DOM CARLOS FILIPE XIMENES BELO
DOM CARLOS FILIPE
XIMENES BELO
Ladainha de NOSSA SENHORA
Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 | 4022-001 Porto Tel.: 22 53 657 50 Fax: 22 53 658 00 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt
DOM CARLOS FILIPE XIMENES BELO
Meditações sobre cada uma das invocações da ladainha a Nossa Senhora. Quem as escreve é D. Ximenes Belo, agraciado com o Nobel da Paz em 1996. Um texto profundo que encontra raízes na sua experiência de fé. Na adolescência, o bispo emérito de Díli rezava todas as noites o terço em família, seguindo-se a recitação da ladainha de Nossa Senhora, em latim. No tempo colonial da administração portuguesa e integração na Indonésia, encontrou esta mesma devoção em diversas comunidades cristãs timorenses que suplicavam pela intercessão de Maria. Várias das invocações da ladainha nem precisariam de explicações, mas outras escondem em si um valor simbólico e teológico que vale a pena descobrir. Por que será Nossa Senhora invocada como Vaso Honorífico ou Espelho de Justiça? O que estará na origem destas belas expressões?
Ladainhas de
Meditações sobre cada invocação
Dom Carlos Filipe Ximenes Belo
Ficha Técnica © 2016 Dom Carlos Filipe Ximenes Belo © 2016 Edições Salesianas Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 4022-001 Porto Tel: 225 365 750 Fax: 225 365 800 www.edisal.salesianos.pt edisal@edicoes.salesianos.pt Publicado em dezembro de 2016 Capa: Paulo Santos Paginação: João Cerqueira Impressão e acabamentos: Printhaus ISBN: 978-989-8850-21-8 D.L.: 417369/16
Prefácio
Publico este livro não para os outros; escrevo-o antes, em primeiro lugar, para mim mesmo, a fim de viver em contínuo enlevo os mistérios da vida de Nosso Senhor Jesus Cristo e de experimentar a “proximidade” da Virgem Santíssima, a quem invoco desde os tempos da minha adolescência. Em 1955, em Bau Oli, um tosco lugar da povoação de Ró-Ulu, do suco de Baha-wuu, rezava-se todas as noites o terço, na casa dos meus tios Joaquim Lemos e Maria da Conceição, terço esse que era dirigido pela minha mãe, Ermelinda Baptista Filipe (viúva). Depois de termos terminado a Salve Rainha, a minha mãe recitava (de cor e salteado) as ladainhas de Nossa Senhora em Latim…E nós, uns de joelhos sobre a esteira, outros sentados, já meio adormecidos, respondíamos em uníssono a cada invocação: “orrra pro nobisss”… Não compreendíamos as palavras, nem mesmo o Pai Nosso e Ave-maria e o Glória ao Pai, em português; mas a nossa fé humilde levava-nos, todas as noites, antes de nos deitarmos, a dirigir à Mãe de Deus as nossas súplicas pela conversão dos pecadores, pela paz no mundo e pelo povo martirizado da Hungria. E isto decorria nos anos de 1955, 1956 e 1957. A partir de 1957, porque já andávamos na escola primária (eu andava na 2.ª classe rural, e estudava a Cartilha de João de Deus), a minha mãe pediu-nos a nós (o meu irmão António, a minha irmã Julieta e eu) para dirigirmos o terço e, no fim da Salve Rainha, recitarmos as Ladainhas, segundo o Catecismo de Pio X, traduzido para Tétum, “Oração ba Sarani sira” da autoria do reverendo padre Manuel Patrício Mendes. Escrevo também estas meditações para recordar os catequistas timorenses a quem eu próprio ouvi recitar as ladainhas em Latim, e, de cor, quando eu, já ordenado sacerdote, me tinha esquecido daquilo que recitava 3
quando andava nos bancos da escola primária. Catequistas, apenas munidos de estudos da segunda, terceira e quarta classe da Instrução Primária, eram os pastores das suas cristandades nas aldeias mais remotas de Timor-Leste. E porque os sacerdotes eram poucos e as distâncias enormes, o missionário só visitava as estações missionárias de seis em seis meses. Era o catequista quem mantinha a fé dos cristãos e dos catecúmenos com a reza do terço e a récita das ladainhas. Em agosto de 1983, já como Administrador Apostólico ad nutum Sanctae Sedis, da Diocese Díli, fui visitar a missão católica de Ainaro. Quando chegámos à povoação de Aituto, do “kecamatan” ou Posto de Administrativo de Hato-Builico, o catequista Germano Pereira convidou-me a parar e ver a capela em construção. De facto, as paredes já estavam levantadas havia bastante tempo, mas faltava o telhado…Todos os domingos, quer fizesse sol quer chovesse, os cristãos daquela estação missionária ali estavam para rezar o terço e, naturalmente, as ladainhas de Nossa Senhora, em Latim. Depois de ter verificado a condição da capela e de ter recebido o pedido dos cristãos, o catequista pediu-me para dar a bênção, não sem antes ter rezado um terço e as ladainhas. O catequista Germano que não andou na Escola de Professores‑Catequistas, mas que tinha apenas a segunda classe de instrução primária, recitava, sem recorrer ao catecismo “Oração ba Sarani sira”, as Ladainhas, em latim. E os cristãos e alguns catecúmenos, todos de língua mambae, respondiam: “ora pro nobis”. Eu, que era “amo bispu”, já me tinha esquecido desta prática de devoção mariana… Era através da reza do terço e das Ladainhas que Nossa Senhora atendia as súplicas dos filhos e filhas no tempo colonial da administração portuguesa e no tempo da integração na Indonésia. As práticas marianas do Rosário, do Ângelus e das Ladainhas constituíam o património devocional dos timorenses que viviam nas aldeias,
4
nos vales e nas montanhas, durante a ocupação japonesa (1942-1945), o último período da presença colonial portuguesa (1946-1975), e o tempo da ocupação indonésia (1976-1999). Recordo com admiração e orgulho o trabalho de catequistas anónimos. E, de modo especial, aqueles que encontrei a dirigirem o rosário em capelas rudimentares feitas com folhas de palmeiras, de coqueiros e de akadiru, e a recitarem a Ladainha em Latim: catequistas de Iliomar, Quelicai, Luca, Natarbora, Aituto (Maubisse), Turiscai, Ataúro, Balibó, Fohorém, Lolotoe e Padiae (Oe-Cusse). Hoje, em muitas partes de Timor-Leste, e do mundo, os devotos de Nossa Senhora continuam a recitar as ladainhas de Nossa Senhora. Que a récita destas invocações seja um meio de amar mais a Mãe do Céu e o Seu Filho Jesus Cristo.
5
Ladainhas em Latim
Kýrie, eleison. Christe, eleison. Kýrie, eleison. Christe, audi nos. Christe, exaudi nos. Pater de caelis Deus, miserere nobis Fili, Redemptor mundi, Deus, miserere nobis Spiritus Sancte Deus, miserere nobis Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis Sancta Maria, ora pro nobis Sancta Dei Genitrix, ora pro nobis Sancta Virgo virginum, ora pro nobis Mater Christi, ora pro nobis Mater Ecclesiae, ora pro nobis Mater divinae gratiae, ora pro nobis Mater purissima, ora pro nobis Mater castissima, ora pro nobis Mater inviolata, ora pro nobis Mater intemerata, ora pro nobis Mater amabilis, ora pro nobis Mater admirabilis, ora pro nobis Mater boni consilii, ora pro nobis Mater Creatoris, ora pro nobis Mater Salvatoris, ora pro nobis 7
Virgo prudentissima, ora pro nobis Virgo veneranda, ora pro nobis Virgo praedicanda, ora pro nobis Virgo potens, ora pro nobis Virgo Clemens, ora pro nobis Virgo fidelis, ora pro nobis Speculum justitiae, ora pro nobis Sedes sapientiae, ora pro nobis Causa nostrae laetitiae, ora pro nobis Vas spirituale, ora pro nobis Vas honorabile, ora pro nobis Vas insigne devotionis, ora pro nobis Rosa mystica, ora pro nobis Turris Davidica, ora pro nobis Turris eburnea, ora pro nobis Domus aurea, ora pro nobis Foederis arca, ora pro nobis Janua coeli, ora pro nobis Stella matutina, ora pro nobis Salus infirmorum, ora pro nobis Refugium peccatorum, ora pro nobis Consolatrix afflictorum, ora pro nobis Auxilium christianorum, ora pro nobis Regina angeloru, ora pro nobis Regina patriarcharum, ora pro nobis Regina prophetarum, ora pro nobis Regina apostolorum, ora pro nobis Regina martyrum, ora pro nobis 8
Regina confessorum, ora pro nobis Regina virginum, ora pro nobis Regina sanctorum omnium, ora pro nobis Regina sine labe originali concepta, ora pro nobis Regina in caelum assumpta, ora pro nobis Regina sacratissimi Rosarii, ora pro nobis Regina Familiae, ora pro nobis Regina pacis, ora pro nobis Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, parce nobis, Dómine. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, exáudi nos, Dómine. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, miserére nobis. V. Ora pro nobis, sancta Dei Génitrix. R. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi. Orémus. Concéde nos fámulos tuos, quæsumus, Dómine Deus, perpétua mentis et córporis sanitáte gaudére: et gloriósa beátæ Maríæ semper Vírginis intercessióne, a præsénti liberári tristítia, et ætérna pérfrui lætítia. Per Christum Dóminum nostrum. Amen.
9
1
As Ladainhas na tradição católica
As ladainhas fazem parte da oração de devoção. Elas não são oração litúrgica, pois fazem parte dos chamados “exercícios piedosos”. Elas são, sobretudo, uma oração de petição. Como bem explica o Catecismo da Igreja Católica, “a oração de petição tem por objeto o perdão, a busca do Reino, e bem assim, toda a verdadeira necessidade”. No Monte das Oliveiras, Nosso Senhor Jesus Cristo rezava assim: “Pai, se quiseres, afasta de mim este cálice” (Lc 22, 42); E no alto da Cruz, dirigindo-se ao Pai, Jesus disse: “Meu Deus, Meu Deus, por que me abandonaste” (Mt 28, 47). Jesus também dizia: “Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem” (Lc 23, 34). Durante a sua vida terrena, insistia com os discípulos para que pedissem: “Pedi, e ser-vos-á dado; procurai e encontrareis; batei e hão-de abrir-vos” (Mt 7, 7 s). Ensinou a oração do Pai Nosso: “Dai-nos o pão nosso de cada dia, perdoai as nossas ofensas, não nos deixeis cair em tentação” (Mt 6, 9-13). Eram muitos os pedidos que os doentes e os endemoninhados dirigiam a Jesus, para que Ele os curasse: “Senhor, se quiseres, podes curar-me” (Mt 8, 2); “Senhor, o meu servo jaz em casa paralítico, sofrendo horrivelmente” (Mt 8, 5). Os discípulos, no meio dos perigos, suplicavam ao Mestre: “Senhor, salva-nos que perecemos” (Mt 8, 25). Dois cegos seguiram-No g ritando-lhe: “Filho de David, tem misericórdia de nós!” (Mt 9, 27). Em Jericó um cego gritou: “Jesus, Filho de David, tem misericórdia de mim!” (Mc 10, 47). O evangelista Lucas relata a cura dos dez leprosos, descrevendo: “Quando 11
caminhava para Jerusalém, Jesus passou através da Samaria e da Galileia. Ao entrar numa aldeia dez homens leprosos vieram ao seu encontro, mantendo-se à distância; gritaram, dizendo: “Jesus, Mestre, tem piedade de nós!” (Lc 17, 11 ss). Seguindo o ensinamento dos Evangelhos, logo nos inícios do cristianismo, os cristãos dirigiam a Deus orações de súplicas. O próprio São Paulo instava com os fiéis para que cantassem salmos e fizessem súplicas. “Recomendo, pois, antes de tudo, que se façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens…”(1Tm 2, 1 ss). Criou-se, então, nas comunidades cristãs, o costume de se fazerem súplicas a Deus, à Virgem Maria e aos mártires. E um dos modos de suplicar a benevolência de Deus e a intercessão dos santos era recitar as ladainhas. O termo ladainha provém do grego litaneuein e do latim litania, e significa “pedir insistentemente”, ou seja, a ladainha é uma súplica ou uma invocação. A ladainha é uma oração breve em forma de responsório no qual o povo responde a invocações rezadas ou entoadas por um dirigente ou ministro (sacerdote, diácono ou leigo responsável da comunidade). O Cristianismo herdou esta forma de rezar da liturgia judaica realizada nas sinagogas, repetindo a mesma forma por várias vezes. Recordemo-nos como o povo rezava os salmos. Sublinhamos o salmo 136, um hino de ação de graças, em que se repete, depois de cada versículo, a frase “porque o seu amor é eterno”. No meio de perseguições e sofrimentos, os cristãos recorriam à misericórdia de Deus invocando a proteção de Nosso Senhor, da Virgem Maria e dos Santos. Mesmo num clima de paz, os cristãos rezavam sem cessar invocando a assistência providente de Deus para o mundo. É neste sentido que São Paulo, na sua primeira carta a Timóteo, escrevia: “Recomendo, pois, que se façam preces, orações, súplicas e ações de graças por todos os homens, pelos
12
reis e por todos os que constituídos em autoridade, a fim de que levemos uma vida tranquila, com toda a piedade e dignidade” (1Tm 2, 1-2). As primeiras invocações que surgiram no ambiente cristão, sobretudo nas igrejas orientais, foram aquelas dirigidas aos mártires e, depois, aos santos. No Ocidente, no ano de 597, o Papa São Gregório Magno (590- 604) iniciou a ladainha conhecida pelo nome litania septiformis. No dia 25 de abril de cada ano, organizava-se uma procissão na cidade de Roma, durante a qual eram rezadas ou cantadas as rogações1. Nessa procissão, seguiam sete grupos distintos de pessoas: 1.º o clero; 2.º os leigos; 3.º os monges; 4.º as virgens; 5.º as mulheres casadas; 6.º as viúvas; 7.º os pobres e as crianças. A ladainha dos Santos surgiu no século IV, e era constituída por uma lista de invocações à misericórdia de Deus e à intercessão dos mártires e dos santos. Desde o início da Igreja, a ladainha foi utilizada para indicar não quaisquer súplicas, mas as que eram rezadas em conjunto pelos fiéis que iam em procissão às diversas igrejas. Há, naturalmente, numerosas ladainhas, dependendo do que é pedido nas diversas procissões. Esse género litúrgico teve a sua origem nas procissões de rogações e de penitência usadas em Roma desde, pelo menos, o século VI, que já incluía as invocações iniciais Kýrie eleison, Christe eleison, Christe audi nos, Christe exaudi nos, usadas até hoje. Novas invocações, contudo, foram acrescentadas entre os séculos VII e IX, como as dos Santos, sempre respondidas pelos fiéis com ora pro nobis (rogai por nós). Após a enorme difusão das Ladainhas e a multiplicação de invocações, nem sempre corretas ou interessantes sob o ponto de vista dogmático, Bento XIV (1740-1758) proibiu a 1 As rogações, do latim “rogare” (pedir), são as orações e petições que uma comunidade faz em diferentes tempos ou por algumas terras, muitas vezes em formas de procissão e canto das Ladainhas dos Santos.
13
maioria delas, com exceção da Ladainha de Todos os Santos e da Ladainha de Nossa Senhora, também denominada Ladainha Loretana ou Lauretana. As ladainhas eram recitadas depois do Rosário (ou terço), desde o tempo do Papa Pio V (1560-1572). Como sabemos, depois da vitória das tropas cristãs sobre as tropas turcas em Lepanto (7 de outubro de 1571), Pio V instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário. Chama-se lauretana não por ter origem em Loreto (cidade na Província de Ancona, Itália), mas por se tornar conhecida e célebre pelos fiéis que acorriam a Loreto para visitarem a Casa, na qual, segundo a tradição, teria vivido a Mãe de Jesus. E foi na Santa Casa de Loreto que se cantaram pela primeira vez as ladainhas de Nossa Senhora. Quando a casa na qual morou Nossa Senhora na Palestina foi transportada milagrosamente para a cidade de Loreto (Itália), em 1291, a feliz novidade espalhou-se rapidamente, dando início a numerosas peregrinações. Com o correr do tempo, uma série de súplicas a Nossa Senhora foi sendo composta pelos peregrinos que ali iam e que A invocavam por seus principais títulos de glória. Posteriormente essa ladainha era cantada diariamente no Santuário, e os peregrinos que de lá voltavam popularizaram-na em todo o orbe católico. A fórmula mais antiga datava do século XII e era composta por 73 invocações. Foi o papa Sisto V (1585-1590) quem aprovou oficialmente as Ladainhas de Nossa Senhora (Litaniae lauretanae) com decreto pontifício de 11 de julho de 1587.2 Este Papa, por decreto, aprovou 43 invocações. Com essa aprovação, as demais ladainhas acabaram por ser suprimidas. Alguns dos títulos que constam atualmente foram acrescentados solenemente à ladainha original pelos Papas, ao longo da história. Por exemplo, depois da vitória dos cristãos sobre as tropas turcas em Lepanto, o Papa Pio V acrescentou a fórmula: Auxilium christianorum. E, no ano de 1768, o Papa Clemente XIII (1758-1769) introduziu a invocação Mater Immaculata, a pedido do rei da Espanha, Carlos III. Em 1854, depois da declaração do 2
14
Cfr, CARNELOS, Giorgio, Litanie Lauretane, 2015, p. 11.
dogma da Imaculada Conceição, o Papa Pio IX (1846-1878) a crescentou a invocação Regina sine labe originali concepta. Em 1883, o Papa Leão XIII (1878-1903) introduziu a invocação Regina sacratissimi rosarii. O mesmo Pontífice acrescentou, em 1903, a fórmula Mater boni Consilii, como homenagem do santuário de Genezzano, terra natal do Papa. Em 1950, o Papa Pio XII (1939-1958) acrescentou a invocação a Regina in caelum assumpta. O Papa Paulo VI (1963-1978) introduziu na ladainha a invocação Mater ecclesiae. E, em 1995, o Papa João Paulo II (1978-2005) introduziu a invocação Regina familiae, inserindo-a, imediatamente, depois da invocação Rainha da Paz. O Santo Padre João Paulo II confirma a tradição da récita das Ladainhas depois da oração Salve Rainha afirmando: “Como admirar-se de que o espírito, no final desta oração em que teve a experiência íntima da maternidade de Maria, sinta a necessidade de se expandir em louvores à Virgem Santa, quer com a oração esplêndida da Salve Rainha, quer através das invocações da ladainha lauretana? É o remate dum caminho interior que levou o fiel ao contacto vivo com o mistério de Cristo e da sua Mãe Santíssima”.3 A ladainha lauretana começava por três invocações às três Pessoas da Santíssima Trindade e terminava com outras três súplicas a Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus. No início da ladainha lauretana, as invocações não se dirigem a Nossa Senhora, mas a Nosso Senhor e à Santíssima Trindade, pois dizemos “Senhor, tende piedade de nós, Jesus Cristo, ouvi-nos”. Depois invocamos o Padre Eterno, o Filho e o Espírito Santo. Porquê? Tudo em Nossa Senhora nos conduz a seu divino Filho e, por meio d’Ele, à Santíssima Trindade, que é nosso fim último. Isto é algo que os protestantes não entendem ou não querem entender: Maria Santíssima é o melhor caminho para se chegar a Deus. 3
JOÂO PAULO II, Carta apostólica, Rosarium Viginis Mariae, 2 de outubro de 2001, n. 37 15
Após essa introdução da ladainha, seguem-se três invocações, nas quais pronunciamos o nome da Virgem (Santa Maria) e lembramos dois dos seus principais privilégios: o ser Mãe de Deus e o de ser Virgem das virgens. O corpo principal da ladainha lauretana era formado pelos seguintes grupos de invocações: 1.º Santidade de Maria: A primeira parte é composta por três invocações, que sublinham: a santidade de Maria como pessoa e o seu papel como mãe (progenitora) de Jesus Cristo e a sua vocação como Virgem. 2.º Maternidade de Maria: Grupo composto por 12 invocações referentes à maternidade de Maria, ou seja, Maria Mãe. Como explica o Papa Paulo VI: “A materna missão de Maria, pois, impele o Povo de Deus a dirigir-se, com filial confiança, àquela que está sempre pronta para o atender, com afeto de mãe e com o valimento eficaz de auxiliadora (LG 60-63). Por isso, cedo começou o mesmo Povo de Deus a invocá-la sob os títulos de Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos e Refúgio dos pecadores, a fim de alcançar conforto nas tribulações, alívio nas doenças e, quando ilaqueado pela culpa, a força libertadora; porque ela, isenta do pecado, leva os seus filhos a isto: a debelarem, com decisão enérgica, o pecado (LG 65). E uma tal libertação do pecado e do mal (cf. Mt 6, 13), importa frisá-lo bem, é a condição necessária para toda e qualquer renovação dos costumes cristãos”.4 3.º Virgindade de Maria: Súplicas que realçam a virgindade de Maria. Maria é Virgem. Esta terceira parte é formada por seis títulos e pretende-se honrar Maria como Virgem, tratando não só dos seus méritos como tal, mas também da eficácia de sua virgindade. 4.º Grupo: 13 invocações, caracterizadas pelo simbolismo extraído da Sagrada Escritura, ou seja, símbolos relativos a prerrogativas da Virgem 4
16
PAULO VI, Exortação Apostólica Marialis Cultus.
Santíssima. Depois, seguem-se treze invocações simbólicas, na sua maioria retiradas do Antigo Testamento e referentes a Nossa Senhora, e que punham em evidência suas virtudes e seu papel como corredentora da humanidade. Maria, a Intercessora: Os quatro títulos seguintes exaltam o papel de Maria como intercessora nas obras de misericórdia espirituais e corporais. 5.º Maria Rainha: 13 invocações atribuem o título de Rainha à Virgem Santíssima. De facto, no último trecho da ladainha, exaltamos, por meio de doze títulos, Maria como Rainha. Nossa Senhora é Rainha, pela graça do Seu Filho Jesus Cristo, Rei do Universo. Jesus é verdadeiro Rei, pois Ele próprio o confirma a Pilatos: “Tu és Rei dos Judeus? – Sim, eu sou Rei, como tu dizes” (Jo 19, 33-37). Nosso Senhor Jesus Cristo é rei pela sua preeminência sobre as coisas e homens, como criador; Ele é Rei, porque é o único Mediador da salvação; e único Redentor. E o seu Reino não é deste mundo. Na Liturgia católica, celebra-se a memória da Virgem Santa Maria, Rainha, no dia 22 de agosto. Esta memória litúrgica de Santa Maria Rainha foi instituída por Pio XII, e era celebrada a 31 de maio. Em virtude da reforma pós-conciliar, foi, porém, transferida para o dia da oitava da Assunção.5 Algumas invocações têm sido acrescentadas pelos Papas ao longo dos tempos. Outras são agregadas para honrar a proteção de Nossa Senhora a alguma Ordem religiosa, como fazem os carmelitas, os quais rezam a ladainha lauretana carmelitana com quatro invocações a mais. Mas o corpo central das ladainhas permanece o mesmo.
5 A festa foi instituída pela Encíclica Ad Coeli reginam, de 11 de outubro de 1954. Cfr Santos de Cada Dia, II vol., p. 485.
17
2
Reflexão sobre cada invocação
As ladainhas rezam-se depois da Salve Rainha, em latim Salve, Regina. Salve, Regina, mater misericordiae - Vita, dulcedo, et spes nostra, salve. - Ad te clamamus, exsules, filii evae. - Ad te suspiramus, gementes et flentes - in hac lacrimarum valle. Eia ergo, Advocata nostra, - illos tuos misericordes oculos ad nos converte. - Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria. Ora pro nobis sancta Dei Genitrix. Ut digni efficiamur promissionibus Christi. Amen. A autoria da oração é atribuída ao monge Hermano Contracto6, que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de Reichenau, no Sacro Império Romano-Germânico. Naquela época, a Europa central passava por calamidades naturais, epidemias, miséria, fome e a ameaça contínua dos povos nómadas do Leste, que invadiam os povoados, saqueando-os e matando. Frei Contracto nascera raquítico e disforme e, na idade adulta, andava e escrevia com dificuldade. Foi nesta situação que criou esta prece, mesclando sofrimento e esperança. Segundo a crença, quando nasceu, constataram o raquitismo e má-formação do bebé, e sua mãe, Miltreed, consagrou-o no leito a Maria, 6 O Monge Hermano Contracto nasceu no dia 18 de julho de 1013 e faleceu no 24 de setembro de 1051; pertencia à ordem beneditina e vivia no mosteiro beneditino de Augia a rica; compôs ainda o cântico o Redemptor Matris.
19
sendo ele educado na devoção a Ela. E, anos mais tarde, foi levado de liteira, por ser deficiente físico, até Reichenau, onde, com o tempo, chegou a ser mestre dos noviços. Quando veio a ser conhecida pelos fiéis, a “Salve Rainha” teve um sucesso enorme, e logo era rezada e cantada em muitos locais. Um século mais tarde, ela foi cantada também na Catedral de Speyer7, por ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas o imperador Conrado III8 e São Bernardo, conhecido como o “cantor da Virgem Maria”, ele que foi um dos primeiros a chamá-la de “Nossa Senhora”. Dizem que foi nesse dia e lugar que, ao concluir o canto da “Salve Rainha”, cujas últimas palavras eram “mostrai-nos Jesus, o bendito fruto do vosso ventre”, no silêncio que se seguiu, São Bernardo gritou sozinho no meio da catedral: “Ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre Virgem Maria”9... E, a partir dessa data, estas palavras foram incorporadas na “Salve, Rainha” original. O padre Carnelos apresenta a interpretação feita pelo monge beneditino Pelegrino Ernetti, do mosteiro de São Gregório Maior, em Veneza. A oração Salve Rainha divide-se em três partes e corresponde a três momentos da vida humana: Salve Rainha, Mãe de misericórdia Vida, doçura e esperança nossa, salve. É a criança que com entusiasmo se abre à vida e se dirige com alegria a Maria Santíssima, saudando-a como mãe, de quem tem necessidade de proteção; “A vós bradamos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”.
7
A catedral é dedicada a Nossa Senhora e foi construída por Conrado II, Imperador do Sacro Império Romano, entre 1030 e 1061. 8 Conrado III, imperador do Sacro Império, reinou de 1138 a 1152. 9 Do sítio Wikipidia; cfr. CARNELOS, Giorgio, Litanie Lauretane, Catigalli, 2015, p.163. 20
Kýrie, eleison, Christe, eleyson, kýrie, eleison Antes da recitação das ladainhas, a tradição cristã e a piedade popular colocaram no início das ladainhas umas súplicas de perdão e pedido de misericórdia ao Deus Uno e Trino. Estas súplicas demonstram a humildade da parte do crente e necessidade da ajuda do Alto. Os sentimentos expressos nestas súplicas provêm do salmo 50, “Compadecei-vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade”, e outros salmos penitenciais, como o salmo 85. Recorria-se à liturgia grega, “Kýrie elison”, e estas súplicas permanecem ao longo dos séculos no início das litanias dos santos e nas litanias lauretanas. Nas celebrações da missa, depois do ato penitencial, diz-se “Senhor, tende piedade de nós” (Kýrie, eléison). Trata-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia. Kýrie é o vocativo da palavra grega Κύριος (Senhor), traduzido livremente como “ó, Senhor”, enquanto eleison (ελεησον) é o imperativo aoristo do verbo eleéo (ελεεω; “ter piedade”, “compadecer-se”). É originário do salmo penitencial 51 (50 na versão LXX), usado como começo de uma antiga oração cristã repetida nas liturgias de denominações católicas, luteranas, ortodoxas e anglicanas. Κύριε ἐλέησον, Χριστὲ ἐλέησον, Κύριε ἐλέησον – Kýrie eleison; Christe eleison; Kyrie eleison. Senhor, tende piedade (de nós); Cristo, tende piedade (de nós); Senhor, tende piedade (de nós). “Kýrie eleison” é uma invocação antiquíssima. Está documentada como oração pagã, anterior ao cristianismo; e também como invocação dirigida ao imperador ou a um general aquando da sua visita ou entrada triunfal na cidade. A fórmula, com variantes, aparece também na tradição bíblica quer nos Salmos quer em invocações dirigidas a Cristo nos Evangelhos. De resto, é sabido que, no Novo Testamento, o título Kyrios é dado a Cristo e está no centro de importantes profissões. Atendendo a este precedente bíblico, compreende-se que a Instrução Geral do Missal Romano, 21
nº 52, defina o Kýrie como ‘um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia’. (…). No tempo de São Gregório Magno (590-604) a invocação Kýrie (grego) é intercalada pela invocação latina Christe. Generaliza-se, depois, a interpretação trinitária: os primeiros Kýrie entendem-se dirigidos ao Pai; os Christe, ao Filho; os últimos Kýrie, ao Espírito Santo”.10 Christe, audi nos. Christe, exaudi nos. Pater de caelis Deus, miserere nobis Fili, Redemptor mundi, Deus, miserere nobis Spiritus Sancte Deus, miserere nobis Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis. Sancta Maria, ora pro nobis Santa Maria, Rogai por nós. Nesta primeira invocação pronunciamos o nome da Virgem: Maria! No livro do Êxodo, conhece-se a Maria, irmã de Moisés e de Aarão. Para celebrar o acontecimento da travessia do mar Morto, Maria entoou o cântico de vitória. Seguimos o relato do Êxodo: “Maria, a profetisa, irmã de Aarão, tomou nas mãos uma pandeireta; e todas as mulheres saíram atrás dela com pandeiretas, formando coros e danças. Maria fez-lhes cantar este refrão: ‘Cantai ao Senhor que é realmente grande: precipitou no mar cavalo e cavaleiro’ (Ex 15, 20-21)”. No seu Evangelho, Lucas diz qual era o nome da virgem: “o nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27). E o próprio Anjo Gabriel profere o seu nome: “Maria, não temas, pois, achaste graça diante de Deus” (Lc 1, 30). 10
p. 16. 22
Cfr. S.D.L., art. O Kyrie eleison, in Voz Partucalense (Ano XLVI, Nº10, 11 de março de 2015),
E São Mateus, ao apresentar a genealogia de Jesus, começando por Abraão, termina assim: “Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus que se chama Cristo” (Mt 1, 16). Os fiéis elevam a prece à mãe de Jesus, invocam-na com o adjetivo santa. De facto, a santidade é uma prerrogativa de Deus: “Santo, Santo, Santo”, como se lê no livro do profeta Isaías: “Os serafins estavam diante dele (…). E clamavam uns para os outros: Santo, santo, santo, o Senhor do universo. Toda a terra está cheia da sua glória”. Esta santidade de Deus exige que as suas criaturas sejam também santificadas, isto é, purificadas do profano, do pecado. No livro do Levítico, Deus ordena ao povo de Israel para ser santo: “ Fala a toda a comunidade dos filhos de Israel e diz-lhes: sede santos, porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou santo” (Lv 19, 2). Esta santidade não consiste na observância perfeita da lei, mas é uma participação na santidade de Deus. O nome da Virgem Maria é o mais suave de todos os nomes e é temível para os inimigos da salvação. A este propósito, São Francisco de Assis declara: “Quando eu pronuncio o nome de Maria, o Céu se embeleza, a terra se alegra, os Anjos exultam de júbilo: só os demónios, tomados de espanto, se dispersam mais ligeiros, mais prontos a fugir, do que a poeira que se dissipa ao impulso do vento”.11 Entre todas as criaturas, a Virgem de Nazaré é a mais santa, porque trouxe no seu seio o Filho de Deus, três vezes Santo. O Anjo Gabriel, na anunciação, chama a Maria “a cheia de graça”. Quer dizer, a Virgem estava cheia de amor e da santidade de Deus e, sobretudo, estava cheia do Espírito Santo.
11
Cfr Padre Diniz, Novena em honra da Imaculada Conceição, p. 32. 23
Ora pro nobis, rogai por nós. As ladainhas foram compostas por uma invocação de louvor à Virgem Santíssima, geralmente cantada ou dita por um solista, à qual a assembleia responde com uma oração: ora pro nobis, rogai, por nós! O povo cristão crê no auxílio maternal da Mãe de Jesus, e, por isso, dirige-lhe a súplica: “Rogai, por nós”. A Virgem Maria “está associada, na descendência de Adão, a todos os homens necessitados de salvação; melhor ‘é verdadeiramente, Mãe dos membros (de Cristo), porque cooperou com o seu amor para que na Igreja nascessem os fiéis, membros daquela cabeça. É, por esta razão, saudada como membro, eminente e inteiramente singular da Igreja, seu tipo exemplar e perfeitíssimo na fé e na caridade, e a Igreja católica, ensinada pelo Espírito Santo, consagra-lhe como a mãe amantíssima, filial afeto de piedade” (LG 53). A este ponto, apraz registar a belíssima oração de São Bernardo de Claraval: “Lembrai-vos, ó piíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que têm recorrido à vossa proteção, implorado a vossa assistência e reclamado o vosso socorro, fosse por vós desamparado. Animado eu, pois, de igual confiança, a Vós, Virgem, entre todas singular, como a Mãe recorro, de Vós me valho, e gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que vos rogo. Amen” Sancta Dei Genitrix, ora pro nobis Santa Mãe de Deus, Rogai por nós. Celebramos no 1.º de janeiro a Festa de Santa Maria Mãe de Deus. “Mãe de Deus é o título que as Igrejas do Oriente e Ocidente dão unanimemente a Maria quando a recordam na Oração Eucarística e nas celebrações do Natal do Senhor e quando se dirigem a Ela invocando a sua intercessão. 24
Virgo potens, ora pro nobis..........................................................................................................................................................51 Virgo Clemens, ora pro nobis....................................................................................................................................................52 Virgo fidelis, ora pro nobis............................................................................................................................................................53 Speculum justitiae, ora pro nobis.............................................................................................................................................55 Sedes sapientiae, ora pro nobis..................................................................................................................................................56 Causa nostrae laetitiae, ora pro nobis...................................................................................................................................58 Vas spirituale, ora pro nobis.........................................................................................................................................................61 Vas honorabile, ora pro nobis.....................................................................................................................................................64 Vas insigne devotionis, ora pro nobis....................................................................................................................................65 Rosa mystica, ora pro nobis.........................................................................................................................................................67 Turris davĂdica, ora pro nobis ....................................................................................................................................................70 Turris eburnea, ora pro nobis.....................................................................................................................................................72 Domus aurea, ora pro nobis........................................................................................................................................................74 Foederis arca, ora pro nobis.........................................................................................................................................................77 Janua Coeli (porta coeli), ora pro nobis ...........................................................................................................................78 Stella matutina, ora pro nobis.....................................................................................................................................................79 Salus infirmorum, ora pro nobis...............................................................................................................................................84 Refugium peccatorum, ora pro nobis..................................................................................................................................85 Consolatrix afflictorum, ora pro nobis................................................................................................................................87 Auxilium christianorum, ora pro nobis...............................................................................................................................90 Regina Angelorum, ora pro nobis...........................................................................................................................................92 Regina Patriarcharum, ora pro nobis....................................................................................................................................93 Regina Prophetarum, ora pro nobis......................................................................................................................................95 Regina Apostolorum, ora pro nobis......................................................................................................................................97 Regina Martyrum, ora pro nobis.............................................................................................................................................98 Regina Confessorum, ora pro nobis..................................................................................................................................101
138
Regina Virginum, ora pro nobis............................................................................................................................................102 Regina Sanctorum omnium, ora pro nobis .................................................................................................................106 Regina sine labe originali concepta, ora pro nobis...................................................................................................109 Regina in coelum assumpta, ora pro nobis....................................................................................................................110 Regina Sacratissimi Rosarii, ora pro nobis.....................................................................................................................111 Regina Familiae, ora pro nobis...............................................................................................................................................114 Regina Pacis, ora pro nobis.......................................................................................................................................................115 AGNUS DEI – Cordeiro de Deus......................................................................................................................................118 Ladainhas em Italiano, Inglês, na língua indonésia e Tétum.......................................................................................121 Ladainhas em Italiano...................................................................................................................................................................121 Ladainhas na língua Inglesa......................................................................................................................................................124 Ladainhas na língua Indonésia...............................................................................................................................................128 Ladainhas em Tetum....................................................................................................................................................................130 Poesia de António Nobre...................................................................................................................................................................133
139
DOM CARLOS FILIPE XIMENES BELO
DOM CARLOS FILIPE
XIMENES BELO
Ladainha de NOSSA SENHORA
Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 | 4022-001 Porto Tel.: 22 53 657 50 Fax: 22 53 658 00 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt
DOM CARLOS FILIPE XIMENES BELO
Meditações sobre cada uma das invocações da ladainha a Nossa Senhora. Quem as escreve é D. Ximenes Belo, agraciado com o Nobel da Paz em 1996. Um texto profundo que encontra raízes na sua experiência de fé. Na adolescência, o bispo emérito de Díli rezava todas as noites o terço em família, seguindo-se a recitação da ladainha de Nossa Senhora, em latim. No tempo colonial da administração portuguesa e integração na Indonésia, encontrou esta mesma devoção em diversas comunidades cristãs timorenses que suplicavam pela intercessão de Maria. Várias das invocações da ladainha nem precisariam de explicações, mas outras escondem em si um valor simbólico e teológico que vale a pena descobrir. Por que será Nossa Senhora invocada como Vaso Honorífico ou Espelho de Justiça? O que estará na origem destas belas expressões?
Ladainhas de
Meditações sobre cada invocação