Revista Divina Misericórdia 28

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Revista

Divina Misericórdia Publicação Bimestral- Ano VII - Nº 28 - Agosto/Setembro de 2014

50 anos da presença dos

Padres Marianos no Brasil Os primeiros

Missionários MARIANOS NO

BRASIL

Testamento do PAPA JOÃO PAULO II

aos Padres Marianos

33 ANOS

de divulgação da Mensagem da Misericórdia no Brasil


Mensagem do Diretor

Caríssimos leitores, A Província da Divina Misericórdia dos Padres Marianos ‒ que dirige o Apostolado da Divina Misericórdia no Brasil e mantém esta revista ‒ está celebrando no transcurso destes meses de julho e agosto o Jubileu de Ouro da missão em terras brasileiras. Ao longo desses anos em que os Padres Marianos trabalham no Brasil, por meio desta revista, muitos chegaram a conhecer a nossa Congregação, rezam por ela e pelos frutos de suas obras apostólicas. Porém, temos um grande grupo de novos assinantes que ainda não nos conhecem. Por isso, ao celebrarmos o nosso Jubileu de Ouro, gostaríamos de nos apresentar para que você conheça a nossa história, apaixone-se pelo nosso carisma e descubra o amor maternal de Maria Imaculada e a Imensidão do Amor Misericordioso de Deus, levando essa experiência aos irmãos como um discípulo missionário. Agradecemos a Deus, por meio da Imaculada, por todas as pessoas vivas e falecidas, que ao longo desses cinquenta anos tomaram parte nessa obra. Sintam-se parte dessa família, que sempre cresce, de amigos e colaboradores Marianos. Nós rezamos por você, reze também por nós! E lembre-se sempre que Maria é o caminho seguro para nos aproximarmos sempre mais de Jesus. “Quem pertence à Imaculada, não se perderá”, assim dizia São Maximiliano Kolbe.

Padre André Diretor

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Expediente Revista Divina Misericórdia

Sumário Destaque

Publicação bimestral do Apostolado da Divina Misericórdia da Congregação dos Padres Marianos do Brasil Diretor Pe. André Lach, MIC Conselho Editorial

Pe. André Lach, MIC Pe. Leandro Ap. da Silva, MIC Gislaine Keizanoski Carina Novak, OCV Jornalista editora Gislaine Keizanoski

Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição: presença querida e guiada pela misericordiosa providência de Deus ao longo da história..................................................................... 4 A província brasileira da Misericórdia Divina ........................................... 8 Testamento do Papa João Paulo II aos Padres Marianos ...................... 12 A Misericórdia Divina no carisma da Congregação dos Padres Marianos .................................................. 13 Os Padres Marianos e a devoção à Divina Misericórdia ....................... 14 Apostolado da Divina Misericórdia no Brasil......................................... 17

Marianos

Revisão Carina Novak, OCV Gislaine Keizanoski

Associação dos Auxiliares Marianos ........................................................ 19

Projeto visual e diagramação Lucas S. Teixeira

Obras de misericórdia nos escritos e na vida do Padre Estanislau Papczyński ............................................ 20

Nihil Obstat Pe. Jair Batista de Souza, MIC Roma, 17 de Julho de 2014 Imprimatur Pe. Leandro A. da Silva, MIC

Provincial dos Padres Marianos do Brasil

Contato Rua Profeta Elias, 149 Umbará - 81.930-020 Curitiba - PR - Brasil editora@misericordia.org.br (41) 3348 5043

Bem-aventurado Jorge Matulewicz-Matulaitis Apóstolo da Divina Misericórdia .......................................................... 22

Luta pela Vida Milagre atribuído à intercessão do venerável fundador dos Padres Marianos .............................................................. 26

Maria Totus Tuus: “A visitação da Virgem Maria se repete com mais frequência do que pensamos” ............................................... 28

Vocacional Deus preparou o meu caminho ................................................................. 30 Santuário da Divina Misericórdia em Curitiba - PR


Destaque

Os Padres Marianos são os pioneiros na divulgação da Mensagem da Divina Misericórdia no Brasil. Nesta edição vamos conhecer um pouco mais sobre a história dessa Congregação, a sua estreita ligação com as revelações da Irmã Faustina Kowalska e a chegada dos Marianos no Brasil.

Embarque nessa história!

Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição:

C

ada família religiosa nasce por uma inspiração de Deus que ‒ por meio de uma pessoa concreta: o fundador ‒ deseja manifestar ou realçar algum aspecto do Mistério e da Ação da Igreja. Não foi diferente com a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Beatíssima Virgem Maria. Fundada por inspiração divina, na Polônia, em 1673, pelo Bem-aventurado Padre Estanislau Papczyński, a nova comunidade possuía desde o início o específico fim de dedicar-se à promoção do culto à Imaculada Conceição de Maria. Alguns anos mais tarde, o Bem-aventurado Papczyński acrescentou uma segunda finalidade particular: o sufrágio das almas necessitadas no purgatório. Segundo a inspiração do Fundador, os Marianos também exerciam na Igreja uma terceira finalidade: a missão de ajudar os párocos em suas atividade pastorais.

A partir do Mistério da Imaculada Conceição, o Padre Estanislau viveu uma profunda experiência de Deus que o convenceu do incontestável chamado divino para fundar um Instituto Religioso dedicado a esse Mistério. Para dar início ao Instituto, ele se uniu a uma pequena comunidade de eremitas que vivia na floresta de Korabiew (hoje, Puszcza Mariańska). Em 1673, a nova Comunidade dos Marianos recebeu a primeira aprovação diocesana, concedida por Dom Stefan Wierzbowski, bispo de Poznań, e em 1679 recebeu a aprovação diocesana definitiva. Na época da aprovação, além do “Berço” em Korabiew, o Instituto dos Marianos dispunha de um segundo convento e de uma pequena igreja chamada “Cenáculo do Senhor” em Nova Jerusalém (hoje, Góra Kalwaria), que havia sido doado,


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PRESENÇA QUERIDA E GUIADA PELA

MISERICORDIOSA PROVIDÊNCIA DE DEUS AO LONGO DA HISTÓRIA Padre Jair Batista de Souza, MIC

Roma - Itália

em 1677, pelo próprio Dom Stefan Wierzbowski. Depois de permanecer por quase 30 anos sob a jurisdição do Bispo de Poznań, o Instituto dos Marianos recebeu, em 1699, a total aprovação eclesiástica, tornando-se uma Ordem de Direito Pontifício, sob a jurisdição canônica do Santo Padre. Contudo, a Ordem dos Marianos não conseguiu obter a permissão de emitir ‒ com base na Norma Vitae, escrita pelo Fundador ‒ os votos solenes, e tiveram que tomar para si uma das regras religiosas já aprovadas pela Santa Sé. Escolheram a Regra das Dez Virtudes da Bem-aventurada Virgem Maria, por isso, ficaram sobre a jurisdição canônica dos Frades Menores. Nessa época, a Ordem dos Marianos contava com apenas duas dezenas de membros, reunidos em três conventos. O Padre Estanislau foi eleito Superior Geral vitalício. No último decênio do séc. XVII atuou como seu assistente o Padre Joachim Kozłowski que, depois, foi eleito e confirmado pelo Fundador como seu sucessor. Com a morte do Padre Fundador, em 1701, o Padre J. Kozłowski foi eleito Superior Geral e exerceu essa função por diversos anos.

A partir de 1710, a Ordem dos Marianos passou por várias dificuldades internas e externas. As dificuldades foram tantas que as autoridades eclesiásticas tiveram que intervir. Em 1716, como resultado

Depois de permanecer por quase 30 anos sob a jurisdição do Bispo de Poznań, o Instituto dos Marianos recebeu, em 1699, a total aprovação eclesiástica, tornandose uma Ordem de Direito Pontifício da intervenção do Bispo Adam Rostkowski, a comunidade dos Marianos foi dispersa e a quase totalidade dos Padres Marianos foi incardinada nas diferentes paróquias diocesanas. O noviciado foi fechado, apenas oito religiosos permaneceram nos conventos. A crise aconteceu, em grande parte, porque, desde 1699, os Marianos estavam sem uma constituição

confirmada pela Santa Sé. Em 1722, a Ordem pôde ser restabelecida da sua “dispersão” e, para evitar futuros problemas, o Padre Kozłowski foi enviado a Roma para obter a aprovação das Constituições. No ano de 1723, por fim, consegue, da parte do Papa Inocêncio XII, a aprovação dos Estatutos, elaborados em conformidade com a Norma Vitae. No início do século XVIII, Deus envia uma pessoa de grande destaque, o Servo de Deus Padre Kazimierz Wyszyński que, entre os anos 1725-1750, foi investido de várias funções na Ordem dos Marianos, tais como, por duas vezes, a função de Superior Geral. O Padre Kazimierz deu início na Ordem a um forte movimento de renovação espiritual, de regresso às origens e retomada fiel das mesmas inspirações do Fundador, por quem esse servo de Deus tinha um grande amor. Uma nova ênfase foi dada à imitação das Dez Virtudes da Virgem Maria. Ao Padre Kazimierz se deve também o movimento de expansão da Ordem dos Marianos, com a fundação de novos conventos: em Rasna e Mariampol na Lituânia e, em 1754, em

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Balsamão ‒ Portugal, onde o próprio Padre Kazimierz viveu por algum tempo e onde, no ano de 1755, morreu com fama de santidade. Na segunda metade do século XVIII, a Ordem passa por um rápido desenvolvimento. Em 1779, os Marianos estabeleceram-se também em Roma ‒ Itália (Igreja de São Vitto). Durante o governo do Superior Geral Rajmund Nowicki (1776-1788), o desenvolvimento da Ordem é evidente. Por volta de 1781, conta com 147 membros em 13 conventos. Nesse mesmo ano, a Ordem dos Marianos obtém junto do Papa Pio VI a independência em relação à Ordem dos Frades Menores, assim como a aprovação dos Novos Estatutos. Contudo, no fim do século XVIII, devido às perseguições promovidas por governos contrários à Igreja e à vida religiosa, os Marianos iniciaram um período de declínio numérico. Foi fechado o convento de São Vitto em Roma (1798). Os três conventos de Portugal foram abolidos pelo Governo português (1834).

Bem-aventurado

No território da Polônia e da Lituânia, a partir do início do século XIX, também sofre a perda de seus membros. No ano de 1835, contavam-se apenas 63 religiosos em sete conventos. Em 1863, o Czar Alexandre II ordenou a gradual supressão de todos os institutos religiosos no Reino

29 de agosto de 1909 é a data que registra o renascimento assim, por Providência Divina, praticamente das cinzas, da Congregação dos Padres Marianos. da Polônia. Em consequência disso, entre 1864-1866, os sete conventos dos Marianos foram suprimidos, 11 religiosos foram exilados na Sibéria. Para manter as funções religiosas, foi deixado apenas um sacerdote em cada uma das igrejas. Todos os outros religiosos foram transferidos ao convento de Mariampol na Lituânia.

Pe. Kazimierz(Casimiro)

Wyszyński 2014 6Pe.- Stanisław Revista Papczyński Divina Misericórdia - Agosto/Setembro

Mantidos sob intensa vigilância, os Marianos viviam nesse convento como em uma prisão superlotada. Não surpreende, portanto, que por essa dificílima condição muitos se viram forçados a abandonar a Ordem, incardinando-se nas dioceses. Para outros, a conclusão do tempo de permanência no convento encerrou-se com a morte. Como era impossível aceitar novos candidatos para o noviciado, o numero dos Marianos caiu rapidamente. Em 1867 eram ainda 24 membros. Em 1897 sobraram somente três. Em 1908, sobrevivia em Mariampol apenas um único Mariano: o Padre Wincenty Sekowski. Esse padre, já de idade avançada, era também o último Superior Geral da Ordem dos Marianos. Com a sua morte morreria a Ordem fundada pelo Padre Estanislau Papczyński. Para salvar a Ordem da extinção eminente, seria necessário transformá-la em uma comunidade clandestina. Essa proposta foi apresentada ao Padre Sekowski pelo Padre Jorge

Bem-aventurado Bp. Jerzy( Jorge) Matulewicz-Matulaitis

Bem-aventurado Pe. Antoni(Antônio) Leszczewicz


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Matulaitis que desde a sua infância conhecia os Marianos. Com a plena autorização do Padre Sekowski, na primavera de 1909, o Padre Jorge foi até Roma para pedir, junto à Santa Sé, a permissão de mudar o hábito branco por uma veste comum, igual a que era usada pelos padres diocesanos. Ao mesmo tempo, o Padre Jorge pedia a permissão para abrir um noviciado clandestino em São Petersburgo. Era também necessário adaptar as constituições dos Marianos a essa nova realidade. Todas essas propostas de mudança do Padre Jorge foram aceitas pela Santa Sé, e 29 de agosto de 1909 é a data que registra essa aprovação. Ao Padre Jorge foi concedido a dispensa da emissão dos votos, não necessitando fazer o noviciado. Nesse mesmo dia, o seu amigo Padre Franciszek Bucys iniciou o noviciado. Renascia assim, por Providência Divina, praticamente das cinzas, a Congregação dos Padres Marianos, agora renovada e adaptada à nova situação de clandestinidade. A Renovação da Congregação se consolidou em 1910,

Bem-aventurado Pe. Jerzy( Jorge) Kaszyra

quando o Papa Pio X aprovou as Novas Constituições. Na ocasião da morte do Padre Vincent Sekowski, em 1911, a Congregação já contava com dois professos e um noviço. Naquele mesmo ano, Padre Jorge foi eleito Superior Geral.

Devido, em grande parte, ao carisma do Padre Jorge e também devido às atividade dos Marianos ‒ novos candidatos foram afluindo, sempre mais numerosos, para a Congregação. Em 1930, os Marianos contavam com um numero de 299 membros em 17 conventos.

Pe. Józef( José) Jarzębowski

Pe. Andrzej(André) Pakuła

O Bem-aventurado Jorge Matulaitis deixou uma marca profunda na Congregação por sua espiritualidade, seu amor e dedicação a Cristo e à Igreja. Essa dedicação passou a fazer parte integrante da identidade dos Marianos, por isso o Padre Jorge é reconhecido como o Renovador dos Marianos. Desde o início, Padre Jorge quis estender a presença da Congregação nas diversas regiões do mundo. Já no ano de 1913, iniciou uma missão nos Estados Unidos. Em 1925, a Cúria Geral foi transferida de Mariampol para Roma. A expansão da Congregação continuou a se estender sempre mais, abrindo novas missões em diversas partes do mundo. Em 1964, os Marianos chegaram ao Brasil. Hoje, a Congregação dos Padres Marianos está presente em 19 países do mundo. Somos cerca de 500 membros que, esforçando-se por se manter fiéis à herança espiritual, se empenham por levar avante o Carisma Mariano do Fundador, temperado com o Zelo Apostólico do Renovador.

Pe. Leandro Aparecido da Silva


Destaque

50ANOS DOS PADRES MARIANOS NO BRASIL

A PROVÍNCIA BRASILEIRA

da

Misericórdia Divina Pe. Leandro Aparecido da Silva, MIC

Superior Provincial

A

Os primeiros Missionários Marianos no Brasil

Congregação dos Padres Marianos iniciou seu apostolado no Brasil em 1964. Os primeiros Missionários Marianos a desembarcarem no Brasil foram os padres João Szurek e José Sielski. A eles havia sido confiado a paróquia de Nossa Senhora da Glória, no Sergipe. Uma paróquia territorialmente bastante extensa, que envolvia numerosas capelas, ao redor das quais se reuniam cerca de 30 mil fiéis. O acontecimento que definiu o ano de 1964 como marco da missão brasileira foi uma cerimônia solene no dia 31 de julho, às 16h30, na qual participaram o prefeito municipal Filemon Bezerra, o professor Manuel Cardoso, o seminarista Elon, o representante da juventude José Paulo, uma representante das Filhas de Maria e também uma criança. Nessa cerimônia discursou o bispo e, na qualidade de último cura daquela paróquia, o Padre Alfredo. Por fim, no final da cerimônia, tomou a palavra o

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Padre João Szurek que, agradecendo à Divina Providência por tê-lo encaminhado até aquela localidade, reafirmou sua disposição de trabalhar e conviver com o povo. Sendo sacerdote, se empenharia para que o povo daquela localidade pudesse receber a Palavra de Deus, que é o alimento da fé da Igreja, como também, se empenharia para que todos os fiéis pudessem receber com frequência os sacramentos. Pedia à Santíssima Virgem que a cada um dos presentes Ela desse o entendimento de que a vida nesta terra é apenas uma preparação para uma vida melhor, para a vida eterna que nos espera. Em Curitiba, o arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux, confia uma segunda paróquia aos Padres Marianos. Enquanto se concluía a construção da igreja e instalações paroquiais da comunidade São Jorge, o Padre Boleslau Jakimowicz, vindo da Polônia, hospedava-se na Casa dos Padres Oblatos de São José, no bairro Portão. Indicado pelo Superior Geral para trabalhar com o Padre Jakimowicz, em 19 de junho de 1967, desembarcou em Curitiba,


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vindo de Balsamão-Portugal, o Irmão Antônio dos Reis Fernandes. Dois meses depois, em 13 de agosto de 1967, o arcebispo Dom Manuel da Silveira D’Elboux preside, às 9h30, a solene investidura do Padre Boleslau Jakimowicz como primeiro pároco da paróquia São Jorge.

Carisma Os Padres Marianos procuram envolver todo o trabalho evangelizador que realizam com o espírito e o carisma dos Bem-aventurados Padre Estanislau Papczyński e Bispo Jorge Matulaitis-Matulewicz, o primeiro, Fundador e o segundo, Renovador da Congregação. Um elemento forte da missão da Congregação dos Marianos no Brasil é a divulgação da Devoção à Misericórdia Divina que realizamos através do Apostolado da Misericórdia e do Santuário da Misericórdia, sediados em Curitiba. O Apostolado-Santuário alcança todo o Brasil, através da publicação de diversos livros, livretos, folhetos devocionais e de um periódico, além de outras formas de comunicação, como a internet, rádio e TV. O Santuário tem se tornado, para um grande número de pessoas, cada vez mais, um lugar de encontro com o Mistério da Misericórdia de Deus.

Não estamos sós. Um elemento presente na ação pastoral e formativa dos Padres Marianos é a colaboração dos leigos. Desde o princípio, junto ao fundador, Padre Estanislau, e por seu estímulo, em torno da Ordem dos Marianos se congregaram pessoas leigas que, inspiradas por nossa espiritualidade, moldaram a própria fé e, de uma forma apropriada aos leigos, realizaram a missão mariana. Isso segue acontecendo também hoje. Ao longo do tempo de presença dos Padres Marianos no Brasil, foram se vinculando à nossa comunidade numerosos colaboradores, inicialmente chamados “Padrinhos e Madrinhas Vocacionais”. No momento atual, contamos com a participação de mais de 1500 colaboradores, coordenados como Associação dos Auxiliares Marianos. Com certeza o nosso trabalho não seria tão proveitoso, e em muitos lugares seria até impossível, sem o apoio concreto e generoso dos leigos, através da oração, da ajuda profissional, organizacional e material. Toda a nossa história, envolta nas bênçãos de Deus, que continuamente experimentamos, levam-nos a uma convicção forte de que o carisma dos Padres Marianos é um dom para toda a Igreja.

A Família cresceu

Ação de Graças

Hoje fazem parte da Província Brasileira dos Padres Marianos 31 sacerdotes: 12 poloneses, 18 brasileiros e 1 paraguaio. São 10 os religiosos que completam os estudos de filosofia e teologia, 3 noviços e 7 postulantes.

Como atual Provincial da Congregação dos Padres Marianos, convido todos a participarem conosco desse nosso momento celebrativo. Que neste tempo especial e festivo, através das

mãos maternas da Imaculada, nossa Padroeira, e por intercessão dos Bem-aventurados Padre Estanislau Papczyński e Bispo Jorge MatulaitisMatulewicz, se eleve a Deus do coração de todos aqueles que fazem parte da Família Mariana, como de um só coração, uma continua oração de gratidão por todas as graças que a Misericórdia Divina concedeu ao Brasil através da Província Brasileira dos Padres Marianos. Confiamo-nos às vossas orações, caro leitor, por nós e por toda a Congregação.

Cronograma das Celebrações em Curitiba 31 de Julho de 2014,

na Paróquia São Jorge, Rua Itacolomi, 1840, Portão: Santa Missa às 19h30 presidida pelo Superior Geral, Pe André Pakula, MIC.

01 de Agosto, na Paróquia

Sagrada Família, Rua João Stenzowski, 100, Novo Mundo: Santa Missa às 19h30 presidida por Dom Antônio W. da Silva, Bispo de Guarapuava – PR.

02 de Agosto, no Santuário da

Divina Misericórdia, Estrada do Ganchinho, 570 – Umbará: Santa Missa com ordenação diaconal do seminarista Edmar Eing às 19h00 presidida por Dom João Alves dos Santos, Bispo de Paranaguá – PR.

03 de Agosto, na Paróquia São Jorge, Rua Itacolomi, 1840, Portão: Santa Missa às 11h00.


Marianos da Imaculada Conceição

Conheça as nossas paróquias Santuário da Divina Misericórdia Curitiba - PR - Apostolado da Divina Misericórdia Paróquia São Jorge Curitiba - PR - Província Brasileira e Seminário Maior

Paróquia Sagrada Família Curitiba - PR

Paróquia Santo Antônio Manoel Ribas - PR - Noviciado e Postulantado

Paróquia N. S. da Salete Barra de Sta. Salete - Manoel Ribas - PR

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Paróquia N. S. da Imaculada Conceição Crateús - CE

Paróquia N. S. do Perpétuo Socorro Adrianópolis - PR

Paróquia São Sebastião Rio de Janeiro - RJ

Paróquia N. S. Aparecida Turvo - PR

Paróquia N. S. Aparecida Mongaguá - SP

Paróquia N. S. das Graças Mafra - SC


Destaque

Testamento DO PAPA JOÃO PAULO II aos Padres Marianos Mensagem do Papa João Paulo II, dirigida, no dia 10 de março de 2005, da Policlínica Gemelli, aos padres Marianos reunidos em Roma para o Capítulo Geral

Q

ueridos Irmãos! Vós perreligiosas e preparando adequadamente os aspirantes do vosso Instenceis a um Institutituto para que sejam to Religioso generosos operários na que conta entre os seus messe do Senhor. Aunão tenhais membros religiosos mente também a vossa exemplares, que servimedo de colaboração pastoral ram a Igreja em vários enfrentar os com os fiéis leigos, dedicampos, encontrando-se cando especial atenção desafios do com frequência em siaos jovens e aos necessituações difíceis e arrisnosso tempo tados, aos marginalizacadas. Não são poucos dos e aos idosos. Sede, os vossos irmãos que para todos, apóstolos e testemupercorreram até ao fim o caminho nhas da Misericórdia Divina. do testemunho cristão intrépido. É suficiente recordar figuras como [os mártires de Rosica - Lituânia:] os Padres Antonio Leszczewicz e Jorge Kaszyra; e, ainda, os Padres: Fabiano Abrantowicz e André Cikota. Amparados pelo testemunho destes vossos irmãos de hábito, fiéis discípulos de Cristo e generosos operários do Evangelho, não tenhais medo de enfrentar os desafios do nosso tempo.

Intensificai o vosso impulso apostólico, comprometendo-vos com renovado entusiasmo na promoção das vocações sacerdotais e

Audiência particular do Padre João ( Jan) Glica, MIC, com o Papa João Paulo II.

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Destaque

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A Misericórdia Divina no carisma da CONGREGAÇÃO

DOS PADRES MARIANOS

Elżbieta Matulewicz

Miłosierdzie Boże w Charyzmacje Zgromadzenia Księży Marianów. Tradução de Padre André Lach, MIC

A

partir do ano de 1941, quando o Padre Jarzębowski trouxe de Wilno para a Província Americana dos Padres Marianos a Devoção à Divina Misericórdia, os Marianos, por todos os meios possíveis e em alto grau, propagaram a Divina Misericórdia e cultivaram essa Devoção. Somente pela mediação do Papa João Paulo II a Devoção e propagação da Divina Misericórdia alcançou o mundo inteiro. Durante quase 60 anos, sem intervalos, até os tempos atuais os Marianos foram fiéis e fervorosos defensores e propagadores dessa Verdade e dessa Devoção que foi “entregue em suas mãos” de uma maneira extraordinária [pela Providência Divina]. Nos tempos em que a Devoção à Divina Misericórdia era banida na Igreja (cumprindo as profecias da Santa Faustina, cf. Diário 378), nos tempos em que, devido à razões políticas, eram impossíveis os contatos com os teólogos na Polônia, os

Marianos, com toda fidelidade elaboravam a base teológica da Devoção à Divina Misericórdia. Os Marianos propagaram a Devoção à Divina Misericórdia primeiramente nos EUA, depois na Inglaterra, seguido do México, Portugal, Brasil, Argentina, das missões africanas de Ruanda e Camarões. Propagaram a Devoção à Divina Misericórdia quando retornaram aos países do Antigo Bloco Soviético: Lituânia, Letônia, Estônia, Ucrânia, Cazaquistão, República Tcheca e Eslováquia. Por fim, também em solo asiático, nas Filipinas. Os Santuários da Divina Misericórdia construídos ao redor do mundo pelos Padres Marianos, até a consagração, em 2002, do Santuário Mundial da Divina Misericórdia em Cracóvia-Łagiewniki, foram os principais Centros da Devoção à Divina Misericórdia no mundo. Os Padres Marianos são os pioneiros e zelosíssimos Apóstolos da Divina Misericórdia no Mundo.


Destaque

OS PADRES MARIANOS e a devoção à Divina Misericórdia “Siate, (...) apostoli della misericordia divina sotto la guida materna ed amorevole di Maria.” ‒ “Sede Apóstolos da Divina Misericórdia sob a orientação e amor materno de Maria”. (Discurso do Papa João Paulo II aos Padres Marianos,

no dia 22 de junho de 1993, por ocasião do Capítulo Geral em Roma).

Padre André Lach, MIC

Diretor do Apostolado da Divina Misericórdia

O

que fez com que, desde 1941, os Marianos da Imaculada Conceição se tornassem promotores oficiais da autêntica mensagem da Divina Misericórdia? Qual é a ligação dos Marianos com a freira polonesa, Irmã Maria Faustina Kowalska, que foi escolhida pelo Senhor para ser a Secretária da Divina Misericórdia? Permitam-me compartilhar com vocês uma incrível história que começa no centro da Europa.

Um ano depois da morte da Irmã Faustina (05.10.1938), explodiu na Europa a Segunda Guerra Mundial. No meio do horror dessa geena, já circulavam entre as pessoas os livretos e santinhos de Jesus Misericordioso, providenciados e propagados pelas coirmãs da Irmã

Faustina. Muitas pessoas, naqueles tempos difíceis, recorriam à Divina Misericórdia pedindo salvação e proteção. Um deles foi o Padre Józef Jarzębowski, membro da Província Polonesa dos Marianos. Forçado a fugir da Polônia, durante a ocupação nazista, em 1939, Padre Jarzębowski buscou refúgio em uma das casas dos Padres Marianos na Lituânia, com esperança de obter um visto que lhe permitisse a entrada nos Estados Unidos, onde, em Washington-DC, ele poderia encontrar os seus colegas Marianos. Conseguiu obter o visto, porém, por causa da guerra, as rotas de saída foram fechadas antes que pudesse deixar a Lituânia. O visto expirou. Para complicar a situação, os soviéticos começaram a exigir uma autorização que permitisse também a saída. Em suas viagens na Lituânia, ele encontrou um acampamento de soldados poloneses refugiados perto de Wiłkomierz. Ali, conheceu dois sacerdotes, Nikodem Dubrawka e Antony Mańturzyk, os quais haviam


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sido alunos do Padre Miguel Sopoćko, que tinha sido diretor espiritual da Irmã Faustina Kowalska. Esses dois sacerdotes estavam rezando a novena à Divina Misericórdia. Deram ao Padre Jarzębowski explicações sobre essa novena. O Padre Jarzębowski, no entanto, permanecia cético. Chegaram até ele notícias de que as pessoas recebiam graças em situações impossíveis através da devoção à Divina Misericórdia, contudo ele continuava duvidando do valor dessa devoção. Em 15 de junho de 1940, o exército soviético invadiu a Lituânia. As chances do Padre Jarzębowski chegar aos Estados Unidos ficaram ainda menores. Permaneceu por um tempo na casa dos Marianos de Mariampol, porém teve de sair dela quando esta, em 14 de julho, foi tomada pelos soldados russos. Aconselhado por um seminarista polonês, Padre Jarzębowski começou a rezar a “Jesus da divina misericórdia”, pedindo proteção. Esse e outros seminaristas que ajudaram o padre a obter a necessária autorização para viajar, posteriormente foram enviados para campos de trabalhos forçados na Sibéria. No outono de 1940, Padre Jarzębowski, sem sucesso, tentou obter a renovação do visto americano. Nessa altura, ele conseguiu uma cópia tanto da Novena à Divina Misericórdia como do santinho de Jesus misericordioso. Portando-os consigo, foi novamente até as autoridades soviéticas pedir a autorização para sair do país. Milagrosamente, não obstante o fato de que seu visto

americano tinha expirado, recebeu a autorização. A viagem, através da Sibéria, até o Japão, foi negociada. Pouco antes de sair da Lituânia, Padre Jarzębowski foi, em Wilno, visitar o Padre Sopoćko, o qual lhe deu, para levar consigo, um “memorando”, ou seja, uma exposição por escrito, sobre a devoção à Divina Misericórdia, de sua autoria, com o título: “De misericordia Dei deque eiusdem festo instituendo” (Sobre a misericórdia de Deus e o estabelecimento de sua festa). No dia seguinte, Padre Jarzębowski celebrou a santa Missa diante da Imagem original de Jesus Misericordioso, que Nosso Senhor havia pedido para Santa Faustina pintar e propagar em todo o mundo. Entregou a viagem que ia empreender à Divina Misericórdia, prometendo promover a Sua Devoção por todo o resto da vida, caso conseguisse chegar até junto dos seus irmãos Marianos em Washington, DC.

A tempestade da guerra jogou-o através da Rússia e do Japão. Conseguindo escapar milagrosamente da morte, se reuniu aos Padres Marianos dos Estados Unidos. A tempestade da guerra jogou-o através da Rússia e do Japão. Conseguindo escapar milagrosamente da morte, se reuniu aos Padres Marianos dos Estados Unidos. Depois

passou pelo México e por fim chegou à Inglaterra. Nesses países, com fervor e coragem, divulgava a Devoção a Jesus Misericordioso.

Propagação da Devoção nos Estados Unidos A Devoção à Divina Misericórdia, trazida pelo Padre Jarzębowski desde Wilno, foi acolhida nos EUA graças ao Padre Józef Łuniewski, MIC (fundador da província americana dos Padres Marianos). Como diz o historiador Tadeusz Górski, MIC: “A respeito da Mensagem da Misericórdia muito interessou-se o Padre Łuniewski. Acolhendo o conselho do Padre Bakalarczyk, procurou o Núncio Apostólico pedindo o parecer deste a respeito dessa Mensagem. Encontrando a favorável aprovação do Núncio, o Padre Łuniewski enviou para todos os bispos norte americanos e para Centros Universitários dos EUA o Memorando escrito pelo Padre Sopoćko. Nessa mesma época, os Marianos iniciaram a divulgação da Devoção imprimindo, pela primeira vez, em polonês, o santinho de Jesus Misericordioso, a novena e a história da Devoção. A Devoção à Jesus Misericordioso foi acolhida, portanto, em primeiro lugar pelos imigrantes poloneses e resultou numa intensa troca de correspondência com os Padres Marianos. Os superiores designaram um seminarista do terceiro ano de teologia chamado Władysław (“Walter”) Pelczyński para responder a essas correspondências. Em consequência desse encargo, tornou-se para ele evidente o dever

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de promover a devoção à Divina Misericórdia em língua inglesa. Para isso, no ano de 1942, imprimiu, dessa vez com legenda em inglês, pequenos santinhos, em cores, de Jesus Misericordioso, segundo o modelo que o Padre Jarzębowski trouxe de Wilno. Traduziu para a língua inglesa o Memorando do Padre Sopoćko, a Novena, e o Terço da Divina Misericórdia. Enviou exemplares desses materiais para os seus familiares e conhecidos. Assim nasceu o futuro Apostolado da Divina Misericórdia. Em 1943, os Marianos adquiriram uma propriedade: Eden Hill, em Stockbridge ‒ Massachusetts, para construir um Santuário dedicado à Divina Misericórdia. No ano seguinte, o Padre Władysław Pelczyński fundou oficialmente o Apostolado da Divina Misericórdia. Junto ao Santuário, foi construída a Casa dos Marianos e aberta uma editora. Eden Hill tornou-se um Centro Internacional de divulgação da Mensagem e da Devoção à Divina Misericórdia. Hoje, Eden Hill é o Santuário Nacional da Divina Misericórdia dos Estados Unidos, e é conhecido mundialmente graças à EWTN (Eternal

Word Television Network ‒ a maior rede de comunicação católica do mundo, fundada em 1981). A EWTN transmite anualmente para o mundo inteiro a Festa da Divina Misericórdia e ainda outros eventos relacionados com a propagação da Mensagem da Divina Misericórdia. A Editora e o Apostolado da Divina Misericórdia trabalham com muito sucesso por meio de novos organismos que nasceram para a divulgação dessa Mensagem. São eles: Auxiliares dos Padres Marianos, Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia, Mensageiros da Mãe da Misericórdia, Profissionais de saúde para a Divina Misericórdia, Amigos da Misericórdia e agora também o Instituto João Paulo II.

Devoção à Divina Misericórdia no Brasil Depois do término da Segunda Guerra Mundial, a propagação da Devoção à Divina Misericórdia, por iniciativa dos Padres Marianos, acelerou-se. A princípio, nos Estados Unidos, depois, na Inglaterra e em Portugal, onde foram criados centros de divulgação chamados Apostolados da Divina Misericórdia. Sabe-se que, em 1949, entre outros livretos em português e espanhol já circulava no Brasil o livreto “Jesus confiamos em Vós” ‒ uma tradução da obra do confessor da Irmã Faustina, Padre Józef Andrasz, SJ,

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editado, com aprovação eclesiástica, em Bragança Paulista. Os Padres Marianos, que deram início à missão brasileira em 1964, desde o início propagaram essa Devoção, apoiando-se nos textos originais providenciados pelo Apostolado dos Estados Unidos. E, desde 1980, dedicou-se exclusivamente e por muitos anos à divulgação da Devoção à Divina Misericórdia, como uma retribuição de gratidão a Deus, e como uma via de evangelização, o Pe. Andrzej Krzymyczek. “Um dos profundos motivos dessa sua consagração à divulgação desse culto foi a graça ‒ alcançada mediante a oração a Jesus Misericordioso ‒ de uma renovação da sua vida sacerdotal e da sua confiança em Deus, apesar dos graves problemas de saúde”. A comunidade brasileira dos Padres Marianos assumiu a propagação da Devoção à Divina Misericórdia como missão fundamental. Em todas as paróquias que dirige é entronizado o Quadro de Jesus Misericordioso, celebra–se com especial zelo a Festa da Divina Misericórdia, antecedida pela Novena - que é rezada também em todas as sextas-feiras do ano, como uma novena perpétua. A Província dos Padres Marianos no Brasil, erigida em 8 de setembro de 1998, tem oficialmente no seu nome ‒ Província Brasileira da Divina Misericórdia ‒ a evidência da intrínseca relação dos Marianos com a propagação da devoção à Divina Misericórdia, dimensão integrante do seu carisma.


Destaque

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Apostolado da Divina

Misericórdia

NO BRASIL Padre André Lach, MIC

Diretor do Apostolado da Divina Misericórdia

O

interesse da comunidade brasileira dos Padres Marianos por um Apostolado da Divina Misericórdia, segundo as revelações de Santa Faustina, foi despertado em 1981, quando a província Santo Estanislau Kostka dos Padres Marianos, nos Estados Unidos, editou, pela primeira vez, em língua polonesa, o Diário da Irmã Faustina Kowalska. No início, a difusão no Brasil da mensagem da Misericórdia Divina restringia-se à distribuição de santinhos de Jesus Misericordioso e de uma pequena brochura elaborada pelo Padre Andrzej Krzymyczek, MIC. Em 1981, contudo, a comunidade dos Marianos do Brasil recebeu ajuda da província Santo Estanislau Kostka (EUA), por intermédio do Padre Seraphim Michalenko, MIC, para a edição brasileira do Diário da Irmã Faustina Kowalska. A tradução foi realizada pelo Professor Mariano Kawka, um brasileiro de origem polonesa. A primeira edição do Diário em nosso idioma foi publicada em 1982. Então, surgiu a ideia de

também fundar no Brasil o Apostolado da Divina Misericórdia. Novamente com o apoio da província Santo Estanislau Kostka (EUA), foi adquirida uma casa próxima à paróquia São Jorge, em Curitiba-PR, para ser sede do futuro Apostolado. Esse Centro de Divulgação da Devoção à Misericórdia Divina começou a desenvolver-se rapidamente. Outros materiais a respeito da Divina Misericórdia foram traduzidos para o português brasileiro. As repetidas edições do Diário alcançaram milhares de exemplares. Em 1984, o Padre Andrzej Krzymyczek passou a viajar para diversas cidades do Brasil ministrando conferências e homilias sobre o Mistério da Misericórdia Divina. Em consequência dessas viagens, foram sendo organizados Grupos de Devotos e Divulgadores da Devoção à Divina Misericórdia.

Em 1988, a Província Brasileira dos Padres Marianos iniciou a edição de um periódico (publicado três vezes ao ano) intitulado O Mensageiro da Divina Misericórdia, com uma tiragem de 4 mil exemplares. Em 1994, os Padres Marianos ganharam, em Curitiba, um terreno de 2 hectares com uma pequena capela de madeira para a construção


do Santuário da Divina Misericórdia. Esse terreno foi doado pela Congregação das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, na ocasião do centenário de sua fundação, feita pela Serva de Deus Irmã Clélia Merloni, na Itália ‒ como um voto de ação de graças pelo seu dinâmico desenvolvimento no Brasil. O decreto da criação da paróquia Santuário da Divina Misericórdia (segundo o livro tombo) tem data de 1 de julho de 1994 e a santa Missa de posse do pároco, celebrada junto à capelinha de madeira, aconteceu no dia 24 de julho do mesmo ano, com a presença de Dom Pedro Antônio Fedalto, arcebispo de Curitiba. No ano seguinte, o Padre João Glica, MIC, iniciou a construção da igreja. No dia 25 de abril de 2001, Dom Pedro Fedalto conferiu a ela o título de Santuário Diocesano da Divina Misericórdia. A consagração do Santuário foi realizada no dia 28 de abril de 2002. No ano 2000, junto ao Santuário foi construída uma nova casa para abrigar a sede do Apostolado da Divina Misericórdia. Essa construção serve atualmente como residência para os padres que trabalham no Santuário e no Apostolado.

provenientes dos diversos estados brasileiros. O primeiro diretor do Apostolado da Divina Misericórdia foi o Padre Andrzej Krzymyczek, MIC. Depois dele, por oito anos, o Apostolado foi dirigido pelo Padre Silvio Rodrigues Roberto, MIC, que de forma excelente desenvolveu o Apostolado da Divina Misericórdia no Brasil. Teve início no Brasil o trabalho dos Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia. Foi adquirida uma casa cujas instalações foram adaptadas para sediar a Casa Pró-vida Mãe Imaculada, onde mulheres grávidas podem receber ajuda necessária quando a gravidez é ameaçada. Organizou-se uma Equipe Missionária (formada por sacerdotes e leigos) que viaja pelo Brasil propagando a devoção à Divina Misericórdia. Por várias vezes nossos sacerdotes marianos foram convidados para fazer suas pregações e celebrar Missas nos retiros organizados pela comunidade Canção Nova. O Mensageiro da Divina Misericórdia transformou-se, em 2008, na Revista Divina Misericórdia com edição bimestral,

Desde 2001, todos os anos são organizados Congressos Nacionais da Divina Misericórdia com duração de três dias. Participam desses Congressos pessoas

18 - Revista Divina Misericórdia - Agosto/Setembro 2014

desde 2014, e tiragem superior a 10.000 exemplares. Foram impressas várias edições do Diário da hoje Santa Irmã Faustina Kowaska, também foram editados vários livros, livretos, estampas e uma variedade de outros materiais propagando a devoção à Divina Misericórdia. Todos os dias, especialmente na sexta-feira, o Santuário Diocesano da Divina Misericórdia, situado na Estrada do Ganchinho, no bairro Umbará, em Curitiba, é visitado por um grande número de pessoas que buscam todo tipo de ajuda. Todo ano organiza-se com grande empenho a Festa da Divina Misericórdia, que reúne a cada ano um número sempre maior de pessoas provenientes dos vários estados.


Marianos

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Associação dos Auxiliares Marianos

C

om a consciência de que “a messe é grande e os operários são poucos” desde o início, junto à Congregação dos Marianos, estiveram presentes pessoas leigas que, de diversas formas, buscam auxiliar o seu trabalho apostólico. Essas pessoas formam a Associação dos Auxiliares Marianos (AAM) que, conforme os Estatutos da Província Brasileira n. 25-26, têm o propósito de auxiliar a missão dos Padres Marianos.

A AAM é uma frondosa árvore que no Brasil possui três grandes ramos de projetos e trabalhos: Os Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia (AEDM), os Padrinhos e Madrinhas Vocacionais e a Irmandade do Escapulário Azul. Há ainda outros trabalhos como a assistência pastoral aos movimentos ligados à Devoção Mariana, à Pastoral Familiar, à RCC e, tendo em vista a vontade do fundador e do renovador da Congregação dos Marianos, uma especial atenção é dada à Pastoral da Sobriedade e à Pastoral da Esperança. Atualmente, dois novo projetos estão se concretizando: Juventude Mariana e Adoção Espiritual.

O que é?

É mais do que alimentar uma devoção, é um Caminho de Vida.

Missão

Para que as pessoas melhor compreendam e divulguem a verdade da Misericórdia de Deus e a verdade da Presença Real de Jesus na Eucaristia, praticando obras de misericórdia espirituais e corporais.

Como Participar

Por meio de cenáculos quinzenais, nos quais se estuda a Sagrada Escritura, o Catecismo da Igreja Católica e o Diário de Santa Faustina, propiciando o crescimento na fé e a concreta realização, como grupo ou individualmente, das obras de misericórdia.

Apóstolos Eucarístos da Divina Misericórdia

Irmandade do Escapulário Azul

O que é?

É uma associação particular de fiéis que participando da espiritualidade, do apostolado e da missão da Congregação dos Padres Marianos buscam a perfeição cristã da forma apropriada à sua vocação.

Missão

Propagar o culto da Imaculada Conceição da Mãe de Deus e proporcionar ajuda aos falecidos que sofrem no purgatório.

Como participar

Por meio de encontros periódicos. E, para ingressar, passa-se por um processo de formação no qual se recebe solenemente o Escapulário Azul.

AAM

O que é?

É um movimento de leigos que são para os padres, irmãos e seminaristas Marianos autênticos padrinhos e madrinhas na fé.

Missão

Fornecem apoio espiritual e material para aqueles que se consagram a Deus na Congregação dos Padres Marianos.

Como participar

Mensalmente, o promotor vocacional celebra em nossas paróquias marianas uma santa Missa seguida de adoração ao Santíssimo Sacramento, após a qual se reúnem para um encontro de formação. Contribuem espontaneamente para o sustento dos seminaristas.

Padrinhos e Madrinhas Vocacionais


Marianos Muito antes das revelações de Santa Faustina a respeito da Misericórdia Divina, a Congregação dos Padres Marianos vivia a espiritualidade da Misericórdia. Tanto o Padre Fundador da Congregação, Estanislau Papczyński, como o Padre Renovador da Congregação, Jorge Matulewicz, praticavam e promoviam a prática das obras de Misericórdia.

O que eles faziam? Vamos conhecer em detalhes essa história repleta de misericórdia!

OBRAS DE MISERICÓRDIA

nos escritos e na vida do Padre

Estanislau Papczyński Pe. Casimiro Krzyzanowski, MIC

capítulo tirado do livro Obras de Misericórdia

T

emplum Dei Mysticum (TDM) ‒ O Templo Místico de Deus, escrito pelo Fundador da Ordem dos Marianos da Imaculada Conceição ‒ Padre Estanislau Papczyński ‒ é a mais completa e detalhada exposição, no ocidente cristão, da doutrina sobre as obras de misericórdia. O capítulo XXI desse escrito tem como título Restauratio Templi Mystici ‒ Reparação do Templo Místico. O “templo místico de Deus” é a alma do cristão. A alma, afirma o Padre Estanislau, é destruída pela opera impia, isto é, pelos pecados. Por isso, são necessárias obras misericordiosas ‒ opera pia, para efetuar a restauratio ‒ a reparação, isto é, uma renovação da alma, para nela ser restabelecido o estado anterior ao pecado. Numa palavra, aquilo que foi danificado necessita ser reparado. As obras de misericórdia são chamadas pelo Padre Papczyński de pietatis actiones, isto é, ações de piedade, de bondade, de clemência. Ele afirma que, por meio delas, se pode quibus effeceris omnia apud Deum ‒ alcançar tudo de Deus. O Padre Estanislau, nesses seus escritos, segue a tradicional divisão das obras de misericórdia, que são catorze. Apresenta as sete que dizem respeito ao corpo ‒ as obras corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar abrigo aos peregrinos, assistir aos enfermos, visitar os presos, enterrar os mortos. 20 - Revista Divina Misericórdia - Agosto/Setembro 2014


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E as sete que dizem respeito à alma ou ao espírito ‒ as obras espirituais: dar bons conselhos aos que necessitam, instruir os que não sabem, corrigir os que erram, consolar os aflitos, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as adversidades e fraquezas do próximo, rogar a Deus pelos vivos e pelos mortos.

Obras de misericórdia corporais Como a primeira das obras de misericórdia corporais, Padre Papczyński apresenta a obra visitandi infirmos ‒ visitar os enfermos –, que ‒ diz ele ‒ é expressamente louvada por Jesus Cristo, porque, sendo feita ao próprio Cristo, é uma das obras pelas quais no juízo final se receberá o Reino Celeste: “estive doente e viestes visitar-me” (Mt 25, 36). “São de louvar ‒ diz o Padre Estanislau ‒ os que visitam os doentes pobres, porque junto aos seus leitos não chegam com vacuis manibus, isto é, de mãos vazias”. Por outras palavras, Padre Estanislau nos exorta a visitar aos doentes pobres com as mãos cheias de dons, com os quais eles poderão ser ajudados na sua doença e pobreza. Dedicava-se frequentemente a essa obra de misericórdia, o Padre Papczyński. Como afirma um dos textos do seu processo de beatificação, deslocava-se septios ad infirmos ‒ muito frequentemente aos enfermos. O Padre Leporini (um dos seus biógrafos) informa-nos que ele visitava frequentemente os hospitais dos pobres, distribuindo entre eles copiosas esmolas e provendo-lhes do necessário para cuidarem de seus corpos doentes.

Além disso, com as orações, com certa frequência obtinha-lhes a cura. Padre Estanislau escreveu no Templo Místico de Deus: “Em muitos lugares, sobretudo em Roma, há locais para os doentes, aos quais a liberalidade dos misericordiosos provê, em abundância, não só medicamentos, mas tudo de que precisam. Com essa liberalidade abrem uma via segura para o céu”. Depois, o Padre Estanislau relata o que provavelmente constatou com os próprios olhos, quando, nos anos de 1667 e 1668, esteve em Roma. Ali, afirma ele, “podem ser vistos os mais altos prelados da Igreja, mesmo cardeais ‒ os quais não se envergonham de exercer essa humilde obra de misericórdia: Põem-se em fila aos pés dos pobres e dos doentes, aos quais dão tanto alívio, quanto proveito próprio e edificação do povo. Portanto ‒ pergunta o Padre Papczyński ‒ quem não ousaria fazer o que não se envergonha de fazer a sacra púrpura, isto é um cardeal?”

Não se envergonham de exercer essa humilde obra de misericórdia Passando à segunda e à terceira das obras de misericórdia espirituais (apresentadas juntamente), Padre Papczyński louva-as afirmando que prover ao alimento e dar de beber aos necessitados é um sinal de uma grande bondade. Padre Estanislau desejava que os fiéis imitassem as pessoas que se distinguiram no exercício das obras de misericórdia, tais como o papa

Clemente IX, que “frequentemente convidava os indigentes para a sua mesa, seguindo assim o costume de outro papa, Gregório Magno”. De fato, Clemente IX, assim afirmam os historiadores, todos os dias recebia à sua mesa doze pobres aos quais servia alimento. Padre Papczyński apresenta também o exemplo de mulheres “célebres nesta virtude”, tais como Santa Isabel, Santa Edviges e Santa Cunegunda, que pessoalmente iam ao encontro dos necessitados. Admite que “a dignidade ou os cargos públicos podem impedir o empenhar pessoal e direto, nessa obra de misericórdia”; contudo, afirma, “se alguém o faz per alios, isto é, com a intermediação de outros, não será privado da recompensa”. Com grande diligência, o Padre Papczyński procurava aliviar inopias et calamitates, isto é, as indigências e os infortúnios dos pobres, e, por isso, mereceu o apelativo de Pater pauperum ‒ Pai dos pobres – e Pater agentium et orphanorum ‒ Pai dos necessitados e dos órfãos. Quando, com a morte do Bispo de Poznań, Stefan Wierzbowski, em 1687, foi interrompida a construção de um hospital para manter, com os meios de subsistência de todo o gênero, os idosos pobres, em Góra Kalwaria, ‒ menciona o Padre Kazimierz Wyszy ński (sucessor do Padre Estanislau) ‒ o Padre Papczyński, para que essa obra de misericórdia não se perdesse, junto com seus companheiros religiosos, assumiu a continuação desse trabalho e, com as próprias mãos, completou a construção.

Continua na próxima edição...


Marianos

Bem-aventurado

Jorge Matulewicz-Matulaitis

APÓSTOLO DA DIVINA MISERICÓRDIA

Elżbieta Matulewicz

tradução de Padre André Lach, MIC

E

m 8 de setembro de 1908, um sacerdote de 37 anos ‒ o professor Jerzy ( Jorge) Matulaitis ‒ tomou uma decisão importante na vida. Em uma carta dirigida ao Padre Vicente Sekowski, MIC (último Superior Geral dos Marianos e, ao mesmo tempo, último sobrevivente dessa Congregação condenada à extinção pelas autoridades czaristas), pediu a sua admissão nessa Congregação, escrevendo:

Por muito tempo sinto o desejo de uma vida perfeita. [...] Agora que no nosso país volta a existir maior liberdade e renascem as congregações religiosas, gostaria de realizar esse desejo e, em particular, gostaria de ingressar na Congregação dos Padres Marianos. [...] Comecei a escrever esta carta ontem, dia em que nas nossas terras celebramos a Festa da Natividade da Santíssima Virgem. Tenho a esperança de que Maria conseguirá junto de Deus a graça do renascimento dos Marianos.

Esse pedido de admissão à Ordem, o Padre Matulaitis justificou com as seguintes razões: “há muito tempo sinto o desejo de uma vida mais perfeita e não quero abandonar a Igreja do nosso país ‘onde há muito trabalho e os trabalhadores são poucos’”. Alimentava o desejo de vestir o hábito dos Marianos, como também o de congregar consigo outros candidatos para o mesmo Instituto, para que, por meio da educação e experiência (um dos candidatos que desejava ingressar nos Marianos era doutor em teologia e professor de Academia Eclesiástica de São Petersburgo), a Congregação não se perdesse e “desde já pudesse ficar em pé”. Desejava salvar e renovar essa e não outra Congregação, por isso depositava a sua confiança nas mãos de Nossa Senhora. “Espero que com a ajuda da Santíssima Mãe de Deus consigamos de Deus o que suplicamos” ‒ escreve o Padre Matulaitis, pedindo na mesma carta uma cópia das “Regras de Vida” dos Marianos. O conteúdo dessa carta é prova de que o Bem-aventurado Jorge

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recebeu de Deus o carisma mariano e misericordioso que tiveram, desde o início, os membros dessa família religiosa. Educado na paróquia dos Marianos em Mariampol, Lituânia, Jorge Matulaitis desejava alcançar a perfeição da vida cristã vivendo a espiritualidade mariana e misericordiosa da qual se nutriram os Marianos em mais de 300 anos de existência. A Ordem dos Padres Marianos da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria, fundada na Polônia, em 1673, pelo Bem-aventurado Estanislau Papczyński, desde a sua fundação foi chamada de Instituto de misericórdia extraordinária. Em uma carta dirigida à Santa Sé, o Bispo Stefan Wierzbowski elogia esse Instituto por causa da “especial misericórdia praticada para com os vivos e para com os mortos”. O principal carisma deixado pelo Fundador para a Ordem dos Marianos é a especial honra e predileção dado ao mistério da Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria ‒ como sendo


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a grande obra do Deus misericordioso tanto para Maria como para toda a humanidade –, seguido do carisma da compaixão e preocupação com a salvação das almas daqueles que morreram de morte violenta durante as guerras ou incêndios, daqueles que tombaram nos campos de batalha ou em consequência de pestes e enfermidades. Misericórdia para com as almas que sofrem no purgatório, manifestada pelas orações e diferentes tipos de sacrifícios espirituais; misericórdia para com aqueles que peregrinam na terra, manifestada na preocupação com a salvação deles, prestando assistência necessária diante de toda forma de pobreza ‒ compõem, há mais de três séculos, o específico apostolado dos Marianos, exercido sob a orientação de Nossa Senhora Imaculada. Nessa Ordem desejava ingressar o Bem-aventurado Jorge, guiado principalmente por motivos de misericórdia. Ele sofria muito porque não podia suportar a ideia de que, passando mais um ou dois anos, com a morte do último Superior Geral, Padre Vicente Sekowski, a Ordem dos Padres Marianos deixasse de existir. Em 1909, viajou para Roma, estando em posse de uma carta de recomendação do último Superior Geral dos Marianos. Em Roma, Padre Jorge Matulaitis recebeu autorização da Santa Sé para renovar a Ordem dos Marianos, tornando-a uma Congregação Religiosa clandestina que não mais usaria o hábito religioso ‒ para não chamar a atenção das autoridades czaristas locais.

No dia 29 de agosto de 1909, em Varsóvia, o Bem-aventurado Jorge fez a sua primeira profissão religiosa por um ano. E no mesmo dia ingressou para o noviciado o seu amigo, Padre Franciszek Bucys, doutor em teologia e professor na Academia Teológica de São Petersburgo. No ano seguinte, o Papa Pio X aprovou as Novas Constituições dos Marianos redigidas pelo Bem-aventurado Jorge. Em 1911,

morreu o Padre Vicente Sekowski, último Superior Geral da Ordem dos Marianos, e o Padre Jorge Matulewicz tornou-se o Novo Superior Geral. Pode-se assim dizer que, por meio da decisão tomada na festividade da Natividade de Nossa Senhora, Deus fez um milagre da sua misericórdia, salvando a Congregação dos Padres Marianos da extinção ‒ literalmente nos últimos momentos.


A Misericórdia e os Marianos O carisma da misericórdia sob o cuidado e orientação da Santa Padroeira da Congregação, a Imaculada Conceição, trazia frutos muito abundantes na vida do Bem-aventurado Jorge. Praticava esse carisma por meio de cuidados especiais prestados aos seminaristas de Kielce, aos noviços da Congregação dos Marianos e aos sacerdotes que estudavam em São Petersburgo e Freiburg, especialmente através do Sacramento da Misericórdia (confissão) e da direção espiritual, exercido com dedicação e bondade segundo o Coração de Cristo, também para muitas pessoas leigas que buscavam a perfeição e a santidade. Praticava o carisma da misericórdia ainda por meio de uma atenção especial dada aos trabalhadores em Varsóvia, quando, juntamente com o Padre M. Godlewski, fundou a Associação dos Trabalhadores Cristãos. Quando as condições permitiram (após a expulsão dos russos e ocupação de Varsóvia pelos alemães), o Bem-aventurado Jorge deu início à outra obra de misericórdia ‒ um orfanato para 200 crianças ‒ no antigo mosteiro fundado pelos Marianos, em Varsóvia, no ano de 1905, onde é hoje a Universidade Cardeal Stefan Wyszynski. Seguiu-se a essa uma segunda instituição educacional fundada na rua Wileńska, em Varsóvia-Praga. Organizou também a assistência aos deficientes, vítimas da guerra.

Pessoalmente se preocupava com a alimentação dos seus protegidos. Andando a pé ou dirigindo pessoalmente uma carroça percorria vários quilômetros, desde o bairro Bielany até o centro de Varsóvia. Visitava um bairro distante chamado Praga e se arriscava a ir até o povoado de Chyliczeki, perto da cidade de Góra Kalwaria (Monte Calvário), a fim de adquirir alimentos ou conseguir roupas e outros mantimentos para os meninos, seus protegidos. Preocupava-se com a educação e formação cristã deles, sobretudo com a formação religiosa daqueles que ingressavam na Congregação dos Marianos.

Deus fez um milagre da sua misericórdia, salvando a Congregação dos Padres Marianos da extinção ‒ literalmente nos últimos momentos. Em 1918, quando visitava um antigo mosteiro dos Marianos na cidade de Mariampol (Lituânia), recebeu a notícia de que tinha sido apresentado como candidato para ser o futuro bispo da cidade de Wilno (Lituânia). Em Wilno, a guerra ainda estava acontecendo e os antigos conflitos nacionais continuavam, por isso o Bem-aventurado Jorge pedia às

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pessoas influentes daquela região que não apoiassem a sua candidatura, porque ele queria dedicar-se totalmente apenas ao cuidado da Congregação dos Padres Marianos. Mas, quando recebeu, vindo do Papa Bento XV, a nomeação para Bispo de Wilno, no espírito de obediência aceitou. Escolheu como lema do brasão episcopal as palavras de São Paulo: “Vencer o mal com o bem” (Rm 12, 21). Ele não só acreditava, mas também provou por meio das obras e dos gestos que o amor misericordioso ‒ que sempre se inclina para ajudar o homem sofrido por causa da pobreza material ou espiritual ‒ é maior do que o mal, por isso é vitorioso. Como Bispo de Wilno, buscou ser “tudo para todos”, especialmente junto das nações que se encontravam em guerra. Levava a ajuda misericordiosa para todos ‒ sem levar em conta nacionalidade, religião, posição política ou status social. Trabalhando entre os poloneses, lituanos, judeus, bielorrussos e demais nacionalidades, a todos protegia e defendia contra o ódio, a perseguição e a injustiça racial. Como prova disso apresentamos aqui o pronunciamento do Bispo Matulewicz dirigido a um grupo de poloneses que, em 1919, distribuiam alimentos na cidade de Wilno: “Senhores, vocês podem punir os judeus, ignorando-os na distribuição dos alimentos, mas isso é problema vosso; para mim, como bispo, isso não procede. Vocês também não podem excluir, na distribuição dos alimentos, os chamados ‘progressistas’. Cada homem faminto merece


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compaixão e vocês devem socorrê-los, não levando em consideração nem a sua crença, nem a sua nacionalidade”. A Imaculada Mãe de Misericórdia foi, desde os primeiros anos, a Protetora do Bem-aventurado Jorge, quem, muito cedo, havia perdido a mãe e, com a idade de 10 anos, também perdera o pai. Sob a proteção de Maria refugiou-se em sua orfandade, para enfrentar a doença que o acompanhou ao longo da vida (tuberculose dos ossos), no seminário diocesano e

no Sacerdócio, particularmente durante a formação da Congregação dos Marianos ‒ salvando-a da extinção, quando exerceu a função de Bispo em Wilno e de Arcebispo Visitador Apostólico da Lituânia. Frequentemente, com um rosário na mão, especialmente nas situações de perigo iminente para si, para a Congregação dos Marianos ou para a diocese de Wilno, recorria aos cuidados de Nossa Senhora ‒ Mãe de Misericórdia, de Ostra Brama. Aos cuidados da Mãe de Misericórdia, no dia do seu ingresso solene na catedral, consagrou a diocese de Wilno, pronunciando as seguintes palavras: “Bem-aventurada Imaculada Mãe de Deus, que brilhais em Ostra Brama, defendei-nos e protegei-nos. A Ti confio e recomento a mim mesmo e o meu rebanho. Faça com que a guerra termine e aconteça a paz. Peço que desapareça o ódio e reine o Amor de Cristo em todo o mundo. Reconcilie-nos com o Teu Filho, para que todos possamos glorificá-Lo no Céu. Amém”. O Bem-aventurado Jorge reforçou o misericordioso apostolado dos Marianos para com a salvação das almas do purgatório ligando-o com mais força à espiritualidade mariana. E na Instrução Subsidium defunctorum escrita por functorum, ele, recomendou que

todas as indulgências e méritos alcançados de Cristo com os sacríficios e boas obras dos membros da Congregação dos Padres Marianos fossem aplicados na salvação das almas do purgatório, por meio da mediação da Imaculada Mãe que, segundo a sua prudência, melhor sabe distrubuí-los para com aqueles que mais precisam.

“Sede, pois, apóstolos da Divina Misericórdia sob a orientação e amor materno de Maria” Em 1993, o grande Papa da Misericórdia, João Paulo II, dirigindo-se aos Padres Marianos reunidos em Roma para o Capítulo Geral, deu-lhes esta ordem: “Sede, pois, apóstolos da Divina Misericórdia sob a orientação e amor materno de Maria”. Foi uma leitura brilhante e profética da essência do carisma da Congregação dos Padres Marianos e, ao mesmo tempo, um envio da Congregação, para que, com um novo vigor, siga multiplicando esse Dom para o bem da Igreja. Dom que, desde o início, esteve presente na Ordem e depois na Congregação. O exemplo eminente do Bem-aventurado Jorge Matulewicz, que munido do carisma da misericórdia sob o cuidado e orientação da Imaculada Conceição “que brilha em Ostra Brama” confessava, pregava e praticava a misericórdia, trouxe e segue trazendo grandes frutos para a Igreja.


Luta pela Vida

MILAGRE ATRIBUÍDO À

INTERCESSÃO DO VENERÁVEL

fundador dos Padres Marianos Pe. Wojciech Skóra, MIC

Postulador Geral da Congregação dos Padres Marianos ‒ Roma

E

is uma extraordinária história que – após uma minuciosa verificação – a Santa Sé reconheceu como autêntico milagre.

Uma jovem ficou grávida. Desde as primeiras semanas da gestação surgiu o perigo de perder a criança. Depois de, no hospital, passar por um efetivo tratamento, essa jovem mãe obteve melhoras. Nos exames feitos antes de receber alta, através de uma ultrassonografia, foi verificado os batimentos cardíacos e o tamanho da criança.

comprovando o diagnóstico anterior. No dia seguinte, novamente os Segundo as previsões médicas, em sintomas de perigo de aborto espouco tempo aconpontâneo voltaram. teceria um aborto O próximo exame espontâneo. Caso de ultrassom trouA Congregação dos isso não ocorresxe um diagnóstico Marianos se une a se, seria necessário muito triste. Deessa família para fazer uma cirurgia vido à parada da ação cardíaca, o agradecer a Deus pelo de extração do feto sem vida. Nos exatamanho do feto milagre do retorno à mes preparatórios, havia diminuído e vida dessa criança no para a surpresa do o médico constaventre de sua mãe. médico e da própria tou que a criança mãe, foi novamente estava morta. Recodetectado os batimendou que a mãe mentos cardíacos do feto. Levando deixasse de tomar os medicamentos em conta os dois diagnósticos ande sustentação da gravidez. No dia seguinte, um novo exame foi feito, teriores, isso era para o médico algo impossível. Decidiu repetir os exames novamente, com um outro aparelho, que novamente indicou que a criança estava viva. Sete meses depois, veio ao mundo, para a alegria da família, uma criança que cresce normalmente. Essa notícia nos foi dada por um parente, que também é padrinho de batismo dessa feliz mãe, ao vir em peregrinação até o túmulo do Padre


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Estanislau Papczyński ‒ Fundador da Congregação dos Padres Marianos ‒, agradecer a Deus por essa graça alcançada por intercessão desse, na época, Servo de Deus. Ao ter sido informado sobre as complicações na gravidez da sua afilhada e do seu internamento hospitalar, ele iniciou uma novena pedindo através da intercessão do servo de Deus Padre Estanislau na intenção da criança. Os fatos anteriormente descritos aconteceram durante os dias em que a novena estava sendo rezada. No decorrer dessa novena, outros membros da família aderiram à oração, de forma que o final feliz foi por eles atribuído – sem sombra de dúvida – à intercessão do Fundador dos Padres Marianos. O padrinho de batismo é, desde muitos anos, um zeloso devoto do Bem-aventurado Padre Estanislau Papczyński. Vários anos antes, durante uma peregrinação ao Santuário de Góra Kalvaria (Monte Claro), ele parou em Marianki, lugar do túmulo do Padre Papczyński, onde o grupo de peregrinos teve o seu momento de descanso. Naquela ocasião, ouviu o relato das graças que os fiéis recebem por intercessão de Papczyński. Constatou, então, o quanto isso era verdadeiro. Entre várias graças, talvez a mais importante tenha sido referente

ao vício de alcoolismo. A pessoa que testemunhava conseguira libertar-se do vício imediatamente após o pedido de intercessão. Não é estranho, portanto, que esse senhor tenha pedido também a intercessão do Padre Estanislau em favor da sua afilhada de batismo e da criança que ela gerava.

A Congregação dos Marianos se une a essa família para agradecer a Deus pelo milagre do retorno à vida dessa criança no ventre de sua mãe. Ao mesmo tempo, pedimos ao Bem-aventurado Estanislau Papczyński a constante intercessão junto ao Senhor pelas crianças ainda não nascidas.

Muitas pessoas alcançaram graças e bênçãos pela intercessão do Bem-aventurado Padre Estanislau Papczyński. Se você necessita de uma graça, reze esta oração: Oração pela canonização Santíssima e indivisível Trindade, que fazeis a Vossa morada nos corações dos Vossos servos fiéis e, após a morte, recompensais os seus méritos com a glória do Céu, fazei, nós Vos pedimos, que o Bemaventurado Estanislau, o qual, contemplando o mistério da Imaculada Conceição da Virgem Maria, aspirava à santidade com tanta fidelidade e tanto zelo e trabalhava com todo o empenho pela vinda definitiva do Reino de Deus aos corações dos homens, seja rapidamente contado entre o número dos santos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amém Pedimos às pessoas que receberem graças de Deus pela intercessão do Bem-aventurado Estanislau, o favor de entrarem em contato conosco pelo seguinte endereço: Apostolado da Divina Misericórdia Rua Profeta Elias, 149 - CEP: 81930-020 - Curitiba - PR Tel: (41) 3348-5043

27 - Revista Divina Misericórdia - Agosto/Setembro 2014


Maria

Totus Tuus:

“A visitação da Virgem Maria se repete com mais frequência do que pensamos” Xavier Bordas

Teólogo, tradutor no Santuário da Misericórdia Divina em Łagiewnik-Cracóvia, Polônia (Tradução de Carina Novak)

N

a edição anterior, através dos escritos de São Maximiliano Kolbe, aprendemos que a consagração à Virgem Imaculada não encontra obstáculo em nossa debilidade e que quando alguém pertence a Ela, com tanto maior franqueza e liberdade pode aproximar-se das Chagas do Salvador, da Eucaristia, do Sagrado Coração de Jesus, de Deus Pai. Não é necessário em absoluto que naquele preciso momento a Mãe Santíssima nos venha à mente, porque a essência da união com Maria não consiste no pensamento, nem na memória ou no sentimento - mas na vontade. Continuando essa nossa reflexão, adentrando ainda mais nos escritos desse Santo, aprendemos que aquele que está consagrado inteira e ilimitadamente à Imaculada - mesmo que às vezes não tenha presente a consciência dessa sua pertença - ao visitar Jesus no Santíssimo Sacramento, expressamente estará oferecendo a Ela essa visita (possivelmente com uma simples invocação: “Maria”), porque

sabe que com isso está dando a Jesus a maior alegria possível: porque será a própria Virgem Imaculada quem, nele e através dele, estará fazendo essa visita a Jesus, em outras palavras, essa visita ele estará fazendo Nela e através Dela. Do mesmo modo, não há melhor preparação para a santa Comunhão do que oferecer essa preparação à Mãe Santíssima (fazendo por nossa parte, obviamente, tudo o que podemos). Ela haverá de preparar o nosso coração do melhor modo e poderemos estar seguros de causar a Jesus a maior alegria possível, de manifestar-lhe o maior amor. O mesmo vale para muitas outras ações. Dizia São Maximiliano que “basta dirigir-se à Imaculada, ainda que com um só olhar, uma palavra, ou apenas com um pensamento, para que Ela possa reparar tudo aquilo que nós estragamos, para que possa conduzir-nos no momento presente e nos manter sob a sua proteção em todo o nosso futuro”.

28 - Revista Divina Misericórdia - Agosto/Setembro 2014

Com esse santo sacerdote que “pela Imaculada” viveu todo o seu fecundo apostolado aprendemos, portanto, que ao pertencermos à Imaculada (mesmo que não repitamos constantemente essa entrega concreta), uma vez que estamos consagrados a Ela e não nos retratamos da nossa consagração: “Nela e através Dela chegaremos, com segurança, ao Coração de Jesus. Sem Ela, porém, todas as coisas, com as ilusões de Satanás, são calculadas para conduzir a alma à ruína. Aquele que pertence à Imaculada não se perderá, quanto mais a Ela pertence, tanto mais pertencerá a Jesus e ao Pai”. “No ato de consagração dizemos que confiamos em que a Imaculada viverá em mim e através de mim ‒ afirma São Maximiliano e pergunta ‒ Queres que a Virgem Maria viva contigo para sempre? Quando ela vem ao teu encontro, pode ser que você esteja caminhando em outra direção [assim como aconteceu com Juan Diego, o índio de Guadalupe ‒ México que, para não se encontrar


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com a Mãe Santíssima, enveredou por outro caminho], contudo, ainda assim, você pode dizer a Ela com confiança: ‘Quem sou eu para que me venha visitar a Mãe do meu Senhor?’” A visita de Maria Santíssima não é algo que podemos exigir. A Sua visita é um presente que Deus, por misericórdia, nos dá. É um dom pelo qual, com humildade, devemos implorar ‒ porque dele necessitamos e não porque o merecemos. “A Virgem Santíssima não tem necessidade de nós, mas se digna servir-se de nós”, afirmava São Maximiliano. Com humildade, devemos pedir a Ela para nos acolher em Seu serviço. Com uma atitude de humildade assim é que o grande defensor da Imaculada Conceição, o beato Duns Scotus, constantemente se dirigia à Virgem Santíssima. Dele é, por exemplo, a jaculatória com a qual frequentemente São Maximiliano se dirigia à Imaculada: “Concede-me louvar-te, ó Virgem Santíssima. Dá-me força contra os teus inimigos”. Porém, se Jesus disse que somos filhos de Deus, podemos não só desejar a visita de Maria como também ter o atrevimento ou quase a “loucura” de desejar esse dom permanentemente. Podemos ter a ousadia de pedir tudo. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que Deus havia cumprido todos os seus desejos, porque Deus nos escuta do melhor modo. Por isso, podemos dizer à Virgem Imaculada: “Vem a nós, visita-nos, fica conosco, habita em cada comunidade, em cada família”.

Continua na próxima edição...


Vocacional

DEUS PREPAROU

o meu caminho

C

hamo-me Eli Carlos, sou natural de Mongaguá-SP, da paróquia Nossa Senhora Aparecida. Sou seminarista, por isso fui convidado a partilhar com vocês um pouco da minha história vocacional. Faço isso com alegria, também porque neste momento me preparo para professar os votos perpétuos na Congregação dos Padres Marianos. Falar de vocação é falar da ação de Deus na nossa vida, do nosso relacionamento pessoal com Ele. O discernimento vocacional costuma estar ligado aos momentos mais importantes da vida: nascimento, batismo, primeira Comunhão, Crisma. Não foi diferente comigo. A primeira vocação a que Deus nos chama é a vocação à vida. Agradeço a Deus o fundamental papel cumprido pelos meus pais, pela minha família, ao me educarem na fé, ao me ensinarem a amar a Deus.

Em 1991, recebi Jesus Eucarístico pela primeira vez. Ainda me lembro bem desse momento, da expectativa que experimentava quando, na fila da comunhão, me preparava para recebê-Lo pessoalmente... O próprio Cristo ‒ em Seu Corpo e Sangue, Alma

e Divindade. A alegria era imensa. Verdadeira experiência da bondade de Deus. Faz-me bem recordar desse encontro. Mas, infelizmente, como acontece com muitos católicos, algum tempo depois já não ia com tanta frequência às santas Missas. Deus, contudo, não esquece de nós. Em 1999, três jovens foram até a minha casa convidar-me para participar de um encontro da Legião de Maria. Aceitei. Após a reunião, participando da santa Missa, reavivou-se em mim a experiência do amor de Deus. Tornei-me um membro da Legião de Maria, retomei a caminhada de cristão. Ao longo da peregrinação na fé, depois, também participei da Renovação Carismática e do Apostolado da Oração. Em meio às atividades desses movimentos passei a sentir algo diferente; percebia aos poucos que Deus estava me chamando.

Vem e segue-me! Em 2003 foi realizado no Brasil o segundo ano vocacional, 20 anos após o primeiro, com o tema: “Batismo, fonte de todas as vocações”. Refletir sobre essa frase e sobre a minha vocação de batizado me ajudou a

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Ir. Eli Carlos Alves de Sousa, MIC

discernir a voz de Deus que me chamava para seguir um caminho novo. Quando o tempo do crisma chegou, em 2006 ‒ hoje posso dizer: Deus já me havia preparado com carinho para esse momento. Com a coragem dada pelo Espírito Santo, disse sim a Deus e, em 2007, após o processo de acompanhamento vocacional, entrei no seminário dos Padres Marianos. Atualmente estou cursando o terceiro ano de Teologia em Curitiba e, como disse no início, preparo-me para professar os votos perpétuos. Por isso termino esse testemunho pedindo que rezem por mim e por todos aqueles a quem o Senhor chama, para que não deixemos de atender ao Seu chamado, e para que sejamos generosos e fiéis em nosso sim. Que o bom Deus, do qual provém toda fidelidade e generosidade, abençoe a todos.


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“Confio-vos esta tarefa a vós: Sede testemunhas da Misericórdia de Deus”. (São João Paulo II, ao consagrar o mundo à Misericórdia, em Cracóvia, 17/08/2002)

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Santuário da Divina Misericórdia Informações: (41) 3348-5043 - 3348-2018 - apostolado@misericordia.org.br


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