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“LOSER” DAS LUZES (1/2) [8000]

(1)

Ter dado a cara a tapa sempre foi meu vicio na cegueira. Desta vez tentei à Academia Brazileira de Lettras pertencer, ser immortal. Um “loser” assumido não iria perder sinão por trinta e nove a zero. Assim suppuz, e voto nenhum tive, de facto, o que renova a velha teima. Não sinto, pois, nenhum constrangimento de expor-me a tal ridiculo e fazel-o de novo certamente vou, emquanto viver e, alguem morrendo, abrir-se vaga.

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(2)

Não tenho muito tempo, pois sou boi ja rhumo ao mactadouro e sou freguez dos males da velhice, de maneira que posso me arriscar sem pejo a tal vexame de perder. Na Academia Paulista meu assento tambem quero, pois, quanto mais um cego bruxo vive, mais “ultimos cartuchos” elle queima. Tão logo aberto o posto, outra vez tento entrar, quebrar daquelle espaço o gelo. Ao menos dizer posso que em meu cantho não fico, só no assento de quem caga.

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