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DISSONNETTO DA BOTA QUE NÃO DESBOTA [1416]
from LYRA SUJA
Emquanto o dum soldado é de cor preta, do dum paraquedista, que em nó cego passou todo o cadarço, e na sargeta evita se sujar, eu me encarrego. Marron, este cothurno na punheta sonhei que lamberia, isso não nego. Porem nunca suppuz que alguem remetta, no bojo duma caixa, o tal burzego. Só quando esse pacote desembrulho (e mão não ha mais soffrega que a minha), appalpo o couro gasto. Ah, quanto orgulho calculo que seu dono delle tinha!
Da sola, ‘inda o relevo sulcos guarda, aos quaes meu cego dedo se encaminha. Suppondo que era verde aquella farda, na bota passo a lingua vermelhinha.
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