Paróquia São Luis Gonzaga Brusque, setembro de 2014 - Número 41
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O mundo precisa de paz! “Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que para fazer a guerra.”
O mundo é uma herança que recebemos dos nossos antepassados, mas é também um empréstimo dos nossos filhos: filhos que estão cansados e desfalecidos pelos conflitos e desejosos de alcançar a aurora da paz; filhos que nos pedem para derrubar os muros da inimizade e percorrer a estrada do diálogo e da paz. a fim de que triunfem o amor e a amizade. Para fazer a paz é preciso coragem, muito mais do que para fazer a guerra. É preciso coragem para dizer sim ao encontro e não à briga; sim ao diálogo e não à violência; sim às negociações e não às hostilidades; sim ao respeito dos pactos e não às provocações; sim à sinceridade e não à duplicidade. Para tudo isto, é preciso coragem, grande força de ânimo. A história ensina-nos que as nossas forças não bastam. Já mais de uma vez estivemos perto da paz, mas o maligno, com diversos
meios, conseguiu impedi-la. Por isso estamos aqui, porque sabemos e acreditamos que necessitamos da ajuda de Deus. Não renunciamos às nossas responsabilidades, mas invocamos a Deus como ato de suprema responsabilidade perante as nossas consciências e diante dos nossos povos. Ouvimos uma chamada e devemos responder: a chamada a romper a espiral do ódio e da violência, a rompê-la com uma única palavra: irmão. Mas, para dizer esta palavra, devemos todos levantar os olhos ao Céu e reconhecer-nos filhos de um único Pai.
Trecho do discurso do Papa Francisco em alusão a visita dos presidentes de Israel e da Palestina ao Vaticano, em 08 de junho de 2014.
Editorial
vamos falar de eleições?
O velho ditado diz que política é algo que não se discute. Fugindo à regra, nessa véspera de eleições, sentimos a necessidade de colocar sim em discussão algo que influencia diretamente em nossas vidas. Sabemos que sendo cristão ou não, grande parte de nós brasileiros busca eleger candidatos priorizando valores ditos “bons” e que, nas entrelinhas, são cristãos. Aproveitando o mês da Bíblia, buscamos na Palavra de Deus exemplos de governantes que pensaram no bem comum do povo. Desta www.paroquiasaoluisgonzaga.com
forma trouxemos reflexões do nosso papel como eleitores cristãos na hora de decidir quem irá nos representar nos próximos quatro anos. Também apresentamos iniciativas da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na orientação do voto consciente. Afinal, como cidadãos brasileiros e cristãos temos que nos envolver com a política como pede Papa Francisco. Boa leitura, boa reflexão! A Palavra - Opinião
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Edição
41 ESPECIAL | 10 a 12
Capa Ed. 40
Os valores para confirmar na urna
06 | Amor oblativo! 13 e 14 | Cruz: Instrumento
de nossa libertação
ENTREVISTA | 08 e 09 A Igreja apoia o voto consciente!
15 | Status: Bíblia online! 16 | Agenda das Comunidades 17 | Familiares em recuperação IGREJA | 05
Católico não repete palavras, mas reza!
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A Palavra - Mural
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Católico não repete palavras, mas reza!
O Rosário não é uma pura repetição de Ave-Marias. Há muito mais. Há, em primeiro lugar, a Palavra de Deus evocada nos mistérios
A oração é o princípio vital da vida do cristão, é através dela que é alimentada a relação com Deus. Cada pessoa possui sua maneira de falar com Deus, os católicos, porém, somam ao diálogo com o Senhor, também orações como Pai Nosso, Ave Maria, Santo Anjo, a recitação do Rosário, dentre tantas outras. Para muitos, as orações católicas são apenas repetições de palavras “sem fundamento” bíblico. No entanto, conforme explica o Padre e professor de Filosofia Luiz Carlos Berri, são muitas as orações que se não extraídas integralmente da Bíblia, foram compostas a partir de versículos bíblicos. É o caso dos salmos, o Pai-Nosso, a primeira parte da Ave-Maria, o Angelus e muitas das orações que recitamos na Missa. Recitar orações é uma tradição muito antiga. Os judeus costumavam recitar os salmos. Berri explica que Jesus mesmo dá indicação de que também fazia isso
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segundo o testemunho dos Evangelhos. “O mesmo ocorre com orações de grandes santos porque suas palavras nos inspiram e nos auxiliam a expressar na nossa oração algo que gostaríamos de dizer a Deus, mas que sozinhos não conseguiríamos”, explica o professor.
Repetição Quanto à repetição, seguida, da mesma oração é algo que encontramos também em outras tradições religiosas. Alguns mestres de espiritualidade, desde o início do cristianismo, costumavam sugerir a repetição de pequenas frases ou versículos da Sagrada Escritura com a finalidade de conduzir a pessoa ao recolhimento de seu interior que é o
lugar de encontro com Deus. “Algumas orações como, por exemplo, a Ave-Maria, têm uma forma ritmada que acompanha a respiração e os batimentos cardíacos envolvendo o corpo, as emoções e o espírito”, afirma. E salienta: “Mas é importante lembrar que o Rosário não é uma pura repetição de Ave-Marias. Há muito mais. Há, em primeiro lugar, a Palavra de Deus evocada nos mistérios, a sua meditação, a invocação da intercessão de Maria através das dez Ave-Marias para que alcancemos a contemplação dos mistérios da encarnação, vida, morte e ressurreição de Cristo”. O professor também explica que as orações anônimas ou de santos que se notabilizaram pela vida de oração e que se tornaram clássicas na tradição cristã católica são um bom modo de nos relacionarmos com Deus desde que façamos da recitação uma verdadeira oração.
A Palavra - Igreja
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Amor oblativo P. Joãozinho, scj, Teólogo e Comunicador
“Amor é uma destas palavras com tantos significados que corre o risco de não significar mais nada”. Em 1877 Léon Dehon, um jovem sacerdote francês, decidiu fundar uma Congregação. Um ano depois surgiam os “Oblatos do Coração de Jesus”, hoje conhecidos como Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus. O nome de oblatos foi mudado pelas circunstâncias históricas mas a mística permaneceu. O núcleo fundamental do carisma de Dehon é o “amor oblativo”. Até hoje os dehonianos fazem diariamente seu “ato de oblação”, seguindo a orientação de seu fundador. Mas o que isso significa exatamente? Oblação parece uma palavra tão distante dos nossos tempos. Do latim, oblatio, significa
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A Palavra - Carisma
literalmente uma oferta, dádiva, oferenda, entrega. Nas páginas da Bíblia encontramos frequentemente esta palavra. Já no livro do Gênesis (4,24) Abel ofereceu uma “oblação” a Deus, ou seja, uma oferenda, que agradou o Senhor e suscitou a inveja de seu irmão Caim. Noé também ofereceu um sacrifício de oblação (Gn 8, 20-21) em agradecimento por ter sido salvo do dilúvio. Há muitos outros casos como Melquisedec (Gn 14, 18-20) e Abraão (Gn 22,1-13). Em todos os casos o rito de sacrifício incluia a entrega de algo a Deus, ou seja, uma oblação. O capítulo 2 do livro do Levítico apresenta, inclusive, uma série de orientações detalhadas sobre a forma de apresentar a Deus uma oblação. Após o nascimento de Jesus, por exemplo, Maria e José o apresentaram no templo, onde ofereceram um par de rolas ou dois pombinhos (Lc 2,21-24). Então o que poderia significar um “amor oblativo”? Amor é uma destas palavras com tantos significados que corre o risco de não significar mais nada. Na língua grega se distingue, por exemplo, o amor carnal – eros – do amor entre amigos – filia. Mas o ponto mais alto da amorosidade é chamada de ágape. É um amor de “dar a vida”. Aqui encontramos o significado do amor-dom. Este é o amor oblativo que Dehon assumiu como mística fundamental de sua vida proposta como carisma à Congregação que fundou. É um amor de disponibilidade, de coração aberto e solidário, de viver a vida como um dom de amor aos irmãos. É o amor do Coração de Jesus que pulsa dentro de nós pelo Espírito de Amor que foi derramado em nossos corações e que nos permite reconhecer a Deus como Pai e ao outro como irmão. www.paroquiasaoluisgonzaga.com
Brusquense em terras africanas Por P. Osnildo Klann
pobreza, violência, o povo congolês canta e dança. É admirável, também, como eles vivem essa dura realidade. Às vezes de maneira resignada. Parece que se conformam com essa situação. Quantas vezes ouvi essa frase: “Mas no Congo é assim mesmo”.
Trabalho missionário
Depois de trabalhar 40 anos no Brasil, e três em Roma, pedi para ser missionário na República Democrática do Congo. Onde estou há sete anos. Aproximadamente 47% da população congolesa é católica. A realidade social e econômica é realmente triste. Atinge grande parte da população. As guerras são um obstáculo continuo ao progresso do país. Inúmeros são os grupos armados que infernizam a população com ataques, roubos, mortes, torturas, trabalho forçado e abusos sexuais. Como no Brasil, também na RD do Congo, a corrupção contribui grandemente para o mal-estar social e econômico do país. Apesar de todas essas dificuldades,
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Nossa Congregação Sagrado Coração de Jesus, no Congo atua principalmente nas paróquias, nas escolas, nas obras sociais, na formação dos religiosos e na pregação de retiros. Estamos em várias cidades e lugares do país: Kinshasa, a capital, Kisangani, Basoko, Ibambi, Babonde, Mambasa, Butembo e agora, no Estado de Katanga. Durante os sete anos na RD do Congo, trabalhei dois anos em Kinsangani, na Paróquia São Gabriel e na Casa de Retiro Dom Grison. Celebrava Missa, nos fins de semana, nas capelas do interior e pregava retiros, dava conferências, acompanhava nossos estudantes em sua caminhada vocacional. Os últimos cinco anos, vivi em Butembo, no leste congolês. Lá fui por dois anos, mestre de noviços e nos outros
três anos, exerci a função de diretor do curso propedêutico. Quando voltar para o Congo, em janeiro do próximo ano, começarei a trabalhar na capital do país, Kinshasa. Evidentemente, o objetivo de todo esse trabalho é a promoção humana e o anúncio do Reino de Deus, da Boa Nova de Jesus Cristo. Todos somos chamados a evangelizar, a anunciar a Boa Nova do Reino. Cada qual segundo seu estado de vida. Isso é missão. Muitos realizam a missão no próprio país, e mesmo na própria cidade, na própria comunidade. Outros são enviados a “fazer missão além fronteiras”, isto é, num país diferente, numa cultura diferente. Aprende-se a viver com mais simplicidade. Pode-se viver muito bem sem as grandes mordomias e regalias de nossos países. A importância maior está em anunciar a Boa Nova de Jesus Cristo. “Foi-me dada a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” ( Mateus, 28, 25).
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A Palavra - Dehonianos
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A Igreja apoia o voto consciente! Vésperas de eleições e a Igreja Católica do Brasil, através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), lançou uma campanha intitulada: “Seu voto tem consequências: um novo mundo, uma nova sociedade”. Na Arquidiocese de Florianópolis mais de 500 cartilhas serão distribuídas através da Ação Social Arquidiocesana (ASA) para as lideranças das paróquias. Nesta edição da A Palavra o secretário executivo da ASA, Fernando Batista, fala sobre o objetivo da Campanha da CNBB e do envolvimento da Igreja com a política, além de ressaltar a importância da presença de cristãos católicos no meio político.
hoje na sociedade, que define o rumo do país, do estado ou do município, ela buscou lançar um material em forma de cartilha que orienta e busca mostrar os principais pontos de conjuntura que devem ser levados em consideração. Aqui na Arquidiocese, neste ano, faremos a distribuição direta do material e também estaremos usando o jornal da Arquidiocese para divulgar assuntos relacionados à eleição. A Igreja em si é apartidária, só que ela não é apolítica, porque a política faz parte da sociedade. Então a Igreja como instituição faz parte da política, só que ela não se envolve com a questão partidária. Mas cabe a ela fazer orientações para que se tenha um voto consciente. AP - Qual a importância do cristão estar inserido tanto como candidato como eleitor nas eleições?
Mais de 500 cartilhas são distribuídas na Arquidiocese
A Palavra - O que é a Campanha “Seu voto tem consequências”? Como ela irá funcionar na Arquidiocese? Fernando - É uma preocupação da
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A Palavra - Entrevista
CNBB de fazer um material que possa auxiliar as pessoas, principalmente da Igreja Católica, a terem um bom posicionamento na hora do voto. Sabendo da importância que tem o voto
Fernando - Independente da situação que a gente vive na política brasileira, a participação das pessoas de bem – não digo só os cristãos, digo todos – ela é muito importante. Porque a gente sabe que existe uma apropriação de pessoas que vão com má intenção, essa má intenção é para beneficio próprio e não o benefício comum da sociedade. E o envolvimento do cristão autêntico na política seria justamente isso, entrar para a política para o bem comum, um bem que não é só um bem pra ele, mas para a sociedade inteira. Agora um cristão que entra nesse meio pensando só no seu bem pessoal, então é melhor nem entrar, porque assim já têm vários. A ideia de um envolvimento cristão na política ela é www.paroquiasaoluisgonzaga.com
quantidade de pessoas que vão ser eleitas e depois se vota na pessoa e a partir dali vão definir quantas ficarão. Valorizar um pouco mais o partido e trazer um debate mais ideológico para eleição que hoje não existe na política brasileira, e um pouco desse descrédito na política se dá justamente por isso. Há alguns anos o Brasil terminou com a verticalização partidária, que mantinha as mesmas coligações a nível nacional a municipal. Só que agora não há mais isso, os partidos que são muito rivais no município já estão juntos no Estado e isso gera uma confusão na cabeça do eleitor e também um descrédito. Para Fernando, a participação de um cristão na política deve ser para pensar e agir para o bem comum.
muito importante nesse sentido do tentar transmitir a mensagem evangélica, que é uma mensagem de vida, e de vida boa. Não é qualquer vida, mas é uma vida abundante. A participação de um cristão na política que vise o bem comum e que não esteja amarrado com grupos econômicos, ela é muito sadia para realmente ir mostrando uma nova expectativa na política. Porque hoje existe um descrédito, muitas pessoas preferem não entrar na política pra não se “contaminar”. AP - Qual a posição da Igreja perante a Reforma Política? Fernando - A reforma política que a CNBB está propondo não é uma reforma estrutural, isso é importante deixar claro. A CNBB está puxando uma reforma política mais voltada as eleições. A proposta da CNBB é que as eleições sejam um pouco mais iguais. Hoje há muita desigualdade no processo eleitoral, o partido que tem uma bancada maior, tem mais tempo para falar na TV, o partido que tem mais dinheiro tem mais recurso pra investir na campanha, os candidatos conseguem gastar mais nas suas campanhas, etc. Então uma proposta é rever o modelo www.paroquiasaoluisgonzaga.com
de financiamento de campanha, a ideia é que seja um modelo de financiamento de campanha público. Que os partidos recebam um determinado valor e utilizem esse valor, além desse valor pode ser feito doações para os partidos e candidatos, mas por pessoas físicas e não por empresas. Assim, uma empresa não poderia mais doar R$ 2 milhões para um candidato como acontece hoje. Então nesse momento o que está sendo proposto é que se tenha um financiamento público e também de pessoas físicas num valor limite de R$ 700 por pessoa de doação. Dessa forma, para chegar a R$ 2 milhões teria que ter um universo de pessoas doando, que hoje é o que apenas uma empresa doa. Outra proposta é a atual forma de votação que também está em jogo, que a CNBB e outras 50 entidades estão apoiando, hoje as pessoas votam no candidato e o partido é secundário, o eleitor vota na pessoa e a ideia é de valorizar mais o partido, por uma questão ideológica, que todo partido possui. Assim o eleitor antes de votar no candidato tem que entender qual é a proposta ideológica do partido. A ideia então é que se faça a votação primeiro no partido, e na votação, vai definir a
AP - Que critérios a CNBB orienta os fiéis a analisarem para votar? Fernando - Pensando na eleição desse ano, que é o foco, uma coisa que dentro deste documento da CNBB trata que é bem importante a pessoa entender a forma de organização social e econômica do Brasil hoje. É necessário entender um pouco como que a sociedade está organizada, quais são os principais desafios que ela enfrenta e, por isso, que foi elaborado esse material. AP - Por que é importante a Igreja estar inserida nessa realidade eleitoral? Fernando - Eu acho que Jesus não foi uma pessoa omissa à realidade de seu tempo, Ele não foi alguém que passou pela terra só para rezar e não se envolver com as questões sociais. Muito pelo contrário, Jesus era completamente envolvido. Não tem como você seguir Jesus e não tentar se aproximar dos ensinamentos dEle, porque daí não é um seguimento autêntico. A Igreja Católica se envolve com as questões sociais e políticas do seu tempo, pela autenticidade que ela tem do seguimento do Evangelho. A sociedade que a gente vive está cada vez mais individualista, até mesmo com a fé, enquanto Jesus propõe algo bem diferente, propõe uma proposta de salvação para todos. E a CNBB e a Igreja em si leva isso muito a sério. A Palavra - Entrevista
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A Palavra - Especial
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Quando o dia 05 de outubro chegar você provavelmente já terá feito a sua lista de candidatos para votar. Mas e se no lugar de nome, sobrenome e partido houvesse palavras como honestidade, corrupção, verdade, mentira e desigualdade, qual dessas alternativas você escolheria? Essas opções não são as que irão aparecer na tela da urna eletrônica na hora do seu voto, mas geralmente são valores utilizados como critérios na hora de escolher um candidato para as eleições que se aproximam. “Eu avalio o partido que o candidato representa, nas propostas que ele trás consigo. Também no passado ou no histórico dele como pessoa”, revela a crediarista Tamires de Souza, 23 anos. Para o almoxarife Mauro Jacintho, 43 anos, é o caráter do candidato que conta. Quando a pergunta é sobre quais os valores que um político precisa ter para se candidatar, as palavras que não recebem voto algum são “mentira, desigualdade, corrupção”. Já quando os valores que receberiam votos são àqueles ligados a família, a moral, a ética, liberdade de expressão, entre outros. Em um rápido questionário entre membros das comunidades da Paróquia São Luis, são muitos também os que afirmaram que os valores cristãos também fazem parte do critério de votação. “Acredito que os maiores valores que um político possa carregar são os ensinamentos de Jesus Cristo que são e estão presentes em algumas leis”, opina a jovem telefonista Raquel Miguel, 19 anos.
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Os bons valores Na Bíblia há muitas histórias de governos bons, mas também opressores e corruptos. No Antigo Testamento, no livro de Reis (cf. 1 Reis 3), Deus pede ao Rei Salomão que peça o que quiseres para governar, que Ele lhe daria. Se sentindo muito jovem, e ao invés de pedir riquezas e mais poder, Salomão pede a Deus sabedoria para governar o numeroso povo que Deus lhe havia confiado. O Senhor admirado com o pedido de Salomão assim o concedeu, e Salomão se tornou o homem mais sábio do mundo. “É isso que deveria orientar todo aspirante a cargo público, pois aí ele teria consciência de que seu cargo e seu poder são um serviço, que ele deve exercer em nome dos interesses mais elevados de toda a sociedade e não nos seus próprios interesses”, opina o professor e técnico judiciário auxiliar, José Francisco dos Santos, 45 anos. No entanto, ele também recorda que Salomão mais tarde se desviou dos seus propósitos iniciais se deixando levar pela cobiça (cf 1 Reis 11). Por isso, a busca pela sabedoria deve ser constante. A participação dos cristãos na política, na visão de Santos, é fundamental. “Estamos no mundo para sermos sal da terra e luz. Se não tivermos identidade enquanto cristãos, então não faremos nenhuma diferença no universo da política”, acredita. Conforme o professor
explica, a Bíblia dá uma direção sobre a correta forma de governar, que traz consigo o direito e a justiça. “Governar é aplicar o direito e fazer justiça. Nos negócios humanos, é preciso que a lei se estabeleça na forma de justiça”, explica. Ele evidencia que a lei exercida deve ser àquela que lembra os dez mandamentos. Por exemplo: “a defesa da vida (não matarás), a defesa da Verdade (não levantar falso testemunho), a honestidade nos negócios pessoais e principalmente públicos (não cobiçar as coisas alheias)”, aponta.
A corrupção Quando se fala em política no Brasil, uma das principais queixas é referente a corrupção. Que, para o professor Santos, tem muito a ver com a cobiça. Ele faz referência ao governo do Rei Herodes, na época de Jesus, que era um símbolo de corrupção em todos os sentidos. “Nós conhecemos bem a corrupção e costumamos condená-la. Mas chamo a atenção para o fato de que a corrupção nasce no coração do ser humano, independente do poder que ele tenha”, enfatiza. Assim, destaca que esse mal não é apenas desvio de verbas públicas. “Ela [a corrupção] nasce no coração do ser humano que se deixa levar pela cobiça, e seu estrago acontece tanto para quem lida com tostões no dia a dia como para quem lida com bilhões de orçamento público”.
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Cristão na política A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lembra em sua mensagem para as eleições deste ano as palavras de Papa Francisco, em sua exortação apostólica (Evangelli Gaudim), ao afirmar que uma fé autêntica comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a
terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela. “Uma experiência cristã madura impõe o enfrentamento da realidade e sua transformação para que todos tenham vida em plenitude”, destaca a mensagem. Enfrentamento da realidade foi o que fez o ex-vereador e membro da Pastoral Familiar, João Decker, quando exercia cargo no legislativo de Brusque. “A política partidária é muito complicada. Enfrentei muitas coisas,
Você acha que seu voto pode fazer a diferença? “Com certeza, tanto que, quando completei a idade necessária para votar, logo fiz meu título de eleitora. O significado da palavra “política” é “vida na cidade”, vida esta que todos nós participamos e, portanto, temos como direito e dever optarmos por quem desejamos que nos represente”. (Raquel Miguel,19, Comunidade Nossa Senhora Aparecida). “Pela minha fé sim, mas com os políticos que hoje em dia se apresentam estou bastante descrente, basta dar uma analisada em nossa sociedade (escolas, poderes públicos, hospitais, etc)”. (Mauro Jacintho, 47, Comunidade Nossa Senhora Aparecida). “Sim, nosso voto consciente é como a semente do semeador em terra boa (cf. Mateus 13, 1 – 9)”. (Dorival Oliveira, 59 anos, Comunidade Matriz). “Sim, porque acredito que todos juntos podemos formar um mundo mais justo, sem favorecimento a poucos e com mais dignidade aos menos beneficiados”. (Tamires Souza, 23, Comunidade Nossa Senhora Aparecida). “Acredito que somente com o voto consciente poderemos ter uma classe política realmente preocupada com os anseios do povo”. (Milton Pinotti, 57 anos, Comunidade Matriz).
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A Palavra - Especial
desde os eleitores que vinham pedir muitas coisas e se tornavam corruptores até mesmo posições do partido que eu não concordava”, lembra. No entanto, ele incentiva a participação dos cristãos no meio político. “Está faltando mais cristãos nessa caminhada. Política é se doar, não podemos esperar algo em troca, e nós como cristãos temos que ajudar o outro”, define. Para Decker, a opção que não pode faltar na hora de votar num político é a honestidade.
Orientações da CNBB A Igreja do Brasil através da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) tem buscado orientar os fiéis católicos a ter um voto consciente. Por isso disponibilizou um material que deve chegar até as paróquias (ver reportagem página 08 e 09) e também uma mensagem no site:
www.cnbb.org.br.
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Cruz: Instrumento de nossa libertação P. Adilson José Colombi, scj, vigário paroquial
A Igreja Católica celebra, liturgicamente, no dia 14 de setembro, cada ano, a Festa da Exaltação da Santa Cruz. A Cruz foi o lugar que Cristo escolheu para oferecer ao Pai seu Sacrifício em expiação de todos os pecados dos seres humanos, sem exceção. Sempre é bom salientar que Cristo, o Messias libertador, não foi obrigado a assumir a Cruz. Poderia tranquilamente esquivar-se, livrar-se dela e toda a situação que ela criou. Todavia, por amor e só por amor escolheu a Cruz, sinal e instrumento de ignomínia (vergonha pública) e execração dos maiores facínoras, para transformá-la em sinal e instrumento de nossa libertação. Deste modo, a Cruz de objeto de desprezo Jesus - por sua obediência até à morte e morte de cruz exaltou-a, tornando-a motivo de glória, símbolo de missão cumprida e de doação/entrega extrema. Na Sexta-Feira Santa, no Tríduo Pascal, a Igreja contempla, dando mais ênfase, a Paixão, Crucifixão e Morte. Com a celebração da Festa da Exaltação da Santa Cruz, em data e festa próprias, a Igreja proclama o caminho que todo discípulo é chamado a seguir e testemunhar. Jesus mesmo fez a proposta, a versão de Lucas diz: “Se alguém quiser me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz de cada dia, e então me siga” (Lc 9,23). E acrescenta: “Quem não carrega sua cruz e me segue, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,27). Na versão de Mateus, explicita: “Quem não toma sua cruz e não me segue, não é digno de mim” (Mt 10,38). Na Festa da Exaltação da Santa Cruz celebra-se e apresenta-se
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a Cruz como fonte de santificação e símbolo da vitória de Cristo sobre o pecado e a morte.
O caminho da Cruz Com a Festa litúrgica da Exaltação da Santa Cruz, a Igreja quer não só lembrar, mas, sobretudo, apresentar a Cruz como caminho do seguimento de Cristo Vencedor e Triunfante sobre o pecado e a morte. A Igreja, alicerçada na Palavra de Deus e na Tradição, na liturgia e na ação pastoral mostra a Cruz como sinal e símbolo de doação máxima a Deus e ao próximo, a exemplo do Cristo. A Cruz, então, não pode ser vista e tida, como alguns a proclamam: sinal e símbolo de dor e sofrimento e só. A teologia católica vai muito além desta constatação e vê e tem a Cruz como caminho de seguimento de Jesus, em sua entrega ao Pai e aos irmãos. Jesus cumpriu esta missão, desde sua concepção, ao entrar no mundo: “Então eu disse: eis-me aqui, ó Deus, para fazer a tua vontade” (cf. Hb 10,5-10), até a morte de cruz, extrema entrega não guardando para si nada. Nem sua Mãe. Portanto, a Cruz não é realidade pontual no final de sua Vida no lenho, é a expressão e a manifestação máxima de sua missão libertadora, salvadora, redentora. O seguimento de Jesus para o discípulo, necessariamente, passa pela assunção da cruz como
A Palavra - Discípulos
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caminho para realizar, com Ele, a missão de construtor da Boa Nova do Reino de Deus. Para o discípulo, a celebração da Exaltação da Santa Cruz apresenta liturgicamente o grande tesouro do cristão, porque na verdade, de nome e de fato, é o bem mais precioso. Pois, na Cruz está a plenitude de nossa salvação e, por ela, foi-nos restituída a dignidade original. Por isso, a Cruz é o “certificado” da sentença de libertação da humanidade. Sem ela não teria sido vencida a morte. De instrumento de condenação, em Jesus e com ele, manifesta-se Instrumento de Salvação, de Libertação. A Cruz, então, é a Glória e a Exaltação do Cristo. A Cruz é a síntese de sua vida e de
sua missão. Foi ele mesmo que proclamou: “Se me glorificasse a mim mesmo, a minha glória seria vã. Meu Pai é que me glorifica, aquele que dizeis ser vosso Deus” (Jo 8,54). Jesus afirma: “Chegou a hora na qual o Filho do Homem será glorificado. Eu vos afirmo e esta é a verdade: se o grão de trigo não cair na terra e morrer, ficará só. Se, pelo contrário, ele morrer, dará fruto” (Jo 12,23-24). Jesus, na Última Ceia, antevendo a traição de Judas e sua morte na Cruz, afirma: “Agora foi glorificado o Filho do homem, e Deus foi glorificado nele. Se Deus foi glorificado nele, Deus também o glorificará em si mesmo e o glorificará dentro em breve” (Jo 13,31-32). São Paulo assiná-la que: “Nossa glória está na Cruz de Jesus” (Gal 6,14). A
Cruz, porém, jamais pode ser dissociada da Ressurreição do Senhor. De fato, o Crucificado não permaneceu na cruz. Ressuscitou! Está vivo entre nós! A Ressurreição é que faz da Cruz sinal e instrumento gloriosos de libertação e de vida. O cristão-católico quando faz o Sinal da Cruz sobre si mesmo está manifestando sua alegria de sentir-se liberto pelo Cristo Vencedor e Glorioso e de poder segui-lo e partilhar sua vida como discípulo (cf. Fl 3,17-21). A Cruz de Nosso Senhor recebeu do Filho de Deus, nela pregado, novo sentido e significado: da ignomínia à Glória e tornou-se caminho de santidade para o discípulo-missionário, engajado numa comunidade eclesial.
Tubos Pereira há quase 50 anos produzindo com garantia e qualidade em pavers, tubos, lajotas e demais produtos em artefatos de cimento.
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A Palavra - Discípulos
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Status: Bíblia online! eram infundadas. Para tanto a Bíblia online é um instrumento extremamente eficaz”, avalia Jorge. Mesmo acessando com frequência a Bíblia na internet, Jorge acredita que a leitura online não substitui a leitura em papel. “Há uma relação especial entre nós e o texto quando tocamos o papel. Ler o livro físico também nos remete à liturgia na Santa Missa. Há uma extensão do sentimento de Igreja neste ato”, opina. Por isso, a leitura online se torna uma alternativa para consultas e leituras rápidas, apesar de alguns aplicativos disponibilizarem ferramentas para estudo bíblico e marcação de texto.
Abrir o e-mail diariamente e encontrar ali o Evangelho do Dia. Acessar o aplicativo no celular enquanto volta do trabalho e ler um trecho do Salmo preferido. A Bíblia também ganhou espaço na tecnologia e o acesso ao livro mais vendido do mundo ficou muito mais rápido e fácil. São milhares os aplicativos disponibilizados para quem gosta de ter a Palavra de Deus sempre à mão. O paroquiano Jorge Deichmann Miguel, 49 anos, por exemplo, acessa
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praticamente todos os dias a Bíblia na internet e não é algo de hoje, segundo ele, faz isso a mais de uma década. Ele conta que utiliza do aplicativo em seu Ipad para conferir citações feitas em algum artigo que leu, para esclarecer dúvidas, comentar em sites católicos e também para defender a fé cristã. “A Internet proporcionou um espaço sem precedentes para discussão entre todas as correntes de pensamento. Como resultado foi possível demonstrar que muito das críticas feitas à Igreja Católica
Aproveite que é o mês da Bíblia e deixe a Palavra de Deus fazer ainda mais parte do seu dia. Seguem algumas dicas de sites que trazem a Bíblia e mais materiais sobre a doutrina católica: www.bibliacatolica.com.br www.catequista.net/catecismo www.padrepauloricardo.org www.ocatequista.com.br
A Palavra - Discípulos
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Presença Mariana
Crianças da primeira comunhão da Comunidade Santo Antonio realizaram um encontro sobre o terço mariano, com o objetivo de lembrar que Maria, mãe de Jesus, é também nossa mãe e foi a primeira catequista.
Festa São Francisco de Assis A Festa na Comunidade São Francisco de Assis, em honra ao padroeiro, será no dia 14 de setembro. Em preparação, a comunidade organizará o tríduo que inicia na quinta-feira (11), com missa às 19h.
Festa Sagrado Coração de Jesus
A Comunidade Sagrado Coração de Jesus comemora nos dias 19 e 20 de setembro a sua tradicional festa do padroeiro. Dia 19 (sexta-feira) está programada a Santa Missa, às 19h, com a presença dos noveneiros. Após iniciará os festejos com tradicional prato típico, cachorro-quente, bazar, café com bolo, roda da fortuna e bebidas em geral. No dia 20, a Santa Missa será às 19h com a presença dos festeiros, logo após reinício dos festejos com churrasco, cachorro-quente, café com bolo, bazar, roda da fortuna e bebidas em geral. Segundo o coordenador do Conselho, Mario Schlindwein, a arrecadação do evento será aplicada em melhorias da comunidade.
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A Palavra - Comunidades
Membros da Pascom recebem formação
Dez das 12 comunidades da Paróquia São Luis Gonzaga participaram, no dia 09 de agosto, da primeira formação da Pastoral da Comunicação (Pascom). O objetivo da formação é iniciar a articulação da Pascom na Paróquia. Temas como o que é, como trabalha, onde atua essa Pastoral e os veículos de comunicação da Paróquia foram abordados por Padre Adilson Colombi e a jornalista da Dominus Comunicação, Lydiana Rossetti. www.paroquiasaoluisgonzaga.com
Familiares em recuperação limites com o esposo que bebia, a saber o momento certo de conversar com ele e até mesmo o tom de voz que é necessário usar. “Dou graças ao programa, alguém me estendeu a mão, hoje eu estou aqui para estender a mão. Nosso programa funciona na gratidão, a gente se recupera e acaba voltando por gratidão”, revela Celina, que hoje é responsável pelos grupos no Estado.
Método
Grupo reúne familiares de pessoas que sofrem com o alcoolismo
“Meu nome é Luci, também sou uma Al-anon em recuperação”. Assim aproximadamente 20 pessoas iniciam as reuniões semanais do grupo de familiares dos Alcoólicos Anônimos (Al-anon) Novo Lar, no salão paroquial, da Paróquia São Luis Gonzaga. O anonimato é regra do grupo e ninguém pode revelar quem encontrou na reunião da semana, por isso, se tratam apenas pelo primeiro nome. Há 34 anos em Brusque o Grupo já ajudou diversos familiares de alcoólatras. “Nos reuníamos no início no Centro Evangélico e íamos na casa das famílias ajudar muitas vezes e trazíamos para o grupo”, lembra a voluntária Lourdes, que não tem casos de alcoolismo na família, mas luta desde o início para ajudar essas pessoas.
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Luci, Celina, Ivete são exemplos de esposas que chegaram ao grupo com um quadro depressivo e até mesmo desacreditado na recuperação dos maridos. Ao participarem do Alanon encontraram forças para ajudar os maridos e também entenderem que muitos comportamentos deviam primeiramente ser mudados por elas. “Elas chegam aqui tristes, desanimadas, e quando chegam e veem pessoas alegres elas perguntam ‘como é que vocês estão assim?’”, conta Lourdes. “Estou vivendo um dia de cada vez, hoje eu estou bem, vivendo bem. Eu não sei se ele vai voltar a beber de novo, vou viver o hoje, não tenho mais medo”, testemunha Ivete que conviveu muitos anos com o marido alcoólatra. Para Celina, o Al-anon lhe ensinou a impor
O Al-anon foi fundado por Lois B*. esposa do médico fundador dos Alcoólicos Anônimos (AA), Bill W.*. O grupo possui uma coletânea de literaturas que auxiliam na condução da reunião do dia e outras para que o participante possa fazer em casa. Dentre os pilares do grupo estão a Recuperação por meio da unidade, o serviço por meios dos conceitos e a unidade por meio das tradições.
Reuniões do Grupo de Familiares Al-anon Quem pode participar: Qualquer pessoa cuja vida tenha sido afetada pelo alcoolismo; Dia das reuniões: todas as segundas-feiras Horário: 20h às 22h Local: Salão Paroquial Paróquia São Luis Gonzaga, sala 05 *Nomes utilizados assim devido ao anonimato sugerido pelo grupo
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No mês de setembro comemoramos o mês da Bíblia. Um livro cheio de histórias, histórias do Amor de Deus por nós. No exercício ao lado o padre não consegue encontrar a sua Bíblia, ajude-o. Não esqueça de ler um trecho da Bíblia todos os dias, convide o papai e a mamãe para ler com você!
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