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DISSONNETTO DO DESRESPEITADO EM PUBLICO [1167]
Me querem num evento; marcam hora; curriculo, erregê, photographia e até nota me cobram; todavia, ninguem me leva e traz nem assessora! Me pedem isso e aquillo, sem demora! Se exquescem de que um cego merescia mais consideração! Burocracia é para quem enxerga! Eu estou fora!
Não ha, neste paiz, nenhum respeito nem sopa ao escriptor deficiente!
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Assim, novos convites não acceito!
Não vivo de plantão, eternamente disposto, para tudo quanto é pleito!
Não querem nos honrar: tractam a gente appenas como um numero, em proveito do circo onde o palhaço se appresente!
DISSONNETTO DO CORREIO TRANSCENDENTAL [1197]
O meu computador permitte, em meio a coisas materiaes, que exsista até o sobrenatural! Quem ja não é mais vivo tambem manda-me um “emeio”!
Verdade: era o recado, que releio, de alguem que ja morreu, e tenho fé que o cara era devoto de Thomé, por isso não zombei nem deletei-o.
Amigos me relatam coisa egual: mensagens recebidas dalgum plano que agora chamaremos “virtual” e chamo, por meu turno, de “inhumano”. Não ousam crer no sobrenatural?
Duvidem, si quizerem. Não me enganno: quem morre communica-se! É normal, portanto, que a informatica dê panno.