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Um demônio na província Alexandre Verdeixa, por batismo; Canoa Doida, por antonomásia. Para alguns, covarde, arrivista, cínico e ateu; para outros, rebelde e inconformista contra todos os poderes. De qualquer modo, sempre ele mesmo. Reflexo e reação a uma sociedade agrária e escravagista, dominada pela prepotência e marcada pela hipocrisia de uma elite reacionária, ‘‘Canoa Doida’’, o padre Verdeixa é, sem dúvida, o primeiro anti-herói da História do Ceará.

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Coleção

ADOLFO CAMINHA - Claudia Albuquerque ALBERTO NEPOMUCENO - Floriano Martins BÁRBARA DE ALENCAR - Ariadne Araújo BEATO JOSÉ LOURENÇO - Xico Sá BENJAMIM ABRAHÃO - Firmino Holanda BEZERRA DE MENEZES - Luciano Klein Filho CANOA DOIDA - Aírton de Farias CAPISTRANO DE ABREU - Firmino Holanda CEGO OLIVEIRA - Eugênio Leandro CHICO DA SILVA - Roberto Galvão CLÓVIS BEVILÁQUA - César Asfor Rocha DELMIRO GOUVEIA - Aírton de Farias DEMÓCRITO ROCHA - Cleto Pontes DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER - Elsie Studart Gurgel de Oliveira e Marcelo Gurgel Carlos da Silva DRAGÃO DO MAR - Luciana Cavalcante FARIAS BRITO - Antonio Carlos Kein FILGUEIRAS LIMA - Mª Isabel Filgueiras Lima Ciasca FRAN MARTINS - Carlos Eduardo Bezerra FRAN MARTINS - Carlos Eduardo Bezerra FREI TITO - Socorro Acioli IRMÃOS ANICETO - Pablo Assumpção JÁDER DE CARVALHO - Angela Barros Leal JACQUES KLEIN - Agamenon Bezerra JOAQUIM PIMENTA - Edmilson Barbosa JOSÉ ALBANO - Ruy Vasconcellos JOSÉ DE ALENCAR - Mona Gadelha JOVITA FEITOSA - Kelma Matos JUAREZ BARROSO - Amélia Soares A. Landim LAURO MAIA - Nirez LOPES FILHO - Túlio Monteiro MARTINS FILHO - Paulo Elpídio de Menezes Neto

MESTRE NOZA - Carolina Dumaresq MOREIRA CAMPOS - Caterina de Saboya Oliveira NATANAEL CORTEZ - Robério Américo Souza PADRE CÍCERO - Régis Lopes PADRE IBIAPINA - Benedito Silva PÁPI JÚNIOR - Miguel Araújo PATATIVA DO ASSARÉ - Gilmar de Carvalho PAULO BONAVIDES - Antonio Carlos Klein QUINTINO CUNHA - Francisco José S. Souza RACHEL DE QUEIROZ - Socorro Acioli ROGACIANO LEITE FILHO - Airton Monte SENADOR ALENCAR - Aírton de Farias SINHÁ D’AMORA - Túlio Monteiro WALDEMAR ALCÂNTARA - Blanchard Girão


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Fortaleza 2006


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Copyright©2004 by Edições Demócrito Rocha

EDITORA: Albanisa Lúcia Dummar Pontes CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO: Lira Neto COORDENAÇÃO DE DESIGN GRÁFICO: Deglaucy Jorge Teixeira PROJETO GRÁFICO: Mirtis Rodrigues CAPA: Rocylânia Isidio/Deglaucy Jorge Teixeira EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Rocylânia Isidio SUPERVISÃO E REVISÃO DE ORIGINAIS: Vessillo Monte, Edisio Fernandes e José Pompílio TRATAMENTO DE IMAGENS: Freitas Filho ILUSTRAÇÃO DA CAPA: Audifax Rios FOTOS: Arquivo Banco de Dados EDR FICHA CATALOGRÁFICA: Rodrigo Leite Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

F224c

Farias, Aírton de. Canoa Doida / Aírton de Farias. – Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2006. 72 p. : il. – (Coleção terra bárbara) ISBN 85-7529-251-X 1. Canoa Doida - biografia. I. Título. CDU 929Doida

Edições Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora - Cep: 60.055-402 - Fortaleza - CE Tel.: (85) 3255.6036 - 3255.6256 - Fax: (85) 3255.6276 livrariaedr@fdr.com.br www.fdr.com.br


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SUMÁRIO Introdução

TREMORES

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Capítulo 1

O

MALINO

Capítulo 2

O

SATÂNICO LEVITA

Capítulo 3

O

ARENGUEIRO

Capítulo 4

E

FORA DO INCÊNDIO...

Capítulo 5

QUANDO

O TRAQUINAS SE AQUIETOU

LEIA MAIS CRONOLOGIA REFERÊNCIAS O AUTOR

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Dedicat贸ria Para Val茅ria Geralda, querida tia. A Ant么nio Mudica e Jo茫o Ferreira Souza (in memoriam)


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INTRODUÇÃO

Ativo e valente, Verdeixa, desde moço, atirou-se à política e toda a sua existência combateu a opressão dos governos e dos ricos, defendeu a liberdade e, apesar de pobre, fez-se temido. Inteligente, dotado de uma sagacidade maravilhosa, conhecia bem os homens, e por isso é que só se afeiçoou a muitos poucos e atacou tantos. José de Castro Medeiros

TREMORES Um terremoto. Ele foi um terremoto.Vindo das terras caririenses, o padre, jornalista e político Francisco Verdeixa, sacudiu o Século XIX cearense. Não ficou pedra sobre pedra. Com sarcasmo, ironia e humor, o célebre Canoa Doida – esta era a sua alcunha – expôs como poucos, as incoerências da sociedade local. Debochou, riu e fez rir muito. Bateu duro na hipocrisia e no cinismo, sem meios-termos ou metáfora, sofrendo por isso várias ameaças, prisões e até tentativas de assassinato. É sobre essa extraordinária figura, esquecida pela historiografia tradicional, que a presente obra trata. Por aqui


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CANOA DOIDA

desfilarão, como coadjuvantes, tipos conhecidos da história cearense – sacerdotes, governantes, juízes – muitos dos quais alvos da sanha crítica de Canoa Doida. Os "heróis" ficarão nus, as máscaras cairão e os cínicos se revelarão! De aparência "pouco atrativa" – não há, por sinal, nenhuma foto ou desenho seu – mas de inteligência impar, Verdeixa tornou-se padre não por vocação, mas como maneira de conseguir um maior espaço social. Contudo, não foi mero capacho das elites, ao contrário, alfinetou-as sem piedade ou dó, com humor e sarcasmo. Um traquinas. Envolveu-se com várias mulheres e foi pai de muitos filhos. Dedicou-se igualmente ao jornalismo, fundando vários periódicos. Atuou, ainda, na política partidária, tendo sido deputado, embora seus pares tenham-lhe cassado o mandato para calá-lo. Mas ninguém conseguiu silenciar o matraca. Seu nome e peripécias continuam a atazanar ainda os hipócritas. Segure-se. O tremor vai começar.


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Um demônio na província Alexandre Verdeixa, por batismo; Canoa Doida, por antonomásia. Para alguns, covarde, arrivista, cínico e ateu; para outros, rebelde e inconformista contra todos os poderes. De qualquer modo, sempre ele mesmo. Reflexo e reação a uma sociedade agrária e escravagista, dominada pela prepotência e marcada pela hipocrisia de uma elite reacionária, ‘‘Canoa Doida’’, o padre Verdeixa é, sem dúvida, o primeiro anti-herói da História do Ceará.

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