ano 15 | número 68
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Deiveson Figueiredo outubro | 2020
Um paraense no topo do mundo
Maitê Proença Saulo Jennings Japão 2021
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(091) 3321-9101 (091) 99181-8360
editorial Olá amigos, Diz-se que mar calmo não faz bom marinheiro. Entre as inúmeras ondas e mar agitado, seguimos firmes no propósito de encontrar terra firme. Tal como os primeiros navegadores portugueses lançaram-se em águas desafiadoras, um sonho maior os guiava: descobrir novos caminhos. Alguns séculos nos separam das grandes navegações, mas tomando a liberdade de usar essa metáfora, estamos enfrentando um momento particularmente difícil na história da humanidade, mas com certeza, tendo o horizonte como nosso norte, sairemos muito melhores. Superar momentos difíceis nos permite crescer. Foi o que aconteceu com o lutador Deiveson Figueiredo, com quem tivemos o prazer de conversar. Em Belém, onde ele ficou protegido durante a pandemia (mas sem interromper os treinos), ele levou em frente o projeto de ser maior do que já é: falou das privações e provações e o resultado é uma bela entrevista exclusiva com direito a capa.
André Moreira Diretor Editorial
Também nos brinda nesta edição com sua presença, a eterna diva Maitê Proença, que aos 62 anos, tornou-se avó e tem abraçado cada vez mais projetos alternativos. Na entrevista concedida a nós, ela rememora fatos marcantes da carreira. Um pouco mais à frente, reportagens igualmente bonitas e especiais sobre a cerâmica do Paracuri, podcasts e Japão enriquecem a LiV. Por fim, tivemos o prazer de conversar com Saulo Jennings, o chef que está revolucionando a cozinha e comunidades de Santarém. Desejo a todos um grande abraço e boa leitura!
expediente FUNDADOR
Carlos Moreira (1937-2018) ILUSTRAÇÃO E REVISÃO
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André Leal Moreira PROJETO GRÁFICO
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Conheça um pouco mais sobre a construtora acessando o site www.lealmoreira.com. br. Nele, você fica sabendo de todos os empreendimentos em andamento, novos projetos e ainda pode falar com um corretor.
LIV é uma publicação trimestral da Publicarte Editora para a Construtora Leal Moreira. Os textos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião da revista. É proibida a reprodução total ou parcial de textos, fotos e ilustrações, por qualquer meio, sem autorização.
auditada por:
Fotografia do stand Torre Evidence, o novo Leal Moreira.
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galeria
Hermes Santos revoluciona a Arte em 3D
especial Cerâmica Paracuri
Do Marajó para o mundo. A trajetória do lutador Deiveson Figueiredo, de Soure à conquista do UFC.
Japão
48
capa
índice
32 Entre traçados e grafismos, a arte em cerâmica luta para sobreviver
78 O país das Olimpíadas 2021 revela sua beleza e curiosidades
spotlight �������������������������������������� pág • 14 dicas ����������������������������������������������� pág • 16
54
perfil
Fernando Gurjão ���������������� pág • 28 A belíssima atriz Maitê Proença fala sobre a nova fase da carreira, enquanto aguarda a chegada de seu primeiro neto.
especial Podcast ��������������� pág • 40 Leila Loureiro ������������������������� pág • 66 Angela Sicilia ������������������������� pág • 76 Celso Eluan ����������������������������� pág • 88 especial Evidence ������������ pág • 90 horas vagas ����������������������������� pág • 94 especial décor ��������������������� pág • 96
Saulo Jennings conta como abandonou o mercado varejista e tornou-se um celebrado chef
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gourmet
institucional �������������������������� pág • 100
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ESCREVERAM NESTA EDIÇÃO: • Carolina Menezes • Elck Oliveira • Lorena Figueiras • Rodrigo Cabral • Marza Mendonça
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dicas Belém
Leite de Onça O nome instiga a curiosidade, já que “leite de onça” é uma expressão que designa uma bebida alcoólica com leite. Já a empresa Leite de Onça nasceu durante a pandemia, provando ser possível fazer um belo drink com os limões que a vida oferece. “Pensamos em uma forma de levar um pouco de leveza através de uma bebida diferente e gostosa, sem sair de casa”, conta Jéssica Arcoverde, uma das sócias, que é dentista e radiologista odontológica. Já Tuane Costa, também sócia, é arquiteta e empresária. “Apreciávamos drinks em viagens e lugares que passávamos e testávamos em casa. Para começar a comercializá-los, começamos a capacitação de forma online. A intenção pós-pandemia é poder fazer outros cursos de forma presencial em alguns bares que admiramos pelo Brasil”, complementam. No cardápio, há oito drinks, sendo que três deles são clássicos da coquetelaria (como o negroni, que é delicioso) e os outros cinco, são autorais (como a Caipijá, feita com cachaça e frutas cítricas, e Caxigin, à base de gin, xarope de hibisco e especiarias). As encomendas dos drinks são feitas apenas por meio de reserva, através do Instagram e WhatsApp.
WhatsApp: (91) 98125.0539 @leitedeonca_
Quintal da Martini Um quintal com ares de piazza italiana, convidativo e com delícias criativas no cardápio. Assim pode ser definido o charmoso Quintal da Martini, um quintal, nos fundos da barbearia dos sócios. “Abraçamos ao máximo a essência de um quintal caseiro, com muito verde, espaço aberto, ambiente aconchegante perfeito pra provar as nossas pizzas e tomar uma cerveja ou um vinho”, contam os sócios. Da cozinha saem verdadeiras joias, como uma pizza carbonara (exatamente, você leu certinho!) e rolinhos de crostini recheados com muçarela, pimenta do reino e calabresa ou lombinho. Para acompanhar essas delícias, a cerveja é estupidamente gelada. Ah, e tem um detalhe pitoresco: não espere encontrar uma placa, afinal, trata-se de um quintal. “Criamos a hashtag #descubraoquintal. “É justamente essa a experiência de cada pessoa que passa por aqui: descobrir um local novo e inesperado”. Nestes tempos, a casa ajustou sua capacidade e horários e está funcionando de terça a domingo, a partir das 19h. Aceita todos os cartões!
Avenida Senador Lemos, n° 794. Nos fundos da Martini Barbearia. @quintaldamartini
Recanto Aimoré
dicas Belém
Do outro lado do rio, de onde vislumbra-se Belém espraiando-se ao longo do horizonte, um refúgio promete uma experiência única: além da gastronomia, o Recanto Aimoré ainda tem, à disposição de seus clientes, trilhas, canoagem e standup paddle. No restaurante, de atmosfera rústica, é possível se deliciar com os pratos à base de peixe, acompanhados de pirão. Sugerimos o peixe assado na brasa ou uma das moquecas que a casa traz no cardápio. Localizado na Ilha das Onças, o Recanto Aimoré é um local para famílias e amigos onde todos podem se abrigar e aproveitar tudo o que espaço tem a oferecer.
Ilha das onças, furo do Nazário. Para chegar lá, faz-se necessário atravessar o rio. As saídas dão-se no Porto Shalon (Rua Siqueira Mendes 160). O restaurante funciona aos sábados, domingos e feriados, sempre a partir das 10h da manhã. @recantoaimore
É pra levar! As lembranças afetivas da infância da chef Daniela Martins têm cheiro, som e cor. A avó, Anna Maria Martins, doceira e quituteira de mão cheia, montou um serviço de comida em domicílio, quando Dani, como ela é carinhosamente chamada, era menina: o É pra levar! Quase cinco décadas depois, a chef, que também comanda a cozinha do restaurante da família, decidiu empreender, tirando do papel um antigo sonho: reavivar os sabores da cozinha da avó Anna Maria. Estrogonofe com conhaque, o clássico vatapá (feito com duas variedades de camarões), além de pratos fit, como lasanha de berinjela ou escondidinho de frango com abóbora. Com cardápios diversificados, o cliente pode combinar pratos e montar kits, de 5, 10 ou 15 unidades. O serviço conta ainda com delivery.
Pedidos somente pelo telefone (whatsapp): (91) 98253.3503 @epralevar
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dicas Brasil
Provence Cottage & Bistrô Um paraíso localizado entre as montanhas de Monte Verde, Minas Gerais. Eis a melhor definição para esse oásis, chamado Provence Cottage e Bistrô. Reduto de aconchego, e eleita entre as melhores pousadas do Brasil para passar a lua de mel, a Provence Cottage & Bistrô oferece aos hóspedes todo o charme das antigas hospedarias, com pacotes personalizados. São sete chalés distribuídos em 1.200 m² de muito verde. O bistrô, sob o comando do chef Ari Kespers, oferece experiências gastronômicas únicas, uma vez que só recebe 24 comensais por noite, além de operar somente aos finais de semana e feriados – e apenas para o jantar. O serviço é composto de menu fechado e muda, conforme a disponibilidade dos pequenos produtores da região.
Rua Cedrus Libani, 380 - Monte Verde, MG tel (35) 3438-1467 • whatsapp (11) 97577-3381 @provence_cottage
Vassoura Quebrada Essa é uma dica para os aficionados apaixonados pelo universo de Harry Potter. Desde sua inauguração, em 2018, a casa lota (lota mesmo) aos finais de semana, portanto sugerimos que você se programe com antecedência e, por via das dúvidas, se planeje para encarar alguma espera. Para evitar problemas legais, no que tange ao licenciamento, o local não faz menções diretas a nenhum dos personagens... e nem precisaria, se considerarmos que os fãs aparecem vestidos a caráter! Todos os hambúrgueres da casa pesam 180 gramas. Há os blends, que são servidos em pães de abóbora. O Pullum, por exemplo, é um hambúrguer empanado de frango. Há ainda a cerveja espumosa, que não é alcoólica – mas sim um milk shake. Se quiser algo mais forte, tem o drink Polpa de raio: xarope de banana, suco de abacaxi e cachaça. Vale pela diversão.
Rua Desembargador do Vale, 836, Perdizes – São Paulo/SP. @vassouraquebrada
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dicas Brasil
Casana Hotel Se já estar no Ceará é sinônimo de estar no paraíso, o Casana Hotel adiciona um pouco mais de beleza e sabor à experiência. Os espaços são de tirar o fôlego e destacamos alguns para tornar sua estada ainda melhor, como o drink Marinheiro, que leva maracujá, limão, Espolón Tequilla e Licor 43. O chef Renato Omura comanda a sofisticada cozinha do local, com criações espetaculares, como os camarões com legumes orgânicos ou financier de pistache para a sobremesa.
Avenida Beira Mar, Preá. Ceará. Telefone: (85) 2180.5076 @casanahotel
Bodega La Barra O Bodega La Barra é o empreendimento “caçula” do chef e empresário Rodolfo De Santis, cujo talento é flagrante e indiscutível em suas outras casas: Giulietta, Da Marino, Nino Cucina e Peppino Cantina. O Bodega La Barra é um bar de tapas. Sua cozinha está sob a regência do argentino Julián Rigo, ex-cozinheiro de casas espanholas, entre elas as do premiado Martín Berasategui, no País Basco. O Pan y Tomate é um clássico genialmente bem executado. Destacamos ainda o Grão de bico y morcela, que é um prato flamenco delicioso.
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Rua Carla, 77 - Itaim Bibi São Paulo/SP. Telefone: (11) 3078.9104 @bodegalabarra
dicas mundo
Buddakan, NY O local é tão incrível, que já serviu de cenário para o seriado Sex and The City. Para além do “uau” visual, a casa é especializada em cozinha asiática, com forte influência da chinesa. Os pratos são fartos e podem ser compartilhados. Confortável, o local convida mesmo para uma esticada – logo, vá com tempo para poder apreciar tudo com a calma merecida. Destacamos o delicioso Blood Mary, a salada cantonesa de peixe cru. Tem ainda o delicioso rosbife guarnecido por crisps wonton e molho de mostarda.
75, 9th Ave, New York/NY. @buddakannyc
Aquí Está Coco Com uma cultura riquíssima, o Chile é um dos destinos mais indicados aos que não abrem mão de aliar cultura à Gastronomia. O país é considerado um celeiro de chefs e restaurantes incríveis e, por essa razão, o Aquí Está Coco figura em nossa lista de restaurantes que todos têm que conhecer. Localizado em Providência, o restaurante é lindo, com um décor surpreendente! Coco Pacheco é o chef fundador e profissional inovador. No cardápio, há delícias para todos os gostos, desde frutos do mar até carnes vermelhas. Não deixe de tomar o Pisco da casa, “El Camahueto”. Experimente o Ceviche do dia ou o prato de frutos do mar. Para a sobremesa, recomendamos a panacotta com mix de frutas vermelhas. De comer rezando!
La Concepción, 236, Providencia Région Metropolitana, Providencia. @aquiestacocorestaurant
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Artes meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. Memorial de Incorporação registrado no Cartório de Imóveis 1º Ofício – Comarca Belém – R-4/66.529 da matrícula 66.529 em 17/01/18. Protocolo nº 132.506.
A LAVADEIRA Desde muito antes da popularização de máquinas modernosas, com centrífugas velocíssimas, havia a Lavadeira que vinha, de tempos em tempos, separar as roupas por cores, tipos e usos, para depois, cuidadosamente, fazer um rol detalhado das peças que iriam ser lavadas. Depois, saia com a trouxa equilibrada de forma acrobática na cabeça pelas ruas da cidade, até sua casa, bairro distante, para lavar, secar e passar as roupas dos clientes. Na minha memória de criança, a Lavadeira era presença onipresente, marca incontestável da infância. Acontece que o tempo mudou, as coisas “avançaram” e tornou-se normal encontrar máquinas lindíssimas, que lavavam, secavam e só faltavam vestir, nos corredores das lojas de Belém. Cada vez mais baratas, as maquinas de lavar deixaram de ser luxo para se tornar algo popular. Nisso, as lavadeiras foram sumindo até virarem coisa de lembrança de infância, coisa que, no viver dos mais novos, talvez nem tenha existido – os mais novos que sempre viram as máquinas a centrifugar o bucho repleto de roupas. Mas, na minha casa - coisa estranha - a Lavadeira seguiu firme. Já na Universidade, ainda havia a trouxa de roupa recém-chegada na mesa da sala, exalando cheiro de roupa limpa, esperando o dia seguinte para ser guardada. Daí, lembro que, belo dia, ao perceber aquele atraso, meu pai começou a ser “pressionado”. Não era mais crível que ainda se usasse serviço tão antiquado, ainda mais com aquelas modernidades muito mais cômodas. Apesar disso, meu pai seguia firme com a Lavadeira de sempre. Se bem que, agora, nem era mais a Lavadeira da minha infância, ela já velhinha.
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Fernando Gurjão Sampaio advogado e escritor @tantotupiassu tantotupiassu@gmail.com
Agora era seu neto que vinha e arrumava tudo, e sua filha, que lavava, secava e dobrava. Só que não satisfeitos com aquela teimosia, meu pai foi presenteado com uma moderníssima máquina último modelo, potência máxima, capacidade de muitos quilos, toda prateada e com bucho de centrífuga na frente, igual máquina norte-americana. Constrangido, ele aceitou o presente e a vida seguiu. Meses depois, anos até - nem sei – dei com uma caixa de papelão enorme em um canto discreto do quintal do pai. Fui fuçar e, para meu espanto, lá estava ela, a máquina potência, promessa de futuro em casa, empoeirada tal qual esquecimento. - Pai, essa é aquela máquina que o senhor ganhou de presente? - É sim – respondeu ele, sem jeito. - O senhor nunca instalou? – perguntei, entre risos espantados e incrédulos. - Ah, filho... instalei não. - E por quê?
Então ele desabafou, como se guardasse um terrível segredo. - Filho, a Lavadeira quase não tem mais clientes... Somos somente nós e mais duas famílias. Se instalo a máquina e deixo de chamá-la, ela ficaria numa situação muito complicada. Não posso fazer isso com ela... Só não conte para ninguém, porque todo mundo acha que instalei a máquina. E, bem... havia tanto amor naquelas palavras, tanta preocupação genuína, tanta humanidade, que nada mais precisava ser dito. Ali nasceu um segredo nosso. A máquina seguiu encostada no seu canto cativo. A Lavadeira seguiu indo e vindo, seus prepostos em fabulosos equilíbrios da trouxa imensa, da roupa sempre branquíssima, até que ela muito velha; até que a filha se empregou; até que o neto estudou. Assim, lavar roupa também tornou-se antiguidade para eles. Para todos, lembranças de tempos idos. Para mim, lembrança da humanidade de meu pai, lembranças boas de se importar com o próximo antes de tudo. P.s.: Com a antiguidade de lavar roupa também estabelecida para a Lavadeira, meu pai se rendeu à máquina de lavar, uma novinha, que dentro em breve encherá seu bucho das roupas que ainda têm o cheiro da minha infância.
especial cerâmica paraense
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Tradição e
Elck Oliveira
Dudu Maroja
originalidade Quem visita o bairro do Paracuri, em Icoaraci, ou mesmo a orla do distrito, certamente tem dificuldades em voltar para casa sem pelo menos uma peça da cerâmica produzida no local. São vasos, potes, alguidares, pratos, copos, tigelas, panelas e uma infinidade de pequenos e grandes objetos inspirados na cerâmica arqueológica amazônica, produzida originalmente por comunidades indígenas há milhares de anos, muitas das quais já dizimadas. As culturas marajoara, tapajônica, maracá e kariabo (mais recentemente descoberta pela arqueologia) continuam sendo referências fortes para uma grande parcela dos artesãos de Icoaraci, que luta para manter viva essa tradição.
O
empresário Ciro Croelhas mantém, até hoje, no Paracuri, a “Olaria do Espanhol”, fundada em 1903 pelo avô dele, que, como o nome sugere, saiu da Espanha para viver em Icoaraci. Segundo Croelhas, a família do avô, que vivia na região de Palma de Mallorca, mudou-se para o Brasil com o intuito de buscar melhores condições de vida e aqui, em terras sul-americanas, continuou a trabalhar com a cerâmica, ofício que já dominava na Europa. Era o começo do século XX e havia poucas olarias em Icoaraci. A Olaria do Espanhol ajudou a formar a mão de obra que, posteriormente, transformaria o Paracuri em um polo da cerâmica no Pará. A presença abundante da matéria-prima na região, o barro, ajudou a dinamizar ainda mais essa produção. No início desse processo, a quase totalidade das olarias trabalhava com a chamada ‘cerâmica utilitária’, ou seja, aquela que serve a um determinado uso do dia a dia, como pratos, copos, potes e alguidares. Foi somente a partir das décadas de 60 e 70, do século XX, que os artesãos de Icoaraci começaram a descobrir a cerâmica arqueológica, produzida pelas culturas indígenas que viveram na Amazônia há milhares de anos. Pessoas como o mestre Cardoso, o mestre “Cabeludo” e o mestre Rosemiro, artistas renomados do distrito (por isso, até hoje, são chamados de “mestres”), começaram, então, a desenvolver uma cerâmica mais artística, inspirada nessas culturas indígenas. »»»
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Seu Anísio lembra com saudades do tempo em que as peças saíam da olaria diretamente para a Europa
Seu José Anísio da Silva, de 74 anos, mais conhecido como “seu Anísio”, é de uma geração que aprendeu diretamente com esses grandes mestres. Ele faz um trabalho que chama de “agregamento”, isto é, a adição de motivos, desenhos e grafismos à peça que sai “lisa” da olaria. Na loja dele, no Paracuri, é possível encontrar vasos, pratos, panelas, garrafas, potes, luminárias, cofres, além de réplicas e peças estilizadas das cerâmicas marajoara, tapajônica e maracá. Lembra-se, com saudade, da época em que as peças saíam direto de Icoaraci para países da Europa, da América do Norte, da Ásia e até da Oceania, ou seja, para o mundo todo. “Havia uma grande procura de países como Inglaterra, França, Estados Unidos, Nova Zelândia e até do Japão.
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Recordo de termos mandado, certa vez, um grande carregamento para o Japão, há cerca de 15, 20 anos”, conta. Hoje, segundo seu Anísio, os artesãos sobrevivem basicamente dos turistas brasileiros que chegam até Belém e são levados ao distrito, principalmente, por guias de turismo, taxistas e empresas de turismo que, em geral, têm parcerias com os artesãos. “Além disso, a tecnologia facilita muito. Eu, por exemplo, tenho um site na Internet, por meio do qual recebo muitos pedidos e, também, pelo whatsapp”, conta. A turismóloga Flávia Lima, especialista em Gestão Pública, Planejamento e Meio Ambiente, pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (Naea), da Universidade Federal do Pará (UFPA), acompanha de perto essa história. Ela é servidora apo-
O empresário Ciro Croelhas continua acuradíssimo familiar
sentada da Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e já foi coordenadora estadual do programa de artesanato. Flávia conta, como o seu Anísio, que a cerâmica de Icoaraci chegou a ser exportada para o mundo todo, há cerca de 20, 30 anos. Depois, sucessivos problemas acabaram diminuindo até fazer cessar esse movimento. Entre esses fatores, estiveram a dificuldade do artesão em gerenciar o próprio negócio; a escassez da matéria-prima, a argila, o que começou a ser detectado naquele momento, e as crises econômicas por que passaram a Europa e os Estados Unidos, já nos anos 2000. “Sem dúvida, isso tudo impactou na exportação da cerâmica. Além disso, já nos anos 2000, a cerâmica chinesa passou a ocupar um espaço muito grande, por ser bem mais barata”, detalha.
Para a especialista, durante muito tempo, houve um grande apoio para os artesãos, principalmente por parte de órgãos como o Sebrae, que chegou a implantar uma unidade em Icoaraci, trabalhando especialmente na questão da qualificação dos artesãos. “Eu, como turismóloga, sempre vi um potencial muito grande no bairro do Paracuri. Acho que seria muito interessante uma urbanização específica ligada à cerâmica, com sinalização, portais de entrada, indicação de cada olaria. Qualificação profissional é importante, mas é necessário também que os governos invistam para transformar o local num ponto turístico, para que também a população de Belém e do Pará visitem o polo de Icoaraci com mais frequência”, aponta. Para Flávia, é de fundamental importância reconhecer e homenagear o trabalho desenvolvido pelos artesãos ceramistas de Icoaraci, que realizam, também, um resgate da memória e cultura indígena da nossa região. “Acho crucial que a gente possa homenagear esses grandes mestres, como o ‘seu Cabeludo’, seu A turismóloga Flávia Lima enxerga potencial na produção única de Icoaraci
A artesã Socorro Abreu persiste para não deixar o conhecimento se perder
Cardoso, seu Rosemiro, seu Anísio. É necessário sempre reconhecer as pessoas que preservaram e preservam a memória de uma cultura que existiu no Estado do Pará e que foi dizimada, mas que deixou uma riqueza e uma identidade cultural muito grandes”, destaca. Dificuldades A dificuldade que Flávia apontou, a respeito da matéria-prima, a argila, de fato, hoje, tornou-se um problema ainda maior. A artesã Socorro Abreu, membro da Sociedade de Artesãos e Amigos de Icoaraci (Soami), explica que o Paracuri, como muitas outras regiões de Belém e de Icoaraci, sofreu com o processo de invasões, nos últimos anos. O grande problema é que a área do bairro de onde se coletava a argila foi invadida e ocupada por traficantes, que agora proíbem a extração do barro no local. Com isso, os artesãos passaram a sofrer com a falta da matéria-prima. “Sem opção, muitos artesãos já abandonaram a atividade e estão partindo para outras áreas. Alguns poucos continuam batalhando para sobreviver”, lamenta.
Resgate Uma iniciativa na área educacional tem buscado resgatar e manter viva a tradição da cerâmica de Icoaraci. Estamos falando do Liceu Escola Mestre Raimundo Cardoso, ligado à prefeitura de Belém, que homenageia o mestre Cardoso, já citado nesta reportagem. Implantada no distrito há 23 anos, a escola oferece Ensino Fundamental com um currículo diferenciado: a cerâmica tem papel destacado no processo de aprendizagem. Segundo a diretora da instituição, Fernanda Sousa, na escola, os alunos fazem oficinais de cerâmica no turno ou no contraturno. Eles aprendem sobre argila, torno e grafismos com os próprios mestres ceramistas, que são contratados para a função por meio de processos seletivos específicos. No Liceu, também é desenvolvido o projeto “Etnoconexões”, que busca propiciar aos alunos uma série de conhecimentos a partir da cerâmica icoaraciense. A professora de Artes, Larissa Cavalcante, diz que o projeto surgiu pela necessidade de buscar metodologias mais adequadas e integradas ao cotidiano dos alunos. »»»
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Professora de coque Larissa Cavalcante, aluna Maria Clara Souza e diretora Fernanda Sousa
“Uma das ideias é estudar os elementos da cultura da cerâmica produzida em Icoaraci e, por meio disso, os alunos vão aprendendo sobre a história do bairro, o processo de produção da cerâmica, o significado dela, seu valor cultural, os saberes das tradições indígenas, a ancestralidade dos grafismos, as transformações geométricas, entre outras questões”, enumera. A aluna Maria Clara Souza, de 14 anos, está no nono ano do Ensino Fundamental, e estuda na instituição desde o quarto ano. Ela vem de uma família de ceramistas e conta que tem aprendido muito na escola. “O que a gente aprende aqui é muito bom porque é uma tradição, um patrimônio que a gente vem tendo contato desde cedo, aprimorando cada vez mais”, conta ela, que tem mãe e avó artesãs. “Replicando o Passado” Desde as décadas 60 e 70 do século passado, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) – uma das instituições de pesquisa mais importantes do Brasil e do mundo – realiza trabalhos de capacitação junto aos artesãos do distrito de Belém. Foi a equipe do Museu, por
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exemplo, que atuou junto ao mestre Cardoso e alguns contemporâneos seus, naquela época, dando início à produção da chamada cerâmica arqueológica de Icoaraci, isto é, a cerâmica inspirada nas coleções arqueológicas da Amazônica, como a marajoara, a tapajônica, a maracá, entre outras. Hoje, o Goeldi continua com esse trabalho, por meio do projeto “Replicando o passado: socialização do acervo arqueológico do Museu Goeldi através do artesanato cerâmico de Icoaraci”, que tem como objetivo divulgar o acervo da instituição e, ao mesmo tempo, potencializar a cerâmica, com inspiração nos estilos arqueológicos da Amazônia. O projeto leva os ceramistas para visitas ao acervo arqueológico do Museu Goeldi, difunde para eles conhecimentos sobre os contextos arqueológicos das peças, auxilia na escolha daquelas que serão replicadas e promove oficinas de capacitação, entre outras atividades. Ao final do processo, as peças produzidas são colocadas à venda e, também, formam coleções didáticas para uso de estudantes e deficientes visuais. “O Museu Goeldi tem essa relação de muito tempo com os artesãos de
Icoaraci e essa era uma demanda antiga deles, de querer ter acesso às coleções do Museu Goeldi, as quais, no passado, ficaram muito fechadas e inacessíveis. Decidimos, então, a partir dessa demanda deles, chamá-los para que eles pudessem ver as peças originais. Dessa conversa, surgiu a proposta de eles fazerem as réplicas, ou seja, não só uma cerâmica inspirada nas coleções arqueológicas, mas de reproduzir as peças da maneira mais precisa possível, tudo através de um processo de um estudo muito detalhado”, observa a arqueóloga do Goeldi, Cristiana Barreto. “É uma troca de experiências e de conhecimentos riquíssima para nós e para eles”, completa a arqueóloga Helena Lima. Juntas, Cristiana e Helena coordenam o trabalho com os artesãos. Após cerca de dois anos e meio no projeto, o grupo de artesãos já produziu réplicas de 20 peças do acervo do Goeldi. No momento em que a reportagem visitou o projeto, eles estavam realizando o que seria o último exemplar desse trabalho, a réplica de uma urna funerária marajoara, uma das peças mais emblemáticas da coleção do Museu.
Da forma ao forno: as peças tem DNA genuinamente paraense
O artesão João Sarmento dedicou metade da vida à produção das cerâmicas
“Haverá uma exposição no final de abril, para mostrar o resultado desse trabalho. E, posteriormente, vamos chamar outros artesãos e uma outra leva de réplicas será feita. As réplicas têm funções variadas, entre as quais a qualificação do artesanato do Paracuri, e a formação de coleções didáticas, já que a gente pode preservar as originais e levar as réplicas para escolas e eventos”, resume Cristiana. O artesão João Sarmento, de 52 anos, 26 dos quais dedicados à cerâmica, esteve no projeto desde o início. Acredita que vai sair desse trabalho um artista muto melhor do que entrou. Nascido em Chaves, no arquipélago do Marajó, ele tinha um interesse especial pela cerâmica marajoara, mas, no Goeldi, descobriu a beleza das demais culturas arqueológicas amazônicas. “Quando cheguei ao projeto, ao Museu, conheci mais de perto a cerâmica tapajônica, a maracá e a kuriabo, que é uma outra cerâmica ainda pouco conhecida. Já fui, por meio do projeto, dar oficinas para comunidades no Marajó e isso é muito gratificante. Com certeza, tudo o que aprendi aqui vai fazer uma grande diferença no trabalho que desenvolvo lá em Icoaraci”, ressalta ele, que ficou encantado com a grandiosidade e a riqueza do acervo do Museu Goeldi. “A gente passou quase três anos no projeto e não conseguiu ver tudo o que tem aqui. Essa coleção, todo esse material é muito rico, é motivo de orgulho para todos nós”, conclui. A arqueóloga Cristina Barreto anuncia que haverá uma exposição em abril
A arqueóloga Helena Lima é uma das coordenadoras do polo 37
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Dudu Maroja/Divulgação
podcasts
vieram para ficar Em novembro do ano passado, a plataforma de streaming musical Spotify – uma das maiores e mais importantes do mundo – realizou, em São Paulo, o Spotify for podcasters summit, o primeiro evento do gênero promovido pela empresa no mundo todo. Na ocasião, a companhia declarou que havia escolhido o Brasil para a ação pela importância do mercado brasileiro de podcasts. Segundo o Spotify, o País é o segundo maior consumidor do formato no globo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos.
T
ambém no ano passado, alguns meses antes, o Ibope Inteligência havia realizado uma pesquisa que já apontava essa tendência. Segundo o levantamento – o mais recente que se tem do tipo no Brasil – quatro em cada dez internautas já ouviram podcasts pelo menos uma vez na vida, número quase equivalente ao registrado em pesquisa semelhante nos Estados Unidos, onde cinco em cada 10 internautas já ouviram o formato. Tais dados sugerem que o podcast realmente parece ter vindo para ficar. É cada vez maior o número e a variedade de opções para quem busca esse tipo de meio de comunicação, informação e entretenimento. A estudante do curso de Direito, Fernanda Guerreiro, moradora de Belém, por exemplo, é uma aficionada. Ela conta que não lembra ao certo em que momento começou a ouvir podcasts, mas recorda que foi atraída pela praticidade do formato, já que podia conciliar a escuta com outras atividades, como tomar banho, dirigir, etc.
“Comecei com um podcast religioso, depois passei para os jornalísticos até chegar àqueles que tratam da área que eu estudo, que é o Direito, os temas jurídicos. Acho que mesmo com o tempo curto e a vida corrida, temos que nos manter bem informados”, explica. Para Fernanda, ouvir os tais programas, hoje, é parte da rotina. Todos os dias, ela escuta pelo menos um. Atualmente, diz estar viciada no podcast do escritório de advocacia Fonseca Brasil, especializado no atendimento a empresas e com unidades no Pará (sede) e no Amapá e em São Paulo (filiais). “O que eu mais gosto no do Fonseca Brasil é que ele traz noções que são de extrema relevância para o exercício da advocacia, a profissão que eu pretendo seguir. Não são apenas decisões de tribunais e questões factuais, mas também informações dos bastidores da profissão, informações que, muitas vezes, não obtemos nos outros podcasts da área jurídica, além de ter um formato descontraído, que cativa o ouvinte”, aponta. »»»
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Direito mais acessível Um dos sócios do escritório, o advogado Jean Paolo Simei e Silva – mestre e doutor em Direito Tributário – explica que o escritório nasceu em 2008 e que ele é composto por um time renomado, em que cada sócio tem sua expertise, nas áreas tributária, cível, trabalhista, previdenciária, ambiental e logística, destacando-se como um dos escritórios mais admirados do Brasil, segundo a publicação Análise Advocacia 500, edição de 2018. Ele diz que a ideia do podcast surgiu a partir de conversas com amigos e clientes, que comentavam sobre a dificuldade de compreender expressões “excessivamente técnicas”, que, muitas vezes, mais confundem do que esclarecem os debates. “Pensamos que o tratamento de temas cáusticos, mas de uma forma mais simples, direta e informal, poderia contribuir para o debate jurídico para todas as camadas da popula-
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ção”, observa. A partir dessa diretriz, os sócios passaram a escolher os temas que seriam tratados nos programas, também a partir das sugestões de amigos, clientes e alunos, já que alguns dos sócios também lecionam em cursos superiores. “Num momento em que a palavra falada se torna tão importante quanto a palavra escrita, o podcast mostra-se uma ferramenta imprescindível para a disseminação rápida, simples e extremamente eficaz na divulgação de ideias e diálogo, haja vista que muitos ouvintes trazem questionamentos, sugestões e críticas pelo e-mail do escritório, o que nos têm levado a mudanças e melhorias constantes”, completa Jean Paolo. O também sócio do escritório, o advogado Gustavo Freire da Fonseca, especialista na área do Direito Público e presidente da comissão de Direito Societário da OAB/PA, também res-
salta o aspecto inovador da ferramenta. “Nosso escritório tem procurado se colocar na vanguarda das novas tecnologias, das novas formas de comunicação com a sociedade e com os clientes, assumindo essa postura mesmo. Nossa intenção é levar informações, dados e experiências para cada cidadão, cada ouvinte. Queremos que as pessoas possam entender sobre temas que, muitas vezes, podem parecer complexos, mas que por trás de um emaranhado de leis, na verdade, são palpáveis, inteligíveis e acessíveis a todo mundo”, observa. O podcast do escritório Fonseca Brasil – que tem como outros sócios os advogados Eduardo Brasil (mestre em Direito pela PUC/SP) e Adelvan Oliverio (Doutor em Direito pela UFPA) – está disponível para download nas plataformas da Apple, Spotify e Deezer.
Direito descomplicado e acessível: os podcasts têm papel fundamental nessa empreitada
Tecnologia e comportamento A publicitária Cintia Macêdo, de 31 anos, também acredita que o caminho dos podcasts não tem volta. Há dois anos, ela comanda, sozinha, o PudimCast, um podcast paraense que trata de temas voltados para o universo da tecnologia e comportamento. Ela conta que fazia parte da equipe de um site de cultura quando sugeriu a criação de um podcast, ainda em 2014. O projeto só foi posto em prática em 2015 e, até 2016, ele foi atrelado a dois sites diferentes. Em 2017, ela saiu do projeto e relançou o podcast em 2018, mas, dessa vez, de forma totalmente independente, com site próprio, inclusive. “Quando integrei as equipes desses sites, eu já fazia tudo, desde levantar a pauta até editar, mas, como eles ficaram atrelados aos sites, eu perdi todo o conteúdo quando me desliguei das equipes. Hoje, o PudimCast tem site e redes próprios e sempre sou eu que desenvolvo tudo”, explica. Para Cintia, que nunca tinha ouvido um, quando começou a produzir o formato, o público de podcasts cresce a cada dia. Segundo ela, começar um é mais fácil do que montar um canal no Youtube, por exemplo, já que basta um celular e internet, embora também se possa fazer de maneira mais pro-
fissional. “A parte técnica dá um pouco mais de trabalho, então também é possível terceirizar algumas partes da produção. O mais importante é ter a ideia na cabeça e fazer um planejamento bem redondinho para o formato: esse planejamento vai nortear o conteúdo, formato e outros detalhes da produção”, ensina. A jovem, que junto com alguns amigos, criou o coletivo “Podcasters Paraenses” – que realiza encontros entre produtores e ouvintes para discutir assunto relacionados ao tema – acaba de ser convidada para palestrar sobre podcasts na “Campus Party Amazônia”, evento realizado em Manaus, entre os dias 18 e 22 de março. “A Campus Party é um dos maiores eventos sobre tecnologia do país e me senti muito honrada por poder falar desse assunto que tanto gosto. Em minha palestra sobre ‘Podcast & Liberdade - Criação, Produção e Distribuição de Conteúdo por Todos e para Todos’, abordo a liberdade quase infinita que o podcast proporciona, desde a possibilidade de se criar conteúdo sobre qualquer assunto, e com qualquer equipamento, até a distribuição que foge dos algoritmos das redes sociais que conhecemos hoje em dia”, finaliza. »»»
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Mamilos Outro podcast que surgiu em 2014, na esteira das eleições presidenciais, foi o Mamilos, das publicitárias Juliana Wallauer e Cris Bartis, sediadas em São Paulo, onde os programas são produzidos. Hoje, o Mamilos conta com mais de 1,5 milhão de plays ao mês e mais de 240 programas online disponibilizados gratuitamente. Na mesa de debates, os assuntos mais quentes do momento, sempre com participações de especialistas das mais diversas áreas e pontos de vista. “Tudo isso envolve um trabalho de bastidores enorme e infinito, muitos profissionais envolvidos e muita consciência da nossa parte sobre o nosso propósito”, explica Cris Bartis. Segundo a publicitária, o cenário de podcast mudou muito nos últimos dois anos. Muitas mídias e plataformas decidiram investir no mercado, a exemplo do próprio Spotify e grupo Globo. “O Spotify, por exemplo, está fazendo um grande investimento em duas frentes: ser reconhecido como uma plataforma estratégica para os criadores e converter sua base de usuários para escutar podcast. Outro exemplo é a Globo, o maior e mais influente grupo de comunicação do país. Esse ano a empresa decidiu enfim que a mídia estava madura e era o momento de investir pesado para ser líder também em podcast. Além de lançarem seus produtos, estão dando espaço nos principais programas de TV para educar seu público e organizando eventos para apresentar os dados de mercado para os anunciantes e agências”, argumenta. Para 2020, as criadoras do Mamilos pretendem investir na sofisticação dos produtos. “Queremos continuar aprendendo e trazendo pessoas que admiramos para mais perto. Queremos ser cada vez mais influentes e queremos que a autoridade que construímos possa ser traduzida em negócios que nos possibilitem fazer produções cada vez mais sofisticadas. Queremos ter autonomia para fazer conteúdo do nosso jeito, à nossa maneira, com a nossa voz e a nossa visão”, conclui.
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Lorena Filgueiras
Dudu Maroja
Nunca
baixei minha
cabeça!
O campeão do UFC Deiveson Figueiredo nasceu no Marajó, onde foi apresentado à luta marajoara – uma modalidade muito comum e praticada na região, e onde viveu até o começo da vida adulta. Mesmo diante de muitas dificuldades, Deiveson jamais desistiu e conquistou o mundo, embora sempre faça questão de voltar a Soure. Só uma dor o incomoda: a ausência do vô João Leal de Deus, a quem sempre considerou um pai.
A
o primeiro contato com Deiveson Figueiredo, fico surpresa, admito. O campeão do UFC é um profissional extremamente acessível e muito atencioso. “Venham acompanhar meu treino”, ele convidou. O pé no chão, descobriria eu, é característica de quem passou por vários perrengues e que teve de saber contorna-los, enquanto também tentava sobreviver. “As dificuldades na minha vida foram muitas. Meu pai era vaqueiro e muitas vezes, ele e minha mãe não tinham alimento para mandar pra mim e para meus irmãos, que morávamos na cidade [de Soure]”, conta. Mas precisamos voltar na história desse atleta incrível para compreender um pouco mais de sua alma e sua trajetória. “Meu interesse pela luta começou muito cedo. Eu era bem criança quando meu pai começou a me ensinar a luta marajoara – típica dos conterrâneos do Marajó. Com o ensinamento do meu pai, fui pra cidade [Soure] aos 12 anos. Me criei em fazenda”, conta. “Comecei a estudar e nas férias, ia sempre pra uma fazendo onde meu avô trabalhava. Lá, a luta marajoara era constante. E ele, meu maior incentivador”, rememora. »»»
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O tempo passou rápido e logo o jovem Deiveson perdeu o amor pelos campos das fazendas. Tudo se encaminhava para que ele também fosse vaqueiro, mas quis participar dos grandes campeonatos de luta marajoara. Ali, uma luz se acendia, porque foi num desses encontros que conheceu o conterrâneo e também lutador Iuri Marajó, que lhe abriu as primeiras portas de oportunidades. “Pedi pra treinar junto com ele. A resposta foi positiva e imediata”. Foi só então que Deivenson conheceu o jiu-jitsu, box e muay thai. A estreia no MMA, como não podia deixar de ser, foi na cidade de Soure. Não tardaria até que os campos do arquipélago começassem a ficar pequenos para os grandes so-
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nhos do jovem atleta. Junto com o irmão, Figueiredo Júnior, embarcou para Belém. Novamente, na capital paraense, quem lhe abriu as portas – literalmente, a de sua casa – foi Iuri Marajó. O irmão conseguiu emprego, mas Deiveson voltaria pra terra natal. “Sempre fui persistente”, afirma. Dois anos depois, com o irmão já empregado e, de alguma forma, estabilizado, retornou a Belém. “Num mês, pagávamos o aluguel. Mas não tinha o que comer. No mês seguinte, não pagávamos o aluguel porque só tínhamos dinheiro pra comer”. Mesmo assim, jamais deixavam de estender a mãos aos amigos marajoaras que iam pra capital em busca de oportunidades no MMA. “Lembro que tinha um amigo, cujo pai sempre
mandava peixe. Se ele mandava peixe, tínhamos o que comer. Nunca baixei minha cabeça, mesmo sem ter alimentação adequada a um atleta. Passei fome em Belém e Soure”. Os dias difíceis foram vencidos, graças a Deus, com toda a insistência (e persistência). Hoje, já consolidado, Deiveson consegue ajudar até mais garotos do Marajó. “Posso mais que antes”, diz. Pergunto se ele sofreu preconceito por ser pobre e do Norte, ao que ele responde nunca ter tomado conhecimento. “Sempre atropelei quem tentou ter preconceito comigo. Não dei liberdade e mostrei que era maior. Sou maior. Muitos duvidaram que eu fosse do Norte, pela maneira de me expressar, por minha espontaneidade”.
Uma saudade que não passa Sempre que voltava a Soure, o primeiro compromisso oficial era com o vô João Leal de Deus, a quem sempre considerou (e considera até hoje, mesmo depois de sua partida) como seu pai: era o café, momento em que ele narrava, com riqueza de detalhes, todas as aventuras e distâncias percorridas. Em maio, depois de um AVC, vô João Leal de Deus [ele faz questão de falar o nome completo do segundo pai] não resistiu e partiu do mundo físico, porque na cabeça de Deiveson ele está mais vivo do que nunca. “Meu vô... o papel dele na minha vida foi ser meu pai quando meus pais se separaram. Foi ele quem tomou conta de nós todos. Ele que punha comida em nossa mesa. Ele foi um pai em casa, no esporte. Era meu maior fã. Era um vô que hoje, amanhã ou depois, seja lá onde for, vou amar sem limites. Pra eternidade! Fico até sem palavras. Eu o amei muito em vida e mesmo depois de sua morte”. Após conquistar o cinturão do UFC, o filho do vô voltou à casa e foi pessoalmente levar o troféu ao túmulo do avô amado. “Prometi isso a ele!”. O mesmo se a vida não é a mesma? Com toda certeza! Nosso entrevistado não é deslumbrado e mantém os pés bem firmes no chão. “Após a conquista do título, me mantive o mesmo cara, apesar de o trabalho ter aumentado e as entrevistas também”, ele declara entre risadas. “Continuo treinando com a mesma equipe. Prefiro não pensar no cinturão, focando em ser um bom lutador, um campeão. Quero trazer mais vitórias pro Brasil e pro meu Soure, pro meu Marajó. O cinturão foi um reconhecimento ao meu trabalho. Sou um lutador em busca de mais vitórias”. Tamanha gana se reflete na rotina dos treinos – pasmem, ele treina três vezes ao dia. “Treino MMA. Sempre, a cada dia da semana, alternando muay thay, jiu-jitsu e MMA. Finalizo com um treino bem técnico, pra me manter em alto nível”. Minha preparação para as lutas começa três meses antes. O próximo desafio já tem data e oponente definidos: 21 de novembro, contra Cody Garbrandt. “Estou me preparando e indo pronto pra nocauteá-lo”.
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Lorena Filgueiras
Daryan Dornelles
Serena, sereníssima Maitê. Maitê Proença é considerada uma das mulheres mais lindas do país. A atriz, detentora de alguns protagonismos na história das artes brasileiras, vive um momento singular. Em entrevista exclusiva, concedida a nós, Maitê falou sobre o momento atual de vida, afinal tornou-se avó pela primeira vez. No mesmo embalo, discorreu sobre maternidade, carreira, a política brasileira e sobre paz. Em seu momento mais reflexivo, disposta a produzir e fazer parte apenas de projetos que possam gerar conteúdo edificante, nossa personagem principal desta edição iniciou uma interessante viagem, cujo destino é sua melhor versão: depurada e ainda mais bonita, se é que é possível. Aos 62 anos, você é considerada uma das mulheres mais lindas do país. Qual o segredo da sua beleza e bem-estar? Além dos cuidados com o corpo, faço uma autocrítica permanente. Acho que a gente veio pra esse mundo de um jeito, pra passar pela experiência da vida, e sair dela, de outro jeito, melhor. Essa busca depura, traz compreensão e embeleza por dentro e por fora. »»»
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Você tornou-se avó pela primeira vez – como foi receber essa notícia? Existe um dito popular que afirma que “pais educam e avós estragam” – que tipo de avó você acha que será? Exatamente esse tipo, que deixa tudo correr mais solto. Mas acho também que dá pra ensinar sem que eles percebam que estão aprendendo. Vou tentar. O que te fez ser mãe, Maitê? Pergunto isso porque todos somos, de alguma forma, reflexos dos nossos pais. Você sempre quis ser mãe? O que tentou passar de melhor para sua filha? O que você conseguiu corrigir, a partir de sua própria experiência? Eu procurei ser a melhor mãe possível. Era muito importante pra mim acertar. Nunca menti pra minha filha, por exemplo. Nem pequenas mentirinhas pra facilitar a vida, como se a vacina ia doer. Explicava tudo sem dramatizar. Levei-a comigo pra todas as turnês de teatro, para todas as viagens a todos os lugares e ia mostrando as diferentes culturas. Fizemos aventuras que outras mães não ousariam, pra que não ficasse medrosa e estivesse preparada quando chegasse a hora. Priorizei e amei até o coração explodir. Ainda assim, devo dizer, que errei um bocado. Os filhos não vêm com cartilha. A gente tem que fazer o melhor, e se perdoar onde não conseguiu acertar. Você teve algum tipo de epifania, enquanto rodava o mundo? Digo, espiritualmente falando. Tenho epifanias diárias, sou uma buscadora. Descubro, desvelo, e sigo adiante acrescentada daquele entendimento. Olho primeiro pra mim antes de colocar a culpa no mundo; é uma forma de caminhar com menos peso. A gente vai se livrando dos vícios, dos condicionamentos, de todo acúmulo desnecessário.
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Fala-se muito, nos tempos atuais, de assédio, machismo – você passou por alguma experiência negativa como assédio, importunação sexual ou preconceito? Sim, como todas as mulheres. E lidei com eles. Quem está mais equipada pode e deve auxiliar as que se sentem mais vulneráveis e sem coragem.
Mas daqui pra frente quero trabalhar apenas com conteúdo edificante. Fazer por fazer não me interessa. Pegando carona nessa pergunta, também se debate muito o papel da mulher na sociedade atual – como enxergas os movimentos de luta feminina? É um renascimento essa onda de agora. Necessário, porque a humanidade sempre foi injusta com as mulheres. Se há uma escravidão que persiste é a da mulher. Mas há excessos e injustiças também, gente se utilizando do movimento pra picuinha com namorado. Feminismo é assunto sério demais pra virar instrumento de vingança.
No papel de Dona Beija você foi protagonista de ineditismos para a época – quão desafiador foi o papel, no sentido da exposição do nu? Lembro que, à época, as pessoas ficaram um tanto escandalizadas, mas a audiência do folhetim foi um absurdo. Houve muito poucas cenas de nu e estavam inseridas na história de forma não forçada. As pessoas não se escandalizaram, achavam bonito. Não foi feito de forma abusiva e apelativa. Era inédito e poderia dar errado. Mas deu certo porque tudo em torno daquela história foi bem contado. Alcançamos 42 pontos no Ibope, numa época em que o espectador tinha que levantar da poltrona pra trocar de canal. Vencemos o hábito. Nunca havia acontecido aquilo antes, foi um fenômeno alcançado pela qualidade do produto. Além da TV e do Teatro, você se revelou uma escritora sensível, articulada. O que te inspira na escrita? Quais são os teus livros de cabeceira/autores favoritos? Acabo de ler ”A filha perdida”, de Elena Ferrante. É um livro estranho, mas de uma coragem impressionante. Uma mãe que admite sentimentos que nunca vi serem sequer verbalizados ou narrados por escrito. Maravilhoso, recomendo. Há algum tempo você não faz TV aberta - tem planos para retornar? Ampliando a pergunta, quais são seus planos - para além de ser uma das avós mais bonitas do Brasil? Tenho três projetos de TV diferentes em circulação pelas tvs a cabo. Uma hora sai algum. Penso também em levar para o Teatro as três peças que escrevi, para serem mostradas em repertório, juntas, numa turnê pelo Brasil. Falta dinheiro, como nos projetos de TV. No Instagram tenho as “Mulheres de fibra“, em que conto a história resumida de »»»
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Fiz o melhor que pude. Se soubesse o que sei hoje teria feito diferente, mas esse é um pensamento que não leva a lugar algum. De qualquer forma, há muito pela frente pra fazer com o que aprendi errando. Salve os erros! São eles que nos tornam melhores.
grandes mulheres inspiradoras. Também soltei #mulherdefibra em Podcast. Já falei de 145 mulheres em videozinhos de 2 a 3 minutos. Isso dá muito trabalho, porque faço todas as etapas praticamente sozinha. Pode também virar algo pra tv se alguém se interessar. Tudo isso é trabalho - e bastante - só não dá dinheiro. Mas daqui pra frente quero trabalhar apenas com conteúdo edificante. Fazer por fazer não me interessa. Você tem um podcast, blog e está trabalhando num documentário com o Bob Wolfenson sobre sua segunda Playboy - podes me contar um pouco mais sobre a tônica do documentário? E quais foram tuas motivações para esses novos produtos digitais? Aliás, como é sua relação com a tecnologia, redes sociais?
Fizemos um ensaio emblemático, diferente de tudo. Podia ter sido publicado em revistas de arte. O revolucionário foi justamente mostrá-lo na Playboy. Aquilo mobilizou toda gente que participou das fotos que eram quase fotojornalismo. Nada era armado. As pessoas, que estão nas fotos comigo, estavam realmente por ali, vivendo suas vidas, com aquelas roupas. Nós queremos revisitá-las ou aos seus netos e parentes. Além de tudo que contei acima, abri um Canal no YouTube, em que dou dicas e ensino como ter uma vida mais saudável, menos tóxica pra si próprio e para o meio ambiente, mais barata, fazendo menos lixo. Tudo fácil e possível, pra facilitar e não complicar mais ainda. Mostro tudo o que pratico no meu dia a dia e que me deixa forte e tranquila com minha forma de estar nesse mundo entulhado de gente e de lixo. Por fim, ao olhar em retrospecto para sua carreira, você avalia que houve mais acertos do que erros? Se pudesse voltar no tempo e corrigir algo, o que seria? Fiz o melhor que pude. Se soubesse o que sei hoje teria feito diferente, mas esse é um pensamento que não leva a lugar algum. De qualquer forma, há muito pela frente pra fazer com o que aprendi errando. Salve os erros! São eles que nos tornam melhores.
O canal de Maitê Proença no YouTube.
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Projeto: Fรกbio Ayoub @arqfabioayoub
galeria
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Rodrigo Cabral
Divulgação
Arte em 3D
O designer e artista plástico Hermes Santos tem atraído olhares do mundo para suas esculturas criadas em um universo high tech, que utiliza computadores de última geração, robôs articulados, impressoras 3D e diversos softwares universais para a criação robótica.
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esde sempre, a arte flerta com a tecnologia. A pintura rupestre marcou as paredes das cavernas e a história do mundo em uma revolução na forma de comunicar e contar histórias. E, assim, a relação entre o homem e a arte veio sendo esculpida pela criatividade, apoiada pelo aparato tecnológico disponível: pinturas em tela, fotografia, cinema. No final do século XX, a produção artística conectou-se com as inúmeras possibilidades trazidas pelo processo de digitalização e ampliou as formas de enxergar e materializar essas visões o mundo. Nativas da Era Digital, as esculturas criadas pelo designer a artista plástico Hermes Santos misturam tecnologias para extrair cores, formas e texturas a partir da impressão 3D, processo em que objetos são criados pela adição de materiais em camadas. O resultado é uma arte high tech, que usa técnicas da robótica para transformar a genialidade do artista em peças físicas que têm instigado apreciadores pelo Brasil e pelo mundo. Natural de São Paulo, mas com alma cosmopolita, Hermes é autodidata e sua arte é meio que uma evolução de sua
atividade profissional. Em paralelo à criação artística, ele é empresário do ramo de caminhões de transporte, atuando diretamente na criação de peças para esses veículos. “Ao adquirir maquinários importados para a fabricação dos materiais automotivos, percebi que ali também existia uma excelente oportunidade para criar peças decorativas e esculturas. E foi assim que surgiu a minha paixão pela arte”, conta. Antes de ter contato com a impressão 3D, o empresário já produzia esculturas e pinturas como hobby, sem nunca ter exposto. Porém, quando decidiu incluir a robótica e utilizar as impressoras 3D no processo criativo, o que era uma terapia ganhou outra dimensão. “Isso fez parte de uma construção do meu viés artístico. Unindo a área profissional com visitas e pesquisas em feiras internacionais, eu acabei me deparando com tecnologias que me proporcionaram uma outra forma de pensar e criar. Meu processo criativo é norteado por possibilidades High Tech que interagem com computadores de última geração, robôs articulados, impressoras 3D e diversos softwares universais para a criação robótica”, destaca. »»»
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Diante dessas múltiplas possibilidades, Hermes passou a produzir esculturas e mobiliário com personalidade e linguagens singulares. “Minha fonte inspiradora é o mundo e suas peculiaridades. Viajo pelo planeta, visito museus, aquários, exposições, feiras nacionais e internacionais e faço muitas pesquisas. Destas experiências, eu guardo na lembrança os lados inusitados e subliminares e, assim, nascem as obras. Atualmente trabalho com vidro de Murano, importado da Alemanha e Estados Unidos”, descreve o artista.
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Em um processo que pode levar meses, entre a imaginação, o desenho do projeto, a inserção em computadores, a concretização com impressoras 3D e o acabamento final, tudo acontece em um exuberante parque tecnológico que foi transformado em um peculiar atelier, em Alphaville, na cidade de São Paulo. O espaço é considerado um dos maiores parques tecnológicos do mundo da manufatura aditiva e impressão 3D. “Aqui, eu tenho elementos e uma atmosfera perfeita para conceber a união entre modernidade, arte e estética”, pontua.
Das profundezas da alma marinha Em 2017, Hermes Santos surpreendeu o público do AquaRio (Aquário Marinho do Rio de Janeiro) com a exposição “Seres Marinhos”. A mostra era composta por 20 peças que retratavam a diversidade da vida existente no fundo do mar. Entre as espécies recriadas pelo artista, havia cavalos-marinhos, lagostas gigantes e águas-vivas. Estas últimas ainda contavam com um efeito especial: cores vibrantes eram projetadas de seus tentáculos, proporcionando um belo espetáculo visual. As esculturas foram desenvolvidas a partir de resina à base d’água e técnica de impressão em 3D. “O fundo do mar sempre me fascinou e serviu de inspiração. A atmosfera do AquaRio criou um cenário em que as minhas obras e os animais marinhos se completaram, gerando um diálogo harmônico que encantou as pessoas que visitaram o espaço”, evidenciou o artista. Uma das peças de destaque da exposição foi “Turtle”, uma tartaruga gigante de 1,5 metro de altura e mais de 40 quilos, criada em aço inoxidável reciclado Outra mostra que Hermes Santos considera emblemática para sua carreira foi a exposição “Vertical”, realizada no Instituto Europeo di Design, em São Paulo, também em 2017. As peças convidavam o público a viajar pelo tempo e espaço em três universos: o celestial, o terrestre e o marinho, tendo como fio condutor a produção e a evolução artística através dos tempos, unindo tecnologia, arte e design. A exclusividade das suas obras também já compôs o cenário do carnaval carioca. A exposição Vertical foi uma das atrações culturais do Camarote Exxperience 2018 e ficou aberta a visitação até o desfile das escolas campeãs, na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. »»»
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Site do artista: www.hermessantos.com.br
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Serengeti Hermes se prepara para divulgar sua mais nova criação, a escultura “Serengeti”, que será exposta no Espacio Uruguay, que fica dentro do Banco de La Republica de Uruguay, em São Paulo. A peça, que tem as dimensões de 15 x 15 x 65cm, será apresentada ao público pela primeira vez. “Serengeti foi inspirada nas savanas, como uma de suas magníficas árvores, perdida sozinha no meio daquele ecossistema. A escultura foi produzida utilizando vários processos como impressão 3D, modelamento em clay, escâner 3D, fundição pelo processo de cera perdida e, também, murano com a técnica de framework”, explica. O artista está imerso em muitas encomendas de esculturas exclusivas e, em paralelo segue criando. “Neste momento, estou estudando e produzindo peças, incluindo o Murano, e tenho utilizado duas técnicas: o GlassCasting e Lampwork”. Hermes tem suas obras expostas em seu site pessoal, por onde também recebe pedidos.
Leila Loureiro advogada, professora universitária e escritora @leilaloureiro
LEI DE CAUSA & AFETO Caio nunca respeitou suas companheiras. Apesar de amá-las, é sempre infiel, agressivo, mitômano. É um executivo de sucesso, mas gasta todo o seu dinheiro em apostas. Tem sempre azar, no jogo e no amor. Ele passou sua infância servindo de álibi para seu pai, que o levava para assistir a corridas de cavalos, deixando-o por lá, enquanto fugia para o motel mais próximo, onde passava a tarde com amantes. Lia tem personalidade forte. Seu ex-namorado Carlos pediu que ela lhe servisse um prato no almoço de domingo, na casa dos seus pais. Ao que imediatamente ela respondeu:
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“Você não tem braços? Sirva-se sozinho!”. Ela se orgulha de ser esperta. Ninguém a faz de besta. Troca de namorado a cada semestre, pois nela ninguém manda. No entanto, sente uma angústia no peito que não sabe explicar. Em sua infância, Lia cresceu vendo seu pai oprimir sua mãe, sempre muito submissa. Quando tinha oito anos, foi proibida de ir na festa de uma coleguinha porque seu pai não deixou sua mãe sair com “aquela roupa”. Então Lia pensou: “quando eu crescer e namorar, eu quero ser meu pai. É mais legal e dói menos”. Como uma lei universal, o círcu-
lo vicioso dos complexos parentais contamina gerações e gerações. Heranças inconscientes. Dores inexplicadas pelo corpo e pela alma. Para cada efeito, uma causa. E enquanto esta não for revelada, não há cura, não há calma. E o baile segue. Maria é agressiva, seu pai a violentou. Pedro morre de medo, sua mãe o abandonou. O antídoto? Não tem mistério. Helena ama tranquilo, um monge a adotou. Matheus é um cara leve, seu avô lhe deu muito amor. A equação é matemática, no quadro negro da vida, no fundo falso da alma, lugar secreto. Eis a Lei da Causa e Afeto.
gourmet
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Lorena Filgueiras
Dudu Maroja
Filho da selva Saulo Jennings trabalhou por quase uma década no mercado de varejo de uma indústria alimentícia e um dia mudou radicalmente de vida. Nascido em Santarém, ele decidiu voltar para a beira do rio onde nasceu e, em meio à floresta, ergueu uma casa. Com as receitas aprendidas com o pai, reescreveu sua própria história.
“A
vida era muito estressante”, conta o chef Saulo Jennings, sobre sua rotina no concorrido setor da indústria alimentícia, segmento com o qual trabalhou por uma década. Um dia, em 2007, ele decidiu largar tudo e voltar pra casa, em Santarém. Apaixonou-se por uma pequena comunidade e ali, quis fazer sua nova morada. “Quando voltei para Santarém, a primeira coisa que fiz foi me tornar um membro da comunidade São Francisco de Carapanari. Fui pedir para morar lá e fui aceito. Hoje sou membro da comunidade, com muito orgulho”, declara. Desempregado, mas muito feliz com as novas escolhas, Saulo decidiu cozinhar. Já era um hobby conhecido por amigos e familiares. “A ideia do restaurante surgiu porque estava sem emprego. Tive muito apoio da minha família e de Deus. Coloquei 5 mesas na varanda, totalizando 20 lugares e transformei a minha cozinha na cozinha do restaurante, com o auxílio de um fogão de duas bocas, que foi presente do meu pai. Além disso, ele co-
locou um bico de energia na varanda, porque não havia”, relembra. E o nome? “Casa do Saulo, até porque era onde eu morava – e moro até hoje!”, diverte-se. O menu era simples, limitado. Nosso entrevistado aprendeu com o pai, Fabiano, a cozinhar. E foram essas as receitas que fizeram (e fazem até hoje) a fama do lugar. Em pouco tempo, o fogão de duas bocas e o “bico” de energia na varanda tiveram de ser repensados. Localizado a aproximadamente 30 quilômetros de Alter do Chão, o restaurante começou a chamar atenção. E o público só crescia, comprovando a decisão acertada. Falar dos pais, emociona Saulo. Durante a entrevista, quando os mencionou, a voz quase falhou. Ele fez um esforço enorme, notado por mim. “Ele tinha que o alimento é o mais importante da partilha e eu trouxe isso pro meu restaurante: a partilha do momento, da mesa, do bom papo, da boa música e a partilha do amor. Todos esses valores, eu trouxe para o restaurante, tanto que tenho mesas comunais, de partilha no meu restaurante”. »»» 69
Projetos Sociais Saulo não somente tornou-se membro ativo da comunidade de São Francisco do Carapanari, como quis devolver um pouco para aquelas pessoas – hoje, além de vizinhos, seus amigos. Ele não fica muito à vontade para falar. “Não costumo falar muito, nem divulgar. Fui pedir para morar lá e fui aceito. Em troca, dividi conhecimento e me envolvi diretamente com tudo. E, ao longo dos 14 anos que moro lá, tem sido assim. O maior desafio da comunidade era mostrar que eles existiam”, diz. O primeiro passo foi garantir personalidade (e existência) jurídica para a comunidade. “Transformamos em associação, com CNPJ e estatuto interno”. Daí, em diante, fazendo valer a máxima de que ‘juntos, todos são mais fortes’, o trabalho foi sistematizado e Saulo organizou cursos, trouxe ainda mais conhecimento para os amigos. “Ninguém pediu nada – tudo que tem lá foi fruto do trabalho coletivo. Lá não tinha escola e hoje tem, atendendo a 75 crianças, além de muitas outras conquistas. Eu ganhei muito em conviver com eles. Ouço muito ‘o senhor faz parte da minha infância’, já que muitos adultos eram meninos e meninas quando cheguei lá”, declara. Aliás, ele revela que 95% dos funcionários da Casa de Saulo, em Santarém, são oriundos da própria comunidade. Missão de chef “Transformar!”, ele responde enfaticamente. “Chef não cria nada, chef transforma”, define, convicto. “Quem cria é quem cultiva, pesca, maneja. Eu sou um transformador do alimento. Quando se fala em chef de cozinha, muita gente pensa – erroneamente – que ele é a figura principal, a estrela do restaurante. E ele não é. Existe uma cadeia produtiva enorme e eles [os produtores] são as verdadeiras estrelas. Toda vez que recebo a visita de um chef de cozinha, o meu maior dever é levá-lo para conhecer os sujeitos principais. Politicamente falando, a missão do chef é dar voz a todas essas pessoas: cobrar, lutar, criticar”. De tão apaixonado e defensor ferrenho das coisas da terra, Saulo ajudou a criar o “Cozinha Tapajós”. “É uma ação que valoriza tudo que é nosso, por meio do alimento, promovendo geração de emprego e sustentabilidade. Isso é política pública, de inclusão e nivelamento”, defende.
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A decoração foi toda feita por artesãs trançadeiras do Arapiuns.
A chegada a Belém A entrevista com Saulo rolou em seu novíssimo restaurante, homônimo do que existe em Santarém e confortavelmente instalado na Casa das Onze Janelas, na Cidade Velha, em Belém. Para quem não lembra, o local esteve envolto em muitas polêmicas, desde que fora desocupado para dar lugar a um centro de gastronomia – coisa que nunca ocorreu. Saulo, entretanto, decidiu ocupar o lugar. “Por que decidiste abraçá-lo?”, pergunto. “Porque nenhum outro paraense queria. Na época em que abriu a licitação, liguei para todos os meus pares paraenses, empresários e cozinheiros daqui e não havia interesse em ocupar. Depois liguei novamente perguntando se eu podia entrar na licitação. E eles me autorizaram. Só aí me senti à vontade, fui muito bem recebido”, explica. Se ele teve receio do julgamento público? “Sim! Mas não me perdoaria se esse local fosse ocupado por alguém que não é daqui”. Sob a luz âmbar, nas paredes e nas próprias luminárias, destacam-se inúmeras peças artesanais, produzidas pelas trançadeiras do rio Arapiuns. Belíssimas mesas enormes entendem-se ao longo do centro do salão. São as mesas de partilha, às quais ele fez referência no começo de nossa conversa. O objetivo do chef é estimular que desconhecidos dividam a mesa, que se permitam comungar desse deleite. “As pessoas ainda estão se habituando ao conceito”. Da cozinha, o perfume de pescados é recorrente. E ele relembra o pai. “A coisa mais preciosa que meu pai me transmitiu foi nunca, jamais deixar nenhum ingrediente se sobrepor à proteína que você quer mostrar. O simples é muito mais gostoso. Chique é a comida raiz, autêntica. O alimento tem de chegar à mesa com calor humano e contando a história da região de onde ele se origina”, afirma. Amazônia em pé “E qual conselho darias às dezenas de chefs de cozinha que se formam todos os anos?”, provoco. “O conselho aos chefs mais novos: chef é status. Todos são cozinheiros. Respeite o alimento. Respeite quem produziu aquele alimento. Eu participo de um movimento de agricultura familiar orgânica sustentável. Acredito que a Amazônia é muito frágil. Ela tem muito mais valor em pé. Nós, como povo amazônico, temos de lutar por isso e parar de ser ludibriados. Não existe o certo e o errado: existe diálogo”, declara. “Me fala um pouco da sua mãe, já que falou tanto de seu pai?”, digo. “Ah, Lorena, aí é golpe baixo. O nome dela é Selva, mulher forte. Mas aí não vou conseguir me segurar, não”, finaliza. »»»
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Receita Pirarucu Casa Do Saulo (receita serve duas pessoas) INGREDIENTES:
MODO DE PREPARO:
• 400 g de pirarucu grelhado
1. Bater o leite com a castanha no liquidificador.
• 100 g de castanhas do Pará frescas • 300 ml de leite • 50 ml de creme de leite • 2 dentes de Alho • 1 colher de café de cebola • 1 colher de chá de amido de milho • 50 ml de azeite • ¼ de limão • Sal a gosto • 1 banana comprida cortada em rodela e frita • 6 camarões rosa • 1 colher de sopa de castanhas do Pará torrada em lascas • 1 colher de sopa de cebolinha
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2. Fazer uma pasta de alho com alho, cebola e 20 ml de azeite 3. Refogar uma parte da pasta em um pouco de azeite e antes de dourar, colocar o leite com castanha. Deixar reduzir um pouco. 4. Enquanto isso, passar o peixe em uma água com limão e temperar com sal e pasta de alho. Da mesma forma fazer com os camarões. 5. Grelhar o peixe e os camarões no azeite. Engrossar o molho e acrescentar o creme de leite. 6. Montar em uma travessa o peixe, o molho, as bananas, os camarões e finalizar com lâminas de castanha e cebolinha.
LANÇAMENTO
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Artes meramente ilustrativas que poderão ser alteradas sem prévio aviso, conforme exigências legais e de aprovação. Os materiais e os acabamentos integrantes estarão devidamente descritos nos documentos de formalização de compra e venda das unidades. Plantas e perspectivas ilustrativas com sugestões de decoração. Medidas internas de face a face das paredes. Os móveis, assim como alguns materiais de acabamento representados nas plantas, não fazem parte do contrato. Memorial de incorporação registrado no Cartório de imóveis 1º oficio – Comarca Belém – R.4/69.603, em 31/03/2020
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Ângela Sicilia chef de cozinha @angelasicilia
EXÓTICO?!? AQUI NÃO! Volta e meia ouço, com alguma surpresa, a mídia se referir às coisas do Pará com o adjetivo “exóticas”. Aí me dá um certo tilt, confesso. Exótico, por definição, é algo que não “é originário do país em que ocorre; que não é nativo ou indígena”... ou seja: nada da nossa gastronomia é exótica. Concordo que se diga que é diferente, estranho... afinal, neste Brasilzão são pelo menos 6 grandes biomas diferentes; uma população miscigenada e muitas - incontáveis - influências dos colonizadores e/ou povos que migraram para nosso país, em busca de oportunidades melhores. Ai, observo com alguma sur-
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presa, as pessoas dizerem que o tucupi é exótico... mas tudo bem considerar bacalhau normal, né? Nada contra! Eu mesma gosto de bacalhau, mas não posso concordar com o nariz torcido para aquilo que há de mais genuíno em todo esse território: a ancestralidade indígena. É bonito demais ver as pessoas descobrirem um Brasil que não sabiam existir: tucupi, jambu, farinha... tapioca, beiju, pupunha. Que tacacá a gente toma na cuia, que pupunha é vendida nas esquinas e maniçoba não é “tipo uma feijoada”, até porque maniçoba é mais antiga que a feijoada. Exótico é a gente consumir o que não é daqui (nada contra, que fique
bem claro, mas estamos discutindo o que é da terra), logo, mais caro, menos democrático e pouco engrandecedor ao fortalecimentos dos pequenos produtores. Eu sugiro fortemente que todos possam conhecer o Brasil e se encantar com a pluralidade que habita este país, mas que possamos discutir a origem das coisas com pés no chão. Estive recentemente na Thailandia. Que país incrível! Adoram pimenta, comida de rua... falam muito, amam comer! E o que dizer dos espetinhos com escorpiões, grilos e aranhas? Exótico, não? Só se for pra mim, porque pra eles, é muito, muito natural!
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destino
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Carolina Menezes
O de
Dudu Maroja/Divulgação
Japão tem
tudo, até as
Olimpíadas!
Previstas inicialmente para ocorrer entre julho e agosto deste ano, as Olimpíadas – agora 2021 – foram adiadas para o próximo ano, em razão da pandemia do novo Coronavírus, que colocou o planeta de ponta cabeça. Depois de quase 60 anos, Tóquio, a high-tech capital japonesa das luzes, volta a sediar os Jogos Olímpicos de Verão, marcados para ocorrer entre julho e agosto do ano que vem.
Q
uem já teve a oportunidade de passar alguns dias, ou mesmo morar na terra do sol nascente, alerta que, por se tratar de uma cultura – geográfica, imaterial, culinária, paisagística, entre tantos outros inúmeros atributos – insanamente rica, é preciso cuidado e alguma organização no sentido de otimizar, ao máximo, o período de estadia. Ao mesmo tempo, é altamente recomendável dar uma desligadinha de vez em quando e deixar o próprio visual das cidades guiar o passeio, com ajuda do GPS do celular, claro, de modo a garantir alguns momentos extraordinários, daqueles que nenhum cronograma turístico pode programar. A LiV* ouviu histórias de três visitantes recentes do país, que por lá estiveram pelos mais diferentes motivos. Dentre diversos relatos que enchem os olhos só de ouvir, em comum, elas oferecem um ponto digno de empolgar qualquer turista: zero experiências negativas durante a jornada e um enorme desejo de terem passado mais tempo explorando uma terra de possibilidades infinitas. »»» 79
Para estudar melhor o idioma que leciona há quatro anos, a estudante de Estatística da Universidade Federal do Pará (UFPA) Ayumi Daomi, 21, passou um ano morando em Higashikurume, bem próximo ao distrito comercial Ikebukuro, ambas em Tóquio, entre 2018 e 2019. Por se tratar de um intercâmbio, ela não precisou se preocupar com o trâmite documental, que ficou por conta da faculdade onde estudou. E confirma que o único arrependimento, se é que assim se pode chamar, que trouxe consigo na bagagem foi não poder ficar mais tempo. “É sensacional, incrível. Todo lugar que se vai, independente do horário, é movimentado, povoado, com acessibilidade muito boa ainda que só falando inglês”, recorda ela, que nasceu no Japão e chegou a morar alguns anos no país com os pais, até a mudança definitiva para Belém. Na experiência de 23 dias que teve por lá durante o outono de 2017, o visual designer Marcello Sarmento optou pelo apoio de uma assessoria especializada oferecida por um brasileiro que mora no país (a gente dá as dicas no final da matéria) - e a possibilidade de passar algum perrengue por não dominar o idioma principal foi de-
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cisiva nesse momento. “[a assessoria] Me ajudou desde a criação do melhor roteiro, em acordo com o orçamento que tinha disponível, tanto em situações do dia a dia - inclusive me salvando de uma roubada em que gastaria o triplo em um ingresso para um evento por não saber naquela época como converter a moeda, e nem ter uma real noção de custos”, relata ele, que admite falar pouco japonês. Se já houver alguma intimidade com o lugar, o indicado é mesmo se deixar levar pela experiência nova e única que cada esquina proporciona. “Talvez essas experiências, com assessoria, não sejam possíveis de vivenciar, de fato”, indica a estudante Yuki Kawai, 21, que cresceu no Japão e é fluente no idioma. Conhecendo bem ou não, as sinalizações que estão em todos os locais e a internet são dois aliados indispensáveis, independente do destino. Planejar ou ‘só vamo!’? O Japão é mesmo um país que faz questão de receber bem os seus visitantes, em especial, os ocidentais. Tendo um bom inglês, é possível desfrutar de vários tipos de programação, seja no centro de Tóquio ou distritos
próximos, seja mais para o interior. Mas é preciso dispor de uma quantia razoável. “Por exemplo, se você fez as contas e chegou à conclusão de que precisa de ‘x’ para a viagem completa, leve ‘2x’. Hospedagem e transporte lá não são baratos, não dá para depender 100% do cartão de crédito, porque não é todo lugar que aceita, e parcelamento não é uma prática. Também por isso, fazer amizades durante a viagem é fundamental!”, aconselha Ayumi. Na hora de escolher entre esses dois extremos, é sempre bom levar em consideração o próprio perfil do viajante. “Se é alguém que já possui experiência em planejar suas próprias viagens, não vai encontrar muita dificuldade em traçar um roteiro, escolher atrações e locais para visitar”, sugere Marcello, sempre lembrando que a dificuldade com o idioma pode não ajudar muito nesse processo. Yuki é assertiva: não havendo segurança, vá de assessoria especializada. Se isso não for um problema, é pesquisar bastante sobre o Japão, ver relatos na internet, e só ir. “Não é nenhum bicho de sete cabeças, tudo é sinalizado em inglês e ainda há aplicativos (apps), também em inglês, que ajudam a andar por lá”, confirma.
Muito além do sushi e do sashimi! A intensa imigração acabou fazendo do Japão um lugar incrível para se comer de tudo. Além da culinária tradicional, tem muita força na mesa a influência indiana e tailandesa. “Há muitos restaurantes excelentes e deliciosos”, adianta Ayumi. Por outro lado, pode não ser a melhor experiência buscar algo voltado aos costumes europeus. Ela, pessoalmente, é fã dos restaurantes brasileiros que há por lá. “A picanha que você come lá é impecável!”, garante. No quesito bebidas alcoólicas, um paladar autenticamente canarinho deve estranhar a ausência de açúcar e o fato de as bebidas serem mais secas. A boa notícia para quem tem alguma dificuldade com comida é que são tantas as opções que fica difícil não comer bem. Seja em um konbini (lojas de conveniência), restaurantes ou mesmo em lanchonetes fast-food, como a rede local chamada Moz Burger. Com a ajuda da assessoria, Marcello experimentou ramen (ou lámen) pela primeira vez na vida. “O melhor que comi e jamais pagaria tão barato em um prato de um restaurante premiado com a estrela Michelin”, lembra. Para quem quer mesmo conhecer a prata da casa, ele indica um passeio na região do mercado de peixes de Tsukiji para a certeza de encontrar vários restaurantes com uma variedade de pratos, peixes e frutos do mar a preços que variam de bem acessíveis aos mais caros, em ambientes mais famosos e refinados. Conhecer e praticar a cultura é pré-requisito A educação dos moradores e trabalhadores surpreende. Não se assuste se, na estação de metrô, ao perguntar sobre direções, um guarda oferecer para lhe levar até o local de destino, à pé mesmo. Muito menos com a liberdade que os vendedores dão em lojas para o passeio à vontade, sem qualquer importunação ou ficar perguntando se você deseja algo. No entanto, eles não abrem mão de que todos, turistas inclusive, repitam os rituais considerados essenciais do dia a dia. “Não é só visitar e comer; tem que fazer o cumprimento certo nos templos, assim como também falar os cumprimentos na hora do início e do fim da refeição, ao entrar ou sair de um lugar. Se você for encontrar com um amigo no Japão, você tem que levar uma lembrança a ele, tudo isso é a prática da cultura deles e é imprescindível saber sobre isso para a viagem”, orienta Ayumi. »»»
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O dia a dia é uma caixinha de surpresas Marcello Sarmento confessa não se lembrar de qualquer experiência desagradável durante a estadia - mesmo tendo sido recepcionado por uma chuva daquelas que só paraense leva consigo na mochila quando viaja. Porém, nada que sapatos impermeáveis não resolvessem. Em Tóquio, ele diz ter se apaixonado pelo Santuário Meiji, no Parque Yoyogi, que por sua vez é belíssimo e um oásis de tranquilidade no meio de Shibuya, uma das áreas (se não a) mais pulsantes da cidade. Na saída da estação fica a Takeshita Dori, em Shinjuku, rua conhecida por ser o local da vanguarda da moda, além de reunir vários jovens. Aos que não têm medo de altura, uma visita à Tokyo Sky Tree garante uma visão panorâmica da cidade em 360 graus e, em dias claros e sem nuvens, é possível ver o Monte Fuji no horizonte. “Quando for viajar de uma cidade para outra, por exemplo, de Tóquio para Hiroshima, pode-se pegar um voo em uma empresa low-cost, mas quando se tem a chance de viajar no charme do Shinkansen, o trem-bala, não se deve desperdiçar”, recomenda. Os destinos usuais como Tóquio, Kyoto, Nara e Osaka são imperdíveis, mas é válido conversar com um guia e procurar outros lugares, os chamados off beaten path. Os aficionados em tecnologia e cultura pop japonesa devem dar um pulo em Akihabara com suas inúmeras lojas de eletrônicos, action figures e mangás. Outro ponto imperdível é passar um fim-de-semana hospedado em um ryokan, um tipo de hospedaria típica e bem tradicional da cultura japonesa. Se não conseguir, pelo menos ir a um onsen, que são banhos de águas termais
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em piscinas ao ar livre e compartilhadas, onde todos entram nus - geralmente separadas em piscina masculina e feminina, embora algumas sejam mistas. É preciso informar com antecedência sobre a existência de tatuagens, pois há aquelas que não aceitam. “Em todo caso, se eu puder dar uma recomendação é: pegue seu smartphone, ligue o Google Maps, carregue seu cartão do metrô, seja o Suica ou o Pasmo, e rode a esmo pela cidade, ande pelas pequenas vielas pois são nesses locais que você pode acabar encontrando as melhores experiências”, desafia Marcello. Sozinho e/ou acompanhado Dá para ir com a família, mas também dá para ir sozinho guiado unicamente pelo espírito da aventura. No pouco mais de um ano da Ayumi no Japão, ela perdeu a conta de quantas vezes saiu sozinha, e aproveitou pra caramba. Para ela, Tóquio é cidade de solteiros, e se houver amigos por lá ou nas cidades próximas que possam, de repente, dar um apoio na hospedagem, melhor ainda. “Acho que em qualquer caso a programação necessária é mesmo a financeira, ainda mais se o objetivo for explorar outras localidades por perto”, avalia. Por se tratar de um país, embora extremamente populoso, muito preparado em termos de infra e logística para receber, os hotéis, empresas e o sistema de transporte estão aptos a receber quem vai só e quem vai em família. “Como fui sozinho, a minha experiência foi completamente diferente, e me permitiu situações ótimas para isolamento e reflexão, bem como trouxe também momentos de saudade da família e querer estar compartilhando aquele sonho com eles”, explica Marcello.
O serviço citado pelo visual designer Marcello Sarmento na reportagem é o Tabiji (www.tabiji.co), de propriedade do brasileiro Roberto Maxwell (https://www.instagram. com/robertomaxwell/
Para quem quer ver os jogos olímpicos É melhor se programar, porque os jogos foram transferidos para 2021. Informações detalhadas com horários, locais e modalidades, estão disponíveis no site oficial do evento: https://tokyo2020.org
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Amor
Lorena Filgueiras
Dudu Maroja
é o melhor tratamento! Outubro chega com um lembrete em uma cor: é mês de conscientização e prevenção ao câncer de mama. O mês, cujo rosa é símbolo, visa esclarecer cada vez mais sobre a necessidade de uma vida equilibrada, bem como de exames frequentes, já que a doença afeta, todos os anos, milhares de mulheres (e homens também). Os médicos oncologistas Paula Sampaio e Fábio Botelho conversaram conosco sobre quão importante é ter hábitos saudáveis e realizar, periodicamente, os checkups. Nossos entrevistados são dois dos nomes mais importantes da Medicina preventiva e oncológica, que compartilham as novidades na área e, em clima otimista, afirmam que o acolhimento faz toda a diferença para quem luta contra a doença.
E
m 2013, quando a atriz Angelina Jolie anunciou que havia retirado as duas mamas, como medida preventiva ao câncer de mama, o assunto dominou os trending topics, jornais, noticiários. À época, com 37 anos, e seis filhos, Jolie explicou, publicamente, as razões que a levaram à uma atitude, por muitos, considerada radical. Mas precisamos voltar um pouco no tempo para compreender sua decisão: a mãe de Angelina, Marcheline Bertrand, lutou contra a doença, em estágio agressivo, por uma década. Ao realizar um exame, até então muito restrito, constatou-se que a atriz tinha um gene falho, o BRCA1, e, por causa dele, tinha 87% de chances de desenvolver um câncer de mama e 50% de ter câncer de ovário. Ela não pensou duas vezes e decidiu por uma mastectomia total e bilateral. “Decidi, pelos meus filhos, ser proativa e reduzir o risco o máximo que eu podia”, afirmou a atriz. Talvez Angelina não imaginasse; talvez a maioria das pessoas ainda não saiba, mas foi justamente em função de sua corajosa atitude, que o teste que mapeia esses genes começou a se popularizar. “O gesto dela teve um impacto muito positivo, porque os custos do exame caíram e ele passou a ficar mais disponível a uma parcela crescente de indivíduos”, afirma a médica oncologista Paula Sampaio.
Aliás, é preciso que se diga que nos últimos anos, a área da Medicina Oncológica experimentou inúmeras revoluções e, hoje, seguramente se tem uma outra visão da doença – a começar pela necessidade de se respeitar as singularidades de cada indivíduo, buscando tratamento personalizado. “Há alguns anos e até bem recentemente, o diagnóstico de câncer era considerado uma sentença de morte”, diz a médica. “Hoje, assusta menos, porque há uma maior humanização e tratamentos de ponta”, complementa. Há muito a ser comemorado quando o assunto é o avanço nas pesquisas, mas ainda há uma parcela de mulheres que não têm acesso sequer ao diagnóstico. Também por essa razão é que o mês de outubro foi eleito como o período para conscientização à prevenção do câncer de mama, uma vez que é a neoplasia mais comum entre as mulheres, no mundo todo. “É o tumor mais comum entre as brasileiras. Essa estatística é predominante nas regiões Sul e Sudeste. Na região Norte, o câncer de mama empata com o de colo uterino em número de casos”, explica o mastologista oncológico Fábio Botelho, sócio de Paula Sampaio. Juntos, eles conduzem o Centro de Tratamento Oncológico, o CTO, com unidades em Belém e Castanhal. »»»
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Por ser uma preocupação crescente, a médica Paula Sampaio explica que a pandemia, que ainda assola o planeta, represou uma enorme demanda. “São esperados, para 2020, cerca de 60 mil casos de câncer de mama no Brasil, com cerca de 17 mil mortes. Ou seja, além de ser uma neoplasia extremamente frequente e incidente no mundo inteiro, tem uma mortalidade alta relacionada. No Brasil, também é a principal causa de morte por tumor em mulheres”. “Então esse é o tamanho do problema que a gente tem para enfrentar, resolver”, complementa Fábio Botelho. Ele rememora que quando começou a exercer a Medicina em Belém, o número de casos de câncer uterino era três vezes maior do que o do câncer de mama. “O foco que a gente tem, quando projetamos mais para a frente, é que teremos cada vez menos câncer uterino, porque a etiologia [estudo das causas] é viral e, atualmente, com a vacinação, os números tendem a cair. Já em relação ao câncer de mama, a curva é ascendente. Não há nenhum fator, a médio ou longo prazo, que possa diminuir essa incidência, exceto a prevenção primária”, diz ele, em alusão aos cuidados relacionados à uma vida equilibrada e que podem reduzir em até 30% a incidência atual do câncer. Existem causas específicas do câncer de mama? Sim. A idade é um fator determinante. “Acreditamos que 4 a cada 5 mulheres diagnosticadas com câncer de mama, só vão atrás de um diagnóstico quando já passaram dos 50 anos. Ter mais idade, é um fator de risco. Ser mulher é fator de risco também inquestionável, uma vez que o câncer de mama também pode afetar aos homens, mas eles representam 1% dessa casuística. Além de muitos outros fatores relacionados ao ambiente. Hábitos de vida, como obesidade,
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sobrepeso, sedentarismo, exposição – em excesso – à bebidas alcoólicas; exposição à radiação ionizante. Essas são causas, provavelmente, modificáveis: fatores que podem ser modi-
ficados e cujos impactos são de 30% dessa incidência”, detalha a médica Paula Sampaio. Entretanto, há fatores que são não-modificáveis, como envelhecer, que não temos como dominar; o sexo [gênero], a história hormonal e gestacional das mulheres também tem uma grande influência, porque esse tumor sofre influência dos hormônios
femininos. “Quanto maior o tempo de exposição a esses hormônios, maior será a incidência: mulheres que começam a menstruar muito cedo, antes dos 12 anos; que entram na menopausa com mais de 55 anos; mulheres que nunca engravidaram; mulheres que têm a primeira gestação após os trinta anos; mulheres que fazem reposição hormonal (e que é prolongada para além de cinco anos) ou que usam contraceptivos. E não podemos desconsiderar o fator genético, que entra nessa equação. Pacientes que têm casos na família de câncer de mamas em homens, câncer de ovário, outros parentes consanguíneos que têm casos de tumores com menos de 50 anos de idade ou que sejam portadoras – sabidamente – de uma mutação genética, têm um risco elevado. A questão genética é importante, mas sabemos que, no máximo, 10% das neoplasias são herdadas. A maior parte dos fatores não é relacionada à hereditariedade”, conclui. E aí que mora também o perigo, porque muitas mulheres não fazem exames quando não há casos de câncer na família. Essa é uma preocupação recorrente e sobre a qual o médico Fábio Botelho sempre tenta esclarecer. “Em relação à hereditariedade, muitas pessoas se sentem protegidas por não terem casos de câncer de mama na família. A gente só consegue estimar entre 5 a 10% de casos com hereditariedade. O restante seria de casos esporádicos, como chamamos”. Tais casos são considerados mutações ao acaso. “São pessoas que desenvolveram câncer ao longo da vida, em função de uma mutação da célula, que foi adquirida e não herdada. Ela sofreu influência de agentes externos: álcool, alimentação, radiação... essas pacientes adquiriram uma mutação que chamamos de somática. Nem todas as células do corpo dela têm essa mutação – somente aquelas do tumor. É bem diferente da pacien-
te com uma mutação hereditária. Nessa pessoa, todas as células têm alteração genética. – por essa razão, inclusive, os exames são feitos na saliva, no sangue... então é mais para reforçar: não é porque não há casos na família, que devemos abdicar dos exames preventivos e da consulta com o especialista”, alerta. O contrário também é verdadeiro, como explica Paula Sampaio. “Ter conhecimento desta mutação hoje em dia é muito importante uma vez que podemos a partir deste conhecimento ter algumas abordagens distintas, para as mulheres de maior risco, que vão desde um rastreamento mais intensivo, iniciando em idade mais precoce, incluindo em alguns casos além da mamografia o rastreamento com Ressonância nuclear magnética, até a adoção de cirurgias redutoras de risco como mastectomias bilaterais ou retirada dos ovários após constituir prole”. Por isso, ressaltam ambos, o diagnóstico precoce faz toda a diferença no êxito do tratamento e também na saúde emocional da paciente, porque, longe de ser uma sentença de morte, o câncer é um chamado a se olhar com mais atenção, a rever hábitos e a conscientizar tantos outros indivíduos. O autoexame ajuda? “Ajuda a reconhecer o que é o normal para seu corpo e assim poder buscar ajuda quando perceber mudanças. Mas sabemos que o autoexame não reduz mortalidade por câncer de mama, pois ao palparmos um tumor ele provavelmente já possui um tamanho mínimo de 1 centímetro o que é um atraso na detecção precoce propiciada pela mamografia”, afirma a médica Paula Sampaio. “Hoje, observamos cada vez mais mulheres jovens com diagnóstico”, observa Fábio. Por isso, ambos reiteram que não se procrastine a visita ao consultório.
Recursos diferentes Com tantas peculiaridades, os tratamentos não podem ser padrão para todos. “A gente está descobrindo que a cada subtipo, há muitos outros subtipos. Daqui a alguns anos, o tratamento será totalmente personalizado. Identificaremos, em determinado tumor, características únicas. Existe um mundo de coisas vindo que mudará totalmente o tratamento do câncer de mama. Aliás, já mudou muito na última década!”, complementa o mastologista oncológico. Com tamanhas e distintas diferenças nos efeitos físicos e emocionais que cada tratamento impõe às pacientes, uma coisa é igual para todas: a importância do carinho e do acolhimento neste momento de suas vidas. “Embora não seja mais uma sentença de morte, o diagnóstico de câncer assusta, já que todos que amam a paciente buscam se envolver em todas as etapas do tratamento. Por tudo isso, é que humanizar o tratamento é um compromisso diário. No CTO, por exemplo, temos uma equipe multidisciplinar para cuidar de todos. O critério começa na seleção ainda: precisamos notar que aquele profissional é carinhoso, paciente, além de ser um profissional tecnicamente excelente. Sem estas características dificilmente o profissional estará na profissão correta”, revela Fábio Botelho. Há um psicólogo de plantão no salão de atendimento do Centro para dar apoio a todos que necessitarem de atendimento. “Muitos grupos de ajuda nasceram no CTO e eles desempenham um papel que não é mais coadjuvante: é principal! São estas mulheres, com suas experiências pessoais e suas sugestões fundamentais que nos ajudam com as que estão chegando para iniciar o tratamento contra o câncer”.
SERVIÇO: UNIDADE BELÉM:
Rua dos Mundurucus, 4402
UNIDADE CASTANHAL:
Tv. Primeiro de Maio, 1445
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E FEZ-SE A LUZ Se tivéssemos que fazer uma enquete para eleger as maiores invenções da humanidade não faltariam candidatos de peso: a roda, o domínio do fogo, a agricultura, a alavanca, a máquina a vapor, a vacina, o saneamento, o avião e até mais recentemente o computador ou a internet. Todos com uma imensa folha de serviços prestados e inúmeros outros que nem foram relacionados para não esgotar a paciência de quem vir a ler. No entanto, eu gostaria de citar dois que numa reflexão tardia em dias e quarentena eu alçaria ao topo: a linguagem e o conceito do divino. Numa analogia simplista olhemos para nossos pets: é possível identificarmos sinais básicos de comunicação num cachorro ou gato. Eles desenvolvem uma linguagem simplista conosco para pedir água, comida ou carinho. São símbolos que percebemos e reagimos e satisfazem o desejo de quem iniciou o contato cumprindo a missão de toda linguagem: fazer-se compreender. Imaginemos então nossos antepassados remotos emitindo grunhidos que se faziam entender pelos demais do grupo. Ao longo de milhões de anos a evolução tratou de refinar esses sons guturais para evoluir em sinais mais sofisticados que incorporavam muito mais do que o necessário para simples sobrevivência até chegar no topo máximo, a DR uma derivação dos
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estudos de Freud. Ou filosofar em alemão, como diria Caetano. E tem mais, não bastou definirmos sons para simbolizar milhões de objetos, estados ou sentimentos, criamos a comunicação escrita, um refinamento sem precedentes da capacidade de se expressar. É curioso perceber que os grupamentos humanos espalhados geograficamente e no tempo criaram símbolos próprios, únicos, sem ligação com outros grupos gerando essa Babel. Não havia internet nem redes sociais, o isolamento exigiu que a linguagem evoluísse circunscrita no tempo e espaço gerando uma miríade de línguas faladas e escritas ao redor do globo e dos séculos. Da mesma maneira o conceito de divino foi incorporado por cada agrupamento humano como necessidade de controlar os ímpetos e impedir a auto destruição. Não por acaso há teorias que sustentam que as primeiras cidades, que mudaram o destino do nômade coletor-caçador, ocorreram ao redor de símbolos religiosos, igrejas desse passado remoto há cerca de 12 mil anos. Independente de crenças, o código moral imposto pelas religiões foi um marco civilizatório necessário para evitar a barbárie. A simplicidade e amplitude de regras como os Dez Mandamentos foram capazes de controlar impulsos destrutivos que nos
Celso Eluan Lima empresário celsolima2210@gmail.com
trouxeram até hoje. Há um experimento simples e ilustrativo da importância da noção do divino exposta no livro Subliminar de Leonard Mlodinov. Psicólogos sociais testaram em salas de pré escola o controle das crianças através da presença de uma boneca que ficava sentada de frente pra elas e que estaria vigiando-as para que não maltratassem colegas e outros limites. A professora instruía sobre o que não podia ser feito e delegava a vigilância à boneca. As crianças sentiam-se vigiadas e protegidas por aquela princesa representada pela boneca, independente da presença da professora. Mais tarde retiraram a boneca e deixaram apenas a cadeira vazia com a professora informando que a boneca continuava lá, mesmo sem ser vista. O efeito observado foi o mesmo. Linguagem e religiosidade definem culturas e nações, são causa e consequência da formação de povos e identidades. Certamente criam problemas quando não há tolerância com o outro, mas seria o mesmo que culpar o avião por ser usado como arma de guerra. A tecnologia vem atuando para aproximar e traduzir instantaneamente linguagens para que todos se compreendam e ainda mantenham sua identidade. Seria ótimo também que pudéssemos entender e aceitar todas as religiões, sem querer impor nenhuma à outra. Assim como as línguas, todas são fundamentais. Amém.
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especial Torre Evidence
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Marza Mendonça
Dudu Maroja e Divulgação
Leal Moreira lança o Torre
Evidence
Avant Première marca o lançamento do Torre Evidence no estacionamento da Basílica. O empreendimento é o um marco na história da empresa que entrega ao mercado um novo jeito de viver. No dia 22 de setembro a Leal Moreira conectou Belém a um novo jeito de morar. Lançou o Torre Evidence, que chegou ao mercado trazendo diferenciais que vão conectar você com tudo o que realmente importa. O projeto do arquiteto Ricardo Wanderley, do escritório, RW, concebeu um empreendimento completo com possibilidades e opções de plantas flexíveis, espaços compartilhados e áreas comuns diferenciadas, como o guarda entregas, coworking, studio pet e pet garden, e ainda o maior diferencial do Evidence, o Top View, composto pelo Lounge e Fitness, uma cobertura inteira para você curtir o pôr do sol ou aproveitar para fazer exercícios ao ar livre sem sair de casa. Se a sua segurança de lar é aconchego, segurança e inovação. A sua conexão é Leal Moreira.
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Avant Première Torre Evidence Uma inovadora experiência com sessão de cinema Drive-In marcou o lançamento do Torre Evidence, no estacionamento da Basílica de Nazaré. Mais de 200 convidados entre clientes, investidores e amigos prestigiaram o evento, que teve toda a estrutura montada pela empresa CN EVENTOS. Tudo foi feito com segurança e respeito ao novo momento, visando a segurança de todos. O cardápio foi outro ponto elogiadíssimo do lançamento, que teve a assinatura do Famiglia Sicilia, doces gourmet Mariqueti e drinks da Leite de Onça. Um book sobre o Evidence foi preparado e entregue aos clientes. E pra finalizar, filme da melhor qualidade na tela. Super aprovado o evento de lançamento.
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Arte em Miniatura. A maquete do Torre Evidence é um DIFERENCIAL à parte. O projeto foi desenvolvido pela empresa Andrade Maquetes, parceira da leal há 20 anos na arte de encantar os clientes. “Conseguimos entender e realizar os sonhos em cada projeto da Leal. É uma empresa exigente, de alto padrão. Sempre buscamos desenvolver seus projetos com materiais inovadores que garantam mais realidade aos projetos residenciais da construtora. Afinal é através dessas pequenas miniaturas que os clientes passam a se ver morando no empreendimento”. Conclui, Edilson, dono da Andrade.
Stand Torre Evidence Outro ponto alto do novo Leal Moreira é o moderníssimo stand de vendas, montado no local da obra, digno do Torre Evidence. São 117 metros quadrados de muito aconchego para receber clientes e investidores. Projeto da arquiteta, Renata Macário.
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horas vagas | Fox FORD VS FERRARI
DVD | Blu-Ray
Dir. James Mangold
AD ASTRA RUMO ÀS ESTRELAS
Destaque
Dir. James Gray
DOUTOR SONO
Dica
Dir. Mike Flanagan
UM DIA DE CHUVA EM NOVA YORK
Cult
Dir. Woody Allen
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Na década de 60, a Ford resolve entrar no ramo das corridas automobilísticas, com objetivo de se igualar à Ferrrari, sua concorrente. Para tanto, contrata o visionário designer automotivo americano Carroll Shelby e o destemido piloto britânico Ken Miles. Juntos, eles lutaram contra o domínio corporativo, as leis da física e seus próprios demônios para construir um carro de corrida revolucionário. Baseado em uma incrível história real. Roy McBride é um engenheiro espacial que decide empreender a maior jornada de sua vida: viajar para o espaço, cruzar a galáxia e tentar descobrir o que aconteceu com seu pai, um astronauta que se perdeu há vinte anos no caminho para Netuno. “Uma obra épica e ao mesmo tempo intimista sobre descoberta. Do mundo à sua volta e do mundo dentro de você” (Cinepop).
Anos após os eventos de “O Iluminado”, Dan Torrance, agora adulto, deve proteger uma jovem com poderes semelhantes aos seus de um culto conhecido como O Verdadeiro Nó, que ataca crianças com poderes para permanecer imortais. “Unindo os elementos do livro de Stephen King e do filme de Kubrick, a produção é um deleite para os adoradores da franquia, com direito a inúmeras referências e aparições surpresas” (Cinepop). Os jovens Ashleigh e Gatsby formam um casal que planeja uma viagem romântica a Nova York. No entanto, quando chegam no local, os planos mudam: Ashleigh descobre a possibilidade de fazer uma entrevista com o famoso diretor de cinema Roland Pollard e Gatsby acaba encontrando a irmã de uma antiga namorada. Ao longo do passeio, Ashleigh e Gatsby descobrem novas paixões e oportunidades únicas.
Destaque
MARTINHO LUTERO Lyndal Roper
A biografia definitiva de Martinho Lutero. Historiadora renomada, Lyndal Roper nos apresenta uma nova visão da Reforma e desenha um retrato multifacetado de seu fundador, com todas as suas nuances, e revela como um pequeno ato de protesto se converteu em uma luta que transformaria para sempre a igreja e marcaria o começo de um novo mundo. “A biografia de Roper, que se distingue por sua escrita e pesquisa excelentes, oferece as bases de tudo que se refere à Reforma.” - The Observer.
Dica
O PODER DA CHINA Ricardo Geromel
Os EUA reinaram de maneira hegemônica como a superpotência mundial após a Segunda Guerra. Porém, com o aumento exponencial de poder e influência da China, é primordial entendermos a economia chinesa, que já é a segunda maior do planeta e representa mais de 15% do PIB mundial. O objetivo deste livro é ajudar você a aprofundar seus conhecimentos sobre a Nova China, maior parceira comercial do Brasil.
Lançamento
A MENINA DO HOTAL METROPOL Liudmila Petruchévskaia
A autora nasceu no Hotel Metropol, na mesma rua do Kremlin, sede do governo russo, em uma família de intelectuais bolcheviques que perderam grande parte de seu status social depois de 1917. Liudmila narra sua infância difícil. Seu instinto feroz e sua habilidade dão voz a uma nação de sobreviventes.
Confira
COMO APRENDI A PENSAR Luiz Felipe Pondé
Um dos pensadores pop mais respeitados pelo público e pela crítica, Pondé apresenta neste livro uma história da filosofia diferente - a história dele com a filosofia. E não só: ele cita romancistas como Nelson Rodrigues, cientistas como Charles Darwin, economistas como Karl Marx e os psicanalistas Sigmund Freud e Carl Jung. Todos foram importantes na formação do intelectual.
Clássicos
EM BUSCA DA ALMA BRASILEIRA Jason Tércio
Escrito com base em pesquisa bibliográfica e documentos de primeira mão, essa biografia de Mário de Andrade passa a limpo um dos capítulos mais fascinantes da nossa história cultural e que traz muitas lições para o Brasil de hoje. “Nas pegadas deste Mário de Andrade de Jason Tércio, aprendi mais sobre 1922 e o modernismo do que em quase tudo o que já tinha lido a respeito. É, para mim, o melhor livro feito até hoje sobre aquela turma - nunca as suas grandezas e pequenezas ficaram tão evidentes.” - Ruy Castro.
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Lorena Filgueiras
Ana Dias
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e Conforto
A arquiteta Larissa Luci atua há mais de quinze anos no mercado. Profissional sensível e atenta às tendências do segmento e necessidades do cliente, Luci busca sempre o melhor e mais elegante resultado final. Neste projeto, apresentado especialmente para a LiV, ela mostra para nós um pouco de seu belíssimo DNA criativo. “Para iniciar mais este trabalho procurei dar evasão aos pensamentos da cliente que, com pressa, necessitava de resultados para seu novo lar”, inicia. “Ao abrir as portas desta residência os tons neutros e terrosos roubam a cena. As poltronas Callas e o sofá Divã, da Saccaro, trazem a ousadia, conforto e elegância ao ambiente, suprindo as necessidades dos clientes. Os móveis e detalhes ricos remetem ao alto padrão de design da sala de estar, que se integra à sala de jantar”, continua. Telas do artista plástico Paulo Azevedo emolduram essa bela composição.
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“Na sala de jantar, utilizei móveis da loja +Design, sendo uma mesa em madeira, cadeiras clássicas medalhão com os pés dourados e detalhes com tachas. Nas cabeceiras da mesa, as cadeiras são em couro, com detalhes (feitos à mão) entalhados com pintura em ouro envelhecido. Neste mesmo ambiente encontramos um belo buffet laqueado branco com decoração da loja Actual Home e uma luxuosa cristaleira Grid em madeira certificada, com ferragens importadas, vidros reflecta e puxadores em couro. A área gourmet foi preenchida com móveis da Saccaro, em um conceito despojado e marcante, para materializar a moradia dos sonhos deste casal. O sofá Noronha, do designer Roque Frizzo, se destaca com seus traços inspirados nas cores, formas e mistérios do fundo do mar”, finaliza.
Larissa Luci Arquitetura e Interiores CONTATO: +55 91 98151-7667
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Igor Moreira na CPF O Diretor Comercial da Leal, Igor Moreira está escrevendo, toda semana, uma moderna coluna sobre o mercado imobiliário para a revista CPF digital, no Instagram. A coluna enfoca as novidades e tendências locais e nacionais. Fica a dica para quem gosta de se manter atualizado.
Compra e Venda Digital A Leal Moreira inova e se torna a primeira incorporadora paraense a implantar a assinatura eletrônica no seu ciclo de compra e venda. E o que isso representa ? Facilidade para o cliente, otimização de tempo no fechamento e mais segurança. Sim, porque todos os processos da assinatura eletrônica ocorrem dentro de ambientes inteligentes e seguros. Além de todos esses benefícios, ela é sustentável porque visa eliminar gradativamente o uso do papel. O mundo agradece.
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Leal Moreira é homenageada com prato da Boa Lembrança Quem for ao tradicional restaurante Famiglia Sicilia e pedir o espaguete com camarões ao azeite trufado, levará para casa uma cerâmica exclusiva da Associação da Boa Lembrança em homenagem à Leal Moreira. Os pratos de cerâmica são uma tradição entre os restaurantes participantes do grupo, que busca difundir a variedade gastronômica brasileira.
Patrocínio Círio na Estação 2020 A Leal Moreira é uma das patrocinadoras Master do Projeto CÍRIO NA ESTAÇÃO 2020. Uma programação super diversificada que vai desde exposição da Corda Oficial do Círio de Nazaré, passando por Apresentações de Corais, Espetáculos Teatrais, Oficinas de Fotografia, Exibição de Filmes, muita coisa boa vai acontecer no mês de outubro na Estação das Docas, Parque do Utinga Camillo Vianna e Mangal das Garças.
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Vem aí Torre Ferrara Uma torre de alto padrão. Torre Ferrara. Será o proximo Leal Moreira com endereço certo na Dom Romualdo. Serão 260 m2 de inovação e qualidade Leal Moreira. Aguardem.
UM TIME EXPERIENTE A Força de Vendas da Leal Moreira está com o time completo. Dois grandes nomes do mercado imobiliário, Alberto Damous e Romulo Donza lideram as equipes da casa. Enquanto Flávio Anaisse e Brytnner Chaves fazem a coordenação com as imobiliárias parceiras e os corretores autônomos. Com o lançamento do Torre Evidence as equipes já estão desenvolvendo estratégias que possam se diferenciar e atingir suas metas, sempre com apoio da diretoria comercial.
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Torre Evidence 1, 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 47m2, 64m2 e 94m2 • Av. Alcindo Cacela, 2304 (entre Avenida Conselheiro Furtado e Rua dos Mundurucus)
Torre Lumiar 2 ou 3 dormitórios (1 suíte) • 78m2 e 106m2 • Av. Roberto Camelier, 261 (entre Rua dos Tamoios e Rua dos Mundurucus)
Torre Santoro 2 ou 3 suítes • 123m2 • Av. Governador José Malcher, 2649 (entre Av. José Bonifácio e Tv. Castelo Branco)
Torres Floratta 3 e 4 dormitórios (1 ou 2 suítes)• 112m² e 141m² • Av. Rômulo Maiorana, 1670 (entre Travessa Barão do Triunfo e Travessa Angustura) mês de referência: fevereiro de 2020
Veja fotos do andamento das obras no site: www.lealmoreira.com.br
em andamento
• PROJETO = elaboração e aprovação de projetos executivos. • LANÇAMENTO = apresentação e início da comercialização do empreendimento.
concluído
• FUNDAÇÃO = execução de fundações. • ESTRUTURA = execução de estrutura de concreto armado. • FECHAMENTOS = execução de alvenarias/painéis externos e internos. • ACABAMENTOS = execução de revestimentos de argamassa, revestimentos cerâmicos (piso e parede), esquadrias e pintura. • FASE DE ENTREGA = paisagismo, decoração e início do processo de entrega com as vistorias. • SEU LEAL MOREIRA ESTÁ PRONTO
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