Produtor de sementes

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produtor de

sementes

José Octávio de Lima Muniz | Francisco José dos Santos


Copyright © 2003 by José Octávio de Lima Muniz e Francisco José dos Santos

Fundação Demócrito Rocha (FDR)

Instituto Centro de Ensino Tecnológico (CENTEC)

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Edições Demócrito Rocha (EDR)

Diretoria de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação Afonso Odério Nogueira Lima

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Editora Executiva Regina Ribeiro

Antônio Elder Sampaio Nunes

Editor Adjunto Raymundo Netto

Convênio institucional entre Fundação Demócrito Rocha e Instituto CENTEC Secretaria da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará - Secitece

Gerente de Produção Sérgio Falcão Editor de Design Amaurício Cortez Coordenação Editorial Eloísa Maia Vidal Revisão Textual Miguel Leocádio Araújo Capa Welton Travassos Editoração Eletrônica Cristiane Frota Ilustrações Welton Travassos, Elinaudo Barbosa, Leonardo Filho e Erivando Costa Fotos Banco de Dados O POVO Catalogação na Fonte Kelly Pereira

Muniz, José Octávio de Lima M925p Produtor de sementes /José Octávio de Lima; Francisco José dos Santos. - Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha; Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, 2014. 40 p.: il. color. - (Coleção Formação para o Trabalho 2)

ISBN 978-85-7529-640-0

Todos os direitos desta edição reservados a:

1. Sementes - Produção. I. Santos, Francisco José dos. II. Título. CDU 631.53.02

Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora, Fortaleza-Ceará - CEP 60.055-402 Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 Fax: (85) 3255.6271 www.fdr.com.br


Sumário Apresentação..........................................4

Lição 5

Lição 1

Responsabilidade técnica e inspeções...........................................23

Estrutura e classificação das sementes.........................................5

Lição 6

Lição 2

Colheita e armazenamento..................26

A formação da semente pelo processo sexuado...........................8

Lição 7

Lição 3 Sementes e campos fiscalizados.........10

Lição 4 Práticas importantes na condução dos campos de sementes....................14

Qualidade da semente.........................38 Referências...........................................40


Este projeto conta com a parceria do Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, que por meio de convênio interinstitucional com a Fundação Demócrito Rocha, assegura a elaboração dos textos visando trabalhar com a formação profissional básica para a população cearense. Este manual tem como objetivo disponibilizar material de baixo custo e alta qualidade técnica, editorial e pedagógica criando condições para que cidadãos tenham acesso a educação para o trabalho, com vistas à inclusão social, criando um ambiente propício para geração de emprego e renda.

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Apresentação A semente é a origem da vida. No reino vegetal, a semente representa o início de uma nova geração que irá apresentar características herdadas de seus progenitores. A agricultura teve início quando o homem descobriu que sementes de determinadas plantas usadas na alimentação, podiam ser guardadas e semeadas para produzir novas plantas. Tal descoberta possibilitou que o homem fixasse local de moradia e iniciaram-se as primeiras civilizações. É nesse momento que as comunidades primitivas deixaram de ser nômades e iniciam o processo de sedimentação, ou seja, tornou-se possível a fixação na terra. Na agricultura moderna, a semente é tida como um insumo dos mais importantes e constitui-se no fator que determina o sucesso ou fracasso da produção, pois na semente estão contidas todas as potencialidades da planta. A semente apresenta grande vantagem em relação aos demais insumos agrícolas por ser utilizada em pequena quantidade e poder ser multiplicada rapidamente.

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

A produção da semente, contudo, exige a aplicação de técnicas específicas, adicionais àquelas utilizadas para cultivo e produção de grãos para consumo. Para produzir sementes, faz-se necessário aplicar medidas visando alcançar os padrões de qualidade específicos para cada espécie vegetal, efetuando o acompanhamento de todas as fases do processo produtivo. Uma das principais medidas que diferenciam a produção de sementes, da produção de grãos, é a técnica da erradicação ou roguing, operação mais importante a ser executada em todo o ciclo da cultura, devendo ser prática constante em qualquer sistema de produção de sementes. Essa técnica consiste no exame visual, cauteloso e sistemático do campo, acompanhado de remoção manual das plantas indesejáveis. Nesta publicação, apresentamos as orientações necessárias à preparação de sementes e os procedimentos envolvidos para que os produtos obtidos atendam aos padrões desejados.


Lição 1

Estrutura e classificação das sementes

S

emente é a estrutura vegetal proveniente da reprodução sexuada ou assexuada, convenientemente produzida ou preparada e que tem a finalidade específica de semeadura. Uma das principais causas dos constantes insucessos nos empreendimentos agrícolas é a severa ocorrência de doenças no campo, originadas de sementes contaminadas. As mais graves e frequentes são o Mosaico Bacteriana (bactéria) e a Antracnose (fungo). Essas enfermidades ocorrem devido ao costume de utilizar-se sementes da própria lavoura, em novos plantios, ocasionando a disseminação das doenças de uma geração a outra e de um local para outro. Deste modo, é necessária a conscientização dos agricultores sobre as vantagens de se utilizar sementes fiscalizadas ou básicas, livres de doenças, pois este é o método ou meio mais simples e eficaz de se evitar a disseminação das doenças e consequentemente os prejuízos. Dentro do custo de produção das principais culturas produtoras de grãos, o item semente pode ser considerado muito baixo ou, em alguns casos, insignificante. Entendemos que o custo com a aquisição da semente representa muito pouco em comparação com o retorno obtido. Pesquisas mostram que apenas com a utilização de sementes de boa qualidade e saudáveis pode-se elevar de 20% a 40% a produtividade das lavouras.

A responsabilidade pelo sucesso de uma lavoura não deve ser atribuído somente à herança genética da semente, e sim, à associação dessa herança com os cuidados fitossanitários e culturais em campo. Também são importantes os cuidados com a integridade destas, principalmente durante as operações de colheita, trilha, beneficiamento e armazenamento.

Estrutura da semente De modo geral, a semente é composta por três partes: casca, tecido de reserva e eixo embrionário. Cada uma destas partes possui importantes funções, as quais estudaremos a seguir: Casca (tegumento): é a abertura externa da semente e tem como principais funções: ■■manter unidas as partes internas da semente; ■■proteger as partes internas da semente contra choques; ■■servir de barreira externa contra a entrada de microorganismo e insetos; ■■regular a velocidade de hidratação da semente; ■■regular a velocidade de trocas gasosas entre a semente e o meio ambiente; ■■regular a germinação, pelo mecanismo de dormência, em determinadas espécies. Tecido de reserva (endosperma): é a parte interna da semente, onde se

O que você entende por semente e qual o seu papel na lavoura?

Para a cultura do arroz, a aquisição da semente básica para plantio representa no custo apenas 6,07%. Para o feijão 5,05%, para o milho 2,00%, para o algodão 2,30% e para o sorgo 1,00%.

Trilha: debulha de cereais.

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encontram as substâncias utilizadas pelo eixo embrionário durante a germinação, para se desenvolver e originar uma planta. Eixo embrionário (embrião): é a parte vital da semente, pois apresenta a capacidade de se desenvolver e originar uma plântula, com condi-

ções de se fixar no solo e produzir seu próprio alimento.

Estruturas das sementes de algumas culturas A seguir serão descritas as estruturas das sementes de feijão, milho, algodão e arroz.

O que é tecido de reserva de uma semente?

Estrutura básica de uma semente de feijão

Estrutura básica de uma semente de milho

Observe as quatro estruturas básicas das sementes apresentadas e aponte as diferenças entre elas. Estrutura básica de uma semente de algodão

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes


Estrutura básica de uma semente de arroz

A maioria dos autores agrupa as sementes em cinco classes: genética, básica, semente registrada, certificada e fiscalizada. Para o nosso estudo e em concordância com outros autores, vamos classificá-las em: Semente genética: é produzida sob a responsabilidade e o controle direto do melhorista de plantas e mantida dentro de suas características de pureza genética. Semente básica: é resultante da multiplicação da semente genética ou da básica, sob responsabilidade da entidade que a criou ou introduziu. Semente registrada: produzida por produtores registrados, de acordo com as normas estabelecidas. Semente certificada: resultante da multiplicação da semente básica, pro-

duzida em campo específico por produtores registrados, de acordo com as normas estabelecidas pela entidade certificadora. Semente fiscalizada: é resultante da multiplicação da semente básica, certificada ou da própria fiscalizada, produzida segundo normas e padrões estabelecidos, sob controle da entidade fiscalizadora e a critério do produtor e do técnico responsável. O ponto de partida de qualquer classe de semente é a multiplicação de uma pequena quantidade, obtida por melhoramento genético de determinada cultivar, ou das sementes de alguma cultivar já existente, sob condições rigorosamente controladas.

Quais classes de sementes existentes?

O que vem a ser semente fiscalizada?

Resumo da lição • Semente é a estrutura vegetal convenientemente produzida ou preparada e que tem a finalidade específica de semeadura; • O uso de sementes selecionadas é importante na prevenção de doenças nos vegetais; • A casca é a parte externa da semente que protege as partes internas; • No tecido de reserva encontram as substâncias utilizadas para desenvolver uma planta; • O eixo embrionário é a parte vital da semente.

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Lição 2

A formação da semente pelo processo sexuado

P

ara se entender a formação da semente na planta, é necessário que saibamos como é a estrutura de uma flor.

A flor Existem vários tipos de flores. Entretanto, para efeito de estudo, vejamos uma flor completa, isto é, com os órgãos sexuais masculinos e femininos e as demais estruturas que são mostradas na figura abaixo.

FLOR COMPLETA

Descreva as partes de uma flor.

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Órgão sexual masculino da flor (androceu) é formado por um número variável de unidades chamadas estames.

Órgão sexual feminino da flor (gineceu)

Cada estame é composto por três partes: Antera: é a parte superior do estame, onde ficam os grãos do pólen. Filete: é a parte do estame que sustenta na parte superior a antera. Conectivo: é o ponto de união da antera com o filete.

O gineceu é formado pelo estigma, estilete e ovário. Dentro do ovário localizamse os óvulos.

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes


Fecundação Acontece quando o grão de pólen que se encontra na antera é transportado para o estigma da flor, onde penetra no ovário, fecundando assim

o(s) óvulo(s) lá existente(s). O óvulo então fecundado se desenvolve dentro do ovário da flor, originando a semente.

O transporte do grão de pólen da antera para o estigma pode ocorrer pela ação do vento, movimento de insetos ou pássaros.

ETAPAS DA FECUNDAÇÃO

Resumo da lição

Descreva o órgão sexual masculino de uma flor.

• Um flor completa apresenta órgãos sexuais masculino e feminino; • O órgão sexual masculino da flor é formado por unidades denominadas estames; • O órgão sexual feminino é chamado de gineceu; • A fecundação dá início à formação da semente.

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Lição 3

Sementes e campos fiscalizados Indoneidade: ser honesto e ter condições de desempenhar suas funções.

O

produtor de sementes deve ter idoneidade pessoal e consciência das responsabilidades a respeito da produção e trabalhar com o objetivo de conseguir sempre os melhores resultados. Para produzir sementes fiscalizadas, deve-se fazer um histórico completo da área onde será instalado o campo com o objetivo de verificar se o terreno apresenta as condições necessárias para a produção de uma determinada espécie ou cultivar.

Características do produtor de sementes

Produzir sementes e comercializar como grão é, no mínimo, frustrante e oneroso.

O produtor de sementes deve ser um ótimo agricultor. Isto pode ser verificado através das práticas agrícolas que adota e da produtividade de suas lavouras. Um verdadeiro produtor de sementes deve trabalhar com o objetivo de conseguir sempre a melhor semente e não aquela com requisitos mínimos para ser comercializada. Para isso, é preciso: a) conhecer muito bem a espécie e a variedade com a qual está trabalhando; b) conhecer os padrões desejáveis, de campo e laboratório, para as sementes;

Quais as exigências para ser produtor de sementes fiscalizadas?

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c) ter conhecimento sobre as características de outras cultivares; de plantas silvestres indesejáveis e fatores que possam influir na produção, principalmente, afetando a qualidade da semente;

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

d) ter conhecimento sobre o mercado de sementes; e) saber as necessidades de sementes do Estado; f) pesquisar sobre a necessidade de sementes de outros Estados; g) oferecer sementes de baixo custo. Para produzir sementes fiscalizadas, é necessário dispor de uma área igual ou superior a 20 ha/produtor e 5 ha/cooperante, para culturas de sequeiro e de uma área igual a 10 ha/produtor e 1 ha/cooperante para culturas irrigadas. Ter uma infraestrutura mínima para o beneficiamento e armazenamento de sementes, podendo ser própria ou de terceiros. A área destinada à produção de sementes não deve ter sido plantada na safra anterior com cultivares diferentes a que se propõe o produtor de sementes.

Observações importantes ■■em

casos de espécies contaminadas, principalmente por doenças, não se recomenda cultivar a mesma espécie que foi produzida anteriormente; ■■estar ciente de que para produzir sementes fiscalizadas é necessário obedecer às Normas Técnicas de Produção sugeridas pela Comissão Estadual de Sementes e Mudas e aprovadas pela DFA; ■■ter um responsável técnico (agrônomo) para prestar-lhe assistência técnica nos campos de produção de sementes;


■■ser

registrado na DFA como produtor de sementes fiscalizadas em conformidade com a Portaria Ministerial Nº 339 de 07/12/84, devendo, para tanto, apresentar a documentação abaixo.

Documentos necessários para o agricultor se registrar como produtor de sementes ■■comprovação

de proprietário ou arrendamento rural; ■■requerimento do registro de sementes; ■■termo de compromisso do responsável técnico (RT), que deve ser um agrônomo; ■■comprovante do pagamento da ART (Anotação da Responsabilidade Técnica) junto ao CREA; ■■declaração da CONAB ou Secretaria de Agricultura contendo o credenciamento de armazém próprio ou de terceiros e especificando a sua capacidade, a qual deverá ser compatível com a quantidade de sementes a ser produzida; ■■certidão de registro no CREA como empresa agrícola, para o caso de associações, cooperativas, empresas e firmas com personalidade jurídica que se dediquem à produção de sementes (pessoa física opcional); ■■credenciar na DFA os campos destinados à produção de sementes fiscalizadas, obedecendo aos prazos e apresentando os documentos necessários.

Prazo para o credenciamento dos campos para produção de sementes: ■■até

30 de março para os campos de sequeiro; ■■até 30 de setembro para os campos irrigados.

Documentos para o credenciamento dos campos para produção de sementes fiscalizadas Para produtores novos do credenciamento; ■■nota fiscal contendo dados sobre a procedência da semente a ser utilizada na instalação do campo, acompanhando, em anexo, atestado de garantia e boletim de análise; ■■relação dos cooperantes, especificando seus nomes, município, propriedade, espécie agrícola, cultivar e área a ser plantada; ■■cópia do contrato de parceria/ empreita rural visando à produção de sementes, especificando as atribuições dos contratantes e a participação do responsável técnico (RT) no processo produtivo.

Quando a estrutura de beneficiamento e armazenamento das sementes for de terceiros, sua utilização deve ser autorizada pela DFA.

■■requerimento

Para produtores antigos ■■todos

os documentos anteriores para “produtores novos” além da documentação referente à produção e/ou comercialização de sementes fiscalizadas da safra anterior (mapa semestral de produção, laudos de vistoria do responsável técnico, atestado de garantia e boletim de análise).

Exigências para implantação das culturas de sementes fiscalizadas O uso obrigatório de sementes básicas ou sementes fiscalizadas, só é permitido com a autorização da DFA. O consórcio com outra espécie, com exceção do algodão arbóreo de 1º ano, só será permitido mediante autorização da DFA, após parecer da Comissão Estadual de Sementes e Mudas.

DFA: Delegacia Federal de Agricultura.

CREA: Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. CONAB: Companhia Nacional de Abastecimento.

Quais são os documentos necessários para o agricultor se registrar como produtor de sementes?

Quais os prazos para credenciamento?

O consórcio com algodão arbóreo no primeiro ano pode ser com milho e/ou feijão em todas as combinações possíveis.

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Escolha da espécie ou cultivar

Atualmente a DFA/CE e CESM/CE divulgam, através de Portaria, as cultivares recomendadas para o Estado do Ceará, após serem devidamente caracterizadas e adaptadas pela pesquisa.

Quais pontos devem ser observados na escolha da espécie ou cultivar?

A escolha da espécie e da cultivar é de fundamental importância para o sucesso na produção de sementes. Para isso alguns pontos devem ser observados, como: a) o produtor deve cultivar aquela espécie (feijão, milho, arroz, algodão e outras) que lhe seja familiar. Não só para aproveitar seus conhecimentos, como também as condições locais de clima e solo e os equipamentos e instalações. b) a cultivar deve ser recomendada pelas instituições oficiais do Estado, que atualmente são: ■■Arroz de sequeiro: IAC-47, Rio Parnaíba e IAC - 765; ■■Arroz irrigado: CICA-8, e Diamante; ■■Feijão de corda: EPACE-10 e EPACE-11; ■■Feijão de arranca: IAP-1 e Carioca; ■■Milho: BR-106 e EPACE M-21; ■■Algodão herbáceo: CNPA Precoce-1, CNPA-7H e IAC-20; ■■Algodão arbóreo: CNPA-3M; ■■ Sorgo granífero: EA-955 e IPA-1011; ■■Sorgo forrageiro: EA-116; ■■Mandioca: Guarani, Bujá, Cruvela, Crateús e Cariri; c) a cultivar deve ser de ampla aceitação entre os lavradores e consumidores.

Escolha da área O produtor de sementes fiscalizadas deve fazer um histórico completo da área onde será instalado o seu campo de sementes. Esse histórico objetiva verificar se o terreno apresenta as condições necessárias para a produção de sementes de uma determinada espécie ou cultivar.

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

Condições necessárias para escolha da área A área destinada à produção de sementes, pela primeira vez, não deve ter sido plantada anteriormente com a mesma espécie, a não ser que essa área estivesse em descanso. Esse fato deve ser observado pelos seguintes motivos: a) a tendência de as sementes caídas no solo sobreviverem é muito comum e variável de acordo com as espécies e variedades; b) o plantio anterior de outras cultivares de determinadas espécies pode acarretar o aparecimento de plantas que comprometem o valor do campo e a disseminação de moléstias.

Espécies silvestres existentes na área É necessário tomar muitas precauções nesse sentido. Áreas altamente infestadas com determinadas plantas silvestres, de difícil controle, são desaconselhadas para produção de sementes, pelo fato destas plantas causarem transtornos nas inspeções, no beneficiamento e na análise da semente.

Isolamento do campo O isolamento do campo deve ser considerado em relação a outros campos de sementes, campos de culturas comerciais e, também, a plantas silvestres. É muito importante evitar a possibilidade de contaminação por polinizações indesejáveis e a infestação de pragas e moléstias. O quadro a seguir mostra as distâncias mínimas recomendadas pela CESM no Estado do Ceará para algumas culturas.


DISTÂNCIAS MÍNIMAS PARA PRODUÇÃO DE SEMENTES Culturas Algodão arbóreo Cultivares diferentes sem cortina vegetal Cultivares diferentes com cortina vegetal Para campos de algodão herbáceo sem cortina vegetal Para campos de algodão herbáceo com cortina vegetal Algodão herbáceo Cultivares diferentes sem cortina vegetal Cultivares diferentes com cortina vegetal Para campos de algodão arbóreo sem cortina vegetal Para campos de algodão arbóreo com cortina vegetal Arroz Feijão Mandioca Milho Sorgo

Distância (m) 100 50 500 100 100 50 500 100 5 5 4 500 200 Fonte: CESM/CE, 1996.

No caso do milho e sorgo serão permitidas distâncias menores desde

Exemplo:

Quais danos podem ser causados pelas espécies silvestres ao plantio de sementes selecionadas?

que sejam dados 25 dias de diferença entre o plantio de um campo e outro.

Resumo da lição • O produtor de sementes deve ter idoneidade pessoal e consciência das responsabilidades a respeito da produção de sementes; • O produtor de sementes fiscalizadas deve fazer um histórico completo da área onde será instalado o seu campo com o objetivo de verificar se o terreno apresenta as condições necessárias para a produção de sementes de uma determinada espécie ou cultivar; • Para produzir sementes fiscalizadas é necessário dispor de uma área igual ou superior a 20 ha/produtor e 5 ha/cooperante, para culturas de sequeiro e de uma área igual a 10 ha/produtor e 1 ha/cooperante para culturas irrigadas; • É importante ter uma infraestrutura mínima para o beneficiamento e armazenamento de sementes.

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Lição 4

Práticas importantes na condução dos campos de sementes

S

erão descritas, nesta lição, as práticas consideradas de importância na condução dos campos de semente, tais como adubação, desbaste, controle de ervas daninhas, erradicação de contaminantes e controle das pragas e doenças.

Adubação A adubação é o processo de melhoramento dos solos.

Como deve ser feita a adubação no algodão herbáceo?

Para que se efetue uma adubação equilibrada, é de fundamental importância a realização da prévia análise química do solo, pois esta dará as recomendações adequadas às reais necessidades da cultura, segundo o conteúdo dos elementos existentes no solo. Entretanto, algumas recomendações podem ser dadas, no caso de ausência da análise de solo:

Adubação da cultura do algodão herbáceo A pesquisa recomenda que todo o fósforo (P2O5), o potássio (K2O) e 20% do nitrogênio (N) devem ser aplicados em fundação, por ocasião do plantio. O restante do nitrogênio (80%) deverá ser aplicado em cobertura, em duas parcelas de 40%, sendo a 1ª por ocasião do aparecimento dos primeiros botões florais e a 2ª quando do surgimento das primeiras flores.

Adubação da cultura do arroz irrigado Recomenda-se que todo o adubo fosfatado (P2O5), o potássio (K2O) e 30% do nitrogênio (N) sejam aplicados em fundação por ocasião do plantio. O restante do nitrogênio (70%)

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

deve ser parcelado em duas aplicações de 35% cada, sendo a 1ª no início do perfilamento e a 2ª aos 60 dias da germinação.

Adubação da cultura do feijão vigna Para solos arenosos, considerando-se os baixos teores de fósforo e potássio, recomenda-se a aplicação de 20 kg de ureia = 100 kg de superfosfato triplo = 50 kg de cloreto de potássio/hectare, sendo todos colocados em fundação por ocasião do plantio. Dependendo do teor de matéria orgânica do solo, o nitrogênio em forma de adubo químico pode até ser dispensado ou substituído por adubo orgânico (10 t/ha de esterco de gado) caso exista disponibilidade na região, o que tornaria o processo de adubação mais barato.

Adubação da cultura do milho Na ausência de análise química do solo, recomenda-se aplicar 300 – 400 kg/ha da fórmula 4 – 14 – 8 ou similar em fundação, por ocasião do plantio. A adubação nitrogenada deverá ser feita em cobertura, na proporção de 100 kg de ureia/ha, em duas parcelas de 50%, sendo a 1ª aos 30 dias do plantio e a 2ª aos 40 dias do plantio. Havendo disponibilidade de esterco de gado na região, recomenda-se aplicar 10 t/ha, incorporados aos sulcos de plantio.


Como deve ser feita a adubação do milho?

Ilustração comparativa de uma planta adubada e outra não adubada

Desbaste O desbaste é uma operação comum, realizada manualmente e que tem o objetivo de controlar a densidade populacional de plantas. É realizado geralmente, em plantios mecanizados onde a semeadura é feita em sulcos. Cada espécie e cultivar, dependendo do porte e arquitetura vegetal, possui uma população ideal de plantas que irá proporcionar o máximo rendimento.

Controle de ervas daninhas Em caso de produção de sementes fiscalizadas, o controle das plantas daninhas, seja através da utilização de herbicidas associados a capinas, tração animal ou manual à enxada, deve ser considerado como operação obrigatória e rotineira. As plantas invasoras, além de reduzirem a produtividade das culturas, podem criar microclimas úmidos em torno das plantas principais, favorecendo o desenvolvimento de microorganismos causadores de moléstias. Estas moléstias, por sua vez, deterioram as sementes, comprometendo a qualidade fisiológica e sanitária.

As plantas daninhas, se não controladas, também podem causar dificuldades ao Responsável Técnico, na medida em que restringem ou impedem a observação dos contaminantes durante as inspeções de campo. Os herbicidas, segundo o seu modo de aplicação, podem ser classificados em pré-emergentes, pré -emergentes incorporados e pós-emergentes. Eles devem ser aplicados levando-se em consideração a textura do solo, o teor de matéria orgânica, o tipo de mato infestante e a seletividade para a cultura na qual será utilizado. Cultura do algodão herbáceo: os herbicidas mais recomendados são o Diuron (pré-emergência), a Trifluralina (pré-emergência incorporada), Laço e Bladex. As dosagens irão variar segundo a textura do solo e, normalmente, estão expressas nos rótulos dos produtos. Cultura do arroz irrigado: os herbicidas mais conhecidos e recomendados são aqueles à base de Propanil misturados ao 2.4-D, aplicados em pós-emergência, logo após o início do perfilamento e antes do emborrachamento. As plantas daninhas devem estar no estágio de 2 a 3 folhas. Os herbicidas

Desbaste: operação agrícola que consiste em arrancar, após semeadura, as plantas em excesso com a finalidade de regular a distância conveniente entre elas.

O que é o desbaste?

Os defensivos, tanto inseticidas como herbicidas, fungicidas, etc., são produtos tóxicos e, por isso, necessitam de cuidados especiais no seu manuseio, para evitar o envenenamento das pessoas e/ou a contaminação do ambiente.

Emborrachamento: ir engrossando para dar espiga.

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Como é realizado o controle de ervas daninhas?

mais utilizados são o Surcopur (6-8 litros) + 2.4-D (0,8 litros/ha) e o Furore (1,2 litro/ha). Cultura do feijão vigna: os herbicidas mais utilizados para o controle do mato em cultura de feijão, são Dual, Trifluralina, Basagran, Podium e Poast, que devem ser aplicados em pré-emergência e em função das espécies de ervas daninhas existentes. As dosagens, segundo a textura do solo, estão expressas nos rótulos dos respectivos produtos. Cultura do milho: a cultura do milho exige que seja mantida no limpo pelo menos os 40 primeiros dias após o plantio. Para isso, a pesquisa recomenda os herbicidas de pré-emergência Atrazine + Simazine, Atrazine + Alachlor ou Atrazine + Metolachlor. As dosagens, segundo a textura do solo e as espécies daninhas existentes, estão expressas nos rótulos dos produtos.

Erradicação ou rouguing

Irrigação: é usada para suprir a carência de água.

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A erradicação ou rouguing é a operação mais importante a ser executada em todo o ciclo da cultura, devendo ser prática constante em qualquer sistema de produção de sementes. Consiste no exame visual, cauteloso e sistemático do campo, acompanhado de remoção manual das plantas indesejáveis, tanto atípicas, como silvestres nocivas, doentes ou de outras espécies presentes na cultura. A erradicação de contaminantes é a operação que diferencia a produção de sementes da de grãos, sendo identificados os contaminantes presentes e que se encontrem em níveis superiores àqueles tolerados nos padrões de campo. Durante a operação de erradicação, as plantas indesejáveis devem ser arrancadas e levadas para longe do campo.

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

Existem períodos em que as características peculiares de cada variedade são mais evidentes e, nesta época, o trabalho de erradicação deve ser intensificado. Nas fases de pré-floração, emborrachamento e maturação, plantas atípicas e de outras espécies ou cultivares são mais evidentes, devido às suas características se tornarem destoantes da variedade objeto da produção, por isso são mais fáceis de ser erradicadas.

Irrigação A agricultura irrigada tem alcançado níveis consideráveis de evolução nos últimos anos, demonstrando que essa tecnologia encontrou condições ideais para a sua aplicabilidade. O solo das áreas para produção de sementes deve apresentar boa fertilidade e água disponível para a cultura durante todo seu ciclo. Notadamente, para a produção de sementes básicas, em épocas e regiões de clima seco, podemos afirmar que a tecnologia de irrigação proporciona alta produtividade dos campos e elevado nível de qualidade das sementes, principalmente no que diz respeito à sanidade e vigor das mesmas. O manejo da água de irrigação, ou seja, a dotação hídrica requerida para cada cultura deve ser obedecida, sob pena de prejuízo com o custo da irrigação, no caso de excesso d’água ou até mesmo de queda de produção, no caso de escassez. O método de irrigação a ser adotado depende das condições climáticas, classe de solo, topografia, entre outros fatores, podendo a irrigação ser: por sulcos, aspersão, gotejamento, microaspersão ou pivô central.


Fábio Lima

Cultura com irrigação por pivô central

Irrigação da cultura do algodão herbáceo Dependendo do clima e da duração do período total de crescimento, o algodão necessita de aproximadamente 700 mm de água. Para a germinação das sementes, é necessário que o solo esteja úmido. Entretanto, após o início do período vegetativo, as necessidades hídricas da cultura são baixas, aproximadamente 10% do total.

Este percentual eleva-se para 60% do total durante o período de floração, quando a área foliar atinge o seu máximo. Nas etapas posteriores, as necessidades de água diminuem, entretanto, o suprimento hídrico deve ser suficiente, um pouco antes da formação dos botões florais. O déficit hídrico na cultura do algodão pode ser detectado pela descoloração do talo e o aparecimento de cor verde-azulada nas folhas.

Evapotranspiração: é o fenômeno combinado de evaporação da água do solo e das superfícies líquidas e da transpiração dos vegetais.

Etapas de germinação do algodão

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Cultura do arroz irrigado As necessidades de água do arroz irrigado, devido à evapotranspiração, estão em torno de 450 a 700 mm,

dependendo do clima e da duração do período total de crescimento.

Etapas de germinação do arroz

Como deve ser realizada a irrigação do arroz?

Após o plantio, a área deve ser irrigada abundantemente para proporcionar uma boa germinação das sementes. Durante o crescimento vegetativo, mais ou menos um mês após o plantio, a área deve receber irrigação leve, não havendo necessidade de formação de lâmina d’água. Pouco antes da floração e formação do grão até o início da maturação deve-se formar lâmina d’água, e desta fase em diante suspender as irrigações até a colheita.

Etapas de germinação do feijão

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

Irrigação da cultura do feijão vigna As necessidades de água do feijão, dependendo do clima e da duração do período total de crescimento, podem variar de 300 a 500 mm. Por ocasião do plantio até a segunda semana de desenvolvimento da cultura, as irrigações devem ser frequentes, podendo ser reduzidas desta fase até o aparecimento dos primeiros botões florais.


Na fase de florescimento e no período de formação das vagens, as irrigações devem ser intensificadas novamente, pois o stress hídrico pode comprometer seriamente o rendimento da cultura. Quando 50% das vagens estiverem maduras podem-se suspender as irrigações.

Irrigação da cultura do milho As necessidades de água para a cultura do milho dependem do clima e do período total de crescimento, e podem variar de 500 a 800 mm. Entretanto, por ser uma planta que desenvolve muito vigorosamente

hastes, folhas, espigas e raízes, deve dispor sempre de água suficiente durante as fases de floração, incluídos inflorescência, estigma e polinização, devido, principalmente, à redução do número de sementes por espiga. Déficit severo de água durante o período de floração, particularmente na época de formação da espiga e da polinização, pode resultar em baixo rendimento de sementes, devido ao secamento dos estigmas. A cultura parece ser tolerante a déficit de água durante os períodos vegetativo e de maturação.

Como é realizada a irrigação do feijão?

O milho é uma cultura muito sensível ao encharcamento.

Etapas de germinação do milho

Controle de pragas e doenças O controle de pragas e/ou doenças em campo de produção de sementes básicas ou fiscalizadas deve ter sempre o caráter preventivo, pois estas aceleram o processo deteriorativo das sementes, reduzindo, assim, sua qualidade fisiológica e sanitária. Para os estados do Nordeste, cuja região apresenta clima seco e quente, o controle das pragas, até mais do que as doenças, torna-se prática indispensável, pois elas podem ocasionar

perdas consideráveis à produção. Algumas delas são também vetores de viroses como é o caso dos pulgões e das vaquinhas.

Pragas: são doenças causadas por insetos.

Controle de pragas e doenças na cultura de algodão herbáceo O algodoeiro é, talvez, a cultura mais afetada pelas pragas. As principais pragas, bem como os defensivos recomendados e suas respectivas dosagens, são apresentados no quadro a seguir.

Fundação Demócrito Rocha 19


DOSAGENS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS NO ALGODOEIRO Principais pragas

Defensivos recomendados

Dosagem

Lagarta desfolhadeira

Dipterex, Triclorfon Thiodan, Eudusulfan

1,0 L/ha 1,0 L/ha

Pulgão

Primor 500 PM Ekatim Nuvacron, Azodrin

0,10 kg/ha 0,26 L/ha 0,30 L/ha

Mosquito ou Gargafia

Metasystx(i) 250 CE

0,20 L/ha

Bicudo

Thiodan, Eudusulfan Decis 50 CE Cymbush 30 ED/bico branco Arrivo 200 CE Cymbush 250 CE Baytroid 50 CE Bulldock

1,75 L/ha 0,20 L/ha 0,375 L/ha 0,250 L/ha 0,20 L/ha 0,50 L/ha 0,10 L/ha

Lagarta rosada

Sevin 480 SC Decis 50 SC Cymbush 250 Arrivo 200 CE

2,50 0,20 0,15 0,20

L/ha L/ha L/ha L/ha

PM = pó molhável; CE = concentrato emulsionável; SC = solução concentrada.

Na cultura do arroz, quais fungicidas podem ser utilizados no combate às doenças de folhagem?

Com relação a doenças, merecem destaques a Ramulose e a Mancha Angular, muito embora só ocorram em época de chuvas intensas e prolongadas. Como medidas de controle, recomenda-se a utilização de sementes sadias, de cultivares resistentes (CNPA-7H e CNPA Precoce-1).

Controle de doenças e pragas na cultura do arroz As doenças que atacam as culturas de arroz e merecem destaque são: carvão, ferrugem, brusone e mancha parda. Normalmente recomenda-se o plantio de variedades resistentes, entretanto, alguns fungicidas podem

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

ser utilizados no combate às doenças de folhagem, sendo os mais comuns o Benomyl Benlate (0,5 kg/ha) e o Thiabendazol TECTO 450 (0,75 L/ha). A cultura do arroz, na região Nordeste, apresenta poucos problemas com relação a pragas, devido às características de seu clima. As principais pragas que atacam a cultura de arroz e lhe causam danos, bem como os defensivos agrícolas recomendados e suas respectivas dosagens são apresentados no quadro a seguir.


DOSAGEM DE DEFENSIVOS EM CULTURA DE ARROZ Pragas Lagarta dos milharais Curuquerê dos capinzais Noiva do arroz Percevejo sugador Percevejo marrom

Nome comercial Dipterex 80 PM ou Dipterex 80 PM ou Dipel ou similar Dipterex 80 PM ou Dipterex 80 PM ou

Controle de pragas e doenças na cultura do feijão vigna A exemplo do algodão, o feijão é uma cultura bastante atacada por

Inseticidas Nome técnico similar Trichlorfon simillar Trichlorfon B. truringiensis similar Trichlorfon similar Trichlorfon

Dose/ha 1,0 a 2,0 L 1,0 a 2,0 L 350 a 500 g 1,0 a 2,0 L 1,0 a 2,0 L

pragas. As principais, bem como os defensivos recomendados e suas respectivas dosagens são apresentados no quadro a seguir.

DOSAGEM DE DEFENSIVOS EM CULTURA DE FEIJÃO Pragas Lagarta Elasmo Pulgão

Cigarrinha verde Vaquinhas Lagartas Minador Manhoso Caruncho

Nome técnico Carbaril 85 PM Trichlorfon 80 PM Cartap 85 PS Monocrotophos 60 CE Monocrotophos 60 CE Acephate 75 S Carbaril 85 PM Carbaril 85 PM Trichlorfon Triazophos 40 CE Cyromazine 750 PM Monocrotophos 60 CE Malathion 2% P Fosfina PA

Nome comercial Carbaril, Sevin, Carvin Dipterex Cartap, Thiobel Nuvacron, Azodrin Nuvacron, Azodrin Orthene Carbaril, Sevin, Carvin Carbaril, Sevin, Carvin Dipterex Hstathion Trigard Nuvacron, Azodrin Malatol, Malagran Phostoxin, Gastoxin

Dosagem 150-200 g/100L/d’água 100-200 g/100L/d’água 100-200 g/100L/d’água 100 mL/100L/d’água 100 mL/100L/d’água 60-100 g/100L/d’água 150-500 g/100L/d’água 150-200 g/100L/d’água 100-200 g/100L/d’água 250 mL/100L/d’água 25 g/100L/d’água 50-100 mL/100L/d’água 3 g/kg de sementes 1 pastilha1/3-4 sacos de 60kg

PS: pó solúvel; PM: pó molhável; CE: concentração emulsável.

As doenças contribuem para reduzir a produção de feijão. Portanto, todo esforço deve ser feito para evitar que as plantas adoeçam. Entre as doenças do feijoeiro, podemos citar o carvão, a antracnose, a mela e a podridão de raízes.

O quadro a seguir apresenta as principais doenças que causam danos à produção de feijão e os defensivos agrícolas recomendados.

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DOSAGEM DE DEFENSIVOS EM CULTURAS DE FEIJÃO Doenças Carvão Antracnose Podridão das raízes Mela

Produtos Maneb 80 PM Benlate 50 PM Benlate 50 PM (tratamento sementes) Benlate 50 PM (tratamento sementes)

Controle de pragas e doenças na cultura do milho As principais pragas que atacam a cultura do milho, causando-lhes danos, e necessitando, portanto, de

Dosagem 150 g/100L água 100 g/100L água 200 g/100Kg de sementes 200 g/100Kg de sementes

ser tratadas com o uso de defensivos com as dosagens específicas utilizadas no seu controle são mostradas no quadro a seguir.

DOSAGEM DE DEFENSIVOS EM CULTURA DE MILHO Doenças Lagarta do cartucho

Resumo da lição

Lagarta elasmo

• A adubação equilibrada é fundamental na produção de sementes; • O desbaste na produção de sementes fiscalizadas é realizado manualmente; • O controle de ervas daninhas em campos de produção de sementes de algodão herbáceo, arroz irrigado, feijão vigna e milho pode ser através da utilização de herbicidas associados a capinas;

Produtos Decis 25 CE Diazinon 60% Furadan 35% (T.S) Dipterex

Como principais doenças destacam-se a podridão do colmo, a ferrugem e a helmintosporiose. Para o controle dessas doenças recomendase o uso de variedades resistentes.

Dosagem 200 mL/ha 1,0 L/ha 200 mg/100kg de sementes 1,0 L/ha

Vias de acesso à propriedade A área onde será implantada o campo de produção de sementes fiscalizadas deve apresentar boas condições de acesso durante o ano todo. Everton Lemos

• A erradicação de contaminantes consiste no exame visual, cauteloso e sistemático do campo, acompanhado de remoção manual das plantas indesejáveis, sendo uma operação que diferencia a produção de sementes da produção de grãos; • A irrigação adequada proporciona alta produtividade e qualidade na produção de sementes; • Devem ser realizados o controle das pragas e doenças nos campos de produção de sementes.

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As vias de acesso devem preferencialmente, apresentar boas condições

É importante as vias de acesso apresentarem boas condições de tráfego para facilitar o transporte da semente e o trabalho do responsá-

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

vel técnico, tornando ágil e econômica as inspeções de técnicos das entidades fiscalizadoras.


Lição 5

Responsabilidade técnica e inspeções

J

á vimos anteriormente que todo produtor de semente fiscalizada deve ter um responsável técnico para dar-lhe assistência durante todo o processo produtivo. No caso de produção de sementes fiscalizadas de arroz, milho, feijão, algodão, mandioca e outras culturas, o responsável técnico deve ser um agrônomo e ser registrado no CREA.

Atribuições do responsável técnico ■ ■O

responsável técnico (engenheiro agrônomo) deverá firmar Termo de Compromisso com o produtor, responsabilizando-se por todas as fases de produção das sementes fiscalizadas e fazer cumprir as normas e outras determinações emanadas da DFA; ■■Caberá ao responsável técnico selecionar os produtores e cooperantes e os campos de produção, para posterior credenciamento na DFA; ■■O responsável técnico deverá acompanhar os Inspetores durante as inspeções, colocando-se à disposição dos mesmos e assinando todos os documentos que estejam vinculados à produção de sementes fiscalizadas; ■■ O responsável técnico deverá cumprir e fazer cumprir as instruções e recomendações do inspetor; ■■ No caso de rescisão de contrato por qualquer motivo, o responsável técnico deverá comunicar imediatamente o seu desligamento à DFA;

■■O responsável técnico deverá aten-

der às convocações da Comissão Estadual de Sementes e Mudas, para participar das reuniões quando se fizer necessário; ■■O responsável técnico deverá emitir atestado de garantia da semente fiscalizada produzida sob sua responsabilidade; ■■O responsável técnico deverá emitir e assinar Laudos de Vistoria Técnica que comprovem a assistência aos produtores de sementes e cooperantes, enviando cópias dos mesmos à DFA, principalmente no que se refere às fases de floração e pré-colheita; ■■O responsável técnico poderá, na falta das inspeções oficiais, aprovar ou eliminar os campos de produção de sementes fiscalizadas sob sua responsabilidade, comunicando o fato, obrigatoriamente, à DFA, logo após a ocorrência do mesmo; ■■De acordo com Ato baixado pelo CREA, o responsável técnico deverá observar os seguintes parâmetros em sua atenção: a) Assistir uma área máxima de 1.000 ha para a produção de sementes fiscalizadas; b) Cada responsável técnico poderá assistir no máximo quatro produtores, sendo que, se o mesmo for também produtor de sementes, somente serão permitidos mais três produtores.

Quais as atribuições do responsável técnico?

Fundação Demócrito Rocha 23


Inspeções

Por que é importante a inspeção prévia?

São vistorias feitas no campo de produção de sementes, fiscalizadas por técnicos da entidade fiscalizadora. Estas inspeções são realizadas com o objetivo de se verificar a obediência ou não dos padrões de campo pré-estabelecidos para cada cultura, bem como orientar o produtor sobre as possíveis medidas a serem tomadas para corrigir as imperfeições que possam comprometer a pureza do campo. As inspeções consistem em percorrer o campo, seguindo um percurso que permita observá-lo totalmente e tomar, ao acaso, subamostras em toda a sua extensão, determinando, assim, a proporção dos fatores contaminantes nele presentes.

Quando inspecionar O que são inspeções? E para que servem?

De um modo geral, as inspeções deverão ocorrer antes do plantio (inspeção prévia), durante o ciclo da cultura e quando do beneficiamento e armazenamento. ■■Inspeção prévia: a propriedade agrícola onde serão instalados os campos de produção de sementes fiscalizadas, pode ser inspecionada previamente pela DFA ou por técnicos por ela credenciados, para efeito de observação dos seguintes itens: a) se o produtor tem capacidade gerencial para levar a bom termo o campo de produção por sementes; b) se o produtor possui o mínimo de equipamentos e instalações para promover em tempo hábil, as práticas culturais recomendadas e controle fitossanitário (pragas e doenças); c) se as condições edafoclimáticas e topográficas são favoráveis à cultura;

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

d) se na instalação do campo, e o solo está livre de pragas e doenças, ervas daninhas, plantas nocivas e de restos de cultura do ano anterior; e) se a área está devidamente isolada, em conformidade com as recomendações técnicas específicas para a cultura; f) se a cultivar recomendada é de procedência conhecida; g) se existe previsão de data para o término de semeadura, no sentido de orientar o calendário das futuras inspeções; h) se existe livre acesso aos campos de produção durante todo o ano.

Inspeções durante o ciclo da cultura a) as inspeções deverão ser feitas periodicamente a fim de verificar se as condições gerais da cultura satisfazem aos padrões de campo estabelecidos; b) deverão ser feitas, obrigatoriamente, no mínimo 3 (três) inspeções periódicas, para as espécies de polinização cruzada: uma no período de pré-floração, na floração e na pré-colheita; e 2 (duas) inspeções periódicas para as espécies de autopolinização, uma durante o período de floração e a outra na fase de pré-colheita; c) por ocasião da inspeção final, o Inspetor dará o seu parecer, reconhecendo o campo como aprovado ou não para a produção de sementes fiscalizadas.

Inspeções durante o beneficiamento e armazenamento Caberá à DFA e/ou Secretaria de Desenvolvimento Rural inspecionar, periodicamente, a realização destas atividades, podendo, inclusive, ocorrer em qualquer época do ano.


No ato da vistoria, o inspetor dará parecer sobre o funcionamento, se normal ou irregular. Neste caso, poderá cancelar o credenciamento da UBS (Unidade de Beneficiamento de Sementes) na DFA até a posterior normalização.

Durante estas inspeções também serão observados o tamanho e a disposição dos lotes de sementes no armazém, bem como a qualidade física do armazenamento, retirada de amostras para análise, etc.

Para que servem as inspeções durante o ciclo da cultura?

Resumo da lição • Todo produtor de sementes fiscalizadas deve ter um responsável técnico para orientá-lo durante o processo produtivo e segundo as normas estabelecidas pelos órgãos competentes; • O responsável técnico deve assistir uma área máxima de 1.000 ha e no máximo quatro produtores, sendo que, se o mesmo for também produtor de sementes, somente serão permitidos mais três produtores; • Inspeções são vistorias feitas no campo de produção de sementes fiscalizadas por técnicos da entidade fiscalizadora; • De um modo geral, as inspeções deverão ocorrer antes do plantio (inspeção prévia), durante o ciclo da cultura e durante o beneficiamento e o armazenamento.

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Lição 6

Colheita e armazenamento A colheita na época adequada e o armazenamento das sementes são fatores de importância vital para o produtor. Tais atividades permitem manter a qualidade das sementes produzidas, uma vez que a demora na colheita pode provocar a deterioração decorrente das altas temperaturas, elevado teor de umidade e a ação dos insetos e microorganismos existentes no campo. O armazenamento deve manter o nível de qualidade das sementes por um período desejado.

Colheita Deiscência: abertura espontânea de órgãos ou partes vegetais ao alcançarem a maturidade.

Quando deve ser realizada a colheita?

Panículas: tipo de inflorescência, que é um cacho composto, no qual os ramos vão decrescendo da base para o ápice, razão por que assume forma aproximadamente piramidal.

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A realização da colheita na época adequada é de importância vital para o produtor, pois logo após atingir o ponto de maturação pode ocorrer queda natural de sementes, ocasionando sérios problemas, já que, além da impossibilidade de recuperá-las, podem se tornar fontes de contaminação para as futuras plantações. Isto pode acontecer normalmente em campos de feijão, cujas vajens, após atingirem o ponto de maturação, apresentam deiscência natural, principalmente, quando submetidas a clima muito quente e seco como o do Nordeste brasileiro. Quanto às perdas durante a operação de colheita, se manual podem ser reduzidas, embora o método seja lento e mais dispendioso. A colheita, sendo realizada mecanicamente, causa um difícil controle e pode ocasionar perdas, quando: a) o volume de matéria vegetal é muito grande em relação ao de sementes, dificultando a separação;

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

b) ocorre desuniformidade na altura das plantas, geralmente ocasionada por manchas de solo, adubação mal-feita ou problemas de encharcamento em determinados pontos do campo; c) ocorrem problemas de acamamento, principalmente, de gramíneas; d) ocorre má regulagem das máquinas colheitadeiras; e) a má conservação das engrenagens das máquinas colheitadeiras provoca injúrias mecânicas. Ao completarem a sua maturação, as sementes devem ser colhidas imediatamente, pois, no campo, elas estão sujeitas à deterioração causada pelas altas temperaturas, elevado teor de umidade e ação dos insetos e microorganismos. Considerando estes fatores, que atuam contra a integridade das sementes, deve-se colhê-las logo que atinjam uma umidade adequada. Esta umidade varia de espécie para espécie. Com uma umidade em elevado teor ou excessivamente seca, as sementes poderão sofrer danificações maiores na trilha e no beneficiamento, prejudicando a germinação e o vigor das mesmas e também facilitando o aparecimento e ataque de insetos e microorganismos. Daí a necessidade de um controle rigoroso da umidade na época de colheita.

Trilha e secagem Quando a colheita é manual, há necessidade de uma trilhadeira estacionária movida a motor diesel


ou elétrico ou trator, na qual se coloca o material a ser debulhado (espigas, vagens e panículas, etc.). Na colheita mecânica, a colheitadeira colhe e debulha ao mesmo tempo, proporcionando uma grande produção e por isso é utilizada em grandes áreas. Em quaisquer das alternativas, a mecanização destas atividades, determina o que denominamos injúria mecânica, às sementes, ou seja, o impacto que as mesmas sofrem no momento da debulha a fim de separá-las das vagens, espigas, etc. A injúria mecânica e a mistura varietal são consideradas como os grandes problemas da produção de sementes. De acordo com o grau de intensidade da injúria mecânica, a semente poderá ser afetada no seu vigor e germinação.

Observações importantes ■■ As

sementes recém-colhidas vindas do campo podem, muitas vezes, apresentar um teor de umidade inadequado para serem beneficiadas e armazenadas com segurança, necessitando portanto, passar por um processo de secagem.

■■Um

alto teor de umidade durante o armazenamento causa a perda do poder germinativo e do vigor das sementes. ■■Podem, também, ocorrer ganhos de umidade durante o armazenamento, tornando, outra vez, necessária a operação de secagem. ■■A secagem é, portanto, uma exigência para garantir a qualidade da semente. Há vários métodos para secar as sementes colhidas, mas todos visam ao mesmo objetivo, qual seja, o de obtenção de sementes que, quando semeadas, germinem e originem plântulas vigorosas. Fundamentalmente, pode-se dividir em dois grupos: secagem natural e artificial.

Secagem natural A secagem natural das sementes caracteriza-se pela utilização do Sol como fonte de calor ou pela permanência destas num ambiente relativamente seco, permitindo ao produto ceder ao ar, parte da água em excesso. Felizardo Cardoso

Modelo de secagem natural

Pode ser processada em terreiros, em tabuleiros ou encerados, dependendo da quantidade de sementes e da disponibilidade de

locais para secagem. Dos vários tipos de terreiros utilizados, os mais aconselháveis são aqueles feitos de tijolos de alvenaria com juntas toma-

Fundação Demócrito Rocha 27


Como é feita a secagem natural?

das de cimento, evitando-se os picos de asfalto ou de cimento por aquecerem em demazia, podendo vir a prejudicar as sementes. As sementes espalhadas no terreiro deverão ser movimentadas constantemente com rodos de madeira à medida que se processa a secagem. A superfície do terreiro não deve ser áspera para que a semente não sofra injúrias quando movimentada. Este processo de secagem é amplamente usado em nosso meio por apresentar as seguintes vantagens: não exige conhecimento técnico; as instalações são simples e baratas e as nossas condições climáticas são favoráveis; entretanto, apresenta alguns inconvenientes graves, quais sejam: o processo é lento, exige bastante mão-de-obra, apresenta um baixo rendimento e está sujeito às condições climáticas.

Secagem artificial

Explique a secagem artificial.

A secagem artificial é um processo dispendioso pois exige aquecimento e movimentação do ar. Vários são os métodos de secagem artificial: ar forçado sem aquecimento, ar forçado com aquecimento suplementar e ar quente forçado.

Ar forçado sem aquecimento São empregados ventiladores para forçar o ar atmosférico a se movimentar, através das sementes para remover a umidade. O ar atmosférico deve apresentar uma U.R. (umidade relativa) inferior àquela em equilíbrio com as sementes. É um método um tanto lento, porém, quando as sementes tiverem que permanecer armazenadas por um período mais longo que o necessário para a secagem, o tempo não é importante. Este tipo de secagem, de maneira geral, é realizado nos próprios

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

locais de armazenamento, isto é, nas tulhas ou nos silos. Há vários tipos e formas de estruturas que compradas ou construídas podem ser usadas como depósitos para secagem com ar natural forçado. Podem ser de concreto, madeira ou metal, com formas retangulares ou cilíndricas, devendo apresentar características de resistência às condições climáticas e à pressão das sementes. Deve ter facilidade para carga e descarga, ser acessível para inspeções e fumigação, ter um bom sistema de distribuição de ar e possuir saídas adequadas do ar que passou pelas sementes, removendo a umidade. Além do depósito, para este processo, há necessidade de um sistema de distribuição do ar e de um aparelho de ventilação movido a combustível ou a eletricidade. Uma combinação de ventilação contínua e intermitente tem sido mais efetiva e econômica. Para este método de secagem é de primordial importância o conhecimento do máximo tempo permissível para se completar a secagem sem que haja danificações causadas pelo desenvolvimento de fungos.

Ar forçado com aquecimento suplementar É um método importante, especialmente quando as sementes apresentam teor de umidade inferior a 18%. É recomendado durante os períodos relativamente frios e úmidos prolongados, quando a umidade relativa do ar está acima de 75%. Este processo, como o anterior, requer de uma a três semanas ou um pouco mais para reduzir a umidade das sementes a níveis desejados, que corresponde àqueles que permitem que estas se conservem nas condições ideais de germinação.


O aquecimento empregado não é grande, mas em quantidade suficiente para reduzir a umidade relativa para que se processe a secagem. A temperatura do ar que penetra na massa de sementes não deve sofrer uma elevação de temperatura maior que 5,5 a 8,5 ºC e após o aquecimento não deve ultrapassar os 32 ºC. Quando as sementes atingirem de 14 a 15% de umidade, pode-se interromper o aquecimento suplementar e continuar a insuflar o ar natural. O ar não aquecido deve ser insuflado nas horas mais quentes do dia quando a umidade relativa está abaixo de 75%. O aquecimento usado para este método é o mesmo do anterior.

Ar quente forçado O processo baseia-se na propriedade pela qual, aumentando-se a temperatura do ar, a sua umidade relativa diminui e, consequentemente, aumenta a sua capacidade de absorver umidade. Ocorrendo o equilíbrio da água no ambiente, o teor de umidade das sementes acompanha a diminuição da umidade relativa do ar, havendo, assim, a consequente secagem do produto. A maioria dos secadores utiliza como fonte de energia o óleo diesel e a lenha, podendo também ser utilizada a energia solar para secagem de sementes em silos. Cuidados especiais necessitam ser tomados quando se utiliza o ar quente forçado, para evitar o excessivo aquecimento, pois este ocasiona danos à viabilidade das sementes.

O último passo da secagem das sementes deve ser o seu resfriamento pela passagem do ar não aquecido. A maioria dos secadores é dotado de dispositivos que facilita esta operação. Mesmo assim as sementes apresentam-se com temperatura acima do normal ao serem colocadas no local de armazenamento. Por este motivo, é necessário tomar precauções durante vários dias para evitar consequências danosas. Os silos e tulhas modernos dispõem de sistema de insuflação para renovação do ar que se encontra no interior juntamente com as sementes armazenadas.

Há vários tipos de secadores baseados no ar quente forçado, diferindo entre si pelo processo de submeterem as sementes ao fluxo de ar quente.

O que é ar quente forçado?

Beneficiamento Um lote de sementes que chega do campo, logo após ser colhido, apresenta também outros materiais como: palhas, sementes de ervas daninhas, pó, fragmentos vegetais que devem ser eliminados antes de a semente se encontrar em condições para comercialização ou para semeadura.

MATERIAL QUE DEVE SER ELIMINADO NO BENEFICIAMENTO

Outras informações Existem, ainda, outros métodos de secagem de sementes como circuito fechado com dessecador, secagem a vácuo, secador infravermelho e secagem especial. Descrevemos somente os principais.

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Sementes para comercialização Elas devem ser limpas, classificadas, tratadas, analisadas e embaladas a fim de facilitar o armazenamento, a venda e transporte das sementes.

Materiais removidos durante o beneficiamento O beneficiamento é, por conseguinte, parte essencial da tecnologia relativa à produção de sementes de alta qualidade, a partir de material produzido pelos melhoristas. De uma maneira geral, os objetivos básicos do beneficiamento referem-se às operações de pré-limpe-

za, limpeza, classificação, melhoramento das qualidades físicas, tratamento e embalagem. A máquina LC-160 é um modelo destinado a efetuar a limpeza e a classificação do cereal, sendo, portanto, uma forma automatizada para retirada das impurezas, fazendo a limpeza rigorosamente dentro do desejado. O seu funcionamento baseia-se na limpeza através da ventilação e do peneiramento. A seguir veremos a descrição dos diversos estágios da operação de limpeza do cereal e dos componentes principais da máquina.

Fluxograma da limpadora Kepler Weber, modelo LC-160

1. Corpo da máquina (de madeira). 2. Entrada do cereal. Quais os objetivos do beneficiamento das sementes?

3. Distribuidor automático do fluxo do cereal e regularizador da vazão. 4. Entrada de ar, limpeza e arraste de impurezas leves. 5. Canal de secção variável (junto a entrada do produto).

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

6. Câmara gravitacional, pré-coletora de impurezas leves. 7. e 8. Descarga de impurezas leves. Passagem com fechamento automático. 8. e 9. Registro manual para controle de fluxo de ar da entrada (4). 9. e 10. Idem, da saída (23).


10. e 11. Ventilador e transporte do ar para o coletor de impurezas. 11. e 12. Bandeja distribuidora do cereal na 1ª peneira. 12. e 13. Peneira I: Pré-limpeza para impurezas graúdas. 13. e 14. Descarga das impurezas graúdas. 15. Peneira II: Separa as impurezas miúdas. 16. Descarga das impurezas miúdas. 17. Peneira III: Separação das impurezas maiores que o grão. 18. Descarga das impurezas maiores que o grão. 19. Peneira IV: Separa o cereal das impurezas miúdas. 20. Descarga das impurezas miúdas. 21. Descarga do cereal. 22. Entrada de ar, para arraste das partículas leves restantes. 23. Canal variável, com regulagem junto à saída do produto. 24. Saída do cereal processado. 25. Caixa de peneira (de madeira). 26. Estrutura de madeira. 27. Calha de descarga de impurezas leves. 28. Regulagem do canal de ar.

Observações importantes ■■Um

dos fatores importantes na manutenção da qualidade das sementes é a separação dos contaminantes através de mesa de gravidade.

Mesa de gravidade - CASP ■ ■A

qualidade final do produto depende das operações, durante o beneficiamento, para remover impurezas e sementes de má qualidade, classificar adequadamente e evitar as misturas mecânicas com outras sementes. ■■O beneficiamento depende do tipo de equipamento utilizado durante as operações, da sua disposição na Unidade de Beneficiamento, bem como da habilidade e do conhecimento dos operadores em relação às características das sementes e dos equipamentos. ■■A escolha de uma ou mais máquinas para realizar o beneficiamento depende do tipo da semente, da natureza e qualidade de impurezas e das características desejadas no material final beneficiado. ■■Os princípios básicos mais utilizados são: tamanho, forma, peso, textura do tegumento, afinidade por líquidos e cor.

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Embalagem

A decisão sobre o tipo de embalagens em que se vai acondicionar as sementes é muito importante.

As sementes, após o beneficiamento, podem sofrer a operação de tratamento com produtos químicos (fungicidas e inseticidas) e em seguida ser colocadas em embalagens apropriadas para a espécie (saco de papel multifoliado, saco plástico, latas, etc.). Paulo Roberto

A semente básica, portanto, necessita de cuidados maiores quanto ao armazenamento para que possa manter a sua identidade genética. A área do armazém deve ser ampla para possibilitar uma boa separação entre lotes de semente e apresentar condições físicas e ambientais para sua boa conservação. O tamanho do lote obedece normas de acordo com a espécie a ser armazenada.

Perdas no armazenamento

Explique a importância das embalagens. Embalagens de sementes

As condições climáticas sob as quais a semente vai permanecer armazenada à espera de que chegue a época da semeadura (a modalidade de comercialização das sementes em questão), as características mecânicas da embalagem e disponibilidade no comércio são aspectos importantes a serem considerados no processo de decisão sobre o tipo de embalagem a ser usada. Na embalagem deverá constar obrigatoriamente todos os elementos que identifiquem a semente em questão.

Armazenamento O objetivo básico do armazenamento é manter o nível de qualidade das sementes. Para que este nível de qualidade permaneça por um período desejado, é necessário que, além das boas condições de armazenamento, se façam observações constantes quanto ao controle de insetos que atacam as sementes armazenadas, bem como a umidade relativa do ar e em alguns casos, também, a temperatura.

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

Os maiores prejuízos são causados pelos insetos que atacam as sementes durante o período de armazenamento, podendo ocasionar perdas parciais ou totais. As infestações que ocorrem nas sementes são de grau variável, dependendo das condições ambientais e do tipo de embalagem utilizado. Ana Aragão

Embalagem com sementes estragadas

De maneira geral, as pragas apresentam ótimo desenvolvimento em temperaturas de 23 a 35 ºC, por isso a utilização de exaustores em número adequado ao tamanho do armazém assume aspectos de grande importância no controle dos insetos.

Observações importantes ■ ■A

umidade da semente armazenada também pode favorecer o ataque das pragas, que encontram condições favoráveis em sementes com teores de umidade entre 12 a 15%. ■■Sementes armazenadas com níveis de umidade inferior a 10%


impedem a atividade dessas pragas, desde que este nível de umidade seja mantido durante todo o período de armazenamento. ■■Amostragens sistemáticas dos lotes de sementes armazenadas possibilitam avaliar o grau de infestação e os níveis de danos causados às sementes, auxiliando assim a adoção das medidas de controle mais adequadas à situação encontrada. ■■O expurgo ou fumigação é o método mais utilizado no controle das pragas das sementes armazenadas, e consiste no tratamento das sementes com produtos inseticidas gasosos (fosfina - fostoxin) utilizando lençois plásticos como câmaras móveis de expurgo. ■■A utilização da fosfina tem demonstrado não alterar o poder germinativo das sementes, nem mesmo quando armazenadas com teor de umidade entre 12 a 15%.

Principais pragas das sementes armazenadas As sementes selecionadas devem ser acondicionadas de modo que se possa eliminar o oxigênio, umidade e também impedir o desenvolvimento de pragas. O gorgulho ou curcúlio é o que causa danos expressivos às sementes durante o armazenamento.

Gorgulho

Pragas primárias externas

Pragas primárias internas São aquelas capazes de destruir grãos inteiros, e cujas fases de desenvolvimento ocorrem no interior das sementes, alimentando-se delas e consumindo-as totalmente. As principais são: o gorgulho ou caruncho e a traça dos cereais. A importância atribuída ao gorgulho (Callosobruchus maculatus), enquanto praga das sementes deve-se a múltiplos aspectos. A infestação, em certos casos, inicia-se nas vagens, ainda no campo (SANTOS, 1971). O inseto é prejudicial pois causa perda de peso e diminui o poder germinativo das sementes, redução do valor nutritivo, e facilita a infecção por fungos (SANTOS & VIEIRA 1971); mas o dano maior é a alteração qualitativa do produto. O caruncho (gorgulho) é um inseto da classe dos insectas, ordem coleoptera sendo besouros de tamanho variável (de 1 até 50 mm), que perfuram cereais. A maioria são xilófagos e muito prejudiciais à comercialização do feijão, pois a simples presença de ovos ou de insetos adultos, e até mesmo o odor característico que estes exalam, acarretam forte efeito restritivo sobre o consumo, com consequente desvalorização comercial. Logo, o gorgulho inibe o armazenamento, sendo necessário buscar meios eficazes de controle dessa praga.

Fumigação: desinfetar com a dispersão de substâncias desinfetantes.

Quem são os responsáveis pelas perdas no armazenamento?

Xilófago: diz-se do inseto que rói madeira e dela se nutre.

Traça do milho

São aquelas que durante suas fases

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de desenvolvimento alimentam-se da parte externa das sementes, embora também possa atacar a parte interna das mesmas. As principais pragas primárias externas que causam pre-

juízos na comercialização e no poder germinativo das sementes são: a broca grande do grão, a broca pequena do grão e a traça da farinha, mostradas a seguir.

Broca grande do grão: A) pupa: B) larva; C) adulto; e D) antena

Broca pequena do grão

Traça da farinha

Pragas secundárias São pragas menos danosas porque conseguem atacar as sementes que já foram danificadas pela praga pri-

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

mária ou apresenta quebraduras. As mais frequentes são: os besouros tribólio e criptolestes e os ácaros.


Besouro Tribólio

Besouro Criptolestes

Quais as principais pragas que atacam as sementes? Qual o objetivo da amostragem dos lotes? Quais são as características de um bom lote de sementes? Ácaros

Amostragem dos lotes O objetivo é obter uma amostra de tamanho adequado para os testes, na qual estejam presentes os mesmos componentes e na mesma proporção, tal como no lote de sementes. O lote significa uma quantidade definida de sementes, identificadas por número, letra ou combinação dos dois, que, dentro das tolerâncias permitidas, sejam uniformes, para as determinações contidas na identificação. As amostras deverão ser coletadas com o uso de caladores apropriados, obedecendo aos critérios normais de amostragem e colocadas em caixas de papelão, sacos

de papel kraft ou sacos multifoliados de acordo com o peso mínimo exigido para cada espécie a ser analisada, de conformidade com as regras para análise. Constará ainda os seguintes dados afixados externamente: a) Nome e endereço do produtor b) Espécie e cultivar c) Número, peso do lote e número de sacos d) Safra A intensidade de amostragem e peso das amostras deverão ser baseados nos quadros a seguir:

Na fase de laboratório, as amostras de sementes são analisadas, principalmente, quanto à pureza e à capacidade de germinação, segundo metodologia padronizada.

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a) Intensidade das amostras

INTENSIDADE DAS AMOSTRAS Sacos lote 1 2 3 4 5 a 17 18 a 20 21 a 23 24 a 36 27 a 29 30 a 54 55 a 59

Sacos amostrados 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

PESO DAS AMOSTRAS Peso em g 1.000 1.000 1.000 2.000 2.000

As características de um bom lote de sementes são as seguintes: a) Qualidade genética: relacionada com a pureza de variedades. b) Qualidade física: relacionada com a quantidade de sementes silvestres, outras sementes e material inerte. c) Qualidade fisiológica: relacionada com a percentagem de germinação. d) Qualidade sanitária: relacionada com a percentagem de sementes contaminadas ou infestadas.

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Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

Sacos amostrados 12 13 14 15 16 17 18 19 20 30 no mínimo

Boletim de análise

b) Peso das amostras

Cultura Arroz Milho Feijão Algodão herbáceo Algodão arbóreo

Sacos lote 60 a 64 60 a 69 70 a 74 75 a 79 80 a 84 85 a 89 90 a 94 95 a 99 100 101 a 400

As amostras serão destinadas ao laboratório de análise de sementes, oficial ou credenciado, que após a análise e verificação do padrão das sementes recebidas emitirá um Boletim de Análise no qual constarão todas as informações sobre germinação e pureza de acordo com cada espécie.

Atestado de garantia Se os resultados forem, no mínimo, iguais aos padrões previamente estabelecidos, então aquela semente receberá um certificado de qualidade, podendo ser comercializada. Este atestado de garantia da semente deverá ser dado pelo responsável técnico credenciado junto ao Ministério da Agricultura, acompanhando o produtor no ato de sua comercialização.


Resumo da lição • A colheita na época adequada e o armazenamento das sementes são fatores de importância vital para o produtor manter a qualidade das sementes produzidas; • A secagem das sementes pode ser natural ou artificial; • O beneficiamento das sementes, de uma maneira geral, refere-se às operações de pré-limpeza, limpeza, classificação, melhoramento das qualidades físicas, tratamento e embalagem; • As embalagens das sementes devem ser apropriadas para cada espécie; • O objetivo básico do armazenamento é manter o nível de qualidade das sementes; • As principais pragas das sementes armazenadas são: o gorgulho, a traça dos cereais, a broca grande do grão, a broca pequena do grão, a traça da farinha, os besouros tribólio e criptolestes e os ácaros; • No controle das principais pragas das sementes armazenadas usa-se a fumigação; • A amostragem dos lotes é feita com o objetivo de obter uma amostra de tamanho adequado para os testes.

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Lição 7

Qualidade da semente

É

Explique o que é qualidade da semente? Quais são as características de uma semente de alta qualidade? Quais são os fatores que afetam a qualidade fisiológica da semente?

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o somatório das qualidades genética, física, sanitária e fisiológica, e reflete-se diretamente na cultura resultante em termos de uniformidade da população, vigor das plantas, ausência de pragas e doenças, elevada produtividade e resposta à aplicação dos insumos modernos (adubos e defensivos). Qualidade genética: consiste na pureza varietal, homogeneidade, precocidade, resistência a pragas e/ou doenças e potencial de produtividade. Qualidade física: consiste na soma da pureza física com a condição física. Pureza física: é dada pela proporção de componentes físicos presentes no lote de sementes (sementes puras, sementes silvestres, outras sementes cultivadas e materiais inertes). Condições físicas: é dada pelo teor de umidade, densidade, tamanho, cor, aparência e injúrias mecânicas ou causadas por inseto e/ou doenças. Qualidade sanitária: é dada pela presença e grau de ocorrências de fungos, bactérias, vírus, nematoides e insetos que causam injúrias às sementes. Qualidade fisiológica: é dada pela capacidade de desempenhar funções vitais, como germinação, vigor e longevidade.

Atributos ou características de uma semente de alta qualidade A seguir iremos descrever os atributos ou características de uma semente de alta qualidade: ■■ser proveniente de variedade superior;

Formação para o trabalho 2 produtor de sementes

■■possuir

elevada pureza física; ■■apresentar elevado percentual de germinação; ■■produzir plantas de elevado vigor; ■■apresentar-se livre de pragas e doenças; ■■apresentar uniformidade; ■■apresentar nível de umidade adequado. Características de uma variedade superior: ■■adaptabilidade; ■■uniformidade da população; ■■resistência a pragas e doenças; ■■precocidade; ■■alta produtividade. A germinação como atributo de uma semente de alta qualidade é a capacidade da semente em gerar uma plântula que demonstre a sua aptidão para produzir uma planta normal, sob condições favoráveis. O vigor como atributo de uma semente de alta qualidade é o somatório de todos os atributos da semente que favorecem o estabelecimento de uma população inicial de plantas, mesmo sob condições desfavoráveis.

Origens do baixo vigor em sementes Serão descritos, a seguir, os principais fatores que contribuem para que as sementes apresentem um baixo vigor. ■■ genética (cultivares não adaptadas); ■■ fisiológica (imaturidade de colheita);


■■morfológica

(sementes menores - plantas menos vigorosas); ■■citológica (deterioração - aberrações cromossômicas); ■■mecânica (injúrias na colheita); ■■microbiótica (fungos ou bactérias).

Fatores que afetam a qualidade fisiológica da semente Serão descritos a seguir os principais fatores que afetam a qualidade fisiológica e a função das sementes. ■■fatores genéticos; ■■adversidades durante o desenvolvimento da semente; ■■adversidades no campo, após a maturação fisiológica e antes da colheita; ■■grau de maturidade na colheita; ■■tamanho da semente; ■■densidade da semente;

■■injúrias

mecânicas na colheita e beneficiamento; ■■injúria térmica na secagem; ■■teor de umidade da semente durante o armazenamento; ■■condições ambientais no armazém; ■■umidade relativa do ar; ■■temperatura da semente; ■■tipo de embalagem; ■■permeabilidade à umidade; ■■semipermeabilidade à umidade; ■■ataque de insetos; ■■ataque por fungos; ■■fungos de campo; ■■fungos de armazenamento. A comparação entre germinação, vigor e emergência de plântulas no campo, de oito lotes de sementes de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) são mostrado no quadro abaixo.

SOBREVIVÊNCIA X VIGOR DA SEMENTE N.º do lote 1 2 3 4 5 6 7 8 X

Germinação (%) 98,0 96,0 96,0 92,0 92,0\ 89,0 88,0 86,0 92,1

Vigor (%) 95,0 91,0 74,0 82,0 75,0 68,0 76,0 79,0 80,0

Emergência (%) 88,0 84,0 74,0 72,0 78,0 65,0 57,0 72,0 73,0

Fonte: Delouche & Baskin (1971)

O quadro acima mostra que a emergência (sobrevivência) das plantas está diretamente ligada ao vigor da semente que a produziu. Na figura a seguir é mostrada a sobrevivência da semente de arroz desde a colocação no solo até o aparecimento da primeira folha.

Os fatores ambientais que interferem no processo normal de germinação são basicamente a água, a temperatura, o oxigênio e a luz. Nas condições normais de água, luz, temperatura e oxigênio, a germinação ocorre entre cinco e seis dias.

Grão de arroz em germinação

Resumo da lição • A qualidade da semente reflete-se diretamente na cultura resultando numa elevada produtividade; • São características de uma semente de alta qualidade: ser proveniente de variedade superior, possuir elevada pureza física, ter elevado percentual de germinação e vigor, ser livre de pragas e doenças e apresentar uniformidade e umidade adequadas; • São fatores que contribuem para que as sementes apresentem um baixo vigor: cultivares não adaptadas, imaturidade de colheita, sementes menores, deterioração, aberrações cromossômicas, injúrias na colheita e fungos ou bactérias; • Existem fatores que afetam a qualidade fisiológica e a função das sementes.

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Referências A IRRIGAÇÃO das culturas: a rega dos cereais. In: FAO. Manual prático de irrigação: um guia para o irrigante. Brasília: ABID, 1989. p. 112-127. Edição especial. AGUIAR, P. A. A. Armazenamento e conservação de grãos: noções básicas de conservação. Petrolina: EMBRAPA, 1982. 31p. (Circular técnico, 10). AGUIAR, P. A. A. Armazenamento e conservação de grãos: armazenamento e conservação em propriedades agrícolas. Petrolina: EMBRAPA, 1982. 31p. (Circular técnico, 10). ARAÚJO, J. P. de.; WATT, E. E. O caupi no Brasil. Brasília: EMBRAPA, 1988, 722p. BULISAN, E. A. Feijão: fatores de produção e qualidade. Campinas: Fundação Cargill, 1987. 326p. BÜLL, l. T; CANTARELLA, H. Cultura do milho: fatores que afetam a produtividade. Piracicaba: POTAFÓS, 1993. 301p. CANECHIO FILHO, V.; ALMEIDA, T. de C. Principais culturas. 2. ed. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1973. v. 2. 403p. CARVALHO, N. M. de.; NAKAGAWA, J. Sementes: ciência, tecnologia e produção. 3. ed. Campinas: Fundação Cargill, 1988. 424p. DOORENBOS, J.; KASSAN, A. H. Efeito da água no rendimento das culturas. Campina Grande: UFPB, 1994. 306p. EMBRAPA. Centro de Pesquisa Agropecuária de Terras Baixas de Clima Temperado. Fundamentos para a cultura do arroz irrigado. Campinas: Fundação Cargill, 1985. 317p. EMBRAPA. Recomendações técnicas para o cultivo do feijão: áreas do nordeste do Brasil. Brasília: SPI, 1992. 25p. EMBRAPA. Sistema de produção para milho: região da Grande Dourados (revisão). Brasília: UEPAE Dourados, 1981, 20p. (Sistema de produção boletim, 325). EMBRAPA. Recomendações técnicas para o cultivo do algodoeiro herbáceo de sequeiro (Norte de Minas e Nordeste): zonas 11, 17, 43, 49, 55 e 63. Brasília: SPI, 1993. 32p. EPACE. Sistema de produção para feijão-de-corda irrigado e de sequeiro. Fortaleza: EMATERCE, 1993. 23p. IAPAR. O feijão no Paraná. Londrina, 1989. 303p. (Circular, 63). MIRANDA, A. R. de. Contribuição ao estudo do algodoeiro Gossypium spp. Brasília: EMBRAPA, 1983. 63p. (Documentos, 5). PASSOS, S. M. de G. Algodão. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1977. 424p. PASSOS, S. M. de G.; CANECHIO FILHO, V.; JOSÉ, A. Principais culturas. 2. ed. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1973. v.1. 403p. POPINEGIS, F. Fisiologia da semente. Brasília: AGIOPLAN, 1977. 289p. QUINTELA, E. D.; QUINDERÉ, M. A. W.; ROBERTS, D. W. Principais pragas do caupi no Brasil. Goiânia: EMBRAPA, 1991. 37p. (Documentos). TOLEDO, F. F. de; MARCOS FILHO, J. Manual das sementes: tecnologia da produção. São Paulo: Agronômica CERES, 1977. 224p. ZIMMERMANN, M. J. de O. P.; ROCHA, M.; YAMADA, T. Cultura do feijoeiro: fatores que afetam a produtividade. Piracicaba: POTAFÓS, 1988. 589p.

Os estudiosos da economia estão de acordo que a educação é o motor do desenvolvimento e qualificar a população que possui baixa escolaridade é o grande desafio dos gestores do século XXI. REALIZAÇÃO

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