Capa os espantos.pdf 1 26/10/2012 11:16:19
curtas. A sensação do curioso ou
texto
ISBN 978-85-7529-568-7
Tércia Montenegro
do bizarro fica assegurada por um jogo de instabilidades, criado para
ilustrações
confundir o real com o inventado,
Karlson Gracie
no fluxo de muitos relatos. Nesse jogo de sobreposições entre o
PARA SE ESPANTAR Este livro é um convite ao susto – no bom sentido. É uma tentativa de celebrar o espanto saudável e a surpresa do humor. As crônicas aqui reunidas foram inicialmente
deve se angustiar à procura de
publicadas ao longo de dois anos
fatos efetivamente ocorridos.
no jornal O POVO. A sua retomada
Pode ser que em alguns
agora, em formato de livro, serve
Tércia Montenegro
verídico e o ficcional, o leitor não
momentos se perceba uma piscadela irônica, diante de situações improváveis – mas não é isso o que importa. A leitura deve acompanhar o
para consolidar um dos meus principais objetivos com este gênero literário: a leveza, o passeio por diversos temas, triviais ou importantes, desde que
clima com que estas crônicas
suponham mistério.
foram escritas: com o prazer das
Com o interesse de fugir ao
descobertas e um assombro
previsível e à mesmice das rotinas,
diante de certas histórias.
mergulhei num território de
Os assuntos são variados,
liberdade que envolve
envolvendo situações domésticas,
preferencialmente as artes.
viagens, reflexões sobre o tempo, o corpo e os relacionamentos, impressões – e êxtases – diante de obras e paisagens, mas em todo o livro pode-se encontrar um fio condutor: o desejo de se admirar. O pasmo diante da vida é a maneira de sair do comodismo, das atitudes automáticas. Nessa perspectiva, sentir espanto é também um modo de se humanizar – e sorrir.
Tércia Montenegro
“Todos esses episódios são espantosos para mim, às vezes inverossímeis... Se fosse inventá-los num conto, talvez hesitasse, achando tudo exagero. Mas a vida pode ser surpreendente, e não importa que o caminho venha por escolhas conscientes ou por forças involuntárias. Sempre admiro os imprevisíveis, aqueles que vivem mergulhados num tipo de ficção. Eles conseguem, de algum modo, transformar a rotina num gesto de autonomia.”
Referências a escritores, fotógrafos e artistas plásticos se cruzam com histórias de leitores ou de outras pessoas anônimas, tecendo uma gama de narrativas