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Estudante do CEUB cria assistente digital com comandos de Inteligência Artificial

Dispositivo possibilita processar comandos complexos e realizar pesquisas de modo simultâneo

Apartir dos avanços tecnológicos e da rotina corrida, os produtos domésticos inteligentes são cada vez mais buscados em todo o mundo. Com o sucesso dos assistentes virtuais, ficou cada vez mais fácil automatizar tarefas utilizando somente a voz. Mesmo com a habilidade de criar lembretes e alarmes, informar as notícias do dia, citar a previsão do tempo ou tocar músicas, as assistentes digitais ainda possuem limitações em seguir comandos complexos. A partir da limitação tecnológica destes dispositivos, o estudante de Engenharia da Computação do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Renato Barbosa (27) projetou uma assistente capaz de executar múltiplas funções, por meio de Inteligência Artificial.

Com uma arquitetura ideal para a implementação de buscas e execução de diversas funções para assistentes virtuais, o aparelho criado pelo estudante do CEUB oferece uma nova experiência para o usuário automatizando um ciclo de tarefas e usando um algoritmo que se adapta à pesquisa do usuário. Apenas por comandos de voz, o protótipo inteligente permite aplicar filtros nas buscas, resultados de vídeos, imagens e até fazer downloads.

O formando de Engenharia da Computação explica que o programa é de fácil uso e possui funções que são úteis para o usuário no cotidiano, com relevância personalizada nas pesquisas, permitindo vários pedidos em uma só frase. “O algoritmo separa a função e seus respectivos argumentos, gerando um código. Deste modo, a pesquisa é executada e o usuário recebe um só resultado, que abre direto no navegador. Caso não goste, o usuário pode pedir a troca da pesquisa com outro comando”, explica.

Composto por reconhecimento de voz, sintetizador de voz, buscador, núcleo de funções e um sistema que executa múltiplas funções, o projeto integra vários comandos, que de forma direta realiza pesquisas mais apuradas e realiza tarefas simultâneas. Além disso, o sistema é capaz de armazenar a busca para que a mesma possa ser usada posteriormente, com a execução de uma nova tarefa, sendo possível automatizar tarefas de navegação no computador.

Para desenvolver o projeto, o estudante atuou em três fases: sistema de tempo real, classificador e execução de funções. A primeira etapa consistiu em encapsular o formato básico dos programas existentes no mercado, com testes de sensores e microfones. Depois disso, foi criado o sintetizador de voz, com a base de dados “SpeechRecognition”, que converte o texto dentro da variável em voz, podendo configurar idioma, velocidade e a voz. Em seguida veio o classificador e o núcleo de execução, responsável por receber, ordenar e executar as funções localizadas na busca.

Potencial “de ferro”

Para o orientador do projeto, o professor de Engenharia da Computação Fábio Oliveira, a inspiração do estudante veio da IA (Jarvis), do Homem de Ferro, para criar um modelo que pudesse provar que as assistentes podem ter um potencial muito maior do que já existe. “Testamos as assistentes mais conhecidas - Google Assistent, Alexa e Cor- tana. Depois dos testes, catalogamos o que não era possível ser feito e modelamos uma arquitetura que pudesse tratar algumas dessas limitações”, explica.

O professor considera a acessibilidade um grande ponto positivo do assistente, uma vez que o modelo conta com um classificador de frase e execução de funções dinâmicas, ainda não existente no mercado. “Usamos bibliotecas que, combinadas, nos deram esse resultado. Foi um grande desafio fazer um assistente do zero, ainda mais porque não existia nenhum outro modelo parecido”, completa.

Após o sucesso da pesquisa apresentada, Renato trabalha para implementar mais funções offline no controle do sistema operacional. “Estamos aprimorando o projeto. Quero adicionar um sistema para melhorar o resultado das buscas, estudar a possibilidade de downloads por voz, assim como players de vídeos, músicas, reconhecimento de voz offline, criar tradução em tempo real e executar cálculos por voz”, almeja o formando do CEUB.

Conversamos com o Fábio Oliveira e o Renato Barbosa, Professor e Aluno, responsável pelo projeto sobre o potencial e a exposição da IA no campo acadêmico, confira:

Revista IM: O potencial da IA no campo acadêmico/aprendizagem é extenso. Hoje, como está a sua aplicação?

Fábio/Renato: Essa aplicação hoje em dia se dá, principalmente, para:

• Personalizar as aulas para atender às necessidades individuais dos alunos, aumentando as chances de sucesso.

• Coletar e analisar dados sobre o aprendiza-

• E o melhor de tudo, estamos trabalhando constantemente para melhorar ainda mais a ficador e melhorando o núcleo de execução de funções, tornando a aplicação ainda mais

Revista IM: Na opinião de vocês,mações confiáveis e relevantes está ficando cente de dados na internet. Então estamos trabalhando para melhorar a filtragem de dados na pesquisa do usuário, para trazer informações de artigos, livros e sites confiáveis que darão mais segurança na utilização das informações. Além disso, estamos tentando automatizar atividades repetitivas que fazemos no dia a dia para termos mais tempo e também confiança nas informações encontradas. Os estudantes irão trabalhar em um futuro no qual ferramentas, como IA, RPA, IOT e Machine Learning, serão cada vez mais realidade.

Revista IM: O quanto é importante nossas instituições de ensino exponham os alunos cada vez mais a essas tecnologias?

Fábio/Renato: Ainda estamos no começo da era das assistentes virtuais e inteligência artificial. Se incentivarmos os alunos que já vivem e usam essas tecnologias diariamente, existe uma grande chance de o potencial criativo deles se tornar algo inovador. Além disso, aprender sobre esse tipo de tecnologia traz uma capacidade de abstração e resolução de problemas que só tem a agregar aos estudantes. Então, vamos aproveitar esse momento para desenvolver o potencial criativo desses jovens para serem os líderes tecnológicos do futuro!

Revista IM: Gostaria de falar mais sobre a assistente digital?

Fábio/Renato: Imagine um futuro em que as assistentes virtuais se tornam um sis tema operacional... Isso significa que, assim que os desenvolvedores criarem aplicações para o sistema, elas terão acesso total às funções dos programas. Recursos que hoje são complexos de adicionar em uma assistente se tornarão mais fácil de ser implementado e usado pelos usuários.

Imagine poder controlar tudo o que você precisa fazer no seu computador ou celular apenas com sua voz e sem precisar digitar comandos complicados... Isso é o que poderemos ter no futuro graças a essa evolução da tecnologia. Isso poderia revolucionar a forma como as pessoas interagem com a tecnologia e tornar a vida mais fácil e conveniente para todos.

Revista IM: Vocês veem potencial econômico e o quanto ela pode impulsionar novos avanços tecnológicos no CEUB?

Fábio/Renato: Estamos trabalhando duro para desenvolver um programa incrível que pode se tornar uma versão estável e cheia de recursos. Ele pode ser usado como um mini controlador, semelhante ao Google Assistente ou Alexa. Assim, poderemos criar uma versão comercial e levá-la para o mercado. A inovação tecnológica é algo que deve ser sempre incentivado, pois estamos sempre evoluindo e mudando. Esse projeto pode mostrar aos alunos que ideias simples podem levar a novas invenções no mercado e mudar a vida das pessoas para melhor.

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