Paraná&Cia Ano 8 nº 57 - dezembro \ janeiro de 2010 - R$ 12,00
A Re v is t a de Ec o n o mia e Negócios do Paraná
Pecuária no topo recuperando-se de várias crises, o setor deve ser o de melhor desempenho no agronegócio em 2010.
veja também
Thomas C. S. Kim, um dos maiores especialistas do país em comércio exterior na área de carnes, fala sobre aonde o setor pode chegar em 2010
2. Revista Paranรก&Cia | dezembro.janeiro de 2009
Revista Paranรก&Cia | dezembro.janeiro 2009 .3
Da Redação
Conspiração a favor A cadeia produtiva da carne bovina brasileira está prestes a dar um novo e grande salto em sua história econômica depois de anos de dificuldades. Todas as condições estão propícias para que, a partir de 2010, o setor comece a crescer novamente em bases mais sólidas e numa situação de maior equilíbrio e, em longo prazo, o que deverá atrair novamente muita gente que abandonou a área nos últimos anos, em troca de atividades mais rentáveis e menos complicadas. Prova disso é a tentativa da Brasil Foods, empresa formada pelos grupos Sadia e Perdigão, de ingressar no setor rapidamente, via aquisições. Mas, como mostram a reportagem de capa e a entrevista da pre-
sente edição, tudo conspira a favor: o rebanho brasileiro está sendo recomposto, os preços da arroba do boi são remuneradores, produtos que antes sequer eram
considerados como sebo e farinha de carne e ossos estão valendo um bom preço e tem mercado disputado na área de biocombustíveis, no caso do sebo, antes um produto marginal. O preço do
couro também vem se recuperando, e as exportações de carnes para grandes mercados como o dos países da União Europeia e Rússia estão aumentando gradativamente. É por isso que se viu tanta movimentação entre fusões e incorporações no setor, nos últimos meses, o que também prova de sua vitalidade. Mas Paraná&Cia traz outros assuntos interessantes como o prêmio do IBEF que foi concedido para um executivo que criou uma estratégia vencedora para superar a crise econômica e a conquista de pontos da Unimed PR na avaliação da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Boa Leitura e até a Próxima. O Editor
Paraná&Cia
A Revista Paraná&Cia é uma publicação bimensal da Editora Ecocidade. Rua XV de Novembro, 1700 cj 07 Alto da Rua XV - Curitiba/PR CEP - 80.045-125 Tel (41) 3082.8877 paranaecia@ecocidade.com.br Impressão - Gráfica Capital Jornalista Responsável - Bernardo Staviski | bernardo@ecocidade.com.br Colaboradores - Luis Gaspar, Celsio Correato, João Alberto Simião, José Eduardo Moskevicz, José Roberto da Silva e Souza e Oscar C. Dizzimoto. Assistente de Arte - Lucas Staviski
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Nesta Edição
Entrevista
Thomas C. S. Kim, um dos maiores especialistas do país em comércio exterior na área de carnes, fala sobre aonde o setor pode chegar em 2010.
Pecuária em Alta Em época de fortes definições e ajustes, o setor de carne bovina vive hoje relativa estabilidade. Com isso, 2010 pode ser o ano de retomada plena da atividade.
Pág. 06
Pág. 10 Pontuação Máxima
Índice Finanças...........................................................16 Superação: Diretor da Renault recebe o prêmio Equilibrista 2009 do IBEF.
A Unimed Paraná está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde do país segundo a ANS).
Pág. 20
Seguradoras................................................... 23 Previsul: controlada por um grupo paranaense desde 2007, a tradicional seguradora com sede em Porto Alegre amplia suas operações e já conta com 500 mil clientes em todo o país.
Tecnologia da Informação................................24 Ampliando Horizontes: Atuando em todo território nacional desde 1986, e em franca expansão, a Lume transferiu sua sede em Curitiba para Pinhais, na região metropolitana. A empresa é pioneira em Soluções de Tecnologia de Informação.
Gestão................................................................. 28 Poison Pills: depois da crise, IBGC lança seu manual da boa governança corporativa atualizado.
Trajetória............................................................32 Determinação: livro “Na Intimidade do Sucesso” traz a trajetória do fundador da Rede Condor que está em 11 municípios paranaenses e pretende faturar R$ 2 bilhões em 2014 e abrir mais 3 lojas em 2010.
Acendendo a luz amarela
O Real forte já começa a acender uma luz de alerta no campo porque o ciclo de aumentos no preço das commodities agrícolas parece ter chegado ao fim
Pág. 30
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Entrevista
Thomas C. S. Kim
PR&Cia▶ Quais são as pers-
pectivas para a carne bovina brasileira atualmente? Thomas C.S. Kim - O mercado de carne bovina brasileira passa hoje por um processo de ajuste bastante complexo. Há basicamente três questões: (1) Queda de número de animais prontos para o abate, (2) a recuperação dos frigoríficos com dificuldades financeiras, e (3) a consolidação do setor de indústria de carnes no Brasil iniciada pelas operações de incorporações dos grupos JBS/ Bertin e Marfrig. Sobre o primeiro item, nos últimos anos, o Brasil vem abatendo grande número de fêmeas além de animais mais novos, criando-se um vácuo na produção. No entanto, tudo indica que essa situação poderá melhorar a partir do ano que vem quando Thomas C. S. Kim, 54 anos, nascido teremos maior oferta de anina Coréia do Sul e no Brasil desde mais para o abate. PR&Cia▶ E a segunda si1971, é considerado um dos maiores tuação? Não irá aumentar a especialistas do país em comércio concentração no setor pela exterior notadamente na área da carne, quebra de empresas? Thomas C.S. Kim▶ Ela é setor onde ingressou em 2004 como diretor de desenmais complexa, pois a crise volvimento de negócios e de exportação da Cooperfrigu, mundial tirou boa parte do de Gurupi, Tocantins. Tem dois filhos casados e é formado crédito que essas empresas em administração de empresas; trabalhou na Shell Petróleo vinham utilizando para suas de 1982 a 1995 e depois disso atuou como consultor de em- operações e o corte desse flupresas na área de estratégia, fusões e aquisições. Durante xo de capital provocou um treesse período ajudou a montar o Consórcio ATL mendo buraco nas suas finanças. Um de Telecomunicações (Algar Telecom Leste), "o Brasil vem dos problemas enque ganhou a licença de exploração de Banda B abatendo grande do Rio de Janeiro em 1997/1998. Foi consultor número de fêmeas volve dívidas com pecuaristas, o que de várias empresas coreanas como LG, Samalém de animais e deixou muitas mais novos, sung, Kia, SK e Lotte. Há algum tempo colasequelas. Uma criando-se um bora com a Abrafrigo como diretor executivo vácuo na produção. das consequências e, a partir, de novembro, tornou-se responsável dessa situação é a No entanto, tudo pelo departamento de comércio exterior da enindica que essa condição de ventidade. Nesta entrevista exclusiva a Paraná & situação poderá da picada e à visCia, Thomas faz uma ampla avaliação do mer- melhorar a partir ta praticada pelos do ano que vem" cado externo, suas dificuldades, oportunidades pecuaristas hoje. Não é bom que e necessidades. A seguir, a entrevista:
Prontos para a recuperação
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Entrevista
Thomas C. S. Kim
essa situação continue, pois isso prejudica a montagem de escala dos frigoríficos além de exigir maior capital de giro para o pagamento à vista. Não está sendo bom também para pecuaristas que sentem muita insegurança para fazer negócios, além de perder dinheiro por não conseguir vender animais no seu melhor momento. Portanto, o setor torce para que essas empresas recuperem sua situação financeira mais breve possível. PR&Cia▶ E no terceiro ponto? Como ficará o mercado com as grandes fusões? Thomas C.S. Kim▶ A terceira situação é muito recente e não sabemos como isso vai afetar o mercado de carne. É importante mencionar também que essas empresas como JBS/Bertin já não são empresas somente brasileiras, hoje são multinacionais atuando em vários países do mundo além de operar em diferentes tipos de carne como frango e suíno. Tem pecuaristas preocupados pensando que perderão o poder de negociação com esses grandes grupos. É possível, se a oferta de animais for maior que a demanda. Por isso, continuo defendendo a expansão da nossa exportação para os mercados em que ainda não estamos atuando. O mercado interno já está bem consolidado sendo o consumo per capita brasileiro em torno de 36 kgs/ ano, mas no mercado mundial, temos muito espaço para crescer e relativamente rápido. PR&Cia▶ Onde podemos fazer as exportações crescerem? Thomas C.S. Kim▶ Nós estamos bem posicionados nos países árabes, Rússia, África e na Europa. Este último, o mercado europeu, apesar de estarmos enfrentando ainda
alguns problemas com relação a rastreabilidade, avançamos bastante no último ano. Hoje há um número significativo das fazendas aprovadas para esse mercado. O que está acontecendo no momento é uma questão comercial em que o preço e o consumo desse mercado sofreu um ajuste e está bem menor que antes da crise econômica do ano passado. O Brasil está firme na negociação de aumento de Cota Hilton ou
"Estes países alegam que o Brasil não atingiu ainda a condição sanitária de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, porém vejo que o problema não é técnico; é necessário vencermos o lobby americano e australiano" um programa similar com a comunidade européia cujo resultado saberemos em breve. O próximo passo é conquistar o mercado asiático, que se divide em três, na minha concepção: (1) Coréia do Sul, Japão e Taiwan; (2) China; (3) Sudeste Asiático – Indonésia, Malásia, Filipinas, Vietnam, Singapura, etc. PR&Cia▶ Como poderemos fazer isso? Quais as características destes mercados? Thomas C.S. Kim - Sobre o primeiro grupo, estes países alegam que o Brasil não atingiu ainda a condição sanitária de Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação, porém vejo que o
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problema não é técnico; é necessário vencermos o lobby americano e australiano. De tanta pressão, inclusive com ameaças de ir a OMC, os coreanos marcaram uma visita ao Brasil para verificar a condição sanitária do estado de Santa Catarina nos próximos meses, o único estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, porém sem representatividade no setor de carne bovina. Um episódio ocorrido no ano passado em que o presidente coreano assinou um acordo com os americanos para “trocar” carne americana, com vaca louca, com carros coreanos, tem provocado uma ira da população coreana que saiu na rua quebrando tudo e vários ministros renunciando o cargo, é um exemplo do que se espera nessa disputa pelo mercado desses países. Só para se ter uma idéia, a Coréia do Sul mais o Japão representam mais de 50% da exportação de carne americana. Acha que eles largarão esse osso facilmente? Temos que mobilizar o governo federal para viabilizar esses mercados. PR&Cia▶ E a China? Será que este mercado se abre de fato um dia? Thomas C.S. Kim▶ O mercado de China, como todos sabem, é enorme e o potencial de consumo é praticamente infinito. Apesar de ser o terceiro maior possuidor de rebanho e da produção de carne, isso não é nada em comparação ao número de habitantes. Como na China existem cerca de 300 milhões de pessoas pertencente a classe média, algo maior que a população brasileira, e que vem incorporando proteína de animal na mesa, imagine o potencial desse mercado. Entretanto, os chineses parecem ter descoberto uma porta não
convencional para abastecer carne no seu mercado. É sabido hoje que a carne entra na China através de Hong Kong e também através de Vietnam. Apesar de alguns frigoríficos terem sido habilitados para exportar para a China recentemente, os importadores não conseguem licença de importação. O motivo é que o imposto de importação na China é de 40%, sendo que a carne que entra na China via Hong Kong ou Vietnam “paga” um “adicional” de cerca de 25%. Como já se criou um “mercado” que funciona dessa maneira, a posição oficial do governo de China pode continuar “tapeando” os países membros da OMC. Portanto, o papel do governo federal é extremamente importante para a abertura do mercado chinês. Eles precisam flexibilizar as condições, principalmente tributárias, para que o Brasil possa exportar para lá. Na minha opinião, isso só acontecerá no momento em que China sentir necessidade de negociar com Brasil algo realmente importante para eles. PR&Cia▶ E o terceiro grupo, o Sudeste Asiático? O Sr. retornou recentemente de lá com novidades? Thomas C.S. Kim▶ A abertura do terceiro grupo está mais próxima de ser realizada por vários motivos: em primeiro lugar, esses países estão melhorando de vida, o que permite o consumo maior de proteína de animal. O segundo motivo é que esses países tem a demanda reprimida basicamente por conta de alto preço de carne fornecida pelos países como Austrália, Nova Zelândia e EUA. Para se ter uma idéia, Indonésia tem 240 milhões de habitantes, sendo
que o consumo per capita de carne bovina é um pouco mais que 1 kg/ano. A situação não é muito diferente no Vietnam: é um país com 90 milhões de habitantes e consumo per capita é de 1 kg/ano. Eles consomem muita carne de búfalo e os cortes de músculo e peito tem a preferência do povo vietnamita. Nós estamos praticamente iniciando a nossa operação comercial por lá.
"Todos sabem que o Brasil está cumprindo seu programa de defesa de saúde animal e investindo pesadamente nisso. Tanto o Ministério da Agricultura como os estados brasileiros estão cientes da importância desse tema" PR&Cia▶ E as barreiras sa-
nitárias no exterior? Há muitos países impondo este tipo de obstáculo ao Brasil hoje em dia? Thomas C.S. Kim▶ Todos sabem que o Brasil está cumprindo seu programa de defesa de saúde animal e investindo pesadamente nisso. Tanto o Ministério da Agricultura como os estados brasileiros estão cientes da importância desse tema e tem dado prioridade nas suas agendas. Mesmo assim, vários países fecharam a porta depois do surgimento de febre aftosa no Mato Grosso do Sul em 2005 e alguns continuam fechados.A África do
Sul é um exemplo. Vejo novamente aqui componentes nãotécnicos, mas algo político/comercial. Sou defensor da ideia de que o governo federal tem que se envolver nessas negociações de forma ativa, oferecendo e exigindo “trocas”. PR&Cia▶ E as questões ambientais que estão sendo levantadas na região amazônica? Elas podem prejudicar os negócios do setor? Thomas C.S. Kim▶ Questões ambientais são importantes, haja visto que o clima do mundo está mudando. No entanto, uma outra coisa é utilizar esse expediente para proveito individual, grupal ou até mesmo para o interesse de certas nações. O recente acontecimento envolvendo Greenpeace a mim me parece algo um tanto exagerado e “estratégico” para chamar atenção da sociedade humana. Não precisamos deles para avaliar o que o Brasil tem de fazer para preservar suas reservas naturais. Nós sabemos o que tem que ser feito. Veja um paradoxo: no passado o governo brasileiro incentivou o desmatamento controlado em algumas regiões amazônicas com objetivo de desenvolver a região, e muitos atenderam a essa chamada e investiram por lá. E, agora tem que sair dessas áreas porque estão prejudicando a questão ambiental. Espero que o nosso governo atue firmemente nessa questão com leis e regulamentos técnica e socialmente viáveis e razoáveis. Por outro lado, Brasil tem maior área agricultável do mundo e, portanto podemos otimizar essas áreas e aumentar produtividade. Não creio que a questões ambientais envolvendo Amazônia venham atrapalhar o futuro de nossos negócios ■
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Capa
Pecuária
pecuária em Alta
Em época de fortes definições e ajustes, depois dos efeitos da crise que começou no final de 2006 e das incorporações recentes, o setor de carne bovina vive hoje relativa estabilidade. Com isso, 2010 pode ser o ano de retomada plena da atividade. Prova disso é a tentativa da Brasil Foods entrar no setor.
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os mais presentes no cabeças e um desfrute anual noticiário econômico de 40 milhões de bois. Com a brasileiro nos últimos queda das exportações, o seu tempos, graças a grandes ne- poderoso mercado interno gociações e também a grandes conseguiu absorver os excesdificuldades, o setor de frigo- sos mesmo porque houve uma ríficos foi um dos que mais diminuição forte na produção: sofreu retração com as crises, o resultado foi que começou a tanto a econômica, mais re- faltar boi quando houve uma cente, como a que começou no tímida retomada nas vendas internacionais e final de 2006, O Brasil possui o preço explopor motivos sao maior rebanho diu, com arroba nitários e que comercial do mundo, beirando os R$ levou a impocom mais de 90 em 2008. Em sição de bar2009, houve o reiras contra a início de estabicarne brasileira de cabeças lização, com a por quase torecuperação de dos os grandes clientes internacionais como a mais mercados internacionais União Européia, cujos efeitos e um início de retomada da confiança dos produtores que ainda persistem até hoje. Em 2007 o setor chegou ao deve se estender a 2010, quanfundo do poço, com o preço do se prevê que o setor volta a da arroba do boi caindo abai- decolar. Entre os efeitos da crixo de R$ 50. O resultado disso foi que muitos produtores se que, se acredita, já passou, abandonaram a atividade, pre- quatro grandes frigoríficos, ferindo alugar suas terras para pediram recuperação judicial o plantio de cana-de-açúcar desde setembro de 2008, e ou de reflorestamento para a aproximadamente 30 mil pesindústria de papel e celulose. soas que estavam empregadas Pior que isso, no entanto, foi direta ou indiretamente neso abate geral de matrizes para sas empresas, perderam sua conter custos que se espalhou ocupação. As dificuldades que pelo país e que até agora impe- foram impostas depois de sediu uma retomada mais rápida tembro de 2008, com a crise da recomposição do rebanho financeira mundial, ainda não foram totalmente recuperanacional. O Brasil possui o maior re- das. As exportações continubanho comercial do mundo, am abaixo em 30% diante da com mais de 200 milhões de média histórica dos últimos
200 mi
meses anteriores a setembro, embora tenham aumentado mês a mês. O que se observa é que, apesar da forte retração, o setor tem reagido, aos "trancos e barrancos” e, em 2010, deve começar a ver uma luz no fim do túnel. Por exemplo: a paralisação e a recuperação judicial de alguns empreendimentos acabaram gerando mercado para outras empresas. A Brasil Foods (BRFoods), resultado da fusão entre as empresas de alimentos Sadia e Perdigão, já mostrou que tem interesse em comprar o frigorífico Independência, um dos maiores exportadores de carne bovina do país, depois que este reestruturar sua dívida, segundo noticiário de agências interSetor de carne bovina
Participação do PIB
8% do Produto Interno Bruto Empregos diretos
400 mil Exportações em 2008
US$ 5,3 bilhões Abate anual
40 milhões de cabeças Abate clandestino
6 milhões de cabeças Abate sem fiscalização
15 milhões de cabeças Fonte: Abrafrigo
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Pecuária
nacionais. Claro que isso é um primeiro reflexo da desoneração do PIS/Cofins pelo governo ocorrida em outubro de 2009 que restabeleceu o equilíbrio no setor. Antes, com estes impostos, não compensava competir com empresas que sabidamente não recolhiam suas taxas. Agora o mercado ficou igual para todos, já que todos são isentos. Por isso a notícia de que agora, a BR-
"Os preço na média de 2009 estão estáveis na faixa de R$ 77,00. Não teremos em médio prazo, a repetição dos R$ 88,00 que se registraram em 2008" José João Batista Stival
funcionários na JBS: a empresa tem 38 unidades produtivas e emprega mais de 35 mil pessoas.
Foods quer expandir a sua atuação na comercialização de carne bovina. Já em relação ao comércio de frango, a empresa já detém uma posição de liderança, mas mesmo que a operação entre Independência e Brasil Foods não se concre-
tize, a indústria de alimentos vai continuar se consolidando. Atualmente, os frigoríficos brasileiros estão operando com apenas 60% de sua capacidade de produção. A queda da produção dos frigoríficos, no entanto, está relacionada também à migração de alguns criadores para a produção de cana-de-açúcar. Alguns pecuaristas têm sido bastante tentados pelo eucalipto porque empresas do setor de papel e celulose preocupadas com uma possibilidade falta de matéria-prima futura estão oferecendo, em arrendamento, algo próximo de R$800,00/alqueire, algo com que fica realmente difícil da pecuária competir. A oferta de bovinos ainda não está absolutamente regular para os frigoríficos e em algumas regiões há dificuldade de aquisição de bois como no Norte de Minas Gerais. No entanto, no Paraná, Sul de Minas Gerais, Triângulo Mineiro, Goiás e Mato Grosso do Sul há tendência de queda de preço em virtude do aumento de oferta. Em relação aos últimos dois anos, o número de animais disponíveis está visivelmente maior e a tendência é que os preços cedam no curto/médio prazo. “Os preço na média de 2009 estão estáveis na faixa de R$ 77,00. Não teremos em médio prazo, a repetição dos R$ 88,00 que se registraram em 2008”, explica o suplente de senador pelo Tocantins, José João Batista Stival, vice-presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos - Abrafrigo. “Mas o grande acontecimento deste ano foi a constatação de que o mercado interno é muito forte e absorveu quase tudo o
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que deixou de ser exportado no período de crise, o que dá maior segurança ao produtor com vistas ao futuro da atividade”, acrescenta. Lá fora os preços começaram a melhorar e os exportadores conseguiram em média valores 15% maiores em dólar que os que estavam sendo praticados no início do ano. No entanto, esta conquista foi inteiramente anulada pela desvalorização do Real frente ao dólar no período. Outro fator de desequilíbrio e mantém de certa forma a situação delicada é o preço baixo do couro, um dos itens de maior rentabilidade dos frigoríficos brasileiros e que responde por 18% do seu faturamento, entre os 78 itens de produção. “Neste quadro, o novo desafio é o
O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de cabeças e um desfrute anual de 40 milhões de bois.
aumento da produtividade”, diz José João Batista Stival. “Precisamos também mudar a estrutura de pagamento do boi para o pecuarista para o quilograma do boi vivo e não mais arroba dele já abatido, o que dá uma sensação ao produtor de que é só o frigorífico que está ganhando, o que não corresponde a realidade. Acho que é hora de lançarmos isso em debate”, conclui ele.
A fusão que criou a maior empresa do mundo A recente aquisição do frigorífico Bertin pelo JBSFriboi e o protocolo de intenções firmado pelo Mafrig com os Frigoríficos Margen e Mercosul para o arrendamento de 11 unidades frigoríficas que, juntas, possuem capacidade de abate de 8,8 mil cabeças de gado por dia e de uma
indústria de charquearia com produção de 1.700 toneladas de produtos industrializados por mês, trazem indicadores preocupantes. Como ocorreu no setor de cítricos, a excessiva concentração pode trazer problemas enormes aos fornecedores e ao mercado, como o simples fato de que o poder em mãos de poucas empresas faz fornecedores receberem menos e consumidores paga-
Empresa será a 3a maior do Brasil em receita (Receita líquida em 2008) 1a Petrobras 2a Vale 3a JBS + Bertin + Pilgrim´s
215,1 70,5 60,7*
*Estimativa
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Capa
Pecuária
Na foto, vista da matriz da JBS Friboi, em São Paulo. Com as aquisições, a JBS S.A., que já era a primeira no ranking do comércio mundial de carne bovina, passou a liderança em proteína animal - incluindo frangos e suínos.
rem mais. Quem banca isso é próprio governo brasileiro porque foi o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) quem patrocinou a conglomerização do setor de carne no país, fornecendo os recursos para as grandes empresas absorverem seus concorrentes, numa iniciativa temerária e contraproducente que pode vir a desorganizar uma cadeia produtiva complexa e competitiva segundo o presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar. A compra do Bertin, somada a da norte-americana Pilgrim's Pride deve fazer com que o faturamento do JBS-Friboi chegue próximo ao das maiores empresas brasileiras, como a Vale do Rio Doce, transformando o frigorífico no maior do mundo em carne bovina. O JBS teve
um faturamento de R$ 35,9 bilhões entre julho de 2008 e junho de 2009. Se for somado o faturamento do Bertin, - R$ 7,5 bilhões no ano passado - e do Pilgrim's R$ 15,3 bilhões em 2008, a receita total do JBS sobe R$ 58,7 bilhões. A Vale, por exemplo, obteve faturamento de R$ 61,6 bilhões nos últimos 12 meses, menor apenas que o da Petrobras. Na avaliação do presidente da Abrafrigo, Péricles Salazar, " essa notícia é muito preocupante para os médios e pequenos frigoríficos, uma
vez que a aquisição amplia ainda mais a concentração no segmento, o que dificulta acesso à matéria-prima e reduz o poder de negociação junto a atacadistas e varejistas", diz ele. Além destas operações, a Marfrig, que chegou a negociar uma fusão com a Bertin, anunciou a compra da Seara, unidade de carnes da americana Cargill e, em maio deste ano, Perdigão e Sadia se juntaram para formar a Brasil Foods. Para Joesley Batista, presidenteexecutivo da JBS, que junto
Ranking Mundial das empresas de Proteína
1o
JBS + Bertin + Pilgrim´s (Brasil)
US$ 28,7 BI*
Algumas marcas do grupo Friboi Swift Maturatta Bertin Danúbio Vigor Leco Faixa Azul *Estimativa Fonte: JBS
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Tyson Foods (EUA)
US$ 28,1 BI
3o Vio (Holanda) US$ 12,7 bi 4o Smithfield (EUA) US$ 12,5 bi
5o Brasil Foods (Brasil) US$ 12,1 bi
com cinco irmãos dirige o grupo, “sem o apoio do BNDES não teria sido possível a transformação da empresa numa multinacional e na líder do mercado mundial de carnes”, segundo declarou aos jornais. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou em nota oficial que vê como positiva a união entre os frigoríficos JBS Friboi e a Bertin, que criu a maior empresa de proteína animal do mundo. O banco, que é acionista das duas empresas, informou que a sua participação acionária resultante da associação será de 22,4% dos negócios integrados. Atualmente, a BNDES Participações (BNDESPar) detém 26,9% do capital do Bertin e 19,4% do capital do JBS/Friboi. Em nota, o banco destacou que também considera positivo o processo de internacionalização do JBS/ Friboi, que tem planos de abrir capital nos Estados Unidos. "A estratégia de crescimento destas empresas visa ao aproveitamento de sinergias no processo de agregação de valor na cadeia produtiva por meio do aumento da industrialização, da verticalização, dos investimentos em logística, em canais de distribuição nacionais e internacionais, além dos ganhos de escala inerentes ao processo de consolidação em curso", afirma o banco no seu comunicado. Só para a aquisição a norteamericana Pilgrim’s Pride a JBS contará com algumas linhas de crédito suficientes para financiar dívida de aproximadamente US$ 1,5 bilhão, segundo revelou a empresa ■
A expansão A Bertin, fundada há cerca que, no estado, a JBS pasde 30 anos é também uma sará a controlar quase 50% das maiores exportadoras dos abates. Dos 29 frigoríde produtos de origem ficos em operação naquele animal da América Latina, estado, a JBS e a Bertin como carne bovina in nacontrolam 11. A Sociedade tura e processada, lácteos Rural do Paraná, por sua e couros. A empresa tem vez, disse que “vê surgir um 38 unidades produtivas oligopólio com caracterísno Brasil e no exterior e ticas de monopólio, o que emprega mais de 35 mil desequilibra ainda mais a funcionários. A JBS possui relação entre produtores e a uma capacidade global de indústria, segundo disse seu abate de 73,9 mil cabeças/ presidente, Alexandre Kiredia, com operações em eff. Para Antenor Noguei25 plantas industriais em ra, presidente do Fórum 9 Estados Permanente brasileiros, 6 da Pecuária de plantas em 4 Corte, “o moprovíncias armento já é ruim gentinas, além cabeças ao dia para o produtor de 16 plantas é a capacidade global e quanto mais de abate da jbs nos EUA, 10 concentrado o na Austrália mercado mais e 8 na Itália. A empresa, o produtor perde poder maior exportadora munna formação dos preços”, dial de carne bovina, tem declarou num encontro da capacidade total de abates Associação Nacional dos no Brasil de aproximaConfinadores realizada damente 26 mil animais em Goiânia em setembro por dia. A nova empresa passado. que deverá resultar da Após a fusão com a Bertin operação, será responsáe a compra da Pilgrim's, a vel, sozinha, por 15% das JBS será líder em procesexportações brasileiras e samento de carne bovina 10% do mercado interno. no Brasil, na Austrália, na Em alguns locais esta Argentina, na Itália e uma concentração alcançará das maiores dos EUA, com níveis nunca imaginados: a capacidade de abate de 90,4 Associação dos Criadores mil bovinos por dia. Será do Mato Grosso revelou a terceira em suínos nos EUA, com capacidade de abate de 48,5 mil cabeças por dia, e uma das maiores em aves naquele país e globalmente, com capacidade de abate de 7,2 milhões frangos por dia.
73,9 mil
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Superação foto: Mairo Frasson
Finanças
Vencendo fogo cruzado
premiação Ciro Possobom, recebendo o Equilibrista 2009 do Paraná, do presidente do IBEF, Henrique Gaede.
Estratégia de passar pela crise recebe o prêmio Equilibrista 2009 do IBEF. Ciro Possobom, Tesoureiro da América Latina e Gerente Geral de Finanças da Renault do Brasil, é o Executivo do Ano no Paraná com execução de projeto para gestão do fluxo de caixa
N
uma concorrida solenidade realizada no Castelo do Batel, Ciro Possobom, da Renault do Brasil, foi premiado com a escolha do título o Equilibrista 2009 do Paraná, principal prêmio da área de finanças concedido anualmente
pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Paraná (IBEF-PR). Ciro é o Gerente Geral de Finanças e Tesoureiro para a América Latina da empresa. Aos 37 anos, levou o prêmio de Executivo do Ano com um case sobre como deveria ser esta-
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belecida a estrutura e o fluxo de capital que, em conjunto com a sua equipe, preparou para a empresa durante a recente crise financeira. A entrega do “Troféu Equilibrista” foi no dia 5 de novembro passado. Mais de um ano depois de iniciada a crise financeira que abalou os mercados mundiais, o prêmio do IBEF mostra que sempre há executivos atentos aos detalhes do que se passa no resto do mundo e que podem interferir rapidamente no mercado brasileiro. De acordo com Possobom, que já está na empresa há 10 anos, o segredo do trabalho realizado na Renault foi entender e aceitar as dimensões da crise antes mesmo dela chegar no país. Recém chegado de uma experiência de três anos na matriz da empresa, em Paris, o executivo percebeu que as empresas no Brasil estavam despreparadas para o que o mercado mundial já sinalizava. “Ninguém estava dando a devida importância para a crise que se anunciava. O mercado brasileiro estava em forte ebulição, com abundância de ofertas de crédito e margens nunca vistas no país”, disse. "Antecipando as consequências que a crise
traria à nossa economia, trabalhamos na implantação de uma nova gestão de caixa, e implantamos a gestão do Free Cash Flow’’, explica. Entre as principais medidas adotadas, estavam o pagamento antecipado de dívidas, a redução de estoques, a parceria com bancos sólidos e, principalmente, a mudança para uma nova cultura finan-
ças não seriam efetivas se não tivéssemos e envolvimento de outros departamentos”, informou. Ele mesmo reconhece que a empresa acabou trabalhando com um cenário pior do que de fato se apresentou, porque no Brasil o governo interveio rapidamente no setor automobilístico reduzindo impostos e mantendo as vendas num bom patamar. No entanto, esse conservado"Antecipando as rismo, segundo o executivo, consequências foi fundamental para que o que a crise traria plano funcionasse, possibilià nossa economia, tando que hoje a empresa retomasse o seu ritmo normal. trabalhamos Ciro Possobom reconhece na implantação que o trabalho no Brasil, em de uma nova especial, teve a contribuição gestão de caixa, do governo federal que, por e implantamos a meio de incentivos fiscais como a redação do IPI, auxigestão do Free Cash liou na manutenção do conFlow" sumo. Ciro Possobom Depois de passada a tempestade e o período de muiceira “Esse foi um ponto cru- to trabalho e preocupação, o cial. Trabalhamos para que executivo avalia que hoje Retodas as pessoas da empresa nault está melhor do que há entendessem a necessidade de um ano. Os bons resultados, repensar o Caixa” conta ele. somado ao reconhecimenPara garantir o envolvimento to do mercado em premiar dos colaboradores, Ciro Pos- o trabalho com o Prêmio sobom contou também com Equilibrista 2009 do Paraná, uma estratégia de comunica- segundo ele, é a grande reção abrangente. “As mudan- compensa da força tarefa ■
O que é um Free Cash-flow? Fundos libertados por uma empresa antes de qualquer decisão de caráter financeiro. Quantifica o total de fundos gerados, após impostos, que a empresa tem à sua disposição para remunerar credores e acionistas. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .17
Aconteceu Brasileiros, os mais preocupados com o clima Pesquisa realizada pelo Instituto Pew Research Center, que ouviu 26 mil pessoas em 25 países - sendo 800 delas no Brasil -, e avaliou a atitude das nações em relação ao aquecimento global apontou que um em cada cinco brasileiros acha que vale a pena desacelerar o crescimento econômico para proteger o meio ambiente. A população brasileira foi a que
mais manifestou interesse na questão climática. Ao todo, 90% dos entrevistados consideram a situação atual do meio ambiente como um "problema muito sério". Essa resposta alçou o país ao posto de número 1 no ranking dos que mais se preocupam com práticas sustentáveis. Na segunda colocação
De Dubai para o Brasil Considerado um clássico no meio automobilístico e produzido na Inglaterra há mais de 50 anos, um lote de 70 modelos Mini Cooper que seriam vendidos em Dubai, meca do consumo de luxo antes da moratória da empresa estatal Dubai World, veio parar no Brasil inesperadamente no final do ano o que permitiu a consumidores brasileiros receber a encomenda antes do previsto. A fila de espera para o pequeno mais famoso veícu-
lo inglês que custa entre R$ 86,9 mil e R$ 129,5 mil passa de três meses. Com isso, a BMW, empresa alemã dona da marca Mini Cooper, conseguiu normalizar as entregas no Brasil, onde as vendas de carros de luxo este ano devem crescer quase 30%. O mini hoje é um modelo totalmente renovado e que chegava ao País através da importação independente. Em abril de 2009 a BMW iniciou a importação oficial e, inicialmente, esperava vender 600 unidades neste ano, número que já atualizou para 1200 veículos.
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da lista, 69% dos argentinos disseram estar muito preocupados com as mudanças no clima. Nas últimas posições estão Estados Unidos (44%) e China (30%), dois países lideram o ranking das nações que mais emitem gases poluentes no planeta.
CVM investiga compra da GVT pela Vivendi A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando a compra da operadora brasileira GVT pela francesa Vivendi porque considerou insuficientes as informações divulgadas pelo grupo sobre as opções de compra de ações da GVT que possui e sobre as que já exerceu. Em 13 de novembro, a Vivendi divulgou que havia comprado 37,9% do capital votante da GVT, e ainda havia garantido o direito de compra de mais 19,6%. Com isso, a empresa esvaziou o leilão de oferta de compra de ações da GVT pela Telefônica, que estava marcado para o último dia 19. Um dos pré-requisitos para o leilão era que o grupo espanhol comprasse o controle da GVT. O que o mercado quer saber é sobre quem vendeu as opções de compra de 19,6% para a Vivendi.
Recuperando Mercado Segundo informou em nota ao mercado, a paranaense Positivo Informática, maior fabricante de computadores do Brasil, aumentou sua participação no mercado em 3,4 pontos percentuais no terceiro trimestre de 2009 quando comparada ao ano anterior, chegando a 16,9%. Em comparação com o trimestre anterior, o crescimento foi de 0,4 pontos percentuais. Segundo a companhia, o bom desempenho deve-se à aproximação do consumidor final por meio do varejo. A participação nos segmentos de desktops e notebooks para o varejo alcançou 36,1% e 27,1%, no período, respectivamente. Atualmente, a Positivo já ocupa o oitavo lugar no ranking de vendas mundial de desktops.
Lula critica a imprensa O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a cutucar a imprensa quando recebeu recebeu o prêmio de Brasileiro do Ano oferecido pela revista "IstoÉ" em 7 de dezembro passado. Para ele, “no Brasil, temos a turma do ‘eu acho’, do ‘achismo', que não perde oportunidade de criar condições para que a desgraça permaneça neste País", afirmou. "No Brasil, tem uma coisa engraçada. Tem dia que você acorda, lê os jornais e a vontade é de se matar, porque o mundo está acabando. Se vocês então ficarem só nas manchetes, nem saiam de casa, porque tem um certo azedume, aquela coisa tão azeda que faz mal para o País", disse o presidente.
Bom para as compras Com crescimento de 3,8%, o setor de shopping centers deve terminar 2009 com um total de 392 novas estruturas em 2009 O Brasil deve terminar 2009 urbanos, mesclar empreendicom um total de 392 shopping mentos imobiliários com cencenters instalados, setor que tros de compra são estratégias desde o ano 2000 cresce a um que podem ser ainda mais exritmo anual de 3,8%. O fatura- ploradas. Em 2010, a Abrasce, mento, que aumentou em mé- associação do setor, espera que dia 12% ao ano no 18 novos shoppings mesmo período, sejam inaugurados. Em 2010 deve atingir R$ Para 2011, no enespera-se 69,8 bilhões nestanto, está previsto que 18 novos te ano. Mas o país um verdadeiro shoppings sejam inaugurados ainda engatinha boom, com na área quando 30 outros comparado a países como os abrindo as portas Estados Unidos, onde há mi- com investimenlhares de centros de compras. tos das principais Assim, focar na classe média empresas do setor a emergente, buscar mercados BR Malls, Iguatemi e fora dos tradicionais centros Multiplan.
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Saúde Suplementar
Unimed
Pontuação Máxima
A Unimed Federação do Paraná está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde do país segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar(ANS).
N
o disputado mercado da saúde suplementar, a avaliação anual realizada pela pela Agência Nacional de Saúde (ANS), que regulamenta e fiscaliza o setor, é considerada um dos mais importantes indicadores do mercado. Em 2008, as cooperativas médicas do estado, o sistema Unimed, que agrupa 22 entidades, segmento que detém mais de 50% do market share estadual contabilizando uma quantidade superior a 1 milhão e 100 mil beneficiários, foi aprovada com louvor. Com efeito, as Unimeds do estado do Paraná conquistaram pontuação significativa no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS), divulgado na última quinzena de agosto pela ANS. A maior parte das cooperativas recebeu a classificação de 0,60 a 0,79 mas quem brilhou mesmo foi a Federação, uma cooperativa de segundo grau, a Unimed do Estado do Paraná que, de acordo com a pontuação está entre as oito melhores operadoras de planos de saúde médico-hospitalar do país. A Federação, por sinal, tem um mercado bastante limitado porque só pode operar com planos de saúde para clientes que tenham atuação estadual. Mas, nos últimos meses, a cooperativa conquistou contas importantes como as da Itaipu e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o que de certa forma reflete sua atuação que conta com mais de
80 mil beneficiários. Todos os anos, desde 2004, a ANS divulga o IDSS das operadoras de planos de saúde no Brasil. O índice é o resultado da análise de quatro critérios: atenção à saúde, estrutura e operação, equilíbrio econômico-financeiro e satisfação do beneficiário. Neste ano, num universo onde foi avaliado o desempenho de 1.480, das 1.707 operadoras de saúde que estavam ativas em 2008 - estão incluídas as operadoras de saúde médico-hospitalares e as odontológicas - a Federação PR ficou entre as que atingiram a pontuação máxima – de 0,80 a 1,00 – no IDSS. A avaliação define as notas em cinco faixas - 0,00 a 0,19; 0,20 a 0,39; 0,40 a 0,59; 0,60 a 0,79 e 0,80 a 1,00 . Para o presidente da Unimed PR, Dr. Orestes Barrozo Medeiros Pullin, este resultado premia um trabalho dedicado e compromissado que persegue valores como a ética e a transparência. “Por seu próprio DNA, as Cooperativas possuem vantagens competitivas que as possibilitam prestar os serviços na área de saúde de forma adequada. O nosso objetivo é mais no âmbito social. O lucro não é a meta principal. Nossa preocupação é o cuidado com os beneficiários e cooperados”, afirmou o presidente. O IDSS se tornou extremamente importante para o mercado porque foi criado
pela Agência com o objetivo de identificar as melhores operadoras do mercado, servindo de parâmetro para a população e de incentivo para que as operadoras de planos de saúde possam buscar melhorias. Segundo o diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, o objetivo é melhorar a qualidade da prestação de serviços por parte das opera-
"Por seu próprio DNA, as Cooperativas possuem vantagens competitivas que as possibilitam prestar os serviços na área de saúde de forma adequada. O nosso objetivo é mais no âmbito social. O lucro não é a meta principal" Dr. Orestes Barrozo M. Pullin
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Saúde Suplementar
Unimed
doras e garantir o equilíbrio O que é o IDSS? do mercado. Para ele, o IDSS é um indicador bastante conO Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS) é fiável porque uma amostra das um critério da ANS que avalia itens como saúde, estruinformações enviadas pelas tura e operação, equilíbrio econômico-financeiro e satisoperadoras é submetida à aufação do beneficiário. Neste ano foram avaliadas 1.480 ditoria para atestar a sua conoperadoras de saúde em todo o país, em um universo de fiabilidade. “Os dados sofrem 1.707 ativas em 2008. uma avaliação crítica em sistemas estabelecidos pelo grupo radoras mais bem avaliadas e reclamações. Algo que procutécnico da ANS”, explicou. há concentração dos usuários ramos atender com o máximo Conforme a ANS, a ava- no nível médio, onde 17,9 mi- de atenção, sempre em busca liação faz parte Programa de lhões de beneficiários dos pla- do exercício da excelência no Qualificação da Saúde Suple- nos médicos, quase 45,1% do atendimento”, justificou. mentar da agência e as ope- total, têm contratos que ficaSegundo Dr. Manoel Alradoras que obtiveram notas ram na faixa entre 0,6 e 0,79 do meida Neto, vice-presidente da baixas terão um foco maior IDSS. Só 104.087 pessoas con- Unimed PR e diretor responda fiscalização. Alguns fatores tam com planos com avaliação sável pelo setor de Comunicapesaram para que no topo - entre ção Corporativa, embora seja A Unimed/PR é algumas operado0,8 e 1”, revelou. a Federação que esteja entre as a marca mais ras tivessem noDr. Orestes oito operadoras que atingiram lembrada do tas ruins como a Barrozo Medei- a nota máxima do IDSS, esse Paraná no baixa capacidade ros Pullin disse resultado tem que ser comparsetor de saúde econômica para que acredita que tilhado com todas as Unimeds suplementar. arcar com os sera nota máxima do estado, pois elas é que gaSão 56,4% de viços e a má gesobtida pela Uni- rantem o excelente atendimenlembrança. tão da assistência med Paraná é to aos beneficiários. aos usuários. “Mesmo assim, resultado de um conjunto de Isso é reafirmado pelo dia avaliação global do setor foi ações que envolvem compro- retor-superintendente da Unipositiva, porque 77% dos be- metimento e responsabilidade med PR, Dr. Paulo Roberto neficiários são atendidos por da Cooperativa em relação aos Faria: “A boa pontuação obtiempresas com índice acima de seus beneficiários. “Buscamos da, nos vários segmentos que 0,4”, revelou o presidente da cumprir todas as normas es- compõem o Índice de Desemagência. tabelecidas pela ANS. Além penho de Saúde Suplementar, Do grupo de oito das me- disso, trabalhamos com zelo só foi possível graças ao esforlhores pontuadas, cinco são de o processo de gestão da saúde ço de trabalho e ao apoio de toauto-gestão (planos próprios junto aos nossos beneficiários das as Singulares nos projetos geridos pelas empresas) e três e, em conseqüência, temos e ações desenvolvidos pela Fesão Unimeds. Além da Uni- um nível muito pequeno de deração” ■ med PR, receberam pontuação máxima as Unimeds de Vale do Açu (RN) e Itaúna(MG). O quesito atenção mede o nível de acompanhamento da saúde dos beneficiários e tem o maior peso (50%), seguido do critério financeiro (30%). “Observamos que a cada ano tem aumentado o percentual de beneficiários nas opeA sede própria da Unimed/PR foi inaugurada em 17 de fevereiro de 2006. Curitiba, PR, 2006
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Seguradoras
Previsul
Premiada seis vezes Controlada por um grupo paranaense desde 2007, a tradicional seguradora com sede em Porto Alegre amplia suas operações e já conta com 500 mil clientes em todo o país
S
eguradora especialista nio líquido também vem deem pessoas a Previsul monstrando volume crescente, vem colhendo os frutos subindo de 31% em 2005 para de uma gestão muito bem-sue- pouco mais de 37% em 2008. dida. No final de novembro, A maior parte da receita da Ernesto Pedroso, presiden- empresa tem como origem o te da Seguradora, recebeu do seguro de vida em grupo (50% CVG do Paraná o Troféu Pi- de toda a receita), seguido pelo nhão de Ouro na seguro de acidenFaturamento categoria Persotes pessoais (16%). ao ano nalidade do Mer- Em Seguros (Prêmios Ganhos) A ascensão se cado. Além desta dá desde a aqui2006 R$ 65 milhões premiação, outras 2007 R$ 99 milhões sição da emprecinco já foram con- 2008 R$ 110 milhões sa, em 2007, pelo feridas à empresa grupo paranaense e ao presidente: Troféu JRS, Consulfac e em 2008 a empredo Rio Grande do Sul, como sa passou a ocupar o 19° lugar Destaque em Seguro de Pesso- no ranking das maiores seguas e Executivo Nacional. Pelo radoras brasileiras no segmenCVG RS, a companhia rece- to de seguro de pessoas. Para beu o prêmio de Seguradora o presidente Ernesto Pedroso, do Ano. Pedroso também foi essa evolução e o crescimento eleito Personalidade Empre- da companhia são fruto de um sarial de 2009 pelo CVG RJ e esforço da equipe que soube no Prêmio Segurador Brasil, acompanhar os novos rumos de São Paulo, foi destaque de propostos visando expandir as mercado. ações da companhia. “Ainda Tantas homenagens tem temos muito por conquistar e fundamento. A receita da estamos nos empenhando para empresa apresenta crescique a companhia alcance nomento desde 2003 e vos patamares de represenem 2008 os prêmios tação dentro do segmendiretos somaram R$ to de pessoas”, diz ele. 95 milhões, enquanA Previsul, empresa to os prêmio ganhos com mais de 103 anos de totalizaram R$ 110 experiência no mercado milhões. O patrimôde seguros, foi fundada em 1º de agosto de 1906 em Porto AleErnesto gre (RS). Pedroso, presidente O desafio da Previsul era fazer
Patrimônio líquido
2008 2005
R$ 16 milhões
R$ 40 milhões
Distribuição da receita operacional por segmento de mercado 32,7% Outros 16,4% Acidentes pessoais
50,9% Seguro de vida em grupo
justamente de uma empresa centenária e tradicional uma seguradora moderna, sólida, enxuta, altamente eficiente e competitiva no mercado. E o resultado veio rápido. Em apenas um ano, o número de corretores cadastrados na companhia passou de 260 para 1.600. Novas unidades foram reformadas e inauguradas no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. A matriz da seguradora, em Porto Alegre/RS, em breve mudará de endereço, ocupando espaço de 11 andares, totalmente reformado ■
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T.I.
Lume
Ampliando Horizontes
Atuando em todo território nacional desde 1986, e em franca expansão, a Lume transferiu sua sede em Curitiba para Pinhais, na região metropolitana. A empresa é pioneira em Soluções de Tecnologia de Informação.
N
o disputado merca- mento dos colaboradores do de TI é necessário nos processos de gestão”, estar sempre inovan- explica a diretora da Lume, do e ocupando espaços para Márcia Munaro. Outra área não ficar para trás. Além do contemplada pela empresa investimento na sua nova é a social, por meio das atiestrutura em Pinhais (PR), vidades do Instituto Lume, inaugurada em 26 de no- que a partir do ano que vem vembro passado e que pos- oferecerá aulas e bate-papos sui 3 mil metros quadrados a vestibulandos sobre o mere espaço para treinamento e cado e os ramos da TI. No conferências, a paranaense seu novo passo nos planos Lume Tecnologia mantém de negócios foram investidos uma política de incentivo R$ 3 milhões na obra. para a formaA empresa ção profissional prevê para este de seus colaboano faturamento radores, subside R$ 9,6 midiando cursos, lhões e a contigraduações e nuidade de sua é o que A empresa especializações. re e s t r ut u r a ç ã o prevê fechar de Nas novas instaorganizacional, faturamento para lações, essa pocom incentivos 2009 lítica irá ganhar na formação e mais força. promoção inter“Este incentivo faz parte na entre os colaboradores.A do nosso plano de adminis- Lume possui 70 funcionários tração participativa, que pre- em Pinhais e prestadores de vê a capacitação profissional serviço credenciados em váe o desenvolvimento de uma rias regiões do Brasil. Entre visão holística do negócio, os vários serviços oferecidos para diminuir o número de estão o Sistema de Informaníveis hierárquicos e dar a ções usado pela Associação oportunidade de envolvi- Comercial de Foz do Iguaçu
R$ 9,6 mi
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"Este incentivo faz parte do nosso plano de administração participativa, que prevê a capacitação profissional e o desenvolvimento de uma visão holística do negócio" Márcia Munaro
e outras entidades da Bahia, Pará e Rio Grande do Sul; o desenvolvimento de solução completa para processos eleitorais por meio de votação online; sistemas de controle de estoque automotivo; soluções para nota fiscal eletrônica e Sped (Sistema
A nova estrutura da empresa Lume, inaugurada em novembro de 2009 em Pinhais (PR), e possui 3 mil metros quadrados e espaço para treinamento e conferências
Público de Escrituração Digital); instalação e suporte técnico de infraestrutura; e realização de avaliações e certificações em TI, como o Prometric. Entre os parceiros da Lume estão a IBM, a Oracle, a Microsoft e a EMC. No rol dos mais de 300 clientes, figuram empresas como Cooperativa Corol, Leão Júnior, Supermercados Condor, Itaipu Binacional, Colégio Bom Jesus e Concessionária Servopa. Em abril de 2009, por exemplo, a Lume se juntou a também paranaense Mobion para lançar o NF-e onDemand! e auxiliar empresas para se adequarem à nova legislação com uso da Nota Fiscal Eletrônica. Junto com a Microsoft Brasil e as duas
empresas instalaram na Leão Junior, empresa do Grupo Coca Cola, o serviço de processamento de notas fiscais eletrônicas. Segundo Adriano Della Coletta, gerente regional Sul da Microsoft Brasil, os novos processos têm o intuito de reduzir a burocra-
cia na emissão de notas ficais e otimizar os processos administrativos. "A Microsoft acredita que a Nota Fiscal Eletrônica é um avanço para o Brasil em governança corporativa, transparência e responsabilidade fiscal", avalia. A Leão Junior emite notas fiscais em diversos estados da federação e percebeu na oferta e na tecnologia qualidades importantes, como a amplitude da solução e a sua capacidade de processamento, uma vez que muitas empresas do grupo estarão aderindo ao NF-e ao longo do tempo. "A facilidade de integração com os nossos sistemas e os critérios de segurança foram pontos importantes na escolha, mas a experiência do fornecedor no Projeto Nacional de NF-e e todo o conjunto de funcionalidades disponíveis fez diferença", disse Paolo Chiarlone, executivo de TI da Leão Junior ■
Equipe responsável pela área de Tecnologia da Informação da Lumen
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Bússola
2010, um ano para otimismo
Safra: podia ser melhor
A pesquisa de opinião CNI/Ibope divulgada no início de dezembro mostrou bastante otimismo por parte dos brasileiros em relação ao ano de 2010. Para 44% dos entrevistados, o próximo ano será "muito bom" e para 48%, "bom". Somados, os otimistas representam 92% dos 2.002 entrevistados. Segundo o Ibope, essa foi a maior expectativa positiva registrada pela pesquisa até hoje. Para apenas 3% das pessoas ouvidas, o ano que vem será ruim (2%) ou muito ruim (1%).
Otimismo II O varejo do País espera que o Natal de 2009 seja o segundo melhor dos últimos cinco anos, de acordo com pesquisa divulgada no início de dezembro pela Serasa Experian. O Indicador Serasa Experian Expectativa Empresarial Natal 2009
Levantamentos de dezembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), aponta que a safra brasileira será de 140,6 milhões de toneladas de grãos, abaixo do recorde que foi registrado há dois anos, quando a produção do campo atingiu a marca de 144,1 milhões de toneladas. Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, a safra de grãos 2009/2010 ainda poderá ser recorde caso o clima se comporte bem nos próximos meses. Ele salientou que na safra anterior a colheita caminhava quando houve problemas de chuvas que acabaram prejudicando o resultado. Na safra passada, o volume de grãos colhidos foi de 135,1 milhões de toneladas, o que significa um crescimento de 4% de um ano para o outro se as previsões da Conab se confirmarem.
apontou que 53% dos varejistas acreditam na ampliação das vendas para o período, 31% esperam faturamento estável e 16% preveem declínio, contra a mesma época de 2008. Esta é a segunda melhor perspectiva para o Natal desde 2005, perdendo somente para 2007, quando 61% dos varejistas acreditavam em alta das vendas.
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Trem-bala O projeto do trem-bala, que segundo a Ministral Dilma Roussef poderá chegar inclusive a Curitiba, já teve definidos os critérios pelo governo para a escolha do consórcio vencedor do leilão da concessão do trecho Campinas-São Paulo-Rio de Janeiro. Segundo o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sergio Passos, vencerá o leilão quem obtiver maior pontuação, a partir de um mix de dois critérios: quem
demandar menor financiamento público para instalar a linha férrea e quem cobrar a menor tarifa do usuário final. Segundo ele, nessa pontuação o critério do menor financiamento terá peso de 70% e o da menor tarifa, de 30%. Além disso, explicou, o governo vai exigir na pré-qualificação algumas condições técnicas mínimas dos interessados.
Ao largo da crise Mesmo em um ano de crise, a construção civil deverá continuar crescendo, com previsão de aumento de 7,5% a 9% em 2010 Em 2008 o setor da cons- do a compra de um imóvel trução civil cresceu expressi- para cada três pessoas, signivos 9%, o melhor resultado ficaria a aquisição de 63 mil dos últimos 20 anos, e mes- unidades. O que vai ajudar mo num ano de crise, deverá nisso são os recursos disponíatingir a 3,5% veis: no Paraná, em 2009 segunsó a Caixa Ecodo a Fundação nômica Federal Getúlio Vargas d ispon ibi l i zou dos curitibanos (FGV), com preaté outubro R$ têm intenção de visões de cresci2,5 bilhões – adquirir um imóvel mento para 2010 crescimento de nos próximos três entre 7,5% a 9%. 89% em relação anos Pesquisa feiao mesmo períota pela entidade em Curitiba do de 2008.No País, os recurconfirma o otimismo: 10,5% sos habitacionais somaram R$ dos curitibanos têm intenção 39,3 bilhões – 93% superior a de adquirir um imóvel nos 2008, quando foram liberados próximos três anos. Estiman- R$ 20,4 bilhões.
10,5%
Mercosul quer fundo soberano regional A desvalorização do dólar em relação às demais moedas fortes pode provocar tensões nas economias do Mercosul e, como prevenção, os ministros de Economia dos quatro sócios do bloco concordaram em analisar medidas comuns de administração das reservas internacionais e de redução dos riscos de volatilidade. Na reunião marcada para fevereiro de 2010, está a criação de uma espécie de fundo soberano regional. Este tema foi discutido no início de dezembro em Montevidéu, por iniciativa do ministro de Economia da Argentina, Amado Boudou, O Canadá também participou da reunião convidado pelo governo uruguaio porque será a sede da próxima cúpula do G-20, em junho de 2010 em Toronto. Segundo Boudou, o Mercosul tentará fechar, em fevereiro, uma posição única para a reunião do G-20 sobre a desvalorização do dólar.
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Gestão
Governança Corporativa
Poison Pills
Depois da crise, IBGC lança seu manual da boa governança corporativa atualizado
N
um ano que não foi E já não é sem tempo porsó de crises, mas que 2009 foi um ano de casos também da abertura emblemáticos de trocas de de uma nova discussão sobre controles acionários e meso papel e os poderes dos exe- mo tentativas de aquisição do cutivos nas empresas, princi- controle pelas vias normais palmente depois que muitas ou por um take over hostil delas apresentaram prejuízos como nos casos da GVT, Saelevados pelas ações intem- nepar, Positivo Informática e pestivas de suas diretorias, Perdigão/Sadia. Por isso, um o Instituto Brasileiro de Go- dos pontos relevantes do mavernança Cornual se refere esporativa (IBGC) pecificamente às O Código foi lançou no início questões que endividido em de dezembro a volvem as poison seis capítulos quarta edição do pills – pílulas de elaborados nos seu Código das veneno, literalúltimos dois anos por um comitê de Melhores Prámente. Num dos 18 especialistas ticas de Goverprincipais novos nança Corpoitens incluídos rativa – uma espécie de guia no Código, ele refere-se exapara profissionais que atuam tamente aos mecanismos de nos escalões superiores. proteção à tomada de con O manual foi conce- trole de uma empresa por oubido em 1999 e tem sido re- tra, conhecidos como poison visado constantemente, na pills. Neste caso, o Código medida em que as empresas define que qualquer mecanisbrasileiras estão evoluindo mo que obrigue o adquirente para melhores práticas de go- de uma posição minoritária a vernança corporativa, o que realizar uma oferta pública a exige, por exemplo, maior todos os sócios deve ser visto transparência na remune- com reserva e é enfatizada a ração de administradores e relevância da participação do controles sobre os confli- Conselho de Administração tos de interesse que podem neste processo. ocorrer nos conselhos de adO principal componente ministração. A conselheira do sistema de governança, o do IBGC e coordenadora do Conselho de Administração, Comitê de Revisão do Códi- foi o tema que obteve maior go, Eliane Lustosa, foi quem detalhamento nessa revisão apresentou para os empresá- destacando-se a importânrios curitibanos as novidades cia do Conselho se manie mudanças no final de se- festar sobre o apetite e a tembro passado. tolerância da empresa ao
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Na foto, lançamento da quarta edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC. Abaixo, a conselheira da instituição e coordenadora do Comitê de Revisão do Código, Eliane Lustosa.
risco. Outro item mais particularizado foi a remuneração do conselheiro: o novo Código recomenda a divulgação individual da remuneração, assim como a explicitação das métricas. Num outro ponto, a publicação recomenda que a empresa deve facilitar a participação de minoritários na assembleia, permitindo o voto por procuração (proxy voting), ou por meio eletrônico. O Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa foi dividido em seis capítulos elaborados nos últimos dois anos por um comitê de 18 especialistas. Além disso, houve a introdução de 350 comentários que levaram à colocação de no-
vos temas neta última edição onde se aconselha que a auditoria não se restrinja à análise dos números apresentados pelas empresas, mas que
também faça um relatório sobre o funcionamento dos controles internos – o que reduz o risco de problemas contábeis ■
O que são Poison Pills? As poison pills são "venenos" destinados à pulverização das ações no mercado. Com a maior difusão dos papéis no mercado restariam dificultados o surgimento de grupos controladores e a concentração de ações. Mas seus efeitos podem gerar malefícios às empresas. Dentre eles, podemos mencionar a perpetuação de um restrito número de acionistas no comando da companhia. Revista Paraná&Cia | dezembro.janeiro 2009 .29
Economia Alerta no Campo
Acendendo a luz amarela O Real forte já começa a acender uma luz de alerta no campo porque o ciclo de aumentos no preço das commodities agrícolas parece ter chegado ao fim, depois de alguns picos que anunciaram a retomada do crescimento da economia mundial.
H
istoricamente, já se sabe que um dólar abaixo de R$ 1,60 acende a luz amarela de alerta em todo o setor do agronegócio brasileiro, embora dólar baixo também signifique a redução de preço de alguns insumos como fertilizantes. Com os problemas que o país tem de infra-estrutura de escoamento de sua produção, vastas regiões produtoras do Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, aonde se concentra a maior parte da produção brasileira de soja, por exemplo, passam a trabalhar muito próximas do vermelho ou mesmo no prejuízo. É claro que no Sul do país, principalmente Paraná e Rio Grande do Sul, onde agricultura é mais competitiva e a infra-estrutura e custos de escoamento são mais baixos, a situação é um pouco diferente e o setor consegue
Variação do dólar em reais
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manter boas margens de lucro ainda assim. Mas dólar trafegando muito próximo de R$ 1,60 é sempre sinal de preocupação para o campo. Um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp), divulgado recentemente confirma que, se o câmbio ceder abaixo de R$ 1,60, muitos setores agrícolas entram no vermelho. Num dos mais importantes para a balança comercial brasileira, o de frangos, o câmbio limite, que zera a margem de lucro, está, por exemplo, em R$ 1,71 para os exportadores. O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, volta e meia reclama dos impactos do câmbio no setor agrícola: "Não há nenhuma dúvida de que a redução do câmbio vai prejudicar a próxima safra. Isso já está acontecendo: o câmbio está influenciando negativamente o setor”, diz ele. Para Stephanes, até aqui, a alta dos preços dos produtos agrícolas proporcionada pela retomada do crescimento da economia mundial compensavam as perdas com o dólar: "Mas isso não está acontecendo mais," explica ele. Com a
valorização da moeda, setor lhor que a da indústria que já do agronegócio experimen- amarga seu pior desempenho ta a queda da remuneração desde 1985. A Fundação Cenporque os preços das expor- tro de Estudos do Comércio tações em reais caíram qua- Exterior (Funcex) aponta se 15% em relação a novem- que a rentabilidade das exbro de 2008, por exemplo. portações da agricultura e Assim, depois de três anos da pecuária caiu 24% em oude lucros fartos, tubro diante de o setor agropeoutubro de 2008 cuário experie voltou para o menta queda da mesmo patamar remuneração em do início do ano moeda local e a passado. E já há são as perdas dos verdade é que o quem aponte produtores de câmbio anulou queda de lucro grãos em 2009 se os ganhos da elevada para o comparado com recente recupesetor: o econo2008 ração das commista-chefe da modities: enquanto os preços RC Consultores, Fábio Silem dólares das exportações veira, diz que há perdas na agrícolas avançaram 6,3% no renda do agricultor e que os terceiro trimestre, o Real se produtores de grãos vão ficar valorizou 19,6% em relação US$ 10 bilhões a menos em as moedas dos principais par- 2009 se comparado com 2008, ceiros do agronegócio brasi- embora os números da safra leiro. e das exportações divulgaPor enquanto a situação dos pelo governo ainda sejam do agronegócio é bem me- plenamente otimistas ■
US$ 10 bi
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Trajetória
Condor
"Na Intimidade do Sucesso". O livro faz parte das comemorações dos 35 anos do Condor.
Determinação
Livro “Na Intimidade do Sucesso” traz a trajetória do fundador da Rede Condor que está em 11 municípios paranaenses e pretende faturar R$ 2 bilhões em 2014 e abrir mais 3 lojas em 2010.
E
mbora sejam publicações escritas somente sob o ponto de vista do personagem principal e raramente tragam os “segredos” do sucesso empresarial, livros com a história de empresários bem-sucedidos normalmente tem uma função importante: preservar para o futuro informações sobre cada trajetória de vida, lutas e dificuldades exem-
plarmente superadas. Se não servem para um estudo acadêmico em algum MBA ou curso de Administração, contudo, do retrato que trazem sempre há algo a se observar para quem deseja seguir o exemplo. Talvez uma das maiores qualidades deste empresário, além do inegável talento para o seu ramo de negócio, seja a bravura com que resistiu
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até aqui ao assédio dos grandes players do setor, sempre de olho em expansões por aquisições de redes regionais menores como a Condor, algo que já sucedeu com a Rede Mercadorama, adquirida pela norte-americana Wal Mart. “Na Intimidade do Sucesso” é uma publicação sob encomenda que traz a trajetória do empresário parana-
ense Pedro Joanir Zonta que adquiriu um pequeno mercado em 1974 e transformouo numa rede que pretende faturar R$ 2 bilhões em 2014. Em 2009, a Rede Condor, que conta com 29 lojas em 11 cidades do Estado, faturou perto de R$ 1,5 bilhão contra R$ 1,19 bilhão em 2008, o que a coloca entre as 20 maiores do país e a segunda maior com sede no Paraná. A Condor completou 35 anos em 2009, investiu R$ 80 milhões no ano e pretende repetir a dose em 2010 segundo Pedro Joanir Zonta, que também preside a Associação Paranaense de Supermercados (Apras). O setor de supermercados, por sinal, deve encerrar o ano com um crescimento real – já descontada a inflação – de 6% em 2009 e em 2010 espera um crescimento de 6% a 8%. Para fazer frente a esse movimento, as redes estão acelerando a abertura de lojas. A Condor, no próximo ano, deve abrir mais três lojas e reformar unidades já existentes. Segundo a Assessoria de Imprensa da empresa, o livro traz “acontecimentos engraçados, momentos de sofrimento e outros de alegria marcaram a trajetória do fundador do Condor Super Center, Pedro Joanir Zonta” e foi escrito por Ricardo Hubner a partir dos relatos do empresário, sua família e amigos. “Com uma infância sofrida, Joanir sempre trabalhou e ajudou sua família, desde nos afazeres domésticos até na venda de frutas para os carros que passavam na rua de sua casa. Sempre aceitan-
do as palavras de seus pais, nunca reclamou ou se lamentou pelas dificuldades que enfrentou”, relata. E prossegue: “Desde criança já se mostrava um grande visionário e em seu íntimo guardava o desejo de crescer na vida para poder proporcionar aos seus filhos o conforto e a fartura que não teve em sua infância. Assolado pelas crises econômicas e pelos concor-
"Acontecimentos engraçados, momentos de sofrimento e outros de alegria marcaram a trajetória do fundador do Condor Super Center, Pedro Joanir Zonta" Condor
rentes multinacionais, Joanir não desistiu do sonho de crescer. A primeira loja Condor tinha 110 m² e cinco funcionários, seu escritório ficava junto com o depósito e atendia seus fornecedores no meio dos pacotes de arroz. Com determinação e coragem, Joanir venceu as
dificuldades e transformou a sua pequena loja no bairro do Pinheirinho em uma das maiores redes supermercadistas do Brasil, com 28 lojas, em 10 cidades do Paraná, 6 mil colaboradores e mais de 2 milhões de clientes atendidos por mês. O crescimento não foi somente financeiro, foi também na sua experiência de vida. Um homem vencedor que está sempre pronto para oferecer uma palavra amiga e um sorriso de consolação para quem precisa”, explica a apresentação. “Mais do que expor o caminho que Joanir percorreu para alcançar o sucesso, o livro também mostra que a humildade e a paciência aliadas com muito trabalho são os dons que realmente tornam uma pessoa vencedora e faz parte das comemorações dos 35 anos do Condor. Além da vida e da trajetória do empresário paranaense, tem anexos com fotos das atuais e antigas lojas da rede, que mostram o processo de transformação e de crescimento do Condor”. A versão digital do livro “Na Intimidade do Sucesso” está disponível o site: www.condor. com.br ■
Primeira unidade da rede CONDOR de supermercados. Foto veiculada no livro da trajetória do fundadorda rede.
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Artigo
Requião, no alto, novamente por Norberto Staviski
As campanhas políticas para as eleições de 2010 já começaram há algum tempo no Paraná e a movimentação no tabuleiro em que
se desenvolvem as estratégias de cada candidato estão pra lá de interessantes. Beto Richa acha que saiu na frente e que este é seu momento, embora boa parte do seu partido, principalmente as bases do PSDB do interior, ainda prefira que ele espere mais um pouco, continue na prefeitura de Curitiba e se candidate ao governo do estado em 2014. A maioria das lideranças do PSDB, fora as da capital, é claro, acha que ainda é cedo e que Beto mais cedo ou mais tarde vai virar governador, até pela falta de nomes e talento na política paranaense. Para estes, a bola da vez é Osmar Dias, do PDT, e que todos os acordos que foram feitos nas eleições de 2006 devem ser cumpridos e não riscados do mapa como estão fazendo Richa e seus assessores atualmente, na ansiedade causada pela natural e real chance de chegar ao poder.
Osmar Dias olha meio de longe esta situação e olha preocupado porque as pesquisas de opinião extra oficiais estão dando um empate técnico entre ele e Richa, com pouco mais de 30% para cada um. Álvaro Dias corre por fora, com grandes chances de sair candidato se conseguir vencer a disputa intestina que há no PSDB para que saia no lugar de Beto
"Requião está com a faca e o queijo na mão porque tanto Beto Richa como Osmar Dias e Álvaro Dias sabem que sem seu apoio a eleição se complica e se torna imprevisível" Richa. Ele trabalha nos bastidores, enquanto o prefeito de Curitiba trabalha muito mais na mídia, com grandes gastos em comunicação já que tem a máquina da prefeitura da capital nas mãos. Mas Álvaro Dias tem muito mais experiência e vitórias neste tipo de trabalho e oferece a real chance ao PSDB de praticamente ser ungido governador porque não teria adversários, já que poderia ter o apoio do governador
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Norberto Staviski, ex-diretor da Gazeta Mercantil no Paraná, é jornalista em Curitiba
Roberto Requião do PMDB com quem vem conversando regularmente e, por sinal, de quem nunca se distanciou. Tudo isso traz Requião em alta novamente na política paranaense porque só ele tem agora a capacidade de criar grandes acordos capazes de trazer a vitória para algumas destas alas. Requião está com a faca e o queijo na mão porque tanto Beto Richa como Osmar Dias e Álvaro Dias sabem que sem seu apoio a eleição se complica e se torna imprevisível. Se Requião apoiar Osmar, ele vira favorito. Se apoiar a Beto Richa, este vira favorito. Se sair o Álvaro, então, será pura covardia. Pessutti, o vice-governador, candidato anunciado pelo PMDB, não parece ter chances embora todos gostem dele. Requião se movimenta nos dois lados que antecedem a disputa e tanto os irmãos Dias como Beto Richa tentam pavimentar uma aproximação que garanta o apoio de Roberto Requião, seja por um acordo informal para ele não fazer oposição seja por um acordo explícito em que o PMDB pode fazer parte de um governo do PSDB ou do PDT. Este é quadro da política paranaense que não deve mudar nos próximos meses ■
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