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MISCELLANEA SUPPEDANEA [5935]

Com minha propria lingua (assim eu brado) suppuz ser puxasacco, dando um tracto debaixo duma sola de sapato usado por politico saphado. Tambem com minha lingua (Não me evado da culpa: sou masoca, assim constato!) dei tracto, qual cachorro num pé chato, debaixo duma bota de soldado.

Com minha lingua, ainda, fiz eu cada sessão de lambeção (Não é bravata!) na sola dum artista da mammata adepto! Mas ninguem por mim dá nada! De lingua até farei a deslavada cunnette num pastor que desaccapta Jesus e de Satan é diplomata, mas sei que elle prefere bruxa... ou fada.

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MEME DA VERRUGA [5939]

Si for um condyloma, bem no cu se forma, mas na cara a coisa faz estrago mui maior, seja rapaz ou moça: a gente fica jururu. Ninguem acha bonito um rubro, cru caroço pela testa, nem appraz no queixo ou no nariz um que, aliaz, paresce uma castanha de caju.

Imagem foi da bruxa mais fiel aquella nariguda, com verruga immensa, batatuda, alem de ruga no rosto todo, um typico pastel.

Agora a mulherada faz papel de fada maquillada, mas sem fuga possivel da velhice, essa que estuga o passo com o tempo, que é cruel.

MACHINA DO TEMPO [5940]

No tempo em que eu ainda via, vi Ginsberg elogiando, em oitentista registro, o SGT. PEPPER’S. Não despista o bardo sobre aquillo que ergo aqui. “Jamais reviveremos phrenesi egual ao da cultura sessentista!”, assim diz um nostalgico, que lista as magicas conquistas. Respondi: {Exsiste retrocesso, ou é só phase? O mundo não caminha para traz.

Appenas num sentido gyra. Mas ha sempre quem fascismos extravase. Por mais que recuemos, será quasi sem gaz a pregação das fadas más. A menos que espelhemos Satanaz na farsa antichristan dum guru nazi.}

ESCRIPTA RESTRICTA [5968]

À practica do verso sei que calho, mas vejo muito auctor que na garrafa encontra inspiração e não se sapha de achar, entre dois goles, um attalho. Aos poucos, vae mudando o seu trabalho.

Jamais um escriptor dactylographa. Agora só digita, sem estaffa. Assim é que calculo quanto valho.

À machina saphei-me de escrever, e à mão, por me faltar calligraphia.

Ao menos de teclar tenho o dever. Mas acham os que fazem poesia que sabem compor versos sem os ler alheios. Quem só tecla, a si plagia. Ao cego, seu teclado dá poder de mago ou de quem faça bruxaria.

MISCELLANEA SOBREHUMANA [6001]

Poderes, todos querem ter a mais. Na Terra vida eterna si não temos, ao menos desfructemos como os demos, ou como os outros meros animaes!

Exsistem mais sentidos? Sim? Mas quaes?

Não somos, mesmo, deuses, mas queremos levar nossos instinctos aos extremos.

No maximo, causamos alguns ais.

O anxeio de imitar Mathusalem nos leva a muitos calculos erroneos.

Na practica, o segredo é manter bem activos os hormonios e os neuronios.

São velhos e saudaveis os que teem fodido e versejado, qual demonios. A mim ainda facil tudo vem à mente. Deixo ao corpo os meus hormonios.

MISCELLANEA DA PASSAGEM [6012]

Na Terra a gente passa. Alguem se salva? Pensando no Neil Diamond, tambem faço a minha lista branca neste espaço. Mas fica a Terra, fica a Estrella d’Alva. Lamarca, Lampeão, Senna, Tancredo, Chacrinha, Tiradentes, Golbery, Golias, Calabar, Noel, Loredo, Dolores, Irman Dulce, Hebe, Dercy, Millor, Filinto Müller, Azevedo, Elis, Nara, Raul, Satan, Fleury,

Getulio, Janio, Plinio, Figueiredo, Garrincha, Ary, Vavá, Jobim, Didi, Cazuza, Padim Ciço... cada, a dedo listado, de passagem por aqui, seu prazo consummou, mais tarde ou cedo.

Inglorio ou não, meu tempo não perdi.

MEME DA BICHA MACONHEIRA [6048]

Qualquer coincidencia não é mera. Si está faltando assumpto, na novella, no templo, na campanha, a quem se appella?

Aos homosexuaes! Tambem, pudera!

Quem é que a propaganda mais paquera?

Quem é que deixa a bunda na janella?

Quem é que, em Portugal, usa a panella?

Quem é que, travesti, vira panthera?

É o gay, que em tudo expalha seu aroma!

Um padre, ou um pastor, com elle sonha.

Seu beijo, na tevê, mais ponctos somma. Por elle os candidatos battem bronha.

Tem fama, seja em Roma ou em Sodoma, tamanha, que o Demonio se envergonha.

Alguem deseja até que o cu lhe coma a bicha mais adepta da maconha.

LITORGIA [6091]

Faz tempo que não fallo com a bruxa. Agora a pego, calma, bem de jeito. Pergunto o que, commigo, ja suspeito. E a missa negra? A velha desembucha: {Ah, Glauco! Cê ja sabe disso, puxa! A gente colla a bocca alli, direito nas pregas. Passa a lingua, num effeito de lixa. Sim, de esponja. Até de bucha. Descrevo um movimento circular lingual. Algum volume está adherido às dobras. Que engolir eu nem duvido si tenho. Satan deixa sem limpar. As outras tambem querem o logar. Então eu cedo. Fico vendo. O ouvido sons capta, borbulhantes. Tá servido, Glauquinho? Faltou coisa a perguntar?}

MATTOSALEM [6094]

Disseram-me que muito viverei por ser considerado bruxo, mas ter mais longevidade não me faz nem principe dos lyricos, nem rei. Não sei si vou viver muito. Só sei que eterno compromisso o verso traz si for o nosso thema a Satanaz entregue e si seguirmos sua lei. Até que thematizo o Demo, sim, mas não com toda aquella gravidade. Por isso é que elle sempre persuade a bruxa ao “beijo negro”, não a mim. Provei, sim, seu chulé. Nem tão ruim achei, pois, affinal, sou fan de Sade. Mas, para alguem tão velho, Satan ha de convir que menos fede que um pé “teen”.

SATYRESIAS [6095]

Facillima se faça a prophecia na bocca do ceguinho que propheta se torna si tambem for bom poeta. Componha pessimista a poesia! Si for hoje peor nossa agonia à de hontem comparada, se interpreta bem facil o porvir: mais nos affecta a mesma dor um dia appós um dia. Si fosse exactamente a mesma dor, nos accostumariamos ao mal.

Da proxima vez, nunca a dor egual será, porem mais forte, é de suppor. Sinão, não tinha graça! Assim, si for auctor dalgum oraculo fatal, você exaggere muito o mau signal, ou não será das trevas portador.

LICENÇA POETICA [6108]

Não, Mestre! Estás errado! Faz favor! As coisas não rollaram nessas datas!

Chequei na Wikipedia! Tu retractas eventos duvidosos, trovador!

Magina! Acceitar lendas? Só si for!

Tu fallas numa praga de barattas, em monstros, lobishomens que, nas mattas, expalham entre todos o terror!

Si formos percorrer esse caminho, nenhuma fonte serve mais, poeta!

Só falta tu dizeres que Pateta exsiste, Pernalonga, Gasparzinho...

Me mandas, menestrel, catar coquinho?

Não percas teu humor! Sei que incorrecta foi tua citação, mas nada affecta o nosso colleguismo, o meu carinho!

VAZIA PROPHECIA [6109]

Preciso dum conselho seu, querido! Estou preoccupadissimo com essa noticia de que a Atlantida attravessa a sua maior crise! Faz sentido?

A Atlantida affundar vae? Eu duvido!

Boatos ouço, Glauco, agora à bessa! Fallei com Orichalco, que promessa me fez de desmentir tal allarido!

Tambem Timeu me disse que isso é lenda! Não vamos affundar, coisa nenhuma!

Mas caso você, Glauco, algo presuma, me diga! Versões falsas não defenda!

O reino durará? Na minha agenda só faltam dez millennios para alguma catastrophe! Entrementes, se accostuma a gente? Que você me recommenda?

FAKEPEDIA [6113]

Checada a Wikipedia, a razão dista dum dia mundial do livro, ja que tal coincidencia aqui nem ha com Shakespeare e Cervantes que resista. São datas que divergem? Não insista o burro consulente! Quem dará as ultimas palavras? Quem está errado? Qual palpite mais despista? Não é que elle exsistiu ou não exsista. O caso é que precisam exsistir rejuvenescimento de elixir, as magicas poções, e toda a lista. Vampiros, lobishomens, a sarrista figura de Satan, ou dum fakir em pregos pondo os bagos, a sorrir. Quem isso mais suppõe perdeu a vista.

PHOTONOMASTICO [6114]

Luzia foi a sancta que perdeu os olhos para a sanha do romano. Tambem posso de Lucia, sem enganno, chamal-a, mas christão nunca fui eu. Não quero suggerir que seja atheu, nem, quanto aos céus, que a Lucifer me irmano. Appenas constatei que, si meu damno na vista me deu nome, esse rendeu. Não sou Glauco Mattoso, pois, à toa. Mas, por coincidencia, quem me adjuda postando meus archivos na grahuda estante virtual, tem visão boa. Por isso tem de Lucio tal pessoa o nome. Quem meu caso grave estuda concorda, crendo em Juppiter ou Buddha, que Lucio um som de luzes bem echoa.

SENSIVEL DESNIVEL [6116]

Você me criticou porque eu sorri?

Tem gente, ja, a morrer que nem formiga?

Que quer, meu caro Glauco, que eu lhe diga?

Direi, então, appenas: E dahi?

Emquanto cago ou faço o meu xixi, eu penso: tanta gente minha amiga nem é! Não sou do typo que se liga nos outros, nos extranhos! E dahi?

Hem, Glauco? Lhe incommoda si eu sorrio? Mas, sendo um masochista, cê devia até commigo sua phantasia erotica ter, como eu desconfio!

Caralho! Que foi isso? Um calafrio senti, Glauco, nas costas! Que seria? Dos mortos será mesmo que energia emana? Ah, mas que pappo doentio!

HASHTAG VAMOS DANSAR [6122]

Estamos é fodidos! Um maldicto ja disse “E dahi?” para a freguezia que morre de montão na pandemia!

Nós vamos nos foder, mesmo, bonito! Fodamo-nos, então, Glauco! Nem cito você, que tem fallado todo dia na merda! Cito toda a allegoria sagrada, apocalyptica! Haja mytho!

Cocô somos! Cocô comamos, ora! De merda toda a Terra, dentro em breve, será feita! De fome fará greve quem merda não tragar, urina affora! Sim, mijo beberemos! Mas agora, emquanto tal destino não se escreve, podiamos dansar, Glauco! Sim, deve ser quasi meia-noite! Está na hora!

BUZINAS ASSASSINAS [6127]

Em frente ao hospital, a carreata bossal, bozonazista, asco provoca, mas logo attrahirá pragas que, em troca, serão inexoraveis, se constata. Emquanto da Covid alguem se macta ou morre sem soccorro, o bossal choca familias enluctadas com fofoca, com chistes -- E dahi? -- Mas chega a data!

Na data da vingança, a praga pega avós e paes de cada bozonazi que, quando terminaes estão ja quasi, escutam carreatas: Quem sossega?

Ao som dos buzinaços, um collega dos nazis que, com berros, extravase sadismo rirá: “Fodam-se!” Na base irá tremer ao ver a mãe ja cega.

HASHTAG PROMPTO FALLEI [6143]

Não, Glauco! Jamais faço “lacração”! Nem uso o cellular para fofoca!

Não sou do typo franco, que provoca mellindres, meramente! Não sou, não! Sou muito mais que simples “exemptão”!

Eu fallo bem na latta! Si isso choca, tomar no cu ja mando! Na malloca chamaram de “barraco” o meu jeitão!

Eu digo, mas não digo, simplesmente: affirmo, reaffirmo! Ouviu, amigo?

Aquelle que quizer mythar commigo vae ver como sou firme e contundente!

Sem nomes feios! Nada de indecente, porem! Não sou você, que de castigo ficou la no youtube! Esse perigo não corro! Que Satan me temptar tente!

SADOMATTOSISMO [6146]

Você, Glaucão, extremos concilia. Notei que, sendo sadomasochista, alem de ter perdido sua vista, bem tracta duma ou doutra tyrannia. De esquerda, de direita, você cria a scena mais cruel, emprega a lista das taras e manias, na fascista ou numa social democracia.

A gregos e troianos, pois, aggrada, ou pode ser até que desaggrade a todos que a favor da liberdade se dizem, com a cara mais lavada. Leitor sou seu, Glaucão! Sim, de nós cada um curte dictadura, adora Sade, embora, na fingida sociedade, saibamos que interesses tem quem brada.

HASHTAG TOMA CHOCOLATE PAGA LO QUE DEBES [6148]

Não, Glauco! Te conhesço! Tu preferes dar ordens! Tens character superior, mandão, auctoritario! Tua dor supera a das mais publicas mulheres! Emquanto ver podias, teus mesteres de sadico, seria de suppor, em outros exercias, com fervor orgastico! Confirma, si quizeres! Mas, como cego, nada que exigir tens mais! A contragosto, tu terás que em tudo subjeitar-te a algum rapaz, ou velho, ou molecote que surgir! Bem sabes disso, Glauco! Um elixir que tomes, ou poção, que tanto faz: precisas é dopar-te! Então capaz serás de supportar como um fakir!

HASHTAG FOI MAU [6152]

Foi sua maldicção, cego damnado! Agora que recluso totalmente ficou pela cegueira, você sente inveja dos que estão em bom estado! Por isso é que, Glaucão, me desaggrado com sua bruxaria! Pela frente eu vejo tudo, luzes, cores, crente na vida, no futuro, no passado! Você, não! Por estar ja no degrau mais baixo, dependente, em casa fica rancores remoendo! Quer que zica egual todos tenhamos, e babau! Quer todos affundando nessa nau comsigo! Sei que a Juppiter supplica por essa quarentena! Ah, Glauco! Picca tomar deve no rabo, ouviu! Foi mau!

CHORDAS SYMPATHICAS [6154]

Intriga-me esse evento que se entende como uma “vibração por sympathia”.

Então alguma chorda poderia tocar sozinha? A coisa lendas rende! Alem dos casos mythicos, alem de contactos demoniacos, seria possivel uma simples melodia soar por mera acção dalgum duende? Me explicam que, tangida a chorda tal por dedo dalgum musico, um egual som brota de instrumento musical alheio que ninguem toque! É fatal! A simples vibração é replicada por magica, por onda, assim do nada? Então tambem eu posso ouvir, de cada leitor, a minha propria gargalhada!

MEME DO NEGATIVISMO [6157]

Estamos é fodidos, Glauco! Nada se pode fazer para deter isso!

Só perdem tempo, prestam desserviço aquelles que toparam a parada! Crear immunidade de manada nos resta, mas nem ella dá sumiço no virus que, mutante, ja mestiço será pelas nações, um para cada!

Aos poucos, morreremos! Quem não for agora, Glauco, vae anno que vem!

Mas, caso sobreviva, ainda, alguem, terá tanta sequela, tanta dor!

Não! Pode perguntar a algum doutor!

Vão todos desistir! Não irão nem tentar uma vaccina! São tambem incréus, como você, que é perdedor!

HASHTAG VAE MELHORAR [6162]

Glaucão, vae melhorar para teu lado! Fiquei sabendo -- Puxa! -- que ja alguem inventa, para os cegos, o que vem trazer-lhes visão nova! Puta achado! No cerebro collocam, implantado, um troço leve, electrico! Sim, sem usar seu olho cego, o gajo tem imagem duma lettra! Foi testado!

Não achas que esperança a coisa traz? Não ficas optimista, meu amigo?

Ainda festejar eu vou comtigo! Percebo que animado agora estás! No seculo vindouro, tu serás vidente novamente! Teu castigo findou! Reencarnado, sem perigo dirás que ja não temes Satanaz!

HASHTAG PRAGA DE CEGO PEGA [6167]

Vivias a fallar, Glauco, que estavas no seculo dezoito ou dezenove, não só pela graphia que te move a verve em varias quadras ou oitavas... Agora as nações todas são escravas da tua praga! Até que se comprove haver cura que a vida nos renove, mandamos o futuro para as favas!

Vivamos no passado! Ninguem mais viaja de avião! Para a doença não temos mais remedio! Resta a crença nas lendas e nos mythos ancestraes! Avós seremos, como nossos paes! Seremos saudosistas! Ninguem pensa no novo, só no velho! Recompensa terás, Glauco, mas caro sae, demais!

NECROLOGIO [6200]

Eu todo dia agora ja confiro a lista, pelas midias, de quem morre por causa do corona, Glauco! Um porre eu acho, porque falta a Dilma, o Cyro... Mais gente sempre morre só de tiro, facada, má gestão de quem soccorre os pobres, tal e coisa! Que eu desforre espero, cara! A isso me refiro! Espero ver famosos nessa lista! Cardoso, Collor, Lula, Bolsonaro, Sarney, Cabral, Teixeira... Pô, meu caro! Será que exsiste um sancto que os assista? Talvez Satan, Glaucão! Sou pessimista, si for assim! Só morre (e só me azaro) quem cuida, quem é medico! Um avaro se tranca, mais lucrando no que invista!

LUCIFER JUNIOR [6211]

Eu acho que és tu filho do Diabo! Só podes ser, caralho! Um cego tão pornô, tão bocca suja, nem Adão nem Christo por modello leva a cabo! Si sou teu sancto Pae, eu não me gabo dum filho do teu typo, Glauco, não!

Dizer de mim, caralho, o que é que vão?

Na bocca do povão assim accabo!

Mas sou quem mais, no kosmo, lucifera e em ti me reconhesço, cego puto, poeta que satanico reputo!

Quem sae, caralho, aos seus não degenera!

És fera tu no verso? Ora, pudera!

Orgulho-me de ti! Ja nem discuto si posso ser comtigo um tanto bruto, pois, mesmo tão fodido, sim, és fera!

RACIOCINIO [6234]

Astral inferno, Glauco, o que será? Será do anniversario o que, um mez antes, passamos em azares torturantes?

Será cada ponctada que nos dá? Será que nos darão noticia má a cada dia, até poucos instantes faltarem para alguns participantes cantarem parabens na hora “H”?

Será que trinta dias de infelizes eventos compensar vão um só dia de commemoração e de alegria? Vantagem haverá, Glauco? O que dizes?

Será que, anno appós anno, taes reprises se fazem necessarias? Que seria dos cynicos astrologos si a fria razão não permittir que brindes bises?

IMMALDICTO [6247]

Responda-me, Glaucão: você se estima “maldicto” (ou “postmaldicto”, va que seja)?

Por que? Só porque está fora de egreja qualquer, das litterarias, ou accyma? Appenas por usar ‘inda a tal rhyma só feita por pouquissimos? Enseja seu estro um tractamento que verseja à moda premoderna, a crear clima!

Mas, Glauco, quem mandou você crear sonnettos, dissonnettos, madrigaes, emfim, a tralha toda que jamais creava aqui quem tenha linguajar? Usar orthographia antiga, achar que tudo incorre em taras sexuaes? Mandei eu, por acaso? Ora, seus ais accabam me doendo, em seu logar!

IMMAGICO [6248]

Responde-me, Glaucão: por que te dizes um bruxo, um mago, um typico propheta?

Appenas porque, cego, ja te affecta a perda dos momentos mais felizes? Appenas porque exaltas os deslises daquelles que na merda mais completa chafurdam e por seres quem sonnetta accerca de immundicies que tu pises?

Mas, Glauco, quem mandou tu seres quem humilha a personagem dum ceguinho?

Quem foi que permittiu-te esse mesquinho direito de, em “missão”, seres refem?

Foi elle? Foi Satan? Quem mais, alem de Lucifer, te inspira? Ah, não allinho meu codigo comtigo! Meu caminho me leva ao céu! Te cuida, Glaucão, hem?

IMMARGINAL [6249]

Não, Glauco, porra! Aqui quem tá fallando sou eu, que marginal sou de verdade!

Eu vivo na peripha! Attraz de grade estive varias vezes com meu bando! Sim, parte ja tomei nalgum commando!

Roubei, até estuprei! Não, ninguem ha de dizer que não practico uma maldade!

Ainda vou mactar! Só não sei quando!

Você não, Glauco! Porra, você só faz versos! Não commette nenhum crime!

Agora vae dizer que, caso rhyme “cocô” com “pornô”, offende? Tenha dó!

Assim, não! Marginal é sua avó!

Meu caso, Glauco, muito mais sublime se torna, pois você só se redime si sobre mim crear o seu rondó!

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