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DISSONNETTO DO GENTIL SERESTEIRO [1463]
from LYRA SUJA
Amada Clara, minha amada Clara, em versos cantarei a tua cara!
Amada Beatriz, tu, Beatriz, verás que cantarei o teu nariz!
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Querida Conceição, canto-te a mão!
Querida Nazareth, canto-te o pé!
De ti canto, Raymunda, como não podia me ommittir, a bunda, né?
Cantei, da Julieta, a bocetinha, alem de, em Portugal, cantar a conna. O cu cantei, tambem, da Luluzinha. Nem fallo das mammonas da Ramona!
Cantei, por ser pequena, a Magdalena e, fina, a Josephina. Quem, grossona, cantei foi a Godiva. Mas a pena nem vale Amor cantar à minha dona.
DISSONNETTO DO TROVADOR PROVOCADOR [1464]
Accorda, minha amada, que te espero debaixo da janella! Mas ruido não faças, que teu mano é mui severo e, caso me descubra, estou fodido! Tambem, meu bem, a outra fui sincero e estive-lhe à janella... Mas bandido é seu troncudo irmão, e aqui nem quero lembrar quando pegou-me, alli, despido. Ao ver-me assim exposto, o marmanjão, na sua adolescente e verde edade, me fez logo chupar e, como não bastasse, me enrabou sem piedade! Por isso, meu amor, toma cuidado, pois corre grande risco quem se evade e, si teu mano pega-me pellado, Deus sabe la o que eu faça que lhe aggrade!