Revista Dominus Salus (Jan/Fev/Mar de 2019)

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Expediente REVISTA DOMINUS SALUS Edição 96 - jan/fev/mar de 2019 PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO Irmão Alexandre Mazzali RESPONSÁVEL PELA REVISTA Irmão Gabriel Cavaletto JORNALISTA RESPONSÁVEL Elis Soares | MTB 48990/SP DIAGRAMAÇÃO Irmão Gabriel Cavaletto ILUSTRAÇÃO Irmã Helena Scarabelo REVISÃO Irmã Helena Scarabelo IMPRESSÃO E TIRAGEM 2.5OO exemplares (trimestral) CAPA Tiziano Vecelli (Titian). Christ Blessing, 1570

Índice 4 6 8 12 14 16 20 22 24

Matéria: Igreja Espaço dos Sócios Aconteceu... Palavra do Fundador Matéria: Atualidade Vocacional 2019 Matéria: Formação Vem aí... Desenho São José

Colabore! FALE CONOSCO: Av. Comendador Antônio Carbonari, 2887 Traviú - Jundiaí/SP CEP: 13.213-270 (11) 4582-4553 (11) 9.4202-7566 comunidade@dominussalus.com.br FACEBOOK facebook.com/dominussalus TWITTER @dominussalus INSTAGRAM @dominussalus

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A Dominus Salus é uma Comunidade Missionária sem fins lucrativos, e há 23 anos atua na Diocese de Jundiaí e região com trabalhos de evangelização. Contamos com a ajuda de benfeitores para a nossa missão. Faça parte você também desta obra de Deus. Doe!

Banco Bradesco Ag: 150-3 C/C: 97.915-5 Para outras formas de contribuição, ligue: (11) 4582-4553


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Editorial Caro leitor, A Comunidade Dominus Salus adentrou 2019 em festa! Neste ano, completamos 23 anos de fundação. Temos muitos motivos para louvar e bendizer a Deus que nunca nos abandou e que sempre foi a nossa segurança. Esta graça que recebemos queremos compartilhar com você! Assim como a mulher da parábola da moeda perdida, que a encontrando, chama as amigas para celebrar (Cf. Lc 15, 8-10), nós queremos sua participação nessa alegria! Não recebemos uma dádiva, um dom para ficar apenas conosco, mas ansiamos em partilhar com todos ao nosso redor. Preparamos para esta edição um breve histórico da fundação da Comunidade para aqueles que ainda não sabem (e aos que já sabem, vale a pena fazer memória) desta obra que Deus iniciou em 1996. Também na seção “Vocacional”, apresentamos uma explicação do nosso símbolo, do hábito dos celibatários e da Comunidade de Aliança. Rezamos para que Deus, O grande responsável por iniciar esta obra, possa também suscitar em sua vida uma transformação de mentalidade, de coração... E seremos imensamente gratos a Ele por nos permitir participar - de alguma maneira – na sua busca pela santidade. Deus nos abençoe! Ir. Gabriel Cavaletto


4|Igreja

Quaresma

Por: Ir. Michele Cristiane

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ão podemos considerar esta Quaresma como uma época a mais, como uma simples repetição cíclica do tempo litúrgico. Este momento é único; é uma ajuda divina que temos que aproveitar. Jesus passa ao nosso lado e espera de nós - hoje, agora - uma grande mudança” (São José Maria Escrivá - Cristo que passa, 59).

Nos dias de hoje, como em tantos outros tempos litúrgicos, estamos perdendo os sinais que nos levam a Deus e nos alimentam para a caminhada rumo a Vontade Dele a nosso respeito. É preciso retomar - de forma urgente - nossa compreensão deste belíssimo tempo da Quaresma, que nos conduzem a viver de forma tão profunda e viva o mistério da Paixão de Cristo, nos

encaminhando ao ápice da Liturgia: a Páscoa do Senhor. Falando de sinais, trazemos tantas manias e até superstições para a Quaresma, que deixamos as verdadeiras e fecundas práticas de lado... Quais são as verdadeiras práticas da Quaresma? Na Santa Missa da Quarta-feira de Cinzas - que marca o início deste novo Tempo Litúrgico – podemos oferecer, já na oração da coleta (o primeiro “Oremos” da Missa, onde são apresentadas a Deus as intenções dos fiéis) nosso jejum quaresmal. Este deve ser um dia particularmente intenso de jejum e penitência, no qual precisamos aprender também a jejuar e nos penitenciar, pois, motivados por esta cultura do bem-estar e do mínimo esforço, damos muitas desculpas, não mortificando em nós vícios e atitudes que precisam morrer para termos vida nova com Cristo. Existem, então cinco práticas necessárias. Primeira: oração - que consiste rezar sempre algo a mais do que eu já rezo; segunda: penitência - tirar alguma


Carl Bloch : Gethsemane, 1873

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coisa que gosto muito de fazer ou comer; terceira: esmola - viver a caridade fraterna visitando alguém que precisa; ajudando mais em casa; dando algo que é meu, que gosto muito para alguém que está querendo ou precisando; enfim, fazendo atos de generosidade, de bondade e amor; quarta: ler um livro completo da Sagrada Escritura (pode ser Êxodo, Números ou Deuteronômio ou ainda o Evangelho que a Igreja reza neste ano). Quinta: escolher um vício e procurar combatê-lo. Ainda há algo importantíssimo que deve ser feito para se viver bem este tempo: buscar o sacramento da confissão, preparando-se bem para

recebê-lo. É claro que também somos convidados a participar da Santa Missa todos os dias, já que nela estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Não é uma lembrança, mas a atualização do Sacrifício de Jesus. Por fim, mais uma vez, São José Maria Escrivá nos convida: “O chamado do Bom Pastor chega até nós: ‘Eu te chamei pelo teu nome.’ É preciso responder - amor com amor se paga - dizendo: ‘chamaste-me e aqui estou’. Estou decidido a não permitir que este tempo de Quaresma passe como passa a água sobre as pedras, sem deixar rasto. Deixar-me-ei empapar, transformar; converter-me-ei, dirigir-me-ei de novo ao Senhor, amando-o como Ele deseja ser amado.” (Cristo que passa, 59).


6| dos Sócios 6|Espaço

Missão Sócios Discípulos Missionários Visitamos a casa da Sócia Regina Lúcia, e junto de sua família, tivemos uma noite de oração, partilha e muita alegria na vontade do Senhor. Quando rezamos em família, sentimos particularmente o sustento de Deus e crescemos na confiança e no abandono à Sua vontade.

Eu conheço a Comunidade há muitos anos. O desejo de me associar cresceu porque sei que a Dominus Salus vive de doações e esta obra não pode parar. Através do trabalho da Comunidade eu e toda a minha família aprendemos muitas coisas; minha filha passou um longo período por atendimento e foi muito ajudada. Amo muito a Comunidade! Sou grata por poder ajudar!

Regina Lúcia


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Na casa da sócia Cesarina, apresentamos a Deus súplicas e ações de graças ofertando a Ele todo o nosso coração...

Cada sócio da Dominus Salus participa da nossa vida, sendo evangelizado e ajudando-nos a evangelizar!

Se você é sócio da Comunidade e também deseja participar desta missão, entre em contato conosco. Agendaremos um dia para visitar a sua casa!

(11) 4582-4553 / (11) 9.4202-7566


8| Aconteceu... 23 à 25

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Curados para Amar!

Uma oportunidade única que Deus concedeu aos que participaram deste retiro: Foram 3 dias onde o Senhor visitou nossa história, derramando o Seu Amor para curar nossas feridas. As pregações e momentos de oração nos levaram a perceber que Deus não teme se aproximar de nós, ainda que feridos, Ele vem ao nosso encontro para nos salvar!


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As crianças também experimentaram a ação de Deus de diversas maneiras! Com brincadeiras, filmes e orações, elas descobriram que podem, desde cedo, alcançar a felicidade que vem de Deus! A Santa Missa foi presidida pelo Pe. Rodrigo (Ivoturucaia). Fotos: Marketing Dominus Salus


10| Aconteceu...

27 NOV

Festa N. Senhora das Graças

Nossa Senhora das Graças é padroeira da Comunidade. Na Celebração da Santa Missa - presidida pelo Pe. Adriano - aos pés de Maria, também renovamos a nossa consagração segundo o método de São Luís Maria G. de Montfort!

Fotos: Marketing Dominus Salus


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DEZ

Retiro Interno

Ao final de cada ano, toda a Comunidade se reúne para ouvir o querer de Deus a nosso respeito para o ano seguinte. Fomos levados pelo Espírito a contemplar a Sua ação que nos transforma em filhos amados! Pe. Clóvis presidiu a Santa Missa ao final de nosso encontro. Fotos: Marketing Dominus Salus


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Palavra do Fundador - Ir. Alexandre Mazzali -

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UMA OBRA NOVA SURGIU...

ano estava apenas começando e não imaginávamos aonde o Espírito Santo nos conduzia... Era o ano de 1996 e num pequeno grupo de sete pessoas, após algumas partilhas sobre inquietações interiores e sede de algo mais (que não sabíamos o que), resolvemos rezar. Era 29 de janeiro, uma segunda-feira à noite. Então, usamos a casa em construção de alguns que ali estavam (João e Denise), como ponto de encontro para nossas orações. Como ainda não havia teto na casa, improvisamos um bico de luz puxado e algumas cadeiras. Éramos nós sete e claro, Ele – que não poderia faltar – pois já havia prometido “onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles.” (Mt 18, 20). Gastamos tempo em rezar, ou melhor, ganhamos tempo. Ali Deus falou, tínhamos certeza, era Ele que nos surpreendia através do dom carismático da profecia (cf. I Cor 12), manifes-

tando Sua vontade, inspirando-nos ali a darmos início a uma nova obra. Meses se passaram e nos deparamos com nossos erros e acertos, com aceitações e incompreensões, entre estas últimas, a de que estávamos abrindo uma casa de prostituição! Olhando para trás podemos afirmar com segurança de que precisávamos de tudo aquilo, era a medida certa de perseguições, calúnias, abandonos – pois da mesma forma que chegaram novas pessoas, também algumas nos deixaram – tudo para o nosso crescimento, era assim que Deus nos formava no início. Na época tivemos total apoio e acompanhamento de Dom Amaury Castanho, que tanto nos incentivou a perseverarmos. Foi também nesse período, que explicitamente Santa Teresinha acenou para nós, dispensando-nos uma rosa como sinal para prosseguirmos e dia a dia a Javé-Salva foi nascendo. Com a vinda de Dom Gil para nossa Diocese, a Javé-Salva foi ensinada a ca-


Foto: Érica Camargo

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minhar. Esse carinhoso pastor diocesano nos presenteou com a augusta entronização do Santíssimo Sacramento em nossa capela particular, nos orientou em relação à mudança de nome da Comunidade - que passou a se chamar Dominus Salus (Salvação do Senhor) - e ainda, além de suas visitas em nossa casa, impulsionou o processo de elaboração do nosso Estatuto Canônico e recebeu os meus votos perpétuos. Mais um tempo e o Espírito Santo sopra novamente sobre nossa Diocese. Chega Dom Vicente Costa. Tem início uma nova fase na vida da Dominus Salus. Visitas em nossa casa, aprovação ad experimentum do Estatuto Canônico, votos perpétuos de mais seis membros da Comunidade, a entrega do Santuário Eucarístico Diocesano para zelarmos e desenvolvermos diversos trabalhos, liberação para complementos de estudos

em Roma e a aprovação da caminhada rumo à ordenação sacerdotal. Podemos dizer com clareza em todo esse trajeto, que Dom Vicente é o bispo que entregou para a Dominus Salus o nosso “R.G.”, confirmando nossa identidade e apontando sempre para nós a fidelidade à Igreja e ao Carisma da fundação. Houve também padres que nos ajudaram e apoiaram e ainda hoje muito nos auxiliam, atendendo confissões e presidindo a Santa Missa em nossa casa. Seria injusto de minha parte fazer aqui uma lista, pois poderia esquecer de algum... Não sabemos ainda aonde o Senhor vai nos levar, não cabe a nós prever o futuro, mas olhar o passado e reconhecer a voz de Deus que diz: “Eis que faço uma obra nova, ela já vem despontando: não a vedes?” (Is 43, 19a).


14| Atualidade

Namoro e Santidade Por: Adeline Bonanomi

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que?! Isso é coisa do passado, as coisas mudaram, estamos no século XXI, que papo chato, ninguém mais vive isso...”. Quantas vezes falamos ou escutamos isto, mas será que é verdade mesmo? Sim, é visível que as coisas mudaram, mas Jesus Cristo continua sendo o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Hb. 13,8), assim como Suas leis e manda-

mentos. Este tipo de pensamento vem de pessoas no mínimo desinformadas ou que são egoístas, egocêntricas, imaturas, que buscam mais a satisfação dos seus desejos do que a vontade de Deus...

Jesus veio trazer a boa nova da salvação e ela se estende a todas as dimensões da nossa vida. Sendo assim, por que não viver um namoro santo? A primeira vocação de todo batizado é a santidade. Se você não assumir isso no seu namoro, irá viver um tempo de mentiras, enganação e tristezas, traindo assim o desejo de Deus para sua vida. O Catecismo da Igreja Católica no parágrafo 826, vai nos dizer que a “caridade é a alma da santidade à qual todos são chamados. Ela dirige todos os meios de santificação, dá-lhes forma e os conduz ao fim”. Aqui podemos nos perguntar: Mas qual o sentido e a finalidade do namoro santo? Segundo o dicionário, o namoro se constitui como uma relação de interesse amoroso recíproco. Assim, compreendemos que ele é um tempo propício para o conhecimento mútuo da personalidade amada, onde as qualidades – mas também os defeitos – ficam em evidência. E isto porque


Imagem: Divulgação

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a finalidade do namoro é o matrimônio. É preciso conhecer bem a pessoa com quem você almeja passar o resto de sua vida, tempo de deixar cair as máscaras e revelar verdadeiramente o que se é... Namorar é viver uma fase fecunda que, se acompanhada pelo Cristo, tornar-se-á sagrada. Por isso, não podemos vivê-lo de qualquer jeito, sem compromisso e sem responsabilidade. Tudo o que é sagrado temos que zelar e cuidar com todo amor. Amor é doação. Você que namora está disposto(a), já neste período, a se doar pelo outro(a)? Se sua resposta for não, termine esse namoro, não tenha medo (se não há renúncias neste perí-

odo muito menos haverá no matrimônio), é melhor viver bem uma amizade do que um namoro-sem-compromisso ou um “futuro matrimônio frustrado”. Ele foi feito para pessoas maduras ou que querem amadurecer junto do outro, buscando a felicidade e a santificação. Indico a você dois livros que podem contribuir para sua formação neste processo: “Como encontrar sua alma gêmea, sem perder sua alma” (Jason e Crystalina Evert), e “As cinco fases do namoro” (Sandro Arquejada). Que são José, guardião da Castidade, possa interceder por você e pela sua vocação.


16| 2019 16|Vocacional

Eu te seguirei, Senhor! Santo Agostinho diz que “nós somos mendigos de Deus”, isto quer dizer que nós temos fome e sede de Deus. Necessitados que somos, não podemos ser preenchidos por nada nesta terra. E o meio pelo qual o Senhor quer nos tornar felizes é através de nossa vocação! Por isso, se você ainda não descobriu a sua, é melhor se apressar pois sua felicidade está em jogo!


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“Senhor, o que queres de mim?” Tenha a coragem de fazer esta pergunta a Deus que, com toda a certeza, Ele responderá! Participe dos Encontros Vocacionais em 2019 para descobrir este chamado. Os encontros sempre acontecem aos domingos, das 08h30 às 17h na Comunidade.

Encontros Vocacionais 2019 Fevereiro

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Julho

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Março

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Agosto

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Abril

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Setembro

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Maio

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Outubro

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Junho

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Novembro

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A vida cristã é cheia de “sinais”, símbolos que reforçam e nos relembram constantemente a fé que professamos. Na vida consagrada não é diferente. Em nosso Carisma, alguns “sinais” evidenciam nossa identidade de filhos e a missão para qual nos doamos. Confira!

Símbolo Um pingente de alumínio cunhado na forma do cálice com a hóstia consagrada, trazendo também o TAU franciscano na base: é usado por todos os consagrados e revela a pertença ao Carisma, o amor à Santa Eucaristia e a eleição de Deus que está sobre nós.

Comunidade de Vida É constituída exclusivamente pelos celibatários, ou seja, aqueles e aquelas que fizeram a doação total de suas vidas, entregando a Deus sua liberdade (voto de Obediência), sua sexualidade (voto de Castidade) e seus sonhos e projetos (voto de Pobreza).


Corda e Rosário

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Os celibatários consagrados recebem o hábito de cor marrom, que expressa o mistério da cruz de Cristo que eles voluntariamente abraçam. Recebem também a corda com três nós (referentes aos três votos) e o Rosário, indicando sua devoção à Maria.

Postulantado e Noviciado O postulantado é a primeira fase formativa no Carisma. Nela, os aspirantes recebem a primeira veste de cor bege. Ela representa o desejo de se unirem aos sentimentos de Cristo e O imitarem. No noviciado, os membros recebem uma peça do hábito na cor marrom, pois esta etapa visa o enamoramento da alma pela Paixão de Cristo e seu consentimento em começar a trilhar o caminho da cruz.

Comunidade de Aliança Os consagrados da Aliança não possuem nenhuma outra identificação de pertença a não ser o Símbolo. No entanto, sua doação a Deus e aos irmãos no Carisma em nada os diferem dos celibatários, com a ressalva de que são chamados a evangelizar nas diversas áreas da sociedade: trabalhos, estudos, lazer e no próprio ambiente familiar.


20| Formação

Palavra, Magistério e Tradição Por: Evelyn Carbonari

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onhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”. A verdade que nos diz o Evangelho é o próprio Cristo que somos convidados a conhecer. Somos a Igreja fundada por Cristo, o Filho de Deus, que esteve no meio de nós e nos deixou seus ensinamentos para chegarmos a Ele. Somos a Igreja Católica Apostólica Romana, sustentada por Deus na graça do Espirito Santo e nos três pilares: Sagrada Tradição, Sagrada Escritura e Magistério. Mas, o que são estes pilares? A Sagrada Tradição traz ao conhecimento tudo o que Jesus ensinou. A Constituição Dogmática Dei Verbum do Concílio Vaticano II declara que “a Sagrada Tradição, por sua vez, transmite integralmente aos sucessores dos apóstolos a Palavra de Deus confiada por Cristo Senhor e pelo Espirito Santo aos apóstolos. Resulta assim, que não é através da Escritura apenas que a Igreja consegue a sua certeza a respeito de tudo o que foi revelado. Por isso, ambas – Tradição e Escritura – devem ser recebidas e vene-

radas com igual sentimento de piedade e reverência” (DV, 9). Ela é a tradição oral onde os apóstolos “transmitiram aquelas coisas que receberam das palavras, da convivência e das obras de Cristo ou que aprenderam das sugestões do Espirito Santo” (CIC, 76), sem esta tradição nem mesmo a Bíblia poderia ter existido; ela é o berço da Sagrada Escritura.

A Sagrada Escritura é a fala de Deus, transformadora e santificante. São Paulo afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para ensinar, para persuadir, para corrigir e formar na justiça” (2Tm 3,16) e, por isso, é indispensável para nosso caminho de santidade. É através da leitura da Palavra que ela se faz viva em nós para que, de forma atual,


Foto: Catedral de São Paulo, Inglaterra

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seja a voz de Deus que nos fala. Nela são revelados os ensinamentos de Cristo e “foram escritos para crerdes que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que crendo tenham a vida em seu nome” (Jo 20,30). Na Tradição Escrita e Oral é que o Magistério assenta seus ensinamentos infalíveis; elas estão intimamente ligadas e tornam presentes e fecundos na Igreja o mistério de Cristo. O Magistério é formado pelo Papa, sucessor de Pedro, e pelos bispos, sucessores dos apóstolos; são eles o depósito da fé. A missão do Magistério é “defender o povo contra os erros de doutrina, protegê-lo dos desvios e afrouxamentos e garantir-lhe a possibilidade objetiva de professar sem erro a fé autêntica” (CIC 890)

Esta sucessão brotou de Cristo como nos diz São Clemente: “os apóstolos receberam a boa nova em nosso favor da parte do Senhor Jesus Cristo. Jesus Cristo foi enviado por Deus. Cristo vem de Deus e os apóstolos de Cristo, essa dupla missão realizou-se em perfeita ordem por vontade de Deus. Assim, proclamando a Palavra de Deus no interior e nas cidades, estabeleciam suas primícias como Bispos e Diáconos, depois de prová-los pelo Espirito Santo”. Por isso o Magistério da Igreja age na autoridade de Cristo. Estes são os pilares da nossa fé! A segurança de que participamos da Igreja de Cristo e que, com ela, chegaremos a Ele: a Verdade. Afinal, não se ama o que não se conhece...





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