No coração de Jesus (GUIA - 3º ano - Ligações.Itinerário de educação à Fé)

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NO CORAÇÃO DE JESUS

7 catequeses

Aq u i vai s e n c o n t rar: Material de leitura e formação para preparar bem as catequeses;

cada catequese é desenvolvida em 3 encontros.

Todas as indicações para orientar os encontros; Guiões para os “Laboratório de Catequistas”;

GUIA DO CATEQUISTA

O que contém o Guia

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Guiões para os “Laboratório de Pais”

No 3º ano, crianças e familiares farão caminho para o encontro com Jesus, que nos oferece o Pão e o Vinho, na grande festa da eucaristia.

Encontro com as famílias para que vivenciem os conteúdos da catequese. 1. ACOLHIMENTO 2. PARA ENTRAR NO ASSUNTO 3. ANÚNCIO 4. ORAÇÃO 5. ATIVIDADE FAMILIAR

COM AS CRIANÇAS 1. BANDA DESENHADA O episódio bíblico da catequese apresentado numa história aos quadradinhos. Para a criança ler e colorir. 2. AOS SEGREDOS COM JESUS Palavras para ganhar confiança e intimidade com Jesus. Para rezar no grupo de catequese e em casa. 3. EM FAMÍLIA Para que os familiares ajudem a criança a descobrir quem é Jesus. Atividades a fazer em casa, com a família. 4. ATIVIDADES Jogos, dinâmicas várias para que o encontro do grupo seja profundo e interativo. 5. EM CANTIGAS As letras das canções que cantamos na catequese.

Laboratório de catequistas

GUIA 3

O a c a r o c o n sus DO CATEQUISTA

e j de

6. A LEMBRAR Uma frase do Papa Francisco ilumina a nossa inteligência. Um espaço para exprimir o que se viveu e sentiu.

Encontro de catequistas para aprofundar e experimentar os conteúdos da catequese 1. ORAÇÃO INICIAL 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 3. REFLEXÃO INDIVIDUAL 4. LEITURA DA PALAVRA 5. ORAÇÃO 6. PARTILHA

No coração de Jesus

Laboratório de pais

PREPARAR E VIVER OS ENCONTROS

LigaçõeS. Itinerário de Educação à Fé

7. PALAVRA-CHAVE No final do terceiro encontro, destacamos palavras importantes que ajudam a entender e a viver a Eucaristia.

o, d a r a p re Tudo p começar! vamos

Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto Tel.: 22 53 657 50 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

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Acesso ao site de apoio: Abaixo, encontram-se os seus dados para aceder e administrar a sua conta no site de apoio: https://ligacoes.net Depois de aceder pela primeira vez, poderá e deverá alterar a sua senha e completar as informações do seu perfil. Em caso de dúvida, siga as instruções que colocamos mais abaixo.

A. Se está a aceder pela primeira vez, com o Nome de Utilizador e Senha originais disponíveis neste guia Aceda ao site em https://ligacoes.net e introduza os dados solicitados que constam no autocolante. Depois de efetuado o login pela primeira vez é importante que personalize os dados da conta. No topo, do lado direito, clique onde está “nome apelido”. No menu que aparece por baixo, clique em “Preferências”. Aqui terá acesso a todos os campos que pode personalizar. EDITAR PERFIL • Nome: Coloque o seu nome próprio • Apelido: Coloque o seu último nome • Endereço de e-mail: Coloque um endereço de e-mail válido para poder receber alertas do sistema e mensagens da equipa Ligações. Nota: No site Ligações, não pode usar o mesmo e-mail para se registar em anos de catequese diferentes • Seleccione o nível de privacidade que quer atribuir ao seu e-mail. » Ninguém pode ver o meu e-mail – Apenas o gestor do site Ligações tem acesso ao seu contacto. » Todos podem ver o meu e-mail – Todos os agentes pastorais inscritos no site Ligações têm acesso ao seu e-mail. » Só pode ver o meu e-mail quem está inscrito na disciplina – O seu e-mail fica acessível apenas aos agentes pastorais que estão a trabalhar no mesmo ano de catequese. Mais abaixo existem outros campos de personalização cujo preenchimento é opcional. • No fundo da página, clique em Atualizar perfil MODIFICAR SENHA Nota: Deve escolher uma senha com o mínimo de 8 carateres, sendo um deles uma letra maiúscula e outro um algarismo. • Nome de utilizador: Este campo não pode ser alterado nem personalizado. É o nome pelo qual fará o login no acesso ao site do Ligações. • Altere a senha para uma à sua escolha e que responda às condições acima descritas. • Clique em Guardar Alterações Agora, sempre que aceder ao site Ligações, deverá usar os seguintes dados: Nome de utilizador: o nome que consta no autocolante / Senha: a password que escolheu Nota: Em caso de esquecimento, poderá solicitar a reposição da sua senha. A nova password será enviada para o endereço de e-mail com que personalizou a sua conta. Por isso, é fundamental que coloque um endereço que seja válido. B. Se recebeu o guia das mãos de outro catequista, que já personalizou a conta de acesso ao site ligacoes.net • Pergunte ao catequista do ano anterior qual a senha de acesso ou peça a sua ajuda para a atualizar os dados da conta, a partir dos passos acima descritos. • É importante que atualize o nome da conta e o e-mail. Caso contrário não poderá ser contactado pelo site nem pela equipa do Ligações. Nota: O catequista do ano anterior deve eliminar desta conta o seu e-mail, para conseguir registar-se noutro ano. O site do Ligações não permite que o mesmo e-mail esteja associado a dois utilizadores diferentes. Em caso de dúvida contacte-nos através do e-mail: ligacoes@edicoes.salesianos.pt

Ficha técnica: © Edições Salesianas, 2021 Alguns conteúdos adaptados de: La Mia Impronta Nella Tua © 2018, Centro Evangelizzazione e Catechesi Don Bosco - Torino Valerio Bocci, Federica Bernardi, Maria Ciola, Nives Gribaudo, Gabriele Mecca. Michele Roselli © 2018, Editrice ELLEDICI Ilustração de capa: Vittorio Pavesio

Capa: adaptado por Paulo Santos sobre design de Maison ADV (TO) Paginação: João Cerqueira © 2021, EDIÇÕES SALESIANAS Rua Duque de Palmela, 11 - 4000-373 Porto editora@edicoes.salesianos.pt | www.edisal.salesianos.pt Coordenação: Ruui Alberto 1ª edição: Junho 2021 ISBN: 978-989-8982-43-8 Depósito legal: 483827/21 Impressão e acabamento: Totem


Introdução 3º ano Caro/a catequista: tens nas mãos o guia de “No coração de Jesus”. É um material catequético para fazeres uma catequese de qualidade com as crianças do 3º ano. Faz parte do projeto Ligações. Itinerário de educação à fé que os Salesianos elaboraram como um serviço a toda a Igreja.

Ligações Chamámos “Ligações” a este itinerário de educação à fé, porque ele estabelece várias ligações felizes: Entre Deus que Se revelou plenamente em Jesus de Nazaré e cada um dos catequizandos; Entre a comunidade cristã, tornada presente por ti e pelos outros catequistas, que bebem do Evangelho a sua força, e os desafios colocados pela vida real dos catequizandos, das suas famílias, dos seus contextos; Entre os vários catequizandos que são convidados a experimentar já o que é ser Igreja, comunidade dos que querem seguir Jesus e o seu Evangelho; Entre a situação atual de cada catequizando e o crente maduro e feliz que Deus está a chamar; Entre a Igreja e as famílias que pedem para os seus filhos uma boa educação na fé. Este itinerário de educação à fé surge no caminho de renovação evangelizadora dos últimos anos. O novo Diretório de catequese começa assim: “A catequese pertence, de pleno direito, ao mais importante processo de renovação que a Igreja é chamada a fazer para ser fiel ao mandato de Jesus Cristo de anunciar sempre e em toda a parte o seu Evangelho” (DC 1). Alinhados com esse esforço, oferecemos o contributo da tradição espiritual, educativa e pastoral salesiana ao esforço de renovação e qualificação da catequese em Portugal. Num mundo plural, complexo e cheio de contradições, como é o século XXI, é uma bênção a existência de propostas diferenciadas.

Descobrir a fé Ao longo deste percurso de fé em que acompanhamos as crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos, muita coisa vai mudando na vida dos catequizandos: a nível físico, a nível psicológico, a nível social, a nível de fé. Para ter essas mudanças em conta, organizámos este itinerário de fé em quatro fases de três anos cada uma. Cada uma destas fases faz uma escolha dos conteúdos, objetivos e metodologias que melhor se adaptam à idade e que mais contribuem para a finalidade da catequese. “No coração de Jesus” é a proposta para o terceiro ano desta primeira fase, que se segue à proposta para o primeiro ano (“Nos passos de Jesus”) e para o segundo ano (“No abraço de Jesus”) Esta primeira fase quer ajudar as crianças a descobrir a fé. Para algumas delas, essa descoberta já começou em casa, com os pais ou avós; para muitas outras, “estas coisas” da boa nova de Jesus serão uma novidade total. A uns e a outros oferecemos a possibilidade de descobrir a fé e a alegria que dela provém.

Indicadores de avaliação No final destes três anos de caminho na primeira fase, gostaríamos que os catequizandos tivessem interiorizado e dominado um conjunto de atitudes e competências. Eis os indicadores de sucesso, para cada uma das seis tarefas da catequese.

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Fase 1: Descobrir a fé Favorecer o conhecimento da fé

O catequizando conhece a atitude de fé confiante que Jesus tinha face ao Pai e experimenta uma atitude semelhante à de Jesus.

A educação litúrgica

O catequizando celebra com proveito os sacramentos da Eucaristia e da reconciliação.

A formação moral

O catequizando acolhe as indicações morais de Jesus em favor do altruísmo e da bondade.

Ensinar a rezar

O catequizando vive a oração como diálogo com Deus através de fórmulas existentes e de orações espontâneas.

A educação para a vida comunitária

O catequizando sente-se parte do grupo dos amigos e companheiros de Jesus.

A iniciação à missão

O catequizando cultiva atitudes de bondade e respeito para com todos.

3º ano: roteiro Com as sete catequeses que propomos para este terceiro ano, as crianças irão conhecer e amar a presença de Jesus na Eucaristia. O caminho deste ano vai permitir cruzar a nossa experiência humana, a prática de Jesus e a celebração que hoje fazemos da Eucaristia. Começamos por apreciar a importância do domingo. Esta primeira catequese (“Domingo, tempo de festa”) apresenta o domingo como memória da ressurreição de Jesus, motivo bastante para fazer festa grande. A segunda catequese (“Fazemos festa”) é um convite à festa e à alegria. Seguimos o exemplo de Jesus que gostava de Se encontrar com as pessoas e de Se sentar à mesa com elas. A participação na Eucaristia é vivida como festa e não como tradição ou obrigação. A catequese três (“A Palavra”) apresenta-nos o episódio do jovem Samuel, disponível para escutar a voz de Deus. Hoje, a primeira parte da Eucaristia, chamada “celebração da Palavra” convida-nos à mesma atitude de escuta e acolhimento das palavras que Deus nos quer dizer hoje. “Jesus à mesa” é o título da catequese quatro. Jesus senta-Se à mesa com muita gente. Este gesto torna-O mais próximo de nós e oferece pistas interessantes para explorar com as crianças o valor do comer juntos em família… em vista do comer juntos o Corpo de Cristo na Eucaristia. Jesus sentou-Se em festa a muitas mesas. Mas a mais importante foi a da Última Ceia. A quinta catequese (“A mesa da Última Ceia”) coloca as crianças em contacto com a Última Ceia de Jesus. É, possivelmente, a mais famosa das refeições da história. Mas não pela opulência dos pratos nem pela dignidade dos convidados. Ainda hoje recordamos essa refeição de Jesus pelo que Ele fez: instituiu a Eucaristia e ensinou-nos o valor do serviço, lavando os pés aos amigos. A catequese seis (“Eucaristia: dom de Deus para nós”) convida os catequizandos a um contacto mais familiar com os ritos da Eucaristia. Percorremos os espaços da igreja, descobrimos o que sucede em cada lugar, aprofundamos as atitudes com que estamos durante a missa. Esta catequese oferece às crianças uma preparação próxima para a primeira comunhão. A catequese sete (“Com a força do Espírito”) apresenta-nos o Espírito Santo e a sua ação durante a Eucaristia e na nossa vida de cada dia.

Eucaristia: um momento central na vida cristã Ao longo destes três primeiros anos de catequese, ajudamos as crianças a fazerem um caminho de descoberta da figura de Jesus Cristo, que as leva a uma cada vez maior amizade e proximidade com Ele. No primeiro ano (“Nos passos de Jesus”), elas descobriram os traços essenciais da sua vida, do Nascimento, à Morte e Ressurreição. No segundo ano (“No abraço de Jesus”) puderam conhecer e acolher o essencial da sua mensagem, especialmente a imagem de Deus como Pai cheio de amor, que nos oferece perdão e misericórdia. Esta descoberta foi experimentada de forma sacramental no sacramento da Reconciliação. 4


Este terceiro ano leva a aproximação a Jesus ainda mais longe. Até ao “coração de Jesus”. A Igreja sempre percebeu que na Eucaristia Jesus nos entrega a Sua pessoa de forma sacramental e real. Toda a sua vida, o seu “coração”, foi feita de entrega em favor dos outros. Na sua vida histórica, Jesus levou esse amor e essa entrega até ao extremo morrendo por todos nós na Cruz. Mas ao longo do tempo, Ele continua a entregar-Se em cada Eucaristia. E nós, ao acolher o dom do seu Corpo e da sua vida, somos transformados e vamo-nos configurando com Ele, vivendo cada vez numa lógica de entrega e amor. O núcleo central em torno do qual se organiza o caminho proposto para este 3º ano é a Ceia do Senhor, mistério de amor e perdão que renova o sacrifício de Cristo hoje. Trata-se de um dom imenso que constrói a comunidade em volta de Cristo morto e ressuscitado. Habitualmente, as crianças vivem este momento com emoções fortes, especialmente no dia em que “fazem a primeira comunhão”, em que participam plenamente pela primeira vez na festa da Eucaristia. Mas, depois, esse entusiasmo pela Eucaristia dissolve-se e participam na missa só em ocasiões especiais e não no ritmo dominical proposto pela Igreja. Aqui ficam algumas ideias e escolhas que motivam a nossa proposta para este ano.

A: A vida, o rito, a Sagrada Escritura Ao longo deste ano procuramos uma articulação muito grande entre estes três “lugares”. A celebração eucarística é como um mapa a percorrer gradualmente seguindo a vida, o rito e as páginas da Escritura. Nesta fase da sua vida, as crianças abrem-se cada vez mais às relações sociais. Partem da família, gostam dos colegas da escola e, eventualmente, dos da catequese. Participam com gosto em outras atividades em que são convidados a estar como protagonistas e não como simples “consumidores”. Prestaremos atenção ao rito, com os seus gestos, as “fórmulas”, os espaços, as palavras, os encontros que inserem progressivamente os catequizandos num ambiente de fé. Um ambiente feito duma ligação “vertical” com o Senhor e outra “horizontal” com os irmãos que participam na Ceia do Senhor. A Eucaristia é também uma vivência ritual que atualiza a Ceia. As páginas da Escritura relatam a história da salvação. E é a partir das suas páginas que o rito da Eucaristia ganha forma. Essas palavras tornam-se proposta a realizar pessoalmente e cada vez em maior comunhão com aqueles que as acolhem como “instruções” para uma vida de qualidade.

B: A iniciação à Eucaristia em três momentos O momento pessoal e familiar: o que cada criança e cada família vive no seu quotidiano. Aqui se encontram gestos e palavras, vivem-se dinâmicas (viver ao lado dos outros, fazer festa, comer juntos, escutar, falar, saudar…) que estão presentes também no rito. O momento de grupo: é o momento em que se aprende a reconhecer os gestos da vida que fazem parte da missa, em que nos exercitamos, nos treinamos a usar o alfabeto da oração e da celebração da fé e da vida. O momento da celebração dominical: é o momento em que as crianças e as suas famílias celebram juntas com a comunidade paroquial. Neste momento tem grande importância e valor iniciático o estilo com que a comunidade celebra a fé e acolhe quem chega. A fé aprende-se, em boa parte, por “espelho”, por imitação, por contágio; é ao ver fazer que se aprende a fazer. Isto exige uma grande atenção por parte da comunidade mais madura na fé. Ela deve cuidar dos espaços, tempos e linguagem para que cada um dos “novos” se possa sentir em casa.

C: Uma iniciação gradual Hoje, não é mais possível pressupor que todos os catequizandos e famílias participam na missa dominical. No tempo de missão que estamos a viver, temos de propor e não pressupor a participação na missa.

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As propostas que fazemos neste guia têm em conta esta situação de secularização crescente e propõem uma aproximação gradual, permitindo a programação de alguns encontros que ajudem a (re-)criar hábitos e ritualidade. A convivialidade destes momentos e a sua preparação, assim como a oferta de encontros com outras famílias, antes e depois da celebração eucarística, revelam-se ingredientes fundamentais para este acompanhamento gradual. Há aqui um valor acrescentado que não pode ser previsto num guia e que depende do coração e da criatividade das comunidades.

D: Os adultos em caminho Os catequistas devem apresentar-se e sentir-se como acompanhantes no caminho e não como mestres, donos do “programa” e dos conteúdos. Com os catequizandos e com as suas famílias, queremos ser companheiros de viagem, que percorrem o caminho, apoiando e encorajando. Os catequistas estão bem conscientes que o estilo com que a comunidade acolhe as pessoas, vive e celebra a fé, é decisivo para a maneira como as pessoas responderão.

E: A Eucaristia novamente no centro O caminho das crianças rumo à Eucaristia pede o trabalho conjunto não só dos membros da comunidade cristã, mas também da família, convidada a acompanhar as crianças à missa. Ou melhor, convidada também ela para a missa. É um elemento que não podemos dar por adquirido. Todo este movimento deveria acontecer de modo muito natural dentro da comunidade. Esta proposta de catequese não deve acontecer ao lado ou à margem da comunidade paroquial, mas dentro dela, de forma inata e habitual.

Como fazer catequese? As pessoas Bons catequistas Este projeto de catequese precisa de catequistas com qualidade. Precisa de alguém como tu. Precisa de catequistas disponíveis, sem medo de se comprometer. Não precisa de ser uma pessoa excecional, um especialista ou um santo. Não precisa de ter um curso de teologia, nem de ser um educador profissional. Precisa de alguém entusiasmado com a fé, disponível para se envolver nesta aventura de evangelizar os mais novos, capaz de se colocar à disposição das crianças e dos pais. Convidamos-te a seres alguém que dá o seu tempo e a sua energia por amor às crianças. Convidamos-te a cuidares da tua preparação, a partilhar a tua experiência de fé, a deixares-te espantar pela presença de Deus nos outros, sobretudo nos mais pequenos. Uma catequese de qualidade pede um catequista ativo, capaz de se colocar à escuta, capaz de esperar. Alguém que se envolve e que suscita o envolvimento de outros. Alguém que está ao ­serviço para fazer os outros caminhar, sem ter a pretensão de dirigir. Alguém que, na força da ­Ressurreição, se sente alegre, sabe brincar e é criativo na procura das melhores soluções. O catequista que as crianças precisam sabe falar com o coração. Dá testemunho da sua fé com a coerência da sua vida e sente-se feliz na sua intimidade com Cristo. Sente-se apenas uma pequena ajuda no crescimento de fé dos mais novos, porque sabe bem que a catequese é, acima de tudo, obra do Espírito de Deus.

A relação entre o catequista e os catequizandos Neste projeto “Ligações”, estamos profundamente convencidos da força educativa e e ­ vangelizadora que tem a relação de qualidade entre os catequistas e as crianças. Ao mesmo tempo, temos consciência que esta boa relação entre catequista e catequizandos é sempre mediada por atividades. O catequista é valorizado pelas crianças na medida em que assegura um ambiente seguro onde todos podem estar e porque oferece afeto. É apreciado, porque convida a atividades estimulantes onde aprendemos, onde nos divertimos, onde crescemos.

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Para a criação desta boa relação entre catequista e catequizandos, são muito importantes aqueles momentos de acolhimento e convívio antes da catequese começar. Podem decorrer dentro ou fora da sala de catequese. Trata-se do primeiro impacto, o momento em que encontramos as crianças. Sublinhamos o valor do sorriso e a atenção individualizada que faz com que a criança se sinta acolhida como verdadeiramente é. Uma boa maneira de iniciar um encontro é o “recordar a semana”, isto é, consentir que as crianças, sentadas em círculo, contem alguma coisa (de belo ou de menos belo) que lhes aconteceu durante a semana. É o momento em que todos acolhem a vida de todos e podem partilhar em grupo as suas alegrias e tristezas.

A relação dentro do grupo de catequese Muitas crianças têm dificuldade em saber estar em grupo. Filhos únicos, educados por uma cultura individualista, crescem sem saber estar bem com os outros. Queremos que aprendam a gostar de estar em grupo. Por isso, procuramos que cada catequizando se relacione bem com todos os colegas e não apenas com o catequista. No decorrer das catequeses, vão ter oportunidade de, ao fazer as atividades propostas, ser escutados, acolhidos pelos outros. Para isso, o catequista está muito atento para não deixar cair o grupo na tradicional sala de aula, onde o catequista age como um professor que distribui conhecimentos e prémios e onde a única tarefa dos catequizandos-alunos seria apenas aprender passivamente e competir com os outros pelo apreço do “professor”.

A relação com os pais Além das propostas explícitas (a participação no terceiro encontro de cada catequese e o laboratório de pais), não faltam ocasiões para dar qualidade aos contactos entre a catequese e os pais. Antes da catequese começar e quando termina, há sempre uma ocasião para trocar algumas impressões e para reforçar a aliança entre pais e catequese no comum empenho de fazer crescer as crianças da melhor forma possível. É importante que o catequista aceite com serenidade que nem todos os pais se comprometem com o itinerário de catequese de maneira ideal. Há muitas atitudes dos pais que contrariam, por ação ou por omissão, todos os nossos esforços por fazer uma catequese de qualidade. É inútil, apesar disso, olhar para os pais como “adversários”. É muito mais interessante procurar aqueles interesses comuns que poderão já melhorar a catequese que é oferecida aos filhos e, mais cedo ou mais tarde, contribuir para que os pais amadureçam atitudes mais colaborativas.

Como fazer catequese? As práticas Laboratório de catequistas Diz o diretório de catequese: “… tem um papel importante o corpo de catequistas: nele se partilha, juntamente com os presbíteros, tanto o caminho de fé como a experiência pastoral; ­amadurece-se a identidade de catequista; e toma-se cada vez mais consciência do projeto de evangelização” (DC 134) A propósito de cada catequese, oferecemos ao grupo de catequistas que usa este guia um tempo de qualidade. Chamámos-lhe “laboratório de catequistas”, porque quer ser um espaço de experimentação, de partilha, de descoberta. Quer ser mais do que “apenas” as indicações doutrinais ou pedagógicas para preparar cada catequese. Como catequistas, somos também homens e mulheres de fé. Este tempo, em grupo, é uma ocasião para aprofundarmos e experimentarmos os conteúdos que iremos propor aos catequizandos. Estes laboratórios de catequistas não devem ser vistos como mais uma reunião de tipo burocrático. São uma ocasião para nos encontrarmos, para, juntos, descobrirmos os desafios que a Palavra de Deus nos lança; para, em Igreja, procurarmos caminhos para viver a fé com mais entusiasmo e alegria.

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Encontros semanais Nestes três primeiros anos do “Ligações. Itinerário de educação à fé”, propomos um número pequeno de catequeses (sete) distribuídas em três encontros semanais. Cada um destes encontros semanais tem a duração máxima de uma hora. Os dois primeiros encontros de cada catequese contam com a presença do catequista e das crianças, que, com entusiasmo, descobrem a vida de Jesus através de atividades, de um clima participativo, seguro e alegre. Estes dois primeiros encontros centram-se nas atividades a realizar com as crianças: um jogo, uma construção, um canto, um cartaz… São atividades diversas, concretas e afastados o mais possível da ideia de “lição de catequese”, para trabalhar de forma concreta (com as mãos) juntamente com as crianças e interiorizar com elas o tema da catequese. O terceiro encontro de cada catequese tem uma marca mais celebrativa e pede a presença dos familiares. É uma celebração a viver juntamente com as crianças: um encontro de oração “formato criança” que prevê um lugar adequado, o canto, o silêncio, a atenção à Palavra, a interiorização de gestos e atitudes, que ajudam a viver este momento especial com Jesus. Haverá pais que veem com agrado esta possibilidade de celebrar a fé juntamente com os seus filhos. Outros sentem-se mais desconfiados em relação a essa possibilidade. Os catequistas devem ser criativos na hora de convidar os familiares a participar nestes encontros. Deve-se sublinhar a importância da colaboração entre a catequese e as famílias, mas, com realismo, aceita-se que alguns pais e familiares não possam ou não queiram este tipo de presença. Os momentos celebrativos podem ser vividos a nível intergeracional, isto é, como atividade em que se reúnem as crianças e os pais (ou os avós) para uma convivência profunda. Partilhar estes momentos de oração serve para interiorizar, por parte de todos os protagonistas, a beleza de um caminho feito juntos para descobrir a pessoa de Jesus Mestre nas diversas etapas da vida.

Laboratórios de pais Oferecemos aos pais (ou outros familiares) a possibilidade de participarem em “laboratórios de pais”. Está previsto um para cada catequese. Pretendemos que estes encontros possibilitem aos pais uma maior familiaridade com os conteúdos de fé que os seus filhos estão a descobrir nessa catequese. Queremos que sejam vividos como “laboratórios” e não como “aulas”. Tal como os laboratórios de catequistas, a prioridade deve ser dada à descoberta, à partilha, ao aprofundamento. Quer os catequistas quer os pais devem sentir-se protagonistas deste momento e não recetores passivos de uma qualquer “lição”. Mas devemos estar atentos às diferenças entre os catequistas e os pais. Muitos pais têm uma fé e/ou uma participação eclesial débil. Alguns têm preconceitos negativos em relação à fé ou à Igreja. Estes laboratórios são espaços onde propomos, de forma adulta, a adultos, os mesmos temas trabalhados com as crianças. Também para os pais é importante cuidar do ambiente físico onde vai decorrer a atividade: um lugar “quente”, cadeiras em círculo e alguma flor na mesa. Tornemos belo este lugar de encontro. Ao entrar na relação com os adultos é fundamental que os pais percebam que os tratamos como tais, ou seja, que sabemos propor-lhes um encontro que diga respeito à sua vida de adultos, que sabemos respeitar a história pessoal de cada um sem preconceitos, que todos se sentirão à v­ ontade. Um café e um biscoito podem ajudar a um acolhimento recíproco e a criar um clima fraterno. Desejaríamos que se sentisse a atmosfera de quem participa num encontro pensado para ele juntamente com as outras pessoas que vivem as mesmas alegrias e tristezas. Sobretudo um clima perfumado de abertura que não faça sentir a ninguém que está fora do lugar.

Momentos do ato catequético É habitual em Portugal a ideia de organizar o caminho da catequese em três momentos: a experiência humana, o anúncio da Palavra e a expressão de fé. Tem tradição e inspira-se na prática evangelizadora do próprio Jesus.

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Experiência humana: A catequese começa com a vida real dos catequizandos. É aí, nas suas experiências, sonhos e problemas de cada dia, que deverá começar o caminho que leva à fé. O mundo vital das crianças de hoje, a sua experiência, não é a mesma que tu, catequista, tens enquanto jovem ou adulto. Nem sequer é a mesma que tu tiveste, há uns anos, quando tinhas oito ou nove anos. Para seres um bom catequista tens de fazer como Jesus, que Se abeirava dos homens e mulheres do seu tempo, com profundo respeito pelas suas experiências. Anúncio da Palavra: Depois de ter encontrado e acolhido as experiências vitais das crianças, oferecemos a boa e saborosa notícia da Palavra de Deus. Propomos esta Palavra convencidos que só ela é capaz de iluminar e libertar a vida. É a Palavra de Deus que está no centro da catequese. Mais do que fornecer conhecimentos sobre a Bíblia, queremos ajudar os catequizandos a apropriarem-se da Palavra, a fazê-la palavra sua. Os cristãos adultos, e tu com eles, já descobriram como é bom ter a Palavra luminosa e amorosa de Deus no coração. A tua tarefa, como catequista, é ajudar as crianças, mesmo estas mais novas, a experimentar como a Palavra de Deus pode dar um novo e melhor sabor às suas vidas. Expressão de fé: Toda a Palavra de Deus é como um convite que Deus faz. Ela pede sempre uma resposta. Uma boa catequese ampara as crianças neste empenho de dizer “sim”, de deixar que os seus gestos e atitudes sejam cada vez mais inspirados pelo Evangelho. Ajudamo-las a agradecer e louvar este Deus que nos falou na Palavra.

Como fazer catequese? Os recursos O espaço da catequese As crianças são muito marcadas pelo espaço e pela sua decoração. Elas conhecem o espaço da sua casa e os lugares da brincadeira; agora, no 1º ciclo, estão a descobrir a sala de aula. A sua tendência natural é imaginar que este novo espaço (a sala de catequese) é como um desses espaços que já conhece. E, naturalmente, assumirá na catequese a postura que lhe é habitual nesses outros espaços. Mas a catequese é uma experiência diferente. Para ajudar a criança a perceber isso, a decoração do espaço deve ajudar a comunicar essa diferença. Procuramos um lugar “informal”, com cadeiras de tamanho adequado à idade destas crianças. A distribuição em círculo, de forma que todos se possam ver e ouvir bem, favorece a coesão do grupo. É importante que seja fácil mudar a posição das cadeiras: pode ser necessário ver um vídeo, fazer um jogo que precise de mais espaço ou fazer um momento de oração. Muitas vezes, para trabalhar juntos é conveniente ter mesas. Mas é importante evitar a noção de “carteiras” escolares.

Livro do Catequizando O Livro do Catequizando tem um formato A4. É muito colorido e atraente. Inclui ainda um suplemento ao Livro do Catequizando. Neste 3º ano, este suplemento está agrafado ao resto do livro e deve ser recortado à medida que vai sendo necessário. Banda desenhada: Uma pequena banda desenhada, a preto e branco, sobre o episódio bíblico que aprofundamos na catequese. As crianças são convidadas a dar cor às imagens para se aproximarem com o coração do texto bíblico. Aos segredos com Jesus: Palavras para rezar, para ganhar confiança e intimidade com Jesus. Muitas vezes está previsto usar estas orações dentro das catequeses. Mas podem ser sempre usadas, pelo catequizando e pelas famílias, em casa. Em família: Atividades a fazer em casa, com a família. O catequista, no final do terceiro encontro de cada catequese (onde as famílias também estão presentes) ou no laboratório de pais deve motivar os pais a realizar estas atividades em casa. Em cantigas: As letras das canções que usamos na catequese.

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Palavra-chave: Palavras que são como chaves que abrem o coração. O catequista convida os catequizandos e a família a escreverem com esmero a palavra mais importante que aprenderam em cada catequese. É bom, no final do terceiro encontro de cada catequese (onde estão presentes os pais) ou no final do laboratório de pais, estimular os pais a esta tarefa. A lembrar: Uma frase do Papa Francisco ilumina a nossa inteligência. Há aqui espaço para exprimir o que de mais importante se disse, se viveu e se sentiu ao longo dos três encontros de catequese. O catequista encoraja os catequizandos a usar o desenho, a colagem, a escrita neste espaço. Em casa, sozinhos ou ajudados pelos familiares, há aqui um espaço de protagonismo e de personalização da fé. É importante que o catequista vá observando o que as crianças aqui vão colocando. Dar sempre um feedback positivo e encorajar aqueles que não o têm usado.

Recursos de apoio Para dar mais qualidade à comunicação dentro da catequese, este guia faz uso de vários recursos. Em papel: Podem ser cartazes os letreiros feitos pelo catequista. Ou podem ser cartazes e fotografias a cores disponíveis na pasta de apoio. Em suporte digital: São canções, ficheiros áudio com a leitura de textos, música de fundo, apresentações, vídeos. São usados como documentos e recurso em vários momentos da catequese (experiência humana, anúncio da Palavra, expressão de fé). Eles estão disponíveis numa pen multimédia ou no site https://vimeo.com/ondemand/nocoracaodejesus. No guia refere-se sempre a sua inclusão numa pen multimedia mas podem também ser adquiridos online no site referido. Para os usar e necessário um computador, um projetor multimédia e colunas de som. Site de apoio: Em ligacoes.net, estão disponíveis materiais complementares e alternativas ao que está proposto neste guia. Na página 2, deste guia está um Nome de utilizador e uma Senha que permite aceder ao material deste 3º ano. Este site está baseado em tecnologia Moodle, uma plataforma de aprendizagem digital, muito espalhada em todo o mundo da educação. Com as credenciais oferecidas, podes usufruir dos conteúdos extra que ali propomos. Podes, além disso, solicitar com um email a editora@edicoes.salesianos.pt a possibilidade de personalizares o teu site de apoio. Neste caso, poderás acrescentar as tuas próprias atividades e recursos, poderás, inscrever os catequizandos do teu grupo, acompanhar o uso que fazem das tuas propostas.

Para usar o guia do catequista O material referente a cada catequese está dividido em quatro partes. Para o catequista Desenvolvimento Laboratório de catequistas Laboratório de pais “Para o catequista” inclui algum material para a tua leitura, para te ajudar a preparar bem a catequese. Começa com uma Apresentação, onde se faz uma breve motivação à catequese. Os Objetivos indicam os “resultados” que devem aparecer nos catequizandos, no final da catequese. Os Conteúdos listam os vários tipos de conteúdos com que vamos trabalhar ao longo da catequese. Podem ser de tipo cognitivo (Conceitos), comportamental (Procedimentos) ou atitudinal (Valores). O Esquema mostra numa tabela o que pretendemos fazer ao longo da catequese. A primeira coluna à esquerda apresenta os três momentos da catequese: Experiência humana, Anúncio da Palavra e Expressão de fé. A segunda coluna faz a lista dos três encontros previstos. A terceira coluna tem o nome das várias atividades a realizar em cada encontro. Segue-se na quarta coluna a duração prevista para cada uma das atividades. Por fim, na quinta coluna está o grau de dificuldade

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que atribuímos à atividade. Não se refere ao grau de dificuldade para a realização da atividade por parte dos catequizandos, mas ao grau de dificuldade para a dinamização da atividade por parte do catequista. As estrelas podem ir de uma a cinco, sendo as cinco estrelas sinal de dificuldade elevada. Esta classificação não é uma ciência rigorosa; é antes uma ajuda para o catequista estar mais atento na preparação e na execução das atividades mais difíceis. Do Catecismo oferece um pequeno texto tirado do Catecismo da Igreja Católica que te ajuda a situares-te perante o património de fé da Igreja. É sempre um convite a ler os números seguintes. A Síntese de conteúdos oferece num texto breve algumas informações para enriquecer os teus conhecimentos e competências. São informações de tipo doutrinal e pedagógico. Damos explicações sobre os termos mais importantes. O “Desenvolvimento” contém as indicações para orientar cada um dos encontros de catequese. Indica-se sempre o número do encontro e em que momento do ato catequético nos encontramos. Em cada encontro está sempre a lista de Material que vai ser necessário ao longo do mesmo. Segue-se a Atividade. Cada uma tem o seu nome específico. Na linha seguinte, está a duração prevista para o todo da atividade. As atividades estão divididas em Etapas. As Etapas estão numeradas e indica-se a duração prevista de cada uma delas. Nalguns casos, antes de apresentar as Etapas da Atividade, pede-se uma Preparação: algo que o catequista deve fazer previamente, antes de iniciar o encontro de catequese. O “Laboratório de catequistas” e o “Laboratório de pais” têm uma estrutura simples. Começam com um título. Segue-se a lista de Material a ter preparado. Indicam-se a seguir as várias tarefas a realizar, com indicação dos tempos previstos.

Para programar uma catequese A catequese é um caminho: partimos da vida concreta dos catequizandos, temos uma ideia clara da meta onde chegar, fazemos algumas ações que ajudam os catequizandos a aproximar-se dessa meta. É dentro desta comparação da catequese com o caminho que aparece a tarefa de programar. Programar é definir, com o rigor possível, os percursos a percorrer, os tempos a usar, os recursos humanos e materiais necessários. Diante do desafio de programar há várias atitudes. Uma é espiritualista: há pessoas que sentem que essa atenção aos processos educativos esvazia a ação de Deus no processo de fé. Numa postura oposta estão os tecnicistas, convencidos que o rigor de programação é suficiente para assegurar o sucesso da catequese. Aqui, no Ligações. Itinerário de educação à fé, revemo-nos numa estrada mista, mais equilibrada, capaz de conjugar as exigências de uma e outra tendência. As propostas que incluímos neste Guia são, já em si mesmas, uma forma de programação. Mas é importante ter em conta as tuas características como catequista, a dimensão do teu grupo, a reação habitual dos teus catequizandos. Para programar uma catequese, deves começar por ler com atenção as indicações do Guia. Repara como se articula o que se diz no “Para o Catequista” com o “Desenvolvimento”. Pergunta-te se as propostas feitas no “Desenvolvimento” servem realmente para atingir os objetivos, se ajudarão os catequizandos do teu grupo concreto a assimilar e experimentar os conteúdos propostos. Verifica se dispões dos recursos previstos pelo guia: vídeo, música, espaços para a oração. Se não dispões, pensa, em primeiro lugar, se os consegues encontrar. Se concluíres que não os podes encontrar, terás de modificar a nossa proposta e alterar as atividades sugeridas. Programar é também prestar atenção ao tempo. Num projeto de catequese como este, damos muita importância à comunicação dentro do grupo, à partilha, ao aprender fazendo. Ora isso torna mais variável a duração das atividades. Com o conhecimento que tens do teu grupo, verifica se os

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tempos que indicámos são realistas. No caso de preveres que as atividades durarão mais do que o previsto, tens de decidir o que fazer. Decides que algumas atividades vão durar mais tempo e reduzes o tempo dedicado a outras? Há alguma atividade que desistes de fazer? Se, ao programar, tiveres de eliminar alguma atividade, evita a tentação de eliminar as mais difíceis (aquelas classificadas com mais estrelas); pode ser que sejam as mais importantes.

Para programar o ano Além de programar cada uma das catequeses em sequência, o catequista deve programar as suas intervenções ao longo do ano todo. Em primeiro lugar, trata-se de assinalar no calendário as datas de todas as catequeses e encontros semanais. Mas devemos ir mais além. Que atividades extra se quer propor ao grupo (passeios, celebrações penitenciais, atividades nos tempos fortes…)? Há propostas feitas a nível de paróquia, vigararia/arciprestado, diocese em que seria interessante os catequizandos participarem? Como vamos assinalar os tempos fortes da liturgia? Quase sempre, esta programação anual deve ser feita em diálogo com os outros catequistas e até com outras pessoas da paróquia. Esta programação a nível do ano deve ter em conta, tanto quanto possível, a ligação aos tempos litúrgicos. Ao propormos apenas 7 catequeses ficamos com um bom número de semanas livres para fazer outras experiências que o grupo de catequistas julgue interessantes e importantes. A título de sugestão: visitar a Igreja e aprender a estar nela, iniciar à celebração da Eucaristia, trabalhar a oração pessoal e de grupo…

Uma atenção especial à primeira comunhão Além da importância espiritual e catequética que tem para cada criança a experiência de comungar pela primeira vez, a primeira comunhão é também um acontecimento social, a que as famílias prestam muita atenção. Tantas vezes há conflitos entre a visão mais social e aquela mais espiritual. A nossa sugestão é que a catequese cultive uma “parceria” com as famílias. Que a festa da primeira comunhão tenha todo o “brilho”, toda a atenção que as famílias desejam, porque o que está em causa (o encontro sacramental com Jesus na Eucaristia) o merece. Uma atitude dialogante com os pais, sem nunca renunciar aos valores essenciais da liturgia e da catequese, leva-nos muito mais longe. A título de sugestão, recordamos a importância de uma boa planificação para a festa da primeira comunhão. Idealmente, ela deveria acontecer depois da catequese 6. É importante prever uma reunião com os pais Além dos laboratórios de pais, onde se trabalham os conteúdos, seria bom prever um encontro com os pais para acertar os detalhes da festa: quer nos pormenores logísticos (vestuário, ritos a preparar, fotografias), quer nos celebrativos … Não esquecer, também, de programar a celebração penitencial com as crianças e os pais, antes da primeira comunhão. Deve ser um momento vivido como experiência concreta de ser abraçados por Jesus. Neste guia não se presta muita atenção ao sacramento do perdão porque ele já foi aprofundado no ano anterior. De qualquer modo, todas as crianças que vão fazer a primeira comunhão devem fazer, alguns dias antes, uma boa experiência de reconciliação. Se possível, os catequistas preparam com o sacerdote uma celebração penitencial onde pais e crianças se podem aproximar do perdão de Deus.

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Domingo, dia de encontro

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1 Para o Catequista

Apresentação O domingo é o dia mais belo da semana: dia de repouso, de alegria e de partilha. É o dia dedicado a celebrar a bondade de Deus através da Eucaristia.

Objetivos Crescer no apreço pelo domingo como dia especial. Associar o domingo à ressurreição de Jesus.

Conteúdos Conceitos: yy As características de uma boa festa. yy O domingo é o dia para nos encontramos e festejar com Jesus. Procedimentos: yy Narrações. yy Colorir uma banda desenhada bíblica. yy Fazer o sinal da cruz. Atitudes: yy Apreço pelo domingo.

Esquema Experiência humana Anúncio da Palavra Expressão de fé

1º encontro 2º encontro 3º encontro

Atividade: A macedónia

18’

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Atividade: Uma festa especial

10’

**

Atividade: Um dia especial

10’

**

Atividade: No primeiro dia da semana

35’

***

Atividade: Entrar na sala

7’

***

Atividade: O mistério do domingo

15’

***

Atividade: Encontrar os outros

20’

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Do Catecismo 2177. A celebração dominical do Dia e da Eucaristia do Senhor está no coração da vida da Igreja. «O domingo, em que se celebra o mistério pascal, por tradição apostólica, deve guardar-se em toda a Igreja como o primordial dia festivo de preceito»

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Síntese de conteúdos A nossa vida exprime-se e acontece no tempo. Todos nós, em cada dia, enchemos o nosso tempo com uma série de atividades, de encontros e de experiências. Com isso, preenchemos os segundos, os minutos e as horas dos nossos dias. E, acima de tudo, damos um sentido ao que somos e às relações que construímos com os outros, dia após dia, no tempo que passa.

Os tempos O nosso tempo está pautado por: Momentos de trabalho: para as crianças, trata-se de ir à escola; para os adultos, de exercer a sua profissão. Momentos de tempo livre: para cultivar, com prazer e liberdade, os próprios interesses ou gostos. Momentos de repouso: para “suspender” o trabalho, descansar e “recarregar as b ­ aterias”.

Um tempo especial Desde sempre, na cultura ocidental, há um dia de descanso semanal: o domingo. O domingo não é um dia como os outros; ele é o primeiro dia da semana e aquele que dá sentido a todos os outros. Porquê? Porque, no nosso imaginário coletivo, o domingo é o tempo da festa. Tempo para parar, para interromper as rotinas, para recuperar a calma depois do frenesim do quotidiano, para cultivar um “cantinho de paz”. Tempo para repousar, para deixar de lado os afazeres, as preocupações e as ocupações da vida e “desacelerar”, reconciliando-se consigo mesmos e com quem vive ao nosso lado. Tempo para estar com os outros e com o Outro, para criar ocasiões de encontro, para abrir-se ao diálogo descontraído com quem vive ao nosso lado, para cultivar o amor e as amizades com quem é importante para nós e para cuidar e alimentar a nossa relação de comunhão com Deus.

Jesus e o domingo Jesus, bem o sabemos, gostava de Se encontrar com as pessoas. E em cada encontro, as suas palavras e os seus gestos ajudavam todos a “tocar” a bondade e a misericórdia de Deus. Jesus, já o experimentámos, encontrou-Se connosco no batismo e deseja ­encontrar-nos no tempo que temos para viver. Na nossa comunidade cristã são muitas as ocasiões e os tempos que nos são oferecidos para encontrar Jesus e fazer experiência da sua presença: uma experiência “garantida” e “certificada”, como Ele a sonhou e desejou! E há, além disso, um tempo especial onde, desde sempre, os cristãos vivem o encontro com Jesus. É o domingo. Podemos definir assim o domingo: o tempo do encontro com o amigo Jesus e com os amigos, com todos aqueles que fazem parte, como nós, da comunidade cristã, acreditam em Jesus e O seguem. O domingo é um tempo de festa: tempo de serenidade e de alegria, tempo de gratuidade e de comunhão.

Mas porquê o domingo e não outro dia qualquer? Porque o domingo é o dia em que Jesus ressuscitou da morte. Ao celebrar neste dia o encontro com Ele, em cada semana nós revivemos o que aconteceu na Páscoa de Jesus.

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Porque o domingo foi o momento em que as testemunhas da ressurreição de Jesus (Maria Madalena, as mulheres que correram ao túmulo, os apóstolos, os dois discípulos na estrada para Emaús), com grande surpresa, O encontraram vivo e confiaram na sua palavra e nos sinais que Jesus deu. Vivendo o encontro com Jesus ressuscitado, em cada semana, neste dia de festa, aprendemos a confiar no Evangelho e tornamos viva, real, a presença de Jesus entre nós através dos sinais “certificados” (o pão e o vinho) que Ele nos deixou como “forma única e sempre repetível” para fazer experiência do seu amor no tempo que passa.

Contar bem uma história Nesta catequese propomos mais que uma vez que o catequista conte uma história. O texto está disponível neste guia. Mas a qualidade e o entusiasmo com que o catequista narra pode fazer muita diferença. yyComeça por estudar bem o conto. Tens de o conhecer bem, ao ponto de não precisares de o ler para o contar. Não se trata de decorar as palavras, mas de o saber narrar com à vontade. yyCada personagem deve estar bem identificado. Podes usar vozes diferentes para cada um, ou gestos ou até objetos. yyAtenção ao ritmo. Há momentos mais lentos e outros mais rápidos Um conto não é uma lista de mercearia. Quem o ouve deve sentir qualquer coisa.

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1 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Começamos ajudando os catequizandos a perceber como o domingo é um dia “especial”, diferente dos outros.

Material Uma cesta com fruta fresca. Uma bacia com água e um pano para secar as mãos. Tijelas, copos, colheres. Faca para o adulto que corta a fruta.

Atividade: A macedónia Duração: 18 min. Etapa 1 Duração: 3 min. O catequista entrega uma peça de fruta a cada um dos catequizandos. Ninguém deve ficar de mãos a abanar.

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Etapa 2 Duração: 10 min. O catequista começa a narrar o conto “A macedónia”. De cada vez que se fala de um fruto, as crianças que têm esse fruto, levantam-se e vão lavar o seu fruto na bacia e, a seguir, colocam-no na cesta. Conto: A macedónia Há muitos anos, perto da região de Ngorongoro, morava uma família de macacos. Ao todo eram seis: a mamã, o papá e quatro macaquinhos. A família tinha o apelido de Tambili e morava numa grande árvore de baobá. Estavam habituados a pensar cada um por si: o pai ocupava-se a fazer barcos com ramos; a mãe fazia cestos com as lianas, e os macaquinhos andavam cada um para seu lado, uns na escola e outros a brincar nos prados. Só apareciam em casa à hora do jantar. No final do dia, estavam todos muito cansados e não tinham vontade de conversar. Além disso, com a fome que tinham, cada um comia a sua fruta à pressa, mesmo com risco de se engasgar. Logo a seguir, ia cada um para o seu ramo. Uns bisbilhotavam as conversas noturnas dos leões que, para os macacos, são melhores do que ver televisão. Uma tarde, a pequena Kima, voltou para casa com um cacho de bananas todo para si: tinha-a encontrado na árvore mais alta da savana. Com cuidado para não acordar o rinoceronte Vifaru, que dormia à sua sombra, subiu lá acima e arrancou um grande cacho de bananas. Estava contente porque o seu jantar seria, de certeza, o melhor: as bananas eram amarelas e verdes e já tinham um cheiro doce só ao descascá-las. Estava para começar a comê-las quando chegou o seu irmão Saru, que trazia preso na cauda um belo melão cor de laranja. «Onde encontraste esse melão» perguntou-lhe Kima, gulosa. «No mercado da fruta», respondeu Saru. E perguntou à irmã: «E tu, onde arranjaste essas bananas?» Ficaram a olhar um para o outro em silêncio: nenhum dos dois tinha coragem de pedir ao outro para trocar a comida. Ao mesmo tempo, entre os ramos ouviu-se um burburinho e duas vozes que discutiam. Eram Houzi e Obo, a irmã e o irmão mais velhos. «Onde arranjaste essas tâmaras tão doces?» dizia Houzi. «Dá-me. Quero provar.» «Não!» Protestava Obo. «Dou-te uma só se me deres a tua manga!» E andavam neste regateio. Quando perceberam que Kima tinha bananas e Saru um melão, puseram-se os quatro a discutir uns com os outros. Puxavam pela cauda uns dos outros, mordiam as orelhas e arriscavam-se a dar um grande trambolhão, caindo da árvore. Alarmados com a chinfrineira, o papá e a mamã desceram dos ramos mais altos e viram que os seus macaquinhos estavam, outra vez, à bulha por causa da fruta. «Que confusão é esta?», berrou a mãe. «De quem é esta fruta? Cada um pegue na sua e chega de barafunda.» «Mas eu quero as tâmaras dela!», disse Kima. «Mas são poucas e pequenas; não valem tanto como a minha manga!», berrava o Obo.

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«Já chega!», disse o papá. «É só confusão quando estamos a tentar trabalhar. Por castigo, vai tudo dormir sem jantar.» Mas em vez de se acalmarem, os macaquinhos começaram todos a saltar de um ramo para o outro, arrancando as folhas e batendo no peito, desesperados. Fizeram uma tal barafunda que toda a fruta – as bananas, o melão, as tâmaras e a manga – caíram da árvore e foram parar ao chão. A gritaria foi tal que todos os leões, zebras, hienas e javalis de Ngorongoro se deram conta da confusão. Até o velho e dorminhoco rinoceronte Vifaru e a elefanta Kiti foram ver o que se passava. Ao chegarem ao baobá onde moravam a família Tambili, deram com aquele grande monte de fruta no sopé da árvore. E disseram: «Venham, venham! A família Tambili está a dar uma festa. Olha como são simpáticos: até já prepararam uma macedónia para todos!» E assim, naquela noite, há tantos anos atrás, comeu-se fruta fresca até às duas da manhã. Os macaquinhos, no final, fizeram as pazes e desceram da árvore para comer com os outros animais da região. Perguntaram, de viva-voz, ao leão as últimas fofocas, e ficaram a saber que o rinoceronte já tinha metido os papéis para a reforma. Então, na semana seguinte, organizaram uma segunda festa da fruta, onde a elefanta Naledi, que tinha trazido uns ananases, avisou que se ia casar. E na semana a seguir houve uma terceira festa, e ficou-se a saber que o leão Shizi, que tinha trazido uns abacates, já tinha arranjado um emprego. E na festa que deram para festejar esta boa notícia, soubese que o javali Zaze, que trazia sempre umas papaias, estava para comprar uma casa nova. E, claro, que se fez uma festa para marcar essa boa notícia. E uma outra… E outra a seguir… Não havia semana, sem festa da fruta. E foi assim que toda a gente ficou a saber que os macacos são os animais mais bem-dispostos da selva. (Maria Gaia Belli) Etapa 3 Duração: 5 min. Enquanto os adultos cortam a fruta, as crianças preparam a mesa com as tijelas e as colheres. Ao terminar o conto, o catequista mostra como todos deram o seu contributo para a merenda. A festa é melhor quando todos aparecem e dão uma ajuda.

Atividade: Uma festa especial Duração: 10 min. Antes de comermos a salada de frutas que fizemos, o catequista convida as crianças a imaginarem que foram convidados para uma festa. O que é que podes levar para que a festa seja um sucesso? Cada catequizando deve dizer ao menos um ingrediente essencial capaz de tornar a macedónia verdadeiramente especial.

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Por exemplo: “Eu levo a toalha, isto é a boa educação”. “Eu levou copos e talheres, isto é, o respeito pelos outros”. “Eu levo a fruta, ou seja, a alegria”. E assim, com a ajuda de todos preenchem a página 5 do Livro do Catequizando.

Atividade: Domingo um dia especial Duração: 10 min. O catequista convida as crianças a pegar no livro do catequizando, nas páginas 6 e 7. Cada criança tenta analisar a sua jornada e perceber a diferença entre os dias normais e o domingo. Começam por escrever o que fazem ao longo dos dias da semana. E depois escrevem o que sucede ao domingo. Nota: Havendo oportunidade, pode-se tentar encenar o conto “A macedónia”. Essa encenação poderá ser apresentada no 3º encontro, com a presença dos familiares.

2º encontro Anúncio da Palavra Chamamos “domingo”, dia do Senhor, ao primeiro dia da semana. Porque foi neste dia que Jesus ressuscitou. Porque é neste dia de forma especial que Ele Se quer encontrar connosco.

Material Vídeo “Jesus está vivo” (disponível na pen multimédia). Computador, projetor multimédia, colunas. Cartaz nº 01 “No primeiro dia da semana” (disponível na pasta de apoio). Canção “Jesus está vivo” (disponível na pen multimédia).

Atividade: No primeiro dia da semana Duração: 35 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista convida o grupo a observar com atenção o vídeo “Jesus está vivo”. Este vídeo está baseado no relato de Marcos 16, 1-7. Guião do vídeo Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para colocar no corpo de Jesus. No domingo, de manhãzinha muito cedo foram ao sepulcro. Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?» Mas olharam e viram que a pedra estava rolada para o lado; e era muito grande. As mulheres entraram no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas.

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Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, que morreu na cruz? Deus ressuscitou; não está aqui. Podem ver o lugar onde o puseram. Ide, pois, e dizei aos seus discípulos e a Pedro: ‘Ele vai à vossa frente a caminho da Galileia; lá o vereis, como vos tinha dito’.» Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista tenta reconstituir o sucedido no vídeo com a ajuda de todos. O grupo relata por ordem o sucedido no vídeo (e no relato bíblico). Etapa 3 Duração: 10 min. O catequista convida as crianças a colorirem a banda desenhada relativa ao episódio bíblico, que está na página 4 do livro do catequizando. Etapa 4 Duração: 5 min. O catequista afixa o cartaz nº 01. Este cartaz contém uma versão já colorida da banda desenhada. Convida a observar o cartaz e a prestar atenção aos detalhes. Quanto possível, esta apresentação do cartaz deve ser feita de forma interativa, em diálogo com os catequizandos. Quais são os personagens? yyAs mulheres (quais os nomes?) yyO anjo As imagens começam com as mulheres. Elas saem de casa bem cedinho. Vão ao jardim onde sepultaram Jesus. Como é que elas se sentem? Repara na posição das cabeças: estão sempre a olhar para baixo Repara nos pés das mulheres. O que é que mostram? yyQue andam devagar. Estão junto ao chão… O que é que as preocupa? yyA pedra enorme que tapa o túmulo Mas na segunda imagem reparam que a pedra está ao lado. Alguém mexeu naquela grande pedra. E espreitam para dentro do túmulo (3ª imagem) E quem é que encontram lá dentro? yyO anjo, o mensageiro de Deus Reparem na posição das mãos do anjo. Para onde estão a apontar?

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yyEle tem as mãos estendidas oferecendo calma e apontando o caminho de regresso para anunciar aos amigos a boa notícia: Jesus está vivo No final (imagens 4 e 5), os pés das mulheres parecem mais rápidos. Há alegria e pressa em correr para anunciar a Páscoa de Jesus. Etapa 5 Duração: 5 min. O catequista convida a escutar e a aprender a canção “Jesus está vivo” (livro do catequizando, página 8). Canção “Jesus está vivo” (Letra: Idália Almeida)

oh, oh oh… Ele ressuscitou oh, oh, oh Jesus está vivo, Ele ressuscitou. Jesus está vivo Ele ressuscitou contou-nos o anjo que nos encontrou. Vamos celebrar esta feliz notícia. Hoje é Domingo, é o primeiro dia. Sim, Ele está vivo, sim, Ele está vivo vamos anunciar, vamos anunciar. Hoje é domingo, hoje é domingo vamos celebrar Etapa 6 Duração: 5 min. O catequista convida a um momento de oração: “Vamos agradecer a Deus por ter ressuscitado Jesus e por nos dar a possibilidade, em cada domingo, de nos encontrarmos com Ele.” Em silêncio, durante um ou dois minutos, cada um faz a sua oração. Depois, todos juntos rezam o texto que está na página 9 do livro do catequizando. No primeiro dia da semana Tu ressuscitaste Jesus. No primeiro dia da semana Tu alegras o nosso coração. No primeiro dia da semana Tu queres estar connosco. Obrigado.

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3º encontro Expressão de fé - Celebração: “o domingo um dia especial” Como é habitual, este terceiro encontro conta com a participação dos pais e tem um caracter a mais celebrativo.

Material Vela grande Música ambiente animada “fundo01” (disponível na pen multimédia) Música de fundo calma “fundo02” (disponível na pen multimédia)

Atividade: Entrar na sala Duração: 7 min. O catequista reúne as crianças e os familiares à porta da sala de oração (que pode ser a sala habitual devidamente decorada ou a capela). Antes de entrar, o catequista pára junto à porta e nota que está fechada. Vai ser preciso atravessar a porta para entrar na sala. É a mesma coisa que sucede quando vamos a casa de um amigo. O catequista bate à porta. Se for adequado, convida os catequizandos a baterem à porta também. Lá de dentro vem alguém (um outro catequista ou um pai com quem se combinou) e abre a porta. Com calma, o grupo e os familiares atravessam a porta. O catequista chama a atenção ao gesto que se fez: ao atravessar a porta, entramos numa sala onde se dedica tempo à oração. “A porta separa o que está fora, do que está dentro. Deixamos lá fora a vontade de correr e de gritar, e preparamo-nos, cá dentro, para escutar Deus que nos fala”. Depois, o grupo instala-se.

Atividade: O mistério do domingo Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista convida a escutar uma história. Conto: Cândido é um menino com uma pele muito, muito, muito, branca. Tem os cabelos louros claros, quase brancos e os olhos azuis. Cândido é um menino muito pálido. Ele mora numa casa perto do mar. Junto da casa dele há um caminho que leva até à praia. O seu quarto é claro como ele. As paredes são brancas e a cama é da cor do café com leite… mas com mais leite do que café. Os cadernos do Cândido têm muitas folhas bancas. Ele escreve nos cadernos como fazem os colegas na escola, mas deixa muitos espaços 22


vazios nas folhas. É como se tivesse muitas coisas a dizer, mas não soubesse como as contar… Todos dizem que Cândido é um menino muito estranho e espantam-se com ele. Um dia, decidiu deixar para sempre a bicicleta na garagem. Não quer mais passear nem sair para lado nenhum. Diz que só sai de casa para ir à escola. Sabe-se lá porquê?! A professora pergunta-se todos os dias porque é que Cândido se porta assim e, sobretudo, porque é que é tão pálido. Até o seu caracter, a sua maneira de ser, é pálida. A mamã e o papá de Cândido trabalham muito e não têm tempo para estas perguntas todas; quando chegam a casa já é escuro. Mas há uma coisa curiosa. A senhora Ana, a vizinha, todas as manhãs vai ter com o Cândido bem cedo, acorda-o, prepara-lhe o ­pequeno-almoço e acompanha-o à escola. É que os pais já saíram para ir trabalhar, ainda era de noite. A senhora Ana já percebeu que, à segunda de manhã, Cândido não está tão pálido como nos outros dias; sorri e os seus olhos parece que brilham. Não sabe bem porquê, mas na segunda-feira, o Cândido não é assim tão estranho. A senhora Ana quer perceber melhor o que se passa. Dia após dia, a senhora Ana espreita da sua janela para perceber melhor o Cândido. E é no domingo que se resolve o mistério. É ao domingo que a Ana não vai a casa de Cândido porque, felizmente, os pais estão em casa, mesmo quando há sol. A casa enche-se de música. Cândido vai até à praia. O domingo é o único dia em que o senhor Lúcio abre o caminho privado que leva até à praia. E cada domingo Cândido está ao sol. É por isso que a segunda-feira é tão bonita! Para o Cândido, cada domingo é uma festa a sério: tomara que todos os dias da semana fossem assim! Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista pergunta às crianças se gostaram da história. Se conveniente, pede a ajuda de todos para recontar a história. Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista convida as crianças (e os familiares, se estiverem presentes) a pegar no livro do catequizando, nas páginas 6 e 7. Recuperam o que escreveram logo no primeiro encontro (como é o seu dia durante a semana e como é ao domingo). O catequista pergunta: “O que é que torna o domingo um dia especial, um dia diferente dos outros?” Podem ir escrevendo as suas respostas na página 7 do livro do catequizando.

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Atividade: Encontrar os outros Duração: 20 min. Etapa 1 Duração: 3 min. O catequista explica que o domingo é um dia especial. É ao domingo que encontramos com mais calma as pessoas que amamos. Era ao domingo que havia música na casa do Cândido.

Etapa 2 Duração: 7 min. O catequista convida a um jogo. É o jogo das saudações. Quando encontramos alguém, saudamo-lo com respeito e amizade. Mas povos diferentes fazem essas saudações de formas diferentes. As regras são simples. O jogo consiste em ir passeando pela sala. Quando nos cruzamos com alguém, saudamo-lo. Enquanto passeamos, ouve-se música de fundo. Quando a música pára, o catequista indica qual é a maneira como nos vamos saudar. E o catequista avisa que nos saudamos com um aperto de mão. A música começa a tocar até que pára e nos saudamos: Com três beijos na cara (como os russos); Esfregando o nariz (como os esquimós); Pondo a língua para fora (Tibete); Batendo as palmas; a primeira pessoa bate as palmas uma vez e a outra bate duas vezes (Zimbabwe); Colocando a mão sobre o peito e fazendo uma vénia ligeira (Malásia); Fazendo uma vénia (Japão) O catequista pode acrescentar outros exemplos e usar alguns da nossa própria cultura.

Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista elogia a elegância e as boas maneiras de todos. “Já vejo que vocês são capazes de saudar e mostrar respeito com pessoas de muitos países.” E pergunta: “Como é que podemos fazer para saudar Jesus quando O encontramos?” Recolhe as várias sugestões dos catequizandos. Se necessário, avança ele mesmo com a resposta “correta”: saudamos Jesus com o sinal da cruz. E o catequista convida todos a sentarem-se e a acalmar. Faz escutar música de fundo calma. Acende com solenidade uma vela. E diz: “Nós não podemos ver Jesus ressuscitado com os olhos. Esta vela acesa, que também usamos na missa, é um sinal que Jesus está aqui.” E convida a fazer lentamente o sinal da cruz. Depois explica: “Sempre que queremos encontra-nos com Jesus, começamos fazendo o sinal da cruz. Fazemo-lo com respeito. Fazemos os gestos com as mãos, dizemos as palavras com a boca… Mas o nosso coração tem de estar disposto a encontrar-se com Jesus. Com entusiasmo. Com alegria.”

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Etapa 4 Duração: 5 min. Juntos rezam a oração que está nas páginas 6 do livro do catequizando: O domingo é um dia especial quando venho à Igreja para estar conTigo, para escutar a tua Palavra, para ser mais teu amigo. O domingo é um dia especial quando eu não fico sozinho a brincar, mas passo o tempo com os amigos, com a família e com todos os que me amam. O domingo é um dia especial quando canto com alegria na missa e levo para casa essa alegria que Tu me dás. ConTigo, Jesus, o domingo é sempre especial. Obrigado, Jesus! Nota: Havendo oportunidade, as crianças apresentam aos pais a encenação do conto “A macedónia”.

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1 Laboratório do catequista Domingo para… Material Música de fundo “fundo03” (disponível na pen multimédia) Leitor mp3, colunas Canção “Este é o dia” (disponível na pen multimédia)

1. Breve momento de oração (5 min.) O orientador convida a colocar-se numa atitude de oração. Que as pessoas se sentem de forma confortável e tenham as costas bem apoiadas. Dar algum tempo para serenar a respiração. A seguir, convida a fazer o sinal da cruz sem dizer nada. Cada um faz com calma o sinala da cruz. Não é necessário que todos o façam o mesmo tempo. Em dois coros rezamos o salmo 62. Coro 1: Ó Deus, Tu és o meu Deus. Desde a aurora Te procuro. A minha alma tem sede de ti; todo o meu ser anela por ti, como terra árida, exausta e sem água.

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Coro 2: Quero contemplar-Te no santuário, para ver o teu poder e a tua glória. O teu amor vale mais do que a vida; por isso, os meus lábios Te hão de louvar. Coro 1: Quero bendizer-Te toda a minha vida e em teu louvor levantar as minhas mãos. A minha alma será saciada com deliciosos manjares, com vozes de júbilo Te louvarei. Coro 2: Lembro-me de Ti no meu leito, penso em Ti, se fico acordado, porque Tu és o meu auxílio, e à sombra das tuas asas eu exulto. Coro 1: A minha alma está unida a Ti, a tua mão direita me sustenta. Coro 1 e Coro 2: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio, agora e sempre. Ámen.

2. Apresentação do tema (10 min.) O orientador convida os colegas catequistas a refletirem sobre a sua experiência do domingo. Domingo, dia do “dever” No passado, as pessoas ao falarem da Eucaristia dominical, diziam: “É obrigatório ir à missa ao domingo!” E não havia discussão. Para quem acredita em Deus, a missa ao domingo era… o mínimo, a resposta de fé mais elementar. A missa era vista como o “prato forte” num dia de festa, antes do almoço em família, muitas vezes com os avós e tantos amigos. Não havia a concorrência de ir às compras ao hipermercado ou de acompanhar as crianças ao futebol. Mas reduzir a missa a uma obrigação, a um dever que se impõe aos outros é um mau serviço. Às crianças, às famílias e até à verdade do que é a Eucaristia. Insistir na obrigação imposta gera, quase sempre, antipatia. Quando a missa é apresentada apenas como o cumprimento de um preceito, as crianças e famílias tornam-se muito ágeis a encontrar mil desculpas para fugir a essa obrigação. Se mesmo assim, a criança e a família aparecem na igreja e sentem a missa como um rito aborrecido, a tendência natural é não meterem mais os pés na igreja. Mas, vendo bem, mesmo nos outros tempos em que se falava da missa como obrigação, ela era de facto um momento importante num dia de festa (com a almoçarada, a família alargada), sem a concorrência de outras atividades (trabalho, estudo, hobbies). Como catequistas, queremos propor às crianças e aos pais a consciência que “santificar o domingo”, tornar especial um dia da semana todo dedicado ao Senhor, não é responder a uma lei ou respeitar uma tradição; é desejar passar algum tempo com o Amigo Jesus. Ele quer encontrar-Se connosco e dar-nos algum do seu tempo. Ele quer este tempo para que a nossa relação com Ele tenha mais qualidade. Deve ficar bem claro que superamos a ideia de propor a missa como um preceito a cumprir, como uma obrigação a impor às crianças. Sabemos que isso gera, na maior parte dos casos, o efeito oposto. Pela positiva, partilhamos com as crianças dos nossos grupos de catequese a nossa alegria de sair de casa para participar na missa.

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Domingo, dia do “fazer” Hoje, os nossos domingos estão cheios de “fazer”. Depois de uma semana passada a correr, sempre com pressa, sempre angustiados, sempre atrasados, sem tempo para as relações e para fazer aquilo que gostamos… aproveitamos o domingo para “fazer” o que não conseguimos durante a semana: um passeio, uma atividade desportiva, descansar… Mas há também alguns “fazer” que pedem mais esforço: visitar os avós, ajudar os filhos com os trabalhos da escola, adiantar as limpezas para ganhar tempo, lavar a roupa que se acumulou, ir às compras… O domingo de tantas famílias é uma coleção de “coisas a fazer”. Claro que o domingo não tem de ser um dia de preguiça; não fazer nada não faz ninguém feliz! Queremos convidar a um sentido diferente para o dia do domingo. Porque senão, este dia que deveria ser especial, torna-se igual aos outros dias de trabalho. Domingo, dia do “encontrar” Há uma nova maneira de olhar para o domingo que nos é proposto pelo próprio Jesus. Os evangelhos falam-nos de Jesus que, ressuscitado, encontra os seus amigos “passado o sábado” (Marcos 16, 1) ou “ao anoitecer daquele dia” (João 20, 19) e ainda “oito dias depois” (João 20, 26). O domingo é o dia em que nos deixamos encontrar por Jesus na escuta da sua Palavra e na celebração da Eucaristia. É o dia em que nós oferecemos a nós mesmos a alegria do encontro: com as pessoas que amamos, com os familiares, com os amigos, com a comunidade paroquial, com todos aqueles com quem partilhamos pedaços de vida. É este o sentido deste dia: o que conta, o que nos torna humanos, não é o fazer (por muito positivo, construtivo ou dirigido para o bem nosso e dos outros que seja). É o encontrar, o darmo-nos tempo para as relações, para “estar com”, para “ser próximos de”, para partilhar com os outros um pouco de vida e de caminho. É um tempo que desejamos diferente do resto da semana: um tempo para respirar profundamente, sem pressas, com maior atenção aos outros. Queremos um domingo especial, onde a Palavra de Deus e a celebração da Eucaristia nos abrem ao encontro com o Ressuscitado. Nesse encontro o nosso coração torna-se mais aberto para os encontros com a família, na escola, no trabalho… ao longo de todos os outros dias da semana.

3. Reflexão individual (15 min.) Para este tempo de reflexão pessoal, pode ser útil escutar música que convide à reflexão. “Sine dominico non possumus”: Sem o Dominico (a Eucaristia de domingo) não conseguimos viver. Isto diziam os mártires de Abitene (Tunísia), no ano 304 ao serem interrogados pelo oficial romano sobre as razões porque se reuniam para o culto ao domingo, contrariando as ordens do imperador Diocleciano. Vale a pena pensar sobre a importância que nós damos hoje ao domingo… Ao longo dos meus anos, que importância foi tendo o domingo? Preenche a tabela seguinte para ajudar a memória.

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Tabela 1: Grelha de memória Quando era

Domingo: fazer o quê?

Domingo: encontrar quem?

Que significado tinha o meu domingo? dever, fazer, encontrar…

Criança

Jovem

Adulto

Idoso

No final da reflexão pessoal, o orientador convida o grupo de catequistas a partilhar o aspeto que mais os surpreendeu ao preencher a sua grelha de memória: O que mudou no meu modo de viver a Eucaristia? Qual o significado que dou hoje ao dia do Senhor?

4. Na fonte (10 min.) Um leitor, bem preparado, proclama um dos relatos do dia de Páscoa (Marcos 16, 1-11) Passado o sábado, Maria de Magdala, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para ir embalsamá-lo. De manhã, ao nascer do sol, muito cedo, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro. Diziam entre si: «Quem nos irá tirar a pedra da entrada do sepulcro?» Mas olharam e viram que a pedra tinha sido rolada para o lado; e era muito grande. Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca, e ficaram assustadas. Ele disse-lhes: «Não vos assusteis! Buscais a Jesus de Nazaré, o crucificado? Ressuscitou; não está aqui. Vede o lugar onde o tinham depositado. Ide, pois, e dizei aos seus discípulos e a Pedro: ‘Ele precede-vos a caminho da Galileia; lá o vereis, como vos tinha dito’.» Saíram, fugindo do sepulcro, pois estavam a tremer e fora de si. E não disseram nada a ninguém, porque tinham medo. Tendo ressuscitado de manhã, no primeiro dia da semana, Jesus apareceu primeiramente a Maria de Magdala, da qual expulsara sete demónios. Ela foi anunciá-lo aos que tinham sido seus companheiros, que viviam em luto e em pranto. Mas eles, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois da leitura, dá-se um tempo de silêncio para interiorizar a Palavra.

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5. Para aprofundar (10 min.) O catequista convida a escutar a canção “Este é o dia” Canção “Este é o dia” (Original: Les Garret (1967))

Este é o dia, este é o dia que fez o Senhor, que fez o Senhor. Dia de amor, dia de amor. Alegria irmão, alegria irmão. Este é o dia que fez o Senhor. Dia de amor, alegria irmão. Este é o dia, este é o dia que fez o Senhor

Este é o dia, este é o dia que nos faz irmãos, que nos faz irmãos Dia em que vamos, dia em que vamos, dar as nossas mãos, dar as nossas mãos. Este é o dia que nos faz irmãos. Dia em que vamos dar as nossas mãos. Este é o dia, este é o dia, que nos faz irmãos

Este é o dia, este é o dia que o Senhor nos dá, que o Senhor nos dá. Dia de festa, dia de festa. Aleluia, aleluia, Este é o dia que o Senhor nos dá. Dia de festa, aleluia. Este é o dia, este é o dia que o Senhor nos dá

Este é o dia, este é o dia, da comunidade, da comunidade. Dia mais lindo, dia mais lindo, da nossa unidade, da nossa unidade. Este é o dia da comunidade. Dia mais lindo da nossa unidade. Este é o dia, este é o dia, da comunidade

Depois de um breve momento de silêncio, quem o desejar pode partilhar com o grupo as palavras escutadas na Palavra e na canção que o desafiam a dar um significado diferente aos domingos e a viver este dia como festa.

6. Oração (5 min.) Juntos, rezamos esta oração: Senhor Jesus, Te oferecemos os nossos domingos: aqueles vividos por “dever” em que Tu não faltaste com a tua ternura; aqueles vividos no “fazer” que Tu encheste de beleza e coragem para enfrentar o cansaço; aqueles vividos no encontro conTigo e com as pessoas que amamos. Ajuda-nos a sentir o domingo como um dia diferente, que nos anima na alegria de encontrar-te vivo entre nós. Ámen. Pai nosso…

7. À distância Nos próximos dias, com calma e em casa, podemos repensar este tempo vivido juntos, naquilo que escutámos, escrevemos, pusemos em comum. Utilizaremos o e-mail ou alguma rede social para enviar as nossas mensagens aos membros do grupo de catequistas.

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1 Laboratório de pais Abertos ao domingo Material Folhas com as frases sobre o tempo (a preparar pelo catequista) Vídeo “Que domingo?” (disponível na pen multimédia) Computador, projetor multimédia, colunas Cópias da ficha “O domingo é…” (pdf disponível no site de apoio ligacoes.net)

1. Acolhimento (10 min.) Este tempo de acolhimento merece toda a atenção do orientador, especialmente ao ­começar um novo ano de catequese. Prevemos tempo para “entrar” no encontro, para nos cumprimentarmos, para trocar algumas palavras com este ou aquele… São pequenas coisas que ajudam todos a sentirem-se mais em casa. Todos os catequistas presentes se esforçam por acolher os pais e favorecer um clima descontraído e cordial. Uma música adequada, um ambiente bem decorado e, se possível, um café e alguns biscoitos podem ajudar.

2. Para entrar no assunto (20 min.) Deixamos aqui duas hipóteses para este momento a) Perguntas em grupo O orientador propõe um tempo de diálogo. Dividimo-nos em grupos com 6 a 8 pessoas e dialogamos sobre estas perguntas: Como vivemos o domingo? Como é que as nossas crianças vivem o domingo? E as pessoas que conhecemos, como o vivem? Depois do diálogo em grupo, cada grupo apresenta ao grande grupo as suas conclusões. b) Modos de dizer Espalhados pela sala estão afixadas folhas de papel com algumas frases relativas ao tempo: Não tenho tempo! O tempo foge, Tenho tempo de sobra. Isto nunca mais acaba. Preciso de um dia de 48 horas. Preciso de parar. O tempo voa. Demasiado lento. Dar tempo ao tempo. 30


O orientador convida cada um dos participantes a colocar-se junto à frase que repete mais vezes ou que sente que representa melhor o momento que está a atravessar. Com aqueles que escolheram a mesma frase, podem formar um grupo e partilhar os motivos da sua escolha. Depois, cada grupo apresenta ao grande grupo o que partilhou.

3. Anúncio (5 min.) O orientador convida a ver o vídeo “Que domingo?” Guião do vídeo “Que domingo?” “No primeiro dia da semana, as mulheres foram ao sepulcro… Não tenham medo. Procurais Jesus. ressuscitou. Não está aqui… E os primeiros cristãos, desde o dia de Páscoa, mantiveram o hábito de se reunirem todas as semanas para escutar a Palavra de Deus, para fazer memória da ceia de Jesus, para experimentarem a alegria e a força de Jesus ressuscitado. Mas este entusiasmo por fazer do domingo um dia diferente, um dia de festa, um dia de qualidade, perde-se facilmente. Cai-se na “obrigação” de ir à missa. Um dia que deveria ser de festa, fica reduzido a uma lei que tem de se cumprir. Ou a uma lei a que tentamos escapar. Mas a vida não pára. E aproveitamos este dia de descanso para fazer o que não conseguimos fazer ao longo da semana: descansar, ouvir música com calma, passear. Mas também para ir às compras, adiantar as limpezas. Talvez seja bom ter a coragem de viver o domingo de forma diferente. Precisamos do domingo para parar. Tirar o pé do acelerador. Acalmar a cabeça e o coração. Respirar com calma. Recuperar a paz e o equilíbrio interior. Meter em pausa as preocupações do dia-a-dia. Queremos um domingo para repousar. No domingo não entram os afazeres do resto da semana. Este é o dia para reencontrar o tempo perdido, para dares tempo a ti tempo e para dares tempo aos outros. O domingo é um dia de estar. Estar com os outros. Estar com o Outro que é Deus. Este é o tempo para dar qualidade às relações. Com os amigos, com a família, com Deus No primeiro dia da semana, como as mulheres naquela primeira manhã de Páscoa queremos encontrar Jesus ressuscitado. Este é um dia para dar mais qualidade à nossa fé, para reconhecer a presença de Deus na nossa vida.

4. Para aprofundar (10 min.) O orientador entrega a cada participante uma cópia da ficha “O domingo é…”

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Depois de ver o vídeo, o orientador convida a um trabalho mais pessoal. O Papa Francisco, naquele seu jeito descontraído, disse há tempos esta frase sobre o domingo. Diz ele que o domingo deve ser, principalmente, 4 coisas: festa, alegria, descanso encontro com Cristo. E o orientador continua: “Convidava-te a olhares para os teus domingos do último ano. Tenta classificar a verdade de cada uma das ideias propostas pelo Papa.” Cada um deve pintar o número de estrelas que melhor se adequa à sua situação. 1 estrela = Não tem cada a ver com a maneira como eu vivo o domingo; 5 estrelas = Descreve perfeitamente a maneira como vivo o domingo. Nas linhas em branco, cada um pode ainda colocar outras descrições do domingo que sejam mais verdadeiras no seu caso. Em jeito de conclusão, o orientador dá um tempo de silêncio e convida cada um a refletir: De tudo o que vi e ouvi hoje, há algo que não entendo? Há alguma ideia que foi nova para mim, que foi uma boa descoberta?

5. Oração (5 min.) O orientador distribui a oração que se segue, fotocopiada em pequenas folhas ou cartões. Também se pode projetar. O orientador convida cada um a colocar-se numa atitude de oração e a tomar consciência da presença de Deus. Explica que vão fazer a oração em dois coros. Distribui os participantes pelos dois coros. Oração Coro 1: Às vezes, o domingo está cheio de coisas a fazer. Coro 2: E reconheço que não tenho muito tempo para Ti. Coro 1: Eu bem sei que quando paro e me deixo encontrar por Ti o meu coração ganha paz e tudo fica mais fácil. Coro 2: Quando me encontro conTigo tenho mais paciência nas preocupações, Coro 1: mais coragem nos problemas e mais paz com todos, Todos: Ámen.

6. Propostas de atividade em família Como família, escolhemos uma maneira de dizermos uns aos outros que o domingo é um dia especial. Encontramos meia hora para saborearmos juntos um bolo e contar uns aos outros o que vivemos ao longo da semana.

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índice Introdução 1º ano........................................................................................................................................................................3 Catequese 1: Domingo, dia de encontro........................................................................................................................13 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................14 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 14 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................16 1º encontro: Experiência humana.................................................................................................................................................................... 16 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................... 19 3º encontro: Expressão de fé - Celebração: “o domingo um dia especial”....................................................................... 22 Laboratório do catequista: Domingo para….................................................................................................................25 Laboratório de pais: Abertos ao domingo.....................................................................................................................30 Catequese 2: Fazemos festa...............................................................................................................................................33 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................34 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 34 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................36 1º encontro: Experiência humana.................................................................................................................................................................... 36 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................... 39 3º encontro: Expressão de fé - Celebração: “Entrega do dia do Senhor”.......................................................................... 42 Laboratório do catequista: Uma festa, para mim, desde sempre......................................................................44 Laboratório de pais: Encontramo-nos.............................................................................................................................47 Catequese 3: A Palavra..........................................................................................................................................................51 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................52 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 52 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................54 1º encontro: Experiência humana e Anúncio da Palavra................................................................................................................ 54 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................... 59 3º encontro: Expressão de fé – Celebração: O livro da Palavra................................................................................................ 62 Laboratório do catequista: Escuta o infinito...............................................................................................................65 Laboratório de pais: Deus fala connosco como amigos.........................................................................................71 Catequese 4: Jesus à mesa..................................................................................................................................................75 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................76 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 76 Desenvolvimento.......................................................................................................................................................................79 1º encontro: Experiência humana e Anúncio da Palavra................................................................................................................ 79 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................... 82 3º encontro: Expressão de fé – Celebração: Uma mesa para todos...................................................................................... 85 Laboratório do catequista: Sento-me à mesa contigo!..........................................................................................89 Laboratório de pais: Todos p’rá mesa!............................................................................................................................93 183


Catequese 5: A mesa da Última Ceia...............................................................................................................................97 Para o Catequista.....................................................................................................................................................................98 Apresentação................................................................................................................................................................................................................... 98 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................100 1º encontro: Experiência humana e Anúncio da Palavra.............................................................................................................100 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................104 3º encontro: Expressão de fé – Celebração: Uma Igreja de avental...................................................................................109 Laboratório do catequista: Como eu fiz, fazei-o vós também.........................................................................111 Laboratório de pais: «Ao vosso serviço!»...................................................................................................................115 Catequese 6: Eucaristia: dom de Deus para nós.....................................................................................................121 Para o Catequista..................................................................................................................................................................122 Apresentação................................................................................................................................................................................................................122 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................126 1º encontro: Começar.............................................................................................................................................................................................126 2º encontro: Escutar a Palavra.......................................................................................................................................................................132 3º encontro: Um Pão especial..........................................................................................................................................................................136 4º encontro: Alimentados e enviados.........................................................................................................................................................141 Encontro de catequese Pais – Filhos: A mesa em família...................................................................................145 Laboratório do catequista: Um Corpo oferecido.....................................................................................................149 Laboratório de pais: Emaús: ida e volta......................................................................................................................153 Catequese 7: Com a força do Espírito Santo............................................................................................................161 Para o Catequista Apresentação................................................................................................................................................................................................................162 Desenvolvimento....................................................................................................................................................................164 1º encontro: Experiência humana e Anúncio da Palavra.............................................................................................................164 2º encontro: Anúncio da Palavra...................................................................................................................................................................167 3º encontro: Expressão de fé – Celebração: O Espírito na nossa casa.............................................................................171 Laboratório do catequista: Missão impossível?.......................................................................................................174 Laboratório de pais: A física do Espírito.....................................................................................................................178

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NO CORAÇÃO DE JESUS

7 catequeses

Aq u i vai s e n c o n t rar: Material de leitura e formação para preparar bem as catequeses;

cada catequese é desenvolvida em 3 encontros.

Todas as indicações para orientar os encontros; Guiões para os “Laboratório de Catequistas”;

GUIA DO CATEQUISTA

O que contém o Guia

3

Guiões para os “Laboratório de Pais”

No 3º ano, crianças e familiares farão caminho para o encontro com Jesus, que nos oferece o Pão e o Vinho, na grande festa da eucaristia.

Encontro com as famílias para que vivenciem os conteúdos da catequese. 1. ACOLHIMENTO 2. PARA ENTRAR NO ASSUNTO 3. ANÚNCIO 4. ORAÇÃO 5. ATIVIDADE FAMILIAR

COM AS CRIANÇAS 1. BANDA DESENHADA O episódio bíblico da catequese apresentado numa história aos quadradinhos. Para a criança ler e colorir. 2. AOS SEGREDOS COM JESUS Palavras para ganhar confiança e intimidade com Jesus. Para rezar no grupo de catequese e em casa. 3. EM FAMÍLIA Para que os familiares ajudem a criança a descobrir quem é Jesus. Atividades a fazer em casa, com a família. 4. ATIVIDADES Jogos, dinâmicas várias para que o encontro do grupo seja profundo e interativo. 5. EM CANTIGAS As letras das canções que cantamos na catequese.

Laboratório de catequistas

GUIA 3

O a c a r o c o n sus DO CATEQUISTA

e j de

6. A LEMBRAR Uma frase do Papa Francisco ilumina a nossa inteligência. Um espaço para exprimir o que se viveu e sentiu.

Encontro de catequistas para aprofundar e experimentar os conteúdos da catequese 1. ORAÇÃO INICIAL 2. APRESENTAÇÃO DO TEMA 3. REFLEXÃO INDIVIDUAL 4. LEITURA DA PALAVRA 5. ORAÇÃO 6. PARTILHA

No coração de Jesus

Laboratório de pais

PREPARAR E VIVER OS ENCONTROS

LigaçõeS. Itinerário de Educação à Fé

7. PALAVRA-CHAVE No final do terceiro encontro, destacamos palavras importantes que ajudam a entender e a viver a Eucaristia.

o, d a r a p re Tudo p começar! vamos

Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto Tel.: 22 53 657 50 editora@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt

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