apicultura
Paulo Airton de Macedo e Silva
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Fundação Demócrito Rocha
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Silva, Paulo Airton de Macedo e S586a Apicultura/ Paulo Airton de Macedo e Silva. - Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha/ Instituto Centro de Ensino Tecnológico - CENTEC, 2013. 32p. : il. color. - (Coleção Formação para o trabalho)
ISBN 978-85-7529-591-5
1. Criação de abelhas. 2. Apicultura. I. Título.
Todos os direitos desta edição reservados a:
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Sumário Apresentação......................................... 04
Lição 7
Lição 1
Técnicas de manejo das colmeias....... 18
História das abelhas............................. 05
Lição 8
Lição 2
Colheita e processamento do mel........ 23
Criação de abelhas............................... 06
Lição 9
Lição 3
Rotina do apiário.................................. 25
Habitação das abelhas......................... 07
Lição 4 Material do apicultor iniciante............... 10
Lição 10 Produção artificial de rainhas............... 29
Lição 11
Lição 5
Plantas melíferas.................................. 31
Família das abelhas melíferas............. 12
Referências........................................... 32
Lição 6 O apiário................................................ 15
Apitoxina: veneno liberado pelas abelhas. Veneno: designação genérica de substância que ministrada por qualquer via ou desenvolvida no próprio corpo, causa lesão orgânica ou distúrbio funcional pela ação bioquímica que exerce.
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Formação para o trabalho apicultura
Apresentação A apicultura vem ganhando espaço no Brasil como uma atividade rentável, pois apresenta retorno rápido do capital investido; além disso, as condições climáticas são bastante favoráveis ao desenvolvimento das abelhas do gênero Apis. Além dos produtos que as abelhas fornecem – mel, cera, própolis, geleia real, apitoxina (veneno); – elas são um dos principais agentes de polinização, podendo inclusive serem criadas consorciadas com diversas culturas como a do cajueiro, onde proporcionam uma melhor polinização o que, provavelmente, aumentará o rendimento da cultura. Ainda se desenvolve paralelamente a esta atividade da indústria apícola, um comércio de núcleos de abelhas-rainha. A atividade apícola pode ser desenvolvida em pequenas áreas com uma exigência mínima em mão de obra, requerendo apenas do apicultor um manejo adequado
que atenda às condições necessárias para o bom desenvolvimento dos cortiços. Resumimos, neste Manual, informações básicas sobre apicultura, procurando obedecer uma sequência lógica, que venha fornecer uma melhor compreensão de todas as etapas indispensáveis ao sucesso de quem está se iniciando na atividade apícola. Por tratar-se de assunto tão rico em detalhes, limitamo-nos a comentar questões mais presentes no dia a dia de um apicultor. Procuramos sempre norteá-lo no caminho da coerência, evitando assim, os riscos que possam conduzir o seu empreendimento ao insucesso. Atentos a estas informações preliminares os interessados em apicultura podem complementar seus conhecimentos através da prática no próprio apiário, como também buscando manter um contato permanente com apicultores mais experimentados.
Lição 1
História das abelhas Chico Gadelha
Própolis ou própole: substância resinosa que as abelhas segregam e com que tapam as fendas do próprio cortiço. Espermatozóide: célula reprodutora masculina. Milímetros: mm.
Colônia de abelhas
A
abelha é um inseto explorado desde as épocas mais remotas, pelo homem primitivo, para dela extrair o mel, o seu adoçante natural. Isto era feito de modo predatório, sempre ocasionando sérios prejuízos à organização das colônias. Os primeiros contatos registrados com as abelhas produtoras de mel foram feitos pelos egípcios, gregos e romanos. Eles retiravam além do mel, a cera, a própolis; produtos utilizados em diversos trabalhos, inclusive no embalsamento de cadáveres humanos. Foi o imperador D. Pedro II quem trouxe da Europa para a província do Rio de Janeiro, no Brasil, as abelhas produtoras de mel (gênero Apis). Em 1870, chega a Rio Claro (SP) abelhas (Apis mellifera ligustica) da Península Ibérica, por intermédio dos padres jesuítas. Estas abelhas da raça italiana têm a característica de serem mansas, pois dificilmente agridem os homens ou os animais. Por volta do ano de 1956, as abelhas italianas passaram a cruzar com as abelhas africanas (Apis mellifera adansonii), origi-
nando uma abelha mestiça de maior agressividade. A evolução da apicultura a nível mundial ocorreu de forma lenta, sendo que as grandes descobertas surgiram somente a partir do século XIX, entre elas: 1814 - Francisco Huber, suíço, desenvolveu a primeira colmeia de observação. 1845 - Johanes Dizerzan, polonês, confirmou a teoria da partenogênese em abelhas. 1857 - Johanes Mehring, alemão, produziu a primeira folha de cera alveolada. 1876 - A I. Root, americano, construiu a prensa de estampar a lâmina de cera. 1810 a 1895 - Lorenzo Lorain Langstroth, americano, descobriu a relação espaço/abelha (6 - 9 milímetros), medida esta que estabeleceu o espaço para o trânsito e trabalho das abelhas no interior da colmeia. A partir desta observação surgiu a Colmeia Langstroth (1851) que ainda hoje é usada em todo o mundo e reconhecida pelo Ministério da Agricultura como o padrão nacional.
Qual a espécie de abelha que predomina no povoamento dos apiários?
Resumo da lição • Os primeiros povos a trabalhar com as abelhas foram os egípcios, gregos e romanos. • As abelhas que povoam os apiários não são puras de raça; são conhecidas como africanizadas. • As abelhas mestiças ou africanizadas são mais produtivas e também mais agressivas. • As descobertas na área da apicultura são feitas graças a pesquisadores que dedicam todo o seu tempo ao estudo destes insetos.
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José Leomar
Lição 2
Criação de abelhas
A A criação racional torna a produção viável
Saturado: estado do mel em que a concentração do soluto (açúcares) é a máxima compatível com as condições de temperatura e pressão da solução. Cristalizada: passagem do mel do estado líquido para o estado cristalizado, ou seja, em forma de cristal. Existem pessoas que são alérgicas à ferroada de abelha.
Evilázio Bezerra
Abelha retirando néctar para produção de mel
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Formação para o trabalho apicultura
s abelhas realizam um importante papel na natureza, que é o de polinização das espécies vegetais, contribuindo para o aumento das safras e garantindo a perpetuação das plantas. Quando criamos de modo racional esses importantes insetos, fazendo uso de técnicas recomendadas, tornamos esta atividade viável, com as seguintes vantagens: ■■ As abelhas realizam a polinização dos vegetais; ■■ A apicultura pode ser desenvolvida em pequenas áreas; ■■ Em situações normais as abelhas não precisam ser alimentadas, pelo contrário, oferecem ao apicultor cera, própolis e sobras de seu alimento; ■■ Até mesmo o seu veneno (Apitoxina) é utilizado na medicina para combater o reumatismo; ■■ A atividade industrial da apicultura desenvolve-se junto à criação de abelhas; ■■ O mel, a cera, a própolis, a geleia real, a comercialização de núcleos e rainhas alcançam bons preços no mercado, permitindo lucros compensadores. O principal produto da abelha é o mel. A maneira mais comum de encontrarmos o mel é na forma líquida, formando uma solução saturada de açúcar. Também podemos encontrá-lo na forma cristalizada e, por último, o mel pode ser encontrado em favos protegidos por embalagens plásticas ou imerso em potes, juntamente com o mel líquido.
O mel é um excelente adoçante natural, encontrado em abundância nas flores e que somente as abelhas são capazes de aproveitá-lo. O mel sólido ou cristalizado apresenta um produto de superior qualidade. A apicultura é uma atividade que entusiasma o iniciante, transformando-o muitas vezes em grande empreendedor. Mas nunca descarte a possibilidade desta atividade criar incômodos insuportáveis, especialmente para aqueles que estão se iniciando no trabalho de criação de abelhas. Por isso, recomendados ao iniciante montar seu apiário com um número mínimo de colmeias, entre 3 e 5, pois nesta fase da implantação do projeto vão surgindo as experiências que lhe dará condições de continuar ou não com a atividade. O conhecimento básico sobre apicultura é também uma recomendação importante, uma vez que no momento há uma grande carência de pessoal qualificado para desenvolver essa atividade. O principiante deve saber como se instala um apiário, uma colmeia e o correto manejo com as abelhas. Quais as vantagens da criação de abelhas?
Resumo da lição • A apicultura pode se transformar numa fonte de renda na propriedade. • Deve-se iniciar aos poucos essa atividade, para ir ampliando de acordo com a experiência adquirida. • O apicultor com maiores informações sobre apicultura pode alcançar melhores resultados.
Lição 3
Habitação das abelhas José Leomar
Colmeias móveis oferecem moradias seguras às abelhas
N
a natureza, as abelhas se encontram alojadas em fendas, rochas, ocos de árvores, cupinzeiros abandonados, tocas de animais silvestres, etc. Após o desenvolvimento da apicultura, o homem passou a trabalhar com as abelhas de forma racional, projetando e construindo as suas habitações. Daí surgiram as colmeias móveis, desenvolvidas com base em estudos e observações, visando oferecer às abe-
lhas moradias seguras e facilitar as práticas de manejo; aumentando assim, a produção dos enxames. As colmeias móveis são caixas contendo 10 quadros que possibilitam a remoção de todos estes elementos, sem, no entanto, danificar os favos. Essas colmeias são habitações que oferecem as seguintes vantagens: ■■ Controlam a enameação; ■■ Permitem a extração do mel pela centrifugação; ■■ Produzem mel em quadrículas; ■■ Igualam a produção das colmeias; ■■ Criam, selecionam e substituem rainhas; ■■ Controlam a produção de zangões; ■■ Viabilizam a comercialização de núcleos e rainhas; ■■ Facilitam a realização de revisões; ■■ Permitem o uso da cera alveolada; ■■ Protegem as abelhas dos inimigos naturais.
Construa suas próprias colmeias As colmeias Langstroth são compostas por um assoalho, um ninho (com 10 quadros), uma melgueira (com 10 quadros) e uma tampa. As medidas da melgueira e do ninho são semelhantes, com exceção da altura, que na melgueira é de 145 mm, com os quadros apresentando 125 mm de altura.
Medidas oficiais da Colmeia Langstroth (em milímetros)
a.1 - Ninhos Comprimento. . . . . . . . . . . 465 Largura . . . . . . . . . . . . . . . 370 Altura. . . . . . . . . . . . . . . . . 240
a.2 - Fundo Comprimento. . . . . . . . . . . 555 Largura . . . . . . . . . . . . . . . 410
a.3 - Tampa Comprimento. . . . . . . . . . . 545 Largura . . . . . . . . . . . . . . . 440
b.1 - Vareta superior Comprimento. . . . . . . . . . . 481 Largura . . . . . . . . . . . . . . . . 25 Espessura. . . . . . . . . . . . . . 20
b.2 - Acabamento da vareta nas pontas Comprimento. . . . . . . . . . . . 25 Largura . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Espessura. . . . . . . . . . . . . . 12
b.3 - Peças laterais Comprimento. . . . . . . . . . . 233 Largura . . . . . . . . . . . . 25 e 35 Espessura. . . . . . . . . . . . . . 10
b.4 - Vareta inferior do quadro Comprimento. . . . . . . . . . . 450 Largura . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Espessura. . . . . . . . . . . . . . 12
Melgueira: cortiço com favos de mel.
O que são colmeias móveis?
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Fundo - padrão Colmeias
Tampa - padrão Detalhe do encaixe da cabeceira (19 x 10 mm)
Ninho padrão
481 mm 450 mm
233mm
ARAME Nº 24
Detalhe da colmeia
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Formação para o trabalho apicultura
Você pode usar qualquer tipo de madeira para a construção da colmeia, embora seja melhor a que apresentar maior resistência, tipo cedro, e que esteja bem seca para evitar empeno. Para imunizar contra o apodrecimento prematuro, recomenda-se mergulhá-la em solução quente com: 50% de querosene; 45% de parafina; 5% de cera de abelha.
Resumo da lição • Colmeias móveis são habitações feitas pelo homem para abrigar as abelhas. • As colmeias móveis aumentam a produção de mel pelas abelhas. • As colmeias móveis devem ser construídas obedecendo às medidas-padrão.
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Lição 4
Material do apicultor iniciante
O
mel das abelhas é um excelente adoçante natural e com o objetivo de obter uma boa produção o apicultor iniciante deve ter: a 5 colmeias Langstroth; ■■ 1 Fumigador; ■■ 2 Máscaras; ■■ 2 Macacões brancos ou ecológicos; ■■ 2 Pares de botas brancas; ■■ 2 Pares de luvas; ■■ 1 Formão de apicultor; ■■ Arame número 24 e tachinhas número 0; ■■ 1 Carretilha; ■■ 3 a 5 Alimentadores; ■■ 3 a 5 Enxames de abelhas; ■■ 1 Garfo ou faca desoperculadora; ■■ 1 Centrífuga radical para 8 quadros; ■■ 3 a 5 Telas excluidoras (opcional); ■■ 2 Sacadores de quadros; ■■ 1 Espanador. ■■ 3
Mesa desoperculadora com desoperculador semi-automático
Garfo desoperculador
Faca desoperculadora
Fumigador
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Formação para o trabalho apicultura
Quais as vantagens da cera alveolada?
Para cada quilo de cera produzido, as abelhas consomem de sete a oito quilos de mel. Desoperculação do favo manual
Bandeja
A cera alveolada foi uma descoberta que deu um grande impulso à atividade apícola, sendo um produto da própria abelha, modelada em cilindro e apresentada em forma de placas. Entre as vantagens da cera alveolada, podemos citar: ■■ Proporciona a construção de favos perfeitos; ■■ Favorece a criação de abelhas operárias; ■■ Dificulta a criação de zangões; ■■ Reduz o trabalho das abelhas com relação à produção de cera; ■■ Favorece um maior aproveitamento das floradas; ■■ Pode ser obtido através do uso de prensas e cilindros.
Resumo da lição • São materiais indispensáveis ao trabalho do apicultor: colmeias, fumigador, máscaras, macacões, botas brancas, luvas, formão de apicultor, carretilha, alimentadores, enxame de abelhas e garfo ou faca desoperculadores. • A cera alveolada é um material que não pode faltar no apiário, pois proporciona favos perfeitos, maior número de abelhas operárias, reduz o trabalho das abelhas na produção de cera e favorece o aproveitamento das floradas.
Fumigador e luvas
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Lição 5
A família das abelhas melíferas Se a rainha morrer prematuramente ou deixar de produzir ovos ou feromonas e não puder ser substituída por uma nova rainha, a colônia morre. As obreiras, privadas de sua hormona específica, começam a por ovos não fecundados dos quais nascem zangões.
Como se desenvolvem as três castas de abelhas?
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O
gênero Apis é formado por insetos (abelhas) que vivem sob uma forma bastante organizada e a sua família é dividida em três castas de indivíduos: 1 rainha, 100 a 400 zangões e 50 a 70 mil abelhas-operárias. Rainha: origina-se de um ovo fecundado e recebe um tratamento diferente quanto à alimentação, pois se alimenta toda a vida com geleia real, enquanto que as operárias só se alimentam com mel. Também possui órgão de defesa. É a única numa colônia, que caracteriza-se morfologicamente por ser maior do que as demais, possuir asas menos desenvolvidas e não ter reservatórios de pólen nas patas, sendo também o único membro do enxame que apresenta o órgão reprodutor feminino desenvolvido, e portanto, é a mãe de todas as abelhas. O seu período de vida varia de 2 a 5 anos, produzindo aproximadamente 1.000 ovos por dia. Zangões: originam-se de óvulos, através do fenômeno de partenogênese. São responsáveis pela fecundação das rainhas virgens, podendo sentir o seu cheiro a uma distância de 3 quilômetros. Não possuem órgão de defesa. Além de serem bem recebidos em todas as colmeias, comem abundantemente, causando prejuízo no estoque de mel. Os zangões são os úni-
Formação para o trabalho apicultura
cos machos da colônia, são maiores que as abelhas operárias e menores que a rainha. Sua única função é fertilizar a futura rainha da colônia ou rainhas de outras colônias que se encontrem em voo nupcial. Operárias: apresentam o aparelho reprodutor atrofiado, não desenvolvendo a atividade reprodutiva. Este tipo de abelha é responsável pela execução de todos os trabalhos dentro e fora da colmeia, que são realizados instintivamente e de acordo com a idade. Em casos extremos esta casta põe óvulos, que originarão somente zangões. No período de vida adulta, entre o 2º e o 42º dia, a abelha operária desempenha as seguintes funções: 2º ao 3º dia: realiza a limpeza dos alvéolos e aquecimento das larvas. 4º ao 12º dia: prepara o alimento para as larvas e produz a geleia real para as novas rainhas. 13º ao 18º dia: é responsável pela produção de cera, construção de favos e puxada das realeiras. 19º ao 20º dia: desenvolve a função de sentinela. 21º ao 42º dia: realiza os serviços de campo, transportando néctar, água, pólen e própolis. Após o 42º dia: dependendo do esgotamento físico, morre.
Morfologia externa da abelha
Desenvolvimento das Castas das Abelhas Ovo (dias)
Larva (dias)
Pupa (dias)
Total (dias)
Vida adulta
a - Operária
3
6,0
12
21
38 - 42 dias
b - Rainha
3
5,5
7,5
16
02 - 05 anos
c - Zangão
3
6,5
14,5
24
80 dias
Algumas curiosidades sobre abelhas Os órgãos dos sentidos das abelhas são muito aperfeiçoados nas três castas, merecendo um destaque para os zangões. A visão é um sentido muito desenvolvido nesses insetos; pois além de terem necessidade de enxergar fora da colmeia, a grandes distâncias, precisam ver o interior da colmeia, que é escuro, para realização de trabalhos à pouca distância. Portanto, dois olhos compostos são responsáveis pela visão em todas as direções no momento em
que se encontram no ambiente exterior e três olhos simples ou ocelos que permitem a visão próxima ou no escuro. O olfato é de grande importância no momento da procura do alimento e do reconhecimento dos membros da família. Os zangões localizam a rainha virgem pelo olfato, a grandes distâncias, além de ter que mantê-la na mira de olhos possantes durante o voo de acasalamento. Os sentidos do tato, do olfato e da audição localizam-se nas antenas das abelhas. A comunicação entre as abelhas faz-se, na maioria das vezes,
Ocelo: cada um dos pontos arredondados e variados que matizam certos órgãos.
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Qual a importância do olfato para as abelhas?
por feromonas e através de seus movimentos. As abelhas que guardam a colmeia sentem o odor das que querem entrar, e se este não for característico, as guardas expulsam os invasores. A rainha virgem, no seu voo nupcial, lança feromona que atrai os zangões. Ao ferrarem um outro organismo, as abelhas libertam uma feromona de alarme que atrai outras abelhas para defenderem a
colônia. Eles são usados para orientarem o regresso à colmeia e a rainha libera um que controla o comportamento da colônia evitando a maturação dos ovários das operárias e indicando que está bem e não é necessária uma nova rainha. As cores claras são bem aceitas pelas abelhas, tais como, azul claro, amarelo, verde, branco, cinza, violeta, mas o preto e o vermelho irritam esses insetos.
Dança das Abelhas
Dança em roda: executada em círculos alternados para a esquerda e para a direita. É usada pelas abelhas-do-mel para indicar a presença de uma fonte de néctar próxima da colmeia.
Dança de abano: indica a distância e direção de uma fonte de néctar mais afastada. A abelha move-se numa linha reta, abanando o abdômen e voltando ao ponto de partida.
Dança em oito: é usada pela abelha italiana. Move-se num padrão em forma de oito achatado para indicar a distância intermédia. A dançarina é sempre seguida pelas companheiras.
Resumo da lição • O gênero Apis das abelhas é altamente organizado. • As castas das abelhas são: rainha, zangões e operárias. • A morfologia externa de uma abelha consistem em: cabeça, tórax, abdômen, patas e asas. • Os órgãos dos sentidos das abelhas são muito aperfeiçoados nas três castas de abelhas. • A comunicação entre as abelhas, na maioria das vezes, ocorre por feromonas.
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Formação para o trabalho apicultura
Lição 6 O apiário
O
apiário é o local onde se encontram alojadas as colmeias, devendo estar localizado em uma área de produção de flores, e protegido de ventos fortes. As colmeias são colocadas sobre suportes individuais e orientados em diferentes
posições com relação a linha de voo das abelhas que é o caminho escolhido por estas para a sua colmeia. Para garantir uma boa produtividade dentro da área de saturação, recomenda-se a instalação de no máximo 20 colmeias por apiário. José Leomar
Apiários: produção em larga escala
Localização do apiário Como na localização dos apiários existe um grande número de abelhas, é necessáro que eles estejam situados em regiões onde existam uma abundante floração, pois ocorre uma estreita relação entre as abelhas e a polinização. Tem existido, ao longo dos tempos, uma evolução conjunta de plantas e insetos, onde as plantas determinam várias adaptações morfológicas no corpo dos insetos, enquanto estes influenciam a grande diversidade de estruturas florais. Entre as estratégias das plantas encontram-se as flores que
armazenam néctar em tubos longos e só acessíveis a potenciais polinizadores, e cores e odores atrativos. Existem orquídeas abelheiras que emanam um aroma muito semelhante ao das feromonas femininas atraindo, assim, os machos. Por seu lado, os sentidos dos insetos – olfato, paladar, visão da forma e da cor – adaptaram-se à melhor forma de encontrar e utilizar as flores como fonte de alimentação. São exemplos destas adaptações a grande quantidade de pelos nas patas posteriores das abelhas, local do reservatório de pólen.
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José Leomar
Abelha retirando néctar
Padiola: espécie de tabuleiro retangular, com quatro varais usada para transporte.
O que é linha de voo das abelhas?
Nectarífera: néctar, retirado pelas abelhas das flores para a produção do mel. É o de melhor qualidade.
O que é qualidade nectarífera?
Nosemose: é uma doença contagiosa que causa sérios prejuízos aos enxames, reduzindo o número de abelhas.
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Na localização do apiário devemos seguir os seguintes passos, para o sucesso do empreendimento: 1º. Observar a florada local: iniciando com poucas colmeias, em seguida, aumentando este número, até a produção começar a declinar. A produção média de um apiário não deve ser inferior a 20 quilos de mel por ano. 2º. Evitar regiões descampadas: nessas condições, o período de florada é curto, devido a perda de umidade no solo, além de dificultar o voo das abelhas por causa dos fortes ventos. 3º. Prefirir as regiões de solos férteis: nesse caso, há maior produção de flores em número e em qualidade nectarífera, proporcionando às abelhas um maior suprimento de alimentos. 4º. Evitar alagadiços: as águas paradas são ricas em protozoários diversos, dentre os quais aquele que produz a nosemose. 5º. Fonte de água limpa: deve estar próxima ao apiário, e caso não seja possível, é necessário a instalação de um bebedouro artificial. O bebedouro mais prático é aquele que utiliza um barril fechado
Formação para o trabalho apicultura
com uma torneira pingando sobre um estrado coberto por um pano. 6º. Linha de voo: em volta do colmeal a área deve apresentar-se livre de obstáculos que venham a atrapalhar o movimento de voo das abelhas. 7º. Regiões acidentadas: devemos escolher as áreas mais baixas para instalar o apiário, pois as abelhas, ao voltarem do campo carregadas de alimento, terão mais facilidade de voarem de cima para baixo. 8º. Acesso: os veículos e pedestres devem chegar com facilidade à área do apiário, principalmente no momento de colheita do mel. Transportar a produção em padiola que é uma prática bastante trabalhosa e implica maior custo. 9º. Vigia permanente: deve ter sempre uma pessoa próxima ao apiário, pronta para socorrer as abelhas, no caso de algum acidente, como também para evitar roubos e recuperar os enxames que por ventura venham a sair. 10º. Evitar focos de luz: postes de iluminação ou casas bem iluminadas atraem as abelhas, pondo em risco os moradores e provocando a morte de muitas abelhas.
Povoamento de um apiário Já escolhido o local ideal para instalação do apiário, considerando os 10 pontos comentados anteriormente, o apicultor passará à próxima etapa, que é a de adquirir os enxames, observando as seguintes recomendações: 1º. Enxames naturais pendentes de galhos: estes enxames são mansos e podem ser capturados em uma colmeia tratada com ervas aromáticas, tais como erva-cidreira, bamburral, e, se possível, contendo um quadro com crias novas. Como fazer: Se o enxame se encontra localizado em um galho baixo, a colmeia deve ser colocada embaixo das abelhas e uma pessoa agita o ramo, primeiro para baixo e depois para cima, fazendo com que todo enxame caia no interior da colmeia. Em seguida a colmeia é fechada, para que o restante das abelhas acompanhem a rainha para dentro da caixa. Caso o enxame se encontre pendente num galho alto, podemos usar um equipamento de fácil construção chamado saco coletor de enxames, que é formado por um saco de tecido ou tela fina, montado num arco de ferro, com suporte de um cabo de madeira e um dispositivo para fechar o saco através de um cordão (tipo alavanca). 2º. Enxames naturais nidificados (alojados): estas famílias já se encontram em crescimento, apresentando favos com crias novas e maduras, e reserva de mel. Neste caso, os favos contendo cria devem ser transferidos para o ninho em quadros simples, como também um determinado suprimento de mel. Nestas condições de habitação da família, as abelhas são mais agressivas, pois defendem o seu patrimônio. 3º. Uso de iscas: nesse caso, os enxames são atraídos para o interior do ninho pelo cheiro da cera
alveolada, que é colocada nos quadros, em tiras estreitas. Após a instalação das famílias nas caixas de ninho, os quadros montados com folha de cera alveolada completa deverão substituir aquelas montadas somente com tiras finas. Inicie o apiário com um número pequeno de colmeias, e após adquirir experiência, passe a ampliar o seu colmeal. Caso o apiário não esteja alcançando a média de 20 quilos de mel anualmente, é um indicativo de que a região está saturada, isto é, o pasto apícola não está sendo suficiente para fornecer alimentação para todas as colmeias. Divida o apiário, levando parte das colmeias para outra área distante, no mínimo, 1.500 metros. Você pode povoar as colmeias comprando em grandes apiários, os enxames que são vendidos na forma de núcleos e compõem-se de: 1 rainha já fecundada, 5 a 6 mil abelhas operárias, 2 a 3 quadros com cria e 1 quadro com reserva de alimento.
Saco coletor de enxames
Resumo da lição • O local para montar o apiário deve ser uma área de produção agrícola, principalmente de flores. • Inicie com poucas colmeias até adquirir experiência. • Os seus enxames podem ser conseguidos na natureza ou comprados em grandes apiários.
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Lição 7
Técnicas de manejo das colmeias
C
oncluída a etapa de povoamento das colmeias, deve-se proceder visitas periódicas ao apiário procurando observar o desenvolvimento das colmeias. A atenção, inicialmente, deve estar voltada para o que ocorre fora da colmeia, para em seguida decidir se há necessidade ou não de fazer uma revisão.
Interpretação do comportamento das abelhas
O que está ocorrendo quando as abelhas estão aglomeradas em frente da colmeia ou em grande quantidade, penduradas no alveolado ou em baixo do fundo da caixa, em forma de barba, e em intensa movimentação?
O bom apicultor entende o comportamento das abelhas, e daí passa a tomar as providências necessárias. Vejamos alguns casos. Se as abelhas estão aglomeradas na frente da colmeia ou em grande quantidade, penduradas no alveolado ou embrião do fundo da caixa, em forma de barba, e em intensa movimentação, é sinal de: ■■ Falta de espaço, colmeia populosa e congestionada; ■■ Excesso de calor e falta de ventilação; ■■ Colmeia com muito mel armazenado; ■■ Tendência a enxamear. Para resolver estes problemas faça o seguinte: ■■ Acrescente mais componentes à colmeia (ninho ou malgueira); ■■ Coloque cobertas nas colmeias para evitar o sol forte do meio-dia, abra o alveolado e não deixe faltar espaço; ■■ Verifique o peso da colmeia, levantando-a pela parte traseira e avalie a existência de mel;
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Formação para o trabalho apicultura
■■ Revise
a colmeia, se julgar necessário, destrua as realeiras em formação, amplie o espaço com mais componentes ou, se desejar, faça uma divisão para aumentar o número de colmeias do apiário.
Se as abelhas estão agressivas, em luta e se lambendo, é quase certo tratar-se de pilhagem, causada por algum acidente, principalmente em período de pouca florada. Pilhagem é o roubo de mel praticado por abelhas vindas de outras colmeias. Para evitar este problema, não abra as colmeias em época de pouca florada e não deixe resto de mel espalhado no apiário. Se o movimento de abelhas carregadas for intenso é sinal da existência de boa florada e de alimento em abundância na área de visitação das abelhas. Se a colmeia estiver apresentando pouco movimento em época de boa florada, provavelmente, trata-se de uma família órfã, de uma colmeia recém-enxameada ou que está sendo vítima de alguma enfermidade. A família órfã, isto é, sem rainha e que não pode substituí-la, torna-se zanganeira, e em poucos dias não mais existirá. Portanto, deve ser socorrida pelo apicultor, que lhe dará condições de ter uma nova rainha. Se existem restos de abelhas, cera e sujeira no alveolado trata-se de uma anormalidade causada por alguma enfermidade, ou presença de traças, formigas, etc. Neste caso, faça uma revisão para comprovar a causa da anormalidade e providenciar a melhor solução.
Se existir cera clara sobre os quadros é indicativo de que os favos estão cheios de mel maduro e pronto para ser colhido. Quando isto acontece, encontramos poucas abelhas sobre os quadros. Como já foi comentado anteriormente, as abelhas são dotadas de aperfeiçoados órgãos sensoriais que percebem e sentem tudo o que se passa ao seu redor. Por isso, a imprudência e a falta de cuidados sempre são causas que provocam irritação das abelhas.
Para iniciar qualquer tipo de trabalho com as abelhas, siga as seguintes recomendações técnicas: ■■ Vista-se com macacão, máscara, luvas e botas meio cano; ■■ Prepare o fumigador com bom material combustível, disponha de um formão de apicultor, de um saca-quadros e de um espanador; ■■ Leve um caderno e lápis para as anotações, e um saco plástico para recolher a própolis que se encontra nos componentes da colmeia e precisa ser raspada.
Chico Gadelha
Chico Gadelha
Apicultor calçando as botas
O fumigador é um equipamento que produz fumaça, e nele deve ser queimado madeira que produza um cheiro agradável. Este equipamento deve ser manuseado por um ajudante durante o período de revisão da colmeia.
Apicultor com macacão e fumigador Thiago Gaspar
Fumigador manuseado pelo ajudante
Fundação Demócrito Rocha 19
Cuidados ao abrir uma colmeia O apicultor deve sempre se manter posicionado de lado ou atrás da colmeia, e nunca na frente da linha de voo das abelhas.
A rainha não faz postura em favos velhos, por isso estes devem ser substituídos por quadro com cera alveolada.
Por que não se deve aplicar fumaça em excesso durante a revisão da colmeia?
A própolis é produzida a partir da resina das plantas e tem ação antibiótica. Antibiótico: medicamento que tem ação de combater as infecções causadas por bactérias.
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Aproxime-se da colmeia por trás e em silêncio, sem fazer movimentos bruscos. Dirija algumas baforadas de fumaça no alveolado e espere para que as abelhas sintam o seu efeito. A fumaça provoca nas abelhas o ‘‘efeito incêndio’’, fazendo com que elas engulam bastante mel para um possível abandono da casa. Utilizando o formão do apicultor, descole, cuidadosamente, a tampa da colmeia, sempre aplicando leves baforadas de fumaça sobre os quadros e não no interior da caixa, para manter as abelhas na parte inferior. Com a colmeia aberta, inicie a retirada de um ou dois quadros da lateral, com o auxílio do formão ou sacador de quadros, para abrir espaço e facilitar a manipulação dos quadros restantes. Examine todos os favos, conforme programa de trabalho, observando: ■■ Condições da rainha, levando em conta a reprodução; ■■ Reserva de mel e pólen; ■■ Condições dos favos para uma possível substituição; ■■ A presença de alvéolos de zangão para destruí-los, quando em excesso; ■■ A existência de realeiras, que deverão ser destruídas para evitar enxameação; ■■ A necessidade de fazer rodízio de quadros para outros componentes da colmeia. Durante a revisão, o auxiliar deve continuar com a aplicação constante de um suave fluxo de fumaça para manter as abelhas sob controle. Cuidado com fumaça em excesso, pois irrita tanto as abelhas quanto o aplicador.
Formação para o trabalho apicultura
Thiago Gaspar
Aplicação de fumaça
Normalmente, as abelhas das colmeias próximas são as mais agressivas por não sofrerem o efeito da fumaça. Por isso, sempre que necessário é recomendado aplicar fumaça também nas colmeias vizinhas. A revisão deve ser um trabalho rápido e suave, sem movimentos bruscos e demorar em torno de três minutos por colmeia. Terminada a revisão é prudente dar algumas baforadas na cobertura para afastar as abelhas e assim possibilitar a recolocação da tampa sem esmagá-las. Finalizando, se houver algum indício de pilhagem, reduza o espaço do alveolado, para abrir mais tarde com as abelhas já calmas. A redução do alveolado é feita com uma peça chamada ‘‘redutor de alveolado’’, que possibilita diminuir a entrada das abelhas na colmeia. A operação de revisão visa dar melhores condições de desenvolvimento aos cortiços, tais como: ■■ Calafetação por própolis: as abelhas costumam vedar os espaços menores da colmeia com própolis. Neste caso, os quadros são soldados nos rebaixos das
testeiras das caixas, dificultando a sua retirada. Isto também ocorre com a tampa, e passa a exigir do apicultor muito cuidado no momento de sua descolagem. ■■ Construção de favos defeituosos: este problema ocorre devido a uma falsa economia, quando alguns apicultores preferem usar a folha de cera alveolada nos quadros, dividida em várias partes. ■■ Hostilidade das abelhas: este é um sério problema que pode ser criado durante o trabalho de revisão e tem sempre como causa a imprudência do apicultor, que provoca abalos, pancadas, estalidos, trepidações e até cheiro desagradável. ■■ Material fora de medida padrão: tenha sempre o cuidado de verificar com antecedência, se as dimensões dos componentes de sua colmeia estão corretas, e assim evite surpresas desagradáveis no momento de substituição de algumas peças. ■■ Quebra de favos: isto ocorre, por falta dos arames de reforço nos quadros do ninho, principalmente. Ao manusear um quadro para examiná-lo, devemos girá-lo no sentido horizontal para observação dos dois lados. ■■ Um quadro repleto de crias se torna bastante pesado e caso venha a se quebrar, por mal manuseio, ocorrerá a morte de muitas larvas, implicando em prejuízo para a colmeia. ■■ Construção de favos na tampa da colmeia: esta ocorrência dificulta bastante a abertura da colmeia, e acontece devido ao número de quadros da melgueira não estar completo, havendo a existência de espaços vazios. As abelhas, com frequência, necessitam dos seguintes cuidados:
1º. Através das constantes visitas ao apiário acompanhar o desenvolvimento satisfatório das colmeias, traduzido no aumento do cortiço e na maior atividade produtiva. 2º. Sendo a estação de boa florada e a rainha estando em plena atividade produtiva, devemos estar atentos, porque em pouco tempo o ninho se encontrará congestionado de abelhas, que passarão a necessitar de mais espaço para estocar alimento. 3º. A temperatura interna do cortiço merece atenção especial, pois é dela que depende o bom desenvolvimento das crias. Já 80% dos fracassos representado pelos enxames dizimados pela fome, ocorrem devido à impossibilidade de aquecimento da colmeia pelas abelhas em épocas frias, e a consequente morte das crias. 4º. O uso da tela excluidora, pelo apicultor, com o objetivo único de evitar postura na melgueira, pode ocasionar prejuízos para a colmeia, porque as operárias, sem o comando de sua mestra, passam a construir realeiras para enxamearem; isto acontecendo, a colmeia enfraquecerá. A tela excluidora é um utensílio de arame ou chapa galvanizada, que serve para isolar a rainha do ninho, devido ao seu maior tamanho. 5º. A substituição dos quadros com favos velhos, por quadros com cera alveolada ou favos já puxados, deve ser uma prática frequente, pois os seus alvéolos já se encontram muito pequenos, não comportando mais uma abelha nascente.
Proceda com delicadeza no trato com as abelhas usando de forma correta o fumigador com fumaça fria e de boa qualidade. Se não for oferecido para as abelhas mais espaço, elas passam a puxar realeiras para uma enxameação. As abelhas operárias constroem seus favos no sentido de cima para baixo.
O que é tela excluidora? O que provoca a hostilidade das abelhas?
Técnicas que devem ser usadas no apiário 1º. O apicultor iniciante deve adquirir somente o material indispensável à sua nova atividade, evitando despesas desnecessárias, até que esteja convencido de que o pro-
Fundação Demócrito Rocha 21
Onde devemos guardar os quadros com cera?
gresso de seu apiário justifica maiores investimentos. Não esqueça que o material apícola é bastante exigente em manutenção, implicando gasto de tempo e dinheiro. 2º. O material do apiário deve ser arrumado em local espaçoso, logo após a sua utilização, mantendo cada objeto em seu devido lugar. Assoalhos, tampas, melgueiras, ferramentas de marceneiro, quadros vazios, ninhos, utensílios apícolas, tudo em completa ordem. 3º. Um cuidado todo especial deve ser destinado aos quadros com cera que se encontram armazenados. Estes são facilmente atacados pela traça, caso não sejam protegidos de modo correto. A traça é uma mariposa que faz a sua postura na cera de abelha, e servirá de alimento para as larvas, causando grandes estragos nos favos, tornando-os imprestáveis para o uso.
Quadros com cera Os locais escuros e abafados são preferidos pelas traças, por isso, guardar os quadros com cera em local claro e arejado, é uma prática recomendada para evitar o ataque. Guardar os quadros com cera nas próprias melgueiras, sempre deixando um espaço de aproximadamente 6 cm entre eles, de tal forma que cada caixa fique apenas com 5 a 6 quadros. O local escolhido deve ficar na sombra e a pilha de melgueira arrumada sobre uma base de tijolos a uma altura de 40 cm do solo. A primeira melgueira deve conter 10 quadros vazios e estar colocada sobre um tabuleiro, sendo que quatro pequenas cunhas de 1 cm são colocadas entre as peças, criando assim, uma fresta para circulação do ar. Sobre esta primeira melgueira empilhamos outra, sempre separadas por pequenas cunhas, para proporcionar uma melhor ventilação.
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Formação para o trabalho apicultura
Melgueiras
Resumo da lição • Devem ser realizadas visitas periódicas ao apiário. • Devemos identificar o comportamento das abelhas. • A revisão de uma colmeia deve ser realizada sempre que necessário. • Em qualquer trabalho com as abelhas vista-se com macacão, máscara, luvas, botas e use o fumigador. • Para abrir uma colmeia devemos nos aproximar por trás, em silêncio, sem movimentos bruscos e usando leves baforadas de fumaça.
Lição 8 Colheita e processamento do mel
O
mel para ser colhido deve estar maduro, ou seja, com 18% de umidade e se apresentar operculado (com os alvéolos fechados), pois nestas condições não haverá perigo de fermentação. A experiência obtida no trabalho de grandes operários, onde se utiliza a boa técnica, ensina que os favos não devem estar necessariamente de todo operculado, para que o mel possa ser colhido, pois a sua viscosidade é que indicará o seu grau de maturação. Quando o mel se apresenta muito fino, é um indicador de que possui muita água e sua viscosidade é pequena, o que levará o produto a fermentar facilmente. Como o abandono do mel nas caixas retarda o desenvolvimento dos enxames e limita o volume de colheita nas épocas de boas floradas, costuma-se realizar a colheita do mel totalmente operculado, juntamente com os quadros que apresentam favos parcialmente operculados, obtendo-se após a centrifugagem, um ponto conveniente de viscosidade.
Processos de colheita do mel Segue-se os seguintes passos: 1º. passo: Vista a indumentária do apicultor (máscara, macacão, luvas e botas), prepare a fumaça e providencie caixas de transporte, além de todo material indispensável ao
manejo com as abelhas (formão do apicultor, espanador, quadros montados, sacador de quadros, descansos para caixas e fumigador). 2º. passo: Abra a colmeia com cautela e comece a retirar quadro por quadro do ninho ou melgueira, colocando-os em uma caixa vazia, sem deixar de varrer as abelhas aderentes aos favos. O uso de fumaça deve ser constante e na medida ideal para manter as abelhas sob controle. 3º. passo: Se no momento da colheita houver uma florada suficiente para garantir uma segunda florada de mel, os favos não operculados ainda podem ficar na colmeia para que as abelhas completem totalmente os alvéolos e proceda à operculação. 4º. passo: As crias novas e maduras, e a postura encontrada nos favos devem ser utilizadas para reforço da própria colmeia ou de outra mais fraca. Caso sejam encontradas realeiras formadas, aproveite-as para dividir famílias numerosas, ou elimine-as. 5º. passo: Coloque de volta para as colmeias os quadros centrifugados, sem demora, caso ainda exista boa florada, pois as abelhas precisam de espaço para armazenamento de mel. Esta prática deve ser realizada ao anoitecer para evitar pilhagem. 6º. passo: Na ausência de floradas, os quadros centrifugados devem ser guardados, protegidos das traças, para serem aproveitados na safra seguinte. O espaço deixado para as abelhas no interior da colmeia deve ser suficiente para acomodar, de modo confortável, o enxame, evitando que haja espaços vazios dificultando o aquecimento das larvas. 7º. passo: Os favos coletados com mel devem ser protegidos das abelhas, com a utilização de larvas.
Operculado: fechado.
Descreva os passos para colheita do mel.
Thiago Gaspar
Colheita de mel usando fumigador
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Etapas do processamento do mel
Para cada quilo de cera produzido, as abelhas operárias consomem 7 quilos de mel.
Como as abelhas produzem cera?
Chico Gadelha
Mel embalado
O mel embalado sem sofrer nenhum tratamento técnico é considerado ‘‘mel virgem’’, e tem melhor aceitação no mercado.
O mel colhido deve ser processado, através das seguintes etapas: Desoperculação dos favos: retirada dos opérculos com a utilização do garfo ou faca desoperculadora. Este trabalho é realizado sobre a mesa desoperculadora, para aproveitamento da cera das tampinhas e de parte do mel. Centrifugação: extração do mel armazenado nos alvéolos, sem a destruição dos favos, através da força centrífuga. Filtragem: retira parte das impurezas do mel. Decantação: é feita em depósitos verticais ou horizontais, onde o mel recém-centrifugado deve descansar por um período de 24 a 48 horas para completar a separação das impurezas presentes no produto, antes de ser envasado. Envasamento: é o armazenamento do mel em potes ou garrafas para a comercialização. Essa etapa é realizada com o auxílio de um depósito provido de uma torneira tipo facão, e a sua capacidade de estocagem vai depender do volume de produção. Todo o processo de extração do mel, até o seu envasamento, deve ser realizado em local de muita limpeza e higiene. A forma de armazenamento do mel é uma etapa decisiva para evitar o processo de fermentação do produto. O melhor material para garantir a boa qualidade é o vidro, e quando se optar por frascos plásticos, estes devem ser apropriados para a conservação de alimentos. Somente o mel de boa qualidade pode cristalizar, contrariando assim, o pensamento de muitas pessoas leigas no assunto.
Cera Como vimos anteriormente, a cera é uma substância produzida pelas
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Formação para o trabalho apicultura
abelhas operárias com idade entre 14 e 18 dias de vida adulta, através de quatro pares de glândulas localizadas na parte inferior do abdômen. As abelhas utilizam a cera para construir seus favos, representando este produto 2% da produção normal de uma colmeia. A cera da abelha tem o ponto de fusão em torno de 60 ºC a 65 ºC centígrados, e é utilizada na indústria como impermeabilizante, na fabricação de velas, na produção de cosméticos e na farmacopeia em geral. No apiário, a cera é obtida através da desoperculação dos alvéolos, no reaproveitamento dos favos velhos e nas raspas que se vão recolhendo durante as revisões nas colmeias. No entanto, são os opérculos que oferecem o maior rendimento de cera virgem, produto de fácil aceitação no mercado e que pode também ser trocado com o fornecedor de cera alveolada, mediante o pagamento de um ágio. Toda cera deve ser recuperada durante as práticas de revisão e colheita do mel.
Resumo da lição • O mel deve ser colhido maduro, uma vez que este apresenta-se mais viscoso, ou seja, com menos água. • O mel verde fermenta com facilidade, tornando-se imprestável para o consumo. • O uso da fumaça é de grande importância para controlar abelhas durante a colheita do mel. • A colheita do mel é realizada em sete etapas. • O processamento do mel deve ser realizado antes da comercialização; • A cera é produzida por abelhas com idade entre 14 e 18 dias de vida.
Lição 9
Rotina do apiário
N
um apiário organizado o trabalho é bastante diminuído, sobrando tempo para o apicultor dedicar toda a atenção ao uso da boa técnica e obter os frutos do seu trabalho de forma compensadora. Nunca devemos acreditar que sabemos tudo sobre técnicas de apiário. É bem melhor nos dedicarmos às observações e estudos e assim nos prepararmos para evitar resultados desastrosos. Por isso é importante estar atento aos seguintes itens: 1º. As visitas de inspeção: o apicultor deve buscar desenvolver a habilidade de interpretar tudo que acontece no exterior da colmeia, de modo a planejar todo o seu trabalho com base nas observações realizadas, pois é daí que surgirão as informações que lhe orientarão no momento de decidir sobre a necessidade ou não de revisar uma colmeia. 2º. Cautela no manejo: no momento de lidar com as abelhas, a cautela nunca é demais, pois movimentos bruscos podem desencadear repentina e incontrolável irritação nas mesmas. ■■ No momento de erguer um quadro, faça com delicadeza, pois caso o favo esteja gordo na sua porção inferior e a rainha se encontre nele, poderá ser esmagada. ■■ À medida em que os quadros vão sendo retirados da caixa, é aconselhável que a própolis vá sendo raspada para facilitar o encaixe dos quadros no rebaixo das testeiras. 3º. União de famílias: é um recurso de grande valor para o apicultor,
e deve ser utilizado sempre que uma colmeia enfraquecer por perda da sua abelha-mestra, e por não ter meios de criar uma substituta. Como fazer: corta-se uma folha de jornal nas dimensões da boca do ninho, derrama-se mel nas duas faces do papel, e em seguida espalha-o com pincel largo. Feito isto, estende-se o jornal sobre o ninho que possui a família com a rainha, cobrindo-o completamente, e sobre ele coloca-se a caixa que contém a família órfã, de modo que os dois enxames fiquem separados pelo papel impregnado de mel. A prática é concluída quando o conjunto é tampado. José Leomar
Colmeias sobrepostas para fusão de famílias
As visitas ao apiário devem ser frequentes, buscando sempre evitar o enfraquecimento dos enxames.
Não sacuda com violência o quadro no momento de livrá-lo das abelhas aderentes. Isso também põe em risco a rainha, que por ser mais pesada, sofrerá maior impacto sobre as peças da colmeia.
4º. Colmeias enfraquecidas: a redução do número de abelhas da colmeia está relacionada com diversos fatores, tais como declínio da capaci-
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Alimentação artificial é um xarope feito com água e açúcar ou água e mel, que é oferecido às abelhas através de alimentadores especiais, em períodos de falta de alimento na natureza.
dade de postura da rainha, contato das campeiras com agrotóxicos, velhice precoce da rainha, existência de quadros com cera velha, escassez de pólen e mel. 5º. Divisão de família: quando se tem famílias fortes, pode-se aumentar o número de colmeias do apiário mediante uma divisão artificial. Como fazer: leve a colmeia que vai ser dividida para um local distante alguns metros, a fim de que as campeiras, ao retornarem do campo, não encontrem mais a sua colmeia de origem. A nova colmeia é que estará lá, recebendo as abelhas que retornam do trabalho. A
nova colmeia receberá também os quadros com crias novas e postura e um ou dois favos com cria madura para reforço de abelhas matrizes. Receberá também metade dos quadros com mel ou alimentação artificial para as duas famílias. A rainha permanecerá na colmeia de origem, enquanto que a nova colmeia produzirá a sua própria rainha a partir de crias novas, com idade de 12 a 24 horas de nascidas. Para finalizar esta operação, as duas colmeias devem receber quadros montados com cera alveolada em número suficiente para completar os dez.
Divisão da família de uma colmeia
O que é alimentação artificial?
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6º. Introdução de rainha: se ao consultar as anotações, e observar que a rainha de uma determinada colmeia está com idade já avançada, e em consequência disso, com desempenho abaixo do esperado
Formação para o trabalho apicultura
(pouca postura), a providência adotada poderá ser a introdução de uma nova rainha. Como fazer: primeiro elimina-se a rainha velha, para em seguida pendurar entre dois quadros que conte-
nham a maior concentração de abelhas, a gaiola que abriga a nova rainha, tendo antes o cuidado de remover a cortiça da câmara de açúcar para que as operárias possam abrir espaço e libertar a mestra.
Alguns apicultores afirmam que, simplesmente, melar a abelha de mel e à noite soltá-la entre as abelhas do cortiço orfanado, pode ser um processo eficaz para a introdução de rainha.
Abelha rainha
7º. Registro das condições de cada colmeia: não confie tanto na memória. O melhor é manter sempre à mão um caderno de anotações onde deverão ficar registradas todas as observações levantadas durante as revisões e inspeção ao apiário. Com as anotações atualizadas não se trabalha às cegas, ganhando, portanto, tempo e evitando cansaço. 8º. Picadas de abelhas: o ferrão ou aguilhão das abelhas da família dos apídeos é utilizado como arma de defesa e não de ataque, pois as abelhas só agridem em defesa da coletividade. No momento em que as abelhas se encontram trabalhando na coleta de seus alimentos, ou quando saem em enxamação natural, tornam-se menos agressivas. As picadas de abelha, quando em grande número, podem provocar febre e até a morte de animais de grande porte, inclusive do pró-
prio homem. Portanto, a aplicação de uma substância alcalina neutraliza grande parte do veneno liberado pelas abelhas (apitoxina) que é ácido, e a utilização de compressas geladas ajudam a desinflamar. O veneno das abelhas é eliminado pelos rins, podendo trazer complicações para estes órgãos. 9º. Colmeias zanganeiras: são colmeias sem rainhas (órfãs), enfraquecidas e onde as abelhas operárias privadas da sua hormona específica que era produzida pela abelha rainha, num último esforço de sobrevivência passam a fazer postura de ovos não fecundados, originando apenas zangões. A prática mais comum para o aproveitamento destas famílias pouco numerosas, é fazer a união com outras famílias mais fortes. 10º. Consumo de água fresca: as abelhas precisam tanto de alimento quanto de água de boa qualidade, para o bom desenvolvimento
As abelhas mestiças (africanizadas), ao contrário das italianas, são naturalmente mais agressivas, no entanto, mais produtoras de mel.
Por que os rins podem ter complicações com as picadas de abelhas?
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das crias. Por isso, o apicultor cuidadoso deve proporcionar aos seus enxames os meios mais fáceis de encontrar a água, e evitar que as abelhas percam tempo. 11º. A procura da rainha: é, sem dúvida alguma, uma prática que desperta interesse no apicultor, talvez por colocar em teste a sua experiência. A dificuldade em encontrar a rainha é porque, muitas vezes, o apicultor insiste em procurá-la onde dificilmente ela costuma se encontrar. O seu aspecto é inconfundível entre os membros da família, pois é a única na colmeia que caracterizase morfologicamente por ser maior Onde encontramos a rainha?
Resumo da lição • No apiário é necessário uma constante observação e estudo para evitar resultados desastrosos. • No apiário devemos seguir rotineiramente os seguintes procedimentos: visita de inspeção, cautela no manejo das abelhas, fazer união e divisão das famílias de abelhas, controle das colmeias enfraquecidas, introdução da rainha, registro das condições de cada colmeia, cuidados com as picadas de abelhas, controle de colmeias zanganeiras e uso de água fresca.
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Etapas de desenvolvimento da abelha
Castas das abelhas
Formação para o trabalho apicultura
do que as outras abelhas, possuir asas menos desenvolvidas, não ter reservatório de pólen nas patas, possuir abdômen dilatado, coloração mais clara e os anéis menos acentuados. A rainha ainda não fecundada (virgem) apresenta o abdômen atrofiado, dificultando a sua identificação. Invariavelmente a abelha rainha passeia num favo onde há grande concentração de abelhas operárias (nutrizes) sobre crias novas e com muita postura. Dificilmente a rainha se encontrará nos favos que contêm crias maduras ou alimento em estoque.
Lição 10
Produção artificial de rainhas
O
s métodos usados para induzir a criação artificial de abelhas rainhas são muitos, mas todos partindo do mesmo princípio: ‘‘a obediência ao instinto básico de aumentar a família para garantir a perpetuação da espécie’’. O método mais usado é o Doolitre, que consiste na transferência de larvas novas (12 a 24 horas de vida) para realeiras ou cúpulas artificiais. Esta prática exige conhecimentos da biologia da abelha, seleção, genética e técnicas que possibilitem a produção de um grande número de rainhas.
Sequência dos trabalhos ■■ Elaborar
o plano de trabalho ordenando todas as fases para evitar possíveis falhas; ■■ Confirmar a existência de boas floradas, suficientes para estimular o instinto reprodutivo das abelhas; ■■ Verificar a presença de zangões para o período de fecundação das rainhas; ■■ Ter disponíveis colmeias fortes, para atender a formação de recrias, núcleos e produção de geleia real; ■■ Seleção de matrizes para o fornecimento de larvas.
Etapas do Processo ■■ Preparo
da colmeia para produção de geleia real; ■■ Preparo da colmeia recria; ■■ Construção das realeiras artificiais ou cúpulas; ■■ Coleta da geleia real; ■■ Coleta de favo com larvas da colmeia matriz; ■■ Enxertia das larvas; ■■ Transferência das cúpulas com larvas para colmeia de recria; ■■ Aproveitamento e destinatário das realeiras; ■■ Período de quarentena. Evite produzir rainhas fora da época das grandes floradas ou em colmeias fracas, sem reserva de alimento. É desnecessário orfanar a colmeia para criar rainhas, pois os melhores resultados são conseguidos em cortiços onde são encontradas rainhas muito produtivas. A tela excluidora é um equipamento indispensável no processo de produção artificial de rainhas.
Qual o método artificial mais usado para produção de rainhas?
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Constituição da colmeia recria
Resumo da lição • Existem vários métodos para produção de rainhas artificiais sendo o mais usado o de Doolitre. • Na produção artificial de rainhas é necessário conhecimento da morfologia das abelhas, e seguir uma sequência de trabalho.
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Formação para o trabalho apicultura
Lição 11
Plantas melíferas
A
s plantas melíferas são aquelas que têm flores visitadas pelas abelhas e apresentam características muito variadas, mas geralmente são aromáticas, oferecem facilidade para pouso das abelhas e fornecem néctar. O conhecimento da flora apícola da região é um passo importante para o desenvolvimento de grandes colônias das abelhas Apis mellifera. A coleta e a identificação das espécies que compõem a flora de uma região são importantes para a exploração racional e programas de conservação de abelhas, facilitando as operações de manejo no apiário, como também, possibilitando a identificação, preservação e multiplicação das espécies vegetais mais importantes na área (Wiesse, 1985). Existem espécies de vegetais que podem apresentar características diferenciadas no fornecimento de reservas florais para abelhas em função das condições edafo climáticas. O inventário da flora apícola deve ser regional, uma vez que as espécies consideradas excelentes produtores de néctar em uma região podem não ser em outra (Ferreira, 1981). As abelhas A. mellifera possuem uma glândula, chamada Glândula de Nasanov, que emite um feromônio atrativo para as outras abelhas da mesma espécie. Vários estudos têm sido feitos para aumentar a visitação das abelhas nas culturas que necessitam de polinização cruzada usando feromônios sintéticos semelhantes aos produzidos pela glându-
la de Nasanov (Waller, 1970; Woyke, 1981; Ohe & Praagh, 1983; Mayer et al., 1989; Ambrose et al., 1995). Um bom número de informações a respeito da transmissão de mensagens sobre a direção das fontes e sobre as distâncias percorridas pelas abelhas em voos para coleta de alimentos, podem ser encontradas na literatura, por outro lado, obtêm-se poucos dados à respeito da altura desses voos. As operárias normalmente voam entre 5 e 10 m de altura (Jean-Prost, 1985) e poucas vezes passam dos 8 m, voando o mais baixo possível, para se resguardarem do vento. Wellington & Cmiralova (1979) demonstraram que estudando fontes de alimento com mesma concentração de açúcares, mesma distância e direção das colmeias, localizadas de 0 a 1,70 m de altura, eram as preferidas pela Apis mellifera e mantinham-se fiéis a elas. Já as abelhas africanizadas podem localizar e visitar fontes de alimento instaladas a até 30 m de altura, embora o maior número de visitas concentre-se entre 0 e 5 m, faixa de altura em que se encontra o maior número de árvores e arbustos que produzem flores. No Brasil, os primeiros levantamentos relacionando abelhas e flores foram realizados, no estado do Pará, por Ducke (1902 a 1906), contudo, somente a partir da década de 1960 surgiram os levantamentos sistematizados, com metodologia padronizada (Sakagami et al., 1967).
Nomes de algumas plantas melíferas ■■ Eucalipto; ■■ Marmeleiro
branco;
■■ Carqueja; ■■ Camboatá; ■■ Uva
do Japão; ■■ Maria-mole; ■■ Trevo branco; ■■ Cambará; ■■ Vassourinha de botão; ■■ Acácia; ■■ Aroeira; ■■ Fruteiras em geral; ■■ Assa-peixe; ■■ Carne de vaca; ■■ Manjericão.
Qual a importância das plantas melíferas? Qual a altura ideal das plantas melíferas?
Resumo da lição • As plantas melíferas são essenciais ao desenvolvimento da apicultura.
Fundação Demócrito Rocha 31
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