa renda, curso superior e idades que variam entre 25 e 70 anos. A predominância do consumo feminino não é exclusividade da loja de Moreira. “Nosso público é 90% mulheres. A gente vende muita coisa de decoração e elas são mais preocupadas em deixar a casa mais bonita”, acrescenta a arquiteta Márcia Maia, sócia da loja paulistana Ôoh de Casa. Criada em 1999 por Márcia e a também arquiteta Vera Sampaio, a Ôoh de Casa nasceu dos bazares que as amigas faziam para vender peças confeccionadas por elas mesmas e por outros conhecidos. As duas gostaram do negócio e resolveram fundar uma loja para comercializar produtos artesanais, que hoje conta com cerca de 1 mil itens na área de venda. Cerca de 80% deles são brasileiros, mas há
também artigos vindos da Indonésia e da Índia.
das mãos às vitrines O caminho que conduz às prateleiras as peças do setor de artesanato da Tok&Stok e os produtos à venda na Etnia Artes e na Ôoh de Casa é o mesmo – e ele começa nas rodadas de negociação e nas feiras promovidas pelo Sebrae. O trabalho desenvolvido pela entidade é o grande responsável pela atual profissionalização dos artesãos, autônomos ou em comunidades, e pela valorização do segmento em todo o Brasil. Em Florianópolis, o apoio do Sebrae possibilitou que a Associação de Artesãos e Produtores Caseiros da Serra Catarinense (Arte Serrana) abrisse uma loja de venda direta ao público no Floripa Shopping, em janeiro. No local,
são comercializados produtos artesanais confeccionados por cerca de 300 artistas do Estado. “Todos os produtos que fazem parte do Projeto Arte Catarina possuem alto padrão de qualidade. O nosso objetivo é levar até o público artigos de considerável valor agregado, além de promover a divulgação do artesanato local”, explica Vivian Brandão, consultora do Sebrae/SC. As ações de apoio desenvolvidas pelo Sebrae influenciam diretamente o mercado varejista de artesanato. Elas começam com um trabalho para aumentar a autoestima dos produtores, conscientizando-os de sua importância socioeconômica e cultural, passam pelo treinamento em gestão de negócios e tecnologia dos materiais e terminam na comercialização, com a aproximação dos artesãos com varejistas e atacadistas.
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Ôoh de Casa nasceu dos bazares que as amigas faziam para vender peças
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sEBRAE/SC: ações de apoio influenciam mercado varejista de artesanato
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Em uma das frentes para a venda das peças – as rodadas de negócio –, os técnicos do Sebrae colocam produtores e lojistas face a face. “Antes de levar para a mesa de negociação, a gente orienta os compradores, esclarece como funciona e qual é a dinâmica do segmento”, explica Durcelice Mascene, técnica da Unidade de Atendimento Coletivo – Comércio e Serviços e coordenadora dos projetos de artesanato do Sebrae. Flávio Moreira, da Etnia Artes, é um dos lojistas que participam das rodadas sempre que podem. As orientações dadas pelos técnicos da entidade aos compradores também incluem compreender o diferencial do segmento quanto à capacidade de produção, já que o artesanato não pode ser tratado como indústria. Além disso, podem surgir problemas durante a fabricação das peças – se chover na comunidade e o transporte ficar inviável ou ocorrer alguma queimada e destruir a matéria-prima, por exemplo. Por outro lado, o Sebrae orienta os artesãos que, no caso de alguma eventualidade, eles avisem os compradores e renegociem os prazos. Ainda que o setor de artesanato tenha deixado de ser amador a partir da última década, a profissionalização dos artesãos ainda não está completa. Durcelice cita a organização das comunidades e a visão empreendedora dos artesãos como objetivos a serem alcançados. Também há problemas na logística, principalmente no escoamento dos produtos, fragilidade das matérias-primas – expostas a pragas, mudanças climáticas e desmatamento – e em relação às embalagens.
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Mercado
Durcelice Mascene coordena rodadas de negócio que colocam produtores e lojistas face a face
feiras setoriais As rodadas de negociação promovidas pelo Sebrae não são a única forma de os lojistas procurarem fornecedores. Boa parte dos contatos entre as duas partes é feita em feiras onde os artesãos expõem suas peças. A maior delas é a Feira Nacional de Artesanato, que aconteceu em novembro do ano passado, em Belo Horizonte. Nos seis dias do evento 184 mil pessoas, entre lojistas e consumidores, visitaram os 1,1 mil estandes. Organizada pelo Instituto Centro de Capacitação e Apoio ao Empreendedor e pela Central Mãos de Minas, entidades fomentadoras do artesanato, a feira movimentou R$ 86 milhões. Os escritórios estaduais do Sebrae também realizam eventos desse tipo para facilitar o contato entre compradores e artesãos. A vantagem de frequentar feiras para o lojista é o fato de ser nelas que
os negócios começam a ser feitos, e diretamente com os produtores – eliminando a figura do intermediário. “Se você coloca o intermediário, às vezes ele ganha mais do que o artesão, e isso não é justo. A compra fica inviável: sobe muito o custo do produto e o preço de venda. Depois você não consegue vender”, explica Flávio Moreira.
O dono da Etnia Artes faz seus negócios direto com os produtores. Márcia Maia e Vera Sampaio, da Ôoh de Casa, compram tanto de artesãos quanto de negociadores, mas concordam que eliminar a figura do intermediário é a melhor atitude. “Em termos de preço você pode colocar uma margem melhor e ganhar mais. E também se o cliente quer encomendar um produto do jeito dele, dá para fazer isso lidando direto com o artesão”, afirma Márcia. Assim como a Ôoh de Casa, a Tok&Stok não elimina nenhuma forma de ampliar seu leque de produtores. A rede compra de mais de 90 fornecedores entre projetos estruturados de apoio ao artesanato, organizações não-governamentais, representantes de estados, comunidades e artesãos. O último caso é
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Ôoh de Casa elimina intermediários para aumentar margem de ganhos
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o que exige mais cuidados, porque o produtor isolado muitas vezes não está pronto para fornecer suas peças na escala e padronização exigidas por uma rede com 26 lojas. “Já encontramos produtos maravilhosos, mas que não se adequavam ao nosso volume de vendas. Nesses casos não é possível seguir em frente”, lamenta Edson Coutinho, coordenador de tendências da Tok&Stok. Quando a comunidade ou o artesão não estão preparados para as exigências do comprador, a figura do intermediário pode ser determinante para o sucesso do negócio. Um exemplo disso é a Banarte, cooperativa de artesãos do município paulista de Miracatu, que fornece cerca de 300 almofadas e rolinhos feitos com fibra de banana por mês para a Tok&Stok. A empresa já tinha se interessado em comprar os produtos da Banarte, mas foi só quando a intermediária entrou em cena que o negócio foi fechado. Até o ano passado, a Banarte também vendia tapetes de fibra de banana para o Pão de Açúcar. O fornecimento foi interrompido porque o material começou a carunchar. “Tivemos que parar para escolher um outro tipo de fibra que não desse problema”, explica Creuza de Queiroz, coordenadora da Banarte. Atualmente, a Tok&Stok é a única compradora da cooperativa, que emprega 68 pessoas.
CUIDADOS PARA VENDER ARTESANATO • Procure sempre conhecer pessoalmente os artesãos e as comunidades de quem pretende comprar. Além de saber de que forma as peças são feitas (se não agridem o meio ambiente e nem usam mão-de-obra infantil no processo), esse contato é importante para criar um vínculo de confiança com o produtor em um mercado onde o atraso nas entregas é comum. • • Sempre que possível, elimine o intermediário. Comprar direto do artesão diminui o preço final e agiliza o processo. • • Respeite a capacidade produtiva do artesão e as eventualidades meteorológicas e ambientais que podem interferir na confecção das peças. • • Procure comprar peças diferenciadas, que resgatem a cultura e a tradição local, ao invés de produtos que podem ser facilmente encontrados em qualquer loja de decoração. • • Negocie muito bem os preços com as transportadoras. Esse é um dos custos mais pesados no preço de venda. • • Invista no marketing da sustentabilidade. Peça aos atendentes que expliquem de onde vêm as peças e que, ao comprá-las, o cliente estará gerando renda para os artesãos. • • Oriente seus clientes para que entendam que no artesanato cada peça é única, inclusive na qualidade do acabamento.
Contato Banarte: (13) 3847-3634 Etnia Artes: (11) 3845-0956 Ôoh de Casa: (11) 3812-4934 Sebrae/SC: 0800 570 0800 Tok&Stok: (11) 2186-8221
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O valor do
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Soluções de controle de internet protegem dados, reduzem custos e aumentam a produtividade
internet surgiu para acelerar a comunicação e estreitar distâncias entre pessoas, empresas e entidades, mas também trouxe problemas que não existiam antes de ela ser criada. Na Era Digital, as informações das empresas se tornaram seu bem mais precioso, e também o mais vulnerável. Hoje é perfeitamente possível que alguém entre na sua empresa e roube dados sigilosos sem precisar passar pela portaria. De acordo com números divulgados pela organização norte-americana Privacy Rights Clearinghouse, nos últimos dois anos vazamentos de dados comprometeram mais de 150 milhões de registros pessoais, e a empresa de análises Forrester calculou que uma falha de segurança pode custar entre US$ 90 e US$ 305 por registro. Os ataques podem vir de programas espiões que monitoram as informações financeiras da companhia, ou mesmo pela interceptação de dados sigilosos no momento da transferência de arquivos dentro de uma rede. O tamanho do estrago que uma invasão como esta pode causar fez surgir empresas especializadas em proteção e monitoramento de dados. Elas oferecem ferramentas de controle da internet que limitam o acesso a
fotos index ope n
sites perigosos, rastreiam invasões e situações suspeitas na estrutura digital de uma companhia. Além de proteger a rede de ataques, o serviço também ajuda a reduzir custos. Depois da falta de segurança, o segundo mal da internet é o parque de diversões que trouxe para dentro das empresas. E-mails, bate-papo, redes de relacionamento, vídeos, música, está tudo ao alcance de um clique. “O tempo desperdiçado na internet pode chegar a 25%, quando mal administrado”, diz Adriano Filadoro, sócio-diretor da On Line Brasil, empresa especializada em soluções de segurança na internet, responsável por monitorar mais de 10 mil usuários. As variáveis de controle de internet são adaptadas para cada tipo de empresa e podem ser personalizadas de setor para setor, usuário para usuário. É possível limitar o acesso a determinadas páginas, ou permitir acesso monitorado, com limite de tempo, etc. “Uma coisa é controlar as informações de uma agência de propaganda, outra é monitorar toda a estrutura de rede de uma indústria. Há elementos comuns, como departamento financeiro, administrativo, etc., mas as permissões de acesso são diferentes para cada tipo de negócio. Março 2009
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por f r ancis f r ança
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TI Não posso censurar a navegação de quem trabalha com a criatividade, por exemplo”, explica Filadoro. Nesses casos, a solução é conscientizar os usuários. A On Line Brasil precisou criar serviços de informação, como relatórios, newsletters e cursos de capacitação para diretores de TI. Segundo Filadoro, os ataques na internet são como uma moda. “A pessoa recebe um e-mail dizendo ‘meu amigo, você está sendo traído’. Todo mundo sabe hoje que isso é vírus, mas três anos atrás não se sabia. Investigamos permanentemente as ameaças e informamos nossos clientes sempre que surge um novo golpe”, conta. Na prática, a On Line Brasil tem dois painéis que acompanham as operações digitais dos clientes e, ao identificar uma ameaça, resolvem o problema antes que ele aconteça, como a infecção da rede por vírus, ou mesmo problemas nos equipamentos. “O disco rígido do servidor X vai encher, o sistema nos avisa e ajudamos o cliente a decidir se vai ampliar a capacidade de armazenamento ou remanejar dados”, diz. O Grupo Back, que possui empresas de vigilância, limpeza, comércio e recursos humanos, precisava de uma solução que interligasse seus equipamentos ao ambiente operacional da empresa, que é todo da Microsoft. Há três anos, a companhia investiu no sistema de segurança da norteamericana Websense para controlar o conteúdo virtual que circulava entre seus usuários. “Adotamos uma solução que deixa transparente para o usuário que ele está sendo monitorado. São liberados apenas sites de instituições financeiras e intranet para o pessoal administrativo. No nível de gerência definimos outra categoria de permissão, em que se pode acessar qualquer conteúdo, exceto e-mails
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silva controle de internet pode reduzir custos de navegação em até 30%
externos, sites de pornografia e redes de relacionamento”, afirma Rodolfo Bernardi, gerente de TI do grupo. Com turnos de 24 horas por dia, a Back tem cerca de 600 usuários com acesso à internet. O grupo nunca registrou quebra de segurança, mas também não há como ter certeza sobre o vazamento de dados antes da instalação do sistema de monitoramento. Hoje, até os notebooks são rastreados para não haver risco de serem atacados fora e trazerem ameaças para dentro da empresa. A companhia comemora o ganho com segurança e economia, já que, com a redução de transferência de arquivos e acesso a sites não vinculados ao trabalho, a pressão sobre a capacidade de conexão também diminuiu. “Recebemos relatórios de tudo o que é acessado dentro do grupo, e se um colaborador tentou acessar uma página não permitida, isso também fica registrado. Otimizamos o link de internet e sabemos que as pessoas estão de fato trabalhando. Sem contar que podemos ver quais são os sites mais acessados, quem acessa mais a internet, uma série de dados que me permitem gerar indicadores para medir a produtividade do nosso pessoal”, explica. O custo do ócio virtual é difuso:
diz respeito à estimativa simples de quanto o tempo desperdiçado corresponde percentualmente ao salário do colaborador, mas também a uma conta mais difícil, que é quanto de riqueza ele deixa de gerar para a empresa pela queda na produtividade e quanto se gasta com conexão para sustentar o acesso a bobagens. “Instalamos o Websense em uma faculdade que tinha dois links de internet com 20 mega cada, e a utilização caiu 30% só com o bloqueio de sites como YouTube, rádios on-line, sites de relacionamento e páginas perigosas”, afirma Marcelo Eduardo da Silva, analista de suporte da V.Office, parceira da Websense em Santa Catarina. Para estar plugado e, ao mesmo tempo, seguro, é preciso buscar o equilíbrio e entender a diferença entre monitoramento de risco e invasão de privacidade, o que pode também inibir a produtividade e a capacidade de inovação da equipe em determinadas atividades. Cada empresa precisa buscar a justa medida do bom senso. Contato Adriano Filadoro (On Line Brasil): (11) 2227-9797 Marcelo Eduardo Silva (V.Office): (48) 3025-8550 Rodolfo Bernardi (Back): (48) 3281-3537
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Revista do Varejo
Crise
A conta da Revista do Varejo
rede
As redes de informação precisam ser avaliadas na ponta do lápis para decidir qual é a melhor composição de custos e serviços em cada tipo de negócio por a nd r éia s e g a nfr ed o 36 Março 2009
a
área de TI das empresas é cada vez mais considerada estratégica e um diferencial competitivo. Em constante evolução, as redes de computadores passaram a integrar novos dispositivos como telefones IP, câmeras e pontos de acesso, transmitindo voz e imagem além de dados. Horas com esse sistema parado ou perda de informações podem acarretar danos irreparáveis às organizações,
cliente norte-americano que havia migrado para a telefonia IP, mas viu a conta de energia elétrica dar um salto. “Apesar de não tirar do gancho, há um gasto de eletricidade contínuo porque o display desse telefone é digital. Uma automatização de recursos pode programar o desligamento dele quando não está em uso”, informa Hilmar Becker, gerente de vendas. No projeto apresentado, os técnicos da Extreme desenvolveram um software compatível com o sistema do switch e o controle de acesso da empresa. “Quando a pessoa passa o crachá, o software sabe que ela está sentada no segundo andar, na mesa determinada, e habilita o telefone para o uso”, explica Alexandre Sanchez Alvarez, engenheiro de sistemas. Isso só é possível porque a Extreme utiliza um sistema operacional aberto. “Disponibilizamos todas as ferramentas para as pessoas desenvolverem aplicações para conversar com os nossos switches.” Qualquer empresa pode desenvolver um script – maneira de automatizar a configuração do switch – e postá-lo no site da Extreme, onde será analisado e colocado em um fórum para compartilhamento com outros clientes. Outra vantagem é que os pacotes de funcionalidades podem ser habilitados com o equipamento em funcionamento. “Nosso software do switch é modular e, por isso, não precisa ser trocado com a inserção de novas aplicações”, afirma Alvarez. Através de um script, recursos da rede podem ser automatizados sem necessidade de intervenção manual e constante, reduzindo os custos de operação. “A empresa não cobra a mais por isso. São funcionalidades que alguns consumidores não conhecem ou não têm o hábito de utilizar e que apresentam uma série de vantagens”, Março 2009
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causando problemas para negócios e clientes. Por outro lado, manutenção e cuidado na escolha dos equipamentos apropriados podem garantir agilidade nos procedimentos e economia nos custos. As soluções apresentadas no mercado permitem a automatização e otimização de processos, como também redução no consumo de energia. A economia pode começar ainda na fase de planejamento da rede. “O
empresário deve considerar questões com análise de impacto em curto, médio e longo prazos”, diz João Marcelo Corrêa, diretor da Cianet Networking. Devem ser analisadas as aplicações que serão utilizadas, a qualidade de serviço e necessidade de banda para transmissão de dados. Níveis de segurança, quantidade de pontos de rede que serão atendidos e forma de cabeamento devem entrar no projeto também. “Onde se pretende mobilidade com restrição de banda, a solução wireless é a ideal”, afirma Corrêa, que recomenda cabos de fibra e coaxial para maiores demandas de banda. Da mesma forma, o fornecimento de energia estável, a utilização de tecnologias com padrões mundiais e o uso de equipamentos com acesso e configuração remota são importantes. Depois disso, o total a ser investido com a implementação da rede precisa ser comparado com os custos de manutenção. “O gasto com mão-de-obra e operação da rede pode superar o de instalação”, explica Corrêa. Segundo ele, esse conhecimento fica concentrado em profissionais de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), e os empreendedores podem perder oportunidades de economia. Um exemplo seria integrar uma rede externa de câmeras de segurança, utilizadas por empresas de vigilância, com uma de internet banda larga de uma companhia provedora de acesso. Atentas a essas necessidades de economia e agilidade, empresas especializadas em equipamentos de rede tem desenvolvido soluções integradas. A linha de switches (dispositivos centrais das redes) da Extreme Networks tem aplicativos de segurança e foi toda desenvolvida em Linux, o que garante a convergência com sistemas de outras empresas. Graças a isso, a Extreme atendeu um
Lóssio: serviços gratuitos podem ser utilizados em dispositivos móveis
Revista do Varejo
Crise diz Becker, gerente de vendas. Dessa forma, alterações no tráfego podem ser corrigidas, dispositivos novos na rede podem se configurar automaticamente quando conectados e perfis de acesso podem ser definidos. Outra possibilidade é estabelecer uma prioridade no atendimento no switch, ou seja, definir que aplicação será atendida primeiro numa situação de congestionamento da rede – o que geralmente ocorre com os tráfegos de voz e de vídeo, mais sensíveis a atrasos. Da mesma forma, ações de segurança integradas também podem Extreme Switch analisa informações e ser automatizadas, economizando em faz ações baseado nos dados recebidos mão-de-obra. Nos switches da Extreme equipamento pode desempenhar suas há uma funcionalidade embutida que funções instantaneamente. Em grananalisa todos os fluxos e toma ações des empresas o link secundário para baseadas neles. “Se o switch detecta acesso à internet pode ter a mesma algum vírus, pode desligar a porta do qualidade do original, enquanto nas usuário, ou mandar esse tráfego para menores pode ser usada uma conexão uma estação de gerenciamento e moalternativa, como a banda larga, ou nitoramento de vírus para tomar uma fazer uma ligação por celular, graças ação”, diz Alvarez. ao encaixe de um chip telefônico no Os equipamentos da Extreme foroteador da rede. “Todo equipamento ram planejados para consumir menos mais crítico pode ser colocado redunenergia elétrica e todos os switches possuem a versão 6 do Protocolo de dante ou ter duplicar dentro dele as Internet (IP), sistema de endereça- partes mais vulneráveis à falha”, diz mento necessário para conexão à rede Marco Sena, diretor da área comercial mundial de computadores. “Como a da Cisco. Em questão de segurança, a Cisco versão 4 já acabou, a migração para o apresenta também um roteador com IPV6 é apenas uma questão de tempo. A quantidade de endereços foi multipli- software que atua como firewall, cada muitas vezes e os switches terão impedindo ataques à rede. Com isso, que migrar junto”, explica Alvarez. pode haver acessos remotos e de forma Outro fator levado em conta no cenário segura, sem risco de interceptação na futuro na montagem da rede é a velo- comunicação. “O funcionário pode cidade de transmissão de dados. “Às acessar dados e voz da rede interna, vezes não compensa comprar switches porque estará tudo codificado e procom capacidade muito alta se não há tegido”, explica Sena. Essa medida é perspectivas de expansão da rede.” importante também porque a Cisco Líder mundial, a Cisco também tem solução de VoIP que permite ligar oferece soluções para otimização de de lugares remotos utilizando a rede recursos, todas com segurança e re- da empresa. Desde que o funcionário dundância de rede – se uma parte do esteja em um ambiente wireless, pode sistema apresenta falhas e para, outro efetuar chamadas com o celular ou
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laptop, como se fosse o telefone do escritório. Devido à economia nas chamadas telefônicas, o interesse em soluções VoIP tem crescido nas empresas, que contam com boa parte de funcionários trabalhando remotamente e precisam se comunicar com várias filiais. “Não é apenas uma tendência de mercado, há uma grande redução de custos e o retorno do investimento é muito rápido”, diz Sena. Nesse mesmo suporte, a Cisco oferece uma solução mais sofisticada, a Telepresença – videoconferência em alta resolução, composta por telas de 65 polegadas de plasma e mobiliário. “Fornecemos mesas e cadeiras padronizadas porque queremos dar a impressão de continuidade do ambiente, como se fosse uma reunião presencial.” Ao utilizar a Telepresença, a própria Cisco realizou mais de 144 mil reuniões e estima ter diminuído os custos em US$ 237 milhões, além de ter reduzido a emissão de gases de efeito estufa. A aposta da empresa em soluções voltadas para responsabilidade ambiental ganhou novo impulso em janeiro, com o lançamento da tecnologia EnergyWise, que deverá medir, relatar e reduzir o consumo de energia de dispositivos IP e será ampliada para gerenciamento de ativos de sistemas de construção, como aquecimento, ventilação e ar-condicionado, luzes, sistemas de acesso e controle crachás de funcionário. Diante de tantas soluções, investir na otimização e desempenho da sua rede pode sair barato. Contato João Marcelo Corrêa (Cianet Networking) (48) 2106-0101 Extreme Networks (11) 5185-2797 Cisco 0800 702 4726
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Franquia
Para todos os
gostos
Cafeterias investem em novos serviços e ambiente aconchegante para manter o cliente mais tempo à mesa por a nd réia s e g anfr e d o
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f
fotos di vulg ação
oi-se o tempo em que o cafezinho era a atração principal nas cafeterias. Cada vez mais especializadas, elas se transformaram num ambiente confortável e aconchegante, onde o cliente tem opções de cardápio para qualquer momento do dia e pode desfrutar de espaços lounge, além de serviços como internet wireless e revistaria. O sucesso dessa receita está nos números: as cafeterias tiveram crescimento de 33,91% dentre as franquias de alimentação – segmento que mais cresceu em 2008, segundo a Associação Brasileira de Franchising. Mais animadora ainda é a constatação de que o consumo interno não para de crescer. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) mostram que o consumo per capita no País já passou dos 5,5 quilos ao ano – comparável a mercados como o francês e o italiano. Esse crescimento pode ser explicado por uma evolução do setor, que levou à mudança de hábito dos brasileiros. “Os cafés especiais tornaram-
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se mais conhecidos, e os clientes, mais exigentes, estão descobrindo que há atributos semelhantes aos do vinho, com aromas e sabores diferentes”, diz Rodrigo Morgan Cavalcante, gerente de franquias do Café do Ponto. Além da qualidade do produto, o oferecimento de cardápio com mix amplo e sazonal, com refeições para vários momentos do dia, ajuda a atrair mais consumidores. “A cafeteria passa a ter uma conotação de lanche rápido que começa a concorrer com restaurantes, lanchonetes e até fast-food”, afirma Ana Vecchi, consultora em franchising. Com a grande maioria das lojas em shopping centers, o Café do Ponto começou a expansão nos pontos de ruas, com opções para café da manhã, almoço e happy hour. “Não queremos perder o foco do café, nem deixar de acompanhar tendências e de trazer inovações alinhadas com o negócio”, diz Cavalcante. Há cerca de dois meses, a primeira loja Café do Ponto & Cia foi inaugurada, e a expectativa é que os produtos testados ali sejam transferidos para o restante
da rede. Diferente das outras unidades, onde o cliente pode pedir para moer o grão e fazer um blend próprio, a loja conceito possui também um torrador e uma linha de suvenires, com xícaras, bules, canecas e cafeteiras à venda. “Queremos mostrar para nosso público as diversas possibilidades de se apreciar um bom café e ajudar nessa descoberta.” O Café do Ponto oferece 13 tipos de café expresso e continua agregando novos itens ao cardápio da rede. Cerca de 50% da receita das lojas é proveniente do café, incluindo os pacotes vendidos no varejo e nas cafeterias, e bebidas à base do grão. Essa variedade também influencia no perfil do público, concentrado na faixa entre 25 e 50 anos. “Drinques gelados e não-alcoólicos foram uma quebra de paradigma no consumo brasileiro e também garantem opções para toda a família”, afirma Cavalcante. Além de aumentar o consumo entre jovens, os clientes passam mais tempo nas lojas com ambiente lounge e internet wireless – presente em 50% da rede.
espaço lounge Além de atender a qualquer horário, a Fran’s Café aposta na perma-
Ana: cafeterias concorrem com restaurantes, lanchonetes e até fast-food
nência do consumidor nas lojas. Por isso, investiu também na arquitetura, projetando espaços lounge, com mobília mais baixa, como também mesas grandes e espaços delimitados para reuniões de trabalho. Todas as unidades possuem conexão wireless e telas para disposição do cardápio. “Queremos proporcionar um ambiente agradável para que o
cliente se sinta bem e fique mais tempo ali, consumindo mais”, diz Ribeiro. Uma das primeiras cafeterias a oferecer revistaria dentro das unidades, hoje a Fran’s Café mantém parceria Store in Store com a livraria FNAC, do grupo Multiplan, e tem lojas em shoppings e galerias. Com 122 unidades, a rede tem crescido mais de 20% nos dois últiMarço 2009
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Aumentar o mix de produtos e oferecer serviços não é mais considerado inovação no mercado. “Houve a diferenciação de produtos, de serviços e até mesmo na arquitetura e louça das cafeterias, mas isso já virou commoditie”, diz Ana Vecchi. Segundo a consultora, nesse processo de evolução, algumas redes acabaram deixando de lado a preocupação com o atendimento. “Não adianta ter wireless, e o café chegar frio na mesa. A principal forma de fidelizar o cliente ainda é a qualidade do serviço.” Por outro lado, a consultora aponta que os empresários brasileiros acertaram ao incluir pratos sazonais no cardápio, como sopas no inverno e sucos naturais gelados no verão, atraindo clientes durante o ano inteiro. Na Fran’s Café, o cardápio amplo e sazonal pode ser regionalizado de acordo com a necessidade do franqueado. “Se ele acreditar que é importante para o sucesso do negócio, pode incluir três a quatro itens”, explica Henrique Ribeiro, sócio-diretor e responsável pelas franquias da rede. Com mais de 80% das lojas atendendo 24 horas, o cardápio da rede é extenso, incluindo bebidas alcoólicas e à base de café. Segundo a consultora Ana Vecchi, o fato de a rede ter se lançado como um lugar descolado onde as pessoas poderiam ir depois de qualquer programa ajudou a mudar o perfil do consumo brasileiro. “Eles fizeram isso há uns 20 anos e ajudaram a consolidar um hábito que não era tipicamente nosso, mas do europeu e do argentino.”
Cavalcante: Café do Ponto tem opções para café da manhã, almoço e happy hour
mos anos e atende cerca de 4 milhões de pessoas por mês, a maioria na faixa entre 25 e 45 anos. “É justamente esse público, com valor cultural forte e que busca qualidade de vida, que exige um bom serviço”, afirma a consultora Ana Vecchi. Diferente de quem toma um café numa padaria, na correria do dia-a-dia, as cafeterias são um espaço para apreciadores da bebida, mais exigentes em relação ao atendimento. “Não é fácil atender tanta gente, mas essa é a nossa principal preocupação. Depois, vamos conduzindo e implementando inovações”, diz Ribeiro. Há apenas dois anos e meio no mercado, a Vanilla Caffè também aproveita o bom crescimento das cafeterias no franchising. Com 20 unidades, outras 14 deverão ser abertas até o fim do ano. “Quando construímos a marca, pensamos em três pilares: ambiente agradável, qualidade de produto e bom atendimento”, afirma Sérgio Freire, sócio da rede. Cerca de 70% da receita das lojas é proveniente da carta de cafés, que inclui bebidas geladas à base do grão e sodas italianas, e será ampliada com dois blends – orgânico e descafeinado. Em todas as unidades, localizadas principalmente em ruas, há espaço lounge e para reuniões, internet wireless e revistaria. “O brasileiro está transformando a cafeteria no seu terceiro ambiente, depois da casa e do escritório”, conta Freire. Então, vai um cafezinho aí?
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Contato
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Ana Vecchi (11) 3841-9676 Fran’s Café (11) 4191-3141 Café do Ponto 0800 055 4262 Vanilla Caffè (11) 3881-1452
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Franquia
casa arrumada
Revista do Varejo
doce expansão A rede de franquias Cacau Show cresceu 61% em número de lojas em 2008, e pretende outros 33% em 2009. A meta é chegar a 800 unidades franqueadas até o final do ano. O foco de expansão da fabricante de chocolates finos será o Estado de Minas Gerais e a Região Nordeste. www.cacaushow.com.br
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A LigLig, especializada em comida chinesa, decidiu reduzir custos para ampliar o resultado de seus franqueados mesmo em meio à crise. Só com os cardápios, cortou 47% no custo de impressão, o que permitiu aumentar a distribuição de material promocional e o número de pedidos. As lojas da rede ampliaram seus ganhos entre 25% e 42%. O crescimento consolidado da marca em 2008 foi de 8%. A Lig-Lig fechou o ano com o lançamento de um novo formato de operação, uma loja com cozinha adaptada para feiras e eventos. Em 2009, a meta é crescer em São Paulo e no Rio de Janeiro, e chegar a 60 lojas. (11) 5571-5666/www.liglig.com.br
Rede planejada A Formaplas, fabricante de móveis planejados para cozinhas, dormitórios e lavanderias, chega a 16 unidades franqueadas com a recente inauguração em Brasília. Para 2009, a meta é abrir mais duas lojas. Fundada em 1964, a empresa está presente em 11 estados, e vendeu em 2008 cerca de 12 mil metros quadrados de armários. A empresa planeja atender o mercado externo a partir de 2010 e chegar a 30 lojas em 2011. www.formaplas.net
paraíso orgânico A rede de produtos naturais e orgânicos Mundo Verde inaugurou uma unidade na ilha de Fernando de Noronha, com novidades para turistas, surfistas e adeptos da vida saudável. A loja oferece alimentos light, diet, orgânicos e sem glúten, chás, bebidas energéticas, sanduíches integrais e naturais, suplementos alimentares para atletas, além de fitoterápicos, aromáticos (incensos, essências, velas), livros, CDs de relaxamento e meditação, entre outros produtos voltados para a saúde do corpo, da mente e do planeta. (81) 3619-0058/www.mundoverde.com.br
Premiada como melhor franquia do segmento de saúde e bem-estar em 2008, a Depyl Action inaugura sua primeira unidade em Florianópolis. Com mais de 50 franqueados em todo o País e um no exterior, a casa se dedica exclusivamente
à depilação e oferece nove salas aos clientes, que não precisam marcar hora para serem atendidos. A rede também possui programas de fidelidade com descontos e promoções especiais para aniversariantes. www.depylaction.com.br Março 2009
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beleza em foco
PFranquia erfil
Sob
encomenda Empresário põe em prática projeto desenvolvido durante a faculdade e cria empresas e produtos desenhados especialmente para o sistema de franquias por a nd r éia s e g a nfr ed o
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a
fotos di vulg ação
postar em novos nichos de mercado é uma das especialidades do coreano Jae Ho Lee, diretor do Grupo Ornatus, responsável pela administração das franquias Jin Jin Wok, Morana e Balonè, que somam 160 lojas localizadas no Brasil e exterior. Administrador de empresas formado pela Universidade de São Paulo, Lee conheceu o sistema de franchising ao fazer um trabalho acadêmico em 1987 – época em que o tema era pouco conhecido no País. Em 1992, decidiu transportar seu projeto para a vida real e fundou a rede de fastfood Jin Jin, especializada em comida chinesa. A partir daí, o empresário diversificou as áreas de atuação e hoje comemora o sucesso de sua rede, que cresce em média 30% ao ano. De acordo com Lee, os bons resultados alcançados pelo Grupo Ornatus – eleito em 2007 como o melhor franqueador do ano pela ABF – se devem ao fato de que as três marcas foram criadas sob medida para o sistema de franchising. “Na maioria das vezes as
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franquias surgem a partir de um comércio que já existe e se deseja expandir. No nosso caso é o contrário, pois todos os negócios foram elaborados para se tornarem franquias.” A estratégia consiste em eleger um nicho de mercado em evidência, formatar um modelo de franquia e lançar uma loja piloto, onde serão avaliados todos os pontos fortes e fracos do negócio. “Nossa ideia é primeiro cometer os erros na loja piloto até ajustar a operação, minimizando os riscos para os futuros franqueados”, explica. O know-how em franchising também justifica a atuação bem-sucedida do Grupo Ornatus em segmentos tão distintos como gastronomia e moda. Segundo Lee, “não tem muita diferença se vendemos brincos ou comida oriental: nosso foco é a gestão de rede”. Talvez por isso as unidades próprias – oito ao todo – são as menos lucrativas, já que o empresário prefere se concentrar na administração e expansão das franquias. “E para uma loja ter bons resultados é preciso garantir uma administração muito eficiente na
ponta, de preferência com a presença do proprietário no ponto-de-venda.” Antes de ingressar no ramo de franquias e se tornar uma referência no assunto, Lee chegou a trabalhar como estagiário na Nielsen, companhia multinacional de informações e pesquisas de mídia. Mas o desejo de investir em sua própria empresa falou mais alto e, aos 27 anos, ele decidiu retomar um antigo projeto de faculdade e abriu a primeira unidade da Jin Jin Chinese Fast Food, que desde 2007 se reposicionou e mudou de
Jae Ho Lee Local de nascimento: Seul, Coréia do Sul Idade: 44 anos Formação: Administração de Empresas (FEA/USP) Empresa: Grupo Ornatus Ramo de atuação: Franquia das marcas Jin Jin Wok, Morana, Balonè Sede: Barueri (SP) Funcionários: 1.600
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Balonè: bijuterias e acessórios para meninas de oito a 16 anos
nome para Jin Jin Wok Gastronomia Asiática. Prestes a completar 17 anos no mercado e com 50 unidades em funcionamento, a rede surgiu impulsionada pelo boom do fast-food vivido no início dos anos 1990 com a popularização de marcas como McDonald’s e Pizza Hut. Um dos primeiros a investir no segmento de fast-food de comida oriental, Lee foi pragmático ao escolher o tipo de produto a ser comercializado. “Quando se pensa em franquia é preciso escolher uma mercadoria de grande aceitação, que será comercializada em praças tão distintas como São Paulo, Cuiabá, Porto Alegre e Manaus”, explica. O espírito empreendedor e o gosto pelo varejo são heranças de família. Nascido em Seul, Lee chegou ao Brasil com oito anos de idade acompanhado dos pais e de dois irmãos mais velhos. O ano era 1972, período em que a Coréia do Sul enfrentava constantes conflitos políticos. “Naquele tempo o sonho de qualquer coreano era fugir
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do país”, relembra. Sem saber falar português, a família se estabeleceu em São Paulo e, sete anos depois, já possuía duas lojas de bijuterias na cidade. Quase três décadas mais tarde, a Poppy Art & Bijoux – que chegou a ter dez unidades administradas pela mãe do empresário – serviu de inspiração para criar a Morana, primeira rede de lojas de bijuterias finas do País. Entusiasta do franchising, Lee costuma utilizar o exemplo da família para ilustrar as vantagens das franquias em relação às empresas próprias. “Aos poucos minha mãe precisou fechar os pontos-de-venda, porque hoje em dia é difícil para uma marca própria competir com as grandes redes de varejo, motivo que explica o sucesso cada vez maior das franquias”. Com esse pensamento em mente e valendo-se da experiência adquirida com a operação da Jin Jin Wok, em 2002 o empresário formatou o modelo de negócio da Morana, convertendo as duas unidades que
restaram da Poppy Art & Bijoux em lojas piloto. Foi o início de uma rede que, em menos de sete anos, já possui 102 unidades localizadas no Brasil e no exterior. Ao criar a rede de franquias a partir de um antigo negócio de família, Lee soube tirar proveito de um segmento promissor. Para o empreendedor, a evolução do design e das matérias-primas contribuiu para que as bijuterias – que até um passado não muito distante costumavam ser discriminadas e vistas como bugigangas – se tornassem objetos de moda cobiçados pelas mulheres. “Observei que não havia nenhuma marca especializada no segmento. Quem quisesse comprar brincos, por exemplo, só encontrava numa lojinha multimarcas escondida debaixo da escada rolante de determinado shopping”, diz. Outro fator que ajuda a explicar o crescimento vertiginoso da Morana é a presença cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho,
expansão internacional O sucesso da Morana no Brasil motivou o empreendedor a dar um dos passos mais ousados de sua trajetória: expandir a rede de lojas de bijuterias para o exterior. Dessa forma, em 2007 o Grupo Ornatus inaugurou unidades nos Estados Unidos e em Portugal. Com a crise financeira deflagrada no segundo semestre do ano passado, os planos de expansão internacional mudaram de foco. A estratégia da empresa para 2009 é priorizar mercados menos suscetíveis à crise e que possuem maior identificação e proximidade com o Brasil. Ao invés de se concentrar nos mercados europeu e norteamericano, Lee agora direciona as negociações para países da América Latina, com uma unidade recéminaugurada na cidade de Bogotá, na Colômbia. Entretanto, com a recente participação da Morana na Franchise Expo Paris – um dos mais importantes eventos do setor, que aconteceu em março na França – novas oportunidades internacionais podem surgir a qualquer momento. Adaptar-se ao mercado externo tem sido um dos grandes desafios enfrentados pelo empresário nos últimos dois anos. Para ajudar na operação das franquias internacionais, Lee conta com a ajuda do irmão mais velho, o engenheiro Marcos Ho Lee, que atualmente vive nos Estados Unidos. “Ainda estamos nos adaptando à realidade estrangeira. Não se trata de uma operação de loja pura e simples. É preciso ter muito mais cautela, planejamento e logística, até porque a burocracia é grande”, relata.
Sempre atento às oportunidades do mercado, ao mesmo tempo em que administrava a expansão internacional da Morana, Lee dedicava-se à criação de sua terceira marca, a Balonè, que também comercializa bijuterias e acessórios femininos, só que para um público-alvo mais jovem, composto por meninas de oito a 16 anos. Inaugurada em 2007, no momento a rede conta com 11 unidades e a perspectiva é fechar 2009 com 30 lojas. Apesar da agenda cheia, Lee faz
questão de manter um relacionamento próximo com os franqueados. Em sua opinião, o ponto principal de qualquer parceria é a acessibilidade e, por isso, ele faz questão de atender os franqueados pessoalmente e incluiu o número do celular pessoal em seu cartão de apresentação. “Há 15 anos, por exemplo, eu estava mais voltado às questões técnicas e operacionais da empresa. Hoje, cerca de 80% do tempo eu utilizo em processos de seleção, formação de pessoas ou em reuniões com parcei-
morana: primeira loja de bijuterias finas do Brasil
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o que impulsionou os setores de cosméticos, vestuário e acessórios de modo geral.
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PFranquia erfil
jin jin wok surgiu impulsionada pelo boom do fast-food nos anos 1990
ros e colaboradores”, conta. Seguindo essa lógica, o Grupo Ornatus investe no treinamento constante dos lojistas e vendedores. Além disso, os franqueados recebem, quinzenalmente, um DVD com conteúdo corporativo,
1964
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TRAJETÓRIA
Nasce Jae Ho Lee
50
1972
Vindos da Coréia do Sul, Jae Ho Lee e seus familiares chegam ao Brasil e se instalam na cidade de São Paulo
1979
feito sob medida para motivar os colaboradores e trazer informações sobre lançamentos e novidades da rede. A rotina de compromissos profissionais também não impede que o empresário de 44 anos continue estu-
1987
Lee conclui a faculdade de Administração de Empresas na USP
1992
Inauguração da primeira loja da Jin Jin
Inaugurada a primeira unidade da Poppy Art & Bijoux, na Rua Augusta, em São Paulo. Administrada pela mãe do empresário, inspiraria a criação da Morana, anos mais tarde Março 2009
dando. Para Lee, que acaba de concluir o MBA Executivo na ESPM, o segredo para se tornar um empreendedor de sucesso está na preparação contínua. “As mudanças são constantes e é preciso correr atrás de novos conhecimentos, literaturas e contatos. A vida toda eu passei me aprimorando e me preparando para crescer”, conta. A despeito da crise, as expectativas do empresário para 2009 são otimistas, ainda que cautelosas. “Sempre comparo a evolução empresarial com o sentido de entropia: crescemos bastante nos últimos dois anos e agora, usando a crise como desculpa, é hora de estabilizar as operações antes de dar início a novos projetos.” Ainda assim, a perspectiva de crescimento para o ano prevê a abertura de outras 60 unidades, somando-se as três marcas representadas pelo Grupo Ornatus. “Chegamos a um ponto em que, mesmo que eu não queira crescer, a rede se desenvolve naturalmente. Só em março inauguramos 12 lojas no Brasil”, comemora. Contato Jin Jin Wok (11) 4208-6200 www.grupoornatus.com
2002
Início da operação da Morana, primeira rede de lojas de bijuterias do Brasil
2007
Além do lançamento da marca Balonè, no mesmo ano é criado o Grupo Ornatus e são inauguradas as primeiras unidades internacionais da rede
2008
O empresário conclui o MBA Executivo na ESPM
2009
A convite da ABF, no mês de março o Grupo Ornatus participa da Franchise Expo Paris com um estande da Morana
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Marca sensível O conceito de inclusão agora pode ser estendido para a identificação de uma peça de roupa. A empresa catarinense Haco lançou uma linha de etiquetas que utilizam a linguagem Braille, o que permite que as marcas das grifes sejam reconhecidas por deficientes visuais. A ideia surgiu a partir de um trabalho em conjunto com grupos de deficientes, quando foi identificada a carência de produtos que facilitem o acesso destas pessoas ao universo da moda. www.haco.com.br/braille
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Revista do Varejo
www.dlink.com.br
ERP para vestuário O software Linx Global Fashion é uma solução de sistema de gestão empresarial específico para empresas do segmento têxtil e de vestuário. O ERP é dividido em módulos que abrangem desde o início da confecção até a finalização da venda ao consumidor final. A solução também dispõe de ferramentas que apoiam a decisão em nível estratégico, como os módulos de Business Intelligence e de relacionamento com clientes (CRM). No Brasil, a Linx atende empresas como Hering, Fórum e TNG. www.grupolinx.com.br
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localização precisa
Venda e reciclagem
O novo sistema de localização em tempo real com tecnologia UWB (Ultra-Wideband) tem precisão de até 15 cm mesmo em ambientes internos complexos. A tecnologia, desenvolvida pela Ubisense, utiliza sensores para detectar tags relacionadas a um determinado item. A partir da localização, o sistema cria uma visão detalhada do ambiente em 2D ou 3D. O recurso pode ser usado para precisar a localização de clientes em shoppings e supermercados, para determinar padrões de tráfego e compras, ou agilizar o rastreamento de mercadorias em armazéns. No Brasil, o sistema é comercializado pela In Mídia.
A JGB, fabricante de equipamentos de proteção individual (EPIs), passa a oferecer a partir de abril uma opção de logística reversa e reciclagem de sobras de couro. A intenção é transformar os resíduos de couro em adubo orgânico, evitando passivos ambientais para seus clientes. O serviço poderá ser contratado juntamente com a venda dos EPIs comercializados pela JGB, que utilizam couro em sua confecção. A primeira das duas plantas de reciclagem que estão sendo construídas será instalada no Sul de Santa Catarina e terá capacidade para beneficiar até 60 toneladas de adubo por mês. www.jgb.com.br
Refeições sob controle A partir deste mês, a Dimep Sistemas coloca no mercado a software DMP Refeitório, que auxilia na administração das refeições fornecidas aos colaboradores. A solução pode ser gerar históricos de refeições servidas, duplicadas e descrimina custos. Além de melhorar o controle e cobrança do consumo por parte dos RHs, também ajuda a melhorar a administração de estoques.
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www.inmidia.com.br
www.dimep.com.br Março 2009
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P e p fr s
Banho de Loja
Lastro
do consumo Hoje pela manhã escutei uma observação muito interessante sobre lastro e a importância de tê-lo ou não. Lastro é uma palavra usada com desenvoltura no mercado financeiro como sinônimo de garantia para uma operação. Extrapolando o raciocínio, podemos pensar qual é o nosso lastro, o que nos garante? Qual é o lastro do varejo mundial? O que o move e o garante? A resposta mais imediata é o consumo. Sem consumo não há lojas, operações, multicanais, etc., e por consequência se não há consumo, não há pedidos nas indústrias e a roda não gira. Na palavra lastro também está embutida a noção de segurança e confiança, é o peso que colocamos no fundo de uma embarcação e que assegura seu equilíbrio por mais que ela balance. Vivemos tempo de fortes balanços no varejo, no mundo e na vida das pessoas. Dois grandes balanços vêm da economia e da sustentabilidade. Ambos diretamente relacionados com o consumo. Existem forças antagônicas atuantes relacionadas ao consumo. Quem cuida das economias mundiais neste momento quer incentivar o consumo e a confiança das pessoas no sistema econômico vigente. Os ambientalistas, por outro lado, criam campanhas alertando sobre os prejuízos que o consumo desenfreado causa ao meio ambiente. É preciso ter muita atenção na evolução destas questões para pensar
o varejo de amanhã. Em que medida os formatos que conhecemos hoje se modificarão? De que maneira as mudanças nos níveis e formas de consumo afetarão as soluções que conhecemos hoje? Neste momento existem mais perguntas que respostas. Alguns paradigmas estão se modificando. Hoje o mundo vê que os Estados Unidos e sua economia não são tão inabaláveis quanto pareceria tempos atrás, e que a própria Terra da qual dependemos para não sermos literalmente extintos não é uma espécie de “baú da felicida-
“Dois grandes balanços
Kátia Bello
Arquiteta e sócia-diretora da Opus Design
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katia@opusdesign.com.br
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vêm da economia e da sustentabilidade. Ambos diretamente relacionados com o consumo” de”, de onde podemos tirar recursos ilimitados indefinidamente. Temos várias pendências a serem resolvidas relativas ao tema, mas vemos movimentações e várias tendências surgindo. Uma delas é a do consumo consciente. O aumento da nossa consciência sobre as decisões de compra e o consumo pensado não como ato isolado, mas como ação que interfere no coletivo, serão o lastro para nossa existência como varejistas, empresários e principalmente como pessoas que habitam o planeta Terra.
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Revista do Varejo
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P EQUENAS NOTĂ VEIS
70 Maio 2007
Fazendo melhor
Varejo
monoproduto No bairro onde moro há um posto de combustíveis de uma grande rede de supermercados. Grandes operadores de varejo estão adotando esta prática de diversificação de negócios, perseguindo os seguintes objetivos, dentre outros: Aumentar receitas. Diluir custos. Fixação da marca do varejista. O inusitado é que esses postos são pontos-de-venda monoproduto, comercializam única e exclusivamente gasolina. Não trocam óleo, não calibram pneus, não limpam parabrisa, nem vendem diesel ou quaisquer outras mercadorias com as quais os demais postos normalmente trabalham. São estabelecimentos focados no abastecimento de grande volume de automóveis por dia, priorizando o giro do estoque. Atendimento vapt vupt sem muita cerimônia. O cliente encosta o carro na bomba, enche o tanque, paga e vai embora feliz. A pergunta é: como conseguem vender grandes volumes quebrando o paradigma do bom atendimento e ainda sem prestar serviço, quando todos recomendam exatamente o contrário? Afinal, estamos na era em que o consumidor é o rei absoluto e as empresas devem se esmerar em tudo para satisfazê-lo. Satisfação tem a ver com o nível de
expectativa. É a partir desse ponto que se avalia a qualidade do atendimento. O cliente quer garantia de qualidade do combustível, redução de alguns centavos no preço, pagamento com cartão de crédito ou da rede, comodidade, ainda que seja preciso enfrentar uma fila mais ou menos organizada. Quando há uma boa razão, ninguém liga de esperar um pouco para ser atendido. Completado o tanque, o motorista avança alguns metros e paga no boxe de saída, com dinheiro ou cartão. O equipamento leitor do seu cartão
“Satisfação tem a ver com o
Palestrante, consultor de varejo, especialista em gestão e motivação de pessoas
moacirmoura@terra.com.br
nível de expectativa. É a partir desse ponto que se avalia a qualidade do atendimento” também tem um fio mais longo, você confere o valor e digita sua senha sem sair do carro. Nesse aspecto, expectativa cumprida e cliente satisfeito. Então há excelência no atendimento, sim senhor. Atendimento é conteúdo, cumprimento do contrato tácito estabelecido com o cliente. Satisfação 100%. Cortesia e agrados adicionais são acessórios que compõem a embalagem do processo do atendimento. Dispensáveis, quando a satisfação é total no que concerne ao produto e ao sistema de atendimento oferecido ou prometido como expectativa. Março 2009
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Moacir Moura
Jogo Friedman
Vendas altas e baixas Esta é uma variação do Passe a Grana e proporciona maior divertimento ao incluir um car tão vermelho (cartão de penalidade) junto com a “grana” (cartão
de premiação). O vencedor é o vendedor que efetuar a maior venda do dia. O cartão vermelho será entregue ao vendedor que efetuar a menor venda do dia.
com as menores vendas até aquele determinado momento. • Ao final do dia, o jogador com o maior valor de vendas ganha a “grana”. O vendedor com o menor valor de vendas fica com o cartão vermelho e deve executar as tarefas nele estipuladas.
Tipo de Jogo Competição individual. Duração sugerida Um dia. Como jogar No começo do dia, o primeiro vendedor a efetuar uma venda ganha a “grana”: R$ 10, R$ 20, etc. Durante o dia a “grana” vai sendo passada ao vendedor que efetuar a maior venda. Além dele, um cartão vermelho listando tarefas indesejáveis é entregue ao vendedor que efetuou a menor venda ou ao que não vender nada. O cartão vermelho circula entre os vendedores da mesma forma que a “grana”. Ao final do dia ganha a “grana” quem finalizou a maior venda. O vendedor que menos vendeu tem que cumprir a lista de tarefas que constam do cartão vermelho. Regras Básicas • O valor total das vendas efetuadas por vendedor é anotado no quadro de avisos. A “grana” passa de vendedor para vendedor à medida que o valor da venda de cada um deles superar o do anterior. Assim que cada vendedor efetuar uma venda, o cartão vermelho começa a ser passado para o que efetuou a menor venda, ou que ainda não vendeu nada. O cartão vermelho circula durante o dia entre os vendedores
Promovendo o Jogo Faça com que seus vendedores pendurem a “grana” ou o cartão vermelho na sua roupa. Explique-lhes que esta é uma maneira de os clientes se envolverem e ajudá-los a vencer. PREMIAÇÕES O prêmio é a “grana”. Dê ao prêmio o valor que desejar: R$ 5, R$ 10, R$ 20, etc., ou um vale-prêmio. Faça com que as penalidades do cartão vermelho sejam tarefas bastante desagradáveis como: retirar o lixo da loja durante uma semana, arrumar o estoque às sextas-feiras, etc. Materiais e Recursos Necessários • Faça no quadro de avisos o acompanhamento das vendas • Cartão vermelho • A “grana” • Quadro de avisos
Calendário de Seminários do Grupo Friedman PART – Programa de Atração e Retenção de Talentos 15 a 17 de abril – São Paulo – Hotel Quality Jardins
TVV – Treinamento de Vendas para o Varejo 30 de abril – Curitiba – Hotel Lizon 22 de maio – São Paulo – Hotel Quality Jardins
PTG – Programa de Treinamento de Gerentes 27 a 29 de abril – Curitiba – Hotel Lizon 19 a 21 de maio – São Paulo – Hotel Quality Jardins
PSL – Programa de Supervisão de Lojas 27 a 29 de maio – Rio de Janeiro – Copacabana Mar Hotel
MATERIAL PRODUZIDO PELO Rua da Assembléia, 10 – sala 2513 – Centro Cep: 20011-901 – Rio de Janeiro – RJ Telefone: 0800 704-4407 Fax: (21) 2156-8861
www.friedman.com.br
Incentiv ar a venda de itens específicos como uma nova coleção, um novo produto ou um item de baixo giro através de jogos e competições. Essa é a proposta da seção Jogo Friedman: disponibilizar a cada edição um jogo diferente para ajudar você a melhorar uma estatística ou um procedimento de vendas na sua loja. O material é extraído do Manual de Jogos & Competições para o Varejo do Grupo Friedman, uma coletânea de jogos e competições especialmente elaborados para aprimorar a performance no salão de vendas. O manual completo pode ser adquirido na loja virtual do site www. friedman.com.br
aGENDA Fashion Week da arquitetura e construção 7ª Feira Internacional de Revestimentos – Revestir 24 a 27/03/2009 Transamerica Expo Center São Paulo – SP A feira é a maior e mais tradicional do segmento de joias e relojoaria. Organizada pelo Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM), ela recebe os maiores lojistas do setor, interessados nas tendências em relógios e em joias em ouro, prata e pedras preciosas para o ano de 2009. Paralelo às exposições, há um ciclo de palestras e debates sobre o dia a dia dos varejistas do segmento.
www.exporevestir.com.br
17ª Feira Internacional da Indústria da Construção – Feicon Batimat 24 a 28/03/2009 Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP A Feicon é um dos principais eventos do setor na América Latina. A 17ª edição deve reunir cerca de 650 expositores e apresentar mais de 2 mil lançamentos. A feira apresenta novidades em esquadrias, por tas, fer ragens, tintas, ver nizes e acessórios para pintura, chuveiros e aquecedores, metais sanitários e acessórios, telhas, móveis, banheiras de hidromassagem, iluminação, lâmpadas em geral, inter r uptores, fios e cabos elétricos.
www.feicon.com.br
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8ª Feira Internacional de Beleza, Cabelos e Estética – Hair Brasil 28 a 31/03/2009 Expo Center Norte São Paulo – SP A Hair Brasil lança novos produtos, sinaliza tendências e promove negócios na área de beleza. Na última edição, 75 mil cabeleireiros, esteticistas, manicures e maquiadores visitaram a feira, onde cerca de 500 marcas expuseram seus produtos. O evento ainda oferece congressos e workshops com técnicas mundiais.
www.hairbrasil.com
26ª Feira Brasileira de Brinquedos – Abrin 13 a 16/04/2009 Expo Center Norte São Paulo – SP Promovida pela Associação Brasileira de Brinquedos, a feira reúne os maiores fabricantes nacionais do segmento. Em destaque, os principais lançamentos de produtos que estarão nas prateleiras das lojas de brinquedos em 2009.
www.abrin.com.br 9ª Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços – Automec 14 a 18/04/2009 Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi São Paulo – SP A feira é referência para o setor e apresenta as novidades tecnológicas em produtos e serviços do setor de autopeças. A perspectiva é que a nona edição receba cerca de 96 mil visitantes e compradores. Estarão presentes 1.400 expositores do Brasil e de outros 30 países.
www.tecnotextilbrasil.com.br Expo Money O circuito de eventos focado na educação financeira começa o ciclo 2009 por Curitiba. Veja as datas: 25 e 26/03 – Expo Money Curitiba 7 e 8/04 – Expo Money Recife 14 e 15/04 – Expo Money Fortaleza
www.expomoney.com.br 60 Março 2009
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Pequenas notáveis
Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato anuncia vencedores
foto: Márcia Gouthier/ASN
As 100 melhores unidades produtivas de artesanato do País já estão selecionadas. Os vencedores da segunda edição do Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato estão distribuídos em 24 estados e no Distrito Federal. Piauí lidera o número de unidades produtivas vencedoras, com nove premiados. Em seguida vem a Paraíba, onde há oito unidades selecionadas, e Pernambuco, onde há sete. Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo contam com seis unidades que serão premiadas. A cerimônia de premiação será realizada no Rio de Janeiro ainda no primeiro semestre do ano. Os vencedores recebem o custeio de deslocamento e de hospedagem para a participação no evento. Ganham também uma autorização de uso do selo ‘Prêmio Sebrae Top 100
de Artesanato – 2ª edição’, além de um certificado de premiação e da divulgação de três produtos nos sites do Sebrae Nacional e nos estados, no CD promocional e no catálogo do prêmio. Após a premiação, haverá dois dias de rodadas de negócios. “A ideia é promover o encontro entre compradores e fornecedores para incentivar a criação de grandes parcerias de negócios”, destaca Beatriz Rossetto, analista da Unidade de Acesso a Mercados. Ela ressalta que os premiados também terão direito à participação em outra rodada de negócios que será realizada seis meses após a primeira. Esta segunda edição do prêmio recebeu 1.025 inscrições, entre artesãos independentes ou ligados a associações e cooperativas, além de micro e pequenas empresas. Desses inscritos, os 188 mais bem pontuados receberam a visita de consultores especializados para avaliar in loco as informações recebidas. Depois dessa análise, 150 unidades foram selecionadas para serem avaliadas pela comissão julgadora. Na premiação deste ano, os inscritos foram avaliados em 11 critérios: grau de inovação dos produtos, adequação econômica dos produtos, adequação
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vencedores
À esquerda: Opalas de Pedro II. Acima: Casa das Rendeiras, ambos do Piauí. Abaixo: Flor do Cerrado, do Distrito Federal
ergonômica dos postos de trabalho, adequação ambiental, eficiência produtiva, adequação cultural, adequação logística, qualidade percebida, práticas comerciais, responsabilidade social e gestão estratégica da unidade. “Esse último critério foi novidade nessa segunda edição, ressaltando que se trata de um prêmio de gestão voltado para o mercado. Selecionamos as 100 unidades mais competitivas do País de acordo com critérios mercadológicos”, explica Rossetto. A coordenadora de Ar tesanato do Sebrae Nacional, Durcelice Mascêne, destaca mais uma mudança introduzida na edição deste ano: as 20 unidades mais bem pontuadas de cada estado receberão uma análise devolutiva para ajudar na formulação de estratégias futuras. “Acreditamos que, com isso, teremos unidades mais consolidadas e competitivas no mercado”, afirma. Agência Sebrae de Notícias
1. Cooesa 2. Iba Produtos Florestais Sustentáveis 3. Marchetaria do Acre 4. Aisbope 5. Artesanato Ouricuri 6. Artesanato Taboa 7. Art-Ilha 8. Caleidoscópio 9. Mulheres Artesãs do Setor de Coraci 10. J. Rayssa Biojóias Artesanais 11. Nov’Arte 12. Rita Prossi 13. Fundart 14. Apaeb 15. Assoc. Artesãos do Distrito do Raso 16. Camapet 17. Cores da Terra 18. Arte Vida Criações Aspraca 19. Assoc. Artesãos do Padre Cícero 20. Ceará Designer 21. Libertar 22. Grupo Prod. Artesanal Mãos de Fada 23. Tauarte 24. Agave Papéis Artesanais 25. Bordadeiras de Taguatinga 26. Brincando com Linhas 27. Flor do Cerrado 28. Thelma Regina 29. Artesanato em Taboa 30. Cerâmica Boa Nova 31. Instituto Flamboyant 32. Jazidas de Goiás 33. Magda Santos Joalheria 34. Tecelagem Olhos d’Água 35. Artecoop 36. Associação Santa Maria 37. Bilros de Ouro 38. Grupo Mulheres de Fibra 39. Brasil Pitanga 40. Casa do Artesão 41. Com Arte 42. Dedo de Gente 43. Fio Brasil 44. Futurarte 45. Atelier Florada do Tagy 46. Flor de Xarães 47. Oficina Tecelagem Andalucia 48. Mato Forte 49. Pacová 50. Toco Design
AC AC AC AL AL AL AL AL AM AM AM AM AP BA BA BA BA CE CE CE CE CE CE DF DF DF DF DF ES GO GO GO GO GO MA MA MA MA MG MG MG MG MG MG MS MS MS MT MT MT
51. Trançada de Arapiuns 52. Assoam 53. Assoarti 54. Cooban 55. COOMAJT 56. Cuiuiú 57. Desfiar 58. Natural Fashion 59. Terra do Sol 60. Alexander Mont´Elberto Fernandes 61. Arte Primitiva 62. Artesanato de Pitombeiras 63. Associação Cestaria Cana-Brava 64. Ceramistas do Cabo 65. Isnaldo Reis Design 66. Mar e Arte 67. ACCBT Bordados 68. APP – Assoc. Artesãos de Pedro II 69. Ateliê de Prata 70. Casa das Rendeiras 71. Cerâmica Serra da Capivara 72. Cooperart 73. Coop. dos Garimpeiros de Pedro II 74. Opalas de Pedro II 75. Trapos e Fiapos 76. Atelier Fedalto e Otero 77. Ateliê Monica Carvalho 78. Cooperativa Nós da Trama 79. Élson Angelim 80. Ethos Brasil Design 81. Homem de Barro 82. Tábua de São Francisco 83. Assoc. de Artesãos Lajes Pintadas 84. Bordadeiras de Timbaúba 85. Apae Ji-Paraná 86. ASAOAMA 87. Coopflora 88. Rio Terra 89. Favos do Sul 90. Lã Pura 91. Caminho das Fibras 92. Toca Tapetes 93. Tranças da Terra 94. 1001 retalhos 95. Adere 96. Brotos e Gomos 97. Café Igaraí 98. Evamaria 99. Junco 100. ABA
PA PB PB PB PB PB PB PB PB PE PE PE PE PE PE PE PI PI PI PI PI PI PI PI PI PR RJ RJ RJ RJ RJ RJ RN RN RO RO RO RO RS RS SC SC SC SP SP SP SP SP SP TO
por alexandre gonçalves www.empreendedor.com.br WWW.EMPREENDEDOR.COM.BR Empreendedor na internet
alexandre @empreendedor.com.br
Formalização para crescer De acordo com o Sebrae, há no Brasil cerca de 11 milhões de empreendedores informais. Mas conforme Paulo Melchor, consultor jurídico do Sebrae, a nova legislação do Microempreendedor Individual (MEI), criada pela Lei Complementar 128/08, pode enquadrar esses empresários que ganham até R$ 36 mil por ano, incentivando o crescimento dos negócios. Melchor defende que a maioria das pessoas que trabalham na informalidade enfrenta dificuldades para crescer. “O trabalhador informal pode até se sentir em desvantagem por ter que cumprir obrigações fiscais e tributárias se fosse formal, porém não terá grandes chances de crescer”, enfatiza. Segundo Melchor, os
informais sofrem risco de fiscalização e podem ser autuados, além de não recolherem contribuição previdenciária. Ele destaca que a nova legislação é uma oportunidade ímpar para sair da informalidade. “Até atividades desenvolvidas na residência serão permitidas e terão regulamentação específica. E esses microempresários não precisarão emitir nota para pessoas físicas”, ressalta. Para ler a reportagem completa sobre formalização dos negócios, acesse a seção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e procure pelo título: “Formalização favorece crescimento dos negócios”.
Enquete Após ler a reportagem sobre formalização dos negócios, participe da nova enquete do site Empreendedor. Responda qual é, na sua opinião, o maior benefício de ser um empreendedor formal. Para dar o seu voto, acesse a seção “Enquetes”, no menu à esquerda do site, e escolha uma das alternativas: acesso a crédito; direito à Previdência Social; há mais vantagem em ser informal.
Redução de custos
As decisões e os desafios dos empreendedores durante a atual crise econômica foi o assunto tratado na enquete de fevereiro do site Empreendedor. De acordo com a pesquisa, a maioria dos internautas (43,42% do total de 228 votos) acredita que a melhor maneira de reduzir custos em uma empresa é renovar o mix de produtos.
g Renovar mix de produtos g Implantar TI g Aumentar preços g Demitir funcionários
8% 42%
43,42% 41,67% 8,33% 6,58%
7%
Revista do Varejo
43%
66 Março 2009
Artigos Empreendedorismo, negócios e tendências do mercado integram alguns assuntos dos artigos publicados diariamente no site Empreendedor. Temas focados na atualidade analisados por especialistas, empresários e profissionais com larga experiência informam os empreendedores com propriedade. Para acessá-los, clique na seção “Artigos”, no menu à esquerda do site, e escolha o tema desejado. Você também pode contribuir com a seção enviando sugestões de artigos sobre temas importantes para o mundo dos negócios. Envie o artigo com nome, qualificação profissional e e-mail para Carla Kempinski, editora de conteúdo do site Empreendedor, através do e-mail carla@empreendedor.com.br. Os artigos serão analisados e, se estiverem de acordo com o perfil do portal, serão publicados.
Interatividade Confira os últimos comentários postados no site durante o mês de fevereiro:
Há anos defendo esta tese sem muito sucesso. Trabalho num setor que exige muita concentração, e quando peço para não ser interrompida não sou compreendida. A matéria é muito interessante e possibilita uma reflexão sobre os “ralos” na atividade corporativa.
Clementina Pinto da Silva sobre a reportagem “Pensódromo aumenta produtividade de quem precisa trabalhar sem interrupções” Concordo plenamente, crise é oportunidade. É só relembrar o que ocorreu nos primeiros anos do governo Getúlio, logo após a crise de 1929. Modelo substituição das importações. Naquela época o Brasil não tinha como pagar as importações. Começou a produzir internamente. Atualmente, pelo alto valor do dólar que encarece as importações, é uma excelente oportunidade para o mercado interno crescer. As autoridades não podem perder esta oportunidade.
Luis Luz sobre o artigo “Em tempos de crise, surge o líder século 21” Achei muito interessante a matéria e concordo com os dois comerciantes. Cada cliente tem seu jeito, mas um atrativo, seja onde for, é sempre bem-vindo.
Silvio sobre a reportagem “Sex shops adotam estratégias para deixar clientes mais à vontade” O autor do artigo tem uma sutileza exata do que está acontecendo. Vejo muitos se queixarem da crise, dispensando funcionários, parando de investir. Exemplos de gestores incompetentes que a usam para se desculpar de seus fracassos.
Helcio José Figueira sobre o artigo “Afinal, a crise já existe ou estamos esperando por ela?”
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empreendedor_225_280 segunda-feira, 30 de junho de 2008 11:28:45