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EXSILIO NA MORGADO [8538]
from LYRA SUJA
Aos homens bons que achei, si me comparo, percebo que serei dos menos maus. Si em termos affectivos fui avaro, subi, na raça humana, alguns degraus. Recluso, si no escuro vejo claro, la fora meu paiz recae no chaos.
Imponho-me, a mim mesmo, o mais severo exsilio na Morgado de Mattheus. Amigos me convidam, mas não quero cruzar, no quarteirão, com phariseus. Ouvindo Stones, penso não ser mero passivo observador dos dias meus.
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Supposta humanidade em que me inspiro, a minha, ao menestrel, faz infeliz. Sou franco attirador só quando attiro meus versos, mas não macto quem eu quiz. Quem vejo da janella, ao dar um gyro geral, são outros pariahs do paiz.
Nem tudo, todavia, só deploro. Irei sobreviver, annos appós. Aquillo que suei por cada poro será, depois de morto, minha voz. Jamais, como immortal, me condecoro, mas honro a voz que herdei de meus avós.
Emfim, commigo mesmo não sou duro a poncto de rasgar o que compuz. No maximo, direi talvez impuro ter sido, mas não fodo tantos cus.
Ao menos a libido eu asseguro que, em sonho, libertei de alguns tabus.
PAPEL SEDOSO (dissonnettilho) [3971]
Eu sou mesmo muito rico, muito mesmo, mesmo muito. Quanto mais eu multiplico, tanto mais é meu intuito.
Appesar de estar no picco dos que brilham no circuito social, me mortifico por motivo o mais fortuito: Tambem cago, como os pobres!
Tambem fedo ao soltar flato!
Mesmo todos os meus cobres não me livram de tal acto!
Toda a grana não impede, nesse instante sujo e chato, que o papel se empappe! E fede minha mão, ao seu contacto!