Revista Divina Misericórdia - Edição 56 | Setembro/Outubro

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ISSN 2448-301X

DIVINA

MISERICÓRDIA

REVISTA

SANTA FAUSTINA ENSINAMENTOS DOS NOSSOS DIAS

2017 - SETEMBRO/OUTUBRO - ED.056 - ANO X

SANTUÁRIO DA DIVINA MISERICÓRDIA



Sumário

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Espaço do Leitor Leitura Orante

Tua Palavra é um facho que ilumina os meus passos Espiritualidade

A importância da espiritualidade mariana no ambiente familiar Vocacional

Sou marcado com o sinal do Redentor Igreja

Comprovação da Bíblia Espaço do Devoto

Tiramisù de morango Congresso Nacional

Conheça os Pregadores do 16º Congresso Nacional da Misericórdia Infográfico

A vida de Santa Faustina

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Especial

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Testemunho

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Os ensinamentos de Santa Faustina nos nossos Dias Hoje livre sou Devotos

Devotos na rede Entrevista

Conte sua história

Editorial Festa litúrgica de Santa Faustina! Celebramos esta edição da Revista Divina Misericórdia com a matéria Especial onde destacamos os ensinamentos de Santa Faustina para os nossos dias. Relembrando as dificuldades que a Irmã teve para a realização da obra que o próprio Jesus deixou. No Infográfico você verá os pontos importantes da trajetória da Apóstola da Misericórdia. Agradecemos a Deus, a graça concedida à Congregação dos Padres Marianos de tornar fecundo também o carisma da Divina Misericórdia e poder realizar as obras de propagação da devoção a partir do nosso Santuário da Divina Misericórdia, em Curitiba-PR. Na editoria Espiritualidade, com o texto do Padre Sandro Souza, MIC, você saberá a importância da Eespiritualidade Mariana no ambiente familiar. O padre explica como acontece a espiritualidade na vida daqueles que a permitem e como podemos transmitir esta espiritualidade, que é o rosto do próprio Jesus. O Padre Sandro destaca também como a oração do Santo Terço pode devolver às famílias a intimidade com Nossa Senhora, e as características que necessitam para serem como a Sagrada Família de Nazaré. Em JovemGo você confere um lindo testemunho de uma jovem de 18 anos que saiu de sua casa no Paraguai, para evangelizar em alguns países da América. Levar a Palavra de Deus aos povos mais carentes é a experiência que mais a comove enquanto missionária. Boa leitura!

Ano Mariano

300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora de Aparecida #JovemGo

Missionários da Misericórdia Pequeninos da Misericórdia

Passatempo 1

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PALAVRA DO PÁROCO Caros irmãos e irmãs, leitores e devotos da Divina Misericórdia, no dia 25 de agosto celebramos a data do nascimento e, no dia 05 de outubro, a memória litúrgica, daquela a quem o próprio Jesus chamou de Apóstola e Secretária da Misericórdia: Santa Faustina. Diante de celebrações que marcam a vida e missão de alguém tão importante, para com quem Deus age misericordiosamente, mas também, de quem Ele se utiliza como instrumento de Sua misericórdia, quais ensinamentos e exemplos podemos retirar para cada um de nós nos tempos e circunstâncias de nossos dias? Meus queridos, um dos pontos que, particularmente, acredito merecer destaque no período das revelações da devoção à Divina Misericórdia, nos moldes que Santa Faustina nos descreve em seu Diário, é: A “ferida” deixada no mundo e na história da humanidade, por ocasião das duas grandes Guerras Mundiais e, mais especificamente a II Guerra. Em nossos dias, não são mais guerras comparadas às mesmas que passou a humanidade... Mas, em nosso país e no mundo, os seres humanos continuam passando imensas provações e dificuldades desafiadoras – o mais agravante é que o próprio ser humano é agente dessas mesmas provações, dificuldades e desafios. Nisso, podemos perceber o quanto, se faz necessário falar sobre a Misericórdia de Deus. Não tenho dúvidas de que, hoje, Deus continua precisando de mais seres humanos, homens e mulheres, iguais a Faustina. Abertos à sua ação misericordiosa e que também se permitam serem instrumentos de Misericórdia. A todos uma boa leitura e que Santa Faustina continue intercedendo por nós. Jesus, eu confio em Vós!

Pe. Francisco Anchieta Cardoso de Muniz, MIC.

Santuário da Divina Misericórdia pe.anchietamic@gmail.com

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EXPEDIENTE ISSN 2448-301X CONSELHO EDITORIAL Pe. Anchieta C. Muniz, MIC Gislaine Keizanoski (MTB 6338) Isabelle Warzinczak (MTB 10197) JORNALISTA RESPONSÁVEL Isabelle Warzinczak (MTB 10197) NIHIL OBSTAT Pe. Jair B. de Souza, MIC 05 de setembro de 2017 DEVOTOS DA MISERICÓRDIA Aluízio Meira 41 3149 7558 aluizio@misericordia.org.br CAPA João Marcos Esser Imagem do Santuário da Divina Misericórdia IMPRESSÃO Gráfica Posigraf TIRAGEM 11.000 exemplares CONTATO Estrada do Ganchinho, 570 81930-165 Umbará, Curitiba - PR revista@divinamisericordia.com.br 41 3148 3200 REALIZAÇÃO Santuário da Divina Misericórdia e Congregação dos Padres Marianos


ESPAÇO DO LEITOR

Parabéns pela riqueza que é a Revista, seus conteúdos, temas e ilustração. Fico e continuo feliz em receber a Revista. Uso-a para evangelização, como também para divulgar a preciosa devoção à Divina Misericórdia. Nós, Irmãs, estamos numa área missionária bem no interior de Rondônia. É uma comunidade da paróquia Nossa Senhora Auxiliadora em Vilhena-RO. Uma missão desafiadora. Com a riqueza da Revista conseguimos formar grupos de reflexão. Confio na Divina Misericórdia e com Ela faremos acontecer a construção do Reino de Deus. Ir. Marita Melz Chupinguaia-RO

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CARO LEITOR, ESTE ESPAÇO É PARA A SUA PARTICIPAÇÃO! Envie para o e-mail: revista@divinamisericordia.com.br Envie por WhatsApp (41) 9 9540-7694

Ou envie sua carta para: Apostolado da Divina Misericórdia Caixa Postal: 8971 CEP: 80.611-970 Curitiba (PR)

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LEITURA ORANTE

VOSSA PALAVRA É UM FACHO QUE ILUMINA OS MEUS PASSOS Ir. Gabriel Maria Mãe da Misericórdia, FGMC Mosteiro da Divina Misericórdia ∙ Procure um lugar tranquilo e solitário que favoreça o recolhimento e a escuta. ∙ Coloque-se em uma postura confortável, acalme-se, respire fundo. ∙ Peça a presença do Espírito Santo para iluminá-lo e dar a graça de um coração sensível, capaz de ouvir a voz de Deus.

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Caros leitores, queremos mais uma vez convidá-los a se aproximarem do Cristo pela Palavra da Escri-

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tura e, por ela, serem iluminados. “Accedite ad eum et illuminamini” (‘Aproximai-vos dele e sereis iluminados’). Desejamos que vocês, após serem iluminados, possam exclamar com toda convicção: “Vossa palavra é um facho que ilumina meus passos, uma luz em meu caminho”.¹ “Ou declarais que a árvore é boa e o seu fruto é bom, ou declarais que a árvore é má e o seu fruto é mau. É pelo

fruto que se conhece a árvore. Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, se sois maus? Porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio. O homem bom, do seu bom tesouro tira coisas boas, mas o homem mau, do seu mau tesouro tira coisas más. Eu vos digo que de toda palavra sem fundamento que os homens disserem, darão contas no Dia do Julgamento. Pois por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado”. (Mateus 12,33-37)


1 - Leitura (Lectio) Leia e releia o texto evangélico uma, duas ou três vezes. “É preciso que a Palavra de Deus esteja na base de nossa espiritualidade e de nossa vida. Num mundo que relativiza e fragiliza todas as experiências, que põe em risco as referências, é preciso buscar, na luz da Palavra, discernimento e compreensão da vontade e da verdade de Deus”.² A Palavra sempre tem poder. Se pronunciada ou silenciada, ela sempre comunica; tem capacidade de edificar ou destruir. Aquela que sai da boca de Deus somente edifica, pois Ele falou pelo profeta: “A palavra que sai da minha boca, não volta para mim sem efeito; sem ter cumprido o que eu quis, realizado o objetivo de sua missão”³, tal como o mensageiro que não retorna senão após ter cumprido seu ofício. Iluminado pela palavra proposta nesta Leitura Orante, me pergunto: Tenho produzido frutos bons, saudáveis, a ponto de aproximar as pessoas, ou frutos maus, doentes, provocando afastamento e repúdio? Uma coisa eu sei: toda árvore é boa, porque Deus as criou. Contudo, é pelo fruto que se conhece a árvore. Não existe meio termo: ou declarais que a árvore é boa e o seu fruto é

bom, ou declarais que a árvore é má e o seu fruto é mau.4 2 - Ruminação (Ruminatio) A palavra lida deve ter provocado em você alguns questionamentos, por exemplo: que árvore sou eu? As palavras que tenho dito têm revelado meu interior? Meu coração está cheio de quê? Tenho pronunciado palavras caluniosas sobre o meu próximo? Ou tenho sido vítima de fofocas e calúnias? Toda palavra sem fundamento que os homens disserem, darão contas no Dia do Julgamento - palavras dos outros e também as minhas -, pois por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado. 3 - Oração (Oratio) Agora, fale com Deus, e peça a Ele perdão por suas falhas e forças para continuar sua caminhada, ouvindo sua Palavra e colocando em prática seus ensinamentos. O autor medieval Guigo, monge cartuxo, descreve-nos que este degrau, a oração, específico do nosso exercício espiritual, consiste em voltar com fervor o próprio coração para Deus, a fim de evitar o mal e chegar ao bem. Mergulhemos em profunda oração, guiados por esta palavra do

Evangelho que hoje estamos meditando. Os santos encontraram na Palavra de Deus toda motivação para trilharem o caminho da perfeição, conciliando suas vidas com os ensinamentos de Jesus; assim deve ser todo cristão. “Em nenhuma parte busco perfeição de forma interesseira, mas mergulho no espírito de Jesus e contemplo as Suas ações, que tenho resumidas no Evangelho: e ainda que vivesse mil anos, não esgotaria o que nele está contido”5. 4 - Contemplação (Contemplatio) Continua o cartuxo, descrevendo também este degrau, chamado de contemplação, como elevação da alma, que se ergue acima de si mesma, até Deus, saboreando as alegrias da eterna doçura. A seguinte sentença ilustra os degraus do nosso exercício espiritual: “A Leitura leva alimento sólido a boca, a Ruminação, que é a meditação, parte-o e o mastiga, a Oração o saboreia, e a Contemplação é a própria doçura que dá alegria e renova”6. Alimentado, revigorado e fortalecido pela Palavra, sinta-se preparado para realizar, bem e em paz, tudo quanto se propor.

1. Salmo 118, 105. 2. Dom Paulo Roberto Beloto, - prefácio do Livro, Encontro com a Palavra. Edições CNBB,2013. 3. Isaias 55,11. 4. Dicionário de Espiritualidade. 3ª ed. Editora Paulus. 2015, p.895,2. 5. Cf. § 510. DIARIO de Santa Faustina A misericórdia divina na minha alma, 41º ed. Editora Apostolado da Divina Misericórdia. 6. Scala Claustralium, PL 184, 475-487.

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ESPIRITUALIDADE

A IMPORTÂNCIA DA ESPIRITUALIDADE MARIANA NO AMBIENTE FAMILIAR Pe. Sandro Souza, MIC

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credito que toda espécie de espiritualidade cristã, nos tempos que estamos enfrentando, seria um grande remédio para as famílias que buscam e nem sempre acham respostas para conviverem bem dentro da própria casa. Mas o que é essa “tal de espiritualidade”? Espiritualidade é o movimento do Espírito Santo que acontece na

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Antes de pegar no Terço, é preciso aprender a pegar na mão e, somente assim, terá sentido dentro da tua casa a oração

vida daqueles que permitem, que deixam este movimento acontecer. É verdade que este movimento é provocado, desenvolvido e percebido de forma especial na oração. No entanto, não é somente na oração que acontece a espiritualidade, ela precisa acontecer também na vida: em nossas escolhas, no jeito como vivemos e como nos relacionamos com as pessoas.


O movimento da espiritualidade provoca, ou deveria provocar uma reação e essa reação precisa ser percebida em nossas vidas. Enquanto Padre e também como Psicoterapeuta, eu acredito que a espiritualidade da oração deveria ser encontrada em nosso jeito de falar, saber ouvir, andar, fechar a porta do carro, da geladeira... No sorriso e no olhar. Ambos podem transmitir tanta espiritualidade, podem mostrar o resultado da oração, podem mostrar o rosto do próprio Jesus! Encontramos espiritualidade naquele que não fala dos outros, naquele que sabe apagar a luz, naquele que pensa no outro e deixa a mesa arrumada, o espaço limpinho para o que vai chegar - e quem sabe chegar cansado. É claro que a espiritualidade está na oração, na Adoração, na Santa Missa, no perdão, na Confissão, no Terço, na Novena, mas também se encontra no aperto de mão, na visita que se faz com o coração, no lazer, no descanso, na caridade, na verdadeira alegria, no abraço, no amor, no silêncio, no capricho, nas atitudes de Misericórdia. A espiritualidade está em tudo aquilo que faz com que a gente se pareça com Jesus e com sua Mãe querida nesta Terra. Jesus nasceu em uma família, cresceu junto com Maria e José. Tenho certeza de que eles rezavam

muito. Entretanto, acredito que na Família de Nazaré também havia espaço para o sorriso, o trabalho, o capricho, as conversas sérias e divertidas. Eu consigo imaginar Jesus, Maria e José sorrindo e isso é tão legal! E você, consegue? Existia amizade, carinho, oração, diálogo, intimidade entre eles. Talvez seja por isso também que receberam o maravilhoso título de Sagrada Família.

Família! A nossa família também pode ser “sagrada”, precisa ser, merece ser. E para que isso aconteça é urgente, nos dias de hoje, ter um tempo, um espaço para alimentar a Espiritualidade, de forma especial a Espiritualidade Mariana, pois é simples e poderosa. Em quase todas as aparições, Nossa Senhora pediu para re-

zar o Terço. No passado, nossos avós venceram muitas dificuldades com o Terço na mão. Quem sabe hoje também conseguiremos vencer se tivermos a coragem de segurar o Terço, olhar nos olhos e segurar a mão. São muitas as coisas que tentam roubar o tempinho precioso para que as famílias fiquem juntinhas. A Espiritualidade do Terço pode nos ajudar a crescer na fé, na confiança e a desenvolver na alma e no coração as características que nossas famílias necessitam para serem “sagradas”, para serem “Casas de Nazaré”, lugares onde prevaleça o carinho, respeito, intimidade, oração, compromisso, paz, determinação e o amor... Isso não significa que seremos perfeitos ou que viveremos sem problemas. Significa que juntos poderemos superar e vencer qualquer situação. Eis uma dica final: conheço muitas famílias que decidiram se reunir uma vez por semana, uma vez por mês, para rezarem o Terço de Nossa Senhora, sempre na casa de um dos membros da família. Muitos terminam a oração com um momento de confraternização, de conversa, abraços, perdão, alegria... Já alcançaram muitas graças com este estilo de oração que eu considero divino!

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VOCACIONAL

SOU MARCADO COM O SINAL DO REDENTOR Ir. Edson José Hable, MIC

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om esta frase que inicia o hino da JMJ Rio 2013, faço uma reflexão sobre a minha caminhada de cristão. Nós, batizados, temos o sinal Daquele que nos salvou e chama a cada um a responder a este amor. Chamou a mim, Irmão Edson, à Congregação dos Padres Marianos. E minha resposta definitiva expressando o desejo de ser religioso mariano para sempre pronunciei publicamente no dia 02 de setembro de 2017, na paróquia São Jorge, Curitiba-PR. Mas os passos são dados um de cada vez e isso partilho brevemente nestas linhas. Quando tinha uns cinco anos, em uma das missas em minha comunidade, em Mafra-SC, quando o padre fazia a onsagração eucarística pensei: quero ser como aquele homem que só se ajoelha em alguns momentos durante a Santa Missa. Lembro também que vez ou outra brincava de celebrar

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missa com bolacha tipo maizena. Nestes acontecimentos identifico os primeiros enamoramentos com minha vocação. O meu trilhar nos caminhos do Senhor começou de maneira mais séria na idade de 13 anos, quando comecei a participar de maneira mais ativa dos círculos bíblicos e das formações para animadores. Essas formações e a leitura da Bíblia foram faróis que me abriram horizontes e me despertaram para a vocação. Também fui acompanhado por pessoas que hoje já não mais estão aqui, como Sidinei Schelbauer que tinha seu desejo de ser padre desde pequeno e, com seu testemunho e perseverança, foi um anjo da guarda em meu caminho. Mantendo firme o desejo de ser padre, visitei o seminário diocesano algumas vezes antes de começar a me aproximar mais dos Marianos. Com incentivo da comuni-

dade mariana, fiz algumas visitas em Curitiba e fui conhecendo aos poucos a beleza da vida religiosa que diferencia os padres consagrados do clero diocesano. Senti-me chamado a fazer parte da Congregação dos Padres Marianos principalmente pela proximidade e dedicação de seus membros para com o povo de Deus. Iniciei o postulado em 2011, e dia 08 de dezembro de 2012 professei os primeiros votos. Depois, cursei os três anos de filosofia em Curitiba, na FASBAM. Terminando, fui enviado para a Polônia para aprender o idioma polonês e continuar a formação religiosa. Hoje estou com o primeiro ano de teologia concluído e é chegado o momento: dou meu sim para sempre na Congregação dos Padres Marianos, para seguir mais de perto a Cristo e o modelo de vida que Ele escolheu para Si. Conto com vossas orações!


LANÇAMENTO

Fátima e a Divina Misericórdia

Um mistério em comum para nossos dias

As mensagens de Nossa Senhora de Fátima e de Jesus Misericordioso estão entrelaçadas por um mistério de fé. São muitos os aspectos que aproximam o conteúdo das revelações que chegaram a nós através de Santa Jacinta, São Francisco Marto e de Lúcia – os Pastorinhos de Fátima, e de Santa Faustina Kowalska – Secretária da Misericórdia. É por isso que a Congregação dos Padres Marianos da Imaculada Conceição, neste Ano Mariano, Centenário das Aparições de Fátima, propõem uma nova reflexão sobre os pedidos de Nossa Senhora de Fátima e de Jesus Misericordioso através do livro “Fátima e a Divina Misericórdia”. O conteúdo dessas mensagens, ainda que antigas, é atual e necessário para os nossos dias, pois a necessidade de conversão e de oração segue sendo urgente. O livro é um contive para redescobrirmos a missão de misericórdia para a qual hoje Jesus e a Mãe Imaculada nos chamam, é um guia que nos conduzirá a renovarmos a experiência da misericórdia divina no dia-a-dia e nos guiará para sermos a Boa Nova da misericórdia para o outro. “Fátima e a Divina Misericórdia” apresenta diversos artigos elaborados pelos Padres Marianos que tratam de temas como: a urgência, a importância e o valor das mensagens de Fátima e da Divina Misericórdia; a importância da oração de intercessão para a humanidade; o papel fundamental de São João Paulo II nessas mensagens; e reflexões sobre o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria. O livro apresenta também os diálogos de Nossa Senhora com os Pastorinhos, os principais elementos da devoção a Divina Misericórdia e a cronologia de datas dos eventos históricos que aproximam essas duas mensagens. Além disso, através dessa obra também é possível conhecer um pouco da vida de Santa Faustina, de Irmã Lúcia de Jesus, e de Santa Jacinta e São Francisco Marto, canonizados em 13 de maio de 2017 – dentro das comemorações do Centenário de Fátima. Autores: Pe. Jair Batista de Souza, MIC Pe. Leandro A. da Silva, MIC Pe. Silvio R. Roberto, MIC Pe. Ednilson de Jesus, MIC

Pe. Basileu dos Anjos Pires, MIC Pe. Seraphim Michalenko, MIC Pe. Jonas Eduardo G.C. Silva

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IGREJA

COMPROVAÇÃO DA BÍBLIA: “HÁ MAIS INDÍCIOS SEGUROS DE AUTENTICIDADE NA BÍBLIA DO QUE EM QUALQUER HISTÓRIA PROFANA”¹ Frei Inácio José do Vale Professor e conferencista, Sociólogo em Ciência da Religião

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mmanuel Kant (17241804), o renomado filósofo alemão fez a seguinte declaração: “A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a humanidade já recebeu. Qualquer tentativa para depreciá-la... é um crime contra a humanidade”. “A influência da Bíblia de maneira alguma se restringe a judeus e cristãos... Ela é agora encarada como um tesouro ético e religioso cujo inexaurível ensino promete ser ainda mais valioso à medida que cresce a esperança de uma civilização mundial”². Analisemos outra questão com respeito à Bíblia Sagrada. Será que ela é historicamente exata? Alguns acham que a Bíblia não passa de uma compilação de lendas sem base histórica. Veja, por exemplo, o caso do famoso Rei Davi, de Israel. Até recentemente, a única base para

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atestar sua existência era a Bíblia. Embora historiadores conceituados o aceitem como personagem real, alguns céticos tentam descartá-lo alegando que se trata de uma lenda, fruto da propaganda judaica. O que mostram os fatos? Em 1993 encontrou-se nas ruínas da antiga cidade israelita de Dã uma inscrição que menciona a “Casa de Davi”. A inscrição era parte de um destroçado monumento do nono século a.C., erigido em comemoração a uma vitória dos inimigos dos israelitas. De repente, ali estava, fora das páginas da Bíblia, uma antiga referência a Davi. Era significativa? Comentando a descoberta, Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv, disse: “O niilismo bíblico caiu da noite para o dia com a descoberta da inscrição sobre Davi.” Digna de nota foi uma declaração do Professor William F. Albright, arqueólogo que passou déca-

das trabalhando em escavações na Palestina: “Inúmeras descobertas comprovaram a exatidão de incontáveis detalhes e fizeram com que se reconhecesse cada vez mais o valor da Bíblia como fonte histórica.” Perguntamos novamente: Diferentemente do que acontece com os épicos e as lendas, como poderia esse livro antigo ser historicamente tão exato? Mas isso não é tudo. A Bíblia também é um livro de profecias (II Pedro 1,20.21). A palavra “profecia” talvez lhe faça logo lembrar das predições não-cumpridas daqueles que se dizem profetas. Mas deixe o preconceito de lado e abra sua Bíblia em Daniel capítulo 8. Daniel descreve a visão de uma luta entre um carneiro de dois chifres e um bode peludo que tinha “um chifre proeminente”. O bode venceu, mas seu grande chifre foi quebrado. Em seu lugar, surgiram quatro chifres. O que significa essa visão? O relato de Daniel continua:


“O carneiro que visto, tendo dois chifres, representa os reis da Média e da Pérsia. E o bode peludo representa o rei da Grécia; e quanto ao chifre grande que havia entre os seus olhos, este representa o primeiro rei. E que este foi quebrado, de modo que por fim se ergueram quatro em seu lugar, haverá quatro reinos que se erguerão de sua nação, mas não com o seu poder”³. Essa profecia se cumpriu? A escrita do livro de Daniel foi concluída por volta de 536 a.C. , o rei macedônio, Alexandre, o Grande, que nasceu 180 anos mais tarde, em 356 a.C., conquistou o Império Persa. Ele era o “chifre grande” que havia entre os olhos do “bode peludo”. De acordo com o historiador judeu, Flávio Josefo, quando Alexandre Magno entrou em Jerusalém, antes de derrotar a Pérsia, o livro de Daniel lhe foi mostrado. Ele concluiu que as palavras que lhe foram mostradas na profecia de Daniel se referiam à sua própria campanha militar envolvendo a Pérsia. Poderá ler, nos livros de história geral, sobre o que aconteceu ao império de Alexandre após sua morte, em 323 a.C. Com o tempo, quatro generais assumiram o controle do império e, antes de 301 a.C., os “quatros chifres” que surgiram no lugar do “chifre grande” dividiram o império em quatro partes. Seleuco obteve a Mesopotâ-

O primeiro capítulo do Evangelho de Mateus no Códex Vaticano (Crédito: Reprodução)

mia e a Síria. Ptolomeu controlou o Egito e a Palestina. Lisímaco governou a Ásia Menor e a Trácia, e Cassandro ficou com a Macedônia e a Grécia. Novamente, temos todos os motivos para perguntar: como poderia um livro predizer de maneira tão vívida e exata o que iria acontecer 200 anos mais tarde? A própria Bíblia responde a essa pergunta: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa”4. A palavra grega traduzida “inspirada por Deus” significa literalmente “soprada por Deus”. Deus “soprou” na mente de uns 40 escritores as informações que encontramos atualmente nos livros das Sagradas Escrituras. Os poucos exemplos – científicos, históricos e proféticos – que analisamos nos levam a uma única conclusão. A Bíblia, esse livro incomparável, não é produto da sabedoria hu-

mana, mas é de origem divina. Deus o Todo-Poderoso é seu autor. Escreveu o apóstolo São Pedro: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo”5. São João Crisóstomo (347-407), Bispo de Constantinopla, Doutor da Igreja, afirmava: “Eis a causa de todos os males – o nosso desconhecimento da Bíblia Sagrada.” Disse Jesus Cristo: “Errais não conhecendo as Escrituras Sagradas, nem o poder de Deus”6. Amar, ler e estudar a Bíblia Sagrada é uma demonstração de amor ao seu autor: Deus. É levar a Boa Nova como evangelizador, ter comunhão com a Igreja de Cristo e praticar a caridade pelo mundo promovendo a paz e a justiça.

1. Isaac Newton (1643-1727) - Filósofo, Teólogo e Cientista inglês. 2. The Encyclopedia Americana. 3. Daniel 8,3-22. 4. II Timóteo 3,16. 5. II Pedro 1, 21. 6. Mateus 22, 29.

TRAGA MAIS SENTIDO À SUA VIDA! Diga sim ao chamado de Deus, seja um padre ou irmão religioso Mariano. Informações: /padres.marianos

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Fale com nosso promotor vocacional.

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ESPAÇO DO DEVOTO

TIRAMISÙ DE MORANGO Receita enviada pela devota Maria de Lourdes Ferreira

Ingredientes:

ficarem bem cremosas.

400 g de biscoitos champanhe

Junte o mascarpone à mão e misture bem.

250 g de mascarpone**

Bata as claras em neve até que fiquem bem firmes. Junte delicadamente ao creme de mascarpone.

2 caixinhas de morangos 4 ovos 150 gramas de açúcar + 4 colheres para os morangos Preparo Lave os morangos e reserve alguns para a decoração. No liquidificador bata uma caixinha de morangos com 4 colheres de açúcar até ficar homogêneo. A outra caixinha de morangos reserve para o recheio. Prepare o creme:

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Na batedeira misture as gemas com o açúcar e bata até

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Em um refratário retangular ou em taças monte as camadas: Creme, morangos fatiados, biscoitos passados no creme de morangos, creme, morangos e biscoitos novamente. Termine com a camada de creme. Decore com os morangos reservados e algumas folhinhas de hortelã. Leve à geladeira por pelo menos 3 horas antes de servir. **Dica: Para fazer mascarpone caseiro, coloque uma lata de creme de leite no congelador por 5 horas. Faça 2 furos embaixo e deixe o soro escorrer. Abra a lata e o seu mascarpone estará prontinho.


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CONGRESSO NACIONAL

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2017

ERICÓ MIS RD

ESSO NA GR CI N O

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L DA DIV NA I O

Congresso Nacional

da Divina Misericórdia

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Maria: a Mulher que acreditou que para Deus tudo é possível e por isso é Bem-Aventurada Conheça os Pregadores do 16º Congresso Irmã Ângela Coelho A Irmã Ângela vem de Portugal para participar do 16º Congresso Nacional da Divina Misericórdia. Ela foi postuladora da causa de canonização de Francisco e Jacinta Marto e é vice-postuladora da causa de beatificação da Irmã Lúcia. • Nasceu em 1971 em Frende (Baião) e viveu no Porto, onde frequentou o ensino secundário; • Licenciou-se em Medicina, na Faculdade de Medicina do Porto e lecionou nesta mesma faculdade. Fez Licenciatura em Ciências Religiosas pela Universidade Pontifícia de Comillas, em Madri; • Exerce medicina no Hospital de Leiria; • Entrou para a Congregação Portuguesa da Aliança de Santa Maria em 1995. É Mestra de noviças da sua congregação e Superiora da Comunidade de Fátima. Faz parte da comissão de formação inicial da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal e integra a equipe responsável do Inter-Noviciados de Fátima; • É docente no Curso de Ciências Religiosas no ISCRA (Aveiro) e no Curso Geral de Teologia, do Centro de Formação e Cultura, da Diocese de Leiria-Fátima; • Dá cursos de formação religiosa, orienta retiros espirituais, é convidada frequente para palestras e desenvolve diversas ações de formação. Temas: 1) A dimensão mariana da Mensagem de Fátima. 2) Fátima e o anúncio da misericórdia.

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Clodovis Boff • Nasceu em 1944 em Concórdia (SC). • É frade da Ordem dos Servos de Maria. Ordenou-se presbítero em 1971. Depois de licenciado em Filosofia (1970), obteve o doutorado em Teologia pela Universidade de Lovaina (Bélgica), com a tese “Teologia e prática” (1976). • Foi professor na PUC do Rio de Janeiro, no Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ), na Faculdade de Teologia N. S. da Assunção de São Paulo (SP), no “Studium Theologicum” de Curitiba (PR), e na Pontifícia Faculdade “Marianum” de Roma. Atualmente é professor na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus de Curitiba (PR). • Mora em Curitiba, onde colabora na Comunidade de formação de sua Ordem, Santa Maria dos Servos, assim como na Paróquia “Maria Mãe da Igreja”. Entre as obras publicadas, contam-se: Teologia e prática: teologia do político e suas mediações (Vozes, 1978); Como trabalhar com o povo: metodologia do trabalho popular (Vozes, 1984); Teoria do Método Teológico (Vozes, 1998); Introdução à mariologia (Vozes, 2004); Mariologia social: o significado da Virgem para a sociedade (Paulus, 2006); A Regra de Santo Agostinho: apresentação e comentários (Vozes, 2009); Dogmas marianos: síntese catequético-pastoral (Ave-Maria, 2010); Escatologia: breve tratado teológico-pastoral (Ave-Maria, 2012); além de inúmeros artigos. Temas: 1) Maria, mulher de fé. 2) Aparecida: sinal do amor de Deus na história do povo brasileiro.

Dom José Antônio Peruzzo • Dom José Antônio Peruzzo é natural de Cascavel (PR). • Foi nomeado bispo de Palmas-Francisco Beltrão pelo papa Bento XVI, em 24 de agosto de 2005. • Tem como lema episcopal “Fazei discípulos, ensinai”. • Possui mestrado e doutorado em Ciências Bíblicas pela Pontifícia Universidade de Santo Tomás de Aquino, em Roma. • Atualmente, Dom José Peruzzo exerce a função de bispo referencial da Pastoral da Pessoa Idosa da CNBB e é o Bispo referencial da Catequese no Regional Sul 2 do Paraná. • Foi nomeado arcebispo metropolitano de Curitiba no dia 07 de janeiro de 2015, pelo Papa Francisco e tomou posse no dia 19 de março de 2015. Tema: 1) O “Magnificat”.

Dias 10, 11 e 12 de novembro. As inscrições estão abertas no site: congressodamisericordia.com Garanta a sua vaga! Informações: (41) 3148-3200. 15


A vida de

Santa Faustina Conheça a vida de Santa Faustina, a religiosa nascida na Polônia, que lutou para ser acolhida em um convento e se tornou uma Santa reconhecida por anunciar a misericórdia de Deus.

Batizada de Helena Kowalska, nasceu no dia 25 de agosto de 1905, no povoado de Glodowiec, distrito de Turel, prefeitura de Poznan (atualmente Swinice Warckie, principado de Konin), na Polônia. Era a terceira de dez filhos do casal Estanislau Kowalski e Mariana Babel.

Uma visão de Cristo Sofredor interpela Helena. Após isso, ela resolveu bater na porta de vários conventos e acabou acolhida na Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, em Varsóvia, no dia 1º de agosto.

Entrando no noviciado, Helena recebeu o hábito religioso e o nome de Irmã Maria Faustina.

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INFOGRÁFICO

Ano da primeira profissão dos votos de obediência, pobreza e castidade de Irmã Faustina, professados por um ano e renovados no decorrer dos quatro anos seguintes até a profissão perpétua.

Após atravessar provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22 de fevereiro de 1931, Jesus começou a se manifestar à Irmã Faustina de um modo particular, revelando a centralidade do mistério da misericórdia divina. Neste tempo Faustina recebeu um pedido de Jesus para que ela mandasse pintar uma imagem conforme ela O via.

Jesus ensinou a Irmã Faustina a rezar o Terço da Misericórdia. No mesmo ano aconteceu a primeira exposição pública da imagem de Jesus Misericordioso.

Vítima de uma tuberculose que lhe atacou os pulmões e o intestino, Irmã Faustina recebeu o sacramento da unção dos enfermos, e no mesmo dia, erguendo os olhos ao céu, morreu às 22h45 do dia 5 de outubro de 1938. O seu corpo foi sepultado no cemitério do convento em Łagiewniki.

O processo informativo para a beatificação de Irmã Faustina foi aberto em 1965. No dia 20 de setembro de 1967, o então Cardeal Karol Wojtyla encerrou o processo informativo com uma sessão solene. Em 1978 o cardeal se tornou Papa João Paulo II e por suas mãos Irmã Faustina é beatificada em 1993.

A canonização aconteceu em 30 de abril de 2000. Irmã Faustina se tornou a primeira santa canonizada no terceiro milênio cristão. O milagre que permitiu a canonização foi a cura do Pe. Romualdo P. Pytel. A data de sua celebração litúrgica é dia 5 de outubro, que marca seu nascimento para o céu.

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OS ENSINAMENTOS DE SANTA FAUSTINA NOS NOSSOS DIAS Padre Edileno Felix

I

rmãos e irmãs devotos da misericórdia, nosso Senhor confiou a Santa Faustina a missão de escrever e de ser a propagadora da devoção a Divina Misericórdia, e através de seus escritos recebemos um grande tesouro para toda a Igreja: seus ensinamentos, que contêm uma profunda confiança na misericórdia. Com muita simplicidade e amor, nossa querida Santa nos deixou seu Diário, um testemunho vivo da ação de Deus em sua vida. Deus agiu na vida da Secretária da misericórdia, Ele a escolheu para transmitir seus ensinamentos. Mesmo tendo pouca escolaridade, ela conseguiu passar em seus escritos, os sentimentos de amor e gratidão que devemos ter para com Nosso Senhor. Quem ama a Deus, acima de tudo utiliza do coração para falar, para dizer o quanto Deus precisa ser amado e quanto o gesto de amor é importante na vida do próximo. Em cada trecho do Diário encontramos um toque divino que Nosso Senhor confiou à sua Secretária. São ensinamentos do próprio Cristo Misericordioso,

e também de uma mística cheia da graça. Suas mensagens não ficaram somente no seu convento, mas através da força do seu querer, Santa Faustina se esforça para que a humanidade possa experimentar da graça e do amor de

“A tua tarefa é escrever tudo o que te dou a conhecer sobre a Minha misericórdia para o proveito das almas que, lendo esses escritos experimentarão consolo e terão coragem de se aproximar de Mim. Por isso, desejo que dediques todos os momentos livres a escrever.” (Diário, 1693).

Deus. Chegam ao nosso coração palavras não somente do desejo de Faustina, mas do próprio Jesus Misericordioso. Santa Faustina é uma discípula do Mestre Misericordioso, ela aprendeu e soube transmitir para todos nós. Agora é a nossa vez de mergulharmos em cada página do Diário e extrair para a nossa vida esses profundos ensinamentos. Nas mãos da humilde Irmã Faustina, o Senhor concedeu a ela a graça de um entendimento profundo da Sua misericórdia, mas tudo que Ele deu para a Santa foi dado com um objetivo: deixar para nós a mensagem da sua infinita misericórdia. E essa mensagem chega aos nossos dias graças ao esforço de Irmã Faustina e também de muitos divulgadores da misericórdia. Os ensinamentos de Santa Faustina, para todos os devotos da misericórdia, tornam-se sempre atuais quando colocamos em prática as obras de misericórdia, quando somos propagadores das formas de culto da devoção à misericórdia, quando buscamos no nosso cotidiano a transformação da nossa vida por meio do maior atributo de Deus: a sua misericórdia. Através destes

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profícuos ensinamentos devemos deixar Deus agir na vida de muitos irmãos que têm a necessidade de buscar para sua vida o amor e a graça de serem misericordiosos como o Pai. (Lc 6, 36). Santa Faustina nos fala de uma felicidade sem limites que deve ser partilhada. Ou seja, a vivência do amor misericordioso de Deus é para todos, não podemos guardar somente para nós. A misericórdia ganha sentido na nossa vida quando a transmitimos, essa transmissão precisa ser através da ação que todos somos chamados a praticarmos: “Desejo partilhar essa felicidade com todas as pessoas, não a posso guardar no coração só para mim, porque suas chamas queimam-me e dilaceram o meu peito e as minhas entranhas. Desejo percorrer o mundo todo e falar às almas da grande misericórdia de Deus”. (Diário, 491) Irmã Faustina nos deixou um tesouro do qual devemos haurir todo conhecimento contido, que são sempre atuais para nossa vida, e que não se esgota em cada página, em cada diálogo do Senhor Misericordioso. O Diário traz pa-

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lavras destinadas em função da divulgação da misericórdia, mas também em função de nossa conversão, de um profundo amadurecimento do conhecimento de Deus. Através de palavras simples e de fácil compreensão, Deus usou do entendimento da Irmã para que todos pudessem beber da fonte do Seu amor. Santa Faustina falou na linguagem dos pequenos e humildes, falou para os entendidos e para os simples, mas o seu ensinamento deve ficar guardado

“Minha filha, secretária da Minha misericórdia, estás obrigada não só a escrever e divulgar a Minha misericórdia, mas também a pedir por eles a graça, para que também eles bendigam a Minha misericórdia.” (Diário, 1160)

no coração e ser conhecido através de nossas obras de misericórdia. Colocamos esses ensinamentos em prática na vivência do amor fraterno, na acolhida, na submissão à vontade de Deus. Ainda em nossos dias temos muitas lições para aprender de nossa Irmã Maria Faustina, que teve uma vida excepcionalmente rica em graças, cheia de amor, de esperança e de muita confiança na Misericórdia Divina. Assim, para que os ensinamentos de nossa Santa cheguem a muitos corações, precisamos ser propagadores da misericórdia. Muitas pessoas precisam conhecer o Diário e nele encontrar a ação não de Faustina, mas a ação do Espírito Santo. São Palavras do Senhor que são dirigidas para a minha pessoa e para toda a humanidade. E a missão de Faustina continua através de nossa missão, ela no céu continua a interceder por nós, e enquanto somos peregrinos precisamos fazer nossa parte de levar os seus ensinamentos no hoje e no agora para todos. Que a Misericórdia Divina seja louvada em nós e por nós. Com minha bênção sacerdotal.


NAS PALAVRAS DE JOÃO PAULO II

A

canonização da Irmã Faustina tem uma eloquência particular: mediante este ato quero hoje transmitir esta mensagem ao novo milênio. Transmito-a a todos os homens para que aprendam a conhecer sempre melhor o verdadeiro rosto de Deus e o genuíno rosto dos irmãos. (...) A Irmã Faustina Kowalska deixou escrito no seu Diário: “Sinto uma tristeza profunda, quando observo os sofrimentos do próximo. Todas as dores do próximo se repercutem no meu coração; trago no meu coração as suas angústias, de tal modo que me abatem também fisicamente. Desejaria que todos os sofrimentos caíssem sobre mim, para dar alívio ao próximo” (pág. 365). Eis a que ponto de partilha conduz o amor, quando é medido segundo o amor de Deus! É neste amor que a humanidade de hoje deve-se inspirar, para enfrentar a crise de sentido, os desafios das mais diversas necessidades, sobretudo a exigência de salvaguardar a dignidade de cada pessoa humana. A mensagem da Misericórdia Divina é assim, implicitamente, também uma mensagem sobre o valor de todo o homem. Toda a pessoa é preciosa aos olhos de Deus; Cristo deu a vida por cada um; o Pai dá o seu Espírito a todos, oferecendo-lhes o acesso à Sua intimidade.

(...) E tu, Faustina, dom de Deus ao nosso tempo, dádiva da terra da Polônia à Igreja inteira, obtém-nos a graça de perceber a profundidade da misericórdia divina, ajuda-nos a torná-la experiência viva e a testemunhá-la aos irmãos! A tua mensagem de luz e de esperança se difunda no mundo inteiro, leve à conversão os pecadores, amenize as rivalidades e os ódios, abra os homens e as nações à prática da fraternidade. Hoje, ao fixarmos contigo o olhar no rosto de Cristo ressuscitado, fazemos nossa a tua súplica de confiante abandono e dizemos com firme esperança: Jesus Cristo, confio em Ti! (Texto da Homilia

do Papa João Paulo II na Canonização da Irmã Faustina, em 30 de Abril

de 2000)

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TESTEMUNHO

HOJE LIVRE SOU Elyzabet , Curitiba-PR

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o dia 14 de março de 2015, meu pai foi condenado a 13 anos de reclusão por um crime ocorrido no passado (15 anos atrás). Nosso mundo caiu... Por ser hipertenso e ter a saúde bastante debilitada, ficou poucos dias na Penitenciária Estadual de Piraquara e logo foi transferido para o Complexo Médico Penal, em Pinhais. Lá permaneceu por 2 anos e 3 meses em regime fechado. Nós, como família nos unimos para não deixar faltar nada a ele, visita, remédios, até que, com o cumprimento de 1/6 da pena ,foi transferido para o regime semiaberto, onde permaneceria até fevereiro de 2019. Resolvemos nos apegar ainda mais a Deus e a Nossa Senhora, e indicados por alguns amigos, começamos a participar dos Grupos de Oração, nas terças-feiras. Em um momento de Adoração ao Santíssimo, suplicamos um milagre, pois como ele já havia sido

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julgado e condenado, só restava cumprir a pena, foram 2 anos e 5 meses de luta, e no dia 14 de agosto, sem esperar, veio a ligação para irmos buscar nosso pai, pois como precisa de muitos cuidados médicos, consultas frequentes e muitos medicamentos, o juiz autorizou a sair para se tratar em casa, com tornozeleira. Precisávamos agradecer. Então, na terça-feira dia 15, fomos todos, juntamente com ele, ao Grupo de Oração. E qual foi a palavra que Deus nos apresentou? Lucas 19 (1-10). Foi de arrepiar. Era Jesus nos mostrando que não importa o que você passou desde que tenha humildade para prostrar-se diante Dele. Neste momento compreendemos que mesmo que o nosso pai tivesse feito algo muito ruim no passado, ele estando arrependido de seus pecados, estava sendo naquele momento recebido de braços aberto por Jesus em sua casa! Quando ajoelhada agradecendo pedi um sinal de que realmente

aquilo que sentia e via estava acontecendo, o ministério de música cantou a seguinte canção: Presença forte em mim, eu posso dizer: habitas aqui Porque escravo eu fui e hoje eu sou mais livre aos teus pés Sentido na vida a minh’alma encontrou Tua mão poderosa veio e me levantou Agora eu posso declarar Hoje livre sou Tenho sede da tua graça, cada dia mais Sou mais forte e vou mais longe quando aqui estás Com palavras de amor te adoro, Senhor Hoje livre sou Meu tesouro, minha herança, meu Supremo Bem Nem tribulações nem dor podem nos separar E jamais irão romper o que o amor selou . (Musica: Hoje Livre Sou - Ministério Adoração e Vida)

Jesus é Misericordioso! Nos fez o impossível e hoje somos gratos e honrados por tudo. Obrigada.


DEVOTOS NA REDE Roger Marçal Queiroz, Osvaldo e Ieda fazendo o sopão para os irmãos de rua do porto Manaus Moderna. Manaus-AM

Missa da Misericórdia no 2º dia do Tríduo em Louvor a Nosso Senhor do Bonfim. Presidente Venceslau-SP

Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia. Presidente Venceslau-SP

Apóstolos Eucarísticos da Divina Misericórdia, com Dom Alberto Taveira. Belém-PA

facebook.com/santuariomisericordia

Me sinto abençoada e cada vez mais próxima de Deus quando vou ao Santuário da Divina Misericórdia. Amo muito esse lugar. Aramis Ana Carla

Um lugar onde o Espírito Santo reina. Há um derramamento do Espírito Santo sobre as pessoas que vão ao Santuário buscar consolo. Marli de Paula

É um verdadeiro céu, onde a paz entra no coração. Amo esse lugar, sempre amei desde que era a Capela Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, e agora um Santuário Divino.

Um lugar de paz e fé, encontro de irmãos, onde todas as terças-feiras os fiéis são agraciados com muitas bênçãos. Vilson Lourenco

Suzana Leriano

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ENTREVISTA

CONTE A SUA HISTÓRIA Nesta edição da Revista, destacamos alguns devotos importantes para a devoção da Divina Misericórdia. Nossas devotas têm mais de 80 anos e merecem o nosso reconhecimento como divulgadoras e propagadoras da mensagem de Jesus Misericordioso.

A senhora Annita, conheceu a Divina Misericórdia no 1° domingo após a Páscoa, dia da Festa da Misericórdia. Através do grupo de oração da Divina Misericórdia, todas às quartas- feiras à tarde, contribui para a divulgação da devoção em sua comunidade. 1. O que você fala para as pessoas que ainda não conhecem Jesus Misericordioso? Annita Frantz Lauschner, 82 anos, de Santa Cruz do Sul-RS

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Fiz um estudo da biografia de Santa Faustina de onde tiro

subsídios para transmitir a palavra, e também através do evangelho do dia. 2. Você gosta de receber a Revista e de ser devota da Divina Misericórdia? Gosto muito, além de tudo me ajuda na transmissão de conhecimentos sobre Deus. 3. Conte um testemunho da ação de Jesus Misericordioso na sua vida ou na sua família.


Após uma festa da Misericórdia (2006), senti no meu coração que precisaria criar um grupo de oração à Divina Misericórdia. Logo na mesma semana que fui tocada. Uma pessoa me procurou para abrir um grupo de oração, foi então que perguntei que tipo de grupo ela tinha em mente e como ela não havia dado um título para o grupo pretendido, sugeri grupo da Divina Misericórdia, e ela concordou prontamente. A partir de então, nos encontramos semanalmente para orar, às 3 horas da tarde.

de setembro completou 92 anos. Que Jesus Misericordioso derrame muitas bênçãos sobre a sua vida e a sua família. O seu primeiro contato com a Divina Misericórdia foi em Recife –PE, quando em uma visita ela conheceu um Santuário no interior, “eu fiquei muito emocionada e entrei para fazer parte” conta. Sua contribuição acontece na sua comunidade em Angra dos Reis, onde doou um quadro de Jesus Misericordioso para incentivar a propagação da Devoção a Divina Misericórdia. 1. O que você fala para as pessoas que ainda não conhecem Jesus Misericordioso? Quando eu estava na ativa no trabalho da igreja eu convidava as pessoas para a Missa da Divina Misericórdia. 2. Você gosta de receber a Revista e de ser devota da Divina Misericórdia?

Maria do Carmo Silva de Carvalho, 92 anos, Angra dos Reis – RJ Nossas felicitações à Senhora Maria do Carmo, que no dia 18

Aqui em Angra eu só recebi uma Revista. Pois quando eu me associei eu estava em Recife, então as Revistas iam todas para a casa da minha filha. Então eu liguei para atualizar o meu endereço.

3. Conte um testemunho da ação de Jesus Misericordioso na sua vida ou na sua família. Eu tinha duas pessoas na minha família que não se falavam e discutiam muito. Eu ficava nervosa e comecei a rezar o Terço da Divina Misericórdia às 3h da madrugada. Só nessa hora eu rezava. Hoje, graças a Deus, graças a Jesus Misericordioso está tudo bem e essas pessoas não brigam mais. Curiosidade: Eu gostava muito de viajar, conhecer outros lugares, pessoas. A última viajem que fiz foi para a Terra Santa, em 2012, com 87 anos. Passei 10 dias, para mim foi um presente. Depois fiquei doente e não pude mais viajar. Não tenho tristeza, estou sempre de bem com a vida. Tenho sempre uma palavra amiga e se puder ajudar eu ajudo. Gosto muito de bordar, de ler, tenho livros sobre Nossa Senhora e gosto de ler Salmos. Faço palavras cruzadas e jogo no celular. Esta sou eu! Tenho duas filhas, quatro netas, sete bisnetos e sete tataranetos. Na próxima edição tem mais!

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ANÚNCIO DIÁRIO

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ANO MARIANO

OS 300 ANOS DO ENCONTRO DA IMAGEM DE NOSSA SENHORA APARECIDA CONTRIBUIÇÕES PARA A ESPIRITUALIDADE DO POVO BRASILEIRO Pe. Inácio Medeiros, CSsR Superior Provincial, Província de São Paulo – SP

Foto:

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origem de um povo ou de uma nação, em geral está envolta em mistérios. Isso acaba gerando estórias e não história. Várias nações da antiguidade, como Roma, a Cidade Eterna, têm a sua origem histórica, mas também a sua origem lendária. De todas elas, a mais conhecida, talvez, seja a lenda da fundação da cidade de Roma, a capital do mundo antigo. Este ano de 2017 nos possibilita uma aproximação da verdadeira história da imagem e da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Se de um lado ela é marcada por fenômenos que não podem ser historicamente comprovados, por outro lado, documentos históricos possibilitam uma leitura real dos fatos acontecidos, evitando desta forma as brumas da história

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e das lendas O primeiro a narrar a história da imagem de Nossa Senhora Aparecida foi o Pe. José Alves Vilela, vigário de Guaratinguetá, que registrou até com riqueza de detalhes no Livro do Tombo da Paróquia a história por ele recolhida, antes que os fatos se perdessem no tempo. Quem cuidou da imagem de Nossa Senhora antes da chegada dos Missionários Redentoristas, guardiões da imagem e do Santuário desde 1894, foi o povo. Depois a imagem passou a ser cuidada por alguns padres que foram para cá designados. Primeiro a imagem achada no Rio Paraíba do Sul foi recolhida e cuidada na casa da família do pescador Felipe Pedroso. A Pesca Milagrosa foi o primeiro

milagre, sob a intercessão de Nossa Senhora, que ficou conhecida pelo título de “Aparecida”. No ano de 1717, após o aparecimento da imagem na rede dos pescadores Felipe Pedroso, João Alves e Domingos Garcia uma grande quantidade de peixes encheu a rede dos pescadores, que até então não tinham conseguido pescar nada. Um pouco mais de tempo e ela passou a ser venerada num oratório ou capelinha construída especialmente para este fim no Porto Itaguaçu. Foi aí que o povo começou a se reunir diante daquela imagem da santa “Aparecida” para as suas orações. Orações e cantos que reboavam aos céus pedindo a intercessão da santa da capela e continuam como uma ladainha infinita até os dias de hoje.


O crescimento do número de devotos, muitos vindos de outras paragens, determinou a necessidade de se construir uma igreja maior, que serviu para abrigar a imagem por mais de 100 anos no alto do Morro dos Coqueiros. Confrarias foram criadas para ajudar a cuidar da igreja e de sua imagem. Com o tempo, esta capela passou por reformas e ampliações, pois também estava ficando pequena. Mais tarde, cônego Monte Carmelo iniciou um projeto arquitetônico bem mais amplo, encabeçando a construção de uma nova igreja que foi inaugurada em fins do século XIX, esta mesma igreja que hoje é carinhosamente chamada de Basílica Velha ou Matriz Basílica, localizada no centro da cidade de Aparecida. E, por fim, a partir de 1954 construiu-se este

Assim como hoje acontece, mais e mais pessoas chegavam para visitar a imagem pescada há 300 anos. Se o povo vem a Aparecida é porque sabe que aquela imagem é a sua “santinha Aparecida”. grande templo que hoje abriga o Santuário Nacional. Interessante é que mesmo saindo nas mãos ou na proximidade do povo, quando ficava nas casas

das famílias ou em seus humildes oratórios, a imagem nunca deixou de ser do povo. Fato é que o culto se consolidou com a melhoria dos meios de transporte e comunicação a partir do século XIX. Na pessoa de cada padre, de cada religioso ou de cada voluntário que trabalha no Santuário Nacional, é o povo que trabalha e cuida da santa Aparecida nas águas do Rio Paraíba. Desta forma podemos concluir dizendo que deve-se muito à devoção mariana enraizada e fundamentada a partir de Aparecida e de seu santuário, expressa também em tantas formas naquilo que é relacionado com Nossa Senhora Aparecida, a atual espiritualidade do povo brasileiro.

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JOVEM GO

MISSIONÁRIOS DA MISERICÓRDIA Maria Gabriela Arguello Carillo, 18 anos, de Pedro Juan Caballero, Paraguai.

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ocê deixaria a sua família, amigos e o curso de Medicina para doar um ano de missão evangelizando em diversas cidades e comunidades carentes? A Maria Gabriela, 18 anos, do Paraguai, teve essa coragem. Faz 7 meses que ela saiu da sua casa para viver em missão. A equipe de redação da Revista Divina Misericórdia conversou com a Gabriela no I ACCOM – Aparecida-SP (22 a 25 de junho). Confira o lindo testemunho que é a sua vida. A Casa da Misericórdia a qual pertenço neste momento é uma comunidade de laicos, que nasceu na Colômbia. No fim do ano passado, ainda no Paraguai, eu conheci o fundador da Casa e

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fui convidada a doar um ano de missão. Então eu fui e estive em várias cidades missionando e evangelizando por meio da Palavra de Deus. Essa é a nossa missão, através do manual Misericórdia Dia a Dia, que é um encontro da lectio divina, levamos a Palavra às pessoas, para que possam transformar a sua vida para Deus. Experiência A experiência que até agora me marca muito foi numa cidade da Colômbia que se chama Chocó. É uma cidade muito abandonada, lá não tem água. Éramos duas missionárias e quando apresentamos o manual, eles ficaram muito felizes. Eles realmente sentiam muito, dava para ver a presença de Deus no rosto de cada um deles. Isso me marcou muito porque meus pais sempre me deram tudo e Deus me deu essa oportunidade de conhe-

cer essas pessoas, que talvez não tinham tudo aquilo com que eu cresci, e quando eu dei a eles apenas a Palavra de Deus, era como se fosse dar tudo. Eles ficaram bastante gratos e oravam muito. Diziam que a Palavra de Deus havia transformado a vida deles. E é isso o que nós buscamos. Missão A Palavra de Deus foi o que me incentivou a dar meu sim ao Senhor. Eu estava terminando o ensino médio e tinha muitas crises. Era um vazio muito grande e eu reclamava isso para Deus. Um dia corri até a paróquia perto da minha casa, fui ao Santíssimo e falei: Senhor, eu tenho 17 anos servindo ao Senhor. Eu canto e estou sempre na igreja, eu tenho tudo, mas não sou feliz. Por quê? O que mais eu tenho que fazer? Fala comigo porque eu já estou cheia. Uma semana depois eu fui a um Congresso da Misericórdia, no Paraguai, foi aí que eu conheci o fundador da Casa da Misericórdia, Juan Carlos Saucedo. Ele me convidou para participar da Casa da Misericórdia como missionária, minha mãe concordou e foi tudo muito rápido.


Para mim foi uma resposta, pois ele falou: essa é uma oportunidade para você discernir o que quer da sua vida. Você tem que perguntar para Deus o que Ele quer de você, e nesse ano de missão é para você aprender e entender o que Deus quer da sua vida. O Congresso aconteceu em outubro e em dezembro eu já estava começando a missão, na Colômbia. Eu estava prestes a entrar na Universidade, foi muita renúncia. Havia conseguido bolsa de estudos para estudar Medicina, depois de ter ficado dois anos seguidos estudando para isso. E eu disse: Não, primeiro Deus. Com isso, recebi muitas críticas dos meus amigos. É difícil. Mas tudo o que recebi durante esses 7 meses que eu estou em missão foi maior do que uma festa ou um estudo que eu ainda posso ter. Por meio da Casa eu posso estudar e continuar na missão. Pretendo terminar esse ano de missão e quando estiver chegando ao fim saberei o que Deus quer para mim. Tentações Vim com a Casa da Misericórdia

para o I Congresso Continental da Misericórdia nas Américas, e sabia que a minha família estaria aqui. Foi uma graça muito grande poder reencontrar meus pais depois de 7 meses. Eu tinha muito medo de voltar para minha casa, porque as tentações do mundo estão aí. Para nós, que somos muito jovens, o mundo oferece muitas coisas ,é difícil dizer não. Mas com a graça de Deus eu já sei por onde devo caminhar. Acredito que o Senhor me trouxe aqui no Brasil, tão perto da minha casa, para eu enfrentar um pouquinho mais o mundo. Deus permite isso para que eu saiba que

não estou sozinha, e a cada dia Ele me reconforta com a Palavra. É como no evangelho (Mateus 19:29) que diz: “quem deixa o seu pai, a sua mãe, sua casa terá ainda cem vezes mais”. É isso, eu tenho muitas casas irmãos, famílias que me acolhem incrivelmente. Eu só posso dizer que estou muito apaixonada por Deus. O caminho diário de oração fez com que eu confiasse mais no Senhor, e sinta cada vez mais sede Dele. Então cada vez que eu não estou perto do Senhor eu me sinto muito vazia. É como se Ele ficasse com o meu coração. Eu me apaixonei por Ele e tudo tem sentido quando se está com Deus. As comunidades existem na África, Filipinas, Equador, Colômbia, Panamá e agora o grupo está fundando uma casa aqui no Brasil, no Rio de Janeiro. Para mais informações você pode entrar em contato pelo telefone: (21) 99772-3457.

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Ilustração: Felipe Koller. Respostas: Horizontais: 1 - Caná ; 2 - Guadalupe ; 3 - Nazaré; 4 - Joaquim / Verticais: 1 - Gabriel; 2 - Paraíba do Sul

PEQUENINOS DA MISERICÓRDIA

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