à o d s a c c i r d i e anças D
Título original: Dear Pope Francis: The Pope Answer Letters from Children Around the World © 2016 Loyola Press © 2016 Libreria Editrice Vaticana Loyola Press 3441 North Ashland Avenue, Chicago, Illinois 60657 Todos os direitos reservados Publicado em acordo com Loyola Press, Chicago, Il, USA
Autoria: Sua Santidade, o Papa Francisco Edição: Antonio Spadaro, SJ, La Civiltà Cattolica Edição executiva do projeto: Tom McGrath, Loyola Press Projeto da capa: Jill Arena, Loyola Press Produção artística: Becca Gay, Loyola Press Ilustrações: crianças do mundo todo Ilustração da capa: Judith, Bélgica, idade: 9 anos Ilustração da quarta capa: Janice, China, idade: 7 anos Créditos das imagens: L’Osservatore Romano (p. 69); iStock.com/donatas1205 (segunda e terceira capas); iStock.com/iconeer (pp. 70-71) Diagramação em português: Viviane Bueno Jeronimo Revisão: Cristina Peres
Edições Loyola Jesuítas Rua 1822, 341 – Ipiranga 04216-000 São Paulo, SP T 55 11 3385 8500 editorial@loyola.com.br vendas@loyola.com.br www.loyola.com.br Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora.
ISBN 978-85-15-04364-4 © EDIÇÕES LOYOLA, São Paulo, Brasil, 2016
do mundo todo Obrigado por me enviarem suas cartas. Alegrou-me ler todas elas.
Sua Santidade, Meu avô, que não é católico, tampouco está disposto a fazer o mal, vai para o céu quando morrer? Quero dizer, se uma pessoa nunca faz penitência, quão grande deverá ser o pecado cometido por ela para que desça ao inferno? Que Deus o abençoe, Ivan Idade: 13 anos China
18
Querido Papa Francisco, Por que você acha que as crianças devem fazer catequese? Eu gosto quando você aparece no cartaz da Campanha da Fraternidade. Venha mais uma vez ao Brasil, gostaria de te ver. Um abraço e um beijo, Ana Maria Idade: 10 anos Brasil
38
Até mesmo os pe uenos
têm grandes perguntas Entregando algumas cartas muito especiais ao Papa Francisco... É uma tarde quente de agosto em Roma. Estaciono meu carro azul na sombra de um prédio perto de Santa Marta. Entro no prédio e cumprimento o oficial da Guarda Suíça. Digo a ele que tenho um compromisso com o Santo Padre. Ele me diz: “Eu sei”. Com um aceno de mão, ele me convida a entrar. Entro e imediatamente sou informado de que o Papa está me esperando; posso subir. Arrependo-me de não ter vindo mais cedo. Pego o elevador e aperto o botão do segundo andar. A porta se abre e me dou conta de que cometi um erro. Então, aperto o botão do terceiro andar. A porta se abre novamente e outro guarda suíço aparece, sorri para mim e não diz nada. “O que eu faço agora?”, pergunto a ele. “Siga-me”, diz o guarda. Ele me convida a bater à porta. O que é mais normal do que bater a uma porta, certo? Mas aquela é a porta do Papa Francisco. Vejo que ela já está meio aberta. Eu bato e ouço uma voz lá de dentro, mas não consigo entender o que ele está dizendo. Espero, mas espio pela fresta. Meus olhos curiosos encontram o rosto sorridente do Papa Francisco quando ele chega e abre a porta.
sco Fra n ci
Entro, cumprimentamo-nos e conversamos. Ele permanece de pé e me pergunta se quero algo para beber: água ou suco de fruta. Eu lhe digo: “Água está bom”. E ele, sorrindo, pergunta: “Tem certeza?”. E eu lhe respondo: “Não! Suco de damasco, por favor”. Ele tinha me servido suco de damasco dois anos antes, depois que eu o entrevistei para a revista La Civiltà Cattolica e para outras revistas jesuítas do mundo todo. “Ótimo”, ele diz. “Gelato, sim ou não?” “Gelato”, eu lhe respondo. O Papa abre um frigobar e me serve. E para ele pega um pouco de água natural. Nós nos sentamos e começamos a conversar sobre muitas coisas. Mas estou aqui para falar em nome das crianças que, de várias partes do mundo, mandaram perguntas e desenhos a ele. Sim, crianças de diversas instituições jesuítas do mundo escreveram perguntas ao Papa Francisco, esperando receber uma resposta. Elas também mandaram saudações e beijos. O Papa concordou em responder a trinta das muitas perguntas que lhe foram enviadas. Teria sido maravilhoso poder responder a todas elas; Papa Francisco gosta de responder a perguntas de crianças. Entrego a ele as perguntas e os desenhos. O Papa fica intrigado. Ele os folheia, os lê e então diz: “Mas estas perguntas são muito difíceis!”. “De fato!” Eu as li e também as achei bem difíceis. As perguntas das crianças não passam por um filtro, não há retoques nelas e nem como ignorá-las. Elas são diretas, claras, até mesmo bruscas. Não se pode fugir dos conceitos altamente abstratos ou de raciocínios mais complexos. Essas perguntas também são muito práticas. 67