Nasci na década de 1970 e vivi em uma casa com jardim e quintal, com a rua toda para mim e para os meus amigos da vizinhança. No meu bairro abundavam as plantas, os passarinhos e as borboletas que se espalhavam pelos sítios, quintais e terrenos baldios. Lá eu podia ser qualquer coisa: espiã, mocinha, bandida. Lá eu podia correr, andar ou simplesmente ficar parada olhando o céu e vendo os desenhos que se formavam nas nuvens ou ver o mundo de cabeça para baixo. De noite, era deitar na calçada e contar estrelas ou olhar fixamente para a lua e ver São Jorge. Lá eu caçava borboletas. “A Caçadora de Borboletas” é meu primeiro livro. Ele nasceu como um pequeno texto e acabou se transformando num livro-imagem que mistura lembranças e ficção.
A menina desta história, que você vai construir junto com a autora, era uma caçadora de borboletas. Não, ela não as colava vivas para fazer um quadro. Quando você descobrir o que ela fazia, terá uma imensa surpresa e saberá o porquê de a menina ter gravado essa lembrança para sempre na memória, lugar onde guardamos as melhores passagens da nossa infância.
o Luciene Lob