Revista A Palavra edição nº 44 - Dezembro 2015

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Paróquia São Luis Gonzaga Brusque, dezembro de 2014 - Número 44

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Nasceu o príncipe da Paz! “Deixemos que o nosso coração se comova: não tenhamos medo disso”

Glória a Deus. A primeira coisa que o Natal nos chama a fazer é isto: dar glória a Deus, porque Ele é bom, é fiel, é misericordioso. Neste dia, desejo a todos que possam reconhecer o verdadeiro rosto de Deus, o Pai que nos deu Jesus. Desejo a todos que possam sentir que Deus está perto, possam estar na sua presença, amá-lo, adorá-lo. Possa cada um de nós dar glória a Deus sobretudo com a vida, com uma vida gasta por amor d’Ele e dos irmãos. A verdadeira paz – como sabemos – não é um equilíbrio entre forças contrárias; não é uma bela fachada, por trás da qual há contrastes e divisões. A paz é um compromisso de todos os dias, mas a paz é artesanal, realizase a partir do dom de Deus, da graça que Ele nos deu em Jesus Cristo. Vendo o Menino no presépio, Menino de paz, pensamos nas crianças que são as vítimas mais frágeis das guerras, mas pensamos também nos idosos, nas mulheres maltratadas,

nos doentes… As guerras dilaceram e ferem tantas vidas! [...] Queridos irmãos e irmãs, hoje, neste mundo, nesta humanidade, nasceu o Salvador, que é Cristo Senhor. Detenhamo-nos diante do Menino de Belém. Deixemos que o nosso coração se comova: não tenhamos medo disso. Deixemo-lo abrasar-se pela ternura de Deus; precisamos das suas carícias. As carícias de Deus não fazem feridas: as carícias de Deus dão-nos paz e força. Deus é grande no amor; a Ele, o louvor e a glória pelos séculos! Deus é paz: peçamos-lhe que nos ajude a construíla cada dia na nossa vida, nas nossas famílias, nas nossas cidades e nações, no mundo inteiro. Deixemo-nos comover pela bondade de Deus.

Trecho da Mensagem de Natal de 2013, 26 de dezembro de 2013

Editorial

Um ano intenso! É sempre assim: quando dezembro realmente chega nos damos conta que o ano terminou e as famosas frases “passou tão rápido” ou “nem vi passar” tomam as rodas de conversa. Pode até ter passado rápido, mas 2014 foi um ano intenso para a Paróquia São Luis Gonzaga. Sem dúvidas, foi um ano de muitas iniciativas pastorais e fortalecimento de outras. A Paróquia aceitou o desafio do Papa em ser uma Igreja em saída e motivou diversas missões com os paroquianos. Fortaleceu as atividades da Pastoral Familiar para que as famílias sejam sempre o núcleo de evangelização do ser humano. Há também que se comemorar a articulação e a eleição da coordenação da Pastoral da Comunicação

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(Pascom) que contribui na produção desta Revista e está a serviço das demais pastorais. É época de louvar a Deus por tudo que nos foi confiado nesse ano e olhar para 2015 com esperança e ardor missionário para levar o Evangelho a todos àqueles que têm sede. Tempo de olharmos para o Menino Jesus na manjedoura, cercado por Maria e José, e refletirmos sobre a humildade de nosso Deus e a importância da família para nossas vidas. A equipe da Revista A Palavra deseja que o Menino Jesus seja a esperança que a sua família e o mundo ao seu redor precisam! Feliz Natal e um ótimo 2015. Nos encontramos ano que vem!

A Palavra - Opinião

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Edição

44 ESPECIAL | 10 a 12

Capa Ed. 43

A festa da família!

05 | Qual é a posição da Igreja

sobre a homossexualidade?

06 | A forte presença do carisma

dehoniano em Santa Catarina

ENTREVISTA | 08 e 09 Uma paróquia em movimento

07 | Província divulga

transferências para 2015

13 e 14 | ASanta Tresinha

do Menino Jesus: A Teologia do Amor e devoção a Cristo menino

15 | Natal para o outro

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A Palavra - Mural

COMUNIDADE | 16 e 17 Meu amigo secreto é...

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Qual é a posição da Igreja sobre a

homossexualidade?

Para começar a responder a última pergunta da nossa série de reportagens, é preciso primeiramente fazer algumas afirmações: A Igreja não proíbe a homossexualidade. Da mesma maneira, ela também não concorda e nem fomenta a homofobia. Nesse ponto o Catecismo da Igreja Católica (CIC), no parágrafo 2358, é claro: “Devem ser acolhidos com respeito e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo o sinal de discriminação injusta”. A posição da Igreja de Cristo é ser coerente com a Palavra de Deus. Conforme afirma Padre Hélio Luciano, assessor da Comissão Arquidiocesana para vida e a família, o que se tem é uma proposta de felicidade. “A Igreja não proíbe a homossexualidade, não interfere na vida de ninguém. O que temos é uma proposta de felicidade para todos os seres humanos. Independente se é hetero ou homossexual”, explica. www.paroquiasaoluisgonzaga.com

Segundo ele, a função da Igreja é ajudar a pessoa a trilhar esse caminho, que nada mais é que a proposta de vida feita por Jesus. No plano criador de Deus, Ele fez o homem e a mulher e lhes deu o dom de serem multiplicadores da espécie humana. É por isso que o Catecismo afirma que os atos de homossexualidade são contrários a lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida e por esse motivo a Igreja não o aprova.

Lobby gay Um dos pontos destacados por P. Hélio é o lobby gay, em que atualmente qualquer posição contrária a homossexualidade já é tratada como homofobia. Para o Padre Alírio Pedrini,

scj, em seu livro “Jovens formação afetiva e sexual” a acusação de que católicos são preconceituosos se deve pelo fato da sociedade querer que a Igreja aprove e aceite as uniões e práticas homossexuais. Por isso P. Hélio Luciano enfatiza que “Jesus está preocupado com pessoas concretas, não com ideias, ideologias, contra gay, contra isso. Cristianismo não é lobby. É algo concreto, que se preocupa com a felicidade de cada um”. É dessa maneira que a Igreja procura mostrar, através da proposta de Jesus, que ela não está preocupada com bandeiras ou ideologias, a favor ou contra a homossexualidade, mas sim com a pessoa que possui tendências homossexuais. Como ela se sente, se deseja ajuda, e como ela quer lidar com isso. É assim também que se aconselha ser a posição dos fiéis católicos perante essas situações. Não se omitir, mas também não levantar bandeiras homofóbicas. Pedrini lembra que tendências homossexuais não são pecados, mas sim os atos cometidos em total liberdade e conhecimento da proposta de Cristo. Para P. Hélio o que não é coerente é adaptar a proposta cristã ao mundo. “Não é adaptar Cristo a nossa cultura, Jesus Cristo não é um elemento cultural. Pelo contrário, ele morreu crucificado porque não aceitou a cultura da sua época”, afirma. Segundo ele, Cristo vem oferecer novamente hoje uma proposta muito maior de felicidade. Em sua visão é dever do cristão apresentar a proposta de Jesus para a humanidade. No CIC a Igreja propõe que as pessoas homossexuais vivam a castidade. Através das virtudes do autodomínio e educação da liberdade interior, pela oração e pela graça sacramental. A Palavra - Igreja

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Uma outra paróquia dehoniana Conheça um pouco mais sobre Santuário Sagrado Coração de Jesus em Joinville

Desde 1916 o Santuário Sagrado Coração de Jesus é administrado pelos padres dehonianos

O carisma presente na Paróquia São Luis Gonzaga é a há anos o dos padres do Sagrado Coração de Jesus. Mas não é somente em nossa Paróquia que muitos fiéis católicos desfrutam da presença deste carisma. Por este motivo decidimos nesta edição conhecer uma outra comunidade paroquial onde os dehonianos também estão presentes. A Paróquia Sagrado Coração de Jesus é a segunda igreja de Joinville e foi fundada em 1916. Um ano após sua criação, foi repassada à Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus, recebendo a imagem do seu padroeiro em 1919. A nova igreja foi inaugurada em 1940, sendo a construção da torre que abrigaria os sete sinos concluída 20 anos depois. O cinquentenário da comunidade veio acompanhado da ordenação do primeiro paroquiano, Pe. José Chafi Francisco (Monsenhor Juca). Entre 1968 e 1990 fundou as comunidades São Judas Tadeu, Divino Espírito Santo, Nossa Senhora do Rosário e Sagrada Família. O projeto que tornaria a Paróquia Santuário Sagrado Coração de Jesus o primeiro santuário de Joinville foi

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A Palavra - Carisma

definido em 1999, sendo aprovado um ano depois. Com isso, foi realizada uma grande reforma na igreja: o presbitério ganhou a imagem do Sagrado Coração de Jesus, em substituição aos antigos vitrais, além do novo batistério e mesa da palavra.

Centenário O ano de 2013 marcou um novo tempo na Paróquia Santuário Sagrado Coração de Jesus que deixou de ser responsável pelas comunidades, assumindo sua missão de santuário, local de peregrinação de fé e devoção. O Santuário Sagrado Coração de Jesus iniciou os preparativos para celebrar o centenário em 2016. Uma campanha está arrecadando fundos para as reformas necessárias e, entre 5 e 21 de dezembro, a comunidade participará da elaboração da história do Santuário ao compor uma exposição que mescla fotos e lembranças dos cem anos de atuação em Joinville. Colaboração: Rayana Borba (Assessora de imprensa do Santuário Sagrado Coração de Jesus) www.paroquiasaoluisgonzaga.com


Província divulga transferências para 2015 do ano que vem nova função. Padre Silvano assumirá como pároco a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Guabiruba, no lugar do P. Vilson José Comandolli transferido para a Paróquia São Sebastião, de Jaraguá do Sul, como vigário paroquial. Entretanto padre Silvano continuará a atuar como professor na Faculdade São Luis, em Brusque.

Mudanças positivas

Padre Silvano assume a Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, de Guabiruba

Com o ano novo inicia também um tempo novo nas paróquias administradas pela Congregação do Sagrado Coração de Jesus, os dehonianos, em todo o país. No dia 19 de novembro foram divulgadas as transferências dos sacerdotes da Congregação. Dos padres que residem e atuam em Brusque apenas o Padre Silvano João da Costa passará a partir do início

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Desde 2012, Padre Silvano mora no Convento Sagrado Coração de Jesus e atua como professor universitário na Faculdade São Luis, onde acumula a função de coordenador do Curso de Filosofia desde 2011. Ele admite estar na expectativa de vivenciar essa nova realidade pastoral. “É uma grande alegria ser padre no trabalho com o povo. Sou padre e me realizo com isso, sou feliz na faculdade, mas ser padre em uma paróquia é estar presente na vida povo de Deus”, afirma. P. Silvano já atuou como padre em Rio Negrinho, no Seminário São José, foi vigário paroquial na Paróquia de Cordeiros, em Itajaí e também diretor da Casa Padre Dehon, em Brusque. Ele ressalta que uma paróquia não se faz apenas com o pároco e o vigário paroquial, mas com todas as lideranças que estão ali envolvidas. “Quero ir somar forças com eles”, acrescenta. Todos os anos há mudanças de locais e funções dos padres pela Província brasileira da Congregação. P. Silvano avalia as mudanças como algo positivo. “Ela traz novas motivações, criatividade. Mudança sempre enriquece. São novos desafios, mas são novas realidades para serem vislumbradas”, acredita. Neste ano foram 31 padres transferidos pela Congregação.

A Palavra - Dehonianos

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Uma paróquia em movimento Próximo do final de 2014, o pároco P. Jair Rodrigues Costa, que está no seu terceiro ano frente à administração da Paróquia São Luis Gonzaga, faz nesta entrevista a sua avaliação sobre as atividades pastorais desse ano, o fortalecimento das pastorais e movimentos, desafios da evangelização e os objetivos para 2015.

A Palavra - Qual sua avaliação do ano de 2014? P. Jair - Fazendo uma retrospectiva de 2014, uma coisa importante é que uma andorinha sozinha na faz verão, por isso ressalto a comunhão e a equipe dos padres que somam conosco dentro de todas as atividades que aconteceram ao longo do ano. Realizamos grandes coisas, mas a ação pastoral é um processo contínuo, dizer

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A Palavra - Entrevista

que atingimos todas as nossas metas é tampar o sol com a peneira. Porque é algo sempre novo. Mas nós devemos ficar felizes por esta presença constante de ser uma comunidade de comunidades com um número expressivo de sacerdotes. Nossas comunidades são muito mais assistidas que muitas paróquias com carência de clero. Entre os meses de julho a agosto me ausentei pela cirurgia do coração, devemos reconhecer o valor da equipe

que tocou a Paróquia, enquanto estive ausente. AP - Quais as pastorais e movimentos que se destacaram nesse ano? P. Jair - Foram dados passos significativos dentro da Pastoral Familiar, além da preparação de curso de noivos, namorados, famílias, Ovisa (Orientação da Vivência Sacramental) e equipes de Nossa Senhora.

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Outros trabalhos com a juventude, por exemplo: o fortalecimento da Missa mensal, que é algo diferenciado em toda a Arquidiocese de Florianópolis. Para quem freqüenta a Igreja São Luis Gonzaga, que é um espaço grande, na última quinta-feira de cada mês, às dez e meia da noite, observa algo que ninguém consegue entender: a igreja fica lotada de jovens. Com os jovens também tem os Encontros de Emaús e há grande busca de jovens a espera de fazer os cursos. Outro movimento muito forte é o Encontro dos Campistas. Por isso, podemos dizer hoje que há um rosto jovem na Paróquia. A igreja é jovem quando os jovens estão inseridos na vida paroquial, essa vivência está muito intensa. Algo que deu um fortalecimento também foi a Crisma, 384 jovens foram crismados e todos eles passaram três dias em um mini-acampamento, despertando neles o desejo de fazer posteriormente o acampamento. Ressalto a importância do Cursilho que igualmente é forte em nossa Paróquia. Também nasceu na Matriz o terço dos homens e o terço das mulheres. Sem esquecer de algo muito positivo na caminhada da Paróquia e de passo significativo, que é a Pastoral da Comunicação (Pascom), onde aos poucos ela sai do papel para criar corpo. Com esses movimentos percebo muita vitalidade na formação de novas lideranças paroquiais.

Santa Paulina, do bairro Lagoa Dourada. Todos os anos é escolhida uma comunidade para realizar a missão, nesse foi lá. Houve a presença de missionários de várias comunidades da Paróquia e também da própria comunidade que abraçou a missão.

AP – Diante do que o Papa Francisco diz sobre a Igreja ir até às periferias existenciais e ser uma Igreja em saída. Como o senhor avalia essa ação na Paróquia?

todas as

P. Jair – O que de mais bonito aconteceu na Paróquia esse ano foi os momentos de missão. É lindo também ver os jovens envolvidos, em uma missão tinha 160 jovens numa comunidade. Passaram sexta, sábado e domingo evangelizando. Esse é o rosto de uma igreja em saída, não estática. A tonica do trabalho missionário foi realizada nesse ano na Comunidade

metas é

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AP – Quais os desafios pastorais que o senhor percebe? P. Jair - Precisamos fortalecer nesse

“Realizamos

momento nossos grupos de CPC (Conselho Pastoral Comunitário). Cada comunidade tem um Conselho e ele deve ser um CPC que de fato agregue todos os movimentos e pastorais, que abracem e avaliem as atividades. Precisamos que cada um assuma seu papel e contribua. Outro desafio é quando fazemos eventos como o Tríduo Eucarístico ou encontros de semana bíblica, sempre comparecem as mesmas pessoas. O grande desafio está em como envolver novas pessoas. Um desafio para nós e para toda Igreja: trazer rostos novos.

grandes

AP – Quais os objetivos pastorais para 2015?

coisas,

P. Jair - Manter nossa equipe unida e coesa. Outra meta é o Plano de Pastoral da Arquidiocese que foi aprovado na Assembleia Arquidiocesana. Nós devemos trabalhar juntos os fortes apelos da Igreja. Para 2015, seja eu como pároco ou outra equipe, teremos que trabalhar fortemente a Pastoral Familiar. Alcançar mais pessoas, mais casais, noivos e casais de segunda união. Temos que sair da Pastoral apenas de praticidade sacramental e abraçar os novos desafios. Eu digo que para 2015 precisamos de uma Pastoral Familiar descentralizada, que não fique apenas na Matriz, mas se desdobre para todas as comunidades. Segundo ponto é o “Rica” (Rito de Iniciação Cristã). É necessário sair desta catequese tradicional, em que haja tempo pra começar, mas não haja tempo para terminar. Terceiro é a Igreja em saída, a missão. A Igreja tem por obrigação evangelizar aquelas que ela batizou, já dizia o Papa Bento XVI, e resgatar aqueles que participam dela apenas em momentos sociais: batismo, primeira comunhão, casamento e Missa de corpo presente. E o quarto objetivo é o rosto do sofrido, dos que não tem vez e voz. É a ação social. Mas uma ação social que passe do assistencialismo para levá-los a comprometê-los com a sua libertação pessoal.

mas a ação pastoral é um processo contínuo, dizer que atingimos nossas tampar o sol com a peneira”

A Palavra - Entrevista

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Numa estrebaria, diante de uma manjedoura eis que nasce um Menino. O Filho de Deus, o Príncipe da Paz, o Salvador do mundo, sinônimo de esperança para o povo de Israel e para todo o mundo até os dias de hoje. Mas naquela noite, que atualmente recordamos no dia 25 de dezembro, não nasceu apenas Jesus, mas nasceu também a Sagrada Família de Nazaré. Uma mãe que no silêncio contemplava e transbordava a graça divina. Um pai justo e trabalhador que buscou o melhor para os seus. Assim em poucas palavras definimos Maria e José. Padre Valter Goedert afirma que sempre ao nascer de um filho, a família é celebrada. Com o nascimento de Jesus não é diferente, por isso assim também não seria diferente no Natal. P. Goedert ainda ressalta que na comemoração do Natal não é apenas a Família de Nazaré que é celebrada, mas todas as famílias do mundo. Não é a toa que as famílias Pereira, Imhof e Oliveira mantêm a tradição de celebrar a noite e o dia de Natal com os parentes.

cena do nascimento de Jesus, motivo da nossa comemoração. Fazemos isso desde a nossa infância. Montar o presépio é uma atividade que envolve toda a família e nos deixa muito feliz!”, relata o casal Alexandre e Merilen. Eles também garantem que é uma tradição que querem passar para os filhos. Para eles, a Família de Nazaré é tida como um exemplo a ser seguido. É por ela que acreditam ser possível santificar seu lar. “Para que uma família seja sagrada ela precisa seguir os exemplos da Sagrada Família. A família de Jesus era temente a Deus, aceitavam a vontade Dele”, explica Iraci. Ela lembra que Maria era silenciosa, paciente e amorosa, estava sempre a serviço de sua família e do próximo. São José era um pai dedicado e paciente, trabalhava muito para dar uma vida digna a sua família, respeitava sua esposa e sabia ouvir a voz de Deus. Jesus respeitava e amava seus pais, mas acima de tudo, amava a Deus e fazia sempre a vontade Dele. “Nossas famílias seriam mais santas se as mães fossem ‘Marias’ e os pais fossem ‘Josés’ e se a gente parecesse com Jesus de Nazaré”, opina.

Elementos do sagrado Refletindo sobre o núcleo familiar composto por Jesus, Maria e José, desde a decisão de José de assumir o Filho de Deus junto com Maria; a partida de José com Maria, para o recenseamento, mesmo ela grávida; o nascimento do Menino numa manjedoura e a fuga para o Egito, revelam pessoas dispostas a partilhar riscos e assumir renúncias pelos outros. São também um pai e uma mãe que escutam a Palavra de Deus, a obedecem e ensinam isso ao filho. P. Valter Goedert observa que é essa a referência familiar a ser seguida. “O mundo de hoje perdeu referências e passamos a ter até legislações que colocam em risco a instituição familiar”, salienta. É também na Sagrada Família que a aposentada Angelina Oliveira, 70 anos, se espelhou para constituir a sua. Para ela o grande exemplo dos familiares de Jesus está na união e por isso acredita que a receita é justamente essa: “É a união que faz a sagrada família”. Por

Tradição familiar “A preparação para o nosso Natal começa pelo coração”, assim a dona de casa Iraci Pereira, 58 anos, comenta sobre como é sua espera pelo nascimento do Menino Jesus. Longe de contar sobre a compra de presentes ou dos produtos para a ceia, ela prefere começar falando da importância de se fazer uma confissão, da participação nas celebrações do Advento e uma ação de caridade concreta, como ajudar famílias carentes. Ela celebra todos os anos o Natal com o esposo, Arnaldo Pereira, 60 anos, a filha Merilen Imhof, 35 anos, e o genro Alexandre Luis Imhof, 39 anos, na Counidade Cristo Rei. A decoração natalina inicia no advento, onde dentre todos os “enfeites” o que não pode faltar é o presépio. “Achamos importante porque para nós o presépio é o maior símbolo do Natal, pois representa a www.paroquiasaoluisgonzaga.com

A união é uma das características que torna a família sagrada A Palavra - Especial

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isso também nunca abriu mão de passar o Natal com os parentes e cultivar os valores da unidade, amor e respeito entre os quatro filhos, sete netos e três bisnetos. Além de motivar isso em casa, Dona Angelina procura levar a celebração familiar do Natal para os Grupos Bíblicos em Família da Comunidade São Francisco de Assis que ela participa. Ela é a responsável por levar em todos os encontros o presépio. “Eu levo porque gosto, porque ali está o motivo pelo qual estamos unidos: o nascimento de Jesus”,

conta. Para ela, a vivência do Natal em comunidade também é importante. “Não tem como passar o Natal sem passar com a Família São Francisco”, afirma ao se referir à comunidade e lembrar-se das encenações de Natal. União, amor, cumplicidade, renúncia, temor a Deus são elementos que a simples, humilde e sagrada família de Nazaré demonstra na manjedoura e na infância de Jesus narrada nos Evangelhos. Uma mensagem divina, mas nem por isso impossível de ser colocada em prática no seio de cada família.

Festa da Sagrada Família A devoção para com a Sagrada Família teve seu auge no século XIX e a celebração da Festa da Sagrada Família passou a ser comemorada no terceiro domingo depois da Epifania do Senhor. Em 1911 o Papa Pio X suspendeu a festa por acreditar que a mesma já era contemplada no Natal, mas em 1920 o Papa Bento

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reintroduziu

ao

calendário da Igreja. Hoje a festa é celebrada no domingo após o Natal, caso não tenha nenhum domingo dentro da oitava de Natal, celebra-se a festa no dia 30 de dezembro. O Natal é uma festa familiar, com valores passados de pais para filhos

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Santa Tresinha do Menino Jesus: A Teologia do Amor e devoção a Cristo menino Em 02 de janeiro de 1873, nasce a nona filha do casal Zélia Guérin e Luiz Martin, em Lisieux, França. Dão-lhe o nome de Maria Francisca Teresa. Sua mãe morre em 1877. Sua irmã mais velha, Paulina, é sua segunda mãe, segundo seu próprio depoimento. Em 1884, em 08 de maio, faz sua primeira comunhão, cuja catequista foi sua irmã Paulina, é crismada em 14 de junho. Datas que marcam sua espiritualidade para sempre, estreitando cada vez mais sua entrega e comunhão de vida com o Menino Jesus. Desde muito cedo Teresa já cultivava devoção particular ao Menino Jesus. Com seis anos e meio inicia sua preparação para a Primeira Comunhão. A catequese faz crescer seu amor ao Menino Jesus que a acompanhará por toda a vida. E caracteriza sua espiritualidade, fundada na confiança e no abandono à Vontade de Deus. Coloca-se como “a bolinha” (brinquedo) do Menino Jesus. Abandono total à Vontade de Deus. Abandono sem reserva à misericórdia de Deus. Em 1888 entra no Carmelo, dia 09 de abril. Em 10 de janeiro de 1889 recebe o hábito de monja. Morre com 24 anos de idade, de tuberculose, em 30 de setembro de 1897. Foi canonizada por Pio XI, em 17 de maio de 1925. Dos seus escritos e de depoimentos de pessoas que a conheceram, os cultores de sua memória assinalam algumas características de sua personalidade. Vejamos algumas. Um coração sensível, um caráter feliz, uma inteligência aberta que entende e mantém facilmente

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o sentido das coisas, o olho que vê detalhes, a imaginação viva e muito desperta para o símbolo, como suas poesias dão testemunho. O gosto pelo grande, pelo belo, pelo verdadeiro. A capacidade de trabalhar bem com inteligência. A intuição e a intensidade que fazem nascer nela pensamentos profundos e sentimentos profundos. Uma memória para os pensamentos e as impressões profundas e poéticas. Uma longa familiaridade com o espiritual e o divino. Pureza e vigor de alma. Tem um dom de expressão, por isso é boa escritora.

Legado de Teresinha do Menino Jesus Em 1898 aparecia a primeira edição da História de uma alma (Hitoire d’âme), sua autobiografia. Escrita a pedido da madre priora do Carmelo, sua irmã mais velha, Paulina, sua ex-catequista. Esta obra tornou-se a marca de uma espiritualidade, cujas características são a simplicidade, a força da mensagem evangélica e a teologia da graça e do amor. Numerosas pessoas pautaram sua vida espiritual, seguindo este estilo de espiritualidade, sobretudo, a teologia do amor, a teologia do coração. O amor é o caminho que nos leva e eleva até Deus. Deus é amor. Teresa é o testemunho vivo que a teologia não pode ser feita, apenas, pela razão. Não pode ser somente abordagem científica e crítica do dado revelado.

A Palavra - Discípulos

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Em sua obra – História de uma Alma – Teresinha relata, com simplicidade, sua “arte de amar” os “segredos de Jesus”. Aí, estão os seus sonhos, o tormento dos desejos incompatíveis, a pacificação do amor, a vida para o perfeito amor, a justificação, o amor e suas obras, a descrição mais detalhada: o pequeno pássaro e a águia, visão teológica sintética e súplica final.

Além desta linha fundamental de sua teologia do amor, deixo também algumas, particularidades de sua rica espiritualidade. Teresinha soube aproveitar bem os dons que recebeu de Deus. Dedicou-se à pintura, à poesia, composição de peças piedosas para recreação, orações, tendo sempre como referência sua devoção ao Menino Jesus. A sabedoria está na simplicidade, seja no brilho de uma rosa e na brancura do lírio não tiram o perfume da pequena violeta ou a simplicidade da arrebatadora margarida do campo. Teresinha amava as flores. Elas estão sempre presentes em suas reflexões e orações. São símbolos sempre presentes em suas considerações. Por isso, escreve e vive de tal modo que a perfeição consiste em ser o que Deus quer que sejamos. E, também, cultivava o hábito de nunca se queixar, mesmo quando era tratada injustamente, preferia calarse e não se desculpar. Mais ainda, “Meu Deus, escolhi tudo. Não quero ser uma santa pela metade. Não tenho medo de sofrer por vós, só tenho medo de uma coisa: é guardar minha vontade, tomai-a, pois eu escolho tudo o que quiserdes”. Por isso, no final da vida, pouco antes de morre, dá este testemunho: “Não morro, entro na vida”. Teresinha desde cedo, alimentou amor aos pobres. Ao passear com o pai, sempre gostava de levar consigo algo para oferecer aos pobres que encontrava pelo caminho. Claro para isto era estimulada pela educação cristã que recebia em casa. De casa, também, aprendeu a manter intimidade profunda com Maria de Nazaré. Ela mesma sempre a tratava como sua Mãe do Céu. Sentia uma alegria indescritível em estar com ela. Santa Teresinha do Menino Jesus tornou-se mestra de espiritualidade que enriqueceu e enriquece, até hoje, a vida da Igreja e de todos os que desejam viver a proposta da Boa Nova do Reino, trazida e testemunhada por Jesus. Recordar, neste Natal, seu estilo de vida simples e tentar seguir algumas de suas sugestões, certamente, será proveitoso para qualquer seguidor (a) do Mestre Jesus.

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A Palavra - Discípulos

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Natal para o outro Nossa Senhora estão desde novembro arrecadando brinquedos novos e cestas básicas para distribuir para mais de 70 crianças do bairro escolhido. Conforme conta a responsável pelas ações de Natal da Pastoral Familiar, Goreti Fantini, além da distribuição de presentes para várias crianças, a Pastoral também juntou esforços numa ajuda extra para uma das famílias mais carentes e que é acompanhada há algum tempo pela equipe, com doações para a reforma da casa. “Nas visitas em todas as casas também levamos o lado espiritual com partilhas e orações”, relata Goreti.

Ao nascer o menino Jesus ganhou dos três reis magos incenso, ouro e mirra. Daí vem a tradicional cultura de trocarmos presentes na noite de Natal. Porém, nem todas as famílias conseguem participar desta tradição. É aí que os “magos” de hoje entram em ação e transformam o Natal de muitas crianças e famílias carentes em um legítimo Natal cristão: para o outro. Neste ano, no dia 14 de dezembro, a Pastoral Familiar da Paróquia São Luis Gonzaga irá promover pela terceira vez uma ação específica de Natal para atender famílias carentes do bairro São Pedro.

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O grupo de namorados São José, o de recém-casados São Lucas e o grupo de

TRADIÇÃO As ações solidárias já são tradicionais na Pastoral Familiar da Paróquia, que busca estender nos últimos anos essas iniciativas para a época natalina. “Vemos que o que fazemos tem todo o sentido do Natal. Para muitas crianças é a única oportunidade de ganhar um brinquedo”, afirma Goreti. Segundo ela, o social se torna também um trabalho Pastoral, pois na conversa e partilha com as famílias, muitas crianças são encaminhadas para o sacramento do Batismo e para a catequese.

A Palavra - Discípulos

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Meu amigo secreto é.. Com a chegada das comemorações do final de ano é comum realizar no trabalho, entre a família ou na escola a brincadeira do “amigo secreto” ou “amigo oculto”. Nesse ano, a Pastoral da Comunicação (Pascom) através da Revista A Palavra motivou que as 12 comunidades da Paróquia São Luis Gonzaga participassem da brincadeira e presenteasse umas as outras com o objetivo de motivar cada vez mais a união e a integração paroquial. Estiveram presentes os coordenadores dos Conselhos Pastorais Comunitários (CPC) de cada comunidade ou representantes dos mesmos. “Nosso amigo secreto foi um sucesso! Todas as comunidades participaram”, avaliou a coordenadora da Pascom, Aymee Machado. Além da integração, o P. Adilson Colombi ressaltou a importância de cada Comunidade interceder com orações pela Comunidade que retirou no Amigo Secreto. Confira o resultado da brincadeira:

A coordenadora da Comunidade São José, Silvia Clerice passou a primeira dica “é o nome de um santo” e com a segunda pista fez todo mundo descobrir “colocam ele de cabeça para baixo”, foi a Comunidade Santo Antonio.

Jorge Deichmann Vice - coordenador da Comunidade Nossa Senhora Aparecida deu a pista sobre a comunidade que retirou “O santo padroeiro é chamado de justo, castíssismo e é o patrono da Igreja” e revelou assim que seu amigo secreto era a Comunidade São José Leandro Schafer representante da Comunidade Santo Antonio não quis dar dica e logo revelou que seu amigo secreto foi a Comunidade São João Batista.

Vilson Severino coordenador da Comunidade São João Batista revelou que seu amigo secreto era a Matriz São Luis Gonzaga, que na ocasião estava representadoa pelo P. Adilson José Colombi.

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“Não é santo e nem santa e é celebrado na última festa do ano”, foram as pistas dada por P. Adilson para revelar que seu amigo secreto foi a Comunidade Cristo Rei.

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Aqui começou novamente

“É uma santa e foi achada no rio”, com as dicas fáceis o coordenador da Comunidade Cristo Rei revelou que seu amigo secreto foi a Comunidade Nossa Senhora Aparecida

A representante da Comunidade Santa Paulina Zanete Beilfus revelou que o amigo secreto de sua comunidade era a Nossa Senhora de Lourdes

Marcio Angioletti coordenador da comunidade Nossa Senhora de Lourdes revelou seu amigo secreto: Comunidade São Francisco de Assis

A comunidade São Francisco de Assis teve como amiga secreta a Comunidade Sagrado Coração de Jesus. Quem entregou o presente foi o coordenador do Conselho Pastoral Comunitário Dirceu Shaadt. A Comunidade Santa Rita representada por Albertina Schmidt tinha como amiga secreta a comunidade Santa Paulina.

O coordenador da comunidade Sagrado Coração de Jesus Mario Schlindwein, revelou que sua amiga secreta era a Comunida Nossa Senhora de Fátima.

A Comunidade Nossa Senhora de Fátima representada pela seu coordenador Geraldo Baron tinha como amiga secreta a Comunidade Santa Rita www.paroquiasaoluisgonzaga.com

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Então Maria e José tiveram de fazer uma viagem, e ali nasceu Jesus. Siga a pista descrita no balão e descubra que cidade é essa.

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A Palavra - Kids

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