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DISSONNETTO PARA UM CAFETEIRO PHILOSOPHANTE [2365]

Na Terra, a mesma merda os homens são: não passam de grãozinhos de café! Na machina, os grãos descem, pois não é possivel excappar pela ascensão! Um appós outro, todos elles vão na mesma direcção, quer tenham fé, quer não, do pequenino e fracco até o grande e forte: sempre rhumo ao chão! Si mudam de logar ou posição, si seguem lé com lé, si cré com cré, em nada arreda a machina seu pé: na lamina elles todos cahirão! Assim é que, no mundo, essa ralé chamada “humanidade” tem funcção ephemera, didactica allusão ao grão que vira pó, sem marcha à ré.

DISSONNETTO DO PESADELLO BIBLICO [1435]

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Às margens do Mar Morto está Sodoma. Gomorrha fica perto. De má fama são ambas: quem não quer que alguem lhe coma o cu, la seus poemas não declama. Um bardo que conhesço e, de glaucoma ja cego, tem visões, cahiu da cama sonhando que la chega e logo toma no rabo, chupa rolla e nem reclama. Poemas recitou, só sobre thema sacana, que fetiches não sublima. Se expoz, accreditando que alguem tema um bardo bom de metro e bom de rhyma. Inutil! Suas glosas, de uma em uma, vaiaram! Não havia, mesmo, um clima... Agora, si lhe peço que resuma a historia, diz: “Gozei, ‘inda por cyma!”

O padre está sentado na privada, pellado. Nem tomou seu banho ainda. Lembrou-se da mulher que, loira e linda, temptou-o, mas com ella não quiz nada. Medita, emquanto agguarda que a cagada comece: appós trez dias, é bemvinda.

Emfim, a Natureza vibra e brinda! Afflicto, o padre offega e um “Oh!” ja brada. Segura o barrigão e mais um “Oh!” lhe excappa: eis que expelliu o cagalhão maior, cujo diametro era tão demais, que em suas tripas dava um nó. Emquanto mais toletes, “Oh!”, lhe vão sahindo, elle repete: “Oh!”... Falta um só. Supplica, “Oh! Virgem Sancta! Oh! Tenha dó!” “Oh!”, geme, “Oh! Vade retro, temptação!”

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