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DISSONNETTO COMPENETRADO [1010]

Si exsiste o zen-buddhismo, tambem digo que exsista um zen-sadismo, e o zen-masoca seria, então, alguem que se colloca debaixo até dos pés dum inimigo. O sadico é instrumento do castigo que sobre este “maldicto” o Alem provoca. O algoz, pois, sem remorsos pode, em troca, sentir-se livre p’ra zoar commigo. Si cego estou, a culpa é mesmo minha e até quem me quer bem pode ser mau, folgando e rindo emquanto me expezinha, dizendo um “Eia!” appós dizer um “Uau!” Ouvindo-lhe expressão tão excarninha si o pé lhe massageio ou chupo o pau, reflicto que tal sorte a calhar vinha p’ra quem não foi poeta em alto grau.

DISSONNETTO RANCOROSO [1013]

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Dei chances, mas daqui por deante adopto a drastica medida, e assim revido pedradas que ‘inda tenho recebido: fui muito boycottado; hoje boycotto. A premios nenhum jury me deu voto, malgrado algum valor reconhescido. Barrado por expor minha libido, não saio, entre os collegas, nem na photo. Agora, quem quizer me ler que leia num livro ou na columna da revista!

Ao vivo, mais ninguem me homenageia! Dos palcos o ceguinho puto dista!

A midia, revoltado, dispensei-a!

Palestra ja não dou, nem entrevista, e mesmo a lançamento de obra alheia quem pensa em convidar-me que desista!

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