Um amor Inesperado, cap.1

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Um amor inesperado Prólogo “Stiles poderia ser mais perfeito que qualquer anjo, com muita facilidade. Sua pele levemente quente, seus olhos tão indecifráveis, sua voz envolvente, seu perfume sedutor... Tudo nele me deixava apaixonada e tonta.” - Crissy “Tão frágil e delicada, pretendi amá-la para o resto de nossas vidas. Fosse seu cabelo sedoso ou seu rosto leve e extremamente lindo, me deixara incondicional e incontrolavelmente apaixonado.” - Stiles Acompanhe este romance que conta a história de Stiles e Crissy. Como a simples e melancólica vida de uma garota comum mudou ao conhecer Stiles, um misterioso garoto que se apaixonou por ela secretamente.


Cáp. 1: Despedida Acordara cedo. Assustei-me com um forte e desastrado barulho da cozinha. Levantei de um salto e corri sem fazer um estalo até o banheiro. Fechei a porta silenciosamente. Penteei os cabelos, que mais pareciam um monte de feno, lavei o rosto extremamente cansado e escovei os dentes, pois estava com o maldito mau-hálito matinal. Tomei um banho rápido, pegando meu moletom favorito e deixando um ombro á mostra, com a alcinha do sutiã aparecendo. Coloquei meu jeans preto mais novo e desci as escadas com a mochila arrumada em mãos. -Ah, oi Crissy – Disse meu pai, parecendo assustado com minha entrada inesperada. -Bom dia – respondi lhe dando um beijo suave nas bochechas. -Está pronta? -Talvez – ele ergueu uma sombrancelha com minha resposta.


-E as malas, estão arrumadas...? -Sim. E você? – respondi em um tom melancólico, parecendo convincente. -Claro. Estou acordado desde as 6 horas da manhã... -...Como sempre. Dei de ombros. Estava acostumada com a rotina de meu pai. Bill sempre fora um fã de pescaria, até bem conhecido pela região. E como os melhores peixes são pegos pela manhã, ele sempre estava lá, ás 7 horas, preparando meu café, quando não ia pescar com seus amigos. -Pesquei alguns peixes para o jantar – disse, orgulhoso, interrompendo meus devaneios. -Ah, eu posso fritá-los se quiser... – tentei ser generosa, pois as coisas não estavam muito fáceis ultimamente. -Ótimo... Adoro sua comida. – ela deu um breve sorriso.


A conversa chegou a ser entediante, até que ele me fitou da cabeça aos pés, examinando cada detalhe, com seus olhos escuros como a noite. -Está muito bonita. – elogiou-me, por fim. -Obrigada... – agradeci, corando. -O café está pronto. -Estou sem fome. – admiti. -Ah, então tudo bem. -Pai... – falei, quase sussurrando. -Sim? -O lugar que vamos... Tonk... É um bom lugar? -Tonk é ótimo, Crissy. – tranqüilizou-me. – Você vai gostar. É quente. Fiquei pensativa por um instante. Não queria sair de Verard. Nasci, cresci nessa pequena cidade, chuvosa, fria... Lembro-me perfeitamente de nossa vida antes da separação de Carlie e Bill. Mamãe e papai


viviam brigando, acabaram cansando um do outro e mamãe voltou para sua cidade natal... Mas sentiu tanto nossa falta que acabou falecendo, por fim. Mas sinto que ela não nos abandonou... Estava magoada... Não posso explicar. Mas lembro-me também de quando tinha 7 anos, ela levava-me até a varanda e contava-me as histórias de sua época... Eu adorava ouvir, até desejava ter nascido naquela época. Mas pensava que seria muito velha, então preferia nascer como nasci mesmo. Contava-me de como se apaixonara por Bill, o que, claro, me deixava maravilhada. Todas essas lembranças me faziam chorar. Como eu estava pensando apenas nisso, não pude conter as lágrimas, que rolaram teimosas por minha face. -Crissy? – vi a preocupação transbordar por seus olhos.


Enxuguei rapidamente as lágrimas com a manga do moletom que era meio folgado, molhando-o um pouco. -O que foi, filha? – ele insistia. -Nada. – Dei de ombros. -Bom... Está na hora da escola. Está bem mesmo? – continuava preocupado. -Sim. Obrigada por se preocupar, mas não foi nada, apenas uns devaneios. Quase me esqueci da escola... – respondi, desanimada. Dei-lhe mais um beijo e puxei minha mochila do chão até mim. Hoje o dia estava extremamente frio. Agradeci por lembrar-me de colocar duas blusas por baixo do moletom. O céu estava claro e a neblina ainda reinava nas ruas. Não havia vestígios de chuva, então me agradeci novamente por não ser tonta de achar que não choveria e ter sempre um guarda-chuva na mochila. O sol brilhava fraco, sem efeito


nenhum na temperatura. Uma fina camada de gelo cobria a calçada e a rua, o que, obviamente, me fez deslizar, cair com o quadril no chão e sair escorregando até a porta de minha picape. Por sorte não bati a testa. Desta vez não me agradeci por ser desastrada... Entrei na picape, que estava mais fria do que lá fora. Senti um calafrio percorrer meu corpo e liguei o aquecedor com um toque só. Durante alguns poucos minutos eu estava pensando na falta que me faria todo esse frio, seriam trocados por suor, muito suor... E conseqüentemente o clássico odor adolescente das axilas. Por sorte eu sempre levo meu desodorante na mala, me agradeci. Em Tonk o sol brilha forte, bem diferente daqui. Mas me acostumei com este tempo. Parece que esta mudança não vai me fazer bem.


Chegando ao enorme estacionamento vazio da escola, cumprimentei minha amiga Anny. -Oi, Anny – acenei para ela quando se aproximava saltitando de mim. -Oi, Crissy! – respondeu ela, animada como sempre. -Tudo bem? – perguntei, fechando a porta da picape. -Claro, claro! -Que bom... -Cri... Você parece desanimada. -É, porque estou. – confessei. -Diz, diz o que aconteceu, ahn? -Ah, Anny... Não foi nada. -Tem a ver com algum garoto? Se tiver, eu tenho certeza que posso te ajudar – disse, enquanto balançava os cabelos loiros e cacheados ao andar. -Não, não tem nada a ver. – respondi.


-Diga, o que foi? -Anny... Sério, não pergunta. – respondi fechando a cara. -Tudo bem! - ela tomou um susto com minha mudança rápida de humor. Ouvi algo que me pareceu “bipolar”, mas não pude ouvir com tanta certeza, pois ela saiu, balançando os cachos novamente. Fui direto para a sala de Biologia. Já havia decorado meus horários á muito tempo. Sentei-me na cadeira vazia e cruzei os braços sobre a carteira, colocando o queixo no meio deles, fechando os olhos e me entregando novamente á meus devaneios, até que um aluno chegasse e me assustasse, acordandome de meu transe. -Oi Cri... – disse uma voz familiar. -Ahn... Anny? -É. – ela disse, sentando-se ao meu lado em seguida.


-O que foi? Seu primeiro horário não é Inglês? -Sim, o professor faltou... Crissy, sua melhor amiga, quer dizer, um passarinho me contou que você vai se mudar pra Tonk... -Ah... – foi o que consegui responder. -Vai? Sim, não é? -Sim. Ah, Anny, me desculpe pelo mau-humor hoje no estacionamento. Você estava querendo apenas me ajudar. -Sem problemas!- ela me abraçou e saiu saltitando. Franzi a testa e voltei a pensar, na posição anterior. Desta vez abracei meus joelhos, colocando a cabeça entre os dois. Senti um calourão e me levantei. Fui ao banheiro feminino mais próximo e lavei meu rosto, olhando-me no pequeno espelho trincado acima da pia. Estava levemente vermelha, algo não raro. Dentro de minha cabeça as lembranças rodavam e


rodavam sem parar, fazendo as lágrimas rolarem novamente contra minha vontade. Minha leve maquiagem borrou todo meu rosto, o que me fez manchar as mangas do moletom, instintivamente. -Ai, droga! – sussurrei para mim mesma. Senti tontura e ânsia, estava com fome. Me culpei por não comer... Corri para sala ainda vazia e ataquei rapidamente meu lanche sem deixar farelo. Sentei-me e suspirei. -Vou acabar engordando. Soltei meus cabelos, que estavam bonitos hoje, parcialmente um milagre. Procurei me concentrar em não desmaiar. A aula fora extremamente entediante, quase dormi, se não fosse pelo mal-estar que me impossibilitava até de me mexer em certos momentos.


-Meu último dia de aula e eu passando mal. Que ótimo! – pensei comigo mesma. Quando a aula acabou, corri para falar com minha melhor amiga Jéssica. Ela estava na sala de Espanhol, nossa próxima aula. -Jess - chamei com um gesto e um sussurro. Ela veio na hora e quase me atropelou, certamente preocupada com minha... cor esverdeada. -Cri, Cri, que foi? -Pareceu um grilo... -Ah, fala logo! – ela estava a ponto de me estapear. -Vem, senta comigo que conto – disse, puxando seu braço. Nos sentamos juntas e eu contei. -Será que você está doente? – indagou Jess. -Não – franzi a testa.


-Ainda está mal? -Não, não se preocupe – menti. -Então tá! – ela pegou a mochila e voltou para meu lado. -Crissy? – chamou. -O quê? -Vou sentir sua falta. – pude ver seus olhos aguando. -Eu também – sussurrei, igualmente no estado de “quase-choro”. Conheci Jess quando tinha 7 anos. Estávamos brigando pra ver quem compraria o último doce da cantina. E pensar que de uma razão tão boba nasceu uma amizade tão grande... Não pude deixar de abraçá-la antes de ir embora. Novamente nós duas quase choramos. Juro que vi ela correr para seu carro e chorar.


Quando cheguei em casa, os móveis estavam sendo empacotados. -Pegue as malas, Crissy – meu pai apontou para a escada. Subi até meu quarto e peguei as poucas coisas que tinha. Subimos cada um em seu carro, para que, obviamente, não ficasse nenhum em Verard. Eu sabia o caminho para Tonk pois já fora antes para lá. Uma viagem de aproximadamente 7 horas... Meu pai estava em minha frente, checando-me rapidamente a todo o momento. E então eu dei adeus á Verard...


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