e oferecer bancos e mesas, brinquedos para as crianças. A ideia é fazer um jardim que seja curtido, e não apenas admirado”, conclui Abbud. Para o paisagista, essa foi a grande mudança nos últimos tempos. Ele recorda que, na infância, as pessoas tinham jardins em frente de casa, com mureta baixa e plantas e flores que davam trabalho para cuidar. “Minha avó tinha dálias, boca-de-leão e outras flores que chamavam a atenção da vizinhança. E ela se orgulhava muito disso”, diz. “Hoje, o jardim saiu da frente da casa e foi para os fundos. A garagem, que antigamente ocupava esse espaço fora da vista, é por onde a maioria das pessoas entra. Mas é quando se chega à sala que vemos lá, no quintal, o jardim: um lugar de plantas, flores e com espaço para receber amigos e familiares. Esse jardim também é uma área contemplativa, mais resguardada, para se refazer do dia a dia. O modo como projetamos a paisagem de casas e edifícios também mudou.” Para Abbud, o movimento biofílico é algo que não tem volta porque todo mundo entendeu que precisa ser tocado pela natureza. “Sou muito otimista. Acredito que a tecnologia facilitou e vai continuar facilitando muito o movimento de trazer o verde para perto. Hoje, há adubo na água e controle remoto de drenagem e irrigação. O que importa é estar perto do verde, pois as grandes cidades ficaram mais agressivas e o paisagismo virou um contraponto para amenizar o concreto.” ©FOTOS: LEONARDO FINOTTI
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"Jardins biofílicos são feitos para serem curtidos", Benedito Abbud
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