Patativa do Assaré: o poeta passarinho

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Fabiano dos Santos Piuba Ilustrações Mariza Viana

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A vida de Patativa do Assaré é um longo poema que durou noventa e três anos. Nenhum passarinho poderia cantá-lo, de tão longo. Só um poeta foi capaz de escrevê-lo, à medida que vivia: Antonio Gonçalves da Silva. Agora vocês vão saber quem foi Patativa e vão compreender que poesia é um jeito de ver o mundo.



Fabiano dos Santos Piuba Ilustrações Mariza Viana

4ª edição Fortaleza - CE 2010


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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

P584p

Piúba, Fabiano dos Santos. Patativa do Assaré: o poeta passarinho / Fabiano dos Santos Piúba, ilustração, Mariza Viana. – 4. ed. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2010. 36p.: il. color. – (Coleção terra mágica). ISBN 978-85-7529-454-3 1. Literatura infanto-juvenil. 2. Biografia – Patativa do Assaré. I. Título. CDU 82-93:929Assaré

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Apresentação Poeta e Passarinho. A vida do Patativa é um longo poema que dura noventa e três anos. Não dá para aprendê-lo de cor. Nenhum passarinho poderia cantá-lo, de tão longo. Só um poeta foi capaz de escrevê-lo, à medida em que vivia: Antonio Gonçalves da Silva. O menino criado no chão da serra de Santana, livre como uma patativa, aprendeu todos os mistérios da natureza. E se tornou um homem que sabia cantar os problemas de todos os homens. Sua poesia e sua vida se ligam, de tal forma, que não dá para separar uma da outra. Vida e obra estão aqui, contadas, neste livro. Antes, vários passarinhos foram cantando episódios. Fabiano dos Santos Piuba foi ouvindo e escrevendo. Até que o livro ficou pronto. Agora vocês vão saber quem foi Patativa e vão compreender que poesia é um jeito de ver o mundo. É um jeito de viver livre, respeitando a natureza e os outros homens e mulheres. Que estão aqui, neste mesmo barco, fazendo esta mesma viagem, lutando por um mundo melhor e mais justo. Gilmar de Carvalho


Era uma vez um menino e era uma vez um passarinho. O menino nasceu numa serra no meio do sertão do Ceará. A serra de Santana, no Assaré. Uma serra que se pintava de verde no tempo de chuva e ficava a maior boniteza do mundo. O passarinho também nasceu nas mesmas redondezas. O menino se chamava Antônio e o passarinho Patativa.


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Antônio gostava de ouvir a melodia das palavras que navegavam nas pessoas: as histórias, as canções, as conversas de rodas, os benditos e as cantigas de ninar. Fazia isso para poder inventar o mundo. Já o passarinho Patativa gostava de ouvir os outros pássaros só para imitar o canto de todos eles. O seu cântico era o cantar de muitos passarinhos do sertão. De comum, os dois tinham o gosto de ouvir as coisas feitas por Deus. No entanto, nunca se viram ou se cruzaram pelas veredas do sertão.

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Antônio tinha uma penca de irmãos e foi crescendo na barra da saia de sua mãe. Aos quatro anos ficou cego de um olho e, pouco tempo depois, perdeu seu pai. Desde cedo, ajudava a família. Aprendendo a cultivar a esperança debaixo de um céu sem nuvens. Esperando a chuva como quem espera um presente sagrado. Cavando a terra e lançando sementes na fé de colher o feijão nosso de cada dia. Foi no trato com a terra que o menino aprendeu a ouvir a natureza. Escutava o canto dos pássaros, um prelúdio de chuva e o som quase silencioso de um pé de feijão crescendo.

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A vida de Patativa do Assaré é um longo poema que durou noventa e três anos. Nenhum passarinho poderia cantá-lo, de tão longo. Só um poeta foi capaz de escrevê-lo, à medida que vivia: Antonio Gonçalves da Silva. Agora vocês vão saber quem foi Patativa e vão compreender que poesia é um jeito de ver o mundo.


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