quintino
Quintino Cunha
terra bárbara
quintino C U N H A
C U N H A
Francisco José Souza Poeta e advogado Ninguém, em toda a nossa história, encarnou melhor o jeito “moleque de ser” do cearense do que Quintino Cunha. Nos livros, nos tribunais, nas rodas de amigos, foi uma figura marcante. Autor do célebre poema “Pelos Solimões”, Quintino era conhecido pelos seus chistes espirituosos e “tiradas” desconcertantes, nos tribunais e nas rodas boêmias na Fortaleza do início do século XX.
Estar no mundo, saber do mundo. Desde que nascemos, vamos nos constituindo nessa relação com as pessoas, afinal somos todos seres políticos. Os espaços são múltiplos para esse processo de aprendizagem, ou melhor, para as aprendizagens que vamos vivenciando ao longo de nossa vida. Mas sabemos, também, o quanto a escola é fundamental nesse contexto, desde o ensino infantil até o ensino médio. É no ambiente escolar que aprimoramos nossos conhecimentos formais e informais, nossas sociabilidade e afetividades. Nesta longa caminhada, os professores e as professoras são personagens fundamentais. No diálogo, que estabelecem com seus alunos e alunas, vão formando nossas crianças e adolescentes. Nas suas formas de estar no e saber do mundo. E temos consciência de que as professoras e os professores da rede pública de ensino de Fortaleza caminham com seus estudantes em direção a uma sociedade mais solidária, porque se relacionam com as crianças e adolescentes de nossa cidade como cidadãos. Feliz Dia dos Professores e Professoras. Luzianne Lins Prefeita de Fortaleza
Ana Maria Fontenele Secretária Municipal de Educação
quintino C U N H A
Coleção
ADOLFO CAMINHA Claudia Albuquerque ALBERTO NEPOMUCENO Floriano Martins BÁRBARA DE ALENCAR Ariadne Araújo BEATO JOSÉ LOURENÇO Xico Sá BENJAMIM ABRAHÃO Firmino Holanda BEZERRA DE MENEZES Luciano Klein Filho CANOA DOIDA Aírton de Farias CAPISTRANO DE ABREU Firmino Holanda CEGO OLIVEIRA Eugênio Leandro CHICO DA SILVA Roberto Galvão CLÓVIS BEVILÁQUA César Asfor Rocha DELMIRO GOUVEIA Aírton de Farias DEMÓCRITO ROCHA Cleto Pontes DOM ALOÍSIO LORSCHEIDER Elsie Studart e Marcelo Gurgel DOMINGOS OLIMPIO Leite Jr DRAGÃO DO MAR Luciana Cavalcante
EDSON QUEIROZ Eduardo Campos FARIAS BRITO Antônio Carlos Klein FIGUEIRAS LIMA Mª Isabel Figueiras Lima Ciasca FRAN MARTINS Carlos Eduardo Bezerra FREI TITO Socorro Acioli IRMÃOS ANICETO Pablo Assumpção JACQUES KLEIN Agamenon Bezerra JÁDER DE CARVALHO Angela Barros Leal JOAQUIM PIMENTA Edimilson Barbosa JOSÉ ALBANO Ruy Vasconcellos JOSÉ DE ALENCAR Mona Gadelha JOVITA FEITOSA Kelma Matos JUAREZ BARROSO Amélia Soares A. Landim LAURO MAIA Nirez LOPES FILHO Túlio Monteiro MARTINS FILHO Paulo Elpídio de M. Neto
MESTRE NOZA Carolina Dumaresq MOREIRA CAMPOS Caterina de Saboya Oliveira NATANAEL CORTEZ Robério Américo Souza OLIVEIRA PAIVA Tércia Montenegro PADRE CÍCERO Régis Lopes PADRE IBIAPINA Benedito Silva PATATIVA DO ASSARÉ Gilmar de Carvalho PAULO ABEL Elvis Matos PAULO BONAVIDES Antonio Carlos Klein QUINTINO CUNHA Francisco José S. Souza RACHEL DE QUEIROZ Socorro Acioli RODOLFO TEÓFILO Benedito Silva ROGACIANO LEITE FILHO Airton Monte SENADOR ALENCAR Aírton de Farias SINHÁ D’AMORA Túlio Monteiro WALDEMAR ALCÂNTARA Blanchard Girão
Francisco José S. Souza
quintino C U N H A
2ª Reimpressão Fortaleza 2007
Copyright©2007 by Edições Demócrito Rocha
DIRETORA EXECUTIVA: Albanisa Lúcia Dummar Pontes CONCEPÇÃO DA COLEÇÃO E COORDENAÇÃO EDITORIAL: Lira Neto COORDENAÇÃO DE DESIGN: Deglaucy Jorge Teixeira COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO: Sérgio Sampaio PROJETO GRÁFICO: Mirtis Rodrigues CAPA: Mirtis Rodrigues/Deglaucy Jorge Teixeira EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Giovanni Muratori REVISÃO VERNACULRAR: Kelsen Bravos e Vessillo Monte FICHA CATALOGRÁFICA: Rodrigo Leite Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S725c
Souza, Franzé. Quintino Cunha / Franzé Souza. – Fortaleza : Edições Demócrito Rocha, 2007. 80 p. : il. – (Coleção terra bárbara) Inclui bibliografia ISBN: 978-85-7529-052-5 1. Cunha, Quintino - biografia. 2. Literatura. 3. História. I. Título. CDU 929Cunha
Av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora - Fortaleza - CE Cep: 60.055-402 - Tel.: (85) 3255.6055/3255.6256 - Fax: (85) 255.6276 E-mail: edr@fdr.com.br / livrariaedr@fdr.com.br www.fdr.com.br
SUMÁRIO Introdução
O
7
HOMEM QUE RI
Capítulo 1
CANTAS
TUA ALDEIA E CANTARÁS O MUNDO
Capítulo 2
SONHOS
18
DE JUVENTUDE
Capítulo 3
O
24
CANTO TRISTE
Capítulo 4
POESIA A
33
E REBELDIA
Capítulo 5 PARTIDA DE
MAMINA
E AS VIAGENS
Capítulo 6
CALOU-SE
O CANTO DO SABIÁ
Capítulo 7
AS
QUINQUINHADAS
LEIA MAIS CRONOLOGIA REFERÊNCIAS O AUTOR
11
46 57 62 71 73 77 79
INTRODUÇÃO O homem é o único animal que ri, porque sabe que vai morrer Voltaire
O
HOMEM QUE RI
No final do século XIX, Fortaleza encontrava-se em clima de efervescência. O embelezamento de suas vias, a construção de novos pontos de encontro faziam com que o fortalezense fizesse da rua um lugar de exercício pleno da cidadania. Entre os locais de desfrute havia os cafés, o Passeio Público e a Praça do Ferreira, o coração da cidade. Em meio aos assíduos freqüentadores dessas rodas de bate-papo, encontramos Quintino Cunha com sua tradicional arte de fazer rir, sua inteligência e sensibilidade. Cazuza, como era chamado pela mãe, Dona Maximina, descendia das mais tradicionais famílias de Itapajé. O
8
QUINTINO CUNHA
rapazola que divertia os amigos com suas "tiradas", cresceu numa família humilde e profundamente religiosa. Muito cedo revelou sua irreverência nas brincadeiras com os colegas de infância, na pacata Baturité. A educação do menino "Cazuza" foi sempre uma preocupação de D. Maximina que, atenta ao futuro do filho, resolveu transferir-se para Fortaleza em busca de uma escola onde Quintino pudesse dar continuidade a seus estudos. Amigo íntimo da alegria, o menino cresce na Fortaleza que respirava os ares da modernidade. Levando uma vida de boêmia, mas, como revela nossa pesquisa, nunca esquecendo a família, nem perdendo a sensibilidade frente aos sofrimentos dos mais humildes, fato este comprovado nas campanhas que liderou na tentativa de amenizar a fome e o desamparo das vítimas da seca em nosso Estado. Encontramos um Quintino poeta, advogado e um mestre na arte de fazer rir. Na poesia, recebeu influência dos últimos românticos e dos primeiros parnasianos. Como advogado, foi desses de arrebatar as tribunas. A espirituosidade dava o tom do seu discurso. Sensível aos problemas políticos de nosso Estado, opôsse à oligarquia dos Accioli. Enquanto esteve na Assembléia Legislativa do Ceará, foi um defensor fervoroso da melhoria da instrução em prol de nosso povo.
O HOMEM QUE RI
9
Nossa tarefa foi a de "recriar a vida que se extinguiu" e "restaurar o tempo que passou". Procuramos resgatar a dimensão histórica e a saga pessoal de José Quintino da Cunha, com o objetivo de manter viva a lembrança de um dos mais queridos personagens da nossa história. Um cearense cujas atitudes diante da vida bem que o autorizam a personificar a máxima: "Quem não tem senso de humor, não merece ser levado a sério".
quintino
Quintino Cunha
terra bárbara
quintino C U N H A
C U N H A
Francisco José Souza Poeta e advogado Ninguém, em toda a nossa história, encarnou melhor o jeito “moleque de ser” do cearense do que Quintino Cunha. Nos livros, nos tribunais, nas rodas de amigos, foi uma figura marcante. Autor do célebre poema “Pelos Solimões”, Quintino era conhecido pelos seus chistes espirituosos e “tiradas” desconcertantes, nos tribunais e nas rodas boêmias na Fortaleza do início do século XX.