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MANIFESTO EGOISTA (1/2) [7927]

(1)

“Explico-me: quem gosta de mim sou eu, Glauco! Mais ninguem! De accordo, ou não? Você tambem crê nisso, Glauco! Certo? Então! Si dependesse só de mim, justiça me fariam! Eu teria ganhado tantos premios, Glauco, puxa! Meu livro quem lê fica a perguntar por que razão não ganho um Jaboty, Nobel, ou Oceanos! E você? Tambem ja se sentiu injustiçado? Mas vamos e venhamos! Muito mais injusto foi aquillo que commigo fizeram! Com você nem fazem tanto, pois sentem até pena dum ceguinho!”

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(2)

-- Não, pena acho que sempre me faltou. Mas premios não dependem dos que são bomzinhos ou amigos. Sou aberto a criticas, mas nunca foi assim a coisa. Não criticam poesia, criticam a cegueira, fria ducha me jogam. Não toleram que este azar eu possa superar. Mas, quanto a ti, escreves bem, teu livro ninguem lê sem bellos commentarios. Desaggrado tu causas mais por tuas pessoaes acções e reacções. Não te maldigo, appenas te suggiro que em teu cantho mais quieto fiques. Menos borborinho.

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