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copy left @ 2016 by Ecoaecoa Editora Educadora ecoaecoa@gmail.com Setembro 2016 / Porto Batista 1ª tiragem de 20 cópias Outubro 2017 / Porto Alegre 2ª tiragem 20 cópias
Este livro é um livro livre: pode copiar, mixar, citar, trocar, divulgar, se inspirar e produzir seu próprio livro, também musicar, só não esquecer a gentileza de citar o nome dos autores. ______________________________________________ Produzido por: Ecoaecoa Coletivo Criação do Jogo RPG Comunativo: Alissa Gottfried; Diagramação: Felipe Nunes; Revisão: Diego Nunes; Arte da capa: Verônica da Rosa; Costura e Criação da história: Coletiva (nomes na lista de personagens). Porto Batista: ed. Ecoaecoa. 2016. (Humanitas) 1. Literatura 2. Educação Popular 3. Jogos Literários 4. Arte 5. Liberdade ______________________________________________ publicação: ecoaecoa.cc
RPG Comunativo
Porto Batista A primeira Cidade Heurística do Brasil
Ecoaecoa Editora Educadora 2016
PERSONAGENS E PROJETOS:
Jornal Mural Porto Social: Anthony - Filósofo, escritor, professor e Jornalista. Rosane - Professora de português e revisora. FUT 10: Breno - Treinador de futebol e gestor. Brenson - Jogador do Barcelona, articulador. Gustavo - Professor de educação física. Vitor - Fisioterapeuta. Tiago - Administrador, capta recursos. TV Comunitária: Leonardo (Léo Branco) - Redator. Cauã - Editor de vídeo. Laryssa Alejandra - Atriz e jornalista. Renan - Homem câmera. Moda Social: Danielly - Estilista, psicóloga e empresária. Sabrina - Modelo, psicóloga e produtora. Verônica - Alfaiate, customizadora e modelo. Daniele - Designer de calçados. Banco Ecosófico Kelly - Investidora (encontrou ouro na comunidade). Tamara Quevedo - Vereadora, engenheira de Software. Eduardo Oliveira - Engenheiro da computação.
Cooperativa de tecnologia social Polo Social: Leonardo Soares - Engenheiro de sistemas de energia e automação - UFRGS. Cauã Lopes - Engenheiro eletrônico UFSM. Kalvin Velho - Engenheiro físico. Caio Campos - Engenheiro de produção. Universidade Comunitária de Porto Batista - Jozué Machado dos Santos Anthony Assis - Filósofo e Reitor. Janisse - coordenadora de projetos culturais (Amigos do Jacuí e a horta comunitária. Diloah - Coordenadora Cultural do Teatro Porto Santo. Renan Grott - Arqueólogo Fluvial. Ecoaecoa Coletivo - É parceira da Cooperativa e da universidade de Porto Batista. RPG Comunativo - Projeto político-pedagógico da universidade Alissa ecoaecoa - artista, escritora, produtora e educadora popular. Felipe ecoaecoa - ator, editor de livros, produtor e educador popular; Léo, Anthony e Verônica.
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Leonardo quer ser engenheiro eletrônico, mas perdeu a prova do ENEM, assim como seus amigos(as): Anthony, Eduardo, Renan e Tamara, porque o ônibus de Porto Batista estragou. Queriam, mas não tinham onde nem para quem reclamar. Devido à perda da prova, por causa dos problemas com o transporte, gerou-se uma indignação na comunidade, que impulsionou os jovens a uma mobilização, na qual decidiram reunirem-se para pensar em ações concretas para a comunidade, e perceberam que para isso acontecer, precisariam organizar uma assembleia geral em Porto Batista. Renan e Anthony elaboraram cartazes - pintados a mão, pois não possuíam uma impressora nem dinheiro para fazer xerox - divulgando o dia e local da assembleia. Em poucos dias, o principal assunto na comunidade era a assembleia geral que iria acontecer no ginásio de esportes. 9
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Dois educadores do programa + Cultura da Escola Josué Machado dos Santos, Alissa e Felipe, da Ecoaecoa Coletivo, articularam com a direção da escola (Diretora Janisse e Coordenadora Diloah) a compra de uma impressora para criarem com Anthony, jornalista, e a professora Rosane, como revisora, um jornal mural para a comunidade: o Jornal Mural Porto Social. Durante as entrevistas na comunidade, fizeram as seguintes perguntas: 1. Como é o acesso à internet em Porto Batista? 2. Como é a segurança em Porto Batista? 3. Que projeto você vê a necessidade de se realizar em Porto Batista? 4. Qual a importância de um jornal escolar comunitário?
O grupo de jovens imaginava que várias pessoas compareceriam ao ginásio, mas quando perceberam que estavam presentes mais ou menos 70% da população de Porto Batista, correram para conseguir uma aparelhagem de som mais potente que possibilitasse que todos ouvissem o que fosse falado naquele importante encontro.
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Então realizaram a primeira assembleia geral organizada pela comunidade jovem de Porto Batista foi bem produtiva. Muitas questões foram levantadas e discutidas, entre elas: - A dificuldade com o transporte público e a necessidade de uma ponte que ligue Triunfo a São Jerônimo; - A falta de uma biblioteca comunitária com acesso à internet. A necessidade de uma universidade na comunidade e de investimento em tecnologia e pesquisa e infraestrutura de rede web; - Mais investimento no esporte e na cultura, com a criação de espaços e projetos culturais como: cineclube, grupos de teatro e música, praças e parques de diversões, com brinquedos circenses para exercícios físicos, parques ecológicos, museus de arte, tecnologia, história e outras atrações culturais; 11
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- Mais programas sociais que previnam o uso de drogas, a criminalização da juventude e a exploração do trabalho infantil; - Um corpo de bombeiros, mais médicos e um pronto socorro 24 horas; - Programas e projetos que minimizem a poluição ocasionada pelo Polo petroquímico. Ao perceberem que eram muitas as demandas e urgências, entenderam que para mudar os problemas da comunidade era preciso que alguém de Porto Batista se tornasse vereador(a). Como era ano de eleição, Tamara sugere a sua candidatura para representar os interesses dos jovens da comunidade. A maioria concorda e Leonardo seria seu auxiliar de campanha. Mas logo depois de eleita, nunca mais foi vista na comunidade e também ninguém mais conseguiu falar com ela.
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Devido a esse fato, os jovens apoiadores, decepcionados, principalmente Léo, começam a pensar que os problemas da comunidade não vão ser solucionados por Tamara. Organizam então uma nova assembleia onde Anthony propõe assim a emancipação de Porto Batista. Essa proposta foi a principal pauta na terceira assembleia geral da comunidade. E a maior parte da comunidade apoiou a ideia. Anthony, Renan, Léo e Eduardo comprometeram-se em pesquisar como transformar Porto Batista em um município e na coleta de assinaturas para tal feito. Enquanto isso, Cauã e Léo formaram um grupo de estudos que permitiu que no ano seguinte eles passassem no vestibular de engenharia elétrica - Léo na UFRGS e Cauã na UFSM - e por causa disso, tiveram que se mudar da comunidade, mas uma vez por mês, voltavam para visitar a família e os amigos. Também ajudaram na coleta das assinaturas para a emancipação, mas com o tempo, foram vendo que a situação na comunidade só piorava. 13
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As pessoas e colegas que não conseguiam fazer faculdade ficavam sem ter o que fazer e alguns acabavam se envolvendo com o tráfico. Foi numa dessas visitas à comunidade que encontraram Breno bem triste, que comentou com eles sobre alguns jovens estarem sofrendo sérios problemas com uso de drogas. Um desses jovens precisou ser internado numa clínica, e quando sai, volta arrependido e decide desenvolver um projeto para que as crianças da comunidade não sejam obrigadas a ter um caminho parecido com o dele. Como conhecia Breno procurou-o para elaborarem juntos um projeto que usa-se o esporte como ferramenta de convívio e transformação social. Breno ficou empolgado com a ideia mas pensou em pedir ajuda para seu irmão que é jogador de futebol profissional, o Brenson, que vem da Espanha para visitar a família uma vez por ano. Então, os 3 juntos criam o FUT 10. O nome do projeto se deu pelo fato de que Brenson, propôs-se a conseguir doações de amigos da Europa para que o projeto de escolinha de futebol viajasse com as crianças para jogarem em 10 países do mundo.
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Léo e Cauã ficaram muito felizes quando voltaram à comunidade e Breno apresentou o FUT 10 pra eles. Eles gostaram tanto da notícia que queriam apoiar de alguma maneira a iniciativa dos amigos. Pensaram então em fazer um vídeo para publicar na internet sobre o FUT 10. Para isso, chamaram dois amigos para ajudar, a Laryssa Alejandra, que é atriz, para ser a jornalista; e o Renan Grott, para filmar e ajudar na edição. Quando terminaram de editar a matéria, ficaram muito empolgados e pensaram que podiam continuar trabalhando juntos como equipe de comunicação da comunidade, mas perceberam que precisavam de uma câmera e um computador mais potentes para melhorar a qualidade dos vídeos. Anthony propõe uma nova assembleia, na qual o grupo de jovens apresentou à comunidade o vídeo sobre o projeto FUT 10. Logo depois de assistirem o vídeo, a comunidade elogiou muito a iniciativa dos jovens em fazer o FUT 10 e da equipe que fez o vídeo. A equipe do vídeo aproveitou e apresentou a ideia deles de se tornarem um projeto de comunicação audiovisual, ou melhor, uma TV Comunitária de Porto Batista. 16
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No evento, quatro meninas, amigas do Breno, que estudam em Montenegro: Danielly, Sabrina, Verônica e Danieli, sentiram-se estimuladas, pois relataram problemas de uso de drogas e casos de depressão na comunidade. Sabrina estuda psicologia, Danielly Moda, Verônica e Danieli cursam Design em Montenegro. Depois de conhecerem o projeto FUT 10, decidiram se juntar e desenvolvem a ONG MODA SOCIAL com o projeto “Eu to na Moda”. Logo após criarem a ONG Moda Social, procuraram os jovens da TV Comunitária para pedir uma matéria que apresentaria os projetos da ONG para a comunidade. Durante a produção do vídeo, as meninas da Moda Social lançaram uma campanha de coleta e doação de roupas para serem usadas no projeto Eu to na Moda, onde um curso de customização de roupas foi oferecido gratuitamente para pessoas carentes, com quadros de depressão ou dependência de drogas. No curso de customização, como atividade para melhorar a autoestima, as pessoas elaboraram carimbos com gravuras com seus rostos, seu nome e uma logomarca que representasse sua personalidade para serem usadas como estampa na customização das roupas doadas. 17
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Depois, cada pessoa definiu um tema para elaborar sua coleção e criar sua marca de roupa que é apresentada à comunidade num desfile que aconteceu no fim do curso, onde as roupas são vendidas. A matéria que a TV Comunitária fez ficou muito boa, mas mesmo assim, Sabrina e Verônica falaram também com Anthony para ele fazer uma notícia no Jornal Mural sobre a ONG Moda Social também. Na entrevista para o Anthony, as meninas relataram que o projeto surgiu depois que a estilista Danielly Bonato perdeu um parente para as drogas, e a depressão lhe fez buscar ajuda com suas amigas. Após conhecerem o FUT 10, juntas, tiveram a ideia para o projeto. Como agradecimento pelo estímulo fizeram uma proposta de parceira com o FUT 10: fazer os uniforme para as crianças da escolinha de futebol. E para o Anthony não esquecer de por na matéria, reforçaram detalhes do projeto Eu to na Moda: O quê? um curso de customização com criação de gravura e arte para estamparia, elaboração de coleção e criação de marca; Qual o objetivo? melhorar a autoestima das pessoas e gerar renda; Público alvo? dependentes de drogas, pessoas com depressão e pessoas carentes.
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O tempo foi passando em Porto Batista, os jovens moradores articulados com sua comunidade perceberam que suas ações com a TV Comunitária, o Jornal Mural, o FUT 10 e a ONG Moda Social começava a trazer outras perspectivas e esperança coletiva para a comunidade, mas que ainda tinham muitos problemas a serem resolvidos, até que surgiu um fato muito inusitado na comunidade. Kelly encontrou ouro enterrado no terreno da casa da sua família em Porto Batista, então, na dúvida de como gastaria esse dinheiro, tomou a decisão de propor uma nova assembleia geral para dizer que ganhou uma herança e pretende investir nos projetos da comunidade. Até a vereadora Tamara compareceu nessa reunião e se emocionou em ver muitos jovens estimulados, empreendendo e apresentando projetos para a comunidade. Anthony coletou as últimas assinaturas que faltavam para encaminhar a emancipação de Porto Batista.
Eduardo sugere a criação de um banco ético comunitário para gestão desse recurso que a Kelly quer investir, e Tamara se propõe também a investir no banco. Eduardo estuda engenharia da 19
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computação, e por isso se encarrega de estudar e construir junto com parceiros a tecnologia para gestão desse banco de ética. No fim da reunião algumas pessoas perguntaram, para a Tamara, porque ela esqueceu da comunidade logo depois de ter se tornado vereadora. Ela disse que, quando entrou, ficou assustada com a dificuldade que é gestar dinheiro público e o quanto é difícil trabalhar com a burocracia, de forma transparente, na política. Assim, teve que ir estudar engenharia de software numa faculdade particular para conseguir articular alguns projetos. Assim, o trabalho e os estudos, mais a vergonha de não conseguir fazer muita coisa dentro da política, fizeram ela se afastar um pouco da comunidade. Mas agora ela está de volta e quer participar do movimento de transformação de Porto Batista que os jovens estão liderando. A começar pela emancipação da comunidade, com a articulação para conseguir recursos para investir na comunidade e o desenvolvimento de softwares livres para os projetos que ela estava tendo contato, principalmente o banco comunitário. 20
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Através da sua ligação com a Secretaria de Educação de Triunfo, articulou com a Lucimara, em parceria com a Ecoaecoa Coletivo, dentro do programa + Cultura nas Escolas (MEC MinC), um ônibus para o FISL - Fórum Internacional do Software Livre, na PUC em Porto Alegre, para que os jovens da comunidade tivessem contato com os temas sociais da tecnologia. Lá, entrevistaram pessoas do governo, que estavam trabalhando no estande do Ministério da Cultura.
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Depois do evento, como o grupo de desenvolvedores de tecnologia, estava bastante empolgado com o que aprenderam e com os contatos que fizeram no fisl, Tamara propôs uma reunião com Kelly, Eduardo, Léo e o Anthony, para definirem melhor o projeto de banco de ética e como seria a engenharia de software para o banco ser uma tecnologia social.
O Banco Ecosófico prioriza valores éticos em 3 esferas ecológicas: Pessoais, Sociais e Ambientais. 22
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Na reunião, foi acordado que o banco comunitário se chamaria Banco Ecosófico e se tornaria uma ONG, que se baseia na ideia de ações éticas como uma fonte de energia social. O grupo Percebeu que precisavam criar a moeda da comunidade, como um cartão sustentável de crédito social, que pudesse ser alimentado por um sistema de informação que Tamara e Eduardo combinaram de desenvolver juntos, onde cada pessoa que trabalhe e invista seu tempo desenvolvendo projetos na comunidade, ganha créditos no cartão que um dia pode vir a ser aceito em todos os estabelecimentos comerciais e culturais da cidade. Léo e Tamara chamam para uma nova assembleia e apresentaram o Banco Ecosófico à comunidade. Anthony também compareceu nesse encontro e apresentou um projeto para a emancipação de Porto Batista. Ele relata que já foi realizado o primeiro passo para a criação de um município, que é a apresentação, na Assembleia Legislativa, do estudo de viabilidade da criação de um novo município com o pedido assinado por 20% dos eleitores residentes na área geográfica diretamente afetada. E o próximo passo é a Assembleia coordenar um "estudo de viabilidade" do novo município, que deverá comprovar se há na região condições de arrecadação suficientes para sustento próprio.
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Depois disso, se houver viabilidade financeira e populacional, vai para votação na assembleia e de depois será realizado o plebiscito que definirá a criação ou não do novo município. Os jovens desenvolvedores de tecnologia decidiram então, tornarem-se uma cooperativa, pois o grupo de estudos já estava bem avançado nas pesquisas e implementações e precisava oficializar seus trabalhos, além de ser uma ação necessária para tornar viável a emancipação de Porto Batista, comprovando o potencial da comunidade para se autogestar. Porto Batista chega no processo final de emancipação Na assembleia é decidido que o município de Porto Batista terá um modelo diferente de gestão, baseado na noção de democracia real, já existente na comunidade, onde a prefeitura será substituída pela Cooperativa de Tecnologia Social Polo Social, que se compromete em gestar o município de Porto Batista, junto com o Banco Comunitário e a comunidade através da decisões tiradas nas assembleias gerais. 24
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Assim, a nomeação do prefeito e vice é simbólica e dura um ano para cada nomeação, pois fica definido esse modelo como política pública de gestão e, independente de quem estiver representando, terá que seguir essas regras definidas em assembleia, onde todos os cidadãos podem participar como pessoas que decidem sobre os interesses coletivos da cidade de Porto Batista. Então, a Cooperativa executa seu papel de gestora municipal, dando continuidade à pesquisa e execução de inventos e soluções para a melhoria da vida da comunidade, não só de Porto Batista, mas das cidade vizinhas, que começavam a se interessar e investir nos projetos da cidade, tais como: - Plataforma de geração de energia construída como uma Ponte que liga Porto Batista à Charqueadas, com cabos de aço que geram energia, medem a qualidade, despoluem e filtram a água do rio Jacuí, e refrigeram alguns lugares da comunidade; - Acoplado a Plataforma um sistema integrado tubular de ar condicionado utilizando a água do rio Jacuí para resfriamento do ar. 25
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Plataforma da Cooperativa de Tecnologia Social
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- Um sistema educativo de separação de lixo, no qual as casas e entidades de Porto Batista são fornecedoras de matéria prima reciclável para fábricas e de matéria orgânica para hortas comunitárias e agricultura familiar, que é bem presente na comunidade, pois Porto Batista é considerada uma zona rururbana, metade urbana, metade rural. - Um núcleo de comunicação que põe no ar documentações das assembleias, dos projetos, dos trabalhos da cooperativa e notícias da comunidade. Esse núcleo integrado é gestado pela cooperativa, junto com projetos e equipes nos Canais do Núcleo de Comunicação:
1. Jornal Mural 2. TV Comunitária 3. Sistema de Internet e rede comunitária via bluetooth 4. Rádio Jacuí
Surge então, a proposta de integrar mais uma rádio no Núcleo de Comunicação, a Rádio Jacuí. A partir daí as assembleias são transmitidas ao vivo na Rádio Comunitária Jacuí, os projetos e campanhas difundidas pelo Jornal Mural e as soluções e tecnologias desenvolvidas pela Cooperativa e pela rede, documentados pela TV Comunitária.
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Assim as pessoas podem assistir em suas casas ou do celular o processo de transformação de Porto Batista com a Cooperativa de Tecnologia Social. Anthony elaborou um projeto para atuar como professor de filosofia, que poderia ser o início da Universidade Comunitária de Porto Batista. Então, Anthony, após apresentar a proposta na assembleia, em parceria com a Cooperativa de Tecnologia Social e o Núcleo de Comunicação, lançam a Universidade Comunitária de Porto Batista - Jozué Machado dos Santos, onde várias pessoas podem dar aula e desenvolver projetos voltados para a comunidade. Projeto Filosofar Filosofando, é o primeiro projeto da Universidade, criado pelo Anthony, professor de Filosofia. Neste projeto, onde um curso de filosofia, propõe-se através dos questionamentos:
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- O que você quer aprender-ensinar? - Como pesquisar e aprender o se quer ensinar? - Como organizar conhecimento?
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disponibilizar
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“…ver que além de aprender-ensinar pensamentos filosóficos, precisamos aprender-ensinar a pensar, devemos propor o ´pensar por si mesmo´ promovendo a autonomia e a emancipação do aprendiz para ver-se como um ensinador” afirma Anthony. No fim do curso de filosofia, os alunos criaram mais dois projetos para trabalharem na Universidade. O projeto + leitura e a alfabetização digital para idosos. Alguns jovens da comunidade foram até a universidade dizer que queriam formar um grupo de teatro e dança. Os jovens, em parceira com a Cooperativa de Tecnologia, montaram um Teatro na cidade. Para homenagear o dramaturgo Qorpo Santo, nomearam-no Teatro Porto Santo. Como primeiro projeto a ser apresentado no Teatro fizeram uma pesquisa sobre os quilombos e a presença da cultura africana em Porto Batista e em Triunfo. Conheceram o Quilombo Morada da Paz e um dos primeiros templo de culto africano do Brasil do lado da Igreja no Centro de Triunfo. Propuseram uma parceria com a ONG Moda Social nesta pesquisa para a criação dos figurinos para a apresentação de dança afro.
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A ONG acha muito legal a ideia e cria o projeto Roupa Orgânica - com o curso de produção de tecidos com a planta agave para criação de figurinos para o grupo de dança afro que se apresenta no lançamento do Teatro Porto Santo. A Ecoaecoa Coletivo foi convidada a desenvolver o projeto político pedagógico da Universidade comunitária de Porto Batista. Neste projeto, propõe-se que, através da literatura (produção literária e leitura), apreende-se e ensina-se a partir da realidade do(a) educando(a), do mundo onde se vive; a criar condições para que os educandos sociais ensaiem a experiência profunda de assumirem-se em suas relações uns com os outros; que se assumam como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador e realizador de sonhos. 32
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Através do Programa de incentivo à leitura e do Programa Mais Cultura nas escolas MEC/MinC, começam um nova edição do projeto RPG Comunativo onde vários novos projeto são desenvolvidos: O Shopping de Reparos - um ambiente com várias salas onde cada uma delas é preparada para o conserto de um tipo diferente de material e utensílio, por exemplo: um lab para conserto de eletrodomésticos e eletrônicos, uma oficina de marcenaria para o conserto de móveis e objetos de madeira, um espaço gestado pela ONG Moda social para customização de roupas e calçados, e um ateliê para criação de trabalhos artísticos com materiais recicláveis. E o Projeto Universidade do Lixo, onde Renan, o arqueólogo fluvial da universidade, desenvolve um projeto que se propõe à pesquisa e despoluição do Rio Jacuí e barcos-submarinos com escafandro autônomo, criados pela cooperativa de tecnologia social. Neste projeto, todos os cursos da universidade, e a equipe do shopping de reparos são convidados e estudar o lixo, pensando soluções, pesquisas científicas, históricas e arqueológicas sobre o lixo e objetos encontrados nas águas e nas ilhas e nas encostas do Rio Jacuí.
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No fim dessa edição do jogo RPG Comunativo, a Ecoaecoa propõe aos grupos que participaram do projeto a criação de uma matéria jornalística sobre a cidadania na Cidade de Porto Batista. Enquanto pesquisavam e criavam a matéria perceberam que a cidade tinha uma característica inusitada. Porto Batista não era uma cidade turística, mas sim Heurística: heu·rís·ti·ca (substantivo feminino) 1. Arte de inventar ou descobrir. 2. Método que pretende levar a inventar, descobrir ou a resolver problemas. 3. Processo pedagógico que pretende encaminhar o aluno a descobrir por si mesmo o que se quer aprender e ensinar, geralmente através de perguntas. 4. [História] Procura de fontes documentais. Junto com a TV comunitária, a Larissa e o Renan, a Ecoaecoa produz a matéria que foi transmitida em rede nacional pela TV Brasil. Então, muitas pessoas conheceram, quiseram ir estudar e trabalhar em Porto Batista. O slogan da matéria era Sonhe, viva e divirta-se em Porto Batista, a primeira cidade Heurística do Brasil. 34
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Este livreto é um produto final da edição do Jogo RPG Comunativo - Produção Literária com Metareciclagem, desenvolvido pela Ecoaecoa Coletivo em 2015/2016, na Escola Municipal Jozué Machado dos Santos em Porto Batista - Triunfo / RS, viabilizado pelo programa Mais Cultura nas Escolas MEC/MinC, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Triunfo.