Plantas Medicinais

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plantas

medicinais

Lu铆s Alfredo Pinheiro Leal Nunes | Petr么nio Emanuel Timb贸 Braga


Copyright © 2003 by Luís Alfredo Pinheiro Leal Nunes e Petrônio Emanuel Timbó Braga

Fundação Demócrito Rocha (FDR)

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC)

Presidente João Dummar Neto

Diretor Presidente Francisco Férrer Bezerra

Diretor Geral Marcos Tardin

Diretoria de Extensão Tecnológica e Inovação Afonso Odério Nogueira Lima

Edições Demócrito Rocha (EDR)

Diretoria de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação Afonso Odério Nogueira Lima

(Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)

Editora Executiva Regina Ribeiro Editor Adjunto Raymundo Netto

Diretoria Administrativo-Financeira Antônio Elder Sampaio Nunes Convênio institucional entre Fundação Demócrito Rocha e Instituto CENTEC Secretaria da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará - Secitece

Gerente de Produção Sérgio Falcão Editor de Design Amaurício Cortez Coordenação Editorial Eloísa Maia Vidal Revisão Textual Miguel Leocádio Araújo Capa Welton Travassos Editoração Eletrônica Cristiane Frota Ilustrações Welton Travassos, Elinaudo Barbosa, Leonardo Filho e Erivando Costa Fotos Banco de Dados O POVO Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Nunes, Luís Alfredo Pinheiro Leal. N922p Plantas medicinais / Luís Alfredo Pinheiro Leal Plantas medicinais / Luís Alfredo Pinheiro Leal Nunes; Petrônio Emanuel Timbó Braga. - Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha; Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, 2014. 32 p.: il. color. - (Coleção Formação para o Trabalho 2)

Todos os direitos desta edição reservados a:

ISBN 978-85-7529-637-0

1. Plantas Medicinais. I. Braga, Petrônio Emanuel Timbó. II Título. CDU 633.88

Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora, Fortaleza-Ceará - CEP 60.055-402 Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 Fax: (85) 3255.6271 www.fdr.com.br


Sumário Apresentação..........................................4

Lição 6

Lição 1

Tratos culturais.....................................18

Plantio de ervas medicinais.................. 5

Lição 7

Lição 2

Principais métodos de preparar plantas medicinais.............................. 21

Preparo de horta de plantas medicinais........................... 6

Lição 8

Lição 3

Dicas de saúde................................... 26

Adubação............................................ 12

Lição 9

Lição 4

Secagem de plantas medicinais......... 29

Preparação das mudas...................... 14

Referências......................................... 32

Lição 5 Transplante de mudas........................ 16


Este projeto conta com a parceria do Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, que por meio de convênio interinstitucional com a Fundação Demócrito Rocha, assegura a elaboração dos textos visando trabalhar com a formação profissional básica para a população cearense. Este manual tem como objetivo disponibilizar material de baixo custo e alta qualidade técnica, editorial e pedagógica criando condições para que cidadãos tenham acesso a educação para o trabalho, com vistas à inclusão social, criando um ambiente propício para geração de emprego e renda.

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Apresentação E

ste manual é um produto do Programa Estadual de Fitoterapia, baseado no Projeto Farmácias Vivas da Universidade Federal do Ceará (UFC). Sua finalidade é auxiliar aqueles que querem e precisam cultivar plantas medicinais, com vistas ao seu uso correto, em benefício de sua comunidade e, também, em seu próprio benefício. As orientações aqui encontradas complementam as informações sobre as propriedades e usos dessas plantas descritas no livro Farmácias Vivas, do professor Francisco José de Abreu Matos, que foi elaborado pelo referido projeto (Comitê Estadual de Fitoterapia - COMEF-CE). O uso de plantas medicinais requer cuidados com a sua seleção, com vistas à indicação terapêutica e à maneira de cultivá-las e de preparar as formas de sua administração. Como princípio geral para atender a esse controle, as plantas selecionadas devem ser, de preferência, aquelas aprovadas pelo Comitê Estadual de Fitoterapia que podem ser cultivadas em hortas localiza-

Formação para o trabalho 2 plantas medicinais

das nas proximidades da casa ou do local de trabalho, o que facilita o uso de plantas frescas recomendado pelo Projeto Farmácias Vivas. Neste manual procurou-se apresentar ao leitor, numa linguagem simples e compreensível, as técnicas mais usuais de horticultura aplicadas ao cultivo de plantas medicinais, isto é, a maneira pela qual se pode transformar uma horta medicinal caseira ou comunitária, numa verdadeira Farmácia Viva. As plantas recomendadas foram escolhidas como as melhores entre quase todas que são usadas como medicinais pelo povo no Nordeste do Brasil. Além de saber como plantá -las, deve-se aprender a utilizá-las, pois planta medicinal só é medicamento quando bem escolhida e usada corretamente. Esta publicação não é um manual de automedicação. Se o leitor suspeitar de alguma doença, deve procurar um médico. As informações destinam-se a ajudá-lo no cultivo das plantas medicinais.


Lição 1

Plantio de ervas medicinais

F

armácia Viva é uma expressão criada pelo farmacêutico e professor da Universidade Federal do Ceará Francisco José de Abreu para designar as hortas de plantas medicinais de comprovada eficácia e instaladas em comunidades organizadas. A utilização de plantas medicinais constitui-se numa alternativa eficaz e de baixo custo, pois: ■■possibilita a utilização de medicamento eficiente e barato; ■■ajuda a proporcionar saúde a toda família; ■■caracteriza-se como uma atividade simples e saudável; ■■permite a realização de trabalho com pequeno esforço físico;

■■estimula

o aproveitamento do trabalho de todos os membros da família. O cultivo de plantas medicinais tem como objetivo principal produzir medicamentos a custo baixo e para isto requer vontade, dedicação e conhecimento, pois, embora seja simples como uma horta caseira, requer a assessoria técnica de um farmacêutico que, através de critérios farmacognósticos das plantas, indica as que devem ser cultivadas. O êxito de um programa de Farmácia Viva depende, no entanto, da firme decisão da comunidade de adotá-lo e garantir a sua manutenção, através de um adequado planejamento que permita sua implantação e seu funcionamento.

Farmacognósticos: parte da farmacologia que trata das substâncias medicinais antes de serem submetidas a qualquer manipulação.

O que é Farmácia Viva?

Por que manter uma Farmácia Viva?

Dário Gabriel

Resumo da lição • Farmácia Viva é um tipo de horta com plantas medicinais de comprovada eficácia; • Uma Farmácia Viva proporciona à comunidade medicamentos de baixo custo; • A manutenção de uma Farmácia Viva requer pequeno esforço físico e há um aproveitamento do trabalho de todos os membros da família. Horta de plantas medicinais da UFC

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Lição 2

Preparo de horta de plantas medicinais

O

local escolhido para o cultivo de plantas medicinais que formam uma farmácia viva deve:

■■ter

fácil acesso; ■■se possível ficar perto de casa; ■■ser cercado; ■■estar perto da fonte de água; ■■ser plano ou pouco inclinado.

Evite terrenos: à inundação; ■■próximos de fossas, esgotos e chiqueiros; ■■próximos a estradas de rodagens. Para o manuseio das plantas medicinais é necessário que se disponha de um conjunto de ferramentas, cada uma delas com finalidades específicas, conforme mostra o quadro a seguir. ■■sujeitos

FERRAMENTAS E SUAS FINALIDADES

Enxada: para fazer covas, capinar, nivelar, misturar esterco e quebrar torrões.

Pá: usada para a remoção da terra, mistura de esterco e sua coleta e para a limpeza de valas.

Enxadão: serve para cavar e revolver a terra.

Regador: deve ser de crivo fino para as sementeiras. Nas plantas maiores recomenda-se usar a mangueira.

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


Continuação

FERRAMENTAS E SUAS FINALIDADES

Sacho: para fazer covas, afofar a terra, capinar entre as plantas e quebrar torrões.

Carrinho de mão: para transportar mudas, plantas e adubos.

Colher de transplante: para retirar mudas com o torrão dos canteiros.

Estacas de madeira: para marcar canteiros e esticar os barbantes para proteção contra os pássaros.

Ancinho (rasteio ou ciscador): para nivelar e limpar a superfície do canteiro, arrastando ciscos, entulhos e pedras.

Barbante (ou nailon): para alinhar canteiros amarrados a estacas e trançar sobre o canteiro, para impedir o ataque de pássaros.

Planador: para abrir pequenas covas. Pode ser feito com um cabo de vassoura apontado.

Pulverizador: para aplicar venenos caseiros. Pode ser uma bomba de pesticida.

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Quais são as ferramentas usadas no preparo da horta de plantas medicinais?

Canteiro O canteiro é o local onde se plantam as mudas tiradas da sementeira, ou dos sacos onde cresceram, e as sementes de algumas ervas. Os canteiros podem ser feitos de: ■■alvenaria (tijolos); ■■outros materiais da região como a carnaúba, varas de marmeleiro, telhas ou mesmo pedras.

O tamanho do canteiro depende do número de plantas e do tamanho da área disponível. Um bom canteiro pode ser construído com um metro de largura, um palmo (20 cm) de altura e a distância entre eles de, aproximadamente, um metro.

Banco de Dados OPOVO

Canteiros de plantas medicinais

De que podem ser feitos os canteiros?

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Os passos que devemos seguir no preparo dos canteiros são: 1º passo: limpar o terreno, retirando todo o mato, pedras e tocos.

2º passo: fazer a marcação do canteiro, colocando em cada extremidade um piquete e, logo após, marcar a área utilizando um cordão.

Canteiros de plantas medicinais

Marcação do canteiro

Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


3º passo: fazer as paredes laterais do canteiro e, logo após, encher com terra do próprio local.

Construção da parede do canteiro

4º passo: mexer bem todo o material que foi colocado dentro do canteiro. Em seguida, nivelar a terra utilizando um ancinho.

Sementeira As sementeiras são canteiros reservados para o plantio das sementes, pois dão maior proteção e melhores condições para o crescimento das novas plantas enquanto são pequenas. Após a construção da sementeira é recomendável fazer uma coberta (jirau) que servirá de proteção para as sementes. Esta cobertura pode ser feita com folhas de capim, de coqueiro, de bananeira ou palha de carnaúba.

No preparo da sementeira, devemos seguir as mesmas orientações usadas na construção dos canteiros.

Sementeira com cobertura

Mistura da terra com adubos

Nos canteiros construídos diretamente no solo revirar a terra até um palmo (20 cm) de profundidade. Veja a figura a seguir.

Proteja a sementeira dos pardais, fincando estacas de um palmo nas bordas e fazendo um trançado de barbante.

O que é sementeira? Sementeira com trançado de barbante Revolvimento da terra Banco de Dados OPOVO

Canteiros sem paredes

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Podemos utilizar, também, como sementeiras:

Caixas de madeira

Tubos de PVC

Latas

Pneus e vasilhames usados

Caixas de papelão

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Preparação das covas para o plantio de mudas ■■As

covas devem ser preparadas 10 dias antes do plantio. ■■A largura e a profundidade da cova devem ser de acordo com o tamanho da planta. ■■A distância entre as covas varia com o tamanho da planta. ■■As covas servem para o plantio de arbustos ou de árvores e uma boa cova tem, geralmente, dois palmos de largura e dois de profundidade. ■■Quando cavar a cova, separe a terra de cima da terra de baixo. ■■Encha as covas misturando a terra de cima com o adubo (em média

cinco litros) e complete com a terra de baixo, que também pode ser utilizada na formação da bacia de irrigação quando faz-se o plantio na época seca. ■■Aguar diariamente até o dia do plantio. Para um bom desenvolvimento das plantas é necessário que os canteiros e covas recebam uma boa adubação e irrigação. Para conservação da umidade na superfície do solo é conveniente o empalhamento das covas com cobertura vegetal morta, evitando-se assim a incidência dos raios solares diretamente sobre as covas e a consequente perda de umidade.

Para que servem as covas?

COVAS

Resumo da lição • É importante ter cuidado na escolha do local para fazer uma horta de plantas medicinais; • As ferramentas a serem usadas na horta são enxada, pá, enxadão, regador, sacho, carrinho de mão, colher de transplante, estacas de madeira, ancinho, barbante, planador e pulverizador; • Os passos para fazer um canteiro são limpar o terreno, fazer marcação e paredes laterais e misturar a terra que vai ser usada no canteiro; • As covas para o plantio das mudas devem ser preparadas 10 dias antes e deve ter dois palmos de largura e dois de profundidade.

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Lição 3 Adubação

A

dubação é uma prática muito importante para as hortas de plantas medicinais a fim de que as mesmas tenham bom desenvolvimento. Ela pode ser realizada diretamente no solo: para isso misture com a terra do canteiro 18 L (uma lata de querosene) de esterco curtido ou composto orgânico para

Como adubar os canteiros?

Preparo do terreno com adubo

Composto orgânico Matéria orgânica: diz-se de produtos originados de processo natural e constituídos de compostos de carbono.

O que é composto orgânico?

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cada metro quadrado, até formar uma camada de um palmo de altura. Nivele com um ciscador até que fique plano, misture bem a terra e irrigue bastante. Para manter os canteiros sempre úmidos, esta aguação deve ser feita uma vez por dia, pela manhã ou à tarde.

São restos de plantas, folhas e estercos que passaram a outros estágios avançados de decomposição. Um adubo barato e fácil de fazer é o composto orgânico feito com esterco de animal, misturado com outros materiais como folhas secas, serragem, restos de comida, etc. A seguir, serão descritas as várias etapas que devemos realizar para obter um bom composto orgânico.

Formação para o trabalho 2 plantas medicinais

Como preparar um composto orgânico ■■Reservar

um local sombreado e ligeiramente inclinado, para facilitar o escoamento de água. ■■Fazer um monte de um palmo de altura de material vegetal (folhas de capim e mato) alternando com uma camada de 5 cm de altura de esterco até completar quatro camadas atingindo uma altura de um metro.


■■Após

cada camada, aguar bem. ■■Depois de um mês revirar o monte para o lado vizinho de modo que a

parte de cima fique em baixo e a de baixo em cima do novo monte. ■■Repetir esse procedimento a cada mês.

Como preparar o próprio adubo?

COMPOSTO ORGÂNICO SÓLIDO

Atenção!!!

Atenção!!!

É necessário cobrir o monte com folhas vegetais após atingir um metro de altura (o ideal são folhas de bananeira ou capim). Dicas!! ■■Não devemos pisar nas camadas para que o monte fique fofo e o ar possa circular. ■■Se aparecer mau cheiro, a causa pode ser a falta de ar. Então é só revirar todo o monte.

O composto só pode ser utilizado após seis meses.

Preparação de esterco líquido ■■Encha

uma vasilha grande (um tambor de 200 litros, por exemplo) até uma altura de duas partes com esterco fresco. ■■Complete o recipiente com água. ■■Mexa com um pedaço de pau e deixe descansar durante um mês. ■■ O caldo resultante, chamado esterco líquido ou chorume, deve ser aplicado ao redor da planta diretamente no solo, na base de quatro litros por cada metro quadrado.

Resumo da lição • A adubação dos canteiros deve ser realizada com compostos orgânicos; • Existem métodos distintos de preparação de compostos orgânicos sólido e líquido.

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Lição 4

Preparação das mudas A propagação por sementes é chamada sexuada ou reprodutiva.

N

a maioria das vezes, as mudas são preparadas usando sementes, mas podemos usar outras partes da planta, como os brotos e estacas.

Brotos são plantas novas, que surgem na parte de baixo da planta velha (planta-mãe) e estacas são pedaços de ramo ou raiz da plantamãe que se colocam para enraizar.

Os brotos surgem na parte de baixo da planta velha

Plantação das mudas ■■Prepare

os sacos que vão receber as mudas. ■■Plante os brotos nos sacos plásticos. ■■Escolha as plantas de onde vão ser tirados os brotos.

■■Plante

os brotos, ramos e/ou sementes no centro do saco. ■■Regue diariamente ao redor da planta. ■■Proteja do sol forte enquanto as plantas estiverem pequenas. José Leomar

O que são brotos?

Canteiro de mudas

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


Estacas Estacas são pedaços de galhos, tirados das plantas-mãe e plantadas da seguinte maneira: ■■prepare os sacos onde vão ser colocados os galhos; ■■escolha os ramos de onde vão ser retirados as estacas; ■■observe se não há sinal de pragas ou doenças;

■■retire

as estacas com cuidado, destacando as folhas mais velhas; ■■prefira ramos laterais com dois palmos de tamanho; ■■deixe na sombra por 30 dias e ague de manhã e de tarde; ■■cubra com uma caixa feita de plástico transparente até que as raízes estejam formadas.

Do malvarisco e malva-santa, prefira galhos com largura de um lápis.

Como devemos fazer para produzir mudas das plantas medicinais? O que são estacas? Como devemos preparar as mudas de sementes?

Tipo de estaca mais adequada para o plantio

Mudas de sementes ■■Retire

as sementes de frutos maduros, bem formados e sadios. ■■Faça a secagem à sombra e em lugar bem ventilado.

Dicas 1. As mudas de babosa e colônia são feitas com brotos ou filhotes. 2. As mudas de chambá são feitas com ramos enraizados, assim como a grama de jardim. 3. As mudas de maracujá, goiaba e alfavaca são feitas com sementes.

4. As mudas de hortelã-rasteira, hortelã-pimenta e hortelã-japonesa são feitas com plantas novas que saem de ramas que ficam debaixo da terra. A melhor época de preparo das mudas é 30 dias após a poda. 5. As mudas de malvarisco, malvasanta e alecrim-pimenta são feitas com estacas. Como o povo diz, elas ‘‘pegam de galho’’.

Resumo da lição • A preparação de mudas de plantas medicinais na maioria das vezes, é feita com sementes; • Brotos são plantas novas que surgem na parte de baixo das plantas velhas; • Estacas são pedaços de galhos, tirados das plantas-mãe para serem plantados.

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Lição 5

Transplante de mudas

T

ransplante é a passagem das mudas da sementeira ou vasilhame para os canteiros ou covas. O transplante é feito quando as plantas das sementeiras estão com mais ou menos cinco dedos de altura ou as plantas de estaca com várias folhas novas. O transplantio deve ser realizado no período da tarde.

Como transplantar ■■Molhe

bem a sementeira e retire as mudas com uma colher de transplante ou com a mão, tendo muito cuidado para não quebrar as raízes pequenas.

Retirada da muda ■■Cuide

para que o canteiro ou a cova que vai receber as mudas esteja bem molhado. ■■Enterre as mudas na mesma altura em que estavam na sementeira. ■■Após o transplantio regue bem o canteiro.

■■No

caso de mudas já preparadas em copos ou sacos de plástico, leve-as para o lugar definitivo no próprio vasilhame, retirando o envoltório (copo ou saco) com muito cuidado para não danificar ou quebrar suas raízes e plante na cova já preparada. Alcebiades Silva

O que é transplante e a que hora deve ser realizado?

Plantio da muda no canteiro

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


Plantio na sementeira e canteiro ■■Primeiro

prepare a sementeira e espere, no mínimo, cinco dias para plantar, aguando sempre.

Sementeira coberta ■■Espalhe

as sementes sobre todo o canteiro ou coloque-as dentro de sulcos rasos feitos com uma vara ou até mesmo com o dedo, distantes uns dos outros mais ou menos meio palmo. ■■Depois de espalhar as sementes, cubra com uma fina camada de terra.

■■Aguar

com regador de furos finos, todos os dias, pela manhã e à tarde. ■■Construa, depois de duas semanas, um jirau. ■■Retire o jirau depois de um mês.

Como deve ser feito o plantio na sementeira e no canteiro?

Resumo da lição • Transplantio é a passagem de mudas para canteiros ou covas e deve ser feito no final da tarde; Sementeira semicoberta

Para fazer o plantio em cova, coloque diretamente no centro de cada cova uma muda ou três a cinco sementes, cuidando para que não

fiquem muito próximas uma das outras. Depois cubra com uma fina camada de terra e regue bastante.

• Devemos transplantar, quando as plantas estiverem mais ou menos com cinco dedos de altura; • As sementeiras devem ser preparadas cinco dias antes do plantio; • Coloque uma muda (ou três a cinco sementes) em cada cova.

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Lição 6 Tratos culturais

T

ratos culturais são as tarefas diárias realizadas na horta após o plantio, dando condições para que as plantas possam se desenvolver a contento. As recomendações apresentadas a seguir têm a finalidade de orientar sobre a melhor forma de execução das tarefas diárias com vistas a se obter maiores facilidades na condução da farmácia viva.

Irrigação: usada para corrigir a carência de água, através de sulcos ou aspersão.

Não esqueça! Nunca use água suja ou contaminada.

Quantas vezes deve-se aguar a planta e que quantidade de água deve-se usar?

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Irrigação A terra deve ficar sempre bem molhada, mas não encharcada. A aguação é variável de acordo com a planta, com o tipo de solo e com o clima. Assim: ■■Nas plantas de canteiro irrigar duas vezes ao dia, nas horas mais frias. ■■Nas plantas de covas, logo no início, quando estas são menores, deve-se aguar duas vezes ao dia. Quando elas estiverem maiores, aguar apenas uma vez.

com auxílio de uma enxada e o uso de herbicida só deve ser feito sob a orientação de um técnico, pois o uso inadequado pode trazer sérios prejuízos à horta.

Controle de pragas e doenças Devemos verificar diariamente se as plantas medicinais estão sadias e livres de lagartas, besourinhos, lêndeas e outras pragas. Não esqueça! Nunca aplique venenos sem orientação. O uso errado pode trazer sérios prejuízos à horta e à sua saúde, mesmo com inseticidas caseiros. Até a fumaça dos motores a diesel pode mudar a ação medicamentosa da planta.

AGENTES CAUSADORES DE PRAGAS E DOENÇAS

Afofamento da terra A terra do canteiro deve ficar sempre bem fofa para facilitar o arejamento e a penetração de água. Durante o afofamento da terra, junte um pouco de terra no tronco das plantas, pois isso serve para aumentar o enraizamento, além de favorecer o aparecimento de novas raízes e evitar a morte por exposição ao sol.

Lagarta-da-soja

Cochinilha

Capina Devemos arrancar todo o mato que aparecer no canteiro. As limpas podem ser realizadas manualmente ou

Formação para o trabalho 2 plantas medicinais

Pulgão-verde


Continuação

AGENTES CAUSADORES DE PRAGAS E DOENÇAS

Lagarta-rosca

Ácaro

Lagarta-mede-palmos ou curuquerê

Percevejo

Vaquinha

Preparo do inseticida Os inseticidas devem ser preparados com cuidado. Se sua concentração for muito alta pode trazer sérios problemas para a saúde e o meio ambiente, pois sua ação degrada o ambiente. A seguir encontram-se os procedimentos para elaboração de alguns inseticidas domésticos. 1. Caldo de fumo ■■cortar 20 cm de fumo de rolo e colocar em um litro de água;

■■levar

ao fogo e deixar ferver por 30 minutos; ■■retirar do fogo e deixar esfriar; ■■coar em um pano fino e juntar mais três litros de água; ■■regar os canteiros com este preparado dia sim, dia não, até completa eliminação das pragas.

2. Macerado de alho ■■esmagar quatro dentes de alho em um litro de água; ■■deixar amolecer por 12 dias; ■■acrescentar dez litros de água limpa; ■■regar sobre as plantas atacadas por pulgões.

Esperar 48 horas para ingerir hortaliças tratadas com caldo de fumo.

Devemos arrancar todo o mato que aparecer no canteiro?

3. Sabão com querosene ■■cortar 1 kg de sabão em pedaços pequenos com três litros de água e levar ao fogo. Dissolvido o sabão, retirar do fogo e acrescentar três litros de querosene; ■■usar um litro dessa mistura para cada 15 litros de água; ■■ repetir a operação a cada sete dias. 4. Solução de água e sabão ■■misture em cinco litros de água uma colher de sopa de sabão raspado; ■■agite bem até dissolver todo o sabão e então pulverize as plantas atacadas duas vezes por semana, durante duas semanas; ■■controla pulgões, cochonilhas e algumas lagartas. Caso o inseticida não consiga controlar a praga, aumente aos poucos, a quantidade de sabão, tomando cuidado para não causar danos às plantas. Os parasitas que atacam a hortelã -rasteira e hortelã-japonesa são bastante sensíveis a esse inseticida. Ao primeiro sinal de pragas, retire a parte atacada e queime.

Os defensivos, tanto inseticidas como herbicidas, fungicidas etc., são produtos tóxicos e, por isso, necessitam de cuidados especiais no seu manuseio, para evitar o envenenamento das pessoas e/ou a contaminação do ambiente e dos alimentos.

No lugar do sabão pode ser usado detergente de cozinha do tipo neutro.

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Depois de algum tempo no mesmo canteiro, as plantas começam a se desenvolver menos. Por isso, pelo menos uma vez por ano, devemos mudá-las para canteiros diferentes. No caso das hortelãs, do malvarisco e da malva-santa, mudar a cada seis meses. Alterne plantas grandes com plantas pequenas e nunca use, na mudança, planta da mesma família.

Espaldeiramento Algumas plantas medicinais, como maracujá e guaco, para se desenvolverem, necessitam de um meio de sustentação (cerca) ou latada. É o que chamamos espaldeiramento.

Poda Poda: corte de ramos das plantas.

É a retirada de ramos secos e doentes e a eliminação de brotos que nascem no tronco para que a planta se renove e fique revigorada. Após cada poda deve-se fazer adubação com esterco curtido e peneirado. As plantas hortelã-rasteira e hortelã-japonesa, malva-santa e malvarisco devem ser podadas a cada três meses.

Espaldeiramento típico para maracujá e guaco

Desbaste dos canteiros É a retirada de plantas fracas, doentes e raquíticas para manter a planta principal sadia e vigorosa.

O que é o espaldeiramento?

Processo de desbastamento

Resumo da lição • Devemos irrigar plantas de canteiros duas vezes ao dia nas horas mais frias; • A terra do canteiro deve ficar sempre bem fofa para facilitar o arejamento e a penetração da água na terra; • Devemos arrancar todo o mato que aparecer no canteiro e verificar diariamente se as plantas estão livres de pragas e doenças; • Podemos preparar o inseticida doméstico; • Algumas plantas medicinais, para desenvolverem-se, necessitam de um meio de sustentação (espaldeiramento).

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


Lição 7

Principais métodos de preparar plantas medicinais

N

o preparo das plantas medicinais, existe um conjunto de ações que torna possível o emprego terapêutico delas, sem que seja preciso aplicar os onerosos processos necessários à sua extração, isolamento e purificação. Assim, é possível eliminar da sequência de produção de medicamentos as operações para industrialização e comercialização, que são as etapas mais caras do processo.

Chá 1. Por infusão ■■colocar água fervente sobre a erva dentro de uma vasilha; ■■tampar e deixar de cinco a dez minutos em repouso; ■■coar em seguida.

Atenção!!! a) Este método é utilizado para folhas, flores, caules finos e para toda planta aromática. b) Nunca deixe o chá para ser tomado no dia seguinte.

2. Por decoação ou cozimento ■■colocar parte da planta na água fria, depois de bem limpa; ■■em seguida, ferver. O tempo de fervura pode variar de 10 a 20 minutos, dependendo da consistência da parte da planta; ■■após o cozimento, deixar em repouso de 10 a 15 minutos; ■■em seguida, coar.

Chá por decoação

Atenção!!! Este método é indicado quando se utilizam partes duras, como cascas, raízes e sementes. 3. Por maceração ■■colocar a planta amassada ou picada, de molho em água fria por dez a 24 horas. ■■ após o tempo determinado, coa-se.

Quais partes da planta podem ser utilizadas para preparar chá por infusão?

Atenção!!! Para folhas e sementes, o tempo de molho dura de dez a 21 horas; para talo, cascas e raízes o tempo varia de 22 a 24 horas.

Chá por maceração

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Lambedor ■■juntar

O que é lambedor?

ao chá da planta (feito por infusão ou cozimento), sem coar, a mesma medida de açúcar cristal, rapadura ou açúcar mascavo (Por exemplo: duas xícaras do chá para duas xícaras de açúcar); ■■levar ao fogo até virar um melado; ■■deixar em repouso cerca de duas horas; ■■em seguida, coar o melado. O lambedor pode ser feito também com mel de abelhas, usando-se uma medida de chá para uma medida de mel. Neste caso, a mistura não deverá ser levada ao fogo. Por causa do açúcar, o xarope pode fermentar com facilidade. Para evitar que isso aconteça deve ser guardado em recipiente bem limpo, fechado

Cataplasma

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais

e, de preferência, em geladeira ou local fresco. Usar este preparo por, no máximo, sete dias.

Atenção!!! Geralmente, o lambedor é feito a partir de plantas usadas para problemas respiratórios, como tosse, bronquite etc.

Cataplasma ■■preparar

o chá por cozimento. Ainda quente acrescentar farinha fazendo uma papa; ■■colocar esta papa sobre um pano limpo e depois cobri-la com outro pano, ou seja, a papa fica entre dois panos; ■■aplicar sobre a pele da região afetada.


Gargarejo e bochecho ■■preparar

o chá por infusão ou cozimento (depende da parte da planta que será utilizada); ■■tampar e deixar em repouso por dez minutos; ■■ coar e fazer o gargarejo ou bochecho, pelo menos duas vezes ao dia.

Tintura A tintura é uma preparação feita com álcool diluído, onde se colocam partes vegetais frescas ou secas, pouco trituradas.

Como deve ser aplicado o cataplasma?

Atenção!!! Exige-se uma proporção específica entre as quantidades da planta a serem utilizadas no preparo das tinturas.

Suco O suco é obtido espremendo-se o fruto ou as folhas carnosas em um liquidificador ou num pilão. Deve ser preparado no momento em que vai ser usado.

Sumo ■■obtém-se o sumo, socando a plan-

Gargarejo

Inalação ■■colocar

água fervente sobre porções de plantas aromáticas dentro de uma vasilha; ■■aspirar o vapor pelo nariz, através de um pequeno funil de papel.

ta fresca em um pilão ou pano. No caso da babosa, basta cortar e deixar escoar; ■■se a planta contiver pouco líquido, pode-se acrescentar pequena quantidade de água; ■■deixar de molho por uma hora; ■■depois socar novamente; ■■em seguida coar, para obtenção do líquido de ação terapêutica.

Como devemos preparar um sumo?

Inalação

Atenção!!!

Preparação do sumo

Esta preparação exige cuidado rigoroso, dado o risco de queimaduras.

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Salada Algumas ervas medicinais, como hortelã-rasteiro, podem ser utilizadas em forma de saladas cruas. Neste caso, usam-se apenas os brotos e as folhas novas.

■■folhas:

reduzir a pequenos pedaços com as mãos. ■■cascas e raízes: moer ou ralar; ■■em seguida, passar numa peneira ou pano fino até obter o pó que deve ser guardado em frasco seco e bem tampado.

■■inicialmente,

secar a planta; ■■triturar a erva seca da seguinte forma:

Preparo do pó

Compressa ■■embeber

um pano ou pedaço de algodão com chá ou sumo da planta; ■■aplicar na área afetada.

Atenção!!!

Compressa

no fogo só até derreter a gordura; ■■misturar até que esfrie e fique cremoso.

Emplastro

A compressa pode ser usada quente ou fria.

O emplastro consiste em socar a planta fresca até que se transforme em pasta.

Pasta ou unguento

Atenção!!!

■■ Pasta

ou unguento consiste em juntar ao sumo, ou chá bem forte da planta, gordura animal ou vegetal.

O que é pasta ou unguento?

Emplastro colocado sobre a área afetada

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■■aquecer

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Colocar a pasta diretamente na área afetada.


Banho ■■preparar

o chá por infusão ou cozimento; ■■depois coar; ■■colocar o chá numa bacia e fazer o banho.

Preparação do chá

MEDIDAS PRÁTICAS (APROXIMADAS) 1 colher de sopa = 90 gotas 1 xícara de café (pequena) = 50 mL 1 xícara de chá (grande) = 150 mL

1 copo de vidro comum = 150 mL

Resumo da lição • Há várias maneiras de se preparar um chá e o método de preparo depende da parte da planta utilizada;

Quantos mL tem um litro?

• Preparação de xarope, cataplasma, tintura, pó, compressa, emplastro e unguento, sumo, suco e até saladas de plantas medicinais, que são utilizadados em diversos tratamentos.

Fundação Demócrito Rocha 25


Lição 8 Dicas de saúde

E As espécies aqui descritas foram escolhidas com base nas referências bibliográficas e todas elas poderão ser aproveitadas para preparação de medicamentos fitoterápicos prescritos por médicos.

Que cuidados devemos ter na utilização de plantas medicinais?

No alecrim-pimenta a parte usada são as folhas que têm forte ação antimicrobiana.

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ste caderno é apenas uma referência, não se trata de um manual de automedicação. Se você suspeitar de alguma doença, deve procurar um médico para prescrever o tratamento e um farmacêutico para orientação de como usar. A seguir destacamos os principais cuidados no momento de utilizar as plantas medicinais. ■■Utilize somente plantas medicinais conhecidas, procurando identificar as plantas que são tóxicas. ■■Procure conhecer a parte da planta que serve como remédio (raiz, caule, folhas ou flor). ■■Não colete plantas medicinais nas margens de estradas, rios, córregos poluídos, esgotos e rampas de lixo. ■■Procure conhecer o modo de preparar as plantas utilizadas como remédio (infusão, cozimento etc.). ■■Lembre-se de que as plantas medicinais, mesmo quando indicadas corretamente para uma doença, podem provocar efeitos indesejáveis ao organismo, se forem tomadas em grande quantidade e muito concentradas. ■■O tempo de tratamento varia de acordo com a doença e com a reação do organismo ao tratamento. ■■Prepare o chá, de preferência, em vasilha de barro, esmaltada ou de vidro refratário (que possa ser levada ao fogo). ■■De preferência, não adoce os chás. Caso queira adoçá-los, use açúcar mascavo (escuro), rapadura ou mel de abelha.

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■■Os

chás, quando indicados para problemas digestivos, devem ser tomados frios e sem açúcar. ■■Os chás indicados para gripe, bronquite e febre devem ser tomados ainda quentes. ■■Evite chás para crianças que estejam em aleitamento materno até os seis meses de idade. ■■Considerações sobre algumas plantas

1. Alecrim-pimenta ■■Mudas: plantar quando tiverem várias folhas novas e estiverem bem enraizadas. ■■Espaçamento: deixar três passos entre duas plantas. ■■Tamanho da cova: deve medir 40 centímetros de profundidade. ■■Plantio: após encher a cova, colocar a muda no centro da mesma. ■■Poda: eliminar os galhos secos ou quebrados. ■■Pragas observadas: brocas, cochonilhas e alguns fungos. ■■ Controle: banhos semanais com solução de detergente neutro na dosagem de até duas colheres de sopa para cada cinco litros de água. 2. Malvarisco ■■Mudas: fazer mudas de galhos e preferir ramos mais velhos. ■■Espaçamento: deixar dois palmos entre as plantas. ■■Plantio: pode ser feito em canteiros. ■■Pragas observadas: broca do tronco e insetos de folhas.


■■Controle:

Brocas – arrancar e queimar plantas atacadas. Insetos – solução de detergente na dosagem de três colheres de sopa para cada cinco litros de água. ■■Trocar de canteiro a cada seis meses. Jandir Ribeiro

Malvarisco

3. Malva-santa ■■Mudas: plantar quando começarem a aparecer folhas novas. ■■Espaçamento: deixar dois palmos entre as plantas. ■■Plantio: o plantio pode ser feito em canteiros. ■■Pragas observadas: broca do tronco. ■■Controle: arrancar e queimar plantas atacadas. ■■Trocar de canteiro a cada seis meses. 4. Hortelã-rasteira ■■Mudas: plantar os ramos novos e enraizados. ■■Espaçamento: deixar um palmo e meio entre as plantas. ■■Plantio: o plantio é feito em canteiros. ■■Poda: fazer três podas ao ano. Após cada poda, fazer uma adubação de cobertura com composto orgânico peneirado. ■■Pragas observadas: pulgões.

■■Controle: solução de detergente na

dosagem de uma colher de sopa para cada cinco litros de água. ■■Trocar de canteiro a cada seis meses.

5. Hortelã-japonesa ■■Mudas: plantar com um palmo de tamanho. ■■Espaçamento: deixar um palmo e meio entre as plantas. ■■Plantio: é feito em canteiros. ■■Poda: fazer três podas ao ano. Após cada poda, fazer uma adubação de cobertura com composto orgânico peneirado. ■■Pragas observadas: cochonilhas das partes subterrâneas. ■■ Controle: eliminar plantas atacadas. ■■Trocar de canteiro a cada seis meses.

Hortelã-rasteira: a parte usada é a folha, sendo eficaz no tratamento de ameba e giárdia. Hortelã-japonesa: é usada como descongestionante nasal por inalação dos vapores do chá produzido com as folhas. Chambá: têm ação broncodilatador e antiinflamatório, é útil no tratamento das crises de asma, da tosse. É usado na forma de chá ou de xarope.

Quantas podas por ano devem ser feitas na hortelã-japonesa?

6. Chambá ■■Mudas: são feitas com ramos enraizados. ■■Espaçamento: deixar um palmo e meio entre as plantas. ■■Plantio: é feito em canteiros. ■■Poda: fazer três podas ao ano. Após cada poda devemos fazer uma adubação de cobertura com composto orgânico peneirado.

Jarbas Oliveira

7. Babosa ■■Mudas: são feitas de filhotes. ■■Espaçamento: deixar um metro entre as plantas. ■■Plantio: é feito em canteiros. ■■Adubação de cobertura: aplicar, a cada três meses, composto orgânico peneirado. 8. Maracujá ■■Mudas: plantar com um palmo e meio de tamanho. ■■Espaçamento: deixar cinco passos entre as plantas e três passos entre as fileiras.

Babosa

As folhas da babosa têm ação purgativa e cicatrizante.

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O maracujá é um calmante, podendo ser usado o chá das folhas ou o suco.

Quais são as aplicações da babosa?

Na goiabeira, os seus olhos (gomos foliares até a quarta tenra) têm ação anti-séptica bucal, intestinal e antidiarréica.

Quais plantas medicinais têm ação anti-séptica?

■■Plantio:

em covas. ■■Espaldeiramento: é a construção de um suporte para facilitar o crescimento da planta. Modo de fazer: preparar as estacas de dois metros e meio de altura. Enterrar a uma profundidade de meio metro e separadas; amarrar um fio de arame nas extremidades das estacas; para cada cova, deve-se ter duas estacas alinhadas numa distância de cinco metros uma da outra; esticar um cordão da cova até o arame, facilitando a subida da planta. ■■Poda: cortar os ramos laterais até a planta atingir o fio. Quando a planta ultrapassar 20 cm do fio de arame, faz-se a poda do ponteiro para facilitar o aparecimento de dois ramos laterais. Quando atingirem os postes, fazer nova poda nas pontas.

9. Goiabeira ■■Mudas: plantar com um palmo e meio de tamanho. ■■Espaçamento: deixar seis passos entre as plantas. ■■Plantio: é feito em covas. ■■Tamanho da cova: deve ter 60 centímetros de boca e 40 centímetros de profundidade. ■■Poda: após a frutificação, retirar os ramos velhos e quebrados e as pontas dos galhos para aumentar a produção de brotos (olhos). ■■Pragas observadas: besouro da goiabeira. ■■Controle: logo no início da infestação, devemos arrancar e queimar os ramos atacados.

Resumo da lição • Não devemos usar plantas medicinais sem orientação médica e farmacêutica; • Considerações sobre o plantio e uso de alecrim-pimenta, malvarisco, malva-santa, hortelã-rasteira, hortelã-japonesa, chambá, babosa, maracujá e goiabeira.

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Formação para o trabalho 2 plantas medicinais


Lição 9

Secagem de plantas medicinais

O

texto a seguir se refere à secagem de plantas medicinais, para que possamos, dessa maneira, aproveitar com maior eficiência o princípio ativo de cada espécie, livre dos conteúdos aquosos que favorecem a atuação das enzimas no processo de decomposição do princípio ativo, apressando a deterioração do vegetal e consequentemente dificultando o seu aproveitamento, tanto no

que se refere à quantidade como à qualidade do medicamento oriundo de tal manipulação. 1. O porquê da secagem A secagem de plantas medicinais tem duplo objetivo: retirar a percentagem elevada da água contida nas células e tecidos do vegetal e proporcionar a conservação de tais plantas por um longo período, pelo menos até uma nova colheita.

Princípio ativo: é o constituinte da planta que tem ação no combate às doenças.

João Guimarães

Venda de plantas medicinais secas

A eliminação da água pelo processo de secagem evita a deterioração e minimiza a perda do princípio ativo (substância de efeito terapêutico do vegetal), especialmente por causa da atividade das enzimas. Estas enzimas começam a atuar logo após a colheita, destruindo o princípio ativo e, enquanto existirem condições de umidade dentro do tecido da planta, elas vão processando a degeneração, ininterruptamente.

Muitas vezes as enzimas chegam a transformar o princípio medicamentoso em outras substâncias sem qualquer valor medicinal, algumas delas até mesmo tóxicas. Isso ocorre porque o princípio ativo das plantas medicinais são constantemente degradados, enquanto enzimas permanecem intactas – por esse motivo as enzimas são consideradas ‘‘inimigas’’ do processo de manipulação das plantas medicinais.

Por que devemos secar as plantas medicinais?

Fundação Demócrito Rocha 29


As enzimas são substâncias químicas que denominamos ‘‘catalíticos’’ e influenciam na velocidade de reações químicas que podem ocorrer fora ou dentro do vegetal, apressando a deterioração do mesmo e consequentemente do princípio ativo.

Cocção é o cozimento da folha devido à alta temperatura de secagem.

Com a secagem tem-se também a vantagem de introduzir na aprendizagem dos alunos a capacidade deles próprios diferenciarem a planta do seu estado fresco do seco. Importante porque no mercado consumidor de tais plantas, elas aparecem sendo comercializadas no seu estado seco. 2. Como secar O teor de umidade depois das plantas secas deve ficar em torno de 5%, recomendando-se a secagem a uma temperatura ambiente por-

que temperaturas superiores a 40 ºC proporcionam ‘‘cocção’’ das plantas e não secagem. A secagem feita à temperatura ambiente é obtida em suporte com estruturas de madeira em forma de bandejas que pode ser denominado de ‘‘secador ambiente’’. É o modelo mais econômico e que dá bons resultados em clima seco e quente como o nosso. O secador ambiente deve ser colocado em local arejado, livre de muita poeira, insetos e trânsito de pessoas ou animais. Alcides Freire

O que são enzimas?

O que é cocção?

Chambá (trevo-cumaru, anador): é uma pequena erva que cresce em canteiros e jarros. É facilmente multiplicado por filhação ou replantando-se pequenas porções dos ramos já enraizados. Na produção de chá e xarope usa-se toda parte aérea da planta.

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Secagem de plantas medicinais

Quanto à secagem propriamente dita não deve ser nem muito rápida, nem muito lenta, porque, se demasiadamente rápida e a céu aberto, os raios solares causam o endurecimento da camada superficial da célula vegetal, fato que impedirá a evaporação da água que está dentro do órgão da planta e a água, assim retida, permite a atividade destruidora das enzimas; por outro lado, a secagem lenta demais proporciona alterações no interior da planta, produzidas por enzimas e que aparecem em forma de bolores e fermentação externa. No caso particular do chambá, por exemplo, quando posto para secar em molhos muito densos, secam somente as folhas mais extensas do molho, mofando-se a

Formação para o trabalho 2 plantas medicinais

parte interna dos mesmos. Por isso se deve fazer molhos ralos e fininhos, para que o ar circule de maneira uniforme. Já na secagem do malvarisco ou malva-santa colocam-se apenas as folhas nas bandejas de secagem, porque os galhos são muito aquosos, o que alimenta as folhas por mais tempo, demorando assim o tempo de secagem e, consequentemente, aumentando a ação das enzimas sobre o seu princípio ativo. A secagem ideal é aquela que é feita de acordo com as características de cada planta e condições ambientais. Geralmente, a secagem deve estar concluída quando ao se tocar a planta não se sinta qualquer umidade e que esteja rígida, porém não quebradiça.


A secagem de uma planta medicinal pode durar em média de 3 a 10 dias. Folhas carnosas como a do malvarisco e malva-santa, como já citado, levam mais tempo para secar do que folhas finas, como a folha da alfavaca, por exemplo. A secagem de plantas medicinais deve também ser iniciada imediatamente após a colheita, no mesmo dia. Por isso as operações de colheita e de carga do secador devem ser bem coordenadas, da seguinte maneira: ■■logo que colhidas, as ramas ou folhas devem ser bem lavadas em água corrente, para se evitar a contaminação por ovos de parasitas, comuns em águas paradas; ■■sacudi-las bem, antes de colocar as ramas ou folhas nas bandejas de secagem, para que escorra todo o excesso d’água da lavagem. Isso evita o mofo; ■■depois de postas nas bandejas ou em varais penduradas (quando em

molho), as ramas ou folhas não podem ser molhadas ou expostas aos raios solares, por hipótese nenhuma. A secagem de plantas medicinais deve ser feita sempre e permanentemente à sombra; ■■não se deve nunca secar plantas de diferentes espécies no mesmo secador, para impedir a mútua contaminação entre plantas diferentes; ■■vire as folhas todos os dias para secarem por igual; ■■manusear as folhas com muito cuidado, não as apertando nem danificando; ■■ no fim do 4º ou 5º dia, conforme o tempo de secagem de cada espécie, coloque as folhas em saco plástico transparente. Antes, porém, divida as ervas em quantidade suficiente para cada receita medicamentosa.

Explique como deve ser a secagem ideal de uma planta medicinal.

Resumo da lição • A secagem das plantas medicinais melhora o aproveitamento do princípio ativo; • A secagem de plantas medicinais tem o objetivo de conservá-las por um tempo mais longo; • A secagem das plantas medicinais deve ser feita à temperatura ambiente, por um período de 3 a 10 dias.

Fundação Demócrito Rocha 31


Referências CABRAL, J. C. A. Faça sua horta medicinal: pequeno manual de horticultura. Fortaleza: Ed. PNE; HPM, 1996. LUZ, V. P. Técnicas agrícolas. São Paulo: Ática, 1991. MATOS, O. F. J. A. Farmácias vivas. 2. ed. Fortaleza: UFC, 1994. Secretaria de Agricultura e Abastecimento. Nossa horta: guia para plantar. Fortaleza. [s. d.]. Governo do Distrito Federal. Plantas e saúde: guia introdutório à fitoterapia. Brasília, 1992. SANTOS, E. Como cultivar hortas e pomares. Rio de Janeiro: Tecnoprint, 1979. COSTA, Maria Aparecida. Plantas e saúde: guia introdutório à fitoterapia. Brasília: Governo do Distrito Federal, 1992. HARVEY, Jack. Ervas: aplicações culinárias decorativas e cosméticas. [S. l.]: Publicações Europa-América, 1976. HERTWING, Igor Francisco Von. Plantas aromáticas e medicinais. São Paulo: Ícone, 1986. SILVA, Luciene Alice da. Como utilizar as plantas medicinais: hortas comunitárias para a complementação alimentar e farmácia viva artesanal. [S. l.]: Departamento de Assistência Farmacêutica, 1996.

Os estudiosos da economia estão de acordo que a educação é o motor do desenvolvimento e qualificar a população que possui baixa escolaridade é o grande desafio dos gestores do século XXI. REALIZAÇÃO

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