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1. LUMINÁRIA DE COQUEIRO. 2. CERÂMICAS DA ETINIA TUCANO. 3. CESTOS DE BANANEIRA
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A incursão da curadora Cristiane Rosenbaum pelo mundo do artesanato brasileiro começou há cerca de dez anos, quando, informalmente, decidiu fazer bazares no escritório do seu então marido, o arquiteto Marcelo Rosenbaum. “Juntei umas dez pessoas da moda de maneira bem despretensiosa. Elas gostaram. Quando me dei conta, estava com um grupo formado de 40 pessoas, e começamos a atrapalhar o dia a dia do escritório”, relembra. Foi por isso que, em 2016, ela e Marcelo decidiram alugar um espaço maior. “Isso me permitiu ampliar a curadoria, expandindo-a para várias regiões do Brasil”, conta. Em fevereiro, a Feira Rosenbaum, que até então acontecia exclusivamente em centros culturais, museus e galerias de vários cantos do Brasil, ganhou uma sede fixa, em Pinheiros, bairro de São Paulo. O projeto arquitetônico é dividido em três ambientes: loja, galeria e área para mostras.Apesar do endereço fixo, Cris afirma que a essência da curadoria não se perdeu. Ela segue com suas viagens pelo Brasil para conhecer novos talentos e selecionar o que eles produzem de melhor. “Cada região tem um tipo de artesanato que é mais forte”, explica. REGIONALISMOS De Minas Gerais, ela destaca tecelagem, renda e, sobretudo, cerâmica e pedra-sabão. “O ©FOTOS: DANILO KOSH
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mais interessante é que tem uma nova geração que está misturando o design à linguagem local”, ressalta. “Isso eu não encontro, no Recife, onde os trabalhos são de artesãos que fazem peças de madeira e barro, mas sem a pegada do design.” No sul, o couro e a madeira são matérias-primas muito utilizadas e, segundo Cris, a nova geração está integrando o design à sua produção. Além do artesanato regional, a curadora mantém um forte vínculo com os índios. “Os caiapós trabalham muito bem com pintura em tecido. Então, transformamos as peças em quadros”, explica a curadora. REVELAÇÃO DE NOVOS TALENTOS Cris está animada com a sede na capital paulista. Por meio de exposições, ela pretende revelar artistas e trazer a produção atualizada de outros 70 nomes, que já fazem parte da história da Feira Rosenbaum. O responsável pelas mostras será Marcelo Rosenbaum, cofundador da Feira. Oferecer um novo sopro de criação de artesãos, artistas e designers possibilita surpreender com experiências inéditas quem visita a loja. Apesar do novo espaço fixo, a Feira Rosenbaum itinerante não vai deixar de existir, pois Cris pretende manter o evento em vários cantos do Brasil.
Veja o depoimento da curadora sobre a escolha das peças.
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