2020 Cruzando Entre Linhas
2020 Cruzando Entre Linhas Sem duvida um ano atipico, fora do comum, onde uma das palavras de ordem foi adtação, tranformação. Uma etapa que nos irá perseguir durante a nossa vida, tivemos que alterar a ordem das prioridades, a ordem do coração, afastar para que exista uma salvação. Mas também existiu separações profundas que dilaceram a alma, partidas que se adiantaram em todos os sentidos e como humanos sempre temos que seguir adiante com a nova normalidade.
Catarina Dinis Pinto
Aline Bischoff é paulista e atua em diversos segmentos artísticos, tais como música, literatura, ilustração e teatro. Sua obra mais recente publicada, é o livro infantil O Violão Sem Cordas (2018), lançado sob o selo do Espaço Cultural Marizeth Maria, onde assina como coautora da ilustração.
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E-mail: contato@alinebischoff.com Site: www.alinebischoff.com Facebook: AlineBischoffArtes Instagram: aline.bischoff YouTube: Aline Bischoff
A construção humana do novo tempo
I
Foi necessário o inesperado isolamento, Para que refletíssemos por um momento, Sobre o que nos é realmente essencial, Num contingencial momento existencial.
Descobrimos que a solidariedade e a empatia, São que trazem ao mundo a almejada harmonia E que o modelo da sociedade de consumo, Talvez não seja o nosso verdadeiro rumo.
O conceito do lucro a qualquer custo, De repente já não parece algo tão justo. Confrontando as nossas limitadas crenças, Percebemos onde estavam as reais doenças.
Com mudanças significativas para um futuro Ainda mais tecnológico, mesmo que inseguro, A experiência humana é que constrói o tempo, Por meio das escolhas certas feitas a tempo.
II
Eis que em meio a Era da Informação, A necessidade real é de aproximação. Utilizando os meios de comunicação, para promover tal urgente integração.
Experiências diversas imersivas, De repente se tornarão efusivas, Conectando o real com o virtual, De modo como nunca se viu igual.
A tecnologia ainda mais presente, Possibilita-nos ser onipresente, Nas pequenas coisas do dia a dia, Ou em algo importante que se cria.
Mudanças que já estavam em curso, Anteciparão bem mais seu percurso, Implementadas durante o susto, Exigindo de nós um alto custo.
III
Por sucessão, trilhamos o caminho da evolução, Enquanto o mundo passa por mais uma revolução. O coronavírus, foi um acelerador de futuros, Mesmo que estejamos abalados e inseguros.
Ele mostrou que estávamos no nosso limite, Que novas possibilidades isso nos permite E que mesmo com tanto desenvolvimento, Ainda era muito preciso olhar para dentro.
Novos modelos de trabalho e educação, Encontrarão agora maior disseminação. A nova cobrança por parte da sociedade, Será a maior busca pela sustentabilidade.
Para que cada um seja mais responsável, Não destruindo aquilo que é vulnerável. Que a maior lição deixada pela pandemia, Seja mostrar ao mundo do que ele carecia.
Aline Bischoff
Ana Flávia Brandão Alves é mineira de Montes Claros e, cearense de família e de coração; reside em Fortaleza. É Administradora; Especialista nas áreas Financeira e em Gestão de Trânsito e Transportes Urbanos; Mestra em Engenharia de Transportes. Tem poemas publicados em livros de antologias poéticas, tais como: Sarau Brasil 2019; Poetize 2020; Poesia Agora Primavera; Poesia Agora Verão 2020 e, Outuno 2020; Nova Poesia; Língua Animal, Poesia Livre, e outros mais. Além de ter poemas postados em websites como o do Festival da Poesia da Cidade de Fortaleza e do Prêmio Absurtos de Poesia. E-mail: ana.fba@hotmail.com Facebook: https://www.facebook.com/anaflavia.alves.33/. Instagram: @ana.fba
VIDA FEITA À MÃO Costurando com calma o tecido do dia a dia Tecendo a fé de cada sonho Bordando a paciência pelo caminho Desenhando a alegria de viver Pintando o tempo em esperança Escrevendo a crença no centro do meu ser Desfrutando as expressões universais Admirando as liberdades individuais Recriando a paz de espírito Recitando o amor no coração Modelando a tranquilidade na aura Tricotando com as almas de reciprocidade Somando com ondas de gentileza Desfazendo os percalços dos desencontros Vislumbrando a semente de cada amanhã Aprendendo a recomeçar mão à mão em todo nascer do sol.
Ana Flávia Brandão Alves
Angelino Pereira
Canto no meu canto Canto no meu canto e mato o meu pranto, neste verão amarelo e abrasador... Devoro montanhas virgens à procura de ti. Caminho em imensas extensões desabitadas e essa folha d’aroma selvagem não aparece! Enegrece a minha vida e desaparece nas sílabas dos nomes que inventei. Pássaro selvagem que não sei!.. Navego em rio longo e desconhecido na esperança de t’encontrar! Entre margens montanhosas disperso o olhar. Procuro o crepuscular de vidas por colinas e caminhos intransitáveis! Entre heras e madressilvas faço a minha poesia. Procuro no bosque do meu poema o teu nome. Vislumbro na safra desse teu trigo:
meu debulhar e meu abrigo! Encalhado, entre papoilas, naufrago nesse jardim que imagino. Embriagado no teu aroma, entre trepadeiras dispersas de minh’alma, misturo a minha insignificância nessa seiva de caule partido!.. Porém, uma brisa de perfume humano rejuvenesce, entre pétalas de seda sumptuosa de rosas ou outra flor e uma águia ou condor, traz-me a mensagem d’amor: Essa que amas não aparece mas jamais t’esquece!” No teu poema o seu nome.
Cecília Maria Pereira Pestana nasceu a 4 de Dezembro de 1957, em Torres Novas. Filha de pais madeirenses e pai militar, veio residir para a cidade do Funchal, Ilha da Madeira, aos 9 anos de idade. Amante de leitura de poesia desde jovem, apaixonou-se rapidamente pela escrita poética. Colaborou durante dois anos a nível regional, na Revista Rugas direcionada à População Sénior. Publicou alguns poemas no Jornal de Notícias da Madeira. Coautora de vinte Antologias e Coletâneas Poéticas, dois E.Books de Natal, e uma Colectânea de Cartas de Amor Vol. III – Editora Chiado Books. Publicou o seu primeiro livro de Poesia “A Voz do Poeta “, a 21 de Fevereiro de 2020. Tem por especial interesse, além de leitura e poesia, cultura, e arte, nas suas mais diversas formas. É também uma apaixonada por viagens.
A tempestade Pandémica
E nesta vida por si já tão retalhada Devastada por tanta maldade Por ódios, guerras, escravidão, Pela destruição da Mãe Natureza, Surge agora de mansinho A tempestade Pandémica, Invisível, mortífera e calada.
A tormenta abateu mundo inteiro, Trazendo à Humanidade Mais morte, miséria, fome, Infinitas dores maltratadas, Que nunca mais serão saradas.
Avassalados por tanta agonia O ser Humano está agora curvado, Prostrado de joelhos… implora, Está a pagar por seus pecados.
A tormenta agiganta-se… Em casa ficámos confinados, Despimo-nos, por momentos, de vaidades, De fedorentos preconceitos… E nesta vida desastrada e bolorenta Ficámos mudos, tristes, espantados!
Funchal, 2 de Agosto de 2020 CecĂlia Pestana
Eddie Saraiva
Amor [...] Amor Amor. Verdadeiro. Amor. Oh, Cupido, que a todos ajuda. Unindo casais em amor verdadeiro. Mira tua flecha e acerta este alvo. Amor. Ilusão. Amor. Uma busca insensata e quase perdida. A deusa do amor Tenho por testemunha. Oh! Afrodite. Inúmeros foram os amores que amores não eram. Amor. Desejo. Amor. Que me envolve, me sufoca, me arde o peito. Enche-me transborda de paixão, amor. Ave Pothos, Personificação das paixões do Homem. Amor. Eterno. Amor. Que alimenta o corpo alimenta o ser.
Trava guerras batalhas, tal como Ares, deus da guerra. Como em Tróia, Paris e Helena, foi acontecer. Amor. Insano. Amor. Que não nos deixa pensar com razão, ética ou moral. Que manda, desmanda, no coração. Ave Anteros, permita que seja correspondido, retorne o meu amor.
Emília Silva
Vivam! Não! O mundo não parou O tempo muito menos, Parece um filme de terror Mas não é, Isto é a realidade É o que nós vivemos.
Tudo parece horrível, E não parece, É mesmo na verdade, Mas é também nos momentos maus Que descobres quem é quem Com mais facilidade.
Onde está o amor, A amizade, a união E a solidariedade? Onde estão que eu não os consigo ver? Serei eu cega Ou estúpida demais Para entender?
Que sociedade é esta? Estamos perante um monstro Que em parte nos coloca
Num patamar de igualdade, Mas por outro lado somos diferentes Pois nem todos temos a mesma maldade.
Para quê conflitos? Para quê guerra? Para quê tantos problemas Se acabaremos todos debaixo de terra?
Amem mais! Sorriam mais! Lutem mais! Ponham de lado Os vossos problemas banais.
Vivam!
Emília Silva
Francisco Carlos da Silva Caetano é escritor, poeta e professor. Formado em Letras Português/ Inglês, pela Faculdade de Administração Ciências Educação e Letras (FACEL), e em Pedagogia pelo centro Universitário Internacional (UNINTER), possui especialização em Educação Infantil e em Alfabetização e Linguagens, pela (UNINTER). No momento está cursando mestrado em educação na Universidad Nacional de Rosario - Argentina. Atualmente leciona na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental.
Pseudônimo: Professor Francisco Caetano Instagram: @professorfranciscocaetano Facebook: Francisco Caetano e-mail: fcarloscaetanio@gmail.com
Ano de 2020
(Autor: Francisco Caetano )
O ano de 2020 chegou de mansinho, nos levou a trilhar um novo caminho. Um caminho de um novo normal, durante e depois de 2020 nada será igual. Muitos se perguntam, será mesmo verdade ou não? Verdade ou mentira o mundo está em transformação. Teremos aprendido algo neste ano tão sombrio, ou precisamos de mais uma geração, neste vazio?
E o amor será ainda mais frio? Há muitos com o coração tão vazio. E a nossa vida? O que faremos? Como há de ser? Com certeza precisaremos de amor para viver.
Que caminhos novos nos atreveremos a cruzar? Com certeza novos desafios irão se apresentar. Vejo que depois de 2020 teremos aprendido muitas coisas boas Como: valorizar o tempo com nossa família e com outras pessoas.
O ano de 2020 nos convidou a pensar, refletir e valorizar. Valorizar a família, os amigos, o tempo que passa sem parar. Nos ensinou que a vida sem amigos é só solidão São eles que trazem vida e vigor ao nosso coração.
Se o ser humano passar por essa fase sem ser transformado, terá sérios problemas na vida para amar e ser amado. Em todo tempo somos convidados a viver uma grande transformação. Transformar nossos sentimentos, cultivar o amor em nosso coração.
Vençamos o hoje e o agora, 2020 vai ficar na história. Será um passado cheio de lembranças, mas o futuro será coberto de glória e esperança. Vivamos no amor, sigamos em frente com fé e confiança.
Francisco Israel Ramos Campos Natural do Porto, residente em Amarante com 11 anos, adora escrever a sua maneira e preocupado com os males do mundo
O poema de 2020 2020 chegou a paz acabou O covid a agonizar as pessoas, Mas o que está a chegar, Vai comer a criar paz, Mais pessoas a ajudar o mundo vai-se reciclar.
2019 acabou 2020 chegou Antes melhorou depois piorou Cientistas a procurar a paz 2021 vai melhorar disseram Que em 2020 ia ser melhor Acabou sendo pior , o mundo Está procurando a paz aos bocadinhos.
Flor azul, flor vermelha Não há nenhuma diferença Cor preta, cor branca São todos iguais Paz e guerra Nunca mudaram de lado Fome e sede toda a gente tem
Gabriella de Sousa Tavares: Mora em Valença- BA, é formada em Licenciatura em Letras, Língua Portuguesa e Literaturas pela UNEB e atualmente faz a Pós- Graduação em Didática da Língua Portuguesa pelo IFBA. Email: gtavares59@yahoo.com.br
Aprender a viver Gabriella Tavares
Avançando para um tempo futuro, o que realmente aprendemos? O valor do abraço? Seria necessário tudo isso para sabermos? Durante anos, o real foi desvalorizado, o delírio e a utopia cresceram. Acho que esqueceram tudo o que viveram. Solidariedade, palavra bonita, ressurgiu das cinzas como a fênix. Até quando? É difícil saber. Sobreviver em meio ao caos, isolar-se no meio das pessoas, é uma tarefa árdua para quem não vive sem ser protagonista de uma série ou de uma novela. Lições aprendidas: É preciso viver, É preciso sonhar, É preciso lutar contra a dor que nos aflige. Desejar o amanhecer,
molhar-se nas águas do rio da sabedoria, encantar-se com o incessante desejo por conhecer. Abraçar sem saber o porquê. É melhor do que se arrepender e não ter o que fazer para deixar de sofrer.
Gedeane Joás Costa, natural do Recife (PE), formada em Ciências Econômicas e em Licenciatura em Música. Pianista, professora, artista plástica e poetisa. Escreve poesias desde os seus nove anos de idade. Tem um blog de poesias que se chama Páginas Infinitas e um grupo no Facebook pelo qual publica suas poesias intitulado “Poesia e Arte, Gedeane Costa”. Participou de várias antologias e revistas literárias. Membro correspondente da Academia Literária Internacional Letras, Artes e Ciências (ALPAS 21). Menção honrosa em Concurso Literário Pague Menos.
MEU UNI-VERSO Gedeane Costa
meu universo é poético as ruas são estrelas a lua assim espreita a doce inspiração
carrego os sonhos em nuvens transporto alegria em cores dos barulhos que surgem em meu coração
as estradas são estreitas as rimas iluminam o meu amor está na veia nas lágrimas da emoção
faça chuva ou faça sol escuto atento o canto do rouxinol.
se é escassa a inspiração ouço Deus, me ajoelho, e termino com oração.
assim é meu universo escrito nos céus e aqui se encerra nos arredores da terra.
Hélio Oliveira
A EXISTÊNCIA É UMA CORDA Existência é uma corda apertada. Não a do enforcado ou amarrado, Mas igual à da laçada inesperada Que surge de onde não esperado. (Existência quebra os dias em pedaços, explodindo em mil cinzasegundos). Às vezes, aperto de ar em quase nada, Outras, espirais soltas em prenúncio Do encontro sem saída ou entrada, Marcado em silêncio e sem anuncio. Existência é coisa sem coerência Em caminho sem traço, sem rumo No encontro de lírios azuis-reticência, Tendo começo sem giro, sem prumo, Apertando, como laço em nó de correr, Em estrada curva sem muita clareza, Em improviso de brusca surpresa, Como em passo falso ao anoitecer.
Henrique Cananosque Neto é natural de Lins/SP; professor, escritor, poeta, psicólogo, músico, e dançarino de salão (hobby). Formado em Letras (FAL – 2001), Conservatório de Tatuí – Flauta Doce (2010), Psicologia (Salesiano – 2016), MBA em RH (Unilins – 2017). Participa de Antologias Literárias desde 2009. Redes Sociais – Facebook: @professorhenriquec.neto; Instagram/Twiter/Snapchat: @hcananosque. Pequenas grandes coisas que nos faltam
O inesperado surgiu O planejamento sumiu E o que foi que ficou?
Um abraço apertado Dançar de rosto colado A pandemia levou
Em um dia sereno Saudade do teu aceno No horizonte se foi
Como a pétala de flor Lembrança do teu calor Sussurro de um simples “oi!”
Recordações vão ilhadas Lembro tuas gargalhadas Em intensidade tão alta
Feito longínquos navios Passam estes dias vazios... Ah, aquele abraço faz falta!
Jeissica Luara. Sou formanda em letras língua portuguesa pela Universidade Federal do Pará (UFPa), moro em Belém do Pará junto dos meus pais, minhas duas irmãs e meu cachorro. Desde criança sempre fui apaixonada pela escrita e um pouco depois descobri o amor pela leitura. Tenho participação na antologia poética “Aspirações” pela Psiu Editora com o poema “Ele é arte” sendo essa a minha estreia em publicações literárias. Facebook: Luara Seabra Email: luaraseabra@gmail.com
Me entregar Eu poderia inundar Tua mente. Ser um canhão De eternas emoções. Se eu apenas conseguisse, Te mostraria a guerra, Te ofereceria a paz.
Eu te daria vida. Te daria eternidade De tempos místicos e amáveis. Se eu apenas tivesse energia Te mostraria a paixão, Te perderia em mim.
Eu procurei mesmo Por algo para suprir Tudo que passou. E te encontrei, por sorte.
Você é mais do que pedi. É quase sagrado.
Se eu não tivesse medo, Se estivesse inteira, Poderíamos ter tudo. Te mostraria uma história. A melhor história de vida E o mais belo conto de amor.
Karen Letícia Ferreira da Silva nasceu em 2 de novembro de 2002 na baixada fluminense do Rio de Janeiro. Desde criança, sempre foi incentivada a leitura e a escrita pela escola e pelos seus pais, isso cultivou a sua vontade de futuramente ser escritora. Durante a infância, participou de concursos literários dentro da escola, escrevia história curtas que ganharam destaque. No início de sua adolescência, dedicou-se a escrita, começou a escrever contos, romances e poemas. Atualmente, além de escritora é pintora e caricaturista digital. karenleticiaferreiradasilva@gmail.com
Estação do abandono O outono se aproximava, e as folhas secas separavam-se das árvores, caindo no chão e sendo unidas pelos ventos calmos. As folhas amareladas e secas deixavam em total abandono as arvores, que agora estão sozinhas e terão que aguardar a primavera chegar.
Outono, A estação do abandono, Onde que o sol era brilhante, e as folhas eram secas, O dia era curto e as noites eram cheias.
A noite gélida de maio, o equinócio, as folhas pálidas, a nevoa cinzenta e os dias solitários em que as folhas amareladas me abandonavam.
Karine Dias Oliveira nasci em Nova Friburgo (Rio de Janeiro), sempre apreciei a Literatura e, desde pequena escrevo e ilustro as minhas produções. Nunca publiquei algo, porém, esse sonho se mantém vivo no meu coração e nos meus objetivos. Amante da leitura e escrita, tenho por hábito escrever histórias infantis (ilustrando-as), contos, trovas, poesias, etc. A escrita sempre será o meu refúgio e a minha paz! Sempre será o meu laço com a vida e um modo de me expressar e atingir a emoção das pessoas.
POESIA: NOVOS TEMPOS
Perdemos os abraços Perdemos as conversas ao pé do ouvido Os encontros e os sorrisos... E começamos a viver dentro de uma bolha Que nasceu remotamente! Por outro lado... ganhamos a esperança Empatia Sonhos e magia! Renascimentos... todos os dias E gratidão pelas bênçãos recebidas! Acendemos o sinal de alerta E ficamos mais atentos aos verdadeiros sentimentos Aqueles que nem a distância conseguiu diminuir... Por isso, os abraços até fazem falta
Porém, o amor distante O ato de se importar... O bem-querer... Tornaram-se fundamentais Quando a simples presença ficou impedida E, assim a linha do horizonte tornou-se sinuosa e com várias possibilidades Onde caminhos alternativos Avisaram aos navegantes... Motivaram os desbravadores... Guiaram vôos... Sobre as novas perspectivas Resgates da memória Em traçados surreais Ilustrados e escritos nos versos mais emocionantes e inesquecíveis Da história de cada um! E entre dores e perdas A poesia da vida exala os seus dons Procura confortar... Acolhe os aflitos... Reúne as lembranças... Em novos tempos de fé! Karine Dias Oliveira (Nova Friburgo/ Rio de Janeiro)
Lara Machado de Oliveira Santos
Tudo mudou
Vivemos um ano triste Muitos perderam sua vida Por culpa de uma doença Não adianta amaldiçoar Pois de qualquer maneira Quem se foi já atravessou As fronteiras da eternidade Como bons seres humanos Devemos nos tornar mais sábios Devemos nos tornar mais fortes Devemos refletir nossas prioridades Perceber o que importa de verdade Perceber o valor de todas as vidas Perceber que o tempo ameniza feridas Encontrar dentro de nós a bela luz Que iluminará a nossa própria escuridão De qualquer maneira tudo mudou E como o bom ser humano que sou Escolhi evoluir e me tornar melhor O que meu amado leitor escolheu ?
Lilian Gonçalves Instagram: @liliangoncalvesescritora
E a única neta que não fazia nada foi designada em reunião de família realizada por videoconferência, sem sua presença, a ficar responsável pela avó quarentenada. A intimada, foi morar com a vó. Saía uma vez por semana pra comprar comida e outros itens de necessidade básica vestida como uma astronauta e já no portão, quando voltava, arrancava a parafernália, lavava e pendurava e depois guardava. E a avó se cansou de ficar presa, era velha, mas não era moleza. Se recusava a ficar o tempo todo trancada. A neta que não fazia nada convenceu a avó, pela décima vez, que o melhor era ficar em casa e pra recompensá-la comprou linhas e agulhas pro crochê ou ponto-cruz. Porém, os olhinhos da avó tomados de cataratas que não podiam ser operadas, não enxergavam quase nada e a tentativa de bordado remetia a tristeza há tempos guardada. Então, a neta que não fazia nada guardou as agulhas e linhas. A avó queria guardar as lágrimas, mas não podia. Os olhinhos meio azuis choviam bicas. Pra amenizar, às tardes, a neta que não fazia nada começou a ler livros pra ela que dormia assim que a leitura começava e reclamava que passava a noite toda acordada. A neta que não fazia nada mudou a estratégia. Só lia à noite e a avó, cada vez ficava mais desperta, interrompia a leitura e contava histórias dela. Sobre os tempos de capina com o pai na roça, sobre as entidades cor de sol que corriam atrás deles no caminho de volta. E a neta escritora que, para a família, não fazia nada, finalmente, descobriu de quem havia herdado o dom da contação de histórias. Pediu a avó que lhe ajudasse, iria escrever um livro de memórias.
Renato Selemo
Após a pandemia
De tudo que sei, é que tudo passa O presente, passado, permanece o mesmo Induz o delíquio e suplanta a saudade Merencória passagem ao esmo Inclina-se à idade, sabedoria Labora uma mensagem, conselho Escala velhos muros, ousadia Volta a amar a sorte e a todos, experiência Infenso ao futuro, conquista nosso amor, nossa vida Terão a mesma ferida, nossos jovens, que exortarão nossa companhia.
Maria Eunice Silva de Lacerda (1956), nasceu em Brejo Santo CE. Filha de José João da Silva e Maria Ribeiro da Silva. Casada com Maurício Lacerda. Mãe de Acássia, Gabriela e Maurício Filho. Avó de Eduardo e Laísa. Chegou a Toledo em 1980, onde atuou no Magistério por 25 anos. Aposentada pela Secretaria Municipal da Educação. Escritora multipremiada em concursos literários; tem participação em diversas Antologias Literárias. Escreve poemas, contos e pensamentos. Fundadora da cadeira 34 da Academia de Letras de Toledo e Membro do Clube da Poesia de Toledo. Seu lema: Participar é preciso. Vencer, se possível!
O mundo irá sorrir...
Quando a pandemia passar E a bonança reinar, O mundo irá sorrir. Os olhos contemplarão Como antes nunca viram. O desabrochar das flores, As borboletas, as cores... O azul que tinge o céu Deste infinito véu. E entre o sol e a chuva, Um arco íris em curva. Assim espero Senhor!
Quando a pandemia passar E a bonança reinar, O mundo irá sorrir. Os ouvidos ouvirão Como antes nunca ouviram. Repicarão todos os sinos,
Fiéis louvarão em hinos, A Hóstia e o Cálice no altar. É a fé e a vida a pulsar. E o Deus da criação, Unirá cada nação. Assim espero Senhor!
Quando a pandemia passar E a bonança reinar, O mundo irá sorrir. O ter, já nem tanto importa. À deriva, rico e pobre. Terá aperto de mão E humildade em ação. Entre os braços, os abraços Para fugir de embaraços. A saudade permanece. De quem partiu, não se esquece. Assim espero Senhor!
Maria Eunice Silva de Lacerda
Marlene Marques graduação em filosofia, com Especialização em Teorias da História e em História do Brasil. Mestre em História Social/ UFF/UNIOESTE. Professora aposentada e Pesquisadora em história. Coautora de obras didáticas de História do Paraná, para o 4º e 5º ano - Editora Base. Membro da Academia de Letras de Toledo – ALT. Toledo/PR. Atualmente, exercitando a escrita poética.
E-mail:mmarques.historia@gmail.com
MELHORES...
Em dois mil e vinte e um, completarei mais um Seguirei eu mesma, com mais atenção! Com a mão na massa, em “Ação de Graça”. Partilhar o pão!
Em dois mil e vinte e um, eu serei a mesma ‘Inda em quarentena - sei que há de vir. Dias bem melhores para a humanidade, Todos os seres vivos estão a sentir.
Em dois mil e vinte, do século vinte e um Serei mais sensível e talvez mais crível, Para exercitar, todos os amores, os retos valores Que na vida brotar, sem mais e nem menos, Serei bem melhor para me encantar!
Que tudo venha depois de dois mil e vinte Em um mesmo ato e que de fato me Permita ser, o amor que sinto,
Para agradecer, se a vida é frágil Eu serei mais ágil neste meu fazer.
Em dos mil e vinte e nos que virão Multiplicarei bondade, amor e compaixão Abrirei meus braços, dividirei abraços De gratidão!
Multiplicarei a consciência e me encantarei Semearei ao vento sementeira em flor Para que (des)poluam, todo o planeta E diluam toda a dor!
Gastarei bem menos e com delicadeza Partilharei mais com quem necessitar, Compartilharei alimentos à mesa Para juntos nos compromissar!
Marlene Marques
Mpfnvieira E-mail: markinpirapora@gmail.com
Nuances Porquê? Ficar-te descontraído De uma ilusão Que teu coração criara dentro de ti. Porquê? Submeter-se Às lacunas da dor De um amor não correspondido? Que… por ventura; Desconhece os prelúdios da vida daqueles que veemente, sabem amar. Porquê? Precipitar-se em uma caminhada obscura Atoa… Ao invés de acender a lâmpada da paixão. Daqueles que afaga o testemunho da adoração Clamando “eu te amo” No fundo do peito Ao mar da sedução Porquê, não olvidar-te àquela agonia. Que furtar-te, tua emoção. Porquê? Fingir…
Ou pensar demais. Em um sujeito indefinido que não o ama? Então coração;
decida-se, Sofrer na solidão! Ou viver em gratidão. Autor: Mpfnvieira
Raquel Lopes, pernambucana, poetisa, escritora, é estudante de Língua Portuguesa, pianista, amante das Artes e autodidata pela Escola da Vida. É membro da UBE, participou de várias antologias e concursos de poesia. Tem livros de poesia publicados no site Amazon e Clube de Autores. Email: raquelpoeta@outlook.com
POETA DA ESPERANÇA Raquel Lopes Terna tarde de Primavera As flores desabrocham Para o tempo sorrir E pintar no meu tecido cinza As cores da honesta Felicidade
Quão charmosas são! E traz à memória toda emoção De um dia inesquecível que tive
Lembranças das doces invenções Ou ações floridas no aconchego do meu coração
Alusões
A poetisa que recebe as flores Canta uma música: — a Poesia nasce no botão das Rosas E na Esperança de um novo dia.
Ela, menina faceira Brinca no balançar Do Verde-Vida.
Rebeka Gabrielly Fialho Tassinari nasceu em 1999 em Ribeirão Preto – SP. É escritora independente desde 2015. Atualmente é estudante de licenciatura em Letras – Português/Inglês e publica textos no perfil do Instagram Doses Poéticas (@dosespoeticasrg) e no portal Recanto das Letras.
Contato: reftassi@hotmail.com
Impermanência
Nada permanece como estava Tudo passa como as horas ocupada Como eu lembro, ainda um broto! Mal vivi, desabrochou! Já as mudanças Ah, as mudanças... Estas é que ficam Não importa quem cruzar As chegadas, despedidas Nunca a vez é igual a outra O sorriso de um dia Os prantos de uma noite Os amores mais queridos E aqueles só de dores Nunca são mais os mesmos Que seria dos povos Se não fossem os ciclos Se não fossem as provas Constantes da nossa vida? O mundo está a evoluir Estás fadado a evoluir
Não importa em qual estação Se esta Terra for deixar As dores passam As cores é que ficam!
Rebeka Gabrielly
Robinson Silva Alves Formado em Filosofia na Universidade Estadual de Santa Cruz e Licenciaturas Interdisciplinares na UFSB resido em CoaraciBa, onde comecei participando de concursos literários tendo ao longo do tempo acumulando algumas premiações além de compor diversas antologias e revistas literárias. Email:hiatuspoeta@gmail.com
MUNDO AMANHÃ
Sol acorda cedo Hoje é o dia Fim de um tormento Fim da pandemia
Pessoas abrem os olhos Desfrutam um novo olhar Fruto de um tempo outro Um recomeçar
A vida brilhou Em todos os cantos da Terra A paz reina Não existem mais guerras
Lágrimas caem Nas eternas
saudades Mas tudo mudará Nessa nova realidade
Abraços calorosos Longos apertos de mão Inicio de mudança De paz e união
Todos aprenderem Com o difícil caminho
Aprenderam a caminhar Nunca mais sozinhos
A ciência ressurgiu Buscando solução Todos apenderam A importância da oração
Pais e filhos voltam a brincar Aprendendo
juntos O sublime verbo amar.
Das cinzas de uma tragédia Houve uma mudança No Mundo Amanhã Renasce a esperança.
Rosalina Lopes Pires Fialho @fialhorosalina rosa.fialho@yahoo.com.br
Cruzando entre Linhas
(Rosalina Lopes Pires Fialho)
Uma pausa forçada na vida cotidiana, Uma longa espera pelo fim dessa fase insana. Fico a questionar o passar lento do tempo, Já não sei se o contesto ou o contemplo.
Nessa tensa espera pela volta da normalidade, Procurando meios de manter a sanidade. Brinco com meus cachorros no quintal, Leio um livro, desisti da TV e do jornal.
Lá fora está tudo tão estranho e intangível, Nossas vidas ameaçadas por um vírus invisível. Enquanto ansiamos que a ciência encontre a cura, Os lunáticos vociferam sua empáfia e loucura.
Quem sobreviverá á essa terrível doença? Não sabemos, ainda não foi dada a sentença. Que Deus tenha misericórdia dos humanos, E perdoe nossos maus passos e enganos. 48
Seja qual for o fim dessa interminรกvel quarentena, Milhares de vidas se foram, lamentรกvel, uma pena. Seguimos sem saber o que vem pela frente, Cruzando entre linhas, nadando contra a corrente.
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Rosangela Mariano é formada em Letras pela Unisinos (RS). Tem participações em diversas Antologias Poéticas. Em 2005, publica o primeiro livro infantil A rosa que se transformou em estrela (Editora Litteris, selo Quártica RJ). Em setembro de 2020, o poema Embriaguez Poética (Homenagem à poetisa Cora Coralina) é selecionado para a Revista LiteraLivre. Escrever é uma grande paixão!
Retrato Rosangela Mariano marihanaescritora@gmail.com
Onde estão as pipas? O riso da meninice a bordar alegrias nos parques alaranjados dos domingos de sol... - Onde estão?
Em que segundo, na infinitude do tempo, o Planeta Terra envergou o manto da dor? E as estrelas choraram lágrimas?
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Onde estão os beija-flores? Onde estacionou a esperança cor-de-rosa do arco-íris?
E o pipoqueiro que pintava aquarelas nas avenidas azuis... - Onde está? - Onde?
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Sandra Mara Alves
(PS.BUENOS)
Professora alfabetizadora, acredito no ensinar através do brincar, no aprender através da brincadeira e da arte. Por acreditar nessa didática, desde a minha formação do magistério criei uma frase “ O lúdico com responsabilidade para ensinar com qualidade” Antes da pandemia exerci um pequeno voluntariado com uma oficina de tear para senhoras e crianças na Ong Anjos da costura apresentando – me com a frase de minha autoria Tecendo a vida acalmando a alma. Instrutora de artes manuais, artesã, cursando especialização em arteterapia. Participo de eventos Culturais Fazenda Rio Grande - Pr Concurso de literatura, por gostar de eventos culturais em 2018 como principal razão de incentivar meu netinho a participar. Onde conquistei em 2018, troféu 2º lugar no concurso cultural na categoria comunidade com poesia de minha autoria com tema Vida escolhido pelos organizadores do evento. Em 2019, conquistei o troféu 3º lugar com a Crônica de nome Segredos e Medos, e 5º lugar com a poesia de mesmo nome Segredo. No início de 2020 em março, como arteira da Fazenda participei da feira dos arteirosedição padroeiro São Gabriel. Arte Café e Fogo Artesanatos @artecafeefogo Serviço local
DOIS MIL E VINTE, VINTE UNS
Refletir sem julgar, o que esperamos? Se aqui em 2020 já é tudo desigual Se o amor já é tão frio, e os de agora tão vazio Retomar caminhos continuar, renovar a vida O que será melhor? Nesta ideologia vazia o que se há de esperar?
Que caminhos tomar para nossa vida melhorar Que herança deixar, para novas gerações acordar? Se as leis dos quem podem mais choraram menos Vão continuar? O que podemos mudar?
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O que podemos mudar depende de quem serรก? Sรณ de nรณs, do que nos atrevemos fazer Que linha cruzar em 2021? Nรณs mesmos melhorar A vida vai continuar e nada igual serรก, existe o desigual.
SANDRA MARA ALVES (PS.BUENOS )
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Sergio Ricardo Carvalho
Félix Hilton Sociólogo, Professor, Escritor e Poeta, Formado em Sociologia na Região do ABC em 1987 – Dedica-se à Educação desde a época, escreve sobre os temas: Romance, Comédia, Aventura, Ficção, Teatro entre outros.
Máscaras que caem.
Depois do tempo do absurdo: Tristezas e mágoas, Do vazio dos relacionamentos: O costume de deixar para lá, Do desandar de planos e roteiros: A inexistência de novos sonhos, A dúvida permanece. Depois das máscaras que caem: A revelação do que realmente somos. Nas manchetes a desordem e displicências, No alto escalão a divisão: mil prá cá dois pra lá, Convidados ainda de máscaras, Lançam arroz sobre os noivos: Não conseguiram esperar o atraso da vacina. Nas lojas, os estoques se acumulam, Notas promissórias e boletos também. Nada é fácil, mas o reinicio lento como o caracol, Seguira seus passos, deixando marcas pelo caminho. Avança o tempo e regridem as esperanças, Nas filas: O medo, o assombro com o invisível, E a esperança de retornar ao lar, E sentir o aroma que vem do jardim.
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Sigridi Borges professora de Matemática e escritora, nascida em São Paulo. Iniciou na escrita em 2013 quando descobriu que as letras eram mais que simples sementes plantadas nas folhas de papel: eram um sentimento. Autora do livro infantil “Algarismos em Sonetos”, (Scortecci – 2016), participa de diversas antologias e revistas literárias no Brasil e em Portugal. Diagramadora e uma das produtoras da Revista SerEsta, literária, on-line e gratuita. Casada, duas filhas, ama orquídeas, cinema, teatro e viajar com a família. Coleciona dadinhos.
sigridi.escritora@gmail.com
LINHAS DO OLHAR – SIGRIDI BORGES
Tornei-me visível apenas pelo olhar sem sorriso sem feição ou rugas de expressão.
Tornei-me espaço curto escondido atrás de tecidos costurados pelo tempo emoldurado por um vírus.
Tornei-me mais esperançoso cansado atarefado um tanto teimoso.
Tornei-me padeiro 55
sovando a massa gastando tempo aguardando o crescimento.
Tornei-me caçador de emoções comovido por notícias frias emocionado com fotos vazias por vezes, um sonhador apaixonado.
Hoje sou grato mais do que, um dia, poderia imaginar.
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Sirineu Bezerra de Oliveira nasceu em sobral CE filho de Agricultores, ao longo dos anos vem se aventurando no mundo da Poesia, tendo como objetivo vincular os sentimentos e problemas do cotidiano assim traduzindo os contextos sociais por meio das palavras.
Reflexos
A vida ganhou mais valor! A famĂlia voltou a ter sua essĂŞncia A natureza respirou, A humanidade viu sua fragilidade O tempo ganhou mais tempo, Em meio ao tempo! A humanidade navegou, Em busca de dias melhores(...) A vida se adaptou!
Sirineu Bezerra
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Tatiana Sed tatianasedy@hotmail.com Título: Mundo
Olha só como é irônico esse mundo de meu Deus Estou cercado de pessoas, só acho falta de humanidade Se olham mas não se vêem, se tocam mas não se sentem Fazem até juras de amor, mas mentem Um dos defeitos do homem é demasiada vaidade Muitas vidas de mentira, o que importa é a vantagem Me recuso a doar-me aos seres tão pequenos O que pra muitos é remédio, para mim é um veneno Eu gosto dos originais, dos incopiáveis Não se vendem, não te vendem é desprezam a vaidade Existem eu garanto, já até encontrei alguns Sou garimpeiro da esperança das jóias incomuns A quem não diferencie riqueza e dinheiro Dinheiro eu compro pão, riqueza eu faço poemas A arte é meu refúgio, expressão das minhas dores A quem à ache triste, eu vejo um lugar de cores.
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Tomzé Silva
O novo E de repente o mundo era outro as pessoas usavam máscara e se higienizavam o tempo todo No metrô havia uma distância fria entre elas a medida de 2 metros Nada comemos na rua, as lojas de alimentação fecharam Mas todos saímos em busca de algo... E o mundo era novo De máscaras só contemplavam os olhos estava aberta as janelas da alma eu as via tristes, caladas, e assustadas, sem máscaras, nuas sem proteção... Agora tiravam do corpo todo a impureza... Distantes para não se contaminar, mas vazios, faltava - lhes o toque, o abraço, o afeto. Eram corpos incompletos a espera do contato para lhes reconstruir e estreitar os nós da vida, da alma... Famintos ficamos, famintos de comida, de pele, de toque, de afeto Famintos de vida. E foi em busca dela que saímos de casa, de nós... Buscando afetos, corpos, abraços… Com certeza um dia voltaremos. Voltaremos melhores… Tomzé Silva
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Biografia Thais Sousa, formada em Administração com pós-graduação em Psicologia Organizacional e MBA em Gestão Estratégica de Negócios pelas leis dos homens. E pelas leis do universo devoradora de livros, apaixonada pela escrita, apreciadora de um bom vinho e viajante da vida em desenvolvimento. Autora com participações em concursos literários e Antologias. Têm poemas disponíveis em “Inspirações Poéticas”, “A vida em Poesia”, "Eflúvio", "Palavra, a arte que domina o mundo", "Escreva como uma mulher" e “Aspirações” antologias com publicações previstas para 2020/2021. Poema "Amores como brisa" publicado na Revista Ecos da Palavra #2” e poeta selecionada com vídeo-poema para o “Declame para Drummond - Festival Online de Poesia Autoral 2020 - 10 anos”. Instagram: @thasssou Facebook: https://www.facebook.com/thaisssousa
MAIS DE CEM DIAS
As ruas do mundo ficaram vazias As pessoas ficaram vazias Foram vistas dos portões para dentro E dentro nada havia
Foram descobertas emoções e gratidões Aos poucos tudo ficava tão intenso e denso 60
Amanhecia dia após dia E sempre parecia o mesmo dia
Apareceram cantinhos aconchegantes Havia tempo para aquela limpeza geral Descartavam coisas velhas sem valor Descartavam pessoas todas de grande valor
Aconteceu, também, encontros diferentes De gente e de sentimentos Virtualmente foi dividido dores E de luto cada qual se fechou sozinho com água e sabão
Deparamos, então, como novos hábitos Máscaras personalizadas Perfume no mais puro álcool 70 E o look se complementa com o álcool em gel como ferramenta
A vida ficou estirada A morte se pôs a visitas constantes E todos se perderam ou morreram Algo invisível paralisou friamente todos os sentidos
Foram vistos super-heróis em forma de gente comum Surgiram boas ações para rodear todos os sobreviventes E todos foram tomados por medo e vazio 61
Silêncio! Talvez aqui presos em nós mesmos possamos nos salvar
Existia aqueles valentes Que nada acreditava E seguia em frente Perdeu a briga...sem mais risadas
Após tantos dias O céu nos cinge E de tanta proteção Desenha imensidão
Houve choros em chuvas Agonia em calorão Mas para tudo e todos que virão A salvação
Salvação da mente Salvação da “gente” Salvação da vida Salvação em vacina
Esperança!
“Quem nos salva somos nós mesmos” 62
Colocamos os pés além do portão Não reconhecemos nada lá fora
Renascemos!
Renascemos, melhores ou piores, renascemos em outro novo dia. ©
Thais Sousa
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