produtor de
caju
José Inácio Lino de Almeida | José Gilber Vasconcelos Lopes | Francisco Edson de Araújo
Copyright © 2003 by José Inácio Lino de Almeida, José Gilber Vasconcelos Lopes e Francisco Edson de Araújo
Fundação Demócrito Rocha (FDR)
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Presidente João Dummar Neto
Diretor Presidente Francisco Férrer Bezerra
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Edições Demócrito Rocha (EDR)
Diretoria de Ensino, Pesquisa e Pós-Graduação Afonso Odério Nogueira Lima
(Marca registrada da Fundação Demócrito Rocha)
Editora Executiva Regina Ribeiro Editor Adjunto Raymundo Netto
Diretoria Administrativo-Financeira Antônio Elder Sampaio Nunes Convênio institucional entre Fundação Demócrito Rocha e Instituto CENTEC Secretaria da Ciência e Tecnologia e Educação Superior do Ceará - Secitece
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Almeida, José Inácio Lino de Al64p Produtor de Caju / José Inácio Lino de Almeida; José Gilber Vasconcelos Lopes; Francisco Edson de Araújo. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha; Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, 2014. 40 p.: il. color. - (Coleção Formação para o Trabalho 2)
ISBN 978-85-7529-645-5
1. Caju. I. Lopes, José Gilber de Vasconcelos. II. Araújo, Francisco Edson de. III. Título. CDU 582.765
Todos os direitos desta edição reservados a:
Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora, Fortaleza-Ceará - CEP 60.055-402 Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 Fax: (85) 3255.6271 www.fdr.com.br
Sumário Apresentação..........................................4
Lição 6
Lição 1
Escolha da área para plantio................19
Importância do cajueiro..........................5
Lição 7
Lição 2
Preparo do solo....................................21
Origem e distribuição geográfica............7
Lição 8
Lição 3
Plantio do cajueiro................................26
Clima e solo..........................................10
Lição 9
Lição 4
Condução do pomar.............................28
Botânica................................................12
Lição 10
Lição 5
Pragas e doenças.................................36
Propagação do cajueiro........................16
Referências...........................................40
Apresentação O
A película que cobre a amêndoa do cajueiro tem ação anti-inflamatória.
caju é uma cultura de grande importância, especialmente para o Nordeste do Brasil, constituindose em garantia real de renda para pequenas e médias propriedades. Além da produção destinada à subsistência, garantindo à família rural a suplementação alimentar com um produto sadio e nutritivo, o excedente pode ser vendido, tanto in natura quanto beneficiado em forma de doces e sucos, além da castanha torrada, que, também, é exportada para o mercado internacional. O cajueiro (Anacardium occidentale L.) é uma árvore grande e copada muito comum no Nordeste do Brasil, sendo encontrada também na Índia e na África.
No Nordeste existem grandes áreas de cultivo do cajueiro, sendo a grande maioria a partir do plantio de sementes que tem contribuído para a baixa produtividade, atualmente com menos de 220 kg/ha de castanha (PESSOA et al., 1995), em consequência de ser predominante a polinização da espécie por cruzamento. O resultado é a heterogeneidade de diversos caracteres da planta, como: altura, formato e expansão da copa, época de florescimento e de produção, peso total do fruto (castanha), peso da amêndoa e do falso-fruto. Este manual tem como principal objetivo fornecer, de forma simples e prática, as informações técnicas necessárias ao cultivo racional do cajueiro, que permitam produções adequadas e crescentes nas propriedades que exploram essa cultura. O Instituto Centec espera que com a preparação da mão de obra para o sistema produtivo, haja contribuição, de forma efetiva, para a melhoria da produtividade da cultura e para o seu crescimento.
Plantação de cajueiro
Este projeto conta com a parceria do Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, que por meio de convênio interinstitucional com a Fundação Demócrito Rocha, assegura a elaboração dos textos visando trabalhar com a formação profissional básica para a população cearense. Este manual tem como objetivo disponibilizar material de baixo custo e alta qualidade técnica, editorial e pedagógica criando condições para que cidadãos tenham acesso a educação para o trabalho, com vistas à inclusão social, criando um ambiente propício para geração de emprego e renda.
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Formação para o trabalho 2 produtor de caju
Lição 1
Importância do cajueiro
A
cajucultura é uma das atividades de grande importância econômica, pois o processo gera negócios que envolvem produtores, comerciantes, atravessadores, armazenistas, atacadistas, industriais e operários. A importância social do cajueiro está ligada, principalmente, à quantidade e ao tipo de mão de obra que emprega. As indústrias estão, quase sempre, localizadas na periferia das cidades,
onde a mão de obra, por ser pouco qualificada, tem poucas opções de conseguir outro tipo de trabalho, e a cultura do caju contribui, em parte, com a oferta de emprego para esta mão de obra. Na zona rural, o cajueiro emprega, aproximadamente, 300.000 pessoas, especialmente na época da colheita que coincide com a entressafra das culturas anuais.
José Leomar
Qual parte do cajueiro apresenta propriedades anti-inflamatórias?
A maioria dos trabalhadores das indústrias de castanha de caju são do sexo feminino.
O cajueiro é uma árvore muito comum nas cidades nordestinas
Nos pequenos plantios, a mão de obra empregada é, principalmente, do tipo familiar. Portanto, o cajueiro, no campo, tem dupla função: empregar na época de pouco trabalho e evitar o êxodo rural para as capitais e as grandes cidades do interior. O pequeno produtor troca, nas bodegas, parte das castanhas por gêneros alimentícios e vende o restante a intermediários que repas-
sam esse produto para pequenos armazenistas. Os armazenistas, por sua vez, entregam aos atacadistas que abastecem as grandes indústrias de beneficiamento. Do caju (pedúnculo), processado pela indústria e, também, de modo artesanal, são produzidos doces, sucos, refrigerantes, mel e cajuína, empregando mão de obra especializada, principalmente durante os meses de colheita.
O caju é rico em vitamina C.
Qual a importância social do cajueiro?
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Cajueiros com mais de 10 anos de idade podem ser aproveitados para a retirada de goma, subproduto conhecido como resina, que substitui a goma arábica (cola), podendo ser uma fonte complementar de renda para o produtor de caju.
Em que regiões do Nordeste predomina o plantio de cajueiro? Quais as aplicações alimentares do caju?
Resumo da lição • A cultura do cajueiro tem importância social e econômica; • Os processos de comercialização geram negócios que envolvem uma grande rede de atividade econômica; • O caju tem grande importância alimentar, pois é rico em vitaminas e minerais.
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Importância econômica
Importância alimentar
Os principais produtos do caju são a castanha e o pedúnculo ou pseudofruto. A castanha do caju é um dos principais produtos de exportação e também uma das mais importantes fontes de entrada de divisas para os estados que a produzem. A madeira, retirada durante a poda, é utilizada como lenha, movimentando as indústrias de panificação e de cerâmica. As informações acima já demonstrariam a importância do cajueiro, sendo que esta importância é aumentada pelas características dos solos da região que oferecem várias opções para o seu cultivo. A região de maior concentração de plantações de cajueiro é a litorânea; no entanto, pelas suas características de clima e solo, apresenta poucas opções de cultivo. Contudo, o cajueiro é uma das poucas culturas capazes de produzir, satisfatoriamente, nessa região, principalmente em condições de sequeiro. O cajueiro poderia ser mais importante, economicamente, se houvesse um melhor aproveitamento do pedúnculo, como, por exemplo, na merenda escolar. A maior utilização do pedúnculo, que atualmente é de apenas 10%, proporcionaria aumento na renda do agricultor. Atualmente, algumas empresas estão comercializando o caju ao natural, iniciando-se uma nova oportunidade para os produtores de caju.
A amêndoa, que representa 26 a 28% da castanha, é uma fonte de proteínas e de carboidratos. O pedúnculo fornece, em média, 261 mg de vitamina C; 14,7 mg de cálcio; 32,5 mg de fósforo; e 0,34 mg de ferro, por 100 mL de suco, sendo matéria-prima abundante e de baixo custo para as indústrias de suco, compota, doce, geleia, rapadura, sorvete, iogurte, cajuína, refrigerante, vinho e de bebida alcoólica gaseificada. Na economia doméstica, o pedúnculo pode ser utilizado na preparação da “carne de caju”, matéria-prima de interesse para a indústria alimentícia na fabricação de almôndegas, patês, omeletes e pizzas. Nas propriedades rurais, cerca de 95% do pedúnculo produzido são perdidos, por falta de aproveitamento industrial e/ou pelo desconhecimento da sua utilização na dieta alimentar. A utilização dos produtos derivados do pedúnculo, tais como sucos, doces, rapadura e outros na merenda escolar, compensaria, em parte, as deficiências proteicas e energéticas dos alunos, melhorando o desempenho escolar.
Formação para o trabalho 2 produtor de caju
Lição 2
Origem e distribuição geográfica Origem
Produção mundial
O cajueiro, Anacardium occidentale L., é originário do Brasil, possivelmente da Amazônia, com área de dispersão no Nordeste, onde cresce, espontaneamente, no litoral. Antes dos descobrimentos da América e do Brasil, o cajueiro já era conhecido pelos índios que utilizavam o caju (pedúnculo) na alimentação, espalhando a planta pelas regiões costeiras do Norte da América do Sul e das Antilhas.
A produção mundial de castanha tem apresentado oscilações. O maior aumento, da ordem de 127%, foi obtido na década de 70, quando passou de 188 para 428 mil toneladas. Em 1975, a produção mundial de castanha de caju atingiu o ponto máximo, 500 mil toneladas, quando passou a decrescer, chegando a cair, em 1987, para 276 mil e cresce um pouco, em 1991, para 305 mil toneladas, quantidade que se mantém, com algumas oscilações, até os dias de hoje. Existe um déficit estimado em 200 mil toneladas de castanhas, com boas perspectivas para o aumento do consumo nos mercados americano, europeu e japonês, onde, atualmente, é de 100 a 200 gramas por pessoa/ano, considerado muito baixo, apesar de ser uma noz nutritiva e de baixo custo no mercado mundial.
Distribuição geográfica O cajueiro foi introduzido nos litorais da África e da Índia pelos navegadores portugueses. Como planta rústica e apreciada pelas populações locais, difundiu-se rapidamente por toda a área costeira intertropical, encontrando melhores condições na costa nordeste da América do Sul; na costa oriental da África e em Madagascar, na Índia, no Sudeste Asiático, na Indonésia e na Austrália. Hoje, o cajueiro está distribuído na larga faixa do globo terrestre que vai desde a Flórida, no Sul dos Estados Unidos, até a África do Sul.
O cajueiro é muito cultivado para aproveitamento industrial das castanhas.
Onde o cajueiro teve sua origem?
Países produtores O cajueiro é cultivado, principalmente, nas regiões tropicais, onde cinco países respondem por 90% da produção mundial: Índia, Brasil, Vietnã, Nigéria e Indonésia.
Extrativista: operação com a finalidade de extrair o fruto e o pseudofruto do cajueiro.
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PAISES PRODUTORES DE CAJU
Genótipo: que dá origem às características. Fenótipo: resulta da interação das características com o ambiente.
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O principal país produtor e beneficiador de castanha de caju é o Vietnã, com área de 348.000 ha, aproximadamente, dispondo, porém, de pouca terra para ampliar os cultivos. O modelo exploratório, utilizando um a seis hectares e a alta densidade demográfica, induz os agricultores a plantarem culturas de ciclo curto e de subsistência, no meio dos cajueiros. No Brasil, quarto maior produtor e processador de castanha do mundo, o cajueiro é cultivado, principalmen-
Formação para o trabalho 2 produtor de caju
te, na região Nordeste, de modo quase extrativista ou como reflorestamento, ocupando em 2006 segundo o IBGE 706.195 hectares. Em 2006, segundo dados do IBGE, o Ceará contribuiu com 54% da produção do Brasil; o Piauí, com 17%; e o Rio Grande do Norte, com 20% do total de 243.770 toneladas de castanha produzida. As principais áreas produtoras de caju no Ceará podem ser vistas no mapa a seguir.
REGIÕES PRODUTORAS DE CAJU NO CEARÁ
A cajucultura no Nordeste atravessou um período crítico de decréscimo de produtividade, nos anos de 1993 e 1998. Em 1993 a produção de castanha de caju no Nordeste caiu para somente 77.096 toneladas e o rendimento no Estado do Ceará, maior produtor do Brasil, ficou em apenas 68 kg/ha. Essa constatação mostra a necessidade mais ampla do uso da tecnologia na produção do
caju, sendo imperiosa a utilização de mudas enxertadas na implantação de áreas de cultivo, pois sendo o cajueiro uma planta heterozigota a sua reprodução por via sexuada resulta em plantas com genótipo e fenótipo diferentes, mesmo quando originadas de uma mesma planta matriz e isso contribui para a diminuição da produtividade do cajueiro.
Quais os principais países produtores de castanha?
Resumo da lição • O cajueiro teve sua origem no Brasil; • O cajueiro é encontrado no Brasil, Índia, países localizados no litoral africano, sudeste asiático, Indonésia e Austrália; • A produção mundial de castanha de caju apresenta oscilações; • O consumo mundial de castanha de caju é de aproximadamente 150 g/ano.
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Lição 3 Clima e solo
O
O cajueiro também é cultivado em regiões onde o clima difere das condições da região litorânea.
s fatores físicos e químicos do clima e do solo, como luz, água, temperatura, ventos, gases da atmosfera, umidade, substâncias químicas do solo, são essenciais para o bom desenvolvimento do cajueiro.
No semiárido, na época de floração, se a umidade relativa baixar 50% e ocorrerem ventos excessivos, a polinização e a frutificação ficam comprometidas, havendo secamento das panículas e queda de maturis devido à secura do ambiente.
Exigências climáticas
Ventos
O cajueiro é cultivado, principalmente, na região do litoral, em áreas planas, com altitude inferior a 120 metros. O clima dessa região é considerado o mais adequado à cultura do cajueiro.
O vento é um dos agentes polinizadores do cajueiro. No entanto, ventos fortes prejudicam a cultura, pois provocam a queda das flores, ressecamento das panículas, o abortamento dos frutos e a inclinação do caule e dos ramos das plantas. As condições de vento favoráveis à cultura do cajueiro são onde estes atingem uma velocidade média anual de 5,4 km/h e máxima de 11,2 km/h.
Pluviosidade (chuva) Quais as condições ideais para o plantio do cajueiro?
O cajueiro, para vegetar e frutificar normalmente, necessita encontrar umidade suficiente no solo durante os períodos de vegetação e de frutificação. O regime pluviométrico ou de chuva deve oscilar entre 800 a 1.400 mm anuais, distribuídos em cinco a sete meses, seguidos de período seco bem definido, que coincida com o período de floração e frutificação.
Umidade relativa do ar
pH: é uma escala de medida que varia de 0 a 14 e serve para determinar se uma substância é ácida, básica ou neutra. pH de 0 a 6,99 ⇒ ácido, pH = 7 ⇒ neutro, pH de 7,01 a 14 ⇒ básico.
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O cajueiro comporta-se melhor quando a umidade relativa do ar apresenta média anual entre 70 a 80%. Durante o florescimento e a frutificação a umidade relativa do ar deve manter-se na faixa de 60 a 65%. Se houver aumento excessivo dessa umidade relativa, a qualidade, tanto da castanha quanto do pseudofruto, pode ser prejudicada pelo aparecimento de doenças como a antracnose.
Formação para o trabalho 2 produtor de caju
Temperatura O cajueiro desenvolve-se e frutifica bem em temperaturas entre 22 e 32 ºC sendo a temperatura de 27 ºC considerada a ideal para a cultura. Porém não se desenvolve bem em regiões de clima frio, principalmente onde ocorrem geadas, pois as temperaturas baixas retardam o crescimento e prejudicam a floração.
Solos Os solos onde o cajueiro é normalmente cultivado, são arenosos, profundos, bem drenados (não encharcam), de baixa fertilidade (pobres) e com pH situado entre 4,5 e 5,5. No entanto o cajueiro, como qualquer outra cultura, desenvolve-se melhor em solos de boa fertilidade (ricos), profundos, não muito areno-
sos, aonde as raízes possam penetrar livremente, com pH compreendido entre 5,0 e 6,5, bem drenados e que retenham água para as plantas. Devem ser evitados solos rasos ou extremamente pesados, compactados e mal drenados. No Nordeste do Brasil, o cajueiro é cultivado nos tabuleiros litorâneos e nas zonas de transição litoral-caatinga. De maneira geral, estes solos necessitam de adubação para que a
cultura desenvolva-se e frutifique bem, portanto a escolha da área para plantio deve ser, de preferência, plana com declividade suficiente para não empoçar água, e que tenha uma boa drenagem e seja livre de vegetação que possa servir de hospedeira a pragas e doenças que provoquem danos fitossanitários nos cajueiros e, principalmente, durante o processo de produção das mudas.
Resumo da lição • Os solos arenosos, profundos e que não encharcam são ideais para a cultura do cajueiro. A região do litoral apresenta estas condições ideais; • A quantidade de chuvas adequada para uma boa produção do cajueiro é de 800 a 1.400 mm anuais; • A umidade relativa do ar entre 60 a 80% favorece a cultura do cajueiro; • Ventos fortes prejudicam a produção do cajueiro; • Temperaturas entre 22 a 32 ºC são ideais para o desenvolvimento e produção do cajueiro.
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Lição 4 Botânica Botânica: é a parte da Biologia que estuda os vegetais e teve um grande desenvolvimento com os trabalhos do médico e botânico sueco Karl von Linne (1707-1778), conhecido no Brasil como Lineu.
Na nomenclatura proposta por Lineu, os nomes dos seres vivos devem ser latinos de origem ou latinizados e destacados do texto, impressos em itálico ou grifados.
O
cajueiro, pertencente à família das Anacardeáceas, é uma fruteira tropical encontrada, em estado nativo, na faixa litorânea do Ceará, sendo cultivada, extensivamente, para fins industriais.
Espécies Existem várias espécies de cajueiro. A mais conhecida e mais cultivada é o cajueiro conhecido como comum, chamado Anacardium occidentale L. As outras espécies mais encontradas são o A. microcarpum, A. humili, A. othonianum, etc., que são, geralmente, plantas sem valor econômico. O A. microcarpum é utilizado como porta-enxerto para o cajueiro -anão-precoce.
Parentesco A mangueira, a sirigueleira, a cajaraneira, o cajá-umbuzeiro e a aroeira são parentes próximos do cajueiro, ou seja, pertencem à mesma família.
Morfologia vegetal: estuda as formas e estruturas dos organismos vegetais.
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Morfologia O cajueiro comum é uma planta de porte alto, cuja copa atinge, em média, 10 a 12 m e a envergadura fica entre 14 a 16 m. Existem plantas que podem alcançar até 20 m
Formação para o trabalho 2 produtor de caju
de altura e possuem envergadura superior a 20 metros. O cajueiro-anão-precoce, atualmente o tipo mais plantado, é uma planta de porte baixo, cuja altura não ultrapassa os 6 m e possui envergadura em torno 6 a 8 metros. Além do porte, o que mais diferencia os dois tipos de cajueiro são a rapidez e a duração do período de floração e frutificação. O tipo anão -precoce inicia o florescimento no primeiro ano de plantio e apresenta um período de frutificação de seis a sete meses.
Raiz O cajueiro apresenta um sistema de raízes muito vigoroso, com a raiz central bastante desenvolvida, podendo passar dos 10 m de profundidade. Cerca de 82% das raízes laterais encontram-se distribuídos nos primeiros 30 cm de profundidade do solo e são essas raízes que absorvem os nutrientes e a água para a planta. Como mostra a figura abaixo, a uma distância de 2 m ao redor do tronco da planta concentram-se cerca de 72% de todo o raizame do cajueiro.
Distribuição percentual das raízes absorventes do cajueiro
Caule
Folhas
O cajueiro, normalmente, apresenta caule ereto (em pé). Entretanto, devido, principalmente, às condições do solo, o caule pode ser muito curto, com ramificações ao nível do solo, resultando em plantas do tipo rastejante. ■■ O caule do cajueiro-anão-precoce ramifica-se próximo ao solo, formando uma copa mais compacta, com predominância dos ramos intensivos sobre os extensivos. ■■ No caso do cajueiro comum, normalmente, não se observa esse tipo de ramificação e a copa apresenta-se mais esgalhada e aberta.
As folhas são simples, caducas (caem todos os anos), alternas, glabras (sem pelos), com pecíolo curto e com aspecto de couro. Medem de 10 a 20 cm de comprimento e de 6 a 12 cm de largura, são ovaladas, onduladas e com as nervuras salientes. As folhas novas têm coloração roxo-avermelhada que se torna verde-amarelada com o avanço da idade.
Normalmente, o sistema de raízes laterais supera, em cerca de duas vezes, o comprimento da projeção da copa.
Floração No cajueiro encontram-se dois tipos de flores, masculinas e hermafroditas (figura abaixo), agrupadas em inflorescências do tipo panícula. As panículas são terminais (posição no final dos ramos), pedunculadas, de diversos tamanhos e bastante ramificadas.
Folhas e frutos do cajueiro
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Observações importantes: ■■ A
floração do cajueiro inicia-se, quase sempre, no final das chuvas; ■■ As flores são pequenas, de coloração branca por ocasião da abertura, tornando-se, em seguida, pálido-avermelhadas; ■■O cajueiro-anão-precoce inicia o florescimento no primeiro ou segundo ano; e o cajueiro comum, no terceiro ou quarto ano; ■■ A duração da floração é mais longa no cajueiro-anão-precoce do que no comum.
Fruto O verdadeiro fruto do cajueiro é a castanha. A “maçã” é um falso-fruto ou pseudofruto, resultante do desenvolvimento anormal do pedúnculo (talo) da flor. A castanha é um fruto seco, chamado aquênio, de aspecto reniforme (figura abaixo), de peso e tamanho variáveis, de cor cinza ou verde-acinzentada, com superfície lisa e composta pela casca, película e amêndoa. A amêndoa é a parte comestível da castanha, composta por duas partes iguais carnosas e oleosas, de cor marfim e revestidas por uma película avermelhada.
Estágios de desenvolvimento da castanha e da amêndoa
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Formação para o trabalho 2 produtor de caju
Observações importantes ■■ O
pedúnculo tem peso e tamanho variáveis, tendo-se observado pedúnculos com peso de até 650 g e tamanho variando de três a até quase 20 cm de altura e largura de 3 a 12 cm. ■■ O formato do pedúnculo pode ser piriforme, cilíndrico, alongado, etc., sendo que a sua cor pode variar desde o amarelo-pálido ao vermelho intenso, havendo pedúnculos com rajas de outras cores, principalmente esverdeadas. ■■ A frutificação ocorre, normalmente, no período seco, sendo que, no cajueiro-anão-precoce, prolonga-se por mais dois meses em relação ao tipo comum. ■■ Quando irrigada, a produção do cajueiro-anão-precoce pode ter a duração de oito a dez meses. ■■ O termo popular “maturi” é dado ao conjunto da castanha com o pseudofruto, em diversos estágios de desenvolvimento. Quando o pleno crescimento é atingido, o conjunto pedúnculo-castanha toma o nome de caju. A tradição popular considera o pedúnculo como a “fruta” e a castanha como a “semente”. ■■ Da fecundação até a maturação, o caju demora, no seu desenvolvimento, de 50 a 55 dias.
■■ A
castanha do cajueiro-anão-precoce representa 6 a 9% do peso do caju e a amêndoa, 26 a 30% do peso da castanha. ■■ Quanto maior for a castanha, maior é a possibilidade de se obter uma amêndoa mais pesada.
Variedades Não existem variedades botânicas definidas de cajueiro. No entanto, distinguem-se dois tipos de cajueiro: o comum e o anão-precoce. No Ceará o plantio têm sido feito, quase que totalmente, com cajueiro -anão-precoce. Em 1983 foram lançados os clones CP-06 e CP-76; em 1987, os clones CP-1001 e CP-09; e em 1993, o clone EPACE CL-49, de cajueiro -anão-precoce. Os citados clones constituíram-se em principais indutor de mudanças na cajucultura praticada no Nordeste brasileiro. Em 1996, foi lançado o clone EPACE MQ 10, como alternativa para a cultura do cajueiro no semiárido, onde as irregularidades pluviométricas e a deficiência hídrica são inadequadas para o cultivo do cajueiro-anão -precoce em regime de sequeiro.
Clone vegetal: cópia obtida originalmente de outra planta por algum tipo de multiplicação assexuada (divisão, enxertia).
Resumo da lição • O cajueiro pertence a família Anacardium; • A arquitetura da planta comum apresenta copa com altura média de 10 a 12 m e envergadura entre 14 a 16 m, já no cajueiro-anão-precoce a altura da copa não ultrapassa os 6 m e a envergadura varia de 6 a 8 m; • O sistema de raiz do cajueiro apresenta raiz central desenvolvida e raízes laterais onde 82% encontram-se nos primeiros 30 cm de profundidade e absorvem os nutrientes e água; • O cajueiro tem caule ereto e curto, as folhas são ovaladas, onduladas e com nervuras salientes; e as flores são hermafroditas e masculinas; • As partes que compõem o fruto do cajueiro são: casca, película e amêndoa; • O cajueiro-anão-precoce inicia o florescimento um ou dois anos antes do cajueiro comum; • Os clones dos cajueiros são os principais responsáveis pelo aumento da produtividade da cajucultura no Nordeste.
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Lição 5
Propagação do cajueiro As fruteiras propagadas por sementes entram em produção mais tardiamente, além de serem, quase sempre, diferentes da planta-mãe.
O
s plantios de cajueiro vinham sendo realizados, quase que exclusivamente, pela semeadura direta no local definitivo. Como nesta cultura predomina a polinização cruzada, os pomares formados pela semeadura direta tinham plantas desuniformes e, geralmente, com baixa produção. Além da semeadura direta, o cajueiro pode ser propagado através de mudas não enxertadas, chamadas de pés-francos ou de mudas enxertadas. Portanto, a formação dos pomares de cajueiro pode ser feita por sementes (semeadura direta ou mudas de pé-franco) ou vegetativamente, por mudas enxertadas.
Propagação por sementes
Quais as desvantagens da propagação do cajueiro por sementes?
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A propagação por sementes é feita através da semeadura direta no local definitivo ou através de mudas de pé-franco. Este tipo de propagação tem os inconvenientes da desuniformidade das plantas no pomar, da baixa produção, do atraso no início da produção e, principalmente, da não manutenção das características da planta-mãe. As sementes devem, também, ser utilizadas para a formação dos porta -enxertos que se destinam à enxertia.
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Propagação vegetativa É o tipo de propagação dos vegetais em que se usa uma parte da planta para se obter uma outra planta ou para enxertar sobre um porta-enxerto ou “cavalo”. A principal vantagem da propagação vegetativa, também chamada de multiplicação, é a certeza que o produtor tem de que as novas plantas terão as mesmas características da planta-mãe.
Observações importantes: ■■ Em
um pomar formado com plantas propagadas vegetativamente, todas as plantas vão ser exatamente iguais. ■■ O processo tem, ainda, a vantagem de as plantas terem menor porte, o que facilita os tratos culturais e de entrarem em produção mais cedo. ■■ Há alguns anos, a propagação do cajueiro era feita, totalmente, pelo uso direto da semente, semeada no campo (local definitivo) ou em sacos plásticos; hoje, é feita, principalmente, através da propagação vegetativa. ■■ O método de propagação vegetativa empregado no cajueiro é a enxertia.
Enxertia
Enxertia do cajueiro
Borbulhia
A enxertia é o processo de multiplicação que consiste em se obter um cajueiro pela união do enxerto ao porta-enxerto. Após o “pegamento”, o enxerto fornece a copa e o porta -enxerto o sistema de raízes. A enxertia reproduz as características da matriz e garante maior produtividade e uniformidade da castanha e do pedúnculo. O material propagativo deve ser retirado de cajueiros livres de pragas e doenças e com as características exigidas pelo mercado. Os métodos de enxertia mais usados na propagação vegetativa do cajueiro são a borbulhia e a garfagem.
A borbulhia é o processo de multiplicação vegetativa no qual uma borbulha, contendo apenas uma gema, é colocada no porta-enxerto. Para o cajueiro, o método utilizado é o de borbulhia em placa (figura na página seguinte). As borbulhas são retiradas de ramos no início da floração ou com flores já abertas. A enxertia é feita, a pleno sol, em porta-enxertos de dois meses de idade, no período seco, quando as plantas estão em floração.
Enxerto: operação que consiste em introduzir uma parte viva de um vegetal em outro para que neste aquela parte se desenvolva como se desenvolveria na planta de onde saiu. Borbulhia: é a retirada de uma gema proveniente da planta que se quer multiplicar que é introduzida no porta-enxerto, sem lenho (casca).
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Garfagem Ripado: pavilhão feito de ripas para abrigar plantas.
Borbulhia em placa
Garfagem é o processo de multiplicação vegetativa que consiste na colocação de um “garfo” no porta -enxerto. Os métodos que podem ser utilizados são: garfagem em “bisel” ou inglês simples, garfagem em fenda cheia e garfagem lateral (figuras abaixo).
Garfagem em bisel
Os porta-enxertos, após a enxertia, devem ficar debaixo do ripado. A garfagem deve ser realizada na estação chuvosa, época em que o cajueiro apresenta ramos com gemas terminais desenvolvidas.
Garfagem fenda cheia
Resumo da lição • A propagação do cajueiro pode ser por sementes ou de forma vegetativa; • As vantagens da propagação vegetativa é a certeza de que as novas plantas terão as mesmas características da planta-mãe; • Os principais métodos de enxertia utilizados para o cajueiro são borbulhia e garfagem.
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Lição 6
Escolha da área para plantio
D
entro de cada propriedade, é conveniente escolher as áreas mais adequadas para a implantação do pomar, levando-se em consideração que a cultura do cajueiro é uma exploração agrícola permanente. O fato da propriedade estar localizada em um município favorável à exploração do cajueiro não significa que toda a sua área se preste para o plantio dessa cultura, podendo haver limitações que comprometam o seu sucesso. Na escolha da área para implantação do cajueiral, devem ser evitados os solos rasos, os pedregosos e aqueles que estejam sujeitos ao encharcamento.
Preparo da área As operações necessárias ao preparo da área onde será instalado o pomar de cajueiro dependem, basicamente, da cobertura vegetal existente na mesma. As operações podem ser realizadas manualmente, com o auxílio de facões, machados, foices, picaretas e moto-serras ou mecanicamente, com o emprego de tratores de esteiras, dotados de lâminas, ancinhos ou correntes, dependendo dos recursos e da disponibilidade do agricultor. O preparo da área constitui-se das seguintes operações.
Derrubada A derrubada consiste na eliminação da vegetação de mata da área onde vai ser implantado o cajueiral, podendo esta operação ser realizada manualmente ou utilizando máquinas.
Quando se utilizam máquinas na derrubada, as operações de destoca e retirada da madeira são realizadas ao mesmo tempo. Quando a máquina possui lâminas, deve-se tomar cuidado para não arrastar a terra superficial. Quando a área a ser plantada já foi utilizada anteriormente com outra cultura, a derrubada nem sempre é necessária, sendo efetuado, apenas, um roço da vegetação ou duas gradagens cruzadas, para eliminação e enterramento da vegetação.
Retirada da madeira Quando na área derrubada houver madeira que possa ser utilizada, tanto na indústria de móveis quanto como lenha, para o consumo doméstico ou na padaria, deve-se proceder a sua retirada, antes de ser efetuada a queima.
Aceiramento O aceiramento consiste na eliminação, manual ou através de máquinas, de toda a vegetação em volta da área onde se vai efetuar a queima, para evitar que o fogo passe às áreas vizinhas; ou em volta da área plantada, para evitar que o fogo penetre na mesma. Em qualquer dos casos, a faixa a ser limpa nunca deve ter largura inferior a cinco metros.
Queima A queima somente deve ser realizada quando for extremamente necessária, como no caso do agricultor que pretende consorciar o cajueiro com culturas anuais e fez a derrubada manual.
Ancinho: instrumento agrícola de cabo longo, dotado de uma travessa dentada e destinada a juntar palha, folhas secas ou para outros usos semelhantes.
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Por que devemos preparar a área para o plantio do cajueiro?
Observações importantes: ■■ A queima é uma operação, de certo
modo, prejudicial ao solo, devendo ser evitada sempre que possível, pois destrói grande parte dos microrganismos do mesmo. ■■ Nos terrenos onde a vegetação é de pequeno porte ou rasteira, é preferível preparar a área utilizando grades, capinadeiras ou outros implementos, a fim de evitar a queima. ■■ A queima, se não puder ser evitada, deve ser realizada quando o material vegetal estiver suficientemente seco, em dia de vento fraco e após a abertura das faixas corta-fogo ou aceiros.
Destoca A destronca ou destoca consiste na retirada dos troncos ou tocos que ficaram no terreno após a operação de derrubada da mata, os quais devem ser amontoados e queimados.
Apronto final Após a realização das operações anteriormente citadas, deve-se proceder ao que se chama de “apronto final”, que consiste em verificar se toda a área foi bem queimada e se não ficaram restos de tocos e raízes. No caso de terem sobrado restos, deve-se fazer a amontoa dos mesmo e queimá-los. Após o apronto final a área está preparada para iniciarem-se os trabalhos de preparo do solo.
Resumo da lição • A área para a plantação de cajueiros deve ser arenosa, profunda e bem drenada; • As operações para o preparo da área para o plantio do cajueiro constam de: retirada da madeira, aceiramento, queima, destoca e apronto final; • A queima deve ser evitada sempre que possível.
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Formação para o trabalho 2 produtor de caju
Lição 7 Preparo do solo
O
preparo do solo para o plantio do cajueiro deve ser feito com práticas certas e atualizadas para que se obtenha uma maior produção, pois ele é a base para o sucesso e maior lucro das safras da cajucultura.
Observações importantes ■■ A instalação de um pomar de cajuei-
ro, sendo uma exploração agrícola permanente que produz, economicamente, por vários anos, deve ser cuidadosamente planejada. ■■ Deve-se observar todos os aspectos de cultivo, tais como: a escolha dos clones de interesse comercial e que forneçam alta produção de castanha; a aquisição de mudas em viveiristas honestos; o plantio no espaçamento correto, e outros. ■■ O preparo do solo, no que se refere às operações realizadas para deixar o terreno em condições apropriadas à semeadura direta ou ao plantio das mudas, pode ser feito manualmente, principalmente pelos pequenos produtores, ou mecanicamente, desde que o proprietário disponha de máquinas. ■■ Todas as medidas acima têm o objetivo de ampliar as possibilidades de sucesso, pois eventuais correções que se fizerem
necessárias após a instalação do pomar são de difícil ou impossível execução. ■■O preparo do solo é constituído, basicamente, pelas seguintes operações:
Calagem A calagem ou aplicação de calcário no solo tem a finalidade de torná-lo menos ácido, de controlar a toxicidade causada pelo excesso de alumínio; e de corrigir as deficiências de cálcio e magnésio. ■■ A necessidade de calagem no solo é determinada pela sua análise química. ■■ A aplicação de calcário deve ser realizada a lanço, em toda a área, a cerca de 2 a 3 meses antes da aração, dando tempo para o calcário atuar. Quando a calagem necessita ser realizada muito próxima da época de plantio, o calcário deve ser aplicado em duas parcelas: a metade antes da aração e a outra metade antes da gradagem. ■■ Na escolha do calcário a ser aplicado, deve-se dar preferência ao tipo dolomítico, que apresenta teor mais elevado de magnésio, servindo para corrigir possíveis deficiências deste elemento no solo.
Dolomítico: mineral carbonato duplo de cálcio e magnésio.
Por que é importante o preparo do solo para o plantio do cajueiro?
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Processo de calagem
Erosão: trabalho mecânico de desgaste do solo realizado pelas águas correntes e que também pode ser feito pelo vento. O solo é um dos elementos mais essenciais às plantas e aos animais, inclusive ao homem; por este motivo, deve ser conservado da melhor maneira possível, para que mantenha as suas características, fornecendo os nutrientes necessários às culturas.
DECLIVIDADE
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Controle da erosão O homem retira do solo a maior parte da sua alimentação, entretanto, é o próprio homem que mais tem contribuído para a degradação deste importante elemento da natureza. As áreas onde, normalmente, realizam-se as plantações de cajueiro são planas ou com pouca declividade, mesmo assim, o controle da erosão não deve ser descuidado. Este controle poderá ser feito, apenas, com práticas simples, tais como: capinas alternadas, roço entre as linhas de plantio durante
o período chuvoso, coroamento nas covas, capina das linhas de plantio, etc. Nas áreas com declive mais acentuado, além das práticas já mencionadas, devem ser empregados, conforme o caso, cordões de contorno (terraços ou defesas), banquetas individuais e patamares como mostra a figura abaixo. Qualquer que seja a prática de controle da erosão utilizada, é de fundamental importância que o plantio obedeça às curvas de nível.
PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS SUGERIDAS
0 a 3%
Aração-gradagem sulcamento e plantio, em curvas de nível
6 a 12%
Terraços em nível ou gradiente, conforme tipo do solo
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Cuidados especiais devem ser dispensados aos cajueiros contra a erosão causada pelos ventos fortes ou dominantes (erosão eólica). O controle da erosão eólica poderá ser realizado com o uso de quebraventos, cobertura morta ou cobertura vegetal durante a época de maior intensidade dos ventos. Nos grandes plantios, devem ser deixadas faixas de vegetação natural que funcionam no controle da erosão, tanto hídrica quanto eólica, além de serem fator de preservação do meio ambiente.
Aração A aração é a operação que somente deverá ser efetuada quando o agricultor for utilizar as entrelinhas para consorciação de uma cultura anual. Ela deve ser realizada no sentido contrário ao declive do terreno e sempre jogando a terra para cima. Em solos muito leves, mesmo que se faça a consorciação, podese dispensar a aração e efetuar apenas a gradagem.
Gradagem A gradagem, como no caso da aração, só deve ser realizada se o agricultor fizer a consorciação; do contrário, pode-se dispensar esta operação. A gradagem, geralmente em número de duas, é realizada entre 30 e 40 dias antes da data prevista para a semeadura e a uma profundidade de 15 a 20 centímetros. A primeira gradagem deve ser no sentido do declive e, a segunda, em sentido contrário.
Espaçamento O espaçamento diz respeito às distâncias, entre fileiras e entre plantas, utilizadas na semeadura de uma cultura
ou na instalação de um pomar. Ele compõe-se de dois números: o primeiro representa a distância utilizada entre as linhas de plantio e, o segundo, a distância entre as plantas dentro das linhas. O espaçamento a ser utilizado depende de uma série de fatores: da espécie e da variedade a serem cultivadas, da fertilidade do solo, do emprego ou não de máquinas agrícolas, do grau de utilização das tecnologias disponíveis para a cultura e, até mesmo, do nível cultural do agricultor. A seguir é feita uma análise desses fatores: ■■ Para o cajueiro comum, o espaçamento é ainda uma questão muito discutida, sendo usados os mais diversos, desde 10 m x 8 m até 20 m x 20 m. ■■ No caso do cajueiro-anão, os espaçamentos mais comuns são 7 m x 7 m e 8 m x 6 m, o que representa o plantio de 204 e 208 plantas por hectare, respectivamente. ■■ Com o cajueiro-anão pode também ser usados espaçamentos menores, como 4,0 m x 6,0 m ou mesmo 4,0 m x 3,0 m e 7,0 m x 3,5 m. Nestes casos, quando as plantas estiverem se entrelaçando, efetuam-se sucessivos desbastes até que elas fiquem no espaçamento definitivo de 8,0 m x 6,0 m e 7,0 m x 7,0 m. ■■ Em todos os espaçamentos pode ser empregado o sistema de marcação triangular, ou em quincôncio, o que proporciona um substancial aumento do número de plantas por hectare (ver figura a seguir).
Eólico: diz daquilo que se relaciona ao vento.
Aração: trabalhar o terreno com arado.
Como deve ser realizada a aração?
Gradagem: aplanar o terreno com grade.
Desbaste: é uma operação agrícola que consiste em arrancar, após semeadura, as plantas em excesso com a finalidade de regular a distância conveniente dos cajueiros.
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Plantação em quincôncio
Na tabela abaixo são apresentados os espaçamentos usados em cajueiro, juntamente com o número
de plantas por hectare, em função do espaçamento e da marcação das covas.
PLANTAS POR HECTARE EM FUNÇÃO DO ESPAÇAMENTO Tipo de Cajueiro Comum
Anão
Compasso (metros) 10 x 10 10 x 8 7,5 x 7,5 7,0 x 7,0 8,0 x 6,0
As linhas de plantio devem estar, de preferência, dispostas em posição perpendicular ao movimento do sol, isto é, do nascente para o poente, de modo a favorecer a incidência da radiação solar nas copas (figura ao lado).
Marcação das covas
Linhas de plantio perpendiculares ao movimento do sol.
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A marcação das covas deve ser efetuada segundo as curvas de nível do terreno, que devem ser traçadas anteriormente, e de acordo com o espaçamento e o sistema de marcação a serem empregados. As grandes plantações devem ser divididas em talhões, a fim de facilitar a movimentação interna. Os talhões são limitados por ruas, denominadas carreadores e pendentes. Os carreadores devem estar
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Números de plantas Quadrilátero Triangular 100 115 125 177 205 204 236 208 279 sempre em nível; e os pendentes, que são ruas que ligam dois carreadores consecutivos, devem ser desencontrados entre os referidos carreadores, a fim de facilitar o controle da erosão.
Abertura das covas As covas devem ser abertas com o auxílio de uma régua de plantio e ter as dimensões de 40 cm de largura, 40 cm de comprimento e 40 cm de profundidade. Durante a abertura das covas deve-se ter o cuidado de retirar os primeiros 20 cm de terra (o solo), sempre para o mesmo lado, para depois misturá-la com os adubos orgânico (estrume) e químico (PK ou NPK).
■■ A
Covas
Adubação de fundação A adubação de fundação é composta pela adubação orgânica (esterco de gado, galinha, etc.) com adubação química.
Observações importantes: ■■Dependendo
da quantidade de adubo orgânico que se dispõe na propriedade ou que se possa adquirir, pode-se utilizar até 20 litros de esterco de gado por cova. No caso de se usar outro tipo de esterco, as quantidades são diferentes, devendo-se consultar um técnico da área. ■■Se o plantio for efetuado logo após o enchimento das covas, o esterco já deve estar curtido, pois o plantio só pode ser realizado nessas condições.
adubação química das covas deve ser efetuada de acordo com a análise do solo que foi feita anteriormente, indicando se há necessidade de calagem e as quantidades de adubo a serem utilizadas. ■■ Na falta dessas informações sobre as necessidades nutricionais, é conveniente colocar 150 a 250 gramas de superfosfato triplo e 60 a 100 gramas de cloreto de potássio por cova. ■■ Tanto o esterco como o adubo químico são colocados na terra que foi retirada da parte de cima da cova, ou seja, a terra da superfície. ■■ As covas são cheias com a terra superficial retirada da parte superior da cova, misturada com o esterco e os fertilizantes indicados para a adubação de fundação. ■■ Se a mistura da terra superficial com os adubos não for suficiente para encher a cova, deve-se completar o enchimento utilizando a terra superficial em volta da cova. ■■ A terra retirada da parte de baixo da cova não deve ser usada para completar o enchimento; ela poderá ser espalhada em volta da cova ou ser utilizada para fazer um bacia de irrigação. ■■ As covas devem ser preparadas, sempre que possível, antes do período chuvoso, trinta dias antes do plantio.
Como devem ser as linhas de plantio do cajueiro? Como deve ser colocado o adubo orgânico e químico nas covas? Com quais finalidades usa-se a cobertura morta? NPK = nitrogênio, fósforo e potássio. A adubação orgânica melhora as características do solo e retém mais água para a planta. Matéria orgânica: diz-se de produtos, originados de processo natural e constituídos de compostos de carbono.
Resumo da lição • O preparo do solo para a instalação de um pomar de cajueiro deve ser cuidadosamente planejado; • Recomenda-se fazer a calagem do solo e o controle da erosão, quando necessário; • A aração deve ser realizada no sentido contrário ao declive do terreno; • A gradagem só deve ser realizada se houver plantio consorciado; • A marcação e a abertura das covas deve ser efetuada segundo as curvas de nível; • O espaçamento ideal para o plantio do cajueiro é triangular e em xadrez; • A adubação de fundação é o enchimento das covas com adubo orgânico e químico.
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Lição 8
Plantio do cajueiro Rega: molhar por irrigação ou aspersão, aguar.
Como deve ser feito o plantio do cajueiro? Quais as vantagens de cada um dos tipos de mudas?
Enxertia: é a união de uma borbulhia ou de um garfo (cavaleiro) sobre o porta-enxerto (cavalo).
Tutoramento: proteção, amparo feito com estaca de madeira onde amarra-se o cajueiro para evitar a ação do vento.
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A
instalação da cultura de caju deve ser feita através da semeadura direta da castanha ou do plantio de mudas e realizada logo que se iniciarem as chuvas para que as plantas aproveitem todas as precipitações ocorridas durante a estação chuvosa, conseguindo melhores condições de desenvolvimento. Quando se possuem meios para efetuar a rega (irrigação), o plantio pode ser feito em qualquer época do ano, mesmo na estação seca. Como o plantio é muito importante para o “pegamento” das mudas, deve ser efetuado com o máximo de cuidado. Na atualidade, praticamente, não mais se usa o plantio da castanha no local definitivo, sendo o plantio com mudas de pé-franco ou enxertadas, principalmente, os mais recomendados para a instalação da cultura. As mudas de pé-franco apresentam-se mais rústicas e vigorosas, enquanto as enxertadas permitem a formação de plantas mais uniformes, de menor porte, mais precoces e de elevada produtividade. As mudas a serem plantadas devem ter qualidade e corresponderem ao clone pretendido, serem bem conformadas e isentas de pragas e doenças, já que são de fundamental importância para o sucesso da cultura, pois as suas qualidades e defeitos estarão presentes por toda a vida do pomar. As mudas enxertadas, quando forem levadas para o campo, devem estar com, no mínimo, seis folhas e terem passado por um período de permanência em viveiro, após a
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data da enxertia, de 60 a 75 dias. Após o plantio, devem ser retiradas as fitas de amarrio do enxerto das plantas que ainda as tiverem. Por ocasião do plantio, abrem-se covetas no centro das covas, com profundidade aproximada da altura do saco plástico e devem ser seguidos estes passos: 1º passo: retira-se o saco plástico, com cuidado para não partir o torrão aderido à muda; 2º passo: coloca-se o torrão inteiro na coveta, de modo que o colo da muda fique um pouco acima da superfície do terreno. Com as mãos, coloca-se a terra em volta do torrão e pressionase, com os pés, a terra em volta da muda para que ela fique bem firme; 3º passo: após o plantio, faz-se a bacia para irrigação, com a terra do fundo da cova; 4º passo: coloca-se uma estaca (piquete) próxima da muda, do lado contrário aos ventos dominantes, para servir de tutor, durante o período de desenvolvimento da planta.
Tutoramento
Entre 30 a 45 dias após o plantio, efetua-se o replantio das mudas mortas e daquelas que apresentaram desenvolvimento deficiente.
Cultura intercalar ou consórcio O cajueiro, geralmente, é cultivado em solos de baixa fertilidade; mesmo assim, presta-se à consorciação com outras culturas. O emprego de culturas anuais nas entrelinhas do cajueiral é uma prática recomendável, pois, além de possibilitar o melhor uso do solo, proporciona renda extra nos primeiros anos de plantio, época em que o cajueiro não produz frutos, ficando, ainda, garantidos os custos de controle de infestantes pela venda da produção da cultura intercalar. Na escolha da cultura intercalar a ser empregada deve-se, sempre que
possível, dar preferência às leguminosas como o feijão. Entretanto, podem ser usados outros tipos de culturas, tais como: o milho, a mandioca e, até mesmo, o mamoeiro. O período de tempo que a cultura intercalar pode estar sendo praticada depende do desenvolvimento do plantio de cajueiro; porém, não se deve semear a cultura intercalar a menos de 1,5 m a 2 m da cultura principal, dependendo do porte da espécie usada na consorciação. Uma outra fonte de renda para o agricultor é a consorciação com animais de pequeno porte, como o cabrito ou as abelhas. As abelhas, além do mel, podem proporcionar uma melhor polinização dos cajueiros o que, provavelmente, aumentará o rendimento da cultura.
Descreva os passos no plantio do cajueiro. Quais as vantagens da plantação do cajueiro consorciado?
Resumo da lição • A instalação da cultura do cajueiro deve ser realizada no início das chuvas com o plantio de mudas enxertadas; • As mudas devem ter qualidade, serem bem conformadas e isentas de pragas e doenças; • O plantio do cajueiro é feito em cova com profundidade da altura do saco plástico; • O cajueiro pode ser consorciado com leguminosas, milho, mandioca e mamoeiro.
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Lição 9
Condução do pomar
A
Qual a finalidade do desbaste?
condução do pomar refere-se às operações ou tratos culturais realizados no pomar, após a semeadura direta ou o plantio e o replantio. O pomar deve ser conduzido de modo a permitir rentabilidade elevada, com o menor custo de produção possível e para atingir este objetivo, os tratos culturais devem envolver uma série de operações bem-sucedidas que dependem da época de execução, do equipamento empregado e da mão de obra, que deve ser utilizada com critério para não onerar os custos de produção.
Desbaste
Desbrota
A fim de se evitar a penetração de insetos ou de fungos, é conveniente aplicar uma pasta fungicida ou mesmo tinta a óleo no local do corte.
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O desbaste consiste na eliminação das mudas excedentes, resultantes da germinação de mais de uma castanha, em cada cova, colocadas por ocasião da semeadura direta. Ele deve ser realizado quando as plantas estiverem com 15 cm a 20 cm de altura, deixando-se, apenas, a muda mais vigorosa. Durante o desbaste ou eliminação das plantas excedentes, devese ter o cuidado de, ao arrancar uma muda, não danificar ou desenterrar a que vai permanecer na cova. Por isso, para retirar a muda que vai ser descartada, deve-se prender o solo com a outra mão.
Desbrota A desbrota é a eliminação dos ramos laterais da planta que brotam, geralmente próximos ao solo, têm crescimento vertical e são comumente chamados de “ramos ladrões”.
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A eliminação destes ramos deve ser realizada sempre e logo que eles aparecerem, pois quanto mais cedo for efetuada, a desbrota tornase mais fácil e causa menos danos à planta. Quando a operação é efetuada em rebentos recentes, a eliminação pode ser feita só com as mãos; caso contrário, deverão ser usados canivetes, facas ou tesouras de poda.
Tutoramento O tutoramento consiste na colocação de uma estaca, próxima à muda e com aproximadamente um metro de altura, chamada de tutor, no lado dos ventos dominantes para que, ao se desenvolver, a plantinha seja amarrada ao mesmo, impedindo que o vento a danifique e fazendo-a crescer ereta. Geralmente, utilizamse as estacas empregadas para marcar as covas de plantio.
Adubação A adubação do pomar refere-se às adubações de cobertura, que devem ser realizadas após o plantio. O cajueiro é considerado uma espécie rústica, adaptada às condições litorâneas do Nordeste, desenvolvendo-se em solos de baixa fertilidade. Há poucos resultados de pesquisa informando sobre as verdadeiras necessidades do cajueiro; por isso, as adubações são feitas sem uma melhor orientação. No entanto, o cajueiro-anão-precoce, em regime de irrigação e submetido a um programa de fertiliza-
ções, tem respondido com elevada produtividade, superior a 4.500 kg de castanha/hectare. Uma cajucultura moderna exige o emprego de fertilizantes e corretivos em quantidades adequadas para suprir as necessidades da planta e repor as perdas do solo. No ano de implantação da cultura, devem ser efetuadas, no mínimo, duas adubações de cobertura durante o período das chuvas, ou seja: na 1ª aplicam-se 50 gramas de ureia por planta, 30 a 40 dias após o plantio; na 2ª aplica-se a mesma dosagem, 30 dias após a primeira. Pode-se fazer uma terceira aplicação, com a mesma dosagem de ureia e no mesmo intervalo de
tempo, se houver continuidade das chuvas ou disponibilidade de rega, podendo esta adubação ser feita, tanto no cajueiro do tipo anão quanto do tipo comum. As adubações dos anos seguintes deverão ser diferenciadas, de acordo com a tabela a seguir, para os dois tipos de cajueiro, devendo, no entanto, levar em conta que todo o superfosfato triplo e a metade das dosagens da ureia e do cloreto de potássio devem ser aplicados no início das chuvas (janeiro/fevereiro) e, o restante, em duas aplicações iguais, com intervalo de 30 a 40 dias ou em uma única aplicação, 45 a 60 dias após a primeira adubação de cobertura.
ADUBAÇÃO DE COBERTURA DO CAJUEIRO Tipo de cajueiro Anão
Comum
Ano 2º 3º 4º em diante 2º 3º 4º 5º 6º em diante
Todo o processo de adubação deve ser precedido da análise do solo, pois ela irá complementar as carências deste e o adubo deve ter cuidadosamente homogeneizado os seus componentes para que todas as substâncias fiquem bem distribuídas.
Cobertura morta A cobertura morta ou mulch é a designação dada à cobertura com material vegetativo que se faz em toda a área do pomar ou somente em volta das plantas e que traz vários benefícios à cultura, tais como:
Adubação por planta (em gramas) Ureia 100 200 400 70 100 150 200 250
Super. triplo 200 250 300 100 150 200 250 300
Clor. de potássio 100 150 300 100 150 200 250 300
■■ Redução
da temperatura no solo. ■■ Suprimento de nutrientes. ■■ Redução da evaporação do solo. Sempre que haja possibilidade, deve-se efetuar a cobertura morta quando se aproximar o final da estação chuvosa. Ela deve ser feita com os materiais disponíveis na propriedade, tais como: palha de cana, capim, palha de arroz, palha de carnaúba (bagana) e outros. O emprego da cobertura morta é muito importante, principalmente nos primeiros anos da cultura, por proporcionar um maior período de
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Quais as finalidades de usar-se a cobertura morta?
disponibilidade de água no solo para o desenvolvimento das plantas, além de aumentar os intervalos de rega, quando esta é realizada.
Irrigação Irrigação: é usada para corrigir a carência de água e pode ser através de sulcos ou aspersão.
A água é essencial em todas as etapas de desenvolvimento do cajueiro. Sua necessidade vai desde a hidratação da castanha, no processo germinativo, quando ela necessita absorver cerca de 90% do seu peso seco de água para desencadear o processo de germinação até a produção do fruto. A qualidade da água também é importante, pois o aumento de salinidade pode reduzir a absorção de nutrientes e causar sérios danos ao cajueiro. Nas áreas onde o cajueiro é plantado, normalmente, não se efetua a rega, principalmente por serem zonas de solos arenosos, aonde não há água em abundância e, ainda, por ser o cajueiro considerado cultura resistente à seca. No entanto, uma muda plantada no início da estação chuvosa não tem capacidade de desenvolver um sistema radicular profundo que possa beneficiar-se da umidade, até a chegada das chuvas no ano seguinte.
Observações importantes ■■ A
Por que devemos alargar o coroamento no final da estação chuvosa?
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rega do pomar na estação seca, durante os primeiros anos da cultura, proporciona melhores condições de desenvolvimento às mudas recém-plantadas, além de evitar a morte de plantas, por deficiência de umidade no solo; ■■ A quantidade de água e a frequência da irrigação vão depender das condições de cada região. No litoral, o suprimento diário necessário por planta é de 20 litros, colocados na bacia de irrigação com cobertura morta; ■■ A associação da rega com a cobertura morta proporciona eco-
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nomia de mão de obra significativa, devido à redução do consumo de água e à dilatação dos intervalos de rega.
Controle de invasores Dentre as preocupações dos cajucultores, destacam-se o controle dos invasores para que se possa produzir mais e com melhor qualidade, o que somente é possível com aplicação de técnicas atualizadas de controle das invasoras ou infestantes, que deve ser uma constante preocupação na condução do pomar. Caso tenha sido semeada uma cultura intercalar, as capinas serão de acordo com as necessidades desta cultura. Entretanto, maior cuidado deverá ser dado à limpeza das ervas daninhas em volta dos cajueiros, não devendo haver ocorrência destas, durante todo o ano, sob a copa e em volta das plantas. Quando o cajueiro for plantado isoladamente, pode-se seguir o seguinte esquema de controle de ervas daninhas: 1º passo: durante a estação chuvosa, deve-se efetuar apenas o coroamento (eliminação total das ervas) em volta das plantas e o roço, no restante da área. Devem ser realizados tantos coroamentos e roços quantos forem necessários para manter as infestantes sob controle. 2º passo: no final da estação chuvosa ou no início da estação seca, deve-se alargar o coroamento para diminuir a concorrência pela umidade do solo ou proceder a eliminação total das ervas. As operações de controle das infestantes poderão ser efetuadas, manualmente, com o auxílio de enxadas, facões e foices ou, mecanicamente, com o emprego de instrumentos agrícolas, tais como grades, roçadeiras, cultivadores e enxadas rotativas.
Todos os trabalhos de mobilização do solo, quer manuais quer mecânicos, devem ser feitos com os necessários cuidados para não afetarem as raízes laterais absorventes do cajueiro que se concentram nos primeiros 15 cm de solo, numa proporção aproximada de 54%.
Poda A poda praticada no cajueiro resume-se à poda de limpeza, que é a eliminação dos ramos secos, doentes e com pragas. Sobre a poda de frutificação, que não é praticada nesta cultura, os primeiros resultados de pesquisa indicaram que ela não deve ser efetuada, pois nenhuma vantagem trouxe para as plantas ou para o produtor. Além disso, é uma operação dispendiosa e que exige pessoal treinado para a sua realização. Recomenda-se apenas a poda de limpeza, que deve ser efetuada no intervalo entre a frutificação e a emissão de rebentos novos, fase que antecede a floração seguinte, ou seja, no período de repouso vegetativo. A poda de formação poderá, também, ser efetuada, mas apenas se a planta estiver tomando uma conformação muito irregular.
Pontos importantes: ■■ Durante
o primeiro ano, a poda consiste na eliminação de brotações emitidas do porta-enxerto (desbrota). No segundo ano, no corte dos ramos laterais, ou terminais, com crescimento excessivo. ■■ Deste modo o cajueiro formará uma copa compacta, em forma de meia lua, ramificada a partir da base, que permitirá melhor apro-
veitamento dos dois terços inferiores da copa, onde se concentra a produção periférica. ■■ Proveniente da poda, uma certa quantidade de madeira é obtida, podendo ser utilizada como lenha, aumentando o valor econômico do cajueiro.
Manejo do cajueiro Estima-se que, na maioria dos pomares, cerca de 62% das plantas produzem abaixo de 4 kg de castanha sendo responsáveis por 30% da produção; enquanto 38% respondem por 70% dessa produção. Esses dados mostram que é possível eliminar quase a metade dos cajueiros de uma plantação sem provocar redução drástica na produção. No entanto, a eliminação destas plantas, mesmo diminuindo pouco a produção, deixa espaços vazios no cajueiral. A solução seria a eliminação das copas das plantas improdutivas, substituindo-as por copas de plantas de elevada produção, processo conhecido como técnica de “substituição de copas”.
Substituição de copas A substituição de copas é feita em cinco etapas, que são: seleção das plantas para a eliminação da copa, o corte ou eliminação da copa; seleção e desbaste das brotações; a enxertia e a seleção dos enxertos “pegados”. 1ª etapa: o processo de substituição de copas inicia-se com a seleção das plantas improdutivas que são, geralmente, aquelas com aspecto de “castanhola” ou “eucalipto” e, também, as plantas com folhas parecidas com “orelhas de onça”.
Por que não devemos realizar a poda de frutificação?
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Cajueiro tipo castanhola
Cajueiro tipo eucalipto
2ª etapa: a eliminação da copa consiste no corte do tronco, em forma de bisel conforme modelo mostrado na
Cajueiro de baixa produção
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Formação para o trabalho 2 produtor de caju
figura, a uma altura de 40 cm acima da superfície do solo.
Planta após corte da copa a 40 cm do solo
O período para a eliminação da copa depende da época de oferta do material propagativo para a enxertia. Deste modo, o corte deve ser realizado entre os meses de abril e agosto, para que a enxertia seja realizada no período de julho a dezembro, época em que as plantas estão em floração/frutificação.
A eliminação seletiva dos cajueiros que produzem cerca de 2 kg de castanha e que representam cerca de 30% do pomar deve ser precedida de uma avaliação individual das produções das plantas.
O corte da copa em bisel facilita o escoamento da água, evitando que ela penetre entre a casca e o lenho, o que poderia provocar o desenvolvimento de pragas e doenças.
Eliminação seletiva em plantação de cajueiro comum
Quando se faz a eliminação das plantas de baixa produção, as que permanecem na área por terem sido consideradas de maior potencial produtivo, deverão aumentar a produção, em virtude da diminuição da competição por água, luz e nutrientes. A madeira resultante da eliminação das copas deve ser retirada para ser usada no consumo da propriedade ou vendida, como lenha, para padarias, engenhos e fábricas de cerâmica da região.
3ª etapa: as brotações surgem com maior intensidade entre o segundo e o terceiro mês, após a eliminação da copa. Ao final desse período, deve-se proceder à seleção das brotações para a enxertia, deixando-se 8 a 10 brotações bem distribuídas ao redor do tronco e, de preferência, localizadas na parte superior do mesmo. Deixam-se as brotações mais vigorosas para maior facilidade de pegamento dos enxertos.
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Ramos enxertados cajueiro comum
As borbulhas devem ser retiradas dos ramos com panículas e com as gemas entumecidas, para facilitar o pegamento dos enxertos.
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4ª etapa: a enxertia é realizada nas brotações selecionadas, a cerca de três a quatro meses após o corte das plantas, período que deve coincidir com o da floração/frutificação dos cajueiros, utilizando-se o processo de borbulhia em chapa ou com lenho, empregando-se borbulhas dos clones de cajueiro-anão-precoce, visando ao aumento na produção e a redução no porte das plantas. Após a enxertia, as borbulhas devem ser cobertas com uma folha, a fim de se evitar a incidência dos raios solares e o contato com a água da chuva ou da rega. A enxertia deve ser realizada por um enxertador bem treinado para que haja maior probabilidade de sucesso. 5ª etapa: dentre os enxertos “pegados” e desenvolvidos, escolhem-se três a cinco para recompor a copa da planta. Os enxertos escolhidos, de preferência na parte superior da planta, devem ser os mais vigorosos e mais bem distribuídos ao redor do tronco. Deve-se dispensar uma série de cuidados às plantas cujas copas
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foram substituídas, podendo-se listar, como principais, os seguintes: ■■ Inspeção semanal das plantas, verificando se há presença de cupins ou de outras pragas no tronco decapitado. ■■ Após o pegamento dos enxertos, que ocorre a cerca de 20 dias após a enxertia, efetua-se o corte das brotações, a 10 cm acima do ponto de enxertia. ■■ Passados cerca de 20 dias após o primeiro corte, efetua-se o segundo corte das brotações, cortando-se, desta vez, a 2 cm acima do ponto de enxertia. A seguir, retira-se o amarrio para que a nova brotação não fique estrangulada. ■■ A partir dessa etapa, eliminam-se todas as novas brotações que aparecerem no tronco. A substituição das copas, dependendo do tamanho da área, pode ser realizada de uma só vez ou parcelada em dois ou mais anos.
Cajueiro com nova copa
Resumo da lição • O pomar de cajueiro deve ser conduzido para obter maior rentabilidade e baixo custo; • Na condução do pomar devem sempre ser realizados os seguintes tratos culturais: desbaste, desbrota, tutoramento, adubação, cobertura morta, irrigação, controle de infestantes, pragas, doenças, poda e manejo do cajueiro comum adulto.
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Lição 10
Pragas e doenças
D
oença é a denominação geral usada para os males de plantas e animais. Já praga são as doenças causadas por insetos. O cajueiro está sujeito a doenças, cuja incidência, em determinadas condições, pode comprometer a produção se não for controlada no devido tempo. Por isso, inspeções periódicas devem ser feitas no pomar para avaliação, identificação e controle, quando necessário.
Aplicação de defensivos O combate a uma praga não depende apenas da escolha do inseticida adequado. A maneira como a pulverização é feita é muito importante, pois é esta operação que vai garantir a colocação da dosagem correta, de modo adequado e ela pode ser realizada com pulverizador tratorizado ou costal, tipo de bomba tocada manualmente de pressão constante.
Pulverizador costal
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É muito comum nas nossas lavouras, o uso de equipamentos inadequados ou defeituosos, sem o conhecimento da quantidade de água gasta por hectare. Nestas condições as pragas não serão bem controladas, levando os produtores a acreditarem que o defensivo utilizado não é eficiente. Siga algumas orientações simples, para tornar as pulverizações mais eficientes, no combate às pragas do cajueiro: ■■ Use bico tipo cone. ■■ Na pulverização, os bicos têm que ficar mais ou menos, a um palmo acima das plantas. ■■ Existem vários tipos de bico cone, que gastam mais ou menos água e/ou são mais ou menos eficientes, dependendo de cada situação. Avalie e escolha o mais adequado para o seu caso. ■■ Não pulverize sem usar a peneira. Ela serve para evitar o entupimento dos bicos e como existem vários tipos, use aquela que mais se adequar ao bico que vai trabalhar. ■■ Antes de pulverizar, faça uma revisão do equipamento. Não trabalhe com bicos danificados ou entupidos. Saiba que cada bico tem uma vida útil determinada pelo fabricante. ■■ Não desentupa os bicos do pulverizador com arame ou outro instrumento que possa danificá -lo, e muito menos com a boca. Se for preciso limpá-lo, faça a desmontagem.
■■ Faça
a calibração do pulverizador diretamente na lavoura, para determinar a quantidade de água que vai ser misturada à dosagem recomendada do inseticida. ■■ A calibração nada mais é do que o teste para calcular a quantidade de água que será gasta em um hectare. ■■ Procure manter a velocidade de pulverização constante.
Cuidados para evitar intoxicação com defensivos ■■ Não
pulverizar contra o vento. ■■ Usar roupas de mangas e calças compridas. ■■ Não usar pulverizadores que estejam vazando. ■■ Usar luvas de borracha. ■■ Usar máscara com filtro ou um lenço. ■■ Usar botas. ■■ Depois da aplicação, tomar banho e lavar as roupas, para depois usá-las. ■■ Não desentupir o bico do pulverizador com a boca ou com arame.
■■ Não
comer ou fumar durante a aplicação. Para a obtenção de maiores informações sobre os métodos de controle e de orientações a respeito de nomes dos produtos comerciais, as dosagens a serem utilizadas, os tipos de equipamentos para a proteção individual e os bicos de pulverização, devem-se procurar os escritórios do Serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural. O intervalo de segurança mínima ou carência é o espaço entre a última aplicação do defensivo e a colheita; deve ser rigorosamente obedecido para que os resíduos dos produtos não prejudiquem a saúde humana. Estes intervalos de segurança são listados na tabela a seguir. Apesar da sua rusticidade, o cajueiro está sujeito a várias pragas que interferem, diretamente, no rendimento da cultura. Por isso, deve-se cuidar bem da área, pois quanto maiores forem o desleixo e o abandono dos plantios, mais intensos serão os prejuízos.
Equipamentos para evitar intoxicações
PESTICIDAS PARA O CONTROLE DE PRAGAS E DOENÇAS Nome comercial
Dosagem (g ou mL)
Intervalo de segurança (dias)
Classe toxicológica
Trichlorfon
Dipterex SC 50
150 - 200
7
II
Malathion
Agridion CE 50
150 - 200
7
II
Folidol CE 60
70 - 100
21
I
Parathion etil
Rodiatox CE 60
50 - 80
21
I
Azinphos etil
Azincol CE 40
100 - 200
21
I
Fenitrothion
Sumithon CE 50
100 - 200
14
II
Cupravit PM 50
200 - 300
7
III
Copranol BR PM 84
150 - 200
7
III
Nome técnico
Parathion methyl
Oxicloreto de cobre
CE = concentração emulsionável; I = altamente tóxico; II = pouco tóxico; III = praticamente não tóxico; PM = pó molhável Fonte: Teixeira et al. 1991, Embrapa/CNPCa.
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Pragas As principais pragas que afetam a produção do cajueiro são: brocadas-pontas, larva-do-broto-terminal, traça-da-castanha, tripes, pulgãodas-inflorescências e verruga-dasfolhas.
Broca-das-pontas (Anthistarcha binocularis)
Listas cloróticas: coloração amarelada das partes normalmente verde da folha cuja causa mais importante é a carência de elementos nutritivos indispensáveis, sendo em geral o ferro.
Quais os produtos químicos utilizados no controle das pragas do cajueiro?
O inseto é uma pequena mariposa acinzentada, que faz postura nos rebentos terminais e abre larga galeria nos ramos, até à parte lignificada. As folhas e as inflorescências dos ramos ficam murchas e a produção diminui.
Larva-do-broto-terminal (Stenodiplosis) Na época do fluxo vegetativo, as gemas terminais são atacadas pela larva do Stenodiplosis (Antiga contarina spp) um díptero que deforma as brotações, secando as pontas e levando à morte das gemas. A morte dessas gemas estimula o surgimento de brotações laterais, que também são atacadas e destruídas, forçando o vegetal a emitir novas brotações. Ataques sucessivos provocam emissões de novas brotações laterais, que causam atraso no desenvolvimento do cajueiro. Quando o ataque é severo, o número de panículas fica reduzido e a produção diminui podendo, inclusive, levar à morte da planta.
Traça-da-castanha (Anacampsis sp.) O inseto é uma pequena mariposa, que, no estado larval, penetra no maturi nos primeiros estágios de desenvolvimento, pelo ponto de inserção da castanha com o pedúnculo, destrói totalmente a amêndoa e, antes de empupar, faz um buraco na ponta da castanha, para a saída do adulto. Castanha atacada pela traça
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Tripes-da-cinta-vermelha (Selenothrips rubrocinctus) Na época seca, o inseto, que mede cerca de 1 mm de comprimento, ataca a face inferior das folhas maduras, a parte lenhosa dos ponteiros, as inflorescências, os maturis e os frutos, sugando a seiva, o que torna cloróticas (amareladas) as partes atacadas que depois passam à cor prateada. O ataque causa a queda das folhas, o secamento das inflorescências e prejuízos à frutificação.
Pulgão-das-inflorescências (Aphis possypii) O pulgão, com 1 a 2 mm de comprimento, vive em colônias nas inflorescências, sugando a seiva, causando murcha, seca e queda das flores e dos maturis ou, então, no hilo da castanha, deixando uma mancha coberta por fumagina.
Verruga-das-folhas ou cecídia (Stenodiplosis) É uma praga mais comum em viveiro de produção de mudas de cajueiro. O inseto ataca, preferencialmente, folhas jovens de cor arroxeada, por serem ricas em antociana. O ataque provoca secagem e queda das folhas. O controle pode ser feito com aplicações de carbaryl, parathions methyl e diazinon.
Doenças As principais moléstias que causam danos ao cajueiro são as micoses, doenças causadas por fungos. Entre as principais destacam-se:
Antracnose (Colletrotichums gloeosporioides) Principal doença que incide sobre o cajueiro ocorre, principalmente, na época chuvosa, com maior frequência nos anos de maior quantidade de chuvas, quando o cajueiro emite o fluxo vegetativo.
As brotações novas são atacadas, as folhas ficam retorcidas e deformadas, com áreas mortas nas margens dos limbos. O ataque do fungo pode atingir as inflorescências, as castanhas e os pedúnculos. As castanhas afetadas apresentam deformações com necroses escuras. Os pseudofrutos podem ficar apodrecidos ou deformados por extensas lesões necróticas que se abrem em fendas longitudinais.
Mofo-preto (Diploidium anacardiacearum) O fungo ataca a página inferior das folhas velhas, formando um bolor negro que obstrui os estômatos. Nos anos chuvosos, o mofo-preto pode dar mau aspecto às plantas. A incidência do fungo ocorre no período de repouso vegetativo, época em que se dá a queda das folhas. Quando o ataque assume caráter de maior severidade, a queda da folhagem é acelerada, ficando as plantas com mau aspecto e com pouca folhagem.
Descreva as principais pragas do cajueiro. Quais as principais doenças do cajueiro?
Resumo da lição • As pragas e micoses causam prejuízos à cultura do caju; • As principais pragas do cajueiro são: broca-das-pontas, larva-do-brototerminal, traça-das-castanha, tripes e pulgão-das-inflorescências; • Principais micoses do cajueiro: antracnose e mofo-preto; • No combate às pragas e doenças são utilizados pesticidas que devem ser aplicados com cuidados para evitar intoxicação.
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Os estudiosos da economia estão de acordo que a educação é o motor do desenvolvimento e qualificar a população que possui baixa escolaridade é o grande desafio dos gestores do século XXI. REALIZAÇÃO
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