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Bárbara de Alencar
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ALENCAR
ALENCAR
Ariadne Araújo A inimiga do rei Ela foi a primeira presa política brasileira. Participou de um movimento que proclamou a República, em pleno Crato, em 1817, quando o Brasil ainda era ligado a Portugal. Perseguida pelo poder, dela não resta mais nenhuma imagem: Bárbara teve o próprio rosto apagado da História.
3ª edição
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Estar no mundo, saber do mundo. Desde que nascemos vamos nos constituindo nessa relação com as pessoas, afinal somos todos seres políticos. Os espaços são múltiplos para esse processo de aprendizagem, ou melhor, para as aprendizagens que vamos vivenciando ao longo de nossa vida. Mas sabemos também o quanto a escola é fundamental nesse contexto, desde o ensino infantil até o ensino médio. É no ambiente escolar que aprimoramos nossos conhecimentos formais e informais, nossa sociabilidade e afetividade. Nessa longa caminhada, os professores e as professoras são personagens fundamentais. No diálogo que estabelecem com seus alunos e alunas, vão formando nossas crianças e adolescentes. Nas suas formas de estar no e saber do mundo. E temos consciência que as professoras e os professores da rede pública de ensino de Fortaleza caminham com seus estudantes em direção de uma sociedade mais solidária, porque se relacionam com as crianças e adolescentes de nossa cidade como cidadãos. Feliz Dia dos Professores e Professoras. Luzianne Lins Prefeita de Fortaleza
Ana Maria Fontenele Secretária Municipal de Educação
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Coleção
ADOLFO CAMINHA Claudia Albuquerque ALBERTO NEPOMUCENO Floriano Martins BÁRBARA DE ALENCAR Ariadne Araújo BEATO JOSÉ LOURENÇO Xico Sá BENJAMIM ABRAHÃO Firmino Holanda BEZERRA DE MENEZES Luciano Klein Filho CANOA DOIDA Aírton de Farias CAPISTRANO DE ABREU Firmino Holanda CEGO OLIVEIRA Eugênio Leandro CHICO DA SILVA Roberto Galvão CLÓVIS BEVILÁQUA César Asfor Rocha DELMIRO GOUVEIA Aírton de Farias DEMÓCRITO ROCHA Cleto Pontes DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER Elsie Studart e Marcelo Gurgel DOMINGOS OLIMPIO Leite Jr DRAGÃO DO MAR Luciana Cavalcante
EDSON QUEIROZ Eduardo Campos FARIAS BRITO Antônio Carlos Klein FIGUEIRAS LIMA Mª Isabel Figueiras Lima Ciasca FRAN MARTINS Carlos Eduardo Bezerra FREI TITO Socorro Acioli IRMÃOS ANICETO Pablo Assumpção JACQUES KLEIN Agamenon Bezerra JÁDER DE CARVALHO Angela Barros Leal JOAQUIM PIMENTA Edimilson Barbosa JOSÉ ALBANO Ruy Vasconcellos JOSÉ DE ALENCAR Mona Gadelha JOVITA FEITOSA Kelma Matos JUAREZ BARROSO Amélia Soares A. Landim LAURO MAIA Nirez LOPES FILHO Túlio Monteiro MARTIM SOARES MORENO Natalício Barroso MARTINS FILHO Paulo Elpídio de M. Neto
MESTRE NOZA Carolina Dumaresq MOREIRA CAMPOS Caterina de Saboya Oliveira NATANAEL CORTEZ Robério Américo Souza OLIVEIRA PAIVA Tércia Montenegro PADRE CÍCERO Régis Lopes PADRE IBIAPINA Benedito Silva PATATIVA DO ASSARÉ Gilmar de Carvalho PAULO ABEL Elvis Matos PAULO BONAVIDES Antonio Carlos Klein QUINTINO CUNHA Francisco José S. Souza RACHEL DE QUEIROZ Socorro Acioli RODOLFO TEÓFILO Benedito Silva ROGACIANO LEITE FILHO Airton Monte SENADOR ALENCAR Aírton de Farias SINHÁ D’AMORA Túlio Monteiro WALDEMAR ALCÂNTARA Blanchard Girão
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Copyright©2008 by Edições Demócrito Rocha
EDITORA: Albanisa Lúcia Dummar Pontes CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL: Lira Neto ASSISTENTE EDITORIAL: Vessillo Monte COORDENAÇÃO DE DESIGN: Deglaucy Jorge Teixeira COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO: Sérgio Sampaio CAPA/EDITORAÇÃO: Antonio Carlos Primo e Mirtis Rodrigues REVISÃO: Edísio Fernandes FICHA CATALOGRÁFICA: Carmen Araújo A663b
Araújo, Ariadne Bárbara de Alencar / Ariadne Araújo. 1. ed. – reimpr. – Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2000. 64 p. : il. – (Coleção Terra Bárbara ; 1) Inclui bibliografia ISBN 85-7529-082-7 1. Alencar, Bárbara de - biografia. 2. Ceará -História - revoluções - século XIX. 3. Ceará -História - revolução de 1817. I. Título. CDU 981.31:92
Av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora Cep 60.055-402 - Fortaleza - Ceará - Brasil Tel.: (85) 3255.6055 - 3255.6256 - Fax (85) 3255.6276 www.edicoesdemocritorocha.com.br | e-mail: edr@fdr.com.br livrariaedr@fdr.com.br | fundacao@fdr.com.br
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SUMÁRIO Capítulo 1
TEMPO
7
DE MALQUERENÇAS
Capítulo 2
PARA
REVOLUCIONAR O
CEARÁ
15
Capítulo 3
NO
24
INFERNO DA PRISÃO
Capítulo 4
DE
VOLTA AO
CRATO
31
Capítulo 5
NA
TRILHA DOS PRIMEIROS
ALENCAR
39
Capítulo 6
UMA
VIDA SIMPLES NA VILA DO
CRATO
44
Capítulo 7
ACUSADA LEIA
MAIS
DE AMÁSIA DE PADRE
49 57
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CRONOLOGIA
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BIBLIOGRAFIA
61
A
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AUTORA
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CAPÍTULO 1
“A revolução de 1817 foi a mais linda, inesquecível, arrebatadora e inútil das revoluções brasileiras.” Luís da Câmara Cascudo
TEMPO
DE MALQUERENÇAS
Na frente vão os pardos, trajando camisa, ceroula, chapéu de couro e portando clavinotes, espingardas e cacetes. Na retaguarda, índios, nus da cintura para cima, trazendo apenas arco e flechas. Tropa de escolta e guarda para magros, pálidos e maltrapilhos inimigos do rei, como conta Raimundo Batista Aragão. Entre um e outro grupo, os prisioneiros seguem a cavalo. No pescoço, trazem uma corrente, cujas pontas descem pelas pernas e abraçam, por baixo, a barriga do animal, onde fazem um arremate. Quatro matulagens, uma carga de farinha, pólvora e
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BÁRBARA
DE
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chumbo acompanham a tropa. Por questão de segurança e maior ostentação de triunfo, a viagem segue apenas durante o dia. Nas vilas e povoações, a ordem é passar com demora para servir como exemplo a quantos desejem rebelar-se contra El-Rei. Na estrada, segundo João Brígido, uma população miserável se agrupa para melhor ver e insultar a desgraça. Vestida apenas de saia e camisa, Bárbara Pereira de Alencar, a única mulher do grupo – identificada pelas autoridades como agitadora, revoltosa, liberal, conspiradora, conjurada –, segue quase em transe, vendo sem ver, ouvindo sem ouvir. No galope do animal e já sem forças, tanto pelos dias de viagem – um estirão de mais de 500 quilômetros da Vila do Crato a Fortaleza –, como pelo sol quente do verão de 1818, ela vem escarranchada, como os cavaleiros, mas traz as pernas livres, sem as pesadas correntes. Diante dela, a paisagem muda: poucas e solitárias palmeiras de carnaúba, o perfume das primeiras flores de cajueiro, os jatobás, as ramas de puçá, os pés de pequi, as pequenas plantações de cana-de-açúcar, de fumo, de mandioca. E, ficando para trás, a esplêndida visão da serra do Araripe. Depois, o cascalho a fazer barulho sob as patas do cavalo, cujo cabresto, por medida de precaução, é puxado por um soldado. É a caatinga do sertão. Para isso, para perceber as coisas da natureza, lhe servem os conhecimentos de botânica, talvez aprendidos com o amigo, o naturalista
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