ANO 4 - Nยบ 4
R$ 30,00
2014
PALADAR PARAENSE Tempero local para receitas clรกssicas da gastronomia mundial
CASA COR PARร 2014 A mostra surpreende com ineditismo, bom gosto e funcionalidade
HOMENAGEM A arte do arquiteto paraense Roberto de La Roque Soares
VOCÊ FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA. A CasaCor Pará 2014 agradece a todos os profissionais, parceiros e colaboradores que acreditaram e contribuíram para o sucesso de nossa quarta edição.
Empreendimento:
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A Natália já sabe: obra com inovação leva Amanco. As outras? Levam tchauzinho de miss. Vamos inovar desta vez? Só Amanco oferece uma linha completa de produtos que atendem a todas as necessidades da sua obra. Por isso, é a marca da inovação.
18 EDITORIAL 24 TENTÊNCIAS Casa Cor celebra 19 franquias nacionais e extrapola fronteiras brasileiras 32 NEGÔCIO Em quase 3 décadas, a mostra lançou tendências e ressignificou conceitos 40 HOMENAGEM Roberto de La Rocque Soares, o Mestre da Alma
52 GOURMET O melhor da gastronomia mundial com tempero paraense 62 GALERIA O observador atento do cotidiano e de personagens urbanos
Sumário
PATROCÍNIO NACIONAL
PATROCÍNIO MÁSTER
PATROCÍNIO ESTRUTURAL
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70 ESPECIAL CÍRIO O maior evento de fé do Brasil mexe com a rotina dos moradores da cidade 78 MAPA E ÍNDICE DE ARQUITETOS 82 AMBIENTES 120 INSTITUCIONAL Casa Cor Pará chega ao 4º ano com novidades e ineditismo.
Sumário
PATROCÍNIO LOCAL
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EDITORIAL
Um olhar muda tudo Em seu quarto ano no Pará, a Casa Cor inova, se (re)inventa e mantém o bom gosto como estandarte.
Amigos, Chegamos ao quarto ano da Casa Cor Pará e vivemos a emoção de mais um ineditismo: levar a maior e mais importante mostra da América Latina para dentro de um shopping center. Para além de tornar ainda mais democrático seu acesso, queremos que nosso público perceba que arquitetura, design, paisagismo e decor são elementos que estão ao nosso redor (e ao nosso alcance) o tempo todo. Neste 2014, mantivemos a decisão de fazer um circuito de visitação, interligando desta forma, os ambientes da mostra - com uma novidade: temos uma casa de praia! O que vocês verão, nas páginas seguir, é uma pequena mostra de toda a beleza e da funcionalidade dos traços de nossos parceiros! Além dos ambientes, vocês lerão matérias que retratam nossa essência amazônida, bem como conhecerão um pouco da alma sensível de nosso arquiteto homenageado: o mestre Roberto de La Rocque Soares. Boa leitura e esperamos vocês na Casa Cor Pará 2014! Ana Paula Guedes André Leal Moreira
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Diretoria de CASA COR PARÁ André Leal Moreira.andre@casacorpara.com.br Ana Paula Guedes.paula@casacorpara.com.br
REPORTAGEM E TEXTOS Elvis Rocha, Jecyone Pinheiro e Gil Sóter PRODUÇÃO EDITORIAL Camila Barbalho - camila@door.net.br
EQUIPE TÉCNICA CASA COR PARÁ ASSISTENTE FINANCEIRO Joyce Costa - joycecosta@lealmoreira.com.br SUPERVISOR OPERACIONAL Suyane Macedo - contato@casacorpara.com.br
JORNALISTAS RESPONSÁVEIS Lorena Filgueiras - MTB: 1505/DRT-PA - lorena@door.net.br REVISÃO José Rangel - MTB: 698/DRT-PA CASA COR PROMOÇÕES E COMERCIAL LTDA. SÃO PAULO, BRASIL Lívia Pedreira – Diretora Presidente
COORDENAÇÃO OPERACIONAL Inaly Santana - inaly@door.net.br PROJETO CASA COR PARÁ 2014 Perlla et Jr - perlla.et.jr@hotmail.com
DEPARTAMENTO DE FRANQUIAS J. Alfredo M. Teixeira – Diretor Graziela De Caroli – Coordenadora Victor Santo –Assistente
DIRETOR DE CRIAÇÃO André Loreto - loreto@door.net.br
FOTOS Dilermando Cabral CAPA Foto: Dilermando Cabral Ambiente: Casa de Praia - Cozinha por Márcia Nunes e Débora Rodrigues IMPRESSÃO E ACABAMENTO RM GRAPH
CAP Eventos Ltda - EPP Rua João Balbi, 167/210 CEP: 66055-280 • Nazaré • Belém • PA Escritório Central Av. Visconde de Souza Franco, 776 - P5/G3 CEP: 66053-000 • Umarizal • Belém • PA Tel. 91 3222.1748 casacorpara.com.br contato@casacorpara.com.br
ISSN: 2237-1281 Proibida reprodução parcial ou total sem prévia autorização da editora. Tiragem: 6.000 exemplares
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TENDÊNCIAS
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R A FA E L R E N Z O
Usina de ideias Em seus 27 anos de existência, CASA COR lançou tendências, capturou e traduziu inúmeros gostos, necessidades e estilos de viver e também influenciou hábitos de consumo, produtos, marcas e mercado. Sempre protagonizado por experientes profissionais de design de interiores, arquitetura e paisagismo, o evento tem pontuado a evolução do morar brasileiro. POR MARIA HELENA PUGLIESI
Da sala de TV ao cinema em casa: muita coisa evoluiu no costume de assistir à programação em família. Ambiente de Carlos Alexandre Dumont Carico.
A CA SA É UM SER VIVO EM CONSTANTE MU TAÇÃO. Mudam-se a cor das paredes, o estilo dos móveis, as estampas dos tecidos. Renovam-se os eletroeletrônicos e tecnologias são acolhidas para aumentar o conforto. E como são feitas essas novas escolhas? CASA COR, desde seu surgimento, em 1987, tem sido uma importante fonte de inspiração aos que querem conquistar ambientes aconchegantes, práticos e em sintonia com seu tempo. Quem acompanha a história da mostra percebe como ela conseguiu substituir o verbo “mobiliar” pelo “decorar”. A simples troca da mobília, como nossos pais faziam algumas vezes durante a vida, foi perdendo o sentido. A velocidade como o mundo hoje evolui estimula mudanças, e decorar é atualizar e adaptar a casa sempre que necessário, o tempo todo, mesmo quando a renovação se limita às almofadas do sofá. Aproximando o público do talento de profissionais que se destacam no cenário nacional e internacional, CASA COR antecipou inúmeras tendências. Antenados com os movimentos do morar dos grandes centros europeus e norte-americanos e sincronizados com o espírito de sua época, traduzindo as aspirações do consumidor brasileiro, arquitetos, designers de interiores e paisagistas convidados para o evento estimularam, desafiaram e ajudaram a rever a cada ano nossa relação com a casa. Quem até 1993 pensava em substituir os assépticos banheiros do período, por uma agradável sala de banho? Pois na edição daquele ano, a arquiteta Maria Ruth Cyrillo Brauen apresentou pela primeira vez o conceito e, nem é preciso dizer, a novidade agradou em cheio. O mesmo aconteceu com o home theater. Com um ambiente equipado com televisor de 100 polegadas, som estéreo bem distribuído, além de sofá e poltronas confortáveis, a dupla Nelson Walter Lojo e Lucy Amicón soterrou de vez as acanhadas salas de TV e materializou o sonho de muita gente: assistir em casa a filmes, musicais e documentários com a qualidade de áudio e vídeo do cinema. Desde então, espaços como esse passaram a integrar a planta espacial dos imóveis. Outra proposta pioneira do evento aconteceu também nos primórdios dos anos 1990. Foram as salas de ginástica, um sucesso mostrado pela arquiteta Brunete Fraccaroli, que esvaziou muitas academias. 25
TENDÊNCIAS
ESDR AS GUIMAR ÃES
Foi em CASA COR ainda que o público conheceu um espaço dedicado ao relaxamento e meditação. A ideia, que virou febre entre os mais espiritualizados, é do arquiteto Sig Bergamin, apresentada em 1995. Dois anos depois, o arquiteto Roberto Migotto surpreendia com um espaço multiuso, em que estar, sala de leitura e canto de trabalho conviviam sem improvisos no mesmo ambiente. Uma proposta com clara vocação de êxito. Já em 2000, a mostra apresentou um novo estilo de morar. Eram os lofts, casas com ambientes totalmente integrados, em voga em Nova York desde 1960, mas que, até então, os brasileiros olhavam com desconfiança. Aproveitando as dependências da Cinemateca Brasileira, os profissionais se esmeraram nos projetos. Agradaram tanto, que logo surgiram lançamentos imobiliários com essa filosofia. Cozinha gourmet e varanda gourmet são também conceitos que foram reforçados pelo evento, captando o desejo dos moradores por uma casa mais gostosa de morar e receber os amigos. E voltando outra vez para as primeiras edições da mostra, vale mencionar que em 1988 a arquiteta Ana Maria Vieira Santos teve a brilhante iniciativa de idealizar uma sala íntima totalmente envidraçada, antecipando os tão festejados ambientes com a transparência de hoje.
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Apresentados ao público brasileiro em CASA COR 2000, os lofts ainda hoje representam um estilo jovem de morar. Ambiente de Samara Gosson.
O DESEJO DE TER A CASA SEMPRE ABERTA AOS AMIGOS IMPULSIONOU A TENDÊNCIA DOS AMBIENTES INTEGRADOS.
TUCA REINÉS
REFERÊNCIA NOS DETALHES
Talvez os 27 anos ininterruptos de sucesso de CASA COR se deva também ao fato de que o visitante não se inspira apenas nos ambientes como um todo, mas ele pode pegar emprestado inúmeras ideias para adaptar nos espaços que possui. Já na primeira edição do evento essa vocação ficou evidente quando as designers de interiores Rosa May Sampaio e Bebel Alves Lima usaram numa sóbria cama Império uma alegre colcha de tecido provençal, combinação inusitada aplaudida, que virou moda por muito tempo. Depois disso, inúmeras ousadias se transformaram em sonho de consumo, como os dosséis sobre sofás e até banheiras, um must irresistível para quem desejava ambientes românticos, ou as madeiras descoloridas, sob medida para espaços descontraídos. Mais uma lembrança famosa é o patchwork de tapete persa criado pelo arquiteto Léo Shehtman em 1989. Escândalo na ocasião, até hoje a boa sacada é copiada. E a onda das decorações étnicas? Sim, CASA COR também é responsável pela disseminação do estilo, assim como pela valorização das coisas brasileiras. O evento serviu de palco ainda para o lançamento das primeiras peças com rodízios e para o uso de capas em estofados, soluções inteligentes que trouxeram inegável praticidade ao dia a dia. Perspicazes no que fazem, arquitetos e designers de interiores têm quebrado paradigmas em relação à combinação de cores. Projetos, como os assinados por Sig Bergamin e pela dupla Antonio Ferreira Jr. e Mario Celso Bernardes, por exemplo, trazem uma explosão de cores, colocando lado a lado tonalidades que a princípio parecem não conversar. O resultado, em vez de chocar, abre novas possibilidades de colorir a casa e tornar os espaços mais alegres e estimulantes. A mistura de magenta, bordô e laranja no ambiente de Antônio Ferreira Jr. e Mario Celso Bernardes incentivou muita gente a perder o medo de ousar nas cores.
M I G U E L V I EG A S
Hobby cada vez mais cultuado, cozinhar em casa para os amigos tem estimulado a criação de cozinhas gourmet superpráticas e tecnológicas. Ambiente da Equipe Ciulai Paiva Rodrigues. 27
R A FA E L R E N Z O
TENDÊNCIAS
J O M A R B R AG A N Ç A
No banheiro assinado por Roberto Migotto, a tecnologia entra em função do conforto e do uso consciente da água.
AS MÁQUINAS DA CASA
Ao acompanhar a trajetória de CASA COR é possível também traçar a evolução dos eletrônicos nos ambientes residenciais. Tendo por vocação refletir as exigências da vida moderna por praticidade, agilidade e lazer, o evento há muito é considerado pela indústria uma vitrine preciosa para seus lançamentos. De onde você acha que veio a consagração dos home theaters, das cozinhas gourmets e dos home offices? Muita gente imitou de CASA COR, lá no início da década de 1990, a ideia de inserir na sala de estudo dos filhos um microcomputador. Afinal, os adolescentes já começavam a usar a internet como importante ferramenta de aprendizado. O cooktop foi outro que fez sua estreia por aqui. O crescente número de pessoas que curtem cozinhar para os amigos estimulou a transferência do fogão para a ilha central da cozinha. Assim, o cozinheiro pode preparar seus quitutes cercado de convidados. Impossível deixar de mencionar o frisson causado por Roberto Migotto quando, em 1996, ele criou um espaço totalmente automatizado, em que som, vídeo, telão e até cortinas eram acionados por controle remoto. Hoje, é coisa corriqueira, mas na época, deu muito que falar. O mesmo impacto causou o arquiteto Oscar Mikail, que, no ano seguinte, embutiu na estante uma TV de tela plana de retroprojeção, antecipando as atuais TVs de plasma. Esses são apenas alguns dos inúmeros equipamentos apresentados em primeira mão na mostra. A cada ano, um novo sonho de consumo se materializa em seus ambientes e possibilita manter acesa a missão de apresentar ao público o que é morar bem, com conforto, sofisticação, funcionalidade e sustentabilidade. 28
Ambientes com transparência crescem na casa moderna. Sem fronteiras visuais, espaços internos e externos se unificam, trazendo maior acolhimento e amplitude visual. Projeto de Cristina Menezes.
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NEGÓCIO
R A FA E L R E N Z O
Em rota de expansão Com crescimento exponencial desde sua criação, em 1987, CASA COR é um exemplo de negócio, um evento cuja missão é inspirar pessoas interessadas em morar e viver bem. POR MARIA HELENA PUGLIESI
32 QUASE 700 MIL PESSOAS VISITARAM NO ANO PASSADO as edições nacionais e internacionais de CASA COR. Esse número, que equivale à população de muitas cidades brasileiras, representa um crescimento de público de cerca de 500% nos 27 anos de mostra. Em 9 de julho de 1987, quando foi inaugurada numa bela mansão do Jardim Europa, em São Paulo, 6. 700 visitantes prestigiaram a novidade, na sua maioria senhoras da sociedade. Vinte e sete anos depois, o evento apresenta uma expansão significativa em vários aspectos. De São Paulo, CASA COR partiu para outros Estados brasileiros, perfazendo hoje 19 franquias nacionais. Em 1996, virou tipo exportação. Começou pelo Peru e agora já está presente também no Chile, Bolívia, Equador, Panamá e Punta Del Este. “O modelo de atuação da mais completa mostra de arquitetura, decoração e paisagismo das Américas é voltado para o público de cada local em que atua. Dessa forma, buscamos expandir nossos negócios para mais cidades e levar, para mais pessoas, uma nova visão do morar. A previsão do Grupo CASA COR é abrir mais 10 franquias até 2019. Queremos incentivar a criação de experiências vivas de morar, que inspirem, emocionem e transformem a casa”, diz Angelo Derenze, publisher e presidente do Grupo CASA COR.
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LOFT DO CASAL - DENISE BARRETTO CASA COR SÃO PAULO 2013
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SEMPRE INOVANDO
R A FA E L R E N Z O
O Grupo CASA COR ao longo dos anos vem ampliando seu potencial de evento. Paralelas à mostra principal, ações temáticas e de relacionamento têm atraído a atenção dos visitantes e da mídia. CASA COR STARS, que dá a palavra aos mais importantes nomes do cenário nacional e internacional nos segmentos da arquitetura e do design, é uma delas, além de CASA HOTEL e CASA OFFICE, mostras segmentadas. No ano passado, o grupo veio com mais duas realizações em parceria: o MADE – Mercado de Arte e Design, feira de design que recebeu mais de 7 mil pessoas e que já tem sua segunda edição agendada para o segundo semestre de 2014, e o Auto Premium Show, salão de automóveis e motos de luxo visto por cerca de 8,5 mil visitantes e que acontecerá novamente em 2015. Pelo alto nível e diversidade do evento, CASA COR passou a fazer parte do roteiro cultural e turístico das praças onde acontece. Estudantes da área e profissionais do setor visitam suas dependências com o intuito de aprender e de se atualizar com o que há de mais significativo no design, na arquitetura e no paisagismo. Além do público local, caravanas vindas de cidades vizinhas e grupos de turistas estrangeiros também são presenças marcantes nas edições. Pegando carona na alta frequência da mostra, muitas lojas de decoração coincidem seus coquetéis de lançamento de coleções com a data de realização de CASA COR.
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FACHADA CASA COR SÃO PAULO 2013
ESTAR ÍNTIMO - FABIANE CAL AMORIM LESSA CASA COR BAHIA 2013
X I CO D I N I Z
PARCERIAS IMPORTANTES
Se hoje CASA COR só tem o que comemorar, parte desse sucesso se deve à escolha criteriosa dos profissionais que assinam os ambientes apresentados. “Nosso compromisso é propiciar o acesso aos melhores arquitetos, designers de interiores e paisagistas, que, com o seu trabalho, revelam a cultura do morar, suas fases e tendências”, argumenta Angelo Derenze. Mais de 15 mil nomes de primeira grandeza já assinaram projetos para o evento, inspirando o público e incentivando a indústria na criação de novos produtos e serviços. Mas para que tudo isso se realize com a excelência que virou marca registrada da mostra, outro grupo de profissionais precisa ser lembrado. Protagonistas de um espetáculo, centenas de pedreiros, gesseiros, marceneiros, eletricistas, entre outros operários, trabalham ao mesmo tempo para que cada edição de CASA COR aconteça dentro do prazo previsto. Parece loucura, no entanto o desfecho tem sido sempre o mesmo: espaços impecáveis, prontos para o elogio. Também de significativa importância para o crescimento do negócio são o patrocínio e o apoio de empresas que acreditam no potencial de CASA COR. Muitas, como a Deca, estão na mostra há mais de 20 anos. Atraindo cada vez mais público, conquistando novos territórios no Brasil e América Latina, gerando inúmeros empregos e contribuindo com a democratização da arquitetura, da decoração e do paisagismo, CASA COR demonstra que tem ainda muito fôlego para surpreender, agradar e se manter entre os melhores eventos do mundo voltados para o morar.
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NEGÓCIO COPA - GERSON DUTRA DE SÁ E ANA LÚCIA SALAMA CASA COR SÃO PAULO 2011
R A FA E L R E N Z O
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PERNAMBUCO:
de 18 de março a 27 de abril
ALAGOAS:
de 28 de março a 11 de maio
BOLÍVIA:
de 9 de abril a 10 de maio
SANTA CATARINA:
de 1 de maio a 15 de junho
GOIÁS:
de 6 de maio a 11 de junho SÃO PAULO:
de 27 de maio a 20 de julho
RIO GRANDE DO SUL:
de 22 de julho a 21 de setembro
MARANHÃO:
de 22 de julho a 5 de setembro
MATO GROSSO DO SUL:
de 25 de julho a 7 de setembro
MATO GROSSO:
de 31 de julho a 14 de setembro
PANAMÁ:
de 12 de agosto a 23 de setembro
ACOMPANHE A PROGRAMA˙ˆO DE CASA COR: *Datas sujeitas a alterações. Consulte o site www.casacor.com.br.
PARANÁ:
de 12 de agosto a 21 de setembro
ESPÍRITO SANTO:
de 20 de agosto a 28 de setembro
RIO GRANDE DO NORTE:
de 5 de setembro a 19 de outubro
CAMPINAS:
de 16 de setembro a 4 de novembro
EQUADOR:
de 16 de setembro a 26 de outubro
MINAS GERAIS:
de 23 de setembro a 11 de novembro
PERU:
de 23 de setembro a 3 de novembro
BRASÍLIA:
de 30 de setembro a 11 de novembro
CHILE:
de 7 de outubro a 18 de novembro
RIO DE JANEIRO:
de 7 de outubro a 23 de novembro
CEARÁ:
de 10 de outubro a 18 de novembro
BAHIA:
de 20 de outubro a 30 de novembro
PARÁ:
de 8 de outubro a 30 de novembro
INTERIOR – SP:
de 4 de novembro a 14 de dezembro
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Editora ABRIL edição 2357 - ano 47 - nº- 4 22 de janeiro de 2014
ISSN 0100-7122
Leia. Acesse. Baixe. Veja.com.br
Questione, pense, coce mais a cabeça.
Para nĂŁo ficar indiferente.
HOMENAGEM
DUDU MAROJA
O mestre da alma Roberto de La Rocque Soares, arquiteto homenageado da Casa Cor Pará 2014, era um homem culto, humilde e, sobretudo, um pioneiro em sua área. Seu nome é associado aos primeiros estudos genuinamente regionais e às artes plásticas – uma paixão que caminhava de mãos dadas com a Arquitetura. POR ELVIS ROCHA
40 SÃO 14 HORA S DE UMA TÍPICA TARDE DE BELÉM. Sob o calor de quase 40 graus, apresso o passo na Avenida José Bonifácio em busca do endereço anotado no celular. Logo adiante, numa vila escondida no coração de São Brás, começarei a entender um pouco mais sobre o homem que, nas semanas seguintes, reconhecerei como uma das figuras mais benquistas da cultura paraense do século XX: Roberto de La Rocque Soares, ou apenas “Mestre La Rocque”, como preferem os amigos e admiradores do homenageado deste ano da Casa Cor Pará. Engenheiro; arquiteto; artista plástico [ver matéria na página 62]; professor; pesquisador; defensor do patrimônio histórico; ecologista [quando o tema estava longe da pauta do dia]; exigente consigo mesmo na busca permanente por conhecimento. La Rocque Soares, descobri, é personagem fácil de adjetivar, mas difícil de resumir. Em 77 anos de existência, marcou presença de forma pioneira em tantas áreas distintas que só o lastro de admiração deixado entre familiares e pupilos [espalhados nas mais diferentes gerações] ajuda a compreender a extensão de sua influência. “Boa tarde, meu filho. No que posso ajudá-lo?”. Dona Elza é uma senhora bonita. Apesar do calor, está vestida de forma elegante, os cabelos curtos bem arrumados, a pele clara maquiada com discrição. Explico a razão de minha presença e ela sorri. Durante quase duas horas, observo a decoração repleta de aquarelas, xilogravuras, esculturas em gesso, fotografias, memorabilias de todos os tipos. Todas remetem imediatamente à memória do marido, responsável pelo projeto da casa com traços modernistas e que a deixou impregnada de saudade no dia 20 40
O arquiteto e artista Roberto de La Rocque Soares. fiEssa é uma das fotos dele de que mais gostofl, contou Dona Elza Soares.
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HOMENAGEM
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F OTO : M CT I / M U S E U PA R A E N S E E M I L I O G O E L D I
Acima e no canto superior direito, a rocinha do Museu Goeldi e uma rocinha do começo do século XX - apelido caboclo dos casarıes em estilo neoclássico, localizados nas áreas periféricas de Belém.
de maio de 2001. Entre namoro e casamento, foram 52 anos de parceria, suficientes para que ela acompanhasse de perto as várias fases do garoto com talento para o desenho que a paquerou na finada Belém dos anos 1940. “Se eu pudesse voltar no tempo casaria do mesmo jeito, de novo, com ele.” Engenheiro estabelecido desde o começo dos anos 1950, Roberto La Rocque Soares fez parte, ao lado de Alcyr Meira, Camillo Porto de Oliveira, Lúcia Daltro de Viveiros, Ruy Vieira e Milton Monte da primeira turma do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará, formada em dezembro de 1966. Apesar da contribuição em obras como a Estrada de Ferro de Bragança e a Base Naval de Val de Cans, foi como arquiteto desde sempre preocupado com a preservação e restauração do patrimônio histórico paraense, que ele conquistou o status de notável que o acompanhou pelo resto da vida. “Durante o curso de arquitetura, entre 1964 e 1966, ele conheceu o professor Donato Mello Júnior, vindo do Rio a Belém para ministrar a disciplina Arquitetura no Brasil. Ele acabou virando nesse período um grande amigo e influência decisiva no trabalho posterior do professor La Rocque Soares. Foi ele quem o incentivou a pesquisar a arquitetura local, o que resultou no trabalho de pesquisa sobre as rocinhas paraenses”, me diz Cybelle Miranda, ex-aluna e hoje coordenadora do Laboratório de Memória e Patrimônio Cultural da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA. As rocinhas às quais Cybelle se refere pertencem a uma Belém perdida no tempo. Apelido caboclo dos casarões em estilo neoclássico localizados nas áreas então periféricas da cidade [Nazaré e arredores], eram o refúgio de final de semana preferido das famílias abastadas da capital paraense. Construções avarandadas, pé-direito alto e muito espaçosas, fizeram parte do cenário belenense até perderem gradativamente espaço para a especulação imobiliária e a falta de memória, transformando-se em raridades ou meros escombros com o passar das décadas. Nos anos 1960, no entanto, quando La Rocque Soares começou a pesquisar a história da arquitetura residencial paraense, a realidade ainda era outra, o que reforça a imagem de um estudioso à frente do seu tempo cunhada por ex-colegas de trabalho. A partir do incentivo de Donato Mello Júnior, trabalhou durante quase três décadas na busca por informações sobre a contribuição das rocinhas à arquitetura histórica do Pará, esforço que culminou na publicação do livro “Vivendas Rurais do Pará - Rocinhas 43
HOMENAGEM
e Outras (Do Século XIX ao XX)”, lançado em 1996 sob a chancela da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). Com a palavra, Flávio Nassar, também ex-aluno, arquiteto e fundador do Fórum Landi. “O professor La Rocque formou sua identidade numa época em que o Brasil começava a se perguntar pelas próprias raízes, no período pós-Revolução de 1930. O estudo sobre as rocinhas, nascido dessa busca, foi o primeiro esforço real de caracterização da casa colonial paraense. Como ele era muito ligado aos conceitos de eficiência e planejamento do modernismo, mas não abria mão da brasilidade, transpôs muito da concepção dos casarões paraenses aos novos tempos e uniu o melhor dos dois mundos em seus projetos: a estética e o modo de vida perdidos pelo contemporâneo com as novas tecnologias, responsáveis por oferecer mais facilidades e conforto.” Lauro Sodré Na metade dos anos 1970, La Roque Soares se tornou o primeiro arquiteto paraense a participar do curso de Especialização em Conservação e Restauro de Monumentos Históricos e Artísticos da Faculdade de Arquitetura da USP, no qual conviveu, durante um ano, com figuras eminentes da arquitetura nacional do século passado, como Nestor Goulart Reis Filho e o francês Hugues de Varine-Bohan. Durante o tempo de curso, travou contato com o que havia de mais atualizado nos estudos sobre restauro de monumentos históricos no Brasil, o que coincidiu com o convite do governador Fernando Guilhon para que integrasse o grupo que cuidaria da força-tarefa para a restauração do então Palácio Lauro Sodré. Entre 1972 e 1975, o homenageado da Casa Cor Pará 2014 comandou a equipe multidisciplinar – que contava com a colaboração de personagens como o historiador Augusto Meira Filho – responsável pelo resgate do projeto original do italiano Antonio Landi para o antigo Palácio dos Governadores, mais tarde Palácio Lauro Sodré e onde hoje funciona o Museu Histórico do Estado do Pará, no bairro da Cidade Velha. “Foi a primeira grande reforma em pelo menos 50 anos de um prédio histórico em Belém. O Palácio Lauro Sodré havia sofrido algumas reformas e intervenções ruins no começo do século XX e o trabalho feito resgatou a dignidade do projeto original desenhado por Landi. A antiga capela do Palácio, por exemplo, que já não existia, foi reconstruída a partir das muitas pesquisas realizadas pelo grupo”, aponta Flávio Nassar. Um ano após a entrega do Palácio Lauro Sodré para reinauguração, La Rocque Soares organizou e encaminhou ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) uma lista de documentos com informações sobre prédios históricos paraenses. A pesquisa, intitulada 44
Roberto de La Rocque, em raro registro, em frente ao Palácio Lauro Sodré. O arquiteto assinou o projeto de reforma do prédio.
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“Relação de Unidades Arquitetônicas e Paisagísticas existentes no Estado do Pará a serem objeto de estudos para definir a conveniência de seu tombamento” somou-se ao conjunto da obra, onde figuram restaurações de um sem-número de igrejas e a construção de projetos arquitetônicos espalhados pela capital e interior, para que o arquiteto fosse homenageado, em 1987, com a Medalha Rodrigo Mello Franco de Andrade, comenda concedida pelo governo brasileiro a personalidades que se destacam na defesa e no resgate do patrimônio histórico e cultural nacional. Professor ou paizão? Aurélio Meira chega atrasado para o encontro que marcamos em um café bem refrigerado no centro da cidade. Alto, de cabelos e bigode grisalhos, olhar sério, me cumprimenta com a voz grave e um aperto de mão formal ao mesmo tempo em que pede à garçonete um copo de uísque com gelo. Basta, no entanto, a primeira menção ao nome de Roberto de La Rocque Soares para que o arquiteto abandone a pose, abra um sorriso largo e comece a desatar, entre memórias pontuadas por elogios, detalhes de sua experiência com o “Mestre La Rocque”, com quem conviveu desde cedo pela proximidade de La Rocque com o pai, Alcyr Meira, além de ter sido seu aluno no curso de Arquitetura da Universidade Federal do Pará, já nos anos 1970. A cena já não é nova pra mim. Em todos os interlocutores com quem tive a oportunidade de conversar, palavras como “paizão”, “afável”, “sensível”, “inquieto”, “culto”, “humilde” e “pioneiro” fluem como se fossem a reprise de um programa guardado com carinho nos escaninhos da memória de uma criança. Professor da UFPA nos cursos de Arquitetura e Educação Artística (hoje Artes Visuais) por mais de 20 anos, em disciplinas que iam do Desenho à Mão Livre à Historia da Arquitetura, Roberto de La Rocque Soares soube cultivar, com seu vasto conhecimento, o afeto e a gratidão de personagens que nos anos seguintes escreveriam parte da história cultural do Estado, como Dina Oliveira, Paulo Chaves, Emanuel Nassar, Valdir Sarubbi, Alexandre Sequeira, Haroldo Baleixe, entre centenas de outros. “Cansei de ver meu pai trazer alunos com dificuldades nas disciplinas para 46
Homem afetuoso e paternal, costumava reunir e orientar os alunos em sua pr贸pria casa.
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Dona Elza Soares, tão tímida quanto o marido. fiSinto saudades dele todos os diasfl.
cá pra casa para dar aulas extras sem cobrar absolutamente nada por isso”, conta José Fernando Lobo Soares, um dos quatro filhos de La Rocque Soares com dona Elza, enquanto aponta, ao lado da mãe, o espaço em frente à casa da família onde muitas das aulas informais eram realizadas. “Era um professor que tinha uma profundidade enorme, mas que conseguia repassar seus conhecimentos de forma simples e eficaz”, acrescenta Cybelle Miranda, uma das frequentadoras da residência dos La Rocque Soares em São Brás. Flávio Nassar, aluno nas disciplinas Desenho e Plástica I e II, aponta a inquietude intelectual como um dos traços distintivos mais fortes do mestre. “Eu era sofrível com outros professores, mas com ele tive excelentes resultados. As disciplinas nessa época eram dominadas pelo conservadorismo, mas ele permitia que buscássemos o novo. Fiz vários experimentos de cores influenciados pelo expressionismo, por exemplo, todos incentivados por ele.” “O professor era alto, tinha um nariz grande, usava aqueles óculos de aro grosso e à primeira vista parecia ser sério demais, mas era uma figura divertida e generosa. Tinha muito cuidado em descobrir qual era o talento de cada aluno e investia nisso. Além disso, se preocupava muito em chamar a atenção para a necessidade de socializar os projetos para que a comunidade como um todo pudesse usufruir do que fazíamos”, enfatiza Aurélio Meira, que sobe o tom da voz sempre que pretende reforçar alguma característica positiva do antigo professor. Já no final da conversa, entre as despedidas de praxe, pergunto como ele gostaria de ser identificado no texto. Mal completo a frase, ele emenda, junto ao último gole de uísque: “Faz um favor? Não me coloca como arquiteto, não. Diz lá que sou, que somos todos, acima de tudo, grandes admiradores do nosso grande, eterno e inesquecível mestre La Rocque Soares”. Que fique registrado então. 48
Alex Atala e sua mãe, Dona Otávia.
ESCOLHA COM O CORAÇÃO.
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DUDU MAROJA
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Caldeirão cultural Em meio a ingredientes típicos, a Gastronomia Paraense encontra solo fértil em culturas diferentes. POR ELVIS ROCHA
“TU GOSTAS DE MACARRÃO COM FARINHA?” Estou no andar administrativo de um dos restaurantes mais tradicionais de Belém e a pergunta me pega de surpresa. Diante de mim, entre papéis, carimbos, caixas não abertas e fotos de família, uma mulher de olhos e pele claros, sobrenome italiano, devolve à minha memória a recordação de fins de semana felizes e de barriga forrada na casa dos avós. O “sim” imediato emenda um longo papo sobre combinações que, tão díspares a um primeiro olhar, têm se transformado em trunfos da culinária paraense na tarefa de conquistar o mundo. A mulher em questão é Ângela Sicilia, uma das mais refinadas e respeitadas chefs da jovem safra de talentos da gastronomia local. O macarrão com farinha de mandioca, por sua vez, simboliza a miscigenação de culturas que só a cozinha cabocla é capaz de conceber sem constrangimento. Prato que serve os menos abastados desde que a primeira fome foi aplacada com os insumos que o necessitado da vez tinha em mãos, comprova uma vocação para o híbrido que se espraia pela cultura do estado como um todo e encontra, na mesa, uma de suas melhores traduções. Nascida em Belém no final dos anos 1970, “praticamente dentro de um restaurante”, Ângela traz nos traços a herança dos familiares que até hoje vivem na Sicília, região autônoma da Itália meridional. O paladar da responsável pela cozinha do Famiglia Sicilia, no entanto, é marcado pelas referências que acumula pelo fato de, em pouco mais de trinta anos, ter vivido fora da capital apenas no intervalo entre 2007 e 2011, quando acompanhou o marido em uma temporada em Rondon do Pará. É a forte ligação com a terra que faz Ângela guardar no mesmo espaço do afeto a boa e velha casquinha de caranguejo e o espaguete à bolonhesa que aprendeu a amar ainda criança. À frente do restaurante da família, ela usou a dupla paixão como base para a criação de um conceito que já a fez rodar o Brasil inteiro: a “Cozinha Ítalo-Amazônica”, um mix de referências que faz uso da base tradicional de pratos italianos, como a massa e os queijos, incrementados com a inclusão generosa de ingredientes típicos da região, como a farinha de mandioca, tão onipresente em nossa realidade. “Gosto muito das coisas do Pará e sou alucinada por massas, então quando assumi o restaurante decidi profissionalizar o que já fazia como hobby há algum tempo. O que 53
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H` UMA UNIVERSALIDADE NO USO DOS INGREDIENTES. POR ISSO NˆO HESITO EM DEFINIR: FA˙O COZINHA ˝TALO-AMAZ NICA ,DIZ A CHEF ´NGELA SICILIA.
faço é manter a essência do sabor local inventando um prato gourmet na base de massas e queijos italianos”, explica a chef, que tem o nome do primeiro experimento bem-sucedido na ponta da língua: Ravioli de Bacuri com Camarão puxado na Chicória, criado para a edição 2012 do Ver-o-Peso da Cozinha Paraense. De lá pra cá, Ângela contabiliza cerca de 20 assinaturas, entre entradas, pratos principais e sobremesas, numa gama de misturas que vai do Ravioli de Maniçoba à Pupunha Assada com creme de Gorgonzola e Redução de Café; do Ceviche de Filhote ao Espaguete de Jambu com Ragu de Pato; do Risoto de Açaí ao Arancini de Pato e Jambu. O resultado das experimentações deu tão certo que a chef ocupa boa parte de sua agenda anual viajando a convite de eventos gastronômicos pelo Brasil, onde apresenta seus pratos, responsáveis, segundo ela, por realçar as semelhanças que marcam as duas culturas que a formaram. “São dois povos que encaram a comida como celebração. Tanto italianos como paraenses têm a cultura da mesa farta, da reunião em família naquela mesa enorme, cheia de gente e comida”, diz, enquanto pede que me sirvam o Ravioli ao Molho de Bacuri, devidamente embalado numa quentinha, outro costume bem paraense, para consumo posterior em família. SANDUÍCHE MADE IN PARÁ Thiago Sá tem 32 anos e um histórico familiar de pioneirismo na gastronomia local. Entre o final dos anos 1950 e a primeira metade da década seguinte, sua família manteve a Sorveteria Santa Rita, a primeira na região a utilizar frutas amazônicas para a produção de sorvetes. A matriz empreendedora, somada à própria inquietude “e quatro negócios falidos anteriormente” o levaram à The Nine Burguer, um misto de sanduicheria e point cultural no bairro do Umarizal, num espaço decorado com materiais reciclados, plantas e palco de exposições itinerantes que tem como diretriz básica, num discurso fundamentado pela trajetória pessoal de seu criador, a busca pelas raízes da cozinha mais roots do estado como diferencial de mercado. “Durante 10 anos, participei como colaborador do Sabor Selvagem, projeto encabeçado pelo chef Ofir Oliveira, um profissional que trabalha usando o conceito de arqueologia dos sabores amazônicos. Aprendi nessa época muito do que mais tarde acabei aplicando no conceito deste espaço”, diz 54
Abaixo, o ravioli de bacuri. Prato assinado pela chef ´ngela Sicilia.
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VOU ATR`S DO EMOCIONAL, TENTANDO RESGATAR A MEM RIA PORQUE ISSO O QUE FICA MARCADO E O QUE ME INTERESSA LEVAR COMO EXPERIÊNCIA DE DEGUSTA˙ˆO PARA O MEU P BLICO Thiago. Para levar ao público mais amplo possível as informações sobre a culinária amazônica, apostou alto no mais cosmopolita dos alimentos contemporâneos: o sanduíche. “Não ensino ninguém a gostar de tucupi, de tacacá, de maniçoba, que são sabores que estão vivos na memória das pessoas que vivem aqui. O que faço é acrescentar um pouco do lúdico na apresentação dos pratos, transformando essa experiência em sanduíche”, diz. Inovação é palavra doce na boca de Thiago, e é essa busca pelo novo que move sua atuação como empreendedor, caraterística que faz com que o cardápio da sanduicheria seja modificado radicalmente a cada seis meses, usando como esteio a cultura culinária de alguma região do estado. Para isso, o empresário viaja periodicamente na caça por informações que possam se transformar em novidades para quem frequenta o estabelecimento. “Viajo para descobrir como os nativos trabalham os elementos, qual ligação eles têm com a comida. O link teórico eu já tenho. Vou atrás é do emocional, tentando resgatar a memória, porque isso é que fica marcado e é o que me interessa levar como experiência de degustação para meu público”, reforça. Dentro desse trabalho de contextualização, o menu da sanduicheria já passeou por Bragança, com o famoso chouriço local; pelo Marajó e sua variedade de embutidos; experimentou a técnica de ‘temperagem’ de peixes à base de ervas do oeste do estado; e chegou ao costume das barraquinhas de comidas típicas tão vivas no cenário urbano da capital. “Já estamos trabalhando em nosso próximo foco, que será a herança da culinária de imigração, como a cultura de baianos, goianos e outros que influenciaram e contribuíram com os costumes na cozinha do estado”, adianta o empresário, que depois das informações depuradas pelos rincões do estado contrata uma consultoria, supervisionada por ele, para a execução dos pratos. VALORIZAÇÃO Exemplos como os dos chefs Ângela Sicilia e Thiago Sá, que inicialmente parecem estar em pontas distantes, fazem parte, no final das contas, do mesmo contexto: a valorização dos ingredientes regionais como atrativo para fomentar o mercado e atrair clientes dentro e fora dos limites da região. Esse tipo de approach, que culminou na inclusão do Remanso do Bosque, dos irmãos Castanho, entre os 35 melhores restaurantes da América Latina, deve muito ao pioneirismo de figuras-chave como Paulo Martins, o primeiro a investir na culinária de raízes indígenas como a ponte entre o que se come no dia a dia da população e a alta gastronomia amazônica. Foi levando caixas e caixas de isopor cedidas pelo chef paraense que, por O chef Thiago Sá resgata sabores emocionais 57
GOURMET
A CHEF DANIELA MARTINS A SUCESSORA DO PAI,PAULO MARTINS, NA COZINHA DO RESTAURANTE DA FAM˝LIA.
Daniela Martins é chef de cozinha e comanda a cozinha do tradicional fiLá em Casafl.
PARA SABER MAIS: www.famigliasicilia.com theninebelem.blogspot.com.br www.laemcasa.com
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exemplo, Alex Atala e Claude Troisgros despertaram para o que havia de especial em nossas panelas de barro. Daniela Martins, que assumiu definitivamente a cozinha do Lá em Casa após a morte do pai, em 2010, lembra das viagens que fazia como sua auxiliar de cozinha, onde aprendeu as ‘manhas’ da profissão e a entender a importância de investir na divulgação da gastronomia paraense como atrativo turístico e fonte de geração de renda. Quando conversamos, no restaurante da família, na Estação das Docas, Daniela havia acabado de chegar do Peru, onde participou da edição 2014 do Mistura, um dos maiores eventos gastronômicos da América Latina, e a cabeça ainda fervilhava de ideias. “Lima gira em torno do Mistura durante os dias em que o evento é realizado. Do aeroporto ao taxista, todos têm informações, sabem da programação, atuam como agentes de divulgação para os visitantes. É desse tipo de iniciativa que precisamos para potencializar ainda mais a nossa culinária”, aponta. Ângela também esteve na capital peruana e tem um ponto de vista parecido, mas faz questão de acrescentar que, para além do reconhecimento aos chefs, o investimento na gastronomia como fonte de fomento ao turismo serviria para valorizar outra ponta da cadeia, não menos importante: os grandes e pequenos produtores, responsáveis pela produção dos insumos sem os quais a criatividade dos chefs de pouco ou nada serviria. “Temos uma cadeia produtiva maravilhosa, mas mal explorada. Rondon do Pará, por exemplo, tem uma muçarela de búfalo maravilhosa, mas que não chega aqui, porque a estrada não é boa. Temos solo fértil e pessoas motivadas, falta uma maior movimentação, dos chefs inclusive, para investimentos que façam a produção das pontas chegar ao centro com mais facilidade. Seria um investimento pequeno, com retorno imediato para todos os envolvidos. Teríamos turismo nacional e internacional o ano inteiro, por exemplo.” Público existe. Entre os visitantes ávidos por conhecer a Maniçoba e o Pato no Tucupi e os aventureiros dispostos a variar com os frutos desse hibridismo cultural, Thiago Sá acredita que há um vasto campo a ser explorado. É saber o caminho para alcançá-lo. “Quem chega de fora vem em busca do diferente, enquanto quem mora aqui gosta principalmente da informação que já traz na memória, então temos dois públicos em potencial aí. Quando a gente oferece uma comida que é conhecida de outra forma, derruba um pouco os princípios que a pessoa traz consigo e só depois de algum tempo essa informação vai fazer sentido na cabeça dela. É aí que eu espero que ela volte. Esse é o trabalho com inovação que vale a pena”, completa. Ou seja, na panela, a culinária rica, os profissionais talentosos e público curioso. Basta servir a mesa. Com tucupi ou arubé, de preferência.
Viva seus grandes momentos em ambientes revestidos de elegância e sofisticação.
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GALERIA
Ao mestre, com carinho O LADO ARTÍSTICO DE ROBERTO DE LA ROCQUE SOARES POR ELVIS ROCHA
62 ROBERTO DE LA ROCQUE SOARES NÃO SOSSEGAVA. Pra além de sua contribuição à arquitetura e conservação do patrimônio histórico paraense [ver matéria na página40], foi um homem cuja sensibilidade o levou, desde muito cedo, a enveredar pelos caminhos da arte. Com a inquietude e curiosidade que marcavam sua personalidade, foi pioneiro em diversas manifestações artísticas que moldaram o século XX e influência decisiva, como professor dos cursos de Arquitetura e Educação Artística da Universidade Federal do Pará, para uma geração que a partir dos anos 1970 invadiria as galerias do país. Na residência da família, no bairro de São Brás, é possível ter uma ideia do volume da produção do artista que, antes de se graduar engenheiro pela UFPA, em 1949, já acumulava uma década de participações nos salões de arte então promovidos pelo governo do estado. No mural em frente à casa, uma imagem estilizada de Nossa Senhora de Nazaré pintada como “presente” para a vizinhança. Espalhados pelas paredes da moradia, projetada pelo próprio, desenhos, aquarelas, esculturas em gesso, experimentos com xilogravura e outras técnicas cultivadas na busca permanente por informação e conhecimento, característica que os mais próximos lembram como uma das definidoras do caráter de La Rocque Soares. “Meu pai era um homem curioso e que se aprofundava naquilo que o interessava. Se um tema despertasse a atenção dele, ia procurar informações sobre quais eram as melhores referências e passava um bom tempo mergulhado no estudo daquilo”, diz o filho José Fernando Lobo Soares, enquanto me acompanha em uma visita ao atelier que o homenageado da edição
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La Rocque Soares era um apaixonado por Nossa Senhora de Nazaré e a imagem abaixo foi feita no muro anexo à própria casa. A pintura permanece lá até hoje.
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Arquitetura do Limbo – Talvez a série mais reconhecida de La Rocque Soares
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O artista também retratou a decadência e abandono dos casarıes históricos de Belém.
2014 da Casa Cor Pará mantinha ao lado do casarão da família. Espalhados por dezenas de gavetas, uma série de esboços, estudos e obras inéditas que no futuro podem se transformar num acervo de resgaste da memória do artista. “Estamos conversando com alguns professores da UFPA para que esse material não se perca. Por enquanto não há nada de concreto, mas existem planos”, adianta. Num dos cantos do atelier, obras de uma série de experimentos em couro que marcaram uma das últimas fases da trajetória do artista. Foi a curiosidade citada pelo filho, aliás, que fez o pai mergulhar em várias técnicas e vivenciar fases distintas como criador. De prodígio no desenho, ainda na infância, a pioneiro abstracionista, nos 1960; de aquarelista primoroso a entusiasta das técnicas de pintura vindas do Oriente, La Rocque Soares marcou as artes plásticas do estado com apuro técnico e conceitual, somando ao talento uma percepção aguda do espírito do seu tempo, que lhe rendeu o apelido de “Mestre da Alma Humana”, concedido pelos muitos pupilos e admiradores que arrebanhou ao longo da carreira. “Ele tinha uma capacidade enorme de ler o mundo que o circundava. Era um homem com um referencial vasto e filtrava isso de forma maravilhosa nas suas obras. O professor La Rocque Soares foi meu grande mestre na vida”, elogia a artista plástica Dina Oliveira. 65
Acima, a casa do artista. Abaixo, a vista da casa (de onde se avistava os fundos da Basílica de Nazaré). Foram os primeiros trabalhos dele.
Dina foi aluna de La Rocque Soares no curso de Arquitetura da UFPA numa época em que o ensino de arte ainda não estava institucionalizado no país e os talentos eram burilados em disciplinas como Desenho e Plástica, ministrada pelo professor durante os mais de 25 anos que se dedicou ao magistério. Dina, ao lado de Emmanuel Nassar e Valdir Sarubbi, um dos nomes mais destacados das artes do estado em âmbito nacional, é só elogios para o amigo, enquanto reserva ao artista uma avaliação generosa e empolgada. “Apesar de ser muito ligado ao passado, como mostra sua preocupação com o patrimônio histórico, o professor estava sempre com o olhar mais à frente. Foi abstrato, modernista e tinha uma leitura muito integrada das coisas. Design, arquitetura, pintura, cinema: tudo isso era costurado no trabalho dele. Na Belém dos anos 1960 e 70 ele já se relacionava com o que se produzia nas vanguardas, imagina. Era um tímido espalhafatoso, como dizia a letra do Caetano”, diz. Na extensa obra de Roberto de La Rocque Soares, um dos momentos mais memoráveis é sem dúvida o trabalho no qual retrata a decadência “física e moral” do Mercado de São Brás e seus frequentadores antes da reforma promovida pela Prefeitura Municipal de Belém, já nos estertores dos anos 1980. A série de aquarelas, reunidas sob o conceito de “Arquitetura do Limbo”, revela um olhar atento para o cotidiano da cidade, além de um 66
fiO Homem e o tempofl – série de pau a pique.
cidadão extremamente interessado nos dramas do homem comum. “Ele gostava muito de frequentar esses lugares, o Mercado de São Brás, o Porto do Sal, pra pintar. Sentava, batia papo, pegava um carroceiro, um vendedor, fazia uns traços baseados no que via e depois finalizava no atelier. Era um grande observador”, recorda José Soares. Aurélio Meira, amigo e colecionador de arte, aponta La Rocque e Benedicto Mello como os dois luminares da pintura paraense do século passado. “O aquarelista precisa se expressar com poesia, ritmo, harmonia. Nisso ele era imbatível.” Entre as muitas celebrações recebidas em vida, Roberto de La Rocque Soares foi personagem de uma exposição retrospectiva, patrocinada pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), em 1996. Intitulada “Caminhos do Tempo”, a coletânea reuniu 61 obras que colocavam em perspectiva o talento do homem que, definição do arquiteto e urbanista Flávio Nassar, também ex-aluno de La Rocque Soares, “foi o responsável pelo incentivo à liberdade criativa de mais de uma geração de artistas da terra”. Palavras justas sobre um artista multifacetado que, em quase oito décadas de produção, fez da observação, do esmero e da capacidade de se reinventar aliadas para construir uma obra que merece ser revisitada periodicamente. 67
ESPECIAL CÍRIO
DUDU MAROJA
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C rio de todos n s Em outubro, a capital paraense muda, comete excessos. Há uma profusão de cores, barulhos e cheiros: é o Círio de Nazaré, que extrapola o domingo de romaria e toma o cotidiano da cidade. Belém abarca a devoção e o profano. A cidade torna-se mais barroca: de uma beleza assimétrica, irregular. POR GIL SOTER
NA PERIFERIA, AS CASAS SE ALINHAM PARA RECEBER A SANTA. É hora de pintar as fachadas. Imagens da padroeira da Amazônia estão por toda parte. Cartazes tomam conta das portas, dos açougues, das mercearias. As fitinhas de pedidos a Nossa Senhora colorem os pulsos dos devotos. “Eu faço questão de receber a novena, de receber os parentes que chegam de outros estados, arrumo a casa, enfeito, cozinho, preparo a ceia, participo do coral, organizo a comunidade”, diz Graça Oliveira, de 66 anos, que meses antes do início das procissões, já muda a rotina por devoção a Nossa Senhora. “Ensaio para o coral, para cantarmos em diversas programações do Círio e nas novenas, cantando o amor da Virgem por todos nós. Percorro as casas das famílias para organizar as novenas, e faço questão de organizar o nosso miniCírio”, diz a aposentada, moradora do bairro do Telégrafo. Católica e integrante de uma família marcada a gerações pela fé em Maria, Graça relata uma vida de obstáculos superados com a ajuda da santa. “Muitas vezes ela interveio pela minha saúde e a dos meus filhos. Se hoje eu tenho a minha casa, foi um milagre de Nossa Senhora. Eu tive muita dificuldade para construir. Morávamos num lugar alugado e eu estava desesperada porque o dinheiro tinha acabado e estávamos devendo os pedreiros. Há mais de um mês a gente tentava vender nosso carro para pagar essa dívida e tentar terminar a casa, mas não aparecia ninguém para comprar”, conta. “Eu me apeguei a Nossa Senhora, me ajoelhei na frente dela, chorei e orei, pedindo que ela nos iluminasse e nos mostrasse um comprador. Em meia hora, meu marido me ligou dizendo que havia conseguido vender o carro e hoje temos a nossa casa própria. Se antes eu chorava de tristeza, passei a chorar de felicidade”, relembra. “Por isso, todo Círio, eu faço questão de ajeitar tudo e arrumar a casa porque é a época dela, de Nossa Senhora, essa casa também é dela. Preparo tudo, canto em nome dessa fé, e nada mais bonito que esse espírito de fraternidade que é o Natal do Pará”, diz, emocionada. 71
ESPECIAL CÍRIO
DUDU MAROJA
DUDU MAROJA
TEMPO SAGRADO Belém fez do Círio uma data tão importante quanto o 25 de dezembro. Durante os preparativos, durante a grande procissão e toda a Quadra Nazarena, todo o espaço profano da cidade se tornará sagrado. “O Círio, tal como o Natal, é uma festa ‘epifânica’. É o momento da construção de um novo tempo, por isso a comparação com o Natal. Uma feliz comparação. Para quem não está habituado aos costumes locais, é surpreendente observar as pessoas desejarem Feliz Círio umas às outras, como se faz no Natal em outras regiões”, analisa Emanuel Matos, sociólogo e pesquisador do Círio há quase 20 anos. “Para os cristãos, Jesus continua a nascer entre os homens através do amor recíproco: ‘onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estarei entre eles’ (Mat. 18, 20), disse Jesus. E a sociedade o faz agora, mais uma vez, por intercessão de Maria. É o Natal dos paraenses”, afirma Matos. Tal arrebatamento causado pela fé comove e encanta até mesmo o olhar do forasteiro. Nascido em São Paulo, Miguel Chikaoka, um dos maiores nomes da fotografia brasileira, conta que, mesmo alheio à tradição paraense, foi envolvido pelo Círio e pela força de sua vivência em Belém assim que aqui aportou, há mais de 30 anos. “Cheguei à cidade e em seguida comecei a retratar o Círio. Foi impactante. Primeiro porque nunca tinha ouvido falar da procissão, eu não fazia ideia do que ela era; e segundo porque entrei 72
ANA MOKAR ZEL
por meio de tudo e senti todo o clima e as sensações que o Círio desperta, por fora e por dentro”, relembra Miguel. Em seu trabalho ‘Cenas da fé’, Miguel compilou imagens que datam desde 1982 até 2007: para além de documentais, as fotos revelam o poderoso viés poético e estético abarcado pelo Círio, desde os preparativos, à mobilização dos promesseiros, os fiéis que chegam do interior, e os símbolos de devoção que inundam a cidade. “O Círio traz vários elementos. Há a festa maior, no domingo que está chegando, mas há a influência no cotidiano das pessoas mesmo antes de outubro chegar: imagens de espaços de trabalho, onde as pessoas penduram os cartazes do Círio, expõem a imagem de Nossa Senhora, entre outras manifestações de fé, cenas dessa devoção pela Virgem para além da festa maior. Aquilo que se dilui no cotidiano das pessoas e se perde no tempo da cidade e busca renovar-se a cada ano”, diz Chikaoka. Parceiro de Miguel no projeto, onde teve poesias suas aliadas às imagens do sociólogo e fotógrafo nas horas vagas, Emanuel Matos vê no Círio uma força inspiradora capaz de transformar a atmosfera da cidade. “As pessoas são tomadas pela esperança. Preparam-se para o momento de tocar com as mãos a unidade perdida. A felicidade torna-se possível em um curto horizonte de tempo. Depois, deixam-se levar pelo clima de festa, condição para a celebração do tempo sagrado, de expiação das culpas e dos fracassos 73
ESPECIAL CÍRIO DUDU MAROJA
por um lado e, por outro, renovação dos propósitos pessoais e da intenção de aperfeiçoar os laços sociais. Daí, o comportamento se torna mais solidário. As pessoas tornam-se hospitaleiras. Todos filhos da casa de Maria. Sagrado e profano evidenciam-se como faces de uma mesma medalha: a vida”. Em meio à multidão de mais de dois milhões de pessoas que toma conta das ruas da cidade na procissão de outubro, Ana Mokarzel carrega a sua câmera e se emociona. “A energia que contamina a cidade é incrível, independente da religião. Ela transborda luz, cor, alegria e fé. Nesta época, sou fotógrafa, artista, cidadã, promesseira. Não há como não se envolver. Quando estou fotografando a corda, por exemplo, em muitos momentos largo a câmera para ajudá-los. Me emociono muitas vezes, faço minhas orações e isso em nada impede que me concentre e faça um bom trabalho. Me permito viver, sentir e registrar”, relata a artista, que há oito anos fotografa a procissão. Em suas imagens, promesseiros levam miniaturas de casas na cabeça; outros fazem o trajeto de joelhos, em sacrifício. Gente de toda idade, homens, mulheres, crianças: um mosaico de devoção que retrata o poder da fé em Nossa Senhora: a tradução de um elemento simbólico fundamental na identidade cultural de Belém. “O que mais me comove é a passagem de Nossa Senhora. Os promesseiros em suas manifestações de fé, que superam qualquer dor e medo, também é algo que me mobiliza muito. Neste período as pessoas se transformam, se tornam mais felizes, amigas. A solidariedade predomina. De fato é o Natal dos paraenses. A sensação que tenho é que nos tornamos mais uníssonos, mais fortes e voltados numa única direção, literalmente. A cidade vira uma festa”, completa Ana. A cada outubro, Belém ressurge em promessa e esperança. “O Círio é para os paraenses a busca da terra prometida e a demonstração de fé durante o ano é uma preparação permanente para esse momento. Eu acredito que é o Círio que cria uma nova Belém, ou pelo menos a possibilidade de uma nova Belém, mais humana, fraterna e mais justa”, disse Emanuel. 74
MAPA E ÍNDICE DE ARQUITETOS
CIRCUITO CASACOR PARÁ VISITE TODOS OS ESPAÇOS E SE ENCANTE.
MAPA PRAÇA CENTRAL 01. BILHETERIA Carlos Alves
34. SALA DE IMPRENSA Carlos Alves
36. ESTÁCIO Camila Miranda, Luciana Melo e Thamires Arruda
ENTRADA BILHETERIA
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SAÍDA
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MAPA CASA DE PRAIA (EM FRENTE A LOJA GRANADO) 02. ESTAR & JANTAR Láyza Meireles, Luciane Lucena e Patrícia Póvoa
03. COZINHA Débora Rodrigues e Márcia Nunes
04. SALA ÍNTIMA Bertrand Tenório de Oliveira
05. SUITE DO CASAL Rosângela Martins e Zelinda Campos Gouveia
06. SUITE DE HÓSPEDES Socorro Ribeiro
07. VARANDA Ana Cláudia Peres, Andréa Riccio e Manoel Corrêa Jr. SAÍDA
ENTRADA CASA DE PRAIA
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MAPA E ÍNDICE DE ARQUITETOS 08. HALL DE ENTRADA Margareth Maroto 09. HALL DAS ARTES Hércules Jr. 10. LIVING Ana Paula Furtado, Andréa Garcez, Larissa Cruz e Fábio Castro 11. SALA DE JANTAR Andréa Garcez, Elisandra Primo e Fábio Castro 12. OFFICE CORPORATIVO Michell Fadul Teixeira 13. ESTÚDIO DO HOMEM MODERNO Caíque Lobo 14. HOME THEATHER Helder Coelho 15. SALA DO COLECIONADOR Márcia Tuma, Marina Fonseca e Milene Fonseca
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16. APARTAMENTO URBANO Vanessa Martins 17. ESTAR ÍNTIMO Larissa Luci 18. STUDIO DO DJ Fabio Seixa, Fernando Navarro e Marcos Loureiro 19. LOFT RAPAZ Igor Tairó, Ricardo Garcia, Roberta Vieita e Tatiane Madeiro
30 31
20. QUARTO DA JOVEM EMPRESÁRIA Alena Guimarães, Cláudia Ribeiro e Renata Macário 21. ROMA Carlos Alves
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22. GQ STUDIO Carlos Alves 23. LOFT HOME OFFICE Alan Freitas e Leonardo Lima 24. ATELIÊ DA BLOGUEIRA Isabela Mutran e Thaís Rodrigues 25. CAFÉ JARDIM Harianne Bragah 26. LOFT SUSTENTÁVEL DA EXECUTIVA Ana Cecília Lima e Patrícia Matos 27. LEAL MOREIRA DOLCE VITA Perlla et Jr. 28. LOFT CONTEMPORÂNEO Arnaldo Ribeiro Jr. 29. ESTÚDIO DO FOTÓGRAFO Danielle Cunha, Natália Vinagre, Rodrigo Lauria e Lenira Ladeia
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30. COZINHA DO DONO DA CASA Elisa Cardoso e Natália Jacob 31. VARANDA GOURMET Heloisa Titan e Tatiana Athayde 32. COZINHA CLUB & GOURMET Conceição Barbosa 33. SANTORO CONCEPT Beth Gaby 35. THE WALL (BY LEAL MOREIRA) Wallace Almeida
SAÍDA
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MAPA CASA URBANA
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ENTRADA CASA URBANA
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Bilheteria
CarlosAlves Engenheiro e Arquiteto Av. Roberto Camelier, 75, Sala 203 Jurunas • Belém • Pará 91 3224.9449 |8199.2001 escritoriocarlosalves@hotmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Ebbel • W ood Design
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Casa de Praia -Estare Jantar
Patrcia P voa, LÆ yza Meirelese Luciane Lucena Arquitetura Oggi Arquitetura e Interiores Av. Governador José Malcher, 937. Ed. Real One, Sala 1007 Nazaré • Belém • Pará 91 3223.2980 |8887.7157 8889.4887 |8138.9898 oggi@arquiteturaoggi.com www.arquiteturaoggi.com
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Casa de Praia -Cozinha
DØ bora Rodrigues Arquiteta e Design de Interiores 91 9987.4949 |9165.0944 deboraleiterodrigues@uol.com.br
MÆ rcia Nunes Arquiteta 91 3249.0950 |8199.3680 mnunes@amazonet.com.br www.marcianunes.com.br
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Casa de Praia -Sala Íntim a
Bertrand Ten rio Decorador 91 8115.7480 bertrandesigner@gmail.com
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Casa de Praia -Su te do Casal
Zelinda Gouvea e Ros ngela Martins Arquitetura e Interiores D. Romualdo de Seixas, Sala 1505 Ed. Connext O ce • Umarizal Belém • PA 91 3223.5524 |9122.0504 rosangelamartinsarquitetura@gmail.com
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Casa de Praia -Su te do H spede
Socorro Ribeiro arquiteta e urbanista 91 8141.7547 uraenga@hotmail.com
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Casa de Praia -Varanda
AndrØ a Riccio Arquiteta • 91 3222.2201 |8383.0066 contato@amaisarquitetura-pa.com
ManoelCorrea Jr. Arquiteto • 91 9941.6701 manocjr@gmail.com
Ana Claudia Peres Arquiteta • 91 8843.0684 |8337.1716 amais.arquitetura@hotmail.com
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88
Hallde Entrada
Margareth Maroto Tv. Coronel Luís Bentes, 211 Telégrafo • Belém • Pará 91 8420.6876 margarethmaroto@gmail.com
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89
Hallde Artes
HØ rculesJr. Artista plástico Tel. 91 9163.5606 herculesjrartistaplastico@hotmail.com
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90
Living
FÆ bio Castro 91 8225.2432 • fcastro@macmoveis.com.br
Ana Paula Furtado 91 8827.7622 • anaarq72@gmail.com
Andrea Garcez 91 8129.6683 • deagarcez@hotmail.com
Larissa Cruz 91 9375.6834 • larissacruzarquitetura@gmail.com
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Sala de Jantar
Andrea Garcez Arquiteta • 91 8129.6683 deagarcez@hotmail.com
FÆ bio Castro Decorador • 91 8225.2432 fcastro@macmoveis.com.br
Elisandra Prim o Arquiteta • 91 9144.2801 elpdecor@hotmail.com.com
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O ce Corporativo
MichellFadul Arquiteto e Light Designer Rua Generalíssimo Deodoro, 1680 - c Nazaré • Belém • PA 91 3087.2322 / 8346.4499 michellfadul@hotmail.com www.michellfadul.com
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Estœ dio do Hom em Moderno
Caique lobo Arquiteto Av. Governador José Malcher, 168/417 Nazaré • Belém • PA Tel. 91 3226.9922 |8112.8603 projeto@caiquelobo.com.br www.caiquelobo.com.br
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Hom e Theater
HelderCoelho Arquiteto Av. Alcindo Cacela, 1264 Nazaré • Belém • PA 91 3228.4532 |9981.6079 | 8362.8866 helder.coelho@gmail.com
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Sala do Colecionador
Marina Fonseca Arquiteta • 91 3349.4287 maricotinhacasa@hotmail.com
MÆ rcia Tum a Arquiteta • 91 8149.0333 marcia-tuma@hotmail.com
Milene Fonseca Arquiteta • 91 8215.3333 milenefonsecafranco@hotmail.com
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Apartam ento Urbano
Vanessa Martins Arquiteta 91 8115.6851 vanessamartinsarquitetura@hotmail.com www.vanessamartinsarquitetura.com.br
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97
EstarÍntim o
Larissa Luci Arquiteta 91 8119.5742 • 8882.4202 larissaluci@ig.com.br
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • + Design • Eliza Ferraz • Spazio del Bagno Design da Luz
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Studio do DJ
MarcosLoureiro Arquiteto • 91 8017.7519 marcosloureiro_@hotmail.com
FÆ bio Seixas Designer de Interiores • 91 8112.9801 fabioseixas@hotmail.com
Fernando Navarro Arquiteto • 91 9989.1616 fernandinhonavarro@gmail.com
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99
Loftdo Rapaz
Ricardo Garcia 91 8121.7476 • ricardopig@yahoo.com.br
Tatiane Madeiro 91 8239.7355 • tatianemadeiro@gmail.com
Roberta Vieitas 91 8132.1909 • roberta_vieitas@hotmail.com
IgorTairo 91 8890.4800 igortairoarquitetura@gmail.com
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100
Quarto da Jovem Em presÆ ria
Renata MacÆ rio Arquiteta 91 8111.3589 • renatamacario@hotmail.com
ClÆ udia Ribeiro Arquiteta 91 8010.2222 • claudiadiario24@hotmail.com
Alena Guim arª es Arquiteta • 91 8234.0100 |8861.4493 alena.g@hotmail.com
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101
Rom a
CarlosAlves Engenheiro e Arquiteto Av. Roberto Camelier, 75, Sala 203 Jurunas • Belém • Pará 91 3224.9449 |8199.2001 escritoriocarlosalves@hotmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Eliza Ferraz • Galeria M
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GQ Studio
CarlosAlves Engenheiro e Arquiteto Av. Roberto Camelier, 75, Sala 203 Jurunas • Belém • Pará 91 3224.9449 |8199.2001 escritoriocarlosalves@hotmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Galeria M
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LoftHom e O ce
Alam Freitas Arquiteto 91 8134.8061 freitasalam04@hotmail.com
Leonardo Lim a Arquiteto 91 8119.8929
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Casa & Cia • Design da Luz • Spazio del Bagno • W ood Design
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AteliŒ da Blogueira
Isabella Mutran e ThaisRodrigues IT Arquitetura 91 8111.2444 / 8721.1550 imtr.arquitetura@gmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Eliza Ferraz
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CafØ Jardim
Harianne Bragah Arquiteta 91 8166.7620 hariannebraga@gmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • SCA • Spazio del Bagno • + Design • Metallo
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LoftSustentÆ velda Executiva
Patrcia Matos& Ana Cec lia Lim a Arquitetura e Interiores Rod. Augusto Montenegro, 5333 Cond. GreenVille Exclusive, quadra 3 casa 11 • Parque Verde Belém • Pará 91 8162.9945 • 8268.2434 arquiteta@anacecilialima.com.br patriciamatosarquiteta@gmail.com
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107
LealMoreira Dolce Vita
Perlla etJunior Arquitetura e Interiores Av. Conselheiro Furtado, 2865 - Sl 506 São Braz • Belém • PA 91 3249.9932 |8111.3605 8111.3602 |8111.3603 perla.et.jr@hotmail.com www.perllaetjr.com.br
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108
LoftContem por neo
Arnaldo Ribeiro Junior Arquiteto 91 8151.0809 arnaldoribeirojr@hotmail.com
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Estœ dio do Fot grafo
Lenira Ladeira Danielle Cunha, Rodrigo Lauria e NatÆ lia Vinagre Sotto Arquitetura Rua dos Pariquis, 3001 - Sl 1302 Ed. Vilage Medical Center Cremação • Belém • Pará 91 3229.6785 sottoarquitetura@gmail.com
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Cozinha do Dono da Casa
Elisa Cardoso & NatÆ lia Jacob Arquitetura e Interiores Rua dos Mundurucus, 3100/2202 Cremação • Belém • PA 91 8816.8538 / 8834.4556 enarquitetura@hotmail.com www.enarquitetura.com.br
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111
Varanda Gourm et
Helo sa Titan Arquiteta 91 8119.5783 htitan@globo.com
Tatiane Athayde Arquiteta 91 3073.5151 • 8227.8708 tati.athayde@oi.com.br
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Cozinha Club & Gourm et
Concei ª o Barbosa Arquiteta Av. Serzedelo Correa, 805 - 1705 Batista Campos • Belém • PA 91 3241.9852 |8857.9090 |3347.0974 cb@cbarquitetos.com.br www.cbarquitetos.com.br
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Santoro Concept
Beth Gaby Arquiteta e Design de Interiores Tv. Dom Romualdo de Seixas, 1560 - 1207 Ed. Connext O ce • Umarizal Belém • PA 91 8257.2555 bethgaby@yahoo.com.br www.bethgaby.com.br
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Sala de Im prensa
CarlosAlves Engenheiro e Arquiteto Av. Roberto Camelier, 75, Sala 203 Jurunas • Belém • Pará 91 3224.9449 |8199.2001 escritoriocarlosalves@hotmail.com
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Casa & Cia • Eliza Ferraz
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The W all[by LealMoreira]
W allace Alm eida Arquiteto Rua de Almeida, 1230 A 91 9981.8741 wallacealmeida.ad@hotmail.com
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EstÆ cio
Tham iresArruda Arquiteta 91 8096.7747 / thamiresarqui@yahoo.com.br
Cam ila Miranda Arquiteta 91 8821.6677
Luciana Melo Arquiteta 91 8115.6046 / clarqui@yahoo.com.br
APOIO: Deca • Todeschini • Leal Moreira • Boulevard Shopping • Amanco • Ebbel • Estácio |FAP |IESAM • Gramapedras • Tramontina Y.Yamada • Tintas Leinetex • Martprint • Master • ORM • TV Liberal • Estácio
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ESTES TRAÇOS AINDA TEM MUITOS PROJETOS PELA FRENTE!
Excelência e proĀssionalismo em tudo que faz.
Diretor Ronaldo Veras Personalidade do estado do Pará 2010.
A Gramapedras Mármores e Granitos lidera o mercado paraense, assume total inovação e responsabilidade. São mais de vinte anos de história com uma equipe que ama o que faz e oferece a maior linha de produtos de mármores e granitos, nacionais e importados. Por isto e pela sua excelência em serviços, recebeu as principais premiações da região. Entre elas, “Diretor Ronaldo Veras - Personalidade do Estado do Pará 2010.
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INSTITUCIONAL
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Casa Cor Pará 2014 A quarta edição da mostra ocupa três espaços diferenciados no Boulevard Shopping, em Belém
POR JECYONE PINHEIRO
ARQUITETURA , DESIGN, PAISAGISMO E BELEZA tudo junto num único espaço dentro de um grande shopping na capital paraense. Essa é a proposta da Casa Cor Pará 2014, evento consolidado em Belém e que está sem sua quarta edição com muitas novidades para quem curte decoração e design. A primeira delas é o local da mostra, no Boulevard Shopping e está surpreendendo o público ao aliar conforto, beleza, segurança e praticidade. Com o mesmo conceito de circuito da edição passada, a Casa Cor Pará 2014 promove a visitação continuada, privilegiando todos os 36 espaços previstos. “Por acontecer num shopping, a visitação está sendo mais democrática e acessível, proporcionando retorno para quem gosta de consumir produtos de interiores, para quem produz - no caso dos arquitetos - e para parceiros e fornecedores, por conta da visibilidade da mostra”, afirma José Junior, arquiteto responsável pelo projeto geral da Casa Cor Pará, juntamente com a arquiteta Perlla. O projeto reúne as ideias de inovação dos principais arquitetos, decoradores e paisagistas do Pará que assinaram a decoração dos ambientes na mostra, que é sempre muito esperada pelos profissionais de arquitetura e design e pelo público em geral, sempre sedento de novidade. O espaço foi montado em uma área de 2.500 m2 e, segundo André Moreira, franqueado da Casa Cor Pará, é a primeira vez que a mostra acontece no mall de um shopping, pois é comum o evento ocorrer em garagens de grandes shoppings centers do país. “Por ser no mesmo andar da praça de alimentação e lojas, a mostra proporciona praticidade e privilegia o visitante que tem a seu dispor uma leva de serviços”, diz André ao ressaltar que o público pagante do evento no ano passado ficou em torno de 27 mil e, com o novo local deste ano a ideia é aumentar em 50% o número de visitantes da mostra.
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INSTITUCIONAL
CASA DE PRAIA - Outra novidade desta edição é uma grande casa de praia com seis ambientes instalados, que foram executados por vários profissionais. O espaço representa uma típica casa de praia paraense com cozinha, sala íntima, suíte do casal, de hóspedes, sala de estar, jantar e varanda. O projeto leva em conta o clima quente e úmido da região e nossas praias de rio, o que torna o ambiente uma das maiores surpresas da Casa Cor Pará 2014. Instalado no quarto andar do shopping, o projeto arquitetônico envolve quatro espaços no sistema de circuito, que permite a visitação do público em todos os espaços diferenciados: Praça central, casa de praia, casa urbana e restaurante The Wall (by Leal Moreira), que funciona num espaço aberto ao shopping. “O público tem a oportunidade de visitar todos os ambientes de forma continuada, o que fez muito sucesso na edição passada, portanto, a distribuição do espaço privilegia todos os ambientes”, lembra Ana Paula Guedes, franqueada da mostra no Pará. HOMENAGEM - O arquiteto homenageado da quarta edição da Casa Cor Pará é o professor e artista plástico Roberto de La Rocque Soares (in memorian). Conhecido como o “mestre” da alma humana, apelido que ganhou de seus alunos, colegas e admiradores, ele integrou a primeira turma de Arquitetura da UFPA (1966) e foi um grande apaixonado pelo estudo das Rocinhas e, por isso, defensor fervoroso da preservação do patrimônio paraense. O arquiteto foi o responsável pela primeira restauração do Palácio Lauro Sodré (1972-1975) e um de seus trabalhos mais marcantes são as aquarelas nas quais retratou a decadência humana e patrimonial do Mercado de São Braz. Ganhou prêmios e honrarias nacionais em vida. La Rocque dá nome ao laboratório Modelo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da UFPA e foi exemplo de uma formação ampla que se iniciou pelo gosto do Desenho, ainda na infância, amadurecida na formação universitária em Engenharia Civil (1949) e Arquitetura (1966), e cristalizada na produção artística e também como pesquisador da Arquitetura paraense. 122
ARQUITETOS – Ao todo, cerca de 60 profissionais estão envolvidos nessa edição da Casa Cor Pará entre arquitetos, paisagistas, decoradores e designers. “Por ser indoor, a novidade agradou, pois hoje em dia as pessoas procuram praticidade e segurança e a proposta da Casa Cor englobou isso levando a mostra para o shopping”, disse a arquiteta Thais Rodrigues que, ao lado de Isabella Mutran, também arquiteta, projetou o ateliê da blogueira – um espaço atualíssimo por estarmos em tempos de redes sociais e compartilhamentos de informações. Inspiradas no mundo virtual, as arquitetas estão feliz com o resultado do trabalho “O nosso espaço foi sonhado nos mínimos detalhes e o resultado final ficou muito bom”, diz Isabella Mutran, ao informar que, por ser um tema atual e dinâmico, a cada semana, uma blogueira regional estará no espaço montando o look do dia na vitrine, além de dar dicas de moda e beleza. “Optamos pelo estilo moderno, predominando o preto e branco, com pontuação de cores em alguns adornos e mobiliários, resultando em um espaço sofisticado”, explica Thais Rodrigues. “A Casa Cor Pará é muito importante para nossa cidade e, a cada ano, é uma experiência diferente que acrescenta muito a todos os profissionais”, diz a arquiteta Beth Gaby, responsável pelo espaço o espaço Santoro Concept – uma área de 63 m2 onde será apresentado um novo empreendimento da construtora Leal Moreira, que vai mostrar três tipos de decoração para o mesmo apartamento: clássico, moderno e casual. O arquiteto Wallace Almeida, responsável pelo The Wall, um misto de restaurante e galeria de arte da mostra – diz que a Casa Cor Pará é o grande momento para brindar e celebrar com parceiros, rever amigos, se atualizar no mercado. “É uma grande celebração e encontro da classe para dizer que estamos exercendo a profissão. É um momento único de encontro”, ressalta ao destacar a mostra como um “carimbo” anual da categoria que projeta e contribui para a melhoria de vida das pessoas.
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INSTITUCIONAL
AMBIENTES 01 Bilheteria • Carlos Alves 02 Estar e Jantar - Casa de Praia • Patrícia Póvoa, Láyza Meireles e Luciane Lucena 03 Cozinha - Casa de Praia • Débora Rodrigues e Márcia Nunes 04 Sala Íntima - Casa de Praia • Bertrand Tenório 05 Suíte do Casal - Casa de Praia • Rosangela Martins e Zelinda Gouvea 06 Suíte de Hóspede - Casa de Praia • Socorro Ribeiro 07 Varanda - Casa de Praia • Ana Claudia Peres, Andréa Riccio e Manoel Correa Jr. 08 Hall de Entrada • Margareth Maroto 09 Hall da Arte • Hércules Jr. 10 Living • Ana Paula Furtado, Andrea Garcez, Larissa Cruz e Fábio Castro 11 Sala de Jantar • Andrea Garcez, Elisandra Primo e Fábio Castro 12 Office Corporativo • Michell Fadul 13 Estúdio do Homem Moderno • Caique Lobo 14 Home Theater • Helder Coelho 15 Sala do Colecionador • Márcia Tuma, Marina Fonseca e Milene Fonseca 16 Apartamento Urbano • Vanessa Martins 17 Estar Íntimo • Larissa Luci 18 Studio do DJ • Fábio Seixa, Marcos Loureiro e Fernando Navarro 19 Loft Rapaz • Igor Tairo, Ricardo Garcia, Roberta Vieira e Tatiane Ladeiro 20 Quarto da Jovem Empresária • Alena Guimarães, Cláudia Ribeiro e Renata Macário 21 Roma • Carlos Alves 22 GQ Studio • Carlos Alves 23 Loft Home Office • Alam Freitas e Leonardo Lima 24 Ateliê da Blogueira • Isabella Mutran e Thais Rodrigues 25 Café Jardim • Harianne Bragah 26 Loft Sustentável da Executiva • Ana Cecília Lima e Patrícia Matos 27 Leal Moreira Dolce Vita • Perlla et Junior 28 Loft Contemporâneo • Arnaldo Ribeiro Junior 29 Estúdio do Fotógrafo • Danielle Cunha, Natália Vinagre, Rodrigo Lauria e Lenira Ladeira 30 Cozinha da Dona da Casa • Elisa Cardoso e Natália Jacob 31 Varanda Gourmet • Heloisa Titan e Tatiane Athayde 32 Cozinha Club & Gourmet • Conceição Barbosa 33 Santoro Concept • Beth Gaby 34 Sala de Imprensa • Carlos Alves 35 The Wall [By Leal Moreira] • Wallace Almeida 36 Estácio • Camila Miranda
SERVIÇO A Casa Cor Pará 2014 conta com patrocínio master Deca; patrocínio nacional Todeschini; patrocínio estrutural Leal Moreira e Boulevard Shopping; patrocínio local Amanco, Ebbel, Estácio, Gramapedras, Tramontina e Y. Yamada; participação especial Leinertex, Martprint e Master Segurança; mídia partner Organizações Romulo Maiorana. A mostra acontece no 4º piso do Shopping Boulevard e está aberta à visitação que segue até 30 de novembro de 2014. Horário de funcionamento: Segunda, das 16h às 22h; terça a sábado: das 10h30 às 22h e no domingo, das 12h30 às 22h. Site: www.casacorpara.com.br
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EBBEL, SEMPRE PRESENTE EM GRANDES EVENTOS E PATROCINADORA DA MAIOR MOSTRA DE ARQUITETURA, DESIGN E PAISAGISMO DAS AMÉRICAS Além de patrocinar a Casa Cor Pará, os vidros da fachada do espaço The Wall (by Leal Moreira) são todos produtos da Ebbel. Contribuindo para a harmonia e beleza do espaço. • Aumento de área útil. • Proteção contra vento, chuva, poluição e maresia. • Valor e qualidade otimizados, propondo melhor custo/benefício, uma vez que proporciona maior comodidade e conforto. • Segurança com uso de vidros temperados • Praticidade em seu manuseio e limpeza.
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VOCÊ FAZ PARTE DESSA HISTÓRIA. A CasaCor Pará 2014 agradece a todos os profissionais, parceiros e colaboradores que acreditaram e contribuíram para o sucesso de nossa quarta edição.
ANO 4 - Nยบ 4
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PALADAR PARAENSE Tempero local para receitas clรกssicas da gastronomia mundial
CASA COR PARร 2014 A mostra surpreende com ineditismo, bom gosto e funcionalidade
HOMENAGEM A arte do arquiteto paraense Roberto de La Roque Soares