Princesas macabras, cap 1

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Princesas macabras: Jasmine


Introdução Carol Anne é uma criança super fã de princesas... Ela adora todas as princesas. Certo dia ela ganha uma coleção de bonecas de uma desconhecida e embarca num castelo de pesadelos... Onde a coisa que ela mais adorava... ...Se transformou no seu maior medo... ...E que ela jamais esperava. Você nunca mais vai querer assistir aos filmes das princesas depois de ler essa história...


Capítulo 1: Inocente ? Carol Anne estava brincando, tranqüila, em seu quarto. O quarto era cor-de-rosa, cheio de princesas baby enfeitando a parede. Anne era muito fã de princesas. Ela dizia ser parecida com a Rapunzel. Carol (ou Anne!) era de um tamanho médio, magrinha, bochechas rosadas, olhos azuis. Tinha apenas 10 anos, uma criança inocente. Passava o dia brincando, sozinha, com suas princesas. Dava mais atenção e carinho para as bonecas do que para as amigas. Perdera algumas amigas, inclusive sua melhor amiga, por causa das bonecas. Mas ela não se importava. Se estivesse com as bonecas, estava feliz. Ela conversava com as bonecas, levava as quinze bonecas para jantar, assistir televisão e sentar no vaso enquanto ela tomava banho...


Os pais estranhavam, é claro, mas não tiravam da cabeça o pensamento de que era uma fase da infância... Ruth e George (os pais da garotinha) quase não a viam. Quando não estavam trabalhando, Anne estava trancada no quarto, falando sozinha. Ou melhor, com as bonecas. A pequena garota se recusava á ir para a escola. Já mordera os pais, esperneando, berrando. A única coisa que os pais puderam fazer depois de Anne fugir de várias psicólogas e até hospícios e hospitais foi parar de fazê-la ir á escola. Ela parecia feliz assim. Vivendo só, só e com as bonecas. Todos os dias, ela penteava os cabelos das bonecas, lavava seus rostinhos e chegava a passar suas roupinhas, lavá-las, etc. Anne parecia ser mãe das bonecas. Venerava-as, como se fossem pequenas deusas que exigissem que não existisse nada a mais na vida da pequena além das próprias. Alguns julgavam muito a garotinha. Ela era estranha, tinha cara de anjo, mas estava longe de ser um. Anne ficava com raiva, mas nunca se vingava. Ela havia fugido de tantos lugares que queriam ajudá-la a se livrar das bonecas porque as amava. Ela mordeu os pais apenas porque queria profundamente continuar com suas princesas... E brincando, o resto da vida.


Capítulo 2: A velhota Um belo dia, passeando pelo seu bairro com suas 16 princesas dentro da bolsinha, Anne avistou uma velha sentada na calçada. Aproximou-se e perguntou: -A senhora está bem? A velhota virou o rosto para Anne, um rosto deformado, enrugado, verruguento (foi o que a garotinha pensou) e com cara de cansado, sofrido. -Não muito, querida – ela disse, quase sussurrando pela rouquidão. -O que a senhora tem...? -Sou uma velha doente e só... -Oh... -Posso olhar sua bolsa? -Mas aqui só tem minhas 16 bonequinhas princesas... -Princesas? Deixe-me ver... -Tome. – Anne passou a bolsa, cuidadosa, para a velha. Ela abriu e apreciou cada boneca, acariciando os cabelos delas.


-Lindas. -Obrigada – agradeceu feliz. -Eu tenho 16 bonecas, as mesmas que as suas. -É? -Sim, veja. A velha abriu uma sacola meio rasgada e tirou de lá 16 bonecas extremamente maravilhosas. -São antigas, jamais vão vender novamente. -Que lindas! São fantásticas! Mais bonitas que as minhas... – a garota se roeu de inveja. Anne se perguntou por que uma velha tão pobre teria bonecas tão lindas e bem tratadas, se nem a própria não era limpinha. -Quer elas para você? – disse a velha, pigarreando e cuspindo algo no chão. -Jura? -Claro. Não as uso, mas são limpas e conservadas... Valem muito. Mas me prometa que não vai vendê-las. -Claro que não – prometeu Anne, sinceramente. -Então são suas. Mas... -Hmm, mas...?


-Terá que me dar estas que tem. -Tudo bem! – Anne percebeu que as da velha eram mil vezes mais bonitas. As duas trocaram de bonecas e Anne saiu feliz. Quando se virou para agradecer à velha, ela não estava mais ali. Ela deu de ombros e voltou para casa. De noite, com muito cuidado e carinho, a garota colocou as 15 bonecas na estante que antes pertencia ás suas quinze bonecas anteriores. -Boa noite Kida, Tiana, Alice, Ariel, Aurora, Bela, Branca de neve, Cinderela, Jane, Jasmine, Mulan, Megara, Pocahontas, Esmeralda, Rapunzel, Tinker Bell... Durmam bem, minhas novas princesas. E a garota se deitou, caindo em um sono profundo.

Capítulo 3: O castelo Anne acordou de repente, suada. -O quê... Que lugar é esse?!


Anne estava num quarto escuro, empoeirado, levemente fedendo mofo, o que fez a garota espirrar imediatamente. O quarto tinha aranhas por todo lado, e alguns ratos guinchando fraquinho. -AAAAHH!! – Anne berrou desesperada. -Cale a boca, pirralha – uma voz falou, lhe dando um forte tapa na cabeça, que fez a garota cambalear um pouco. -Q-quem é v-você? – disse, gaguejando. -Não te interessa – a voz deu uma gargalhada maligna. Anne estava tremendo, tocando o ar, esperando encontrar algum engraçadinho que estava invadindo seu pesadelo. -Ei, você não vai conseguir encostar em mim, nunca! -QUEM É VOCÊ? – Anne gritou, com mais medo que antes. A pessoa misteriosa dava tapinhas nela, mas Anne estava praticamente cega pela escuridão do quartinho. -Hahaha... Ei, que tal se eu acendesse a luz? -MAS... A pessoa acendeu a luz e Anne não estava mais no quartinho. Ela estava num tipo de feira. O chão era cheio de areia. Não havia pessoas, apenas ela ali. Estava anoitecendo, o que a fazia tremer de medo. Estranhas sombras iam e viam pela feira.


Anne resolveu xeretar um pouco, apesar do medo. Nas barracas não tinha comida. Tinha apenas areia, era tudo feito de areia. E então se ouviu uma voz, abafada, mas como se estivesse saindo de um megafone. -Querida Anne! Agora você vai embarcar numa viagem maravilhosa pelo nosso castelo... Vai conhecer pessoalmente as princesas que ama tanto! E jamais vai esquecer... E nem sair desse castelo! Temos muito para ver, ande... Anne percebeu que a voz era ligeiramente irônica, o que a fez ficar com medo. -Ande logo! – a voz feminina ordenou. Anne começou a andar. Mas ela tremia tanto que as pernas não ajudavam quase a derrubando. As sombras paravam para “olhá-la” e depois seguiam seu caminho. Ela corria, seguindo a sombra que era da estranha voz. Era uma figura de uma mulher. Os cabelos eram longos, presos bem folgados. Anne se lembrou de Jasmine ao ver a sombra. Mas ela riscou a possibilidade, Jasmine não era má... De tanto correr, Anne estava muito ofegante. Até que a sombra parou diante de um enorme castelo. Carol Anne ouviu vozes, gritos, sussurros suplicantes. Os gritos rezavam por misericórdia. Anne se sentiu péssima. -Venha, inútil... – a voz chamou-a, fazendo Anne ir para frente contra sua vontade.


A grande porta do castelo abriu. O silêncio reinou. Estava muito escuro, totalmente assustador. Anne tremia, com medo. De repente, tudo se iluminou. As paredes, pretas, estavam com manchas de sangue. Havia uma porta enorme, também manchada, escorrendo sangue pela fresta de baixo. Era de lá que saiam os gritos. -QUEM ESTÁ AÍ? FUJA, FUJA!!!!! – uma voz berrou desesperada, de dentro da porta. Anne se afastou o quanto pôde. E havia uma janela, que mostrava o quanto o castelo estava alto. Ele era rodeado por um enorme rio, provavelmente cheio de jacarés. Anne se inclinou um pouco sob a janela; tinha mesmo jacarés. Mas eram gigantescos, todos ensangüentados (e o sangue não era deles...). A garota foi arrancada da janela por uma mão. Suas costas se encheram de areia imediatamente. -O que é isso...? – Anne perguntou, abanando a blusa. -Areia... – a voz respondeu. – Venha, pequena idiota. Elas seguiram seu caminho. O enorme corredor em que estavam era simplesmente cheio de portas. Havia uma porta há cada 5 metros. E em cima de cada porta tinha uma plaquinha escrito o nome de uma princesa... Elas andaram até chegar á salinha que se chamava “Jasmine”.


A sombra virou um monte de areia, tão instantaneamente que Anne deu um pulo pra trás, caindo no chão. E ela ficou ali, parada, olhando o monte de areia se transformar na própria Jasmine. Suas roupas estavam rasgadas, sua pele era feita de areia. Seus olhos eram profundos e penetrantes, intimidadores. Sua pele ficava se decompondo em areia e logo em seguida voltando, o tempo todo. -Rajado! A porta de sua sala virou areia. Anne viu uma sombra enorme, e ouviu um rugido estremecer o chão. -Hmm... Trate de ser um pouco mais amedrontador. – a princesa disse, acariciando a sombra que Anne não enxergava. As luzes, já fracas, piscaram. E depois de um baque ruidoso, se apagaram. Por trás das sombras, saiu um enorme tigre, maltratado e com uma cicatriz cortando o olho. Os dentes, amarelados, fatiariam Anne em pedacinhos rapidamente se quisesse. A princesa olhava irônica para Anne. Seu sorriso era torto, deixava Anne aflita, querendo correr, sem poder. -E então... Acha que pode simplesmente acordar para fugir disto? -N-não... – Anne gaguejava. -Ótimo – respondeu Jasmine, um pouco surpresa. – É bom que pense a verdade. Gostaria de esclarecer que isto não é um sonho. Você não pode acordar. Mas também não pode morrer. Eu seja, está condenada ao sofrimento. Você não terá alma, apenas ficará sob tortura de mim e minhas colegas. Por mais que deseje, grite e esperneie por misericórdia, nós não teremos piedade. Perca suas esperanças...


Como se Anne obedecesse a um comando invisível, ela começou a chorar, totalmente em choque. -Entra. – Jasmine ordenou. – Vá Rajado, leve a garota. O tigre mordeu o pescoço de Anne, que gritou com toda a força que pôde. -NÃO! SOLTE-ME, SEU... SEU PULGUENTO! Rajado, decididamente ofendido, jogou Anne no chão com violência. Anne sentiu uma vontade imensa de desmaiar, mas seu corpo não a permitia. Ela se beliscava, tentando acordar. -EU SOU O LADO MACABRO DA INOCÊNCIA DA PRINCESA JASMINE QUE VOCÊ AMAVA! EU SOU A JUNÇÃO DA BONECA JASMINE QUE VOCÊ TINHA COM A QUE VOCÊ PRATICAMENTE JOGOU FORA! ESSE É O CASTIGO QUE TODAS GAROTAS QUE SE TEM TOMADAS POR EGOÍSMO E DESEJO DE PRINCESAS MAIS BONITAS, ADORAÇÃO EXTREMA POR QUEM NÃO MERECE, É O CASTIGO QUE TODAS DEVEM TER UM DIA! AQUELA VELHA, ELA SOFREU AQUI POR 60 ANOS, QUE SÓ SE PASSARAM AQUI! ELA SE MATERIALIZOU COM NOSSAS FORÇAS, PARA DAR LUGAR Á OUTRA GAROTA, PARA QUE ELA SOFRESSE PELO MESMO TEMPO! ASSIM, AQUELA QUE FOSSE IDIOTA O SUFICIENTE DE TROCAR DE BONECAS... HAHA! IRIA SE PERDER NESTE PESADELO...- ela se acalmou um pouco. – Ah, e você, garota, vai ter o mesmo destino. A “alma” de suas bonecas anteriores era pura. Você as trocou pela podridão! Agora merece isto, apodrecer aqui, até enganar outra menina “inocente” que sofrerá mais ainda! VOCÊ MERECE! MERECE! ESCUTE, PIRRALHA! MERECE! – Jasmine berrava nas orelhas de Anne, que ardiam de tanto volume. Jasmine chutou Anne, sem dó.


A garota chorava mais do que poderia chorar a vida toda. Estava aterrorizada, ferida, ensangüentada e sem esperança. Aquele ambiente parecia deixar-lhe pior. Era frio, triste... Ali pareciam que todos os sonhos e felicidades eram trocados por dor, violência e torturas profundas... -Vá, Rajado, ataque! Use sua força, não deixe-a desmaiar e nem morrer! Os olhos do Tigre brilharam, ardendo em fogo. Ele “cuspiu” algo em Anne, que queimou imediatamente. -NÃO! – ela gritou, enquanto o tigre a atacava ferozmente, mordendo-lhe o corpo todo. -Ele lhe cuspiu a imortalidade, hm. Ele faz seu trabalho para que todas minhas amigas possam torturá-la... -Amigas?! -Sim, querida. Tem mais 15 torturas vindo por aí. E vão ser como um círculo repetitivo, durante 60 anos, que lá fora serão apenas 1. O tigre novamente agarrou a garota pelo pescoço. Anne se debateu, pois as feridas das mordidas de Rajado ardiam, como se tivessem fogo e veneno. -Jogue-a para a Branca de Neve. Rajado deu um grunhido e obediência. Carregou a garota como se fosse a mãe carregando seu gatinho, pela nuca. Mas o tigre a levava sem dó, quase rasgando seu pescoço. Então ele arrombou a porta quando jogou Anne ferozmente contra a porta que indicava ser a próxima tortura.



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