Revista Divina Misericórdia - Edição 55 | Julho/Agosto

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ISSN 2448-301X

DIVINA

MISERICÓRDIA

REVISTA

BRASIL SEDIA O I CONGRESSO CONTINENTAL DA

MISERICÓRDIA NAS AMÉRICAS 23 anos do Santuário da Divina Misericórdia - Pág. 22 2017 - JULHO/AGOSTO - ED.055 - ANO X

SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA


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Sumário

Editorial

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Caro devoto, a partir dessa edição nº 55, a Revista Divina Misericórdia passará a ser bimestral. Esta edição refere-se aos meses de Julho/Agosto.

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Espaço do Leitor Palavra do Pároco Lectio Divina

Ei, você! “Segue-me!” Especial

Brasil sedia o I Congresso Continental da Misericórdia nas Américas

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Devotos da Misericórdia

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Santuário

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Lançamento

Selfie dos Devotos

23 anos de evangelização

Fátima e a Divina Misericórdia – Um mistério em comum para os nossos dias

30 São Maximiliano: Mártir da caridade Formação

32 “Cristo, esse Louco de Amor, #JovemGO

me tornou louca também”

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Pequeninos da Misericórdia

Queremos agradecer a sua generosidade em sustentar as publicações de nossos materiais, esta é uma maneira de colaborar com a evangelização e divulgação da devoção a Jesus Misericordioso. Pedimos que continuem apoiando as obras do Santuário da Divina Misericórdia e que o próprio Jesus seja a sua recompensa. Esta edição nº 55 também é especial por apresentar a você a cobertura do I Congresso Continental da Misericórdia nas Américas (ACCOM), que aconteceu dos dias 22 a 25 de junho, no Santuário Nacional de Aparecida - SP. O evento é uma iniciativa para a promoção da evangelização da América Latina, e vem para sustentar a devoção a Jesus Misericordioso. De acordo com a mensagem enviada por Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis Arcebispo Emérito de Aparecida, SP, o “impulso inicial está na ‘profecia cristã’ representada pelas revelações de Santa Faustina, este sim, o desígnio divino e impulso profético-missionário originário que recordou a misericórdia como centro da fé, da vida e da missão da Igreja, e se torna capaz, por isso mesmo, de fazer com que ‘a misericórdia seja a Igreja em movimento’”. Desta forma, uma das grandes mensagens que se evidenciou durante os dias do Congresso Continental é o compromisso dos devotos em cumprir a tarefa de discípulos missionários da Misericórdia. Acompanhe nesta edição da Revista como foi o I Congresso Continental, que certamente foi uma grande manifestação do amor misericordioso de Deus para com a Igreja e a humanidade.

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PALAVRA DO PÁROCO Caros leitores: “Daí graças ao Senhor, porque Ele é bom, eterna é a sua misericórdia!” (Sl 117, 1). Meus amados, agradecer a Deus em todos os tempos e por todas as coisas é dever de todo filho e filha de Deus. Mas, através dessa edição da nossa Revista, os convido, meus queridos irmãos e irmãs, devotos da Divina Misericórdia, a agradecermos nesse momento, pela existência do nosso Santuário da Divina Misericórdia, em Curitiba–PR, e por tudo aquilo que Deus realiza através de tantas pessoas aqui neste lugar. Caros, leitores da nossa Revista, agradeçamos, celebremos, manifestemos a nossa gratidão ao Deus misericordioso. Outro grande motivo de alegria é perceber que, na história, tem se concretizado um dos desejos de Jesus, manifestado a Santa Faustina, que é: o de que se fale da Sua Misericórdia, para que a mesma seja conhecida, provada e vivida pela humanidade. É fato que muita coisa ainda precisa ser feita, neste sentido, mas em tudo se evidencia a ação do próprio Deus ao conduzir a Sua obra salvadora. Um Deus que nos pede, espera e quer contar conosco, mas que capacita para que Seus projetos se realizem. Que nesta edição da nossa Revista, você e outros provem e conheçam um pouco mais da Misericórdia Divina, e desperte em vós o desejo de levar adiante esse projeto de evangelização, que brota da manifestação de Deus aqui no Santuário da Divina Misericórdia. Pois, juntos evangelizaremos muito mais! Por tudo, a minha gratidão a Deus e a todos vocês que fazem parte desta Família da Divina Misericórdia, nos diversos lugares do nosso e de outros Países. Portanto, meus queridos, mais uma vez: demos graças a Deus por sua Misericórdia e: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Fl 4, 4), para que possamos continuar celebrando essa Misericórdia que age em nós e através de nós. Pe. Francisco Anchieta Cardoso de Muniz, MIC.

Santuário da Divina Misericórdia pe.anchietamic@gmail.com

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EXPEDIENTE ISSN 2448-301X CONSELHO EDITORIAL Pe. Anchieta C. Muniz, MIC Gislaine Keizanoski (MTB 6338) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) JORNALISTA RESPONSÁVEL Isabelle Warzinczak (MTB 10197) NIHIL OBSTAT Pe. Jair B. de Souza, MIC 25 de julho de 2017 DEVOTOS DA MISERICÓRDIA Aluízio Meira 41 3149 7558 aluizio@misericordia.org.br CAPA Divulgação I ACCOM IMPRESSÃO Gráfica Posigraf TIRAGEM 11.000 exemplares CONTATO Estrada do Ganchinho, 570 81930-165 Umbará, Curitiba - PR revista@divinamisericordia.com.br 41 3148 3200 REALIZAÇÃO Santuário da Divina Misericórdia e Congregação dos Padres Marianos


ESPAÇO DO LEITOR Sou o Walter Maluf coordenador dos AEDM de Monte Mor na Paróquia de Nossa Senhora Patrocínio. Envio este testemunho da Sra. Zuleica Amaral. Ela é muito devota da Divina Misericórdia, e obteve a cura de um sério linfoma, por meio do Terço da Misericórdia. Nós rezamos todas as sextas-feiras na Capela do Santíssimo Sacramento da Matriz de N. S. do Patrocínio. Eis o seu testemunho: “A Misericórdia de Jesus me curou” No início era apenas um carocinho que eu nem dei tanta importância, talvez por estar subcutâneo, pouco abaixo da clavícula, aparentemente um cisto sebáceo. Na medida em que ele ia crescendo, eu fui ficando mais cansada. Buscava respostas médicas e principalmente em minhas orações. E foi numa tarde de sexta-feira, no Terço da Misericórdia, que, ao ouvir o Evangelho de Mateus e João, sobre a Paixão e Morte de Jesus, comecei a chorar incontrolavelmente. Era Jesus me avisando que algo muito grave estava acontecendo comigo. Nessa ocasião o gânglio já havia dobrado de tamanho. Dias depois fui a uma consulta com a dermatologista. Senti-me muito segura porque ao entrar, vi que se tratava de uma pessoa de fé, pois havia um pequeno altar com Nossa Senhora no corredor antes da sua sala. A Dra. era uma pessoa iluminada e muito competente que Jesus a colocou no meu caminho, pois logo após me consultar, ela retirou o gânglio e uma semana depois eu já estava diagnosticada. Era um linfoma, câncer no sistema linfático. Fiz mais exames que mostraram muitos outros gânglios por todo meu corpo, os quais jamais descobriria se não fossem esses exames (aquele subcutâneo fora um alerta). Nesses casos, o tratamento costuma ter no mínimo oito sessões de quimioterapia, para começar a dar resultado. Mas, graças a Jesus Misericordioso, com apenas três sessões milagrosamente todos os gânglios haviam desaparecidos. O médico não acreditou no que aconteceu, mas ficou maravilhado, dizendo ser incrível o acontecido e que eu já poderia comemorar. Mesmo assim, continuei o tratamento por mais três sessões apenas. Hoje estou mesmo curada, segundo os últimos exames após o final da quimioterapia. Peço que publiquem este testemunho de cura pela Misericórdia de Jesus, para que os leitores conheçam mais um milagre, pois Jesus, nós confiamos em Vós. Abraços, Walter J. Maluf Coordenador dos AEDM “Servos da Divina Misericórdia” de Monte Mor - SP.

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LECTIO DIVINA

EI, VOCÊ! “SEGUE-ME!” Ir. Gabriel Maria Mãe da Misericórdia, FGMC Mosteiro da Divina Misericórdia

P

reparação para a leitura espiritual:

Leia em sua Bíblia ou abaixo, o texto bíblico escolhido para este nosso encontro com Jesus pela Palavra. Afaste-se dos ruídos e distrações. Coloque-se em uma postura confortável, acalme-se, inspire e expire. Peça a presença do Espírito Santo para iluminá-Lo e conceder a graça de um coração sensível e aberto para sentir a presença de Deus. “Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: ‘Segue-me!’ Ele se levantou e seguiu Jesus. Enquanto Jesus estava à mesa, na casa de Mateus, vieram muitos cobradores de impostos e pecadores e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso e perguntaram aos discípulos: ‘Por que vosso mestre come com os cobradores de impostos e pecadores?’. Jesus ouviu a pergunta e respondeu: ‘Aqueles que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Aprendei, pois, o que significa: ‘Quero misericórdia e não sacrifício’. De fato, eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores’.” (Mateus 9,9-13)

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LEITURA (LECTIO)

Leia o trecho do Evangelho, não como se lê um texto comum, mas com olhar espiritual. O autor Sagrado narra a história sem que percebamos que ele está envolvido e em destaque no “episódio”. Jesus viu Mateus, como viu tantos outros homens e mulheres. Algo naquele homem, cobrador de impostos, chamou a atenção do Mestre; talvez suas virtudes mais intrínsecas. Não temos como afirmar com certeza. A convicção que temos é que Jesus o olhou com misericórdia e disse: “Segue-me!”. Mateus decididamente se levantou e fez a escolha de segui-Lo, abandonando sua vida antiga, abarrotada de opressões e explorações.

Era comum no Império Romano, naquela época, para manter todo o luxo do imperador e do governo, escolher entre o povo judeu alguns indivíduos que fizessem o trabalho da coletoria de impostos, cargo que Mateus ocupava. Para os judeus, essa era uma das funções mais indignas que se podia exercer, pois se tratava de um judeu cobrando, a duras penas, impostos de seu próprio povo e, além disso, cobrando uma parte adicional para si. Mateus era odiado pelo povo, pois por meio de sua função explorava e tirava o pouco que possuíam. Jesus sentou-se à mesa com Mateus, cobradores de impostos, e homens cuja profissão os tornava impuros e pecadores. Outros, por verem a atitude de Jesus, começaram a questionar. Jesus, por sua

1. Cf. SOPOĆKO,Miguel. A misericórdia de Deus em suas obras. 2015. p.158-159, 1º ed. Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba 2015.

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vez, responde-lhes revelando seu coração misericordioso e lhes diz para quê veio ao mundo.

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RUMINAÇÃO (RUMINATIO)

Neste segundo momento, comecemos a confrontar o testemunho de São Mateus com nossa história pessoal. Jesus também noa olha e diz em palavras ou simplesmente com a linguagem interior do coração: “Segue-me”. Talvez você não tenha se dado conta desta verdade. O que estimulou os discípulos a segui-Lo foi escolher a Sua Divina Misericórdia, conscientes de que não tinham nenhum mérito. A força de Jesus é sobrenatural, e sua atuação sobre a alma também, como se percebe na vocação dos primeiros discípulos. Sua força, aliada ao autoconhecimento, suscita em cada um de nós o desejo de confiar Nele sem reservas, de verdadeiramente amá-Lo e seguir Seus passos, como nos ensina o Beato Miguel Sopoćko, confessor de Santa Faustina.1

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ORAÇÃO (ORATIO)

Assim como Jesus escolheu São Mateus, você também foi escolhido. Seja no estado de vida em que

se encontra, ou naquele ao qual se vê chamado. Cristo o convida a ser sinal da Misericórdia Divina. Por Misericórdia fomos atraídos ao seu coração, e sem demora devemos responder e corresponder. Toda vocação nasce do olhar misericordioso de Jesus e somente por Ele poderá ser sustentada até o fim. Peçamos ao Senhor que se digne infundir em nós todas as graças necessárias para que possamos ser santos e retos em nossa decisão em segui-Lo. “Jesus, o meu Amor, fez-me compreender hoje o quanto me ama, embora haja um tão grande abismo entre nós: Criador e criatura. No entanto, de certa forma, existe como que igualdade: o amor preenche esse abismo. Ele mesmo se rebaixa até mim e me faz capaz de conviver com Ele. Mergulhei Nele, como que me perdendo por completo — no entanto, sob a influência do Seu olhar amoroso a minha alma hauriu força e vigor, consciência de que ama e é amada de maneira especial, sabendo que o Poderoso a defende. De uma tal oração, embora breve, a alma tira muito proveito. Nem horas inteiras de oração comum dão à alma a luz que lhe dá um breve momento de oração elevada.” (Diário, 815)2.

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CONTEMPLAÇÃO (CONTEMPLATIO)

Descanse em Deus motivado pelo encontro com a palavra. Simplesmente experimente a força de Deus te envolver por inteiro. Ele te chama como você se encontra exatamente neste momento, não hesite.

SAIBA MAIS CONGREGAÇÕES QUE TÊM COMO CARISMA A EXPRESSÃO DA MISERICÓRDIA DIVINA

Congregação Irmãs de Jesus Misericordioso Curitiba - PR Contato: 41 3156 6570 Mosteiro da Divina Misericórdia Lucélia - SP Contato: 18 99723 1993 Padres Marianos da Imaculada Conceição Curitiba - PR Contato: 41 3329 8719

Eleve a Deus sua mais profunda oração.

2. Cf. DIÁRIO de Santa Faustina A Misericórdia Divina na minha alma, 41º ed. Editora Apostolado da Divina Misericórdia, Curitiba 2016.

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ESPECIAL

BRASIL SEDIA O

I CONGRESSO CONTINENTAL DA

MISERICÓRDIA NAS AMÉRICAS COMO UM SINAL DE ESPERANÇA E FRUTOS PARA A HUMANIDADE O I CONGRESSO DA MISERICÓRDIA A NÍVEL CONTINENTAL REUNIU DEVOTOS DE DIVERSOS PAÍSES LATINO-AMERICANOS

Isabelle Warzinczak

A

sua Misericórdia se estende de geração em geração sobre os que o temem (Lc 1,50). Este foi o tema do I Congresso Continental da Misericórdia nas Américas, que aconteceu dos dias 22 a 25 de junho, no Santuário Nacional de Aparecida (SP), reunindo cerca de 500 participantes, vindos de pelo menos 10 países das Américas. O I ACCOM (Congresso Continental da Misericórdia nas Américas) foi recebido pelo Santuário Nacional de Aparecida como um dos eventos que marcam o Jubileu dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil. Sob o eco do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (2016),

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o I ACCOM vem com o objetivo de complementar as edições dos congressos mundiais – WACOM (Congresso Mundial da Misericórdia) apresentado pelo Vaticano no ano de 2008, e também os Congressos Nacionais que os centros de divulgação da Divina Misericórdia promovem para a formação dos devotos. Na abertura do Congresso Dom Orlando Brandes, atual arcebispo de Aparecida, expressou o seu grande desejo com o I ACCOM. Em suas palavras de acolhimento ele afirmou: “Desejo que este salão seja verdadeiro cenáculo, este encontro um grande pentecostes e que a América Latina receba um novo nome: o Continente da Misericórdia”. Assim aconteceu durante os


dias de encontro, e se seguirá confirmando pelos próximos anos. Dom Alejandro Diaz, enviado especial do Dicastério da Cúria Romana – Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, afirmou para a equipe de redação da Revista Divina Misericórdia que o Papa Francisco é o primeiro em apoiar, respaldar e sustentar essa iniciativa. “Se eu estou aqui presente é porque se viu a conveniência de fazer essa presença como um signo de apoio para os congressistas, para que saibam que o Papa está com eles, que a Santa Sé está apoiando o ACCOM”. Sobre essa iniciativa, Dom Odilo Scherer, arsebispo de São Paulo, ressaltou em entrevista que o Congresso traz mais uma oportunidade para se refletir sobre a Misericórdia de Deus na vida pessoal e na vida da Igreja. Ele afirma que o ACCOM é importante para a evangelização; para que a temática, que foi marcante para o Ano da Misericórdia, continue frutifique na vida da Igreja, e que se aprofunde também a reflexão da Misericórdia, mais e mais, através de organizações e movimentos voltados para esse fim.

Dom Alejandro Diaz

É importante que todos sejam devotos da Misericórdia, a experiência da misericórdia de Deus está no centro da nossa fé, a Misericórdia é o coração do próprio Deus. Essa experiência deveria ser de todos os que creem em Deus e praticam a fé. É importante que isso entre no dia a dia de todas as paróquias, famílias, em nosso comportamento, em nossas relações com as outras pessoas. A Misericórdia de Deus acolhida em nossas vidas é a misericórdia de Deus praticada por nós”.

Dom Odilo Scherer, Pe. Joãozinho de Almeida, Pe. Wagner F. da Silva e Pe. Jan Sopicki

SINAL DE ESPERANÇA O Presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Dom Sérgio da Rocha, esteve presente no quarto dia do Congresso. Ele pontuou que quando vemos pessoas que buscam pela Misericórdia, é um sinal de esperança, de vida nova, de alegria, e é isso o que o Congresso Continental representa. Questionado sobre como ser um sinal da Misericórdia de Deus para a humanidade ele respondeu: “O mundo de hoje está marcado por situações de violência, de agressividade, e nós estamos precisando fazer cada vez mais a experiência da Misericórdia de Deu na própria vida, mas também de ajudar os outros a fazerem essa mesma experiência da Misericórdia de Deus. E ao invés de escolher o caminho da violência e deixar a agressividade crescer, pode-se optar pelo perdão, pela reconciliação, pela compaixão, pela paz. Quem escolhe a misericórdia, quem escolhe este caminho, o estilo de vida misericordioso, com certeza está contribuindo para a superação das situações de violência que aí estão, e com certeza

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Dom Sérgio da Rocha

estará ajudando muita gente. Ao experimentarmos a misericórdia de Deus no dia a dia da vida, nós também vamos ajudando as pessoas a experimentar essa misericórdia. Portanto, somos chamados a sermos missionários da misericórdia, apóstolos da misericórdia, servidores da misericórdia. É muito importante que cada um de nós, espontaneamente, faça isso, cada um de nós procure ser misericordioso no seu dia a dia, na sua família, no trabalho, onde estiver. Mas é muito importante também a vivência comunitária da misericórdia, com iniciativas comunitárias que possam manifestar a misericórdia de Deus, que possam ajudar a expressar cada vez mais o rosto misericordioso da própria Igreja. Obras de Misericórdia não são apenas iniciativas pessoal, mas são também iniciativas comunitárias”. Finalizando a entrevista, Dom Sérgio da Rocha carinhosamente apresentou essa mensagem de encorajamento aos devotos: “A todos os devotos da Divina Misericórdia, seja aqui no Brasil, seja nos países vizinhos e em todo o Continente Americano, nossa palavra é primeiramente de estímulo para que todos possamos buscar sempre a Misericórdia de Deus. Ao

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mesmo tempo, ajudemos o mundo de hoje a acolher essa misericórdia e ajudar as pessoas a serem misericordiosas. Façamos isso na certeza de que Jesus Misericordioso está conosco, nós não estamos sozinhos, não somos misericordiosos por conta própria. Só podemos ser misericordiosos porque Deus é misericordioso para conosco. Deus nos amou primeiro, por isso cada um de nós manifesta essa misericórdia de Deus na própria vida. Então tenham confiança na Divina Misericórdia, que cada um de nós possa dizer a cada dia Jesus, eu confio em Vós e ajude também outras pessoas a repetirem, com os lábios, com o coração e a vida: Jesus, eu confio na vossa Divina Misericórdia”.

Para Dom Antônio Peruzzo, arcebispo da arquidiocese da Curitiba, a Misericórdia também deve ser buscada como um estilo de vida. “Se a misericórdia não for um estilo de vida vai ser uma estratégia de momento, e isso não transforma nem a história e nem os corações. O estilo de vida é um traço da personalidade da pessoa, não uma estratégia para determinada atuação específica. Se a misericórdia não for um estilo de vida o coração humano será sempre desfigurado”, explicou. Ao nos depararmos com as misérias dos nossos irmãos, diante da dor e do sofrimento, podemos oferecer o olhar misericordioso. Dom Peruzzo defende que o olhar misericordioso é o único que de alguma maneira pode educar o homem para a gratuidade e para a esperança. “Para a gratuidade porque é possível exercer a bondade, é possível ser bom exatamente onde a bondade é menos lembrada. E esperança porque aqueles que tropeçam nas suas próprias misérias, podem encontrar na bondade do homem e de Deus alguma possibilidade de otimismo para o futuro. Olhar com misericórdia é sinal de vida, e a falta de misericórdia o condomínio da morte”, finaliza.


O ENCONTRO CONTINENTAL Durante a programação do Congresso Continental foram apresentadas quatro conferências, desenvolvidas recordando o Pai Misericordioso apresentado no antigo e novo testamento. Entre os conferencistas, destacam-se o Padre Dante Alejandro Agüero – sacerdote da Congregação dos Padres Marianos na Argentina; Padre Zezinho – dehoniano; Padre Wagner Ferreira da Silva – Canção Nova; Irmã Lina Boff – religiosa Serva de Maria do Brasil. Somando-se às conferências formativas, também houve momentos

de animação, espiritualidade, testemunhos e Adoração com a Hora da Misericórdia. Sendo este um dos momentos mais forte do encontro. Diante de Jesus Sacramentado os congressistas expressaram a sua fé e experimentaram o acolhimento da Misericórdia Divina. Dos dias 22 a 25 de junho, o Auditório Padre Noé Sotillo – também intitulado carinhosamente pelo Padre Joãozinho de Almeida como útero da Virgem Maria, acolheu caravanas e devotos que vieram do Paraguai, Chile, Colômbia, Argentina, México, Honduras e outros países das Américas, e durante esses

quatro dias fortaleceu em cada um a reponsabilidade e o comprometimento pela obra da Misericórdia. Em sua mensagem de encerramento, um dos grandes motivadores do encontro, o Cardeal arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, conclui o I Congresso Continental declarando: “Hoje somos convidados e enviados para sermos discípulos missionários da Divina Misericórdia, da mesma maneira que somos convidados a experimentar a misericórdia em nossas vidas, somos chamados a anunciá-la, não apenas com palavras, mas com gestos, atividades, serviços”. Dom Orani manifestou, em entrevista, a sua esperança para o nosso país, que possamos colaborar com a Igreja buscando essa graça na Misericórdia de Deus. Ele expressou: “Mais do que nunca o Brasil necessita dessa cultura da misericórdia, vendo tanta divisão que nós temos no país, tantas insatisfações, tantas dificuldades de uns contra os outros. Podemos ver que apesar de tudo aquilo que existe e que nós lamentamos, a Igreja é chamada a anunciar que é possível as pessoas construírem juntas um país novo onde vigore o amor de Deus”.

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DOM ALEJANDRO DIAZ Enviado do Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Vaticano “Jesus nos tem chamado ao amor, por isso todos nós, filhos e filhas de Deus, somos chamados a seguir esse caminho de amor e com a linguagem da misericórdia, porque a misericórdia é amor quando depara com a miséria, com um problema, com uma realidade difícil, aí começa a funcionar a misericórdia, ou melhor o Amor Misericordioso. Eu gosto de falar do estilo de vida da caridade/amor cristão, que inclui a misericórdia. Se você quer ser cristão não pode ser indiferente quando se encontra com a miséria de seu irmão. Como na parábola do Bom Samaritano, se você ama de verdade você também é capaz de firmar-se no caminho para atender as necessidades daquele que está sofrendo. Este é o estilo de vida cristão, estilo do amor, que sabe ser misericordioso quando requer. Comove-me muito que este Congresso esteja sendo celebrado na casa da Virgem Maria. Ela nos ensina como ser misericordiosos, então minha orientação é estar sempre cercado por Maria, pois ela é um caminho por aonde nunca vamos nos perder”.

LINA BOFF Religiosa Serva de Maria do Brasil e professora na PUC-Rio “O Congresso Continental é o primeiro passo para uma união e a abertura do próprio Brasil para os outros países, isso é muito importante, além disso, nos sentimos irmãos. Eu comecei a sentir-me mais tocada pela devoção à Divina Misericórdia quando conheci esse movimento da Irmã Faustina. Estive em Vitória da Conquista - BA e encontrei um grupo que vive a misericórdia divulgada por Santa Faustina. Quando eu vi esse grupo com tanta vontade de aprofundar a espiritualidade da misericórdia eu me deixei tocar. Para todos os devotos eu envio a Misericórdia do Pai que envia o filho para se encarnar. Que todos esses grupos aprofundem cada vez mais essa devoção com uma teologia bíblica, uma teologia pastoral e uma teologia que é a espiritualidade, para que ela seja contemplativa, mística e ao mesmo tempo encarnada”.

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JAN SOPICKI Secretário Geral do Congresso “Se este Congresso está acontecendo é porque há muitas pessoas orando por nós. Agradeço a colaboração de todos que estão há três anos trabalhando por este Congresso. Agradeço aos grupos e às novas comunidades do Rio de Janeiro - RJ, e a grande colaboração e ajuda do Santuário Nacional da Divina Misericórdia, em Curitiba - PR”.

IRMÃ SOLANGE DINIZ Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia “O tema responde tudo o que se espera do Congresso: o mundo e o Brasil, que tem passado por tantas dificuldades, só mesmo a Misericórdia pode nos ajudar a crescer e salvar essa humanidade. Assim como o próprio Jesus Cristo disse: a Misericórdia é a última tábua de salvação para a humanidade. Que Ele seja o mais importante e a tábua de salvação para todos nós”.

PADRE LUIZ CALADO Paróquia Sagrada Família, Jacarecica “É uma bênção nesses 300 anos de Aparecida, na Casa da Mãe, acontecer esse encontro de tantas culturas em torno do mesmo tema, que é universal: o Amor de Deus, a Misericórdia. Quando nós descobrimos que Jesus é esse rosto misericordioso do Pai, como foi o tema do Ano da Misericórdia, nós descobrimos o amor de Deus, e o amor de Deus alcança os corações e os transforma”.

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DOM PERUZZO Arcebispo de Curitiba Levem a experiência do que ouviram, do que leram e do que oraram e a partilhem em suas comunidades. Existe um risco quando a devoção se torna muito intimista. Não se trata de propagar uma devoção, mas de multiplicar uma experiência. Desejo que o Congresso tenha uma efetividade do tipo educativa, que configure as inteligências e os corações para uma linguagem, que retrate um modo de ser e de seguir Jesus.

MARIANO MONCADA E PEREGRINOS HONDURAS Pensamos que com esta unidade, promovida pelo ACCOM, podemos conseguir que mais para frente também a América Central possa ser uma sede para o próximo Congresso Continental da Misericórdia. Nós viemos para aprender mais e principalmente nos deixarmos amar, viver o amor entre os irmãos, a fraternidade. Isso é algo muito importante, maior que aprender teorias, é viver o encontro com o próximo. Neste tempo em que somos tentados a “selecionar” o nosso próximo, o Senhor nos pede para Amar sem limite qualquer pessoa. E isso é o que devemos fazer, vemos pessoas diferentes, de outros países, mas com um só coração, um coração em Cristo. PADRE DANTE AGÜERO Congregação dos Padres Marianos da Argentina A Misericórdia é como uma semente, que desde Santa Faustina vem crescendo mais. Este Congresso Continental é um eco dos Congressos Internacionais, para que essa grande misericórdia comece a estar presente no meio do nosso povo latino-americano, em sua cultura, em sua família. Este congresso quer estender aos nossos países a necessidade de uma cultura e de uma vivência da misericórdia.

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O Padre Jan Sopicki SAC, Secretário Geral do Congresso, enviou para a redação o seu relato e agradecimento pelo êxito do I ACCOM. Confira:

APARECIDA DO NORTE, 22-25.06.2017 Depois de três anos de preparativos tivemos durante os dias de Congresso Continental uma experiência inesquecível da presença de Deus no meio de nós. Só assim posso definir tudo o que vivemos neste I ACCOM, que reuniu 500 pessoas de 11 países do continente americano e alguns representantes de Europa, como missionários europeus e o representante do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Alejandro Diaz. A maior representatividade de estrangeiros veio de Argentina. Contamos com a presença de muitas congregações religiosas, seminaristas, padres, bispos e cardeais. Além de presença marcante de cardeal Dom Orani, arcebispo do Rio de Janeiro, vieram para nos visitar os cardeais Dom Odilo Scherer de São Paulo e Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e presidente da CNBB. Os dois cardeais deixaram calorosas mensagens para todos os participantes do Congresso. Sobre as conferências, cada uma das palestras contribuiu para a riqueza do Congresso, e todas contaram com o apoio dos grupos musicais da Canção Nova, do Ir ao Povo do Padre Zezinho de Taubaté, do Padre Rodrigo Natal como também do grupo dos pastores acompanhando o Izaias Carneiro da comunidade Coração

Novo. Somados a esses grupos tivemos os músicos argentinos na pessoa do Padre Dante Aguëro, MIC, e o jovem Nico Fernandes. Outro elemento essencial durante o Congresso foram os testemunhos da presença de Deus na vida particular ou no trabalho da comunidade. A Sonia Borlot Chiesa, iniciou com o testemunho da divulgação da Divina Misericórdia desde anos 80, apoiando o Padre André Krzymyczek, MIC. Sobre a experiência particular ainda falaram: Neiva Echer de Caxias do Sul, que comoveu todos os congressistas; Emanuel Stênio e Gabrielle Sanchotene da Canção Nova, Ir. Solange da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia que passou 20 anos no convento em Cracóvia e agora fica como superiora da primeira comunidade destas no Rio de Janeiro. A Ir. Maribel Perez testemunhou a evangelização nas ruas do projeto Thalita Kum e o trabalho da misericórdia entre as pessoas perdidas na vida por causa de drogas. As atividades da comunidade Betânia

foram testemunhadas pelo Padre Lúcio, um jovem recuperado das drogas. Enfim foi uma apoteose com o Pe. João Henrique da Aliança da Misericórdia e, também, confirmado pelo testemunho de um jovem recuperado. Destaco dois eventos culturais – da Maíra Jaber com um grupo de teatro e a Cia. Artes Luz do Mundo, que veio do Rio de Janeiro, e dos pastores evangélicos que cantaram e deram seu testemunho na noite de sábado, dia 24. Foi emocionante o pedido de perdão dirigido aos católicos da parte do Pastor Efigênio por causa de ter atrapalhado as celebrações das Missas com os cultos barulhentos nas portas das igrejas. A parte litúrgica contou com três celebrações de Santas Missas no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, presididas por Dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida; Dom Milton Antônio dos Santos, arcebispo de Cuiabá e Dom Orani João Tempesta que celebrou no Domingo e depois fez o encerramento do I Congresso Continental.

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Outros momentos que foram profundamente comoventes foram as duas celebrações da Hora da Misericórdia com a oração do Terço da Misericórdia diante do Santíssimo Sacramento. Principalmente a celebração de sexta-feira, dia 23, com a presença de Dom José Antônio Peruzzo, arcebispo de Curitiba e do Padre Sandro Souza, MIC, da Congregação dos Padres Marianos de Curitiba, marcou profundamente todos os participantes. Para mim pessoalmente, foi a mais linda adoração em que participei na minha vida. No sábado contamos com a presidência de Dom Guillermo Ortiz Mondragon, bispo de México. Ficamos muito gratos ao Padre Joãozinho de Almeida, famoso cantor e teólogo de Taubaté. Foi ele que assumiu a responsabilidade pela organização das palestras e dos palestrantes como, depois, a coordenação dos trabalhos. Tudo isso seria impossível sem o trabalho de voluntários das diversas comunidades da vida apostólica e outros entusiastas jovens. É difícil enumerar todos porque a lista é grande. O apoio dos Padres Marianos e da equipe do Santuário Nacional da Divina Misericórdia em Curitiba foi extraordinário. Contamos com a presença de cinco padres Marianos no Congresso. Foi lindo o testemunho e a presença do Padre Jan Glica,

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MIC, veterano na divulgação da Misericórdia no Brasil e construtor do Santuário em Curitiba. Em Aparecida além do apoio de diversas pessoas do Santuário quero destacar a ajuda do Padre Leo, pároco de Potim, que deu todo apoio aos nossos jovens organizando os lugares para dormir e alimentação para eles. Agradecemos a presença do Mons. Alejandro Diaz Garcia do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização de Roma. Ele participou em todas as atividades. Também levou a candidatura de três países para organizar o II Congresso da Misericórdia, em 2020, são eles: Honduras, Paraguai e Panamá. Depois das respectivas consultas este Conselho deve anunciar oficialmente o II Congresso Continental. Notamos também a discreta, mas perseverante presença dos bispos: Dom Héctor Felipe Villa, enviado pela conferência dos Bispos de Canadá como seu representante; Dom Tarcísio do Nascimento, bispo de Duque de Caxias e Dom Emanuel, bispo de Caratinga – MG. Fico grato ao Juan Carlos Saucedo, de Panamá, fundador da Casa de lá Misericórdia e editor da Lectio Divina em sua revista Misericórdia dia a dia, que é editada bimensalmente em 140

mil exemplares e enviada para 21 países da língua espanhola. Ele fez uma edição portuguesa com a programação do nosso Congresso. Os momentos de Lectio Divina enriqueceram as nossas atividades. Esperamos que devam contribuir muito no lançamento desta revista no Brasil. No sábado tivemos também uma espontânea apresentação de dança folclórica do Paraguai. Fico muito grato para todos que acolheram o meu pedido e assumiram a organização do I Congresso Continental da Misericórdia. Foi muito emocionante notar o entusiasmo que todos os congressistas levaram para os seus países e comunidades. Ficamos ainda mais convictos de que precisamos ser discípulos e missionários da Divina Misericórdia, que não é simplesmente uma devoção, mas uma forma de viver a missão da Igreja, com equilíbrio entre a ação e a oração, manifestando o rosto misericordioso do Pai e sendo misericordiosos como Jesus. Contamos com uma especial proteção de Nossa Senhora Aparecida, porque tudo aconteceu debaixo do sem manto materno no subsolo do Santuário de Aparecida. Pe. Jan Sopicki SAC, Secretário Geral do Congresso Rio de Janeiro – Lisboa, 28.06.2017


Congresso A D DI L A V Nacional N I A no

Ma ria no

ERICÓ MIS R D

Maria : a mulher q ue a credito u q ue par a Deus tud o é possível, e por isso é Bem-aventur ada

Dias 10, 11 e 12

de novembro no Santuário da Divina Misericórdia

Durante o congresso

Consagração à Nossa Senhora Procissão com Nossa Senhora Imposição do Escapulário

IA

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O S S E N R AC G N O

da Divina Misericórdia

A N

2017

ERICÓ MIS RD

ESSO NA GR CI N O

A N

L DA DIV NA I O

Investimento

2017

Inscrição R$ 220,00 Sem alimentação R$ 100,00 Almoço de sexta R$ 25,00

Inscrições no site

congressodamisericordia.com

Santuário da Divina Misericórdia - (41) 3148-3200 Estrada do Ganchinho 570 Bairro Umbará, Curitiba-PR - CEP 81930-165

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Misericórdia

SELFIE DOS DEVOTOS

Crianças da Comunidade Nossa Senhora Mãe da Igreja, Presidente Prudente - SP

Paróquia São José, Dianópolis - TO

Encontro, Aproximai-vos da Misericórdia, na paróquia de São Benedito, Santa Cruz do Rio Pardo - SP

Paróquia São Pedro Apóstolo, Matinhos - PR

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SANTUÁRIO

23 ANOS DE EVANGELIZAÇÃO Isabelle Warzinczak

N

o dia 24 de julho os fiéis do Santuário da Divina Misericórdia, Curitiba-PR, tiveram um motivo muito especial para celebrar: os 23 anos de evangelização da Paróquia Santuário. Após esses anos o Santuário ganhou reconhecimento nacional de

centro de evangelização e divulgação da Devoção a Misericórdia Divina. Semanalmente acolhe um número expressivo de peregrinos, que vêm com as suas famílias ou em caravanas para buscar e principalmente agradecer pelas bênçãos recebidas de Jesus Misericordioso.

Para celebrar esses 23 anos de desenvolvimento, queremos destacar nesta matéria alguns fatos e duas histórias de vidas transformadas pelo amor misericordioso de Deus. A primeira do Padre Jan Glica, MIC, que construiu o Santuário, e a segunda, do devoto João Paulo da Silva, que encontrou aqui o seu sustento para a vida e a alma.

DEDICAÇÃO PELA OBRA

Foto: Alexsander Ferreira.

O Padre Jan Glica, MIC, junto com o Padre Andre Krzymyczek, MIC, fez um amplo trabalho de divulgação da Devoção a Divina Misericórdia pelo Brasil. Iniciou com a celebração da Novena à Divina Misericórdia, depois em 1982 participou da tradução do Diário de Santa Faustina, originalmente publicado em polonês (1981). E em 1994 alcançou, com muito esforço e dedicação,

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ção, em 1994. A doação foi feita pela Serva de Deus, Irma Clélia Merloni, na Itália ‒ como um voto de ação de graças pelo dinâmico desenvolvimento da Congregação das Irmãs Apóstolas no Brasil.

o sonho de iniciar a construção de um Santuário dedicado à Divina Misericórdia, um lugar escolhido pelo próprio Jesus Misericordioso, para ser a Casa da Misericórdia, como é descrito com veneração por muitos fiéis. “Quando ganhamos o terreno eu senti uma alegria, uma satisfação espiritual muito grande. Pensei: eu vou cumprir na minha vida uma Santa Obra realizada por Jesus Cristo. (...) Entre os 12 anos que eu vivi aqui teve momentos que eu pensei em desistir. Vim me queixar para Jesus muitas vezes, eu dizia ‘Jesus, eu confio em Vós, mas o Senhor parece que me abandonou’, e

Jesus me olhava e respondia ‘Jan, eu confio em ti também’. Então eu enfrentei as dificuldades. (...) Mas se é obra de Deus, Ele vai ajudar. E nós trabalhamos com entusiasmo, eu via como um privilégio enfrentar essa obra. Por isso, em nossos planos, nós temos que refletir sobre a finalidade de um Santuário. As pessoas vão a um Santuário por motivos espirituais, para se converter, alcançar saúde, abandonar vícios, superar o pecado e as dificuldades que afligem a família”, explica o Padre Jan. O terreno onde o Santuário está construído foi doado pela Congregação das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, na ocasião do centenário da funda-

O decreto da criação da paróquia Santuário da Divina Misericórdia (segundo o livro tombo), data de 1° de julho de 1994 e a Santa Missa de posse do Pároco aconteceu no dia 24 de julho do mesmo ano, com a presença de Dom Pedro Fedalto, então, arcebispo de Curitiba. No ano seguinte, o Padre Jan Glica, MIC, iniciou a construção da igreja. No dia 24 de julho de 1994 o Arcebispo de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, celebrou uma Santa Missa campal, fundou a Paróquia Divina Misericórdia e empossou o primeiro pároco, Padre Jan Glica, MIC. No dia 17 de agosto de 1997 o mesmo arcebispo abençoou a pedra fundamental do futuro Santuário. Em 25 de abril de 2001, Dom Pedro Fedalto conferiu a ela o título de Santuário Diocesano da Divina Misericórdia.

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SUSTENTO PARA A VIDA E A ALMA “Eu fui uma pessoa dependente química, e eu não conhecia a Igreja Católica, essa beleza do Santuário. Eu usava drogas aqui na frente e entrar para pedir comida, levar comida para casa, mas não imaginava que aqui dentro vive Jesus. Eu entrava como se fosse a qualquer lugar. Eu não sabia a grandeza de tudo isso. E foi um tempo que vivi assim, até que com ajuda entrei numa comunidade católica para tratamento e lá conheci Jesus. Depois que eu sai dessa casa de recuperação eu comecei a frequentar o Santuário, participar das Missas e das celebrações do Grupo de Oração.

Fotos: Fernanda Francisquinho.

Aqui eu comecei a me abastecer. Eu vi a grandeza desse lugar, antes eu entrava aqui e não dava valor nenhum. Eu pensava: ‘Meu Deus todos esses anos perdidos, e Jesus aqui tão pertinho de mim’. E tive vontade de fazer algo a mais para Jesus. Fui acolhido com muito amor pelos responsáveis aqui da igreja, fiz uma formação para ser Servo da Misericórdia e fazer a acolhida nos dias de Grupo. Vai fazer oito anos que estou na acolhida.

Assim começou a minha história aqui no Santuário. Sempre ajudei como voluntário nas festas e em alguns serviços de manutenção, até que um dia eu recebi o convite para ser colaborador do Santuário da Divina Misericórdia. Foi uma alegria, pois naquela época eu pagava aluguel. Na graça de Deus hoje fazem cinco anos que eu sou registrado aqui, mas frequento desde o final de 2007. Pela providência Divina, aqui conheci a minha esposa, nós casamos aqui no Santuário, e também vai completar cinco anos. Foi aqui dentro que Deus agiu na minha vida. Por consequência do uso de drogas o meu braço ficou paralisado. E nesse lugar tão abençoado, num momento do Passeio com o Santíssimo, no Grupo de Oração, eu recebi a minha cura.

Deus me via entrando aqui com um saco de lixo nas costas, pedindo comida, nem conhecia Jesus, mas Deus olhava a miséria da minha alma e Ele já tinha esse propósito para a minha vida. Ele me trouxe aqui no Santuário, e hoje eu tenho o sustento para a minha alma, pelo serviço e pela Eucaristia, e o sustento da minha família, pelo trabalho. Eu louvo a Deus por este lugar, por ter conhecido Jesus e fazer parte do Santuário da Divina Misericórdia, onde também sirvo como Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão. Essas mãos que ficaram 13 anos manejando as drogas, Deus me deu a graça de hoje levar Jesus Eucarístico para as pessoas, para os doentes. Essa é uma obra muito grande que Deus fez na minha vida. Eu me emociono porque muitas pessoas falavam que eu não era ninguém, mas esse Jesus cuidava de mim e zelava por mim durante todos esses anos que eu sofri nas drogas, para estar aqui hoje contando a minha história.” João Paulo da Silva

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CENTRO DE DIVULGAÇÃO E PEREGRINAÇÃO

Muitas conquistas têm marcado esses 23 anos de história do Santuário da Divina Misericórdia. Neste ano de 2017, foi a realizada a primeira Festa da Divina Misericórdia a nível Nacional, com shows e apresentações de cantores de renome no cenário católico, como: Tony Allysson, Thiago Brado, Alvaro e Daniel, Walmir Alencar e muitos pregadores – Irmã Zélia, Ironi Spuldaro, Daniel Godri Junior –, que con-

tribuíram para a Festa Nacional se tornasse um ambiente de verdadeira fé e espiritualidade intensa. Nos três dias (21, 22 e 23 de abril) passaram pelo Santuário um público aproximado de 30 mil pessoas. Também neste ano acontecerá a 16ª edição do Congresso Nacional da Divina Misericórdia, que será voltado para o Ano Mariano, com o tema: “A mulher que acreditou que para Deus tudo é possível e por isso é Bem-aventurada”.

Neste 16ª Congresso buscamos superar a quantidade de congressistas inscritos no ano passado, que já foi bastante considerável, para que desta forma, mais devotos motivados pela Misericórdia Divina possam levar às suas comunidades uma espiritualidade renovada para trabalhar a missão que Jesus nos pediu para a obra de Misericórdia. Outra atividade que marca o desenvolvimento do Santuário é o Grupo de Oração. Celebrado às

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terças-feiras, 19h, o Grupo tornou-se referência nacional, uma vez que chega a reunir cerca de 4 mil pessoas nos Cercos de Jericó. Além das Santas Missas, é celebrada diariamente a Hora da Misericórdia e novenas à Imaculada Conceição, nas quartas-feiras.

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Somando às diversas promoções de evangelização desenvolvidas, o Santuário conta também com a Editora Apostolado da Divina Misericórdia, instituída oficialmente em 1982. Com a editora, muitos materiais a respeito da Divina Misericórdia foram traduzidos para

o português brasileiro, e as edições do Diário de Santa Faustina, Apóstola de Jesus Misericordioso, alcançaram milhares de exemplares. Essa é a missão do Santuário, ser um lugar de acolhida e conversão, e, promover a devoção em todo o Brasil.


AGENDA DO SANTUÁRIO

CHEGANDO NO SANTUÁRIO

Santas Missas Domingo: 7h, 9h, 15h e 19h; Quarta-feira: 15h e 19h; Sexta-feira (Dia da Misericórdia): 7h, 15h e 19h;

ÔNIBUS

CARRO

Todos os dias: 19h.

Confissões Terça-feira: no horário do Grupo de Oração; Sexta-feira: durante todo o dia.

Hora da Misericórdia

No Terminal do Pinheirinho embarcar em uma das linhas: 642-GANCHINHO ou 638-PINHEIRINHO e descer no ponto em frente ao Santuário.

Acesso pela rodovia Contorno Leste (BR 116). O Santuário está situado na marginal da rodovia, no Km 113.

Todos os dias: 15h.

Novena à Nossa Senhora da Imaculada Conceição Quarta-feira: 19h.

Missa pelas Famílias Primeira segunda-feira do mês: 19h.

Missa Vocacional Terceiro sábado do mês: 19h.

Adoração ao Santíssimo Sacramento Primeiro sábado do mês: das 7h às 19h (Missas às 7h e às 19h).

Grupo de Oração Terças-feiras: às 19h.

O Santuário da Divina Misericórdia está localizado na região sul do país, em Curitiba, Paraná. Estrada do Ganchinho, 570, Umbará. Agende a sua visita. Faça uma peregrinação ao Santuário da Divina Misericórdia. Entre em contato com o Nosso Núcleo de relacionamento com o Devoto pelo telefone 41 3148 3200 ou devotos@misericordia.org.br.

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LANÇAMENTO

FÁTIMA E A DIVINA MISERICÓRDIA UM MISTÉRIO EM COMUM PARA OS NOSSOS DIAS Gislaine Keizanoski

H

á quem se pergunte: “As mensagens de Nossa Senhora de Fátima aos Pastorinhos e as mensagens de Jesus Misericordioso a Santa Faustina Kowalska têm algo em comum?” E a resposta é: Sim, e são muitos os mistérios de fé que entrelaçam e aproximam essas duas mensagens.

discorrem sobre temas como: a urgência, a importância e o valor das mensagens de Fátima e da Divina Misericórdia; a importância da oração de intercessão para a humanidade; o papel fundamental de São João Paulo II nessas mensagens; e uma reflexão sobre o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria.

Os eventos de Fátima em 1917 e os encontros de Santa Faustina com Jesus entre os anos de 1931 a 1938 põem em evidência os desafios que a humanidade enfrentava naquele período. Aí você pode pensar: “Essas mensagens foram importantes para aquele tempo histórico e hoje fazemos delas apenas memória”. Definitivamente, não. Ainda que os problemas que enfrentamos hoje sejam outros, a necessidade de conversão é a mesma, por isso, o conteúdo dessas mensagens são tão atuais e necessários para os nossos dias.

O livro apresenta também, na íntegra, os diálogos de Nossa Senhora com os Pastorinhos, os principais elementos da devoção à Divina Misericórdia e uma cronologia de datas dos eventos históricos que aproximam ambas mensagens.

Foi pensando nisso que a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, neste Ano Mariano, Centenário das Aparições de Fátima, propõem uma nova reflexão sobre os pedidos de Nossa Senhora à Lúcia, Francisco e Jacinta e de Jesus àquela a quem Ele mesmo designou como Apóstola e Secretária da Misericórdia – Irmã Faustina. O livro “Fátima e a Divina Misericórdia – Um mistério em comum para os nossos dias” apresenta diversos artigos que

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Através dessa obra também é possível conhecer um pouco da vida de Santa Faustina – que sempre reconhecia e afirmava: “O meu constante empenho é pedir misericórdia para o mundo” (Diário, 482). Este livro apresenta a primeira biografia publicada após a canonização de São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto sobre a vida dos Pastorinhos de Fátima – três inocentes e devotas crianças que sempre que se recordavam de Nossa Senhora exclamavam: “Ai que Senhora mais bonita!”. Lúcia, São Francisco Marto e Santa Jacinta Marto, a partir dos encontros com a Virgem de Fátima, puderam experimentar algo extraordinário que tornou suas vidas verdadeiros atos de sacrifício por amor a Deus e a Nossa Senhora.

“Fátima e a Divina Misericórdia” é um redescobrir a missão de misericórdia para a qual a humanidade é chamada, é um guia que conduz o cristão a renovar a sua experiência com a Misericórdia Divina.

OS AUTORES: Pe. Jair Batista de Souza, MIC É o atual Provincial da Congregação dos Padres Marianos no Brasil. Pe. Leandro A. da Silva, MIC Atualmente é o II Conselheiro Geral da Congregação dos Padres Marianos, em Roma – Itália. Pe. Silvio R. Roberto, MIC Fundador e diretor da Casa Pró-Vida Mãe Imaculada. Atualmente é gestor da Editora Apostolado da Divina Misericórdia. Pe. Ednilson de Jesus, MIC Atualmente é pároco na paróquia São Jorge, em Curitiba-PR. Pe. Basileu dos Anjos Pires, MIC De cidadania portuguesa, é membro da Congregação dos Padres Marianos de Portugal. Pe. Seraphim Michalenko, MIC É membro da Congregação dos Padres Marianos nos Estados Unidos. Há mais de 50 anos dedica seu sacerdócio a divulgar a Mensagem da Divina Misericórdia pelo mundo. Pe. Jonas Eduardo G.C. Silva É sacerdote da Diocese de Joinville-SC.


Lançamento

Em breve Que mistério envolve essas duas revelações?

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FORMAÇÃO

SÃO MAXIMILIANO: MÁRTIR DA CARIDADE João Marcos Esser

U

m santo para nossos tempos: exemplar em sua vida e semelhante a Cristo no amor, até as últimas consequências. Este é São Maximiliano Maria Kolbe.

Nasceu em 8 de janeiro de 1894 e recebeu no batismo o nome de Raimundo Kolbe. Sua Família era de pobres operários, humildes no seu viver e fervorosos na fé e piedade. Formado com tais valores, desejou já aos 13 anos ingressar no seminário dos Frades Conventuais Franciscanos, mesmo que para isso tivesse que atravessar ilegalmente a fronteira Austro-Ungara, e de fato o fez junto de seu irmão. Sua vocação era vigorosa e firme. A única vez que titubeou em sair do seminário foi por ocasião da guerra, quando queria defender sua família e sua Rainha nos campos de batalha. Mas logo descobriu que a vontade de Deus não era esta. Por ocasião da sua profissão solene dos votos religiosos, toma o nome de Maximiliano Maria Kolbe. Durante a formação chamava atenção sua inteligência e seriedade com as coisas de Deus, assim como a sua preocupação no que tange a evangelização dos povos.

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Ainda como estudante fundou a milícia da Imaculada, que, mesmo sem dinheiro, se tornou uma tipografia que imprimia sua revista. Seu carisma com as comunicações sociais o fizeram chegar até o Japão e a ter programas de rádio. Seu coração ardia de desejo de converter os pagãos e hereges. Em 1918 foi ordenado em Roma, onde havia estudado. Pouco antes disso seu pai foi preso pelos comunistas russos e

Durante os 77 dias que ficou nos campos de concentração conquistou com seus carisma os companheiros de cela que com ele rezavam e cantavam.

enforcado em 1914. Com isso, sua mãe se recolhe no convento beneditino. Numa carta, narra ela uma experiência mística do filho: “Tremia pela emoção e com lágrimas nos olhos me disse: 'apareceu para mim Nossa Senhora, tendo nas mãos duas coroas: uma branca e outra vermelha. Olhava-me com amor e me perguntou se as queria. A branca significava a pureza e a vermelha o martírio. Respondi que aceitava... Então, Nossa Senhora me olhou com doçura e desapareceu!'. A mudança extraordinária nele para mim atestava a verdade da coisa. Nem sempre era compreendido em cada ocasião, acenava com o rosto radiante a sua desejada morte de mártir. E eu estava pronta, como Nossa Senhora depois da profecia de Simeão”. Talvez a graça do martírio o tenha levado até os campos de concentração. Maximiliano foi preso pela Gestapo (polícia secreta nazista) em 17 de fevereiro de 1941 e levado para Auschwitz com mais 320 presos, onde chegou em 28 de maio do mesmo ano. Ali recebe o número 16670. Durante os 77 dias que ficou nos campos de concentração conquistou com seus carisma os companheiros de


cela que com ele rezavam e cantavam. Mesmo nas situações mais adversas, Maximiliano preservava sua serenidade e simpatia. A caridade o levou a última consequência de sua vida terrena. Havendo fugidos três homens, o subcomandante Karl Fritzsch ordenou que em represália às fugas outras dez pessoas fossem levadas para morrerem de fome e sede, privados até da luz. Estavam os prisioneiros em fila, entre eles o Padre Maximiliano e Franciszek Gajowniczek. Fritz chegou diante de Franciszek – segundo relato do próprio Franciszek, toda reação nestas hora era punida com morte –, foi nesse momento que Padre Maximiliano sai caminhando em direção a Fritzsch e disse com voz calma: “quero morrer no lugar deste homem”. Fritzsch perguntou: “quem é o senhor?”. Depois de 7 milhões de presos, Maximiliano foi o primeiro a ser chamado de senhor, uma vez que todos só recebiam xingamentos. Maximiliano responde: “sou um polaco sacerdote católico”. O motivo de Maximiliano ter se oferecido no lugar foi saber que o seu companheiro tinha esposa e filhos. Kolbe é levado para o bunker da fome e por 380 horas padece. Segundo Bruno Borgowiec, oficial nazista, a cela parecia uma Igreja. Lá cantavam e rezavam todos os dias com fervor. Frei Maximiliano liderava e todos os respondiam em uníssono. Depois de duas semanas naquelas situações, sobraram apenas Padre Kolbe e mais três.Relata Borgowiec: “Frei Maximiliano Kolbe, desnudo, esquelético como um crucifixo

românico, estava ainda sentado na posição dos últimos três dias, com a cabeça levemente inclinada para a esquerda, a suavidade dum sorriso nos lábios, os braços abandonados sobre o corpo, as costas apoiadas na parede do fundo. Diante dele, três corpos desfigurados pela fome e pela sede, estendidos no chão sem sentidos, mas ainda vivos.” Assim, para “limpar” a cela, foram mortos com uma injeção letal de ácido cabólico. Este foi um fim que aos olhos humanos parece ser castigo, mas para os cristãos é cheia de imortalidade,

pois sofrendo receberão grandes bens porque Deus os provou e julgou dignos de si, aceitou-os como holocausto (cf. Sab 3, 4-7). Por isso, São maximiliano é o Mártir da Caridade: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.” (Jo 15, 13) “Nos sustente no nosso caminho o exemplo de São Maximiliano Kolbe, mártir da caridade. Que ele nos ensine a viver o fogo do amor por Deus e pelo próximo” (Papa Francisco).

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#JOVEMGO

“CRISTO, esse Louco de Amor, ME TORNOU LOUCA TAMBÉM”¹

S

anta Teresa dos Andes, entre cujos lemas de vida estava “Meu espelho há de ser Maria“, resumiu assim a própria vida: “Cristo, esse louco de amor, me tornou louca também”. Aos 19 anos de idade ela partiu desta vida. Porém mesmo muito jovem já era modelo de santidade para todos – em especial para a juventude latino-americana, da qual foi declarada padroeira. Ela é um modelo para a humanidade de que o seguimento de Jesus Cristo à santidade é a única maneira capaz de fazer-nos plenamente felizes. Levamos até você alguns detalhes da vida desta religiosa. Que o exemplo de Santa Teresa dos Andes possa gerar em seu coração o desejo de seguir radicalmente a Cristo, recorrendo a esta amiga dos jovens que ensina a alegria de viver, baseada no Amor de Deus. Juana Fernández Solar nasceu no dia 13 de julho de 1900, em Santiago do Chile, filha de Miguel e Lucia. Educada em um ambiente cristão, a partir dos 6 anos, já participava da Santa Missa quase todos os dias, junto com a mãe. Essa vivência nutriu no coração da menina o grande desejo de receber a primeira comunhão, o que aconteceu em 1910. A partir de então, procurava comungar todos

os dias e gostava de passar longos momentos em diálogo pessoal com Jesus Eucarístico. Juana estudou durante 11 anos no Colégio do Sagrado Coração, os últimos três como interna. Seu grande sacrifício era ficar longe da família, à qual era muito apegada. Aos 14 anos, começou a perceber a vocação à vida religiosa, num processo de discernimento que foi aprofundando mediante a correspondência com a superiora das carmelitas descalças. Aos 17 anos, Juana manifestou o desejo de se tornar carmelita e, dando continuidade ao cuidadoso processo de discernimento, ingressou no convento dos Andes em 1919, tomando o nome de Teresa de Jesus. A vida no carmelo foi breve para ela: onze meses depois, a irmã Teresa faleceu em decorrência de febre tifoide. Era o dia 12 de abril de 1920. Ela tinha 19 anos de idade. A irmã Teresa foi beatificada por São João Paulo II em 1987 e canonizada pelo mesmo Papa em 1993, quando ele a chamou pela primeira vez de Santa Teresa de Jesus dos Andes e recordou que ela era não apenas a primeira santa chilena, mas também a primeira carmelita descalça da América Latina a ser elevada aos altares.

1. Texto extraído do site Aleteia Brasil Com informações de ACI Digital.

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Na homilia de canonização, São João Paulo II destacou: “Esta carmelita chilena, que viveu com alegria e como modelo da perene juventude do Evangelho, oferece a uma sociedade secularizada, que vive de costas para Deus, o testemunho límpido de uma existência que proclama aos homens e às mulheres de hoje que no amar, adorar e servir a Deus estão a grandeza e a alegria, a liberdade e a realização plena da criatura humana (…) Do claustro, ela grita suavemente: ‘Só Deus basta!’, especialmente aos jovens, aos famintos de verdade e aos que estão em busca de uma luz para dar sentido à sua vida (…) A uma juventude solicitada pelas contínuas mensagens e estímulos de uma cultura erotizada, a uma sociedade que confunde amor genuíno, que é doação, com o uso hedonista do outro, esta jovem virgem dos Andes proclama hoje a beleza e a bem-aventurança que emana dos corações puros”. De fato, a alegria é apontada como uma das suas maiores características: uma genuína alegria de viver, baseada em Deus e no Seu Amor.


Oração a Santa Teresa dos Andes Teresa dos Andes, Que das mãos de Maria te converteste Em uma jovem apaixonada por Jesus Cristo, És modelo de santidade e caminho de perfeição para a Igreja. Tu soubeste sorrir, amar, alegrar e servir. Tu foste forte para assumir a dor E generosa para amar. Tu soubeste contemplar a Deus Nas coisas sensíveis da vida. Mostra-nos o amor do Pai Para viver a amizade com alegria E com ternura na família.

Ajuda aos fracos e aos tristes Para que o Espírito os anime na esperança. Intercede por nós E pede para o Chile o amor e a paz. Teresa dos Andes, Filha predileta da Igreja chilena, Religiosa do Carmelo, Amiga dos jovens, Serva dos pobres, Roga por nós cada dia.

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Ilustração: Felipe Koller. Ilustração: Felipe Koller.

PEQUENINOS DA MISERICÓRDIA

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