CaminhoAmar11_GUIA-CAPA_Ulzama.pdf 1 14-11-2019 17:27:07
Ligações. Itinerário de educação à Fé Projeto de catequese inovador que ajuda crianças e jovens de hoje a conhecer, celebrar e viver a Fé.
Tens nas mãos o guia do 11º ano de catequese do Ligações. Itinerário de educação à Fé.
Este ano, o teu grupo poderá experimentar e descobrir caminhos que levam ao amor. Como catequista, irás ajudar os jovens a projetar, a partir da fé, algumas vivências importantes (o namoro, a sexualidade, a vida em família, ...) e também a descobrir como é grande o amor que Deus tem para connosco. C
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Cada catequese desenvolve-se em quatro encontros. Cada um destes encontros tem uma duração de 90 minutos. É uma opção de qualidade que permite mais tempo para as experiências, para o diálogo e para a partilha.
Caminho para AMAR
Começa um novo caminho… um Caminho para Amar!
Caminho para AMAR
Pedimos-te que orientes cada encontro num estilo dialogante. A tua capacidade de escuta e de aproximação ajudarão a criar no grupo um clima de confiança recíproca. O teu coração bondoso e generoso ajudarão neste caminho para amar.
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GUIA DO CATEQUISTA
Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto Tel.: 22 53 657 50 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt
Ligações. Itinerário de educação à Fé
GUIA do
catequista
Acesso ao site de apoio: Abaixo, encontram-se os seus dados para aceder e administrar a sua conta no site de apoio: https://ligacoes.net Depois de aceder pela primeira vez, poderá e deverá alterar a sua senha e completar as informações do seu perfil. Em caso de dúvida, siga as instruções que colocamos mais abaixo.
A. Se está a aceder pela primeira vez, com o Nome de Utilizador e Senha originais disponíveis neste guia Aceda ao site em http://ligacoes.net e introduza os dados solicitados que constam no autocolante. Depois de efetuado o login pela primeira vez é importante que personalize os dados da conta. No topo, do lado direito, clique onde está “nome apelido”. No menu que aparece por baixo, clique em “Preferências”. Aqui terá acesso a todos os campos que pode personalizar. EDITAR PERFIL • Nome: Coloque o seu nome próprio • Apelido: Coloque o seu último nome • Endereço de e-mail: Coloque um endereço de e-mail válido para poder receber alertas do sistema e mensagens da equipa Ligações. Nota: No site Ligações, não pode usar o mesmo e-mail para se registar em anos de catequese diferentes • Seleccione o nível de privacidade que quer atribuir ao seu e-mail. » Ninguém pode ver o meu e-mail – Apenas o gestor do site Ligações tem acesso ao seu contacto. » Todos podem ver o meu e-mail – Todos os agentes pastorais inscritos no site Ligações têm acesso ao seu e-mail. » Só pode ver o meu e-mail quem está inscrito na disciplina – O seu e-mail fica acessível apenas aos agentes pastorais que estão a trabalhar no mesmo ano de catequese. Mais abaixo existem outros campos de personalização cujo preenchimento é opcional. • No fundo da página, clique em Atualizar perfil MODIFICAR SENHA Nota: Deve escolher uma senha com o mínimo de 8 carateres, sendo um deles uma letra maiúscula e outro um algarismo. • Nome de utilizador: Este campo não pode ser alterado nem personalizado. É o nome pelo qual fará o login no acesso ao site do Ligações. • Altere a senha para uma à sua escolha e que responda às condições acima descritas. • Clique em Guardar Alterações Agora, sempre que aceder ao site Ligações, deverá usar os seguintes dados: Nome de utilizador: o nome que consta no autocolante / Senha: a password que escolheu Nota: Em caso de esquecimento, poderá solicitar a reposição da sua senha. A nova password será enviada para o endereço de e-mail com que personalizou a sua conta. Por isso, é fundamental que coloque um endereço que seja válido. B. Se recebeu o guia das mãos de outro catequista, que já personalizou a conta de acesso ao site ligacoes.net • Pergunte ao catequista do ano anterior qual a senha de acesso ou peça a sua ajuda para a atualizar os dados da conta, a partir dos passos acima descritos. • É importante que atualize o nome da conta e o e-mail. Caso contrário não poderá ser contactado pelo site nem pela equipa do Ligações. Nota: O catequista do ano anterior deve eliminar desta conta o seu e-mail, para conseguir registar-se noutro ano. O site do Ligações não permite que o mesmo e-mail esteja associado a dois utilizadores diferentes. Em caso de dúvida contacte-nos através do e-mail: ligacoes@edicoes.salesianos.pt
Ficha técnica: © Edições Salesianas, 2019 Rua Duque de Palmela, 11 • 4000-373 Porto Tel. 225 365 750 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt Publicado em novembro de 2019
© Imagem de capa: Dreamstime Capa: Paulo Santos Paginação: João Cerqueira Coordenação: Rui Alberto, Vera Fernandes, Vera Silva Impressão: ULZAMA ISBN: 978-989-8982-11-7 Depósito Legal: 463915/19
Introdução Caro/a catequista, tens nas mãos o Guia do “Caminho para amar”. É a proposta que te oferecemos para fazeres catequese com os adolescentes do 11º ano. Faz parte do projeto Ligações. Itinerário de educação à fé, que os Salesianos elaboraram como um serviço a toda a Igreja.
Ligações Chamámos “Ligações” a este itinerário de educação à fé, porque ele quer estabelecer várias ligações felizes: Entre Deus que Se revelou plenamente em Jesus de Nazaré e cada um dos catequizandos; Entre a comunidade cristã, tornada presente por ti e pelos outros catequistas, que bebem do Evangelho a sua força, e os desafios colocados pela vida real dos catequizandos, das suas famílias, dos seus contextos; Entre os vários catequizandos que são convidados a experimentar já o que é ser Igreja, comunidade dos que querem seguir Jesus e o seu Evangelho; Entre a situação atual de cada catequizando e o crente maduro e feliz que Deus está a chamar; Entre a Igreja e as famílias que pedem para os seus filhos uma boa educação na fé. Este itinerário de educação à fé surge no caminho de renovação evangelizadora dos últimos anos. A Igreja, a nível universal com o magistério e a animação dos Papas, e a nível nacional com os documentos recentes dos bispos portugueses sobre a melhoria da catequese, incentiva todos a um maior entusiasmo por levar a alegria do Evangelho às pessoas concretas de hoje. Alinhados com esse esforço, oferecemos o contributo da tradição espiritual, educativa e pastoral salesiana ao esforço de renovação e qualificação da catequese em Portugal. Num mundo plural, complexo e cheio de contradições, como é o século XXI, é uma bênção a existência de propostas diferenciadas. Para saberes mais sobre as opções deste Itinerário de educação à fé, podes ler e estudar o “Livro Zero”. Nele estão explicitados com calma os elementos teológicos, catequéticos e educativos que orientam a nossa proposta evangelizadora.
Fazer escolhas e comprometer-se com a fé Ao longo deste percurso de fé em que acompanhamos as crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos, muita coisa muda nos catequizandos: a nível físico, a nível psicológico, a nível social, a nível de fé. Por isso, organizámos este itinerário em quatro fases de três anos cada. Cada uma delas faz uma escolha dos conteúdos, objetivos e metodologias que melhor se adaptam à idade e que mais contribuem para a finalidade da catequese. Começamos, agora, a quarta e última fase. Ela tem como meta ajudar os adolescentes a fazer escolhas e comprometer-se com a fé. Esta fase ajuda o adolescente a fazer uma segunda síntese de fé. Procura revisitar os quatro pilares da existência cristã, tendo em conta a maior autonomia e capacidade de fazer escolhas dos adolescentes nesta idade.
Indicadores de avaliação No final deste caminho, gostaríamos que os catequizandos estivessem confortáveis com um conjunto de atitudes. Eis os indicadores de sucesso para cada uma das seis tarefas da catequese: 3
Fase 4: Fazer escolhas e comprometer-se com a fé Favorecer o conhecimento da fé
O catequizando vive a fé e a relação com Deus como estruturante para a elaboração e vivência do seu projeto de vida.
A educação litúrgica
O catequizando celebra o sacramento do crisma e encontra nele a força para um compromisso com a causa de Jesus em Igreja.
A formação moral
O catequizando vive a sua liberdade e as suas escolhas como resposta generosa ao chamamento de Deus.
Ensinar a rezar
O catequizando vive a oração como ocasião de discernimento do seu projeto de vida.
A educação para a vida comunitária
O catequizando sente-se pertença da paróquia, da diocese e da Igreja universal e cultiva uma participação construtiva.
A iniciação à missão
O catequizando empenha-se de forma estável em ações de serviço e cultiva o discernimento vocacional.
Celebrar o crisma É durante esta fase que os catequizandos são crismados. É uma experiência importante em termos sacramentais, mas também psicológicos e sociais. Aqui, no Ligações, não fazemos uma proposta concreta para a data da celebração do crisma. A idade exata pode variar com o discernimento dos catequizandos, dos catequistas e as normativas emanadas por cada diocese. É possível que os jovens do teu grupo já tenham celebrado o crisma; é possível que o façam ao longo deste ano ou daqui por um ano. Para todos eles, as propostas que aqui deixamos podem ser úteis.
Algumas novidades Esta 4ª fase reduz o número de catequeses a sete por ano e aumenta o tempo disponível em cada uma delas. Cada catequese consta de quatro encontros semanais. Cada um destes encontros tem uma duração que pode chegar aos 90 minutos. Atendendo à idade em que estão, ao horário a que estão habituados na escola (com blocos de 90 minutos também), é uma opção de qualidade que permite mais tempo para as experiências, para o diálogo e para a partilha. Os quatro encontros semanais por catequese permitem mais atenção à expressão de fé e à tarefa de apropriação pessoal e existencial dos conteúdos por parte dos catequizandos.
11º ano: roteiro Ao longo do ano anterior, os jovens puderam colocar em diálogo as suas vidas com o Deus Uno e Trino que Se vai revelando ao seu povo. Esses conteúdos e as experiências feitas em grupo permitiram que a catequese se tornasse realmente um caminho para amadurecer. Este ano, os catequizandos poderão experimentar e descobrir caminhos que levam ao amor. Ao projetar, a partir da fé, algumas vivências importantes (o namoro, a vida em família, a sexualidade, o otimismo) e também ao descobrir como é grande o amor que Deus tem para connosco. A 1ª catequese (“Um Deus que traz salvação”) ajuda-nos a experimentar como Deus faz diferença (para melhor!) na nossa vida quotidiana. Com a 2ª catequese (“Viver o namoro em Igreja”) queremos habilitar os catequizandos a pensar (e viver, se for o caso) o namoro como seguimento de Jesus. A 3ª catequese (“Criação: nesta casa comum”) põe em diálogo o amor criador e criativo de Deus com a sensibilidade ecológica e propõe um apreço mais emenhado em favor da vida. A catequese 4 (“Viver em família”) ajuda os catequizandos a assumir, dentro das suas famílias de origem, uma postura mais ativa e com mais qualidade. Com a catequese 5 (“Uma sexualidade feliz e madura”) os jovens vão poder projectar uma sexualidade inspirada no estilo oblativo de Jesus, que recordamos com tanto agradecimento na Eucaristia. Na catequese 6 (“Esperança: optar pelo otimismo”) vamos
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poder crescer em esperança e otimismo. A partir das bem-aventuranças que Jesus nos propôs e do Espírito Santo que nos ofereceu no Pentecostes. Para terminar, na catequese 7 (“Cristo ressuscitado: um sonho para o futuro”) vamos poder treinar a elaboração de um projeto de vida, onde a memória da paixão, morte e ressurreição de Jesus é um farol brilhante.
Como fazer catequese? As opções Antes de fazeres catequese, vale a pena gastares algum tempo a conheceres os catequizandos. Aqueles que estão no teu grupo e os adolescentes desta idade em geral. No site de apoio (ligações. net) podes encontrar alguma informação útil
Os encontros semanais Os encontros semanais não são o único momento em que a catequese acontece, mas são um momento muito importante. Este guia quer dar ao catequista as ferramentas para fazer deles um sucesso. Tem sido habitual para a catequese de adolescentes usar mais de um encontro. Pode surpreender que, nesta 4ª fase, optemos por usar quatro encontros semanais para cada catequese. Reduzimos o número de catequeses e aumentamos as condições para que o grupo e cada um dos catequizandos se possa apropriar dos conteúdos propostos e aprofundar as experiências sugeridas. Nesta fase, as tarefas de expressão de fé (a oração, o renovado estilo de vida inspirado pela Palavra, o reforço do sentido eclesial) merecem-nos grande atenção e pedem o tempo adequado. Não há o risco de as catequeses se tornarem maçudas ou repetitivas, porque o leque de experiências a fazer é entusiasmante. Propomos encontros de 90 minutos, porque os grupos precisam de tempo para dialogar, partilhar, fortalecer laços. Esta proposta pode parecer estranha a alguns catequistas e a alguns catequizandos. Mas convém recordar que, dada a idade dos adolescentes, eles têm uma maior capacidade de trabalho. Além disso, os catequizandos estão familiarizados com esta distribuição temporal, uma vez que, em várias escolas, há muitas aulas com a mesma duração. O calendário da catequese tende a seguir o calendário escolar: de Setembro ao início de Junho. Algumas vozes criticam essa dependência da catequese em relação ao mundo da escola; convém recordar que não é só a escola que segue esse calendário: também os ritmos de trabalho, da economia e até da política o fazem. É verdade que causa algum escarcéu que, nos tempos de celebração mais intensa (Natal e Páscoa), não haja catequese, mas cada vez mais se aproveitam esses tempos de férias escolares para outros momentos de intervenção no processo de catequese: retiros, preparação ativa das cerimónias litúrgicas…
Catequese em grupo Para o Ligações, o grupo é uma opção essencial para aprofundar a experiência de ser Igreja e se estabelecerem relações significativas. O grupo de catequese não é uma turma da escola. Numa escola tradicional, o centro está nos conteúdos (o programa) e no professor (que transmite o programa); o papel dos alunos é essencialmente passivo (escutam e assimilam o programa). É comum transpor este modelo para a catequese: os conteúdos seriam os do catecismo, o professor seria o catequista e os alunos, essencialmente passivos, seriam os catequizandos. Aqui, os catequizandos, reunidos em grupo, têm um papel ativo no acolhimento e na apropriação da mensagem catequética. Por isso, cuidar do grupo e animá-lo enquanto comunidade viva de catequizandos é uma tarefa essencial para o catequista. Quanto ao número de elementos num grupo, a investigação e a experiência dizem-nos que o número ideal está entre os 8 e os 12 catequizandos. É possível descer até aos 5 e é possível subir até aos 15. Fora destes parâmetros, o grupo perde funcionalidade. Claro que “o ótimo é inimigo do bom”. Muitas vezes, não há catequistas preparados em número suficiente e é necessário ter grupos maiores.
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Um bom clima no grupo O grupo é determinante para o sucesso da catequese e para o crescimento na fé, mas nem sempre as coisas correm bem: há conflitos, desinteresse, más interpretações do que se diz e faz… Nada de novo: basta recordar como Jesus teve dificuldades para gerir o bom clima dentro do grupo dos Doze. Aqui ficam alguns sinais de alerta a que um catequista deve estar atento. Absentismo: Alguns catequizandos faltam com alguma frequência (desinteresse na catequese, falta de apoio familiar, problemas pessoais). O catequista interessa-se por contactá-los, não para os recriminar mas para mostrar interesse por eles e para reforçar as motivações positivas. Vedetismo: Há sempre quem aproveite para mostrar as roupas, os talentos que tem, ou o seu mau comportamento. O catequista fala, discretamente, com o/a “vedeta” e ajuda-o a perceber que a sua atitude perturba o grupo. Ao mesmo tempo, cultiva no grupo regras segundo as quais todos têm o direito de falar e de ouvir. Fingimento: O grupo é um lugar precioso para o amadurecimento humano e de fé por causa das interações que permite, mas só quando há um clima de verdade e sinceridade. É natural os adolescentes chegarem ao grupo com algumas “máscaras”. O catequista encoraja a autenticidade, oferecendo um clima seguro, onde cada um se sente bem como é, sem se sentir julgado. Conflitos dentro do grupo: Por coisas sérias ou sem importância, surgem conflitos entre os catequizandos. O catequista reconhece que há um problema e tenta resolvê-lo com os mais directamente envolvidos. Conflitos externos ao grupo: Cada um dos elementos do grupo pode ter, ao longo da semana, vários conflitos. O catequista ajuda os adolescentes a separar os ambientes. Aqui, no grupo, podem estar mais descontraídos, sem estar presos a esses conflitos. E podem até encontrar recursos para lidar melhor com eles.
O estilo do catequista O sucesso depende do estilo dialogante do catequista. Ele tem de estabelecer um diálogo sincero com os adolescentes, aceitando que está numa experiência de enriquecimento recíproco. Para alguns, esta capacidade de comunicação pessoal é um dom natural, mas para a maioria de nós ela consegue-se com exercício, esforço de escuta, aproximação dos adolescentes, pedindo a Deus um coração bondoso e generoso. A comunicação que estabeleces com os catequizandos do teu grupo deve ter algumas qualidades. Uma comunicação interativa: Uma comunicação onde quem envia uma mensagem, pode receber a resposta sobre os efeitos que essa mensagem teve em quem a recebeu. Uma comunicação dentro de um clima de confiança recíproca e de disponibilidade para aceitar que o outro é diferente (tem sentimentos, ideias, histórias de vida diferentes dos meus) e para lhe dar apoio.
O espaço da catequese O grupo deve reunir-se sempre no mesmo local, que deve ser limpo, bem iluminado e arejado. A sala deve dispor de um local onde afixar, sem grande dificuldade, cartazes, fotografias e outros elementos em papel, usados e produzidos ao longo das catequeses. Como está previsto o visionamento de vídeos, deve haver condições para utilizar um écrã ou projetor de vídeo. Nesta proposta, damos bastante importância aos momentos de oração. A disposição das cadeiras e a decoração que se usa devem ser tidas em conta para garantir uma experiência de qualidade.
Acolhimento Os catequizandos chegam ao encontro semanal, depois de uma semana cheia (na escola, na família, nas redes sociais) e, muitas vezes, não muito motivados para a catequese. Ao começá-la, é importante que privilegies um momento de acolhimento, em que os ajudas a fazer a transição entre o 6
“lá fora” e o “cá dentro”. Isso pode ser feito com uns cumprimentos, com um diálogo descontraído e breve sobre os acontecimentos da semana, com um bans que ajude o grupo a sentir-se presente.
Momentos do ato catequético No Ligações. Itinerário de educação à fé, seguimos uma maneira de fazer catequese já clássica e inspirada na prática de Jesus. Uma catequese acontece em três momentos: a experiência humana, o anúncio da Palavra e a expressão de fé. Experiência humana: A catequese começa com a vida real dos catequizandos, a partir das suas experiências, sonhos e problemas de cada dia. A tua experiência de vida é diferente da dos teus catequizandos. Muitos dos seus dramas e desejos podem-te parecer coisa pouca ou fútil. Para seres um bom catequista, tens de fazer como Jesus que se abeirava dos homens e mulheres do seu tempo com profundo respeito pela sua experiência. Anúncio da Palavra: Uma boa catequese não se fica na reflexão sobre a experiência de vida. Propomos a Palavra de Deus, convencidos de que só ela é capaz de iluminar e resgatar a vida. É a Palavra de Deus que está no centro da catequese. A preocupação não deve ser “explicar” a Palavra, mas ajudar os catequizandos a apropriarem-se dela. Tu, como catequista, já experimentaste como é bom ter a Palavra amorosa de Deus no centro da tua vida, no teu coração. O teu papel é ajudar os teus catequizandos a descobrir como a Palavra de Deus pode dar um novo e melhor sabor às suas vidas. Expressão de fé: A Palavra que Deus dirigiu aos catequizandos pede resposta. Nesta idade, é importante responder generosamente aos apelos de Deus. Na catequese, esta expressão de fé assume três formas principais. É oração, vontade de estar com o Deus que nos falou. É mudança de atitude, vontade de agir mais segundo o Evangelho. É reforço da comunidade, vontade de se sentir mais parte desta Igreja que Jesus chamou e onde Ele está presente.
Recursos de apoio Para enriquecer a comunicação dentro da catequese, este guia vai fazer uso de vários recursos. Cartazes e fotografias: elemento visual que ajuda a dar forma aos conteúdos que se estão a trabalhar. Estão disponíveis na pasta de apoio. Cantos: usados como documento de estudo ou como recurso para a oração. Estão disponíveis na pen multimédia. O catequista deve prever umas colunas adequadas à dimensão do grupo. Áudio: além dos cantos, algumas catequeses fazem recurso a música de fundo, ou a textos gravados. Estão também disponíveis na pen multimédia. Vídeo: disponíveis na pen multimédia, são documentos de trabalho para a catequese; não um entretenimento. É importante prever as condições adequadas para o seu visionamento. Site de apoio: em ligações.net, podes encontrar alguns materiais complementares às propostas do guia. Na página 2 deste livro estão as credenciais que te permitirão administrar uma parte do site de apoio. O site está construído a partir de tecnologia Moodle, um sistema de gestão de aprendizagem bastante conhecido por quem anda pelo mundo da educação. Além de usares os recursos que disponibilizamos, poderás albergar aqui documentos (textos, música, links, jogos, vídeos…) que julgues enriquecedores para o teu grupo. Tu, como catequista, poderás monitorizar quais os recursos que os teus catequizandos usam, que uso fazem deles. É conveniente que, depois de aceder ao site pela primeira vez, mudes as tuas credenciais para outras do teu agrado.
Desafios complementares Nada substitui a experiência do encontro de catequese, mas ela pode ser prolongada na vida quotidiana. A pensar nisso, criámos um conjunto de desafios complementares, que surgem no Livro do Catequizando. Em todas as catequeses, há pistas e propostas, que o adolescente pode aproveitar: Palavrando – onde se desvendam os significados das palavras; Escavando – onde se propõe uma reflexão mais aprofundada; Curiosando – onde se acrescentam conhecimentos ou factos que enriquecem a experiência; 7
Atuando – onde se apontam atos concretos para mudar o mundo, agora; Em Cartaz – onde se sugerem livros, filmes, músicas ou vídeos que de algum modo estejam em relação com o tema trabalhado. Incentiva os teus catequizandos a, fora do encontro de catequese, explorarem estas rubricas. Além destas, o site ligações.net oferece ainda outras propostas.
Reunir os pais No período da adolescência, é muito comum passar-se de um extremo ao outro: enquanto, durante a infância, se procura um contacto frequente com os pais, nesta fase, pode cair-se no erro de separar os pais da catequese, como se deixassem de aí ter lugar. É certo que os catequizandos são crescidos e é importante que sintam que os tratas com respeito e os responsabilizas. Mas os pais continuam a ser parte da sua vida. Se reparares bem, uns e outros continuam a valorizar muito a presença nos momentos mais marcantes da vida do adolescente. Se é assim, também faz sentido que continuem a ser integrados no que respeita à vivência da fé. De modo diferente, certamente. Mas, como catequista, podes convidá-los, conversar com eles, escutá-los, sem fazer dos vossos encontros uma invasão da privacidade do grupo nem um ralhete com hora marcada. Prepara-te bem. Não te preocupes se reúnes muitos ou poucos, constrói com os pais momentos surpreendentes e significativos, em que aprofundem o seu próprio crescimento enquanto pais e crentes.
Outros momentos de intervenção Tradicionalmente, a catequese acontece em encontros semanais, mas cresce em muitos ambientes de Igreja a ideia que pode e deve haver outros momentos onde fazer acontecer catequese. Eucaristia semanal: A participação alegre na Eucaristia com a comunidade é um momento essencial neste caminho de fé, porque a experiência de acolher a Palavra e o Corpo de Cristo muda o coração de cada um de nós e faz-nos ser mais e melhor Igreja. Felizmente, muitas comunidades têm já uma certa atenção aos mais novos na forma como preparam as celebrações (tipo de monições, cantos, homilia…). O papel dos catequistas é trazer ao sacerdote e aos outros responsáveis da celebração a sensibilidade dos mais novos e motivar os seus catequizandos a participar na celebração. Convivências de grupo: São encontros mais alargados (de meio dia a um dia inteiro) onde se aprofunda um tema, onde há mais espaço para tentar coisas novas e para prestar mais atenção à melhoria das relações dentro do grupo. Participam os membros do grupo ou podem juntar-se vários grupos da mesma paróquia (ou zona). Retiros: São momentos mais dedicados à reflexão e à oração. Duram de um a três dias. Normalmente, fazem-se fora de casa. Continuam a ter um estilo juvenil, a valorizar as linguagens simbólicas, mas o essencial é trabalhar a dimensão espiritual e a qualidade da relação com Deus. Os tempos fortes do Advento e da Quaresma, a semana das vocações, a preparação para o crisma são ocasiões habituais para os retiros. Jornadas de grupo: Momentos destinados a criar mais grupo. Pode ser o aniversário do grupo. Pode ser o aniversário de um membro do grupo ou um acontecimento relevante para um deles (começou a trabalhar, vive uma situação de doença). O grupo junta-se, mostra-se presente aí onde a vida acontece. É sempre bom haver um pequeno momento de oração. Acampamento/Acantonamento: Organizados só com o grupo ou juntando vários grupos, servem para viver uma experiência de convívio, reflexão e celebração que sirva de síntese do caminho de fé feito ao logo do ano. Alguns grupos valorizam mais a dimensão do serviço em campos de trabalho, onde os participantes se empenham em algum projeto de serviço ao longo de uma semana. Grandes convocatórias: São encontros onde o trunfo é o grande número de participantes de origens muito diversas. O clima de festa, respeito, espiritualidade vivido por tanta gente ao mesmo tempo resulta do caminho de fé já feito, mas funciona também como encorajamento para um maior compromisso com a fé. Exemplos são as jornadas mundiais ou diocesanas da juventude, os encontros ligados a algum movimento, as peregrinações a Fátima, Santiago ou Taizé… 8
Acompanhamento pessoal: É importante que cada catequizando possa encontrar-se pessoalmente com um adulto para personalizar a sua caminhada de fé. Este adulto pode ser um sacerdote, dentro ou fora do sacramento da reconciliação, ou um leigo. Pode ser o catequista ou outra pessoa. Qualquer tema, circunstância pessoal ou do grupo são um bom pretexto para um diálogo sobre a vida de fé. É sempre recomendável programar estes encontros de forma periódica. Neste acompanhamento pessoal, fala-se sobre o caminho que o adolescente vai fazendo e especialmente sobre os aspetos da catequese que pedem uma maior personalização (a vivência das seis tarefas da catequese, o projeto pessoal, o discernimento vocacional…). O objetivo é ajudar a elaborar e seguir o projeto pessoal de vida e discernir a própria vocação na sociedade e na Igreja.
Para usar o guia do catequista O material referente a cada catequese está dividido em duas partes: Para o Catequista Desenvolvimento “Para o Catequista” inclui algum material para a tua leitura, para te ajudar a preparar bem a catequese. Começa com uma Apresentação, onde se faz uma breve motivação à catequese. Os Objetivos indicam os “resultados” que devem aparecer nos catequizandos, ao final da catequese. Os Conteúdos fazem a lista dos vários tipos de conteúdos com que vamos trabalhar ao longo da catequese. Podem ser de tipo cognitivo (Conceitos), comportamental (Procedimentos) ou atitudinais (Atitudes). O Esquema mostra numa tabela o que pretendemos fazer ao longo da catequese. A primeira coluna à esquerda apresenta os três momentos da catequese: Experiência humana, Anúncio da Palavra e Expressão de fé. Podem ter durações diferentes. A segunda coluna indica os 4 encontros semanais previstos. A terceira coluna faz a lista de cada uma das atividades previstas. Na quarta coluna, a seguir ao nome da atividade, está a duração prevista dessa actividade (em minutos). Por fim, na quinta coluna, está o grau de dificuldade que atribuímos à dificuldade. As estrelas podem ir de uma a cinco, sendo as cinco estrelas sinal de dificuldade máxima. Esta classificação não é uma indicação absoluta; mas é uma ajuda para o catequista estar mais atento na preparação e na execução das atividades mais difíceis. Do Catecismo (ou Do Magistério) oferece um pequeno texto tirado do Catecismo da Igreja Católica (ou de algum texto do Magistério da Igreja) que ajuda o catequista a situar-se perante o património de fé da Igreja. É sempre um convite a ler os números seguintes. A Síntese de conteúdos oferece, num texto que se quer breve, algumas informações para enriquecer as competências do catequista. Podem ser de tipo pedagógico ou doutrinal. São textos que apresentam ao catequista o tema e os conteúdos que irão ser trabalhados com o grupo. É importante que o catequista (ou o grupo de catequistas) leia o texto com calma. Que tome posição. Que identifique as “novidades”. Que tome nota daquilo que não entende. Para cresceres é um pequeno apontamento para a reflexão e oração pessoal do catequista. É importante que cada catequista se possa confrontar pessoalmente com os mesmos conteúdos que os catequizandos. O “Desenvolvimento” contém as indicações para orientar cada um dos encontros de catequese. Indica-se sempre o número do encontro e em que momento do ato catequético nos encontramos. O Material faz a lista dos materiais que vão ser necessários ao longo do encontro. Quase todos eles estão disponíveis na pasta de apoio, ou na pen multimédia. Segue-se a Atividade. Cada uma tem um nome específico. Na linha seguinte está a duração prevista para o todo da actividade. Num encontro de catequese pode haver mais do que uma actividade. As atividades estão divididas em Etapas. As Etapas estão numeradas e indica-se a duração prevista para cada uma delas. 9
Nalguns casos, antes de apresentar as Etapas da Atividade, pede-se uma Preparação: algo que o catequista tem de ter previamente preparado antes de iniciar a actividade. No final da catequese temos a secção Para avaliar. Avaliar é um elemento importante de toda a catequese. É uma oportunidade de verificar o que correu bem e menos bem, a qualidade da nossa programação. É ocasião para perceber como o grupo e cada um dos catequizandos está a reagir. Damos nesta secção algumas pistas a que os catequistas devem estar especialmente atentos.
Para programar uma catequese A Igreja descreve a catequese como um caminho: parte-se da vida concreta dos catequizandos, temse uma ideia clara da meta onde chegar, fazem-se algumas ações que aproximam os catequizandos dessa meta. Dentro desta imagem do caminho aparece a tarefa de programar, de definir, com o rigor possível, os caminhos a percorrer, os tempos a usar, os recursos humanos e materiais necessários. Há quem reaja à necessidade de programar com uma atitude espiritualista; sentem que essa atenção aos processos educativos esvazia a ação de Deus no processo de fé. Numa postura oposta estão os tecnicistas, convencidos que o rigor de programação é suficiente para assegurar o sucesso da catequese. Revemo-nos numa estrada mista, mais equilibrada, capaz de conjugar as exigências de uma e outra tendência. As propostas que incluímos neste Guia são, já em si mesmas, uma forma de programação. Mas é importante ter em conta as tuas características como catequista, a dimensão do teu grupo, a reacção habitual dos teus catequizandos. Para programar uma catequese deves começar por ler com atenção as indicações do guia. Repara como se articula o que se diz no “Para o Catequista” com o “Desenvolvimento”. Pergunta-te se as propostas feitas no “Desenvolvimento” servem realmente para atingir os objetivos, se ajudarão os catequizandos do teu grupo concreto a assimilar os conteúdos propostos. Verifica se dispões dos recursos previstos pelo guia: vídeo, música, espaços para a oração. Se não dispões deles, pensa, em primeiro lugar, se os consegues encontrar. Se concluíres que não os podes encontrar, terás de modificar a nossa proposta e modificar atividades propostas. Programar é também prestar atenção aos tempos. Num projecto de catequese como este, damos muita importância à comunicação dentro do grupo, à partilha, ao aprender fazendo. Ora isso torna mais variável a duração das atividades. Com o conhecimento que tens do teu grupo, verifica se os tempos que indicámos são realistas. No caso de preveres que as atividades durarão mais do que o previsto, tens de decidir o que fazer. Decides que algumas atividades vão durar mais tempo e reduzes o tempo dedicado a outras? Há alguma actividade que desistes de fazer? Se ao programar, tiveres de eliminar alguma actividade, evita a tentação de eliminar as mais difíceis (aquelas classificadas com mais estrelas); pode ser que elas sejam mais importantes. É importante ter presente que nesta quarta fase do Ligações. Itinerário de educação à fé cada catequese usa quatro encontro semanais. Por isso, deve-se programar a catequese como um todo. Evitar a tentação de programar semana a semana.
Para programar o ano Além de programar cada uma das catequeses em sequência, o catequista deve programar as suas intervenções ao longo do ano todo. Em primeiro lugar, trata-se de assinalar no calendário as datas de todas as catequese e encontros semanais. Mas devemos ir mais além. Que atividades extra se quer propor ao grupo (retiros, convivências, acampamentos, vigílias…)? Há propostas feitas a nível de paróquia, vigararia/arciprestado, diocese em que seria interessante os catequizandos participarem? Como vamos assinalar os tempos fortes da liturgia? Quais os momentos em que convidamos os catequizandos ao sacramento da Reconciliação? Quase sempre, esta programação anual deve ser feita em diálogo com os outros catequistas e até com outras pessoas da paróquia. 10
Um Deus que traz salvação
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1 Para o Catequista
Apresentação “Isso” de ser cristão tem algum interesse? Aqueles que seguem Jesus experimentam que sim. Sentem-se “salvos”, vivos de uma forma nova. Vivem cada dia com uma energia nova dada por Deus.
Objetivos Enriquecer a oração em grupo. Reconhecer o papel de Jesus para uma vida com mais qualidade.
Conteúdos Conceitos: yy Ideia tradicional de salvação e seus limites; yy Salvação na Bíblia. Perspetivas individual-existencial e histórico-social. Procedimentos: yy Sinal da cruz; yy Lectio divina. Atitudes: yy Acolher a salvação que Deus oferece no quotidiano.
Esquema Experiência humana
1º encontro
2º encontro Anúncio da Palavra 3º encontro Expressão de fé
4º encontro
Atividade: Dentro de cinco anos
30’
**
Atividade: Estudar ou trabalhar
45’
**
Atividade: Perto de Ti
15’
*
Atividade: Um Deus que salva
50’
**
Atividade: Ser salvo e salvar
25’
*****
Atividade: Salvação como libertação
20’
***
Atividade: Pela Cruz fomos salvos
50’
***
Atividade: No sinal da Cruz
25’
***
Atividade: Eu, tu e Tu
75’
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Atividade: Na longa estrada de Jericó
10’
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Do Magistério Esta salvação, que Deus realiza e a Igreja jubilosamente anuncia, é para todos, e Deus criou um caminho para se unir a cada um dos seres humanos de todos os tempos. Escolheu convocá-los como povo, e não como seres isolados. Ninguém se salva sozinho, isto é, nem como indivíduo isolado, nem por suas próprias forças. Deus atrai-nos, no respeito da complexa trama de relações interpessoais que a vida numa comunidade humana supõe. Este povo, que Deus escolheu para si e convocou, é a Igreja. (Francisco, A alegria do Evangelho, 113)
Síntese de conteúdos Deus vem ao nosso encontro, dialoga connosco, liberta-nos, cura-nos, perdoa-nos... A “isso” nós chamamos “salvação”. Quando Deus entra na vida de uma pessoa ou de um grupo, Ele provoca mudanças e melhorias de qualidade.
O conceito de salvação Como entender isso da “salvação”? Subsiste ainda uma ideia tradicional de salvação. Que pouco ou nada tem a ver com o verdadeiro sentir da tradição viva da Igreja. É muito marcada por três dualismos: É uma salvação mais espiritual do que integral. O que conta é salvar a “alma”; as questões “materiais” são pouco importantes; É uma salvação mais individual do que comunitária. O que conta é que “cada um” possa salvar a “sua” alma; É uma salvação mais ultra-terrena do que atual. Centra-se no depois da morte. Esta ideia parece uma caricatura, mas, na vida concreta de muitos crentes, ainda é comum. E também fora da Igreja. O dualismo alma-corpo aparece em tantas filosofias de auto-ajuda onde o “chakra”, ou a “aura” ou outra coisa qualquer, de tipo espiritual deve ser salva; o concreto do corpo pouco interessa. Ou subsiste o seu inverso: será pela aparência da saúde física, pelos implantes de silicone, pelo erotismo que te “salvas”, que vais ser feliz. Subsiste o dualismo individual-comunitário. Domina o individualismo. As pessoas fazem sacrifícios, pagam pequenas fortunas, por uma “salvação” individual. Subsiste o dualismo ultra-terreno. Mas enquanto os “antigos” desvalorizavam a existência concreta e apostavam tudo no depois da morte, hoje aposta-se tudo no aqui e agora, como se a morte não existisse, como se apenas o instante contasse.
Em busca de uma visão mais profunda Há uma outra perspetiva (existencial-personalista) que coloca a pessoa no centro. A pes soa está em relação com os outros, vive a sua liberdade, procura a sua auto-realização e a autenticidade, através do diálogo e de relações de qualidade. A salvação consiste em passar da não comunhão com Deus e com os outros, à comunhão. Salvação é sair das trevas do egoísmo e abrir-se ao amor de Deus e dos outros. É deixar uma vida sem sentido e encontrar razões válidas para viver e amar. Jesus Cristo tem um papel central neste entendimento da salvação. Ele, durante a sua existência terrena, viveu em comunhão com Deus e com os outros, devolveu aos homens a capacidade de se realizarem e de encontrarem a autenticidade perdida com o pecado. Jesus continua a salvar-nos através do seu Espírito porque nos perdoa, nos devolve à comunhão com Deus e com os outros e nos faz reencontrar o sentido da vida. 13
Mas este modelo “esquece” uma série de realidades como a pobreza estrutural, a violência cega, a tirania, o desemprego, a fome... Por isso surgiu uma perspetiva histórico-pragmática que, a partir da fé, procura enfrentar as condições de marginalização, opressão e indignidade em que tantos homens e mulheres sofrem por todos os cantos deste planeta. A convergências destas duas intuições traz-nos duas pistas. Em primeiro lugar aproximarmos o conceito de salvação do concreto. A salvação deve ser experienciada pelos jovens. Sob pena de se reduzir a mais uma palavra oca, que nada significa. Em segundo lugar afirmarmos a centralidade de Jesus na salvação cristã. Na mentalidade dominante, a salvação viria das capacidades ocultas que estão dentro de cada um (tu salvas-te a ti mesmo!); nós, como cristãos, afirmamos que é só em Jesus que conseguimos salvação.
O bom samaritano e o próximo Um bom exemplo deste entendimento de salvação é dado por Jesus na parábola do bom samaritano. É um texto bem conhecido. Mas podemos reduzi-la a um genérico apelo a sermos “bonzinhos”. Jesus conta esta história a um doutor da lei a propósito de saber quem era o “próximo”. Para nós, “próximo” tornou-se um termo teórico, que define genericamente o outro, uma pessoa em necessidade. O próximo tornou-se sinónimo do pobre a quem tu deves ajudar, respeitar, socorrer. Jesus vê as coisas de forma diferente. Ele pergunta: “Quem destes três se tornou o próximo daquele que foi assaltado pelos bandidos?” O próximo não é o homem ferido, pobre; é (ou não) um daqueles que se aproxima dele. O próximo não é o outro. És tu quando te aproximas de quem é necessitado. Ser próximo é uma escolha de vida, feita ao ritmo da salvação.
Lectio Divina Nesta catequese propormos de novo a lectio divina para saborear melhor a Palavra de Deus. Não é a primeira vez que o fazemos neste projeto. Vale a pena ler esta história: Havia um velho eremita que se dedicava à contemplação de Deus e à oração com a Bíblia. Foi um dia visitado, no lugar da sua solidão, por um jovem desejoso de encontrar o sentido da vida e a paz do coração. O jovem ficou tão bem impressionado no diálogo com o eremita que pediu para ficar a viver com ele, como seu discípulo. O eremita, que nunca concedera a ninguém tal honra, perguntou-lhe qual o motivo de tal desejo. E o jovem respondeu decididamente: “Porque quero aprender a rezar com a Bíblia.” E o eremita insistiu: “Mas porque queres tu aprender a rezar com a Bíblia?” E o jovem: “Porque é a ciência mais alta que existe.” E concluiu o eremita: “Gostaria de te ter como discípulo, mas não posso”. E o jovem regressou a casa. Alguns anos mais tarde, o jovem voltou a visitar o eremita. No final do encontro, tornou a pedir para ficar com ele como discípulo para conhecer as santas escrituras e aprender a rezar. E tornou a ouvir a mesma pergunta: “Porque queres conhecer e rezar com a Bíblia?” E o jovem respondeu: “Porque quero ser santo.” O eremita respondeu: “Gostaria de te ter como discípulo, mas não posso”. O candidato a discípulo regressou a casa, desiludido e triste, por não ter conseguido atingir o seu ideal de vida. O tempo passava, mas o pensamento do jovem continuava com o eremita, recordando a intensa paz que tinha experimentado. Encheu-se de coragem e, mais uma vez, voltou a visitar o eremita.
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Ao chegar, encontrou o velho eremita em oração com a Bíblia na mão. Passaram o dia em oração, rezando com a Palavra de Deus e, no final, o jovem repetiu o seu pedido. E o eremita tornou a perguntar: “Porque queres rezar com a Bíblia?” E o jovem respondeu seguro de si: “Quero rezar com a Bíblia para fazer experiência de Deus”. Os olhos do velho eremita iluminaram-se de alegria e, abraçando o jovem, convidou-o a ser seu discípulo. Esta história dos padres do deserto (cristãos dos primeiros séculos que viviam no deserto para aprofundar a sua fé) mostra bem qual é o objetivo da Lectio Divina. Não é adquirir erudição bíblica, nem procurar um vago ideal de santidade. É fazer, a partir da Palavra de Deus, uma experiência pessoal e profunda de Deus. A técnica da Lectio divina está ao alcance de todos: idosos e jovens, cultos ou nem por isso. Mais do que uma técnica, ela é um caminho que leva à intimidade e à comunhão com Deus e com os irmãos. Esta antiga prática de leitura da Palavra tem hoje cada vez mais adeptos, mesmo entre os jovens. É um esquema com muitas variantes possíveis. Aqui seguimos o modelo clássico. A Lectio Divina é uma leitura da Bíblia em escada. Lê-se o texto bíblico em diferentes “degraus” dessa escada. Antes de começar, convém fazer silêncio. Para acalmar o coração e para dar espaço ao Espírito de Deus. Foi Ele o autor da Palavra inspirada e é Ele que, hoje, nos vai fazer entrar na amizade de Deus. O primeiro degrau é a Lectio, a leitura. Procuramos ler e entender o que diz o texto. Apoiamo-nos nas notas e explicações que a nossa edição da Bíblia nos sugere. Procuramos comentários e estudos que nos ajudem a perceber o significado literal do texto. O olhar e a atenção estão concentrados no texto. O segundo degrau é a Meditatio, a meditação. Tentamos descobrir o que nos diz o texto bíblico, a nós hoje. O olhar e a atenção estão concentrados em nós, na nossa situação. O terceiro degrau é a Oratio, a oração. A Palavra escutada torna-se Palavra rezada. Falamos a Deus com as suas mesmas palavras. A atenção não está nem em nós nem no texto, mas na nossa resposta ao Autor do texto. O quarto degrau é a Contemplatio, a contemplação. É o momento mais pessoal deste itinerário. Exige um silêncio profundo, paciência e uma grande disponibilidade à acção de Deus. Este momento é um deixar-se levantar pelo Senhor, um deixar-se abraçar por Ele, deixando que a sua presença e bondade nos curem e encham a nossa vida de sentido e esperança. O quinto degrau é a Actio, a ação. É a parte mais prática: escolher uma tarefa de serviço ou de testemunho. A Palavra que lemos, meditámos, rezámos e contemplámos deve tornar-se vida vivida. A Lectio Divina pode fazer-se como um exercício pessoal ou comunitário. Neste módulo propomos um exercício de Lectio em grupo. É uma boa forma de iniciar os jovens a esta forma de oração.
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Para cresceres Disse o Papa Francisco: “A Igreja deve ser o lugar da misericórdia gratuita, onde todos possam sentir-se acolhidos, amados, perdoados e animados a viverem segundo a vida boa do Evangelho.” (A alegria do Evangelho, 114). Avalia a tua ação com os outros (em especial estes jovens com quem fazes catequese): Como acolhes cada um tal como é? Que podes fazer para os amar melhor, para os fazer crescer? Como os ajudas a experimentarem o perdão? Como os animas a experimentar o Evangelho?
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1 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana
Neste primeiro encontro, os catequizandos dialogam com uma experiência constante nas suas vidas: a escola e os percursos formativos. É sempre no concreto da vida que Deus nos faz experimentar a sua salvação.
Material Cartolina (ou tapete pequeno) Crucifixo Velas (1 por participante) Lápis ou caneta (1 por participante) Canto “Luz verdadeira” (disponível na pen multimédia) Computador, colunas
Atividade: Dentro de cinco anos Duração: 30 min. Etapa 1 Duração: 7 min. O catequista convida o grupo a colocar-se de pé e a formar um círculo. Pede que todos dêem as mãos aos colegas do lado e recordem os nomes de quem está à sua direita e à esquerda. A seguir, o catequista convida os participantes a soltar as mãos e a circular livremente pela sala. Ao fim de um tempo, o catequista coloca uma cartolina (ou um tapete pequeno) no centro da sala. Pede aos catequizandos que se coloquem todos em cima da cartolina. É provável que não haja espaço para todos. O catequista sugere que se desloquem de modo que todos tenham a possibilidade de ter ao menos um pé em cima da cartolina. Feito isto, o catequista avisa que não será mais possível mover os pés. 16
A seguir, o catequista pede que recordem quem eram os companheiros que estavam à direita e à esquerda de cada um. Sem se moverem, devem dar a mão direita a quem estava à direita e a mão esquerda a quem estava à esquerda. Este jogo promete alguma diversão e muita confusão. O catequista também participa. Etapa 2 Duração: 3 min. Concluída a tarefa (ou chegados a conclusão que a tarefa é impossível), o catequista pede que soltem as mãos e se sentem nos seus lugares. Pergunta aos catequizandos como se sentiram durante o jogo. E depois conclui: “Se eu vos tivesse avisado a tempo do que iria acontecer, teria sido mais fácil para todos esta tarefa. Se soubéssemos o que iria acontecer, teríamos subido para cima da cartolina com outra ordem. Esta brincadeira serve para nos alertar para a importância de planear bem o futuro”. Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando, na página 8 e preencham, individualmente, o questionário intitulado «Dentro de cinco anos…». Etapa 4 Duração: 15 min. Após o preenchimento dos questionários, o catequista convida cada participante a partilhar em grande grupo as suas respostas, partindo da seguinte pergunta: como imaginais as vossas vidas dentro de cinco anos? O catequista modera o diálogo a partir das questões do questionário. Para concluir, o catequista pergunta o que deveriam fazer realmente, de hoje em diante, para conseguir o que imaginaram.
Atividade: Estudar ou trabalhar? Duração: 45 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Esta atividade procura, preparar os catequizandos para enfrentar os desafios. Por isso, o catequista pede-lhes que abram o livro do catequizando, na página 10, leiam o documento intitulado «O caso do Luís» e o analisem em silêncio e individualmente. Etapa 2 Duração: 20 min. O catequista distribui os catequizandos em 4 grupos, pedindo que cada grupo eleja um porta-voz. Depois, pede que abram o livro do catequizando, na página 11 e dialoguem sobre as questões que aparecem no documento «Alternativas». Recomenda que cada grupo use, como tempo máximo, 5 minutos em cada alternativa.
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Etapa 3 Duração: 10 min. O catequista reúne todos os catequizandos em círculo e convida os porta-vozes de cada grupo a apresentar as conclusões do seu grupo. Etapa 4 Duração: 5 min. Depois do momento de partilha, o catequista faz uma síntese, realçando a importância de analisar bem todas as alternativas quando temos de resolver um dilema. Para ajudar, pode utilizar as seguintes questões: De quanto tempo precisastes para escolher a opção mais adequada? O que é que mais influenciou a vossa escolha? Qual foi o dado determinante? Etapa 5 Duração: 5 min. Para concluir a atividade, o catequista propõe aos participantes que, durante a semana, analisem a influência que a família tem nas suas escolhas profissionais. Para tal, utilizarão o questionário «Questionário aos Pais» que se encontra livro do catequizando, na página 11. Podem usar esse documento para fazer uma entrevista aos pais. Devem registar as suas respostas no livro do catequizando.
Atividade: Perto de Ti Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Para terminar o encontro, o catequista convida os participantes para um momento de oração. O esquema está no livro do catequizando, na página 12. Convida-os a colocarem-se em atitude de oração para escutarem/cantarem a canção inicial. Canto “Luz verdadeira” (Original: O amor maior, Severino Pellizzon, Edições Salesianas)
Senhor, Tu és luz verdadeira. Quem crê em Ti, terá a vida. E p’ra sempre viverá na tua paz, na tua paz Etapa 2 Duração: 1 min. O catequista convida um participante a ler o texto bíblico em voz alta. Actos dos Apóstolos 5, 31-32 Foi a Ele que Deus elevou, com a sua direita, como Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão dos pecados. E nós somos testemunhas destas coisas, juntamente com o Espírito Santo, que Deus tem concedido àqueles que lhe obedecem.
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Etapa 3 Duração: 3 min. O catequista convida a 1 minuto de silêncio. Passado esse tempo, pede que, individualmente, releiam o texto e destaquem uma palavra ou expressão que mais os marcaram. Tendo todos concluído, o catequista pede que cada um refira, em alta voz, a palavra ou expressão destacada. Etapa 4 Duração: 3 min. O catequista distribui as velas pelos participantes. Depois, acende a sua vela e diz aos participantes para se aproximarem dele e acenderem as suas velas. Em seguida, explica que cada um leva a sua vela ao pé da cruz, que simboliza o nosso caminho que iniciamos este ano, e que a nossa salvação está junto a Jesus. Etapa 5 Duração: 3 min. O catequista convida a rezar em conjunto a seguinte oração, que se encontra livro do catequizando, na página 13. Nós Te bendizemos, Senhor Jesus Nós Te bendizemos, Senhor Jesus, porque em Ti se encontra a verdadeira vida. A tua palavra brilha nos lugares mais escuros. Nós nos comprometemos a ser testemunhas da tua luz! Porque Tu nos chamaste das nossas sombras, para vivermos como filhos da luz e darmos frutos de bondade, justiça e verdade. Que todos os seres humanos Te glorifiquem ao ver as nossas boas obras! Ámen. O catequista, poderá concluir com todos a cantar o canto “Luz verdadeira”.
2º encontro Anúncio da palavra Ter fé é bem mais do que achar que Deus existe e é real. É confiar que Ele pode trazer salvação, qualidade nova e maior ao concreto da nossa vida.
Material Computador, projetor multimédia, colunas Vídeo “You and me” (disponível no youtube) Vídeo “Um Deus que salva” (disponível na pen multimédia) Canto “É a hora” (disponível na pen multimédia) Vídeo “Jesus Salvador” (disponível na pen multimédia)
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Atividade: Um Deus que salva Duração: 35 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista pede um voluntário para fazer uma síntese do que realizaram no último encontro. Pergunta como decorreu o trabalho com as famílias relativo ao documento «Questionário aos Pais». O catequista observa que a temática religiosa não apareceu muito e explica que foi de propósito. Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista convida a ver e ouvir o videoclip da canção “You and me”, dos Lifehouse (https://www.youtube.com/watch?v=ac3HkriqdGQ). A letra está na página 14 do livro do catequizando. A tradução em português está disponível no site de apoio (ligacoes.net). You And Me, What day is it? And in what month? This clock never seemed so alive. I can’t keep up, and I can’t back own. I’ve been losing so much time. ‘Cause it’s you and me and all of the people With nothing to do, nothing to lose. And it’s you and me and all of the people and I don’t know why I can’t keep my eyes off of you. All of the things that I want to say Just aren’t coming out right. I’m tripping on words, you’ve got my head spinning, I don’t know where to go from here. ‘Cause it’s you and me and all of the people With nothing to do, nothing to prove. And it’s you and me and all of the people and I don’t why I can’t keep my eyes off of you. Something about you now I can’t quite figure out. Everything she does is beautiful, Everything she does is right. ‘Cause it’s you and me and all of the people With nothing to do, nothing to lose. And it’s you and me and all of the people and I don’t know why I can’t keep my eyes off of you. You and me and all of the people With nothing to do, nothing to prove. And it’s you and me and all of the people and I don’t why I can’t keep my eyes off of you.
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What day is it And in what month? This clock never seemed so alive. No final, pede que cada um resuma numa única palavra o que sentiu ao ver e ouvir o vídeo. Etapa 3 Duração: 10 min. Após a visualização do vídeo, o catequista pede aos participantes que abram o livro do catequizando, na página 15, e respondam individualmente às questões colocadas no questionário «Eu & Deus». Etapa 4 Duração: 10 min. Depois de responderem às perguntas, convida a partilhar as respostas no grande grupo. Etapa 5 Duração: 5 min. Para ajudar a arrumar as ideias, o catequista convida o grupo a ver o vídeo “Um Deus que salva”. Guião “Um Deus que salva” Desde pequenos, ao andar na catequese, na missa ou em casa, que ouvimos estas palavras: salvação, salvador, vida abundante, bem-aventuranças… Todos desejamos ser felizes. Ter uma vida de qualidade, cheia de energia e alegria. Uma vida onde não precisamos de ter medo. Onde nos sentimos amados. Mas todos já experimentámos que a vida está longe desse sonho. Há problemas. Umas vezes, são pessoas concretas que não nos deixam ser felizes. Outras, os problemas são globais. Outras vezes ainda, descobrimos que os problemas começam dentro de nós. É aqui que entra em jogo a nossa fé. Jesus de Nazaré não foi apenas um homem bom e corajoso. Com a autoridade de quem sabia do que falava, Ele era o Filho de Deus, Ele anunciou, com gestos e palavras que Deus queria oferecer a todos, sem exceção, a possibilidade de uma vida plena, saborosa, digna. O próprio Jesus chamava a esta experiência “Reino de Deus” ou “vida em abundância”. Os primeiros cristãos diziam que Deus os tinha vindo salvar. Mas hoje, quando ouvimos falar de “salvação” aparecem-nos umas ideias antigas e muito incompletas. Salvação seria ir para o céu depois de morrer. Salvação seria algo apenas espiritual, sem ligação ao concreto. E seria qualquer coisa de interesse só depois da morte. Mas quando lemos com olhos novos a Palavra de Deus, descobrimos que aquilo que Deus nos oferece é muito mais interessante. Com Jesus, Deus torna-Se presente na vida de cada um de nós. E a sua presença transforma-nos. Dá-nos esperança. Cura-nos. Liberta-nos. Deus vem até nós, abraça-nos e abre-nos as portas do seu coração. Podemos viver em amizade e comunhão com Ele. E torna-nos capazes de viver em comunhão e amizade uns com os outros. Ensina-nos a ver os outros como dignos de respeito. Dá-nos a força para pedir perdão do mal que lhes fizemos e dá-nos a luz para lhes perdoarmos. Quando Deus nos toca o coração tornamo-nos mais sensíveis à situação de morte em que vivem tantos dos nossos irmãos e irmãs. Marginalização, escravidão, opressão e exploração
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que oprimem tanta gente numa pobreza injusta. E sentimos que Deus nos chama a colaborar com Ele e a criar vida para todos. Com justiça, desenvolvimento, dignidade, liberdade. Quando Jesus entra na nossa vida, vemos as coisas de outro modo. E a sua força em nós muda a nossa fraqueza em coragem e generosidade para vivermos uma vida mais cheia, uma vida transbordante de amor.
Atividade: Ser salvo e salvar Duração: 25 min. Preparação Este exercício precisa de algum espaço livre. Como envolve algum contacto físico, o catequista deve estar bastante concentrado e sereno para ajudar o grupo a fazer bem a atividade. Etapa 1 Duração: 5 min. De seguida, o catequista propõe uma dinâmica de expressão. Para tal, convida os catequizandos a juntarem-se em pares. Os elementos ficam de pé, em frente um ao outro e suficientemente afastados dos outros pares, para não se incomodarem. O catequista pede aos grupos que combinem quem ente si é que “vai ser salvo” e quem é que “vai salvar”. Etapa 2 Duração: 5 min. Quando todos estiverem prontos, o catequista dirá: “A partir deste momento, fazei silêncio. Imaginai que aquele de vós que vai ser salvo, caminhou muito tempo numa gélida noite de Inverno e está com frio… com muito frio… praticamente congelado. A única forma de ele se salvar é se transmitirdes calor humano para que ele se aqueça. Mas com cuidado, porque como está quase congelado, podeis causar-lhe fraturas. Sede criativos. Se quiserdes, podeis fechar os olhos enquanto sois salvos.” Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista pede que invertam os papéis. Etapa 4 Duração: 10 min. O catequista pede a todos que formem um círculo e partilhem a experiência vivida, quer quando salvaram, quer quando foram salvos. Para desenvolvimento do diálogo, o catequista pode apresentar as seguintes questões: Em qual das situações é que vos sentistes mais confortáveis: a salvar ou ser salvo? Em princípio, o papel de “salvador” é aquele que traz mais dificuldades, porque implica um conjunto de decisões: O que faço? Onde toco? Como toco? Com que intensidade? Enquanto o papel de “ser salvo” implica uma postura mais passiva, embora muitas vezes retraída e pouco natural, onde o corpo fica “na defensiva”. Uma outra questão tem a ver com o que fizestes enquanto “salvadores”. Foi pensado? Fostes deixando os gestos acontecerem? Reparastes no que os outros pares 22
estavam a fazer? Sentistes algumas restrições por estardes a tocar nessa pessoa em concreto? Há alguém no grupo com quem estaríeis mais à vontade? O catequista pode acrescentar ou, conforme o evoluir do diálogo, aprofundar algumas questões.
Atividade: Salvação como libertação Duração: 20 min. Preparação Esta atividade deve decorrer num ambiente bem decorado para a oração. Dar algum destaque à Palavra de Deus. A preparação do espaço pode decorrer com a participação e criatividade dos catequizandos. Convém ensaiar antes a leitura da etapa 2. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista convida os participantes a abrirem o livro do catequizando, na página 16 para acompanharem o canto “É a hora”. Canto “É a hora” (CD (a)braços, Banda Jota, Edições Salesianas)
É a hora (3 vezes): É a hora da verdade, É a hora de Jesus, É a hora da liberdade, É a hora de uma cruz, que nos dá uma vida nova. É a hora da tua grande prova.
É a hora (3 vezes): É a hora da revolução, É a hora do amor, É a hora da salvação, É a hora do Senhor. Ele te dá, por onde quer que vás, a certeza, a esperança e a paz, que nos dá uma vida nova. É a hora da tua grande prova. Ele te dá, por onde quer que vás, a certeza, a esperança e a paz
Etapa 2 Duração: 3 min. O catequista pede 6 voluntários para lerem o texto bíblico dos Actos dos Apóstolos. Actos dos Apóstolos 16, 22-34 Leitor 1: A multidão amotinou-se contra eles; e os estrategos, arrancando-lhes as vestes, mandaram-nos açoitar. Depois de lhes terem dado muitas vergastadas, lançaram-nos na prisão, recomendando ao carcereiro que os tivesse sob atenta vigilância. Ao receber tal ordem, este meteu-os no calabouço interior e prendeu-lhes os pés no cepo. Leitor 2: Cerca da meia-noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus, e os presos escutavam-nos. De repente, sentiu-se um violento tremor de terra que abalou os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as cadeias de todos se desprenderam. Leitor 3: Acordando em sobressalto, o carcereiro viu as portas da prisão abertas e puxou da espada para se matar, pensando que os presos se tinham evadido. Paulo, então, bradou com voz forte: Paulo: «Não faças nenhum mal a ti mesmo, porque nós estamos todos aqui.» 23
Leitor 1: O carcereiro pediu luz, correu para dentro da masmorra e lançou-se a tremer, aos pés de Paulo e de Silas. Depois, trouxe-os para fora e perguntou: Carcereiro: «Senhores, que devo fazer para ser salvo?» Leitor 2: Eles responderam: Paulo e Silas: «Acredita no Senhor Jesus e serás salvo tu e os teus.» Leitor 3: E anunciaram-lhe a palavra do Senhor, assim como aos que estavam na sua casa. O carcereiro, tomando-os consigo, àquela hora da noite, lavou-lhes as feridas e imediatamente se baptizou, ele e todos os seus. Depois, levando-os para cima, para a sua casa, pôs-lhes a mesa e entregou-se, com a família, à alegria de ter acreditado em Deus. Etapa 3 Duração: 3 min. O catequista apresenta o vídeo “Jesus Salvador”. Convida a vê-lo com atitude orante, em agradecimento a Jesus por tudo o que fez e faz por nós. Etapa 4 Duração: 4 min. No final e após uns breves momentos de silêncio, o catequista faz a seguinte síntese: Etimologicamente, Jesus (hebraico Jeshua) significa “o Senhor salva”; Quando o carcereiro perguntou a Paulo “O que devo fazer para ser salvo?” Paulo respondeu: “Acredita no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e tua casa.” Acreditar em Jesus Cristo como nosso único salvador é decisivo para dar qualidade à nossa vida; Acreditar realmente consiste em colocar toda a nossa fé e confiança em Cristo. É aceitá-Lo como fonte de esperança; Este acreditar mexe com a vida toda; não é apenas uma questão de palavras ou de fazer uns ritos; é coisa de coração. Etapa 5 Duração: 5 min. Para concluir o encontro, o catequista propõe a leitura do texto que se encontra no livro do catequizando, na página 17, dividindo os participantes em dois grupos (coro 1 e coro 2): Procuro as tuas pegadas Coro1 Procuro as tuas pegadas no nosso mundo, procuro os sinais da tua presença. Mas canso-me e preciso do teu empurrão, da tua força, para continuar à procura.
Coro2 Descubro sinais que me falam de Ti, do teu Evangelho e do Reino. Quero ajudar os outros a procurar, a olhar a vida com os teus olhos e encontrar ao nosso lado os teus passos, o teu estilo e o teu abraço.
Coro1 Gosto de olhar para as pessoas que gostam umas das outras, que se entreajudam e que falam. Procuro nelas gestos simples: o eco da tua Palavra, os sinais de Deus Pai, e o amor do Espírito.
Coro2 Jesus, quero procurar as tuas pegadas, quero descobrir onde estás Tu, hoje, entre nós.
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Coro1 Viver em atitude de procura e no prazer do encontro. Quero, mas às vezes não posso. É mais forte o desânimo, a solidão, o pessimismo e o medo.
Coro2 Por isso Te peço energia, coragem que mantenha o esforço.
Coro1 Os meus amigos vão por outro caminho, não partilham isto. Às vezes penso que me acham louco, em vias de extinção, estranho.
Coro2 Mas volto a escolher o mesmo. Procuro-Te, Senhor, e quero procurar-Te sempre: ao meu lado, no meu mundo, nos que gostam de mim e amo. Ámen.
3º encontro Anúncio da palavra Continuamos a descobrir porque nos chamamos cristãos: porque Jesus nos salvou.
Material Coleção de objetos: mochila, bola, agrafador, saco, lápis, borracha, marcador, folha… Folha branca A4 e caneta (1 por participante) Tesouras Música de fundo (Fundo 00, disponível na pen multimédia) Canção “Enche-nos de Ti” (disponível na pen multimédia) Vídeo “Fazer o sinal da cruz” (disponível na pen multimédia) Computador, projetor multimédia, colunas Canto “Em nome do Pai” (disponível na pen multimédia)
Atividade: Pela cruz fomos salvos Duração: 50 min. Preparação O catequista coloca diversos objetos - mochila, bola, agrafador, saco, lápis, borracha, marcador, folha - em cima de uma mesa. Pode acrescentar outros objetos. É importante que haja, pelo menos, tantos objetos quantos participantes. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista dá as boas-vindas a todos. Com a ajuda de todos, recapitula as experiências feitas ao longo dos dois encontros anteriores. Convida cada participante a escolher um dos 25
objetos entre os que estão em cima da mesa. Cada um deverá escolher o objeto que chame mais a sua atenção. Etapa 2 Duração: 10 min. O catequista convida cada um a explicar as razões da sua escolha. Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista distribui, por cada participante, uma folha branca e uma caneta. São necessárias também algumas tesouras. Pede que cada um, usando as técnicas de dobragem do papel, faça um barco.
1. DOBRA AO MEIO
2. DOBRA AO MEIO NOVAMENTE
5. PUXA OS LADOS PARA FORA E ALISA
4. DOBRA AS BORDAS DOS DOIS LADOS
3. DOBRA NOS CANTOS
6. DOBRA AS CAMADAS FRONTAL E TRASEIRA PARA CIMA
8. PUXA AS ABAS SUPERIORES PARA FORA
7. SEPARA OS LADOS E ACHATA
9. ACHATA O FUNDO E PUXA OS LADOS PARA CIMA
10. JÁ ESTÁ!
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Etapa 4 Duração: 20 min. Usando a tabela “Instruções Barco”, o catequista vai ajudando os participantes a transformarem o seu barco de papel numa cruz, enquanto meditam sobre estes objetos e a sua vida. «Instruções Barco» Passo
1.
Tempo necessário
5 min
O catequista diz:
O catequizando faz:
Cada um de nós é chamado à vida por Deus. Vida essa Escrever do lado que podemos representar por este barco que temos direito do barco. na mão. Vamos fazer a nossa travessia em alto mar e há momentos em que este mar está calmo; mas existem muitos outros em que navegamos entre tempestades que quase nos levam a naufragar. Para não corrermos o risco de naufragar precisamos equilibrar bem o peso do nosso barco. Vamos ver o que está a pesar dentro do barco. O barco pesa do lado direito. Então, desse lado, vamos escrever todas as coisas, exteriores a nós, que não nos deixam viver plenamente como cristãos (exemplo: pressão da sociedade, drogas, televisão, inveja, etc.)
1 min
Vamos então tirar de dentro do nosso barco isso tudo Cortar a ponta do lado para que ele se equilibre novamente. direito do barco.
3.
5 min
Navegamos mais um pouco e, de repente, percebe- Escrever do lado mos que o lado oposto é que está agora mais pesado. esquerdo do barco. Precisamos de tirar mais alguma coisa do barco. Deste lado do barco estão a pesar as nossas opções interiores que não nos permitem viver como cristãos assumidos. Vamos então escrevê-las (exemplo: egoísmo, infidelidade, impaciência, desamor, falta de oração, etc.).
4.
1 min
Como já identificamos o que pesa no nosso barco, Cortar a ponta do lado borda fora com isso! esquerdo do barco
2.
5.
5 min
Reparem agora que existe uma parte do barco que aponta para cima. Para quem? Exatamente, para Deus, é a nossa fé em Jesus que queremos ter sempre dentro do nosso barco, esta fé que queremos guardar e cuidar com todo o amor para nos sustentar na nossa grande viagem. Recortemos esta parte de cima do barco, que corresponde à vela, de forma arredondada. Nesse pedaço de papel (de forma redonda), escrevamos o que representa Deus para cada um de nós.
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Recortar a parte de cima do barco e Escrever, nesse pedaço de papel (de forma redonda).
«Instruções Barco» Vamos agora abrir o nosso barco e ver como ficou. (Se Abrir o barco (fica o tudo correu normalmente, ficou no formato de uma formato de uma cruz cruz com um círculo ao centro). com um círculo ao Esta é a cruz do cristão, sinal da certeza da nossa centro).
6.
3 min
salvação. É um símbolo da nossa fé, não num Deus crucificado, mas num Deus que deu a vida por nós e ressuscitou. O buraco que está ao centro da cruz, e cujo papel temos na mão, o que é que vos faz lembrar? Uma hóstia, Corpo de Cristo, símbolo da Eucaristia, local onde alimentamos a nossa fé neste Deus vivo. Esta é a certeza que Jesus está sempre dentro do nosso barco para enfrentar connosco qualquer tempestade. Como é que nos vamos manter firmes nesta caminhada de cristãos, não deixando que o nosso barco afunde? Temos que nos alimentar, e é na Eucaristia que está o único e verdadeiro alimento, que nos faz fortes e perseverantes.
Total
20 min.
Etapa 5 Duração: 10 min. No final, o catequista pede que abram as suas bíblias em Mt 8, 23-27 e pede um voluntário para ler o texto. Enquanto se faz a leitura, cada um deve segurar a sua cruz nas mãos. Leitura: Mateus 8, 23-27 Depois subiu para o barco e os discípulos seguiram-n’O. Levantou-se, então, no mar, uma tempestade tão violenta, que as ondas cobriam o barco; entretanto, Jesus dormia. Aproximando-se d’Ele, os discípulos despertaram-n’O, dizendo-Lhe: «Senhor, salva-nos, que perecemos!» Disse-lhes Ele: «Porque temeis, homens de pouca fé?» Então, levantando-se, falou imperiosamente aos ventos e ao mar, e sobreveio uma grande calma. Os homens, admirados, diziam: «Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?» Depois da leitura, o catequista pergunta qual a relação entre o barco que fizemos, a cruz em que o transformámos e o episódio da vida de Jesus que escutámos. O catequista estimula o diálogo e acolhe as respostas de todos.
Atividade: No sinal da Cruz Duração: 25 min. Preparação Mais uma vez, é importante cuidar do ambiente em que decorre a oração. Uma cruz deve ter lugar de destaque.
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Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista pede ao participantes para iniciarem esta atividade, fazendo o sinal da cruz: “Em nome do Pai, do filho….” Em seguida, propõe o canto “Enche-nos de Ti” (livro do catequizando, na página 18) Canto “Enche-nos de Ti” (Original: Tu Sei, Paolo Spoladore, Usiogope Edizioni)
Enche-nos de Ti, Pai Criador. Enche-nos de Ti, Filho Salvador. Enche-nos de Ti, Espírito de Amor. Enche-nos de Ti. Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista apresenta o vídeo “Fazer o sinal da cruz”. Guião “Fazer o sinal da cruz” Quando fazes o sinal da cruz, fá-lo bem; não de forma apressada, atabalhoada, tal que ninguém percebe o que poderá significar. Não! Um sinal da cruz bem feito, isto é, lento, amplo, da fronte ao peito e dum ombro ao outro. Sentes que ele te abraça todo? Concentra-te bem; concentra neste sinal todos os pensamentos e todo o teu espírito, enquanto ele passa da fronte ao peito, dum ombro ao outro. Assim, tu sente-lo: envolve-te todo, corpo e alma, recebe-‑te, consagra-te, santifica-te. Porquê? Porque é sinal da totalidade e é sinal da redenção. Sobre a cruz, Jesus Cristo libertou-nos a todos. Pela cruz, Ele santifica o homem na sua totalidade, até às últimas fibras do seu ser. Por isso, façamo-lo antes da oração para que Ele nos receba e nos ponha espiritualmente em ordem: concentra em Deus os pensamentos, o coração e a vontade. Depois da oração, para que permaneça em nós aquilo que Deus nos concedeu. Na tentação, para que nos fortaleça. No perigo, para que nos proteja. No acto de bênção, para que a plenitude da vida divina penetre na alma e a torne fecunda e consagre todas as coisas. Pensa na frequência com que fazes o sinal da cruz. É o sinal mais santo que existe. Fá-lo bem: lento, amplo, consciente. Assim, ele abraça todo o teu ser, corpo e alma, pensamentos e vontade, inteligência e sentimento, agir e sofrer, e tudo nele é reforçado, marcado, consagrado na força de Cristo, no nome de Deus uno e trino. (Romano Guardini) Etapa 3 Duração: 2 min. O catequista ou um catequizando proclama a seguinte passagem bíblica, que também se encontra no livro do catequizando, na página 18: Mateus 28, 19-20 Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos. Etapa 4 Duração: 5 min. O catequista faz os seguintes comentários: 29
Quantas vezes fazemos o sinal da cruz sem pensarmos minimamente naquilo que estamos a fazer... Nós, os cristãos, deveríamos começar o dia e as nossas orações sempre com o sinal da cruz, invocando a bondade de Deus Pai, a presença do seu Filho Jesus e o amor que o Espírito Santo nos concede. Habitamos neste abraço de Deus porque fomos batizados. Como? Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo Na sua simplicidade, o sinal da cruz dá forma exterior à confiança que sentimos nesse Deus que é Santíssima Trindade, que nos salva e que nos dá qualidade de vida. Etapa 5 Duração: 3 min. Para concluir, o catequista pede 5 voluntários (leitores) para recitarem a oração que se encontra no livro do catequizando, na página 19, devendo esta ser acompanhada pelos restantes participantes: Meu Deus Trindade Leitor 1 Já muitas vezes me falaram de Ti como Trindade. E sempre me custou entender-Te. Mas hoje sei que és Comunhão, presença constante de amor dos três: Pai, Jesus, Amor. Leitor 2 Meu Deus, não sei explicá-lo… é como o sentimento que me inunda quando gosto muito de alguém e estou feliz ao seu lado, em silêncio, sabendo que as palavras não fazem falta, que os corações falam uma linguagem mais profunda e sincera. Leitor 3 Meu Deus Trindade, sinto que és como a experiência de um carinho, a segurança de me sentir protegido sempre por alguém que deseja intensamente o meu bem-estar. Leitor 4 Gosto que o meu Deus seja Trindade. Fico feliz ao ver que nem sequer Deus quis ser um Deus sozinho, mas comunhão, amizade, diálogo, relação. Leitor 5 Graças, meu Deus Trindade, porque, olhando para Ti, descubro a melhor forma de também me aproximar dos outros. Ámen.
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Etapa 6 Duração: 5 min. O catequista explica que o sinal da cruz é muito mais do que um mero gesto, acrescentando o seguinte: “Convido-vos a reformular a maneira e o sentido com que o fazeis e a torná-lo presente na vossa vida quotidiana. No fundo, que consagreis a Deus Pai, Filho e Espírito Santo o vosso dia a dia, a vossa vida plena. Sugiro-vos que façais o sinal da cruz ao levantar, ao deitar, antes e depois das refeições, ou noutras ocasiões que cada um ache importante, mas que o façais com sentido e tendo consciência do que estais e porque estais a fazê-lo. É importante fazer o sinal da cruz na escola, trazer a vossa experiência de salvação em Jesus Cristo à vida da escola: à dificuldade em estudar com regularidade, ao diálogo com os companheiros desnorteados, ao empenho por criar na escola um ambiente saudável de aprendizagem...” Conclui-se este momento de oração com o canto “Em nome do pai” (livro do catequizando, na página 19). Canto “Em nome do Pai” (original: CD Música para a catequese 10, Edições Salesianas)
Em nome do Pai, Em nome do Filho, Em nome do Espírito Santo, Estamos aqui. Para louvar e agradecer Bendizer e adorar Estamos aqui, Senhor, Ao teu dispor.
Para louvar e agradecer bendizer e adorar Para Te aclamar, Ó Deus-Trindade.
4º encontro Expressão de fé Neste último encontro desta catequese queremos descobrir a profundidade da salvação que Deus nos oferece. E fazemo-la, mastigando bem a Palavra de Deus através da Lectio divina.
Material Cartaz “O samaritano” nº 1 (disponível na pasta de apoio) Música de fundo (Fundo 01, disponível na pen multimédia) Computador e colunas
Atividade: Eu, tu e Tu (Lectio Divina) Duração: 75 min. Preparação O catequista decora o espaço para a experiência de lectio que se vai fazer.
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Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista acolhe os participantes e convida-os a fazerem juntos uma leitura aprofundada da Palavra de Deus, a partir da técnica da Lectio Divina. É uma experiência que já devem ter feito ao longo do itinerário catequético. No caso de haver algum catequizando que ainda não a tenha feito, o catequista faz uma breve explicação. A Lectio Divina é uma forma de rezar com a Bíblia. Esta deve ser lida com fé, humildade e amor. Neste tipo de oração, seguimos cinco passos: Lectio; Meditatio; Oratio; Contemplatio; Actio. O número de passos não é tão importante quanto o desafio de encontrar Deus e a atitude com que o fazemos. Os catequizandos devem ter consigo o seu exemplar da Bíblia ao longo de todo o encontro. Etapa 2 - Lectio Duração: 3 min. O catequista convida todos a encontrarem nas suas bíblias o texto da parábola do bom samaritano: Lc 10, 30-37. Ele, ou um dos catequizandos, lê em voz alta a parábola do bom samaritano. “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que, depois de o despojarem e encherem de pancadas, o abandonaram, deixando-o meio morto. Por coincidência, descia por aquele caminho um sacerdote que, ao vê-lo, passou ao largo. Do mesmo modo, também um levita passou por aquele lugar e, ao vê-lo, passou adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-‑o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirando dois denários, deu-os ao estalajadeiro, dizendo: “Trata bem dele e, o que gastares a mais, pagar-to-ei quando voltar.” Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?” Respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele.” Jesus retorquiu: “Vai e faz tu também o mesmo.” Etapa 3 - Lectio Duração: 7 min. O catequista coloca uma música de fundo e convida ao silêncio e à escuta. Agora é tempo de “esmiuçar” o texto. Para ajudar na análise do texto, o catequista, pausadamente, irá colocando as questões que abaixo se indicam. É importante que haja uma distância de 1 minuto entre cada ponto. Os catequizandos podem ir tomando notas no seu livro do catequizando.
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1. Identificar as personagens: yyIndividuais ou coletivas? yyO que sabes sobre elas? yyQue profissão têm? yyQual é o seu estilo de vida? 2. Identificar os lugares. 3. Referir factos mais relevantes. 4. Identificar as palavras difíceis. 5. Associar verbos e personagens. 6. Entender os protagonistas: yyO que procura cada um? yyO que o ajuda? yyO que o dificulta? yyO resultado final corresponde ao que se desejava no início? Etapa 4 - Lectio Duração: 5 min. Os participantes são convidados a partilhar com o grupo as descobertas que fizeram, bem como as dúvidas que surgiram. O catequista esclarece alguma coisa que tenha ficado menos percetível. Etapa 5 - Meditatio Duração: 3 min. Neste passo (meditatio), o catequista explica que trazemos a leitura até à nossa vida pessoal. Meditar é descobrir o que a Palavra de Deus que lemos no momento anterior tem a dizer à nossa vida, hoje. O catequista convida todos a ler em silêncio, uma vez mais, o texto bíblico. Etapa 6 - Meditatio Duração: 7 min. O catequista pede aos participantes que fechem os olhos e que se imaginem dentro da história. Para construir o fio condutor, colocará as seguintes questões aos participantes, pausadamente: O que vês? O que ouves? Com quem é que mais te relacionaste? Quando quiseres abre os olhos e reflete até que ponto esta passagem retrata algo da tua vida neste momento? Aproveita esta ocasião para examinar a tua situação atual e organizares o teu futuro à luz da Palavra.
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Etapa 7 - Meditatio Duração: 5 min. Os participantes são convidados a partilhar com o grupo a reflexão que fizeram. De uma forma sempre respeitadora, o catequista assegura um clima de segurança e respeito. Nenhum dos catequizandos se deve sentir pressionado à partilha. Mas o catequista sublinha que a partilha de cada um é um dom para os companheiros. Etapa 8 - Oratio Duração: 10 min. Oratio significa rezar. Quando os participantes entram em diálogo com Deus, abrem-se intimamente a Deus e ouvem a Sua voz no coração. Este tempo de oração é pessoal. Cada um é convidado a colocar-se diante de Deus. O catequista, mais uma vez, apresentará os itens abaixo, pausadamente: Durante alguns momentos dialoga intimamente com Deus; Reza por todos aqueles que sofrem de violência, homens, mulheres e crianças, para que Deus os alivie das suas dores e os liberte do sofrimento; Reza por todos os “bons samaritanos” do nosso tempo: médicos, enfermeiros, bombeiros,… e tu; Reza a Deus para que tu também te convertas em um “bom samaritano”. Etapa 9 - Oratio Duração: 5 min. Os participantes são convidados a partilhar com o grupo a reflexão que fizeram. Etapa 10 - Contemplatio Duração: 10 min. O catequista mostra o cartaz nº 1, com uma representação da parábola do bom samaritano.
Explica que este quadro pode fixar a atenção dos nossos olhos. E assim ajuda-nos a contemplar a Deus. Colocamo-nos diante de Deus e louvamo-lo pela sua bondade. O catequista coloca uma música de fundo e, enquanto olham para o cartaz, convida-os a deixarem que o Espírito Santo trabalhe no coração. Cada um deve experimentar que encontrar Deus é graça, é dádiva gratuita. O importante é estarmos abertos e disponíveis para recebermos Deus, na medida em que Ele quer vir ao nosso encontro. Se for oportuno, a meio desta etapa, pode propor-se o canto “Enche-me de Ti”. 34
Etapa 11 - Actio Duração: 5 min. O catequista convida para o último e, talvez, um dos mais importantes passos da Lectio Divina. Em diálogo com Deus, cada um tenta perceber aquilo que Ele lhe está a pedir para fazer ou ser. Etapa 12 - Actio Duração: 10 min. No final, o catequista convida cada um a partilhar a sua reflexão com o grupo. Cada um deve escutar as ideias dos outros como uma partilha da forma como Deus trabalhou no coração de cada um. Para finalizar o nosso momento de oração, rezamos por cada um, com as palavras que Jesus nos ensinou. Pai nosso…
Atividade: Na longa estrada de Jericó Duração: 10 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista conclui o encontro, partilhando as seguintes ideias: Ao longo destes encontros, temos falado e partilhado ideias e experiências sobre a salvação. Fizemos um caminho que partiu de algo que nos preocupa mais ou menos, como o nosso futuro e os nossos sonhos. Depois, descobrimos que Deus tem algo a oferecer-nos: a sua salvação; Mas nós, que experimentámos a vida abundante que Ele partilha connosco, estamos chamados a ser como este samaritano: gente boa e generosa, que se deixa comover pela dor dos outros; Somos jovens amados por Deus e chamados por Deus a amar como Ele e em seu nome. Preocupamo-nos com os problemas do mundo, onde se joga a vida e a morte concreta das pessoas. E, por isso, podemos dizer que somos seguidores de Jesus Cristo, que Se fez “bom samaritano” para todos nós. Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista convida a cantar “Na longa estrada”, (Livro do catequizando na página 20). Canto “Na longa estrada” (Pe Fernando Fonseca, scj)
Na longa estrada de Jericó, um homem sofre e eu vou passar. Vou apressado, vou em missão, mas bate forte meu coração.
Seremos dois a enfrentar a longa estrada de Jericó. Não temerei, não temerás os salteadores que espreitam lá.
Se eu penso em mim, tu ficas só. Se eu penso em ti, seremos nós. E a tua dor vai acabar e eu mais seguro vou caminhar.
E na cidade de Jericó vamos cear amor e pão. E quem nos vir há-de pensar: vale sempre a pena estender a mão.
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Para avaliar Como avalias o grau de motivação dos catequizandos do teu grupo? O que os move a participar? Quais seriam as dificuldades? Em relação ao ano passado, houve elementos que desistiram? Já tentaste entrar em contacto com eles? No caso de haver catequizandos novos neste grupo, como avalias a sua integração? Sentes que o grupo conseguiu fazer a ligação entre os conteúdos e experiências de fé e a vida concreta?
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Índice Introdução............................................................................................................................................................................................................................. 3 CATEQUESE 1: Um Deus que traz salvação..................................................................................................................11 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................12 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 12 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................16 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 16 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 19 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 25 4º encontro - Expressão de fé................................................................................................................................................................. 31 CATEQUESE 2: Viver o namoro em Igreja......................................................................................................................37 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................38 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 38 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................43 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 43 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 50 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 56 4º encontro - Expressão de fé................................................................................................................................................................. 60 CATEQUESE 3: Criação: nesta casa comum..................................................................................................................73 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................74 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 74 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................78 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 78 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 83 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................... 86 4º encontro - Expressão de fé................................................................................................................................................................. 91 CATEQUESE 4: Viver em família......................................................................................................................................103 Para o Catequista..................................................................................................................................................................104 Apresentação................................................................................................................................................................................................................104 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................107 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................107 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................112 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................119 4º encontro - Expressão de fé..............................................................................................................................................................124 CATEQUESE 5: Uma sexualidade feliz e madura....................................................................................................131 Para o Catequista..................................................................................................................................................................132 Apresentação................................................................................................................................................................................................................132 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................135 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................135 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................139 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................146 4º encontro - Expressão de fé..............................................................................................................................................................153 CATEQUESE 6: Esperança: optar pelo otimismo.....................................................................................................159 Para o Catequista..................................................................................................................................................................160 Apresentação................................................................................................................................................................................................................160 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................163 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................163 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................169 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................173 4º encontro - Expressão de fé..............................................................................................................................................................179 CATEQUESE 7: Cristo ressuscitado: um sonho para o futuro...........................................................................185 Para o Catequista..................................................................................................................................................................186 Apresentação................................................................................................................................................................................................................186 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................189 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................189 2º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................195 3º encontro - Anúncio da palavra.......................................................................................................................................................207 4º encontro - Expressão de fé..............................................................................................................................................................214 223
CaminhoAmar11_GUIA-CAPA_Ulzama.pdf 1 14-11-2019 17:27:07
Ligações. Itinerário de educação à Fé Projeto de catequese inovador que ajuda crianças e jovens de hoje a conhecer, celebrar e viver a Fé.
Tens nas mãos o guia do 11º ano de catequese do Ligações. Itinerário de educação à Fé.
Este ano, o teu grupo poderá experimentar e descobrir caminhos que levam ao amor. Como catequista, irás ajudar os jovens a projetar, a partir da fé, algumas vivências importantes (o namoro, a sexualidade, a vida em família, ...) e também a descobrir como é grande o amor que Deus tem para connosco. C
M
CM
MY
CY
CMY
11
11
Y
Cada catequese desenvolve-se em quatro encontros. Cada um destes encontros tem uma duração de 90 minutos. É uma opção de qualidade que permite mais tempo para as experiências, para o diálogo e para a partilha.
Caminho para AMAR
Começa um novo caminho… um Caminho para Amar!
Caminho para AMAR
Pedimos-te que orientes cada encontro num estilo dialogante. A tua capacidade de escuta e de aproximação ajudarão a criar no grupo um clima de confiança recíproca. O teu coração bondoso e generoso ajudarão neste caminho para amar.
K
GUIA DO CATEQUISTA
Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto Tel.: 22 53 657 50 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt
Ligações. Itinerário de educação à Fé
GUIA do
catequista