Arriscar a mudança- GUIA (7 ano - Ligações.Itinerário de educação à Fé)

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Coordenação: Equipa Ligações Elsa Almeida Rui Alberto Sofia Fonseca

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Ficha técnica: © Edições Salesianas, 2018 Rua Duque de Palmela, 11 4000-373 Porto Tel. 225 365 750 edisal@edicoes.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt Publicado em Agosto de 2018 Capa: Paulo Santos Paginação: João Cerqueira Impressão: PrintGroup ISBN: 978-989-8850-78-2 Depósito Legal: ?????????????????????????????????????????????????????????????????


Ligações. Itinerário de educação à Fé 1



Introdução Caro/a catequista, tens nas mãos o Guia “Arriscar a mudança”. É a proposta que te oferecemos para fazeres catequese com os adolescentes do 7º ano. Faz parte deste projeto Ligações. Itinerário de educação à fé, que os Salesianos elaboraram como um serviço a toda a Igreja.

Ligações Chamámos “Ligações” a este itinerário de educação à fé, porque ele quer estabelecer várias ligações felizes: Entre Deus que Se revelou plenamente em Jesus de Nazaré e cada um dos catequizandos; Entre a comunidade cristã, tornada presente por ti e pelos outros catequistas, que bebem do Evangelho a sua força, e os desafios colocados pela vida real dos catequizandos, das suas famílias, dos seus contextos; Entre os vários catequizandos que são convidados a experimentar já o que é ser Igreja, comunidade dos que querem seguir Jesus e o seu Evangelho; Entre a situação atual de cada catequizando e o crente maduro e feliz que Deus está a chamar; Entre a Igreja e as famílias que pedem para os seus filhos uma boa educação na fé. Este itinerário de educação à fé surge no caminho de renovação evangelizadora dos últimos anos. A Igreja, a nível universal com o magistério e a animação dos Papas, e a nível nacional com os documentos recentes sobre a melhoria da catequese, incentiva todos a um maior entusiasmo por levar a alegria do Evangelho às pessoas concretas de hoje. Alinhados com esse esforço, oferecemos o contributo da tradição espiritual, educativa e pastoral salesiana ao esforço de renovação e qualificação da catequese em Portugal. Num mundo plural, complexo e cheio de contradições como é este século XXI, é uma bênção a existência de propostas diferenciadas.

Viver o desafio de mudar amparados pela fé Ao longo deste percurso de fé em que acompanhamos as crianças e adolescentes dos 6 aos 18 anos, muita coisa muda nos catequizandos: a nível físico, a nível psicológico, a nível social, a nível de fé. Por isso, organizámos este itinerário em quatro fases de três anos cada. Cada uma delas faz uma escolha dos conteúdos, objetivos e metodologias que melhor se adaptam à idade e que mais contribuem para a finalidade da catequese. Começamos, agora, a terceira fase. Ela tem como meta ajudar os adolescentes a viver o desafio das mudanças típicas da adolescência amparados pela fé. Esta fase da vida é um tempo intenso onde a infância e as suas sínteses (também aquelas da fé) ficam para trás. É um tempo marcado por mudanças e novas vivências. Queremos ajudar os adolescentes a viver este tempo de forma serena, alegre, contando sempre com a força que a fé em Deus nos traz. Há muitas dúvidas, muitas incertezas, muitos desafios a superar… Queremos descobrir que o Evangelho é mesmo Alegre Notícia. Deus não nos deixa sozinhos e está do nosso lado em todas estas mudanças e desafios.

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Indicadores de avaliação No final do caminho destes três anos, gostaríamos que os catequizandos estivessem confortáveis com um conjunto de atitudes. Eis os indicadores de sucesso para cada uma das seis tarefas da catequese:

Fase 3: Viver o desafio de mudar amparados pela fé Favorecer o conhecimento da fé

A educação litúrgica

A formação moral

O catequizando sente e está consciente de que a relação com Deus o ampara neste tempo de mudança. O catequizando articula a sua experiência de fé com outras fontes de saber. O catequizando vive os desafios de construir a sua identidade amparado pela força do batismo, da eucaristia e da reconciliação. O catequizando acompanha a comunidade na vivência dos diferentes tempos litúrgicos. O catequizando avalia criticamente a sua vida e o ambiente que o rodeia, a partir dos valores do Evangelho e da relação com Jesus. Aqui, encontra as forças para a construção da sua personalidade.

Ensinar a rezar

O catequizando assume um ritmo diário de oração e articula com autonomia a Palavra de Deus e as suas vivências pessoais.

A educação para a vida comunitária

O catequizando empenha-se numa relação positiva, num diálogo sincero, na partilha de valores, no grupo e em família.

A iniciação à missão

O catequizando, inserido no grupo, participa com empenho nas ações de solidariedade propostas.

Algumas novidades Nesta fase, seguimos o esquema habitual para a adolescência de ter dois encontros para cada catequese. Isto permite mais tempo para a interação dentro do grupo, para o diálogo, para a partilha, para o convívio, para uma oração serena.

Desafios complementares O Livro do Catequizando deve ser valorizado pelo catequista. Além de alguns materiais necessários à catequese (imagens, textos, letras dos cantos), este inclui uma série de recursos complementares que o catequizando pode usar em casa, sozinho, com os amigos ou em família. O catequista encoraja o grupo a usar estes recursos e, com naturalidade, promove a partilha desse trabalho. Sempre que sentir ser adequado, o catequista pode integrar estes desafios no decorrer dos encontros de catequese. Biblifica-te!: A Bíblia na vida Aquele date!: Momentos de oração com Deus Selfie: Mini-teste atitudinal Os (não) estranhos lá de casa: Desafios sobre e com a família Para esmiuçares: Para pensar e ir mais além Frase XPTO: Frases que vale a pena gravar 3, 2, 1… Partida!: Atuar concreto

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Grupo? Sim, obrigado!

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1 Para o Catequista

Apresentação Começamos as catequeses deste 7º ano convidando os pré-adolescentes a acolherem a experiência de ser grupo. Para os catequizandos desta idade, o grupo é uma experiência apreciada, mas nem sempre fácil de gerir. Apesar disso, nós queremos construir um grupo que seja já, ainda que em ponto pequeno, experiência de Igreja.

Objetivos Reconhecer no grupo um espaço para o crescimento positivo. Comprometer-se a participar ativamente no grupo.

Conteúdos Conceitos: yy Jesus reúne um grupo de amigos yy O grupo é um lugar de crescimento Procedimentos: yy Experiências de colaboração dentro do grupo yy Elaboração do manifesto do grupo Atitudes: yy Abertura aos outros yy Sentir-se seguro dentro do grupo yy Sentido de pertença ao grupo

Esquema Experiência humana

1º encontro

Anúncio da Palavra 2º encontro Expressão de fé

Atividade: Íman

15’

***

Atividade: Eu nunca!

15’

***

Atividade: Manifesto de grupo

25’

**

Canto: Somos um

5’

*

Atividade: All together now

25’

***

Atividade: Somos chamados

15’

**

Atividade: Batismo de grupo

15’

****

Oração: Juntos… perto de Ti

5’

*

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Do Magistério Sei que sois capazes de gestos de grande amizade e bondade. Sois chamados a construir o futuro assim: juntamente com os outros e para os outros, jamais contra outro qualquer! Não se constrói «contra»: isto chama-se destruição. Fareis coisas maravilhosas, se vos preparardes bem já desde agora, vivendo plenamente esta vossa idade tão rica de dons, e sem ter medo do esforço. (Papa Francisco, Jubileu dos adolescentes, homilia 24 abril 2016)

Síntese de conteúdos A transição para o 3º ciclo na escola, a entrada na puberdade, a consciência de ser mais velho, uma certa desconfiança em relação à religiosidade infantil levam estes catequizandos a ver as propostas de catequese como menos atraentes.

Ser grupo O grupo é, nestas idades, um lugar de vida muito importante. Física e emocionalmente, os adolescentes vão-se afastando dos pais e encontram nos grupos de amigos um espaço onde se sentem bem. São grupos informais: juntam-se habitualmente no mesmo lugar na escola, vão juntos passear para espaços comerciais. São grupos que oferecem a possibilidade de fazer “coisas giras” juntos e o prazer de “estar juntos”. São, muitas vezes, grupos confusos, cheios de pequenos e grandes conflitos, de ciúmes, de invejas, marcados pela incapacidade de estabelecer e sustentar relações saudáveis. É sensato, principalmente a partir destas idades, apresentar a catequese como “grupo”. Mais do que lugar onde se “aprende”, onde os adultos determinam tudo o que sucede, podemos propor o grupo de catequese como “grupo” mesmo. Como lugar de relações seguras e enriquecedoras, como espaço onde aprendemos fazendo, onde crescemos juntos, onde nos sentimos em casa e autorizados a experimentar novos papéis. Onde toda a vida pode ser partilhada, avaliada e refeita.

Grupo Igreja Quando um catequizando tem a possibilidade de participar num grupo saudável, dinamizado por um adulto maduro e feliz, isso é sempre bom para o seu desenvolvimento. Mas com a nossa proposta não queremos oferecer aos catequizandos apenas “um” grupo qualquer. Gostaríamos que este grupo de catequese fosse também uma experiência de Igreja. Acrescentamos este grupo, com as suas diferenças, às outras experiências de grupo que eles já têm . Aqui, estamos (tentaremos estar) uns com os outros como é típico da Igreja: como Jesus nos ensinou. Com amor, com respeito, solidários, atentos às necessidades uns dos outros. Aqui, fazemos aquilo que a Igreja pediu à sua Igreja: que vivêssemos segundo o Evangelho e o anunciássemos. Na lógica do “aprender fazendo”, esta catequese desafia os catequizandos a participar ativamente neste grupo. Porque aqui, juntos, juntos com Jesus, vamos experimentar o que é a fé, a vida feliz a que Jesus nos convida.

Chamados Para os catequizandos (como, aliás, para tantos outros crentes), a experiência de ser Igreja, de estar na catequese, é qualquer coisa de casual, ou uma escolha pessoal mais ou menos fortuita. Ando (ou não) na catequese por causa do horário do basquete, porque os meus

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pais me obrigam (ou porque desistiram de me apoiar na fé), porque o meu amigo também vai (ou não vai), porque o catequista é simpático… É importante prestar atenção a todos os elementos que influenciam a nossa escolha de estar neste grupo. Mas deve haver a sabedoria de perceber que antes da nossa escolha (consciente ou distraída) de viver em Igreja, está o convite, o chamamento que Deus nos faz. Deus, através da pessoa de Jesus e com a energia do Espírito Santo, é o primeiro a desejar estar connosco. Ele pede a nossa ajuda para aqui estarmos, para crescermos aqui.

Para estarem com Ele e para os enviar a pregar O texto bíblico central para esta catequese é Marcos 3, 13-19. É um texto essencial para todos os cristãos. Para os catequistas, para o grupo que está a começar e para cada um dos catequizandos. Vale a pena lê-lo com vagar. Jesus sobe a um monte. Um monte sem nome, porque o que conta é o símbolo. É no monte que, no Antigo Testamento, Deus Se revela e fala com autoridade; é no monte que Jesus tem as suas intervenções mais solenes: o Sermão da Montanha, a Transfiguração, o discurso depois de alimentar os 5000… Jesus aproveita para escolher os seus mais próximos colaboradores. “Chamou os que Ele queria”; é Ele que toma a iniciativa. A que se segue a resposta: “E foram ter com Ele”. O processo do chamamento inclui um convite e uma resposta. Este processo continua válido hoje. É Jesus que te chama (porque quis); que resposta Lhe dás? Aqui, Jesus chama os “Doze”. É um número significativo. É um número de plenitude, que recorda as doze tribos de Israel. Estes Doze devem ser companheiros de Jesus. Como Ele, devem anunciar, com as palavras e a vida, a mensagem do Reino; devem colaborar com Ele para o tornar realidade. São chamados para um “fazer”. Mas também para um “ser”, para “estarem com Ele”, para terem com Ele uma relação de amizade genuína.

Para cresceres Ao mesmo tempo que preparas com esmero esta primeira catequese do ano, podes encontrar um tempo de qualidade, calmo, para pensares. Melhor ainda: para estar à conversa com Jesus, que te chamou também a ti. Nesta catequese, vais convidar os catequizandos a fazerem deste grupo uma experiência de Igreja. É bom avaliares as experiências de Igreja em que estás inserido: na tua paróquia, nalgum movimento, na tua família… Dá-te conta de como te sentes ao pensar em cada uma delas. Porque é que te sentes assim? É natural que te dês conta que tens sentimentos mais ou menos agradáveis, memórias positivas ou negativas… Tudo isso é real e faz parte da tua vida. Mas, para avaliares cada um desses lugares onde vives o teu ser Igreja, não deves esquecer o essencial indicado por Jesus. Cada uma dessas experiências vale na medida em que vos (a ti e a quem contigo está) faz estar com Jesus e colaborar com Ele. Aproveita agora para agradecer a Deus o facto de teres sido chamado para estar com Ele e para a missão. Não te distraias, porque algumas vezes fizeste ouvidos de mercador ao convite de Deus. Alegra-te, porque Deus escolheu contar contigo, escolheu estar contigo. Pede ao Espírito que dá vida e energia que, ao longo deste ano, faça o teu coração mais generoso, mais disponível para estar com estes catequizandos do 7º ano. Pede-Lhe a luz para lidares com a sua energia, com as suas confusões. Pede-Lhe a bondade que animava o coração de Jesus, Bom Pastor.

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1 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Neste primeiro encontro, as atividades propostas pretendem que os catequizandos experimentem a alegria de estarem juntos, aumentem o conhecimento que têm uns dos outros e definam a identidade do grupo.

Material Vendas Rebuçados Cartolinas Marcadores Leitor de CD/mp3 e colunas Canto “Somos um” (faixa nº 1 do CD de apoio)

Atividade: Íman Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 10 min. Dadas as boas vindas ao grupo, o catequista convida os participantes a jogar ao “Íman”. Entrega uma venda a cada um para que cada um deles a coloque. Depois, pede para cruzarem os braços na frente deles com as mãos a cobrir os cotovelos. Em seguida, diz-lhes para se movimentarem lentamente pelo espaço, sem falar. Entretanto, o catequista indica «O íman afasta: se vocês forem contra algum colega, devem recuar imediatamente». Neste momento, todos evitarão tocar uns nos outros. Depois de algum tempo, o catequista diz «Agora, o íman atrai: se acidentalmente tocarem em alguém, devem permanecer juntos e continuar a caminhar durante alguns segundos. Para isso, poderão ter que caminhar de costas ou de lado.» Depois de algum tempo, o catequista diz «Fiquem juntos!». Os participantes devem permanecer colados a alguém em quem tenham tocado e continuar a circular. O jogo acaba quando todo o grupo estiver colado. Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista convida todos a abrirem os olhos e a verem a quem estão colados. Nesse momento, ajuda os catequizandos a partilhar como se sentiram com este jogo.

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Atividade: Eu nunca Duração: 15 min. Depois de concluída a atividade anterior, o catequista assegura que os participantes estão sentados em círculo, de forma a que todos se escutem e vejam bem. Nesse momento, entrega três rebuçados a cada um deles. Explica que cada um irá dizer uma frase relativa a uma atividade, começando sempre com “Eu nunca” (exemplos: “Eu nunca fiz uma direta.”, “Eu nunca pintei as unhas.”, “Eu nunca traí a confiança de um amigo.”, “Eu nunca dancei em público.”, “Eu nunca estudei para um teste apenas na véspera.”, “Eu nunca fiz um bolo.”). Em seguida, todos os participantes que já fizeram essa atividade entregam um dos seus rebuçados a quem disse a frase. O jogo continua com o próximo participante (no sentido dos ponteiros do relógio) a dizer outra frase e por aí em diante. O catequista deve sublinhar que este jogo é uma forma divertida de conhecerem coisas sobre os outros que normalmente não teriam oportunidade de saber, mas que devem ser cuidadosos com as frases que escolhem. O catequista atenta nas frases que surgem e, havendo alguma que considere pouco adequada/construtiva, deve pedir ao catequizando que pense numa alternativa. O jogo acaba quando o catequista entender ser conveniente. Em função do tempo disponível, pode achar que uma ronda é suficiente ou que ainda há tempo para uma segunda.

Atividade: Manifesto de grupo Duração: 30 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Uma vez que os catequizandos consolidaram o conhecimento mútuo na atividade anterior, agora é tempo de pensar na identidade de grupo. O catequista introduz a atividade, salientando o seguinte: «Somos um grupo. Ao longo dos últimos anos, temos caminhado e crescido juntos na fé. O ano passado terminámos em festa, com a nossa Profissão de Fé. Ao longo deste ano, vamos continuar juntos, a partilhar experiências e a conhecermo-nos cada vez melhor. Vamos continuar a caminhar de mãos dadas e a crescer. Grupo que é grupo tem um propósito e sabe a direção em que quer caminhar. Assim sendo, desafio-vos agora à criação do Manifesto do nosso grupo!» Nesse momento, pergunta ao grupo se sabe o que é um Manifesto e, se necessário, explica que é um texto de natureza persuasiva, uma espécie de declaração pública de princípios e intenções, que deve assentar em argumentos convincentes sobre uma determinada situação e reunir os princípios e valores comuns. Etapa 2 Duração: 10 min. Depois de lançado o desafio, o catequista divide os catequizandos em três pequenos grupos e cada um deles deverá ocupar-se de uma das secções do Manifesto: O nosso grupo acredita/defende… (definição dos princípios e valores) O nosso grupo propõe-se… (definição dos objetivos) O nosso grupo jamais… (definição das proibições) Entrega marcadores e uma cartolina a cada grupo e vai acompanhando os seus trabalhos.

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Etapa 3 Duração: 10 min. O catequista reúne os participantes em plenário e pede que cada grupo leia a parte do Manifesto que escreveu. Dá espaço aos restantes elementos para que se pronunciem, podendo, inclusive, acrescentar alguma coisa que seja significativa.

Canto: Somos um Duração: 5 min. Para finalizar o encontro, o catequista convida o grupo a escutar o canto “Somos um”. Depois de escutado o canto, se possível, o catequista, em conjunto com os catequizandos, afixa o Manifesto do grupo na sala de reunião. Canto “Somos um” (Original: O que quisermos, Grupo das terças, Junta Regional de Coimbra)

Ao passar a vida, eu sei, que nem tudo vai ser, como sonhei. Ter caminho p’ra fazer, e um plano, sem saber, ser “Mais alguém”. E vais ver, vais sentir, não precisas desistir, quando a vida te pára e diz “Não!” Pois eu estou junto a ti, dou-te a força que há em mim, tu és mais do que “um só”, somos um. Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. Posso ser igual a mim, ou terei de desistir de ser assim? Confiar no coração? Ou no plano que Deus tem para mim? Mesmo os que aqui não estão, de ti esperam, com razão, teu rumo tu estás a traçar. Seres alguém, seres feliz, porque alguém assim o quis. Seres um “mais” para ti, somos um! Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. Somos um, Eu e Tu, como a Terra e o Céu, unidos pelo mesmo Sol. E de ti vais colher o orgulho de crescer, e sorrires quando vires que... ...Somos um. Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. Somos um, somos um… (Eu e tu), somos um. 19


Nota: O catequista deve assegurar a preservação do Manifesto do grupo, quer fique afixado quer o guarde em sua posse, uma vez que será reutilizado na última catequese do ano.

2º encontro Anúncio da Palavra e Expressão de fé Neste encontro, procuramos com as atividades propostas fortalecer nos participantes o sentimento de pertença ao grupo e fazer com que (re)descubram que, à semelhança dos Doze, são chamados por Jesus.

Material Música “All together now” (The Beatles) (disponível em youtube.com) Computador com acesso à internet, projetor multimédia e colunas Carimbo Cartaz nº 1 “All together now” (disponível na pasta de apoio) Vídeo “Juntos… perto de Ti” (disponível no DVD de apoio)

Anúncio da Palavra

Atividade: All together now Duração: 25 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista convida o grupo a escutar a música “All together now” (tradução: “Todos juntos agora”), da banda The Beatles. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=bhrqwbbHqDU Podem encontrar a letra e respetiva tradução no Livro do Catequizando. All together now The Beatles One, two, three, four, Can I have a little more, Five, six, seven, eight, nine, ten, I love you. A, B, C, D, Can I bring my friend to tea, E, F, G, H, I, J, I love you. Bom bom bom bom-pa bom Sail the ship bom-pa bom Chop the tree bom-pa bom Skip the rope bom-pa bom Look at me. 20


All together now, all together now, All together now, all together now, Black, white, green, red, Can I take my friend to bed, Pink, brown, yellow, orange, and blue, I love you. All together now, all together now, All together now, all together now, All together now, all together now, All together now, all together now, Bom bom bom bom-pa bom Sail the ship bom-pa bom Chop the tree bom-pa bom Skip the rope bom-pa bom Look at me. All together now, all together now, All together now, all together now, All together now! Tradução Todos juntos agora The Beatles 1, 2, 3, 4 Eu posso ter um pouco mais? 5, 6, 7, 8, 9, 10 Eu amo-te A, B, C, D Posso trazer o meu amigo para o chá? E, F, G, H, I, J Eu amo-te (Bom bom bom bom-pa bom) Navega o barco (bom-pa bom) Corta a árvore (bom-pa bom) Pula a corda (bom-pa bom) Olha para mim Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora (todos juntos agora) Preto, branco, verde, vermelho Posso levar a minha amiga para a cama? Rosa, castanho, amarelo, laranja e azul Eu amo-te Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora (todos juntos agora) (Bom bom bom bom-pa bom) Navega o barco (bom-pa bom) 21


Corta a árvore (bom-pa bom) Pula a corda (bom-pa bom) Olha para mim Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora (todos juntos agora) Todos juntos agora! Etapa 2 Duração: 10 min. Depois de escutada a canção, o catequista divide os catequizandos em grupos mais pequenos (deve definir o número de grupos em função do número total de participantes; se possível, que haja, pelo menos, dois grupos). Estes devem criar uma coreografia para a música que acabaram de escutar. Etapa 3 Duração: 10 min. Terminado o tempo, o catequista reúne os catequizandos e, à vez, cada grupo apresenta a sua coreografia.

Atividade: Somos chamados Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Com o grupo serenado, o catequista pede que os catequizandos abram as suas bíblias em Mc 3, 13-19. Quando todos tiverem encontrado a passagem, o catequista ou um participante lê o texto, enquanto todos acompanham. Jesus subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele. Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios. Estabeleceu estes doze: Simão, ao qual pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que o entregou. Etapa 2 Duração: 5 min. Após a leitura da Palavra, o catequista orienta uma breve exploração da mesma, podendo, para isso, recorrer às seguintes questões: O que é que Jesus fez? O que é que Ele queria dos Doze que chamou? Qual é, então, a ideia principal do texto? O catequista ajuda os catequizandos a compreender que «Jesus reuniu um grupo de amigos e que, à semelhança daqueles Doze, também nós, hoje, somos chamados por Jesus a fazer parte do seu grupo. Jesus valorizava a vivência em grupo e rodeava-Se de pessoas.»

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Etapa 3 Duração: 5 min. No seguimento da etapa anterior, o catequista reforça: «Também nós somos um grupo e todos fomos chamados a estar aqui. Tal como fez com os discípulos, Jesus chama pelo nosso nome. E nós chamámos também uns pelos outros para que hoje estivéssemos aqui, juntos. Assim, e para termos bem presente quem é o nosso grupo, vamos autografar os Livros do Catequizando uns dos outros.» O catequista dá uns instantes para que circulem livremente e recolham as assinaturas de todos. No final, pede que confirmem que não lhes escapou ninguém e têm o número certo de assinaturas.

Expressão de fé

Atividade: Batismo de grupo Duração: 15 min. Preparação O catequista assegura que tem o carimbo devidamente preparado, com a respetiva almofada, e que este está operacional. Etapa 1 Duração: 10 min. Depois de acalmados os ânimos e com o grupo sentado, o catequista explica que vão assinalar o arranque deste ano de caminhada de uma forma muito especial. Para isso, irá chamar pelo nome de cada um e, nesse momento, o participante deve ir à frente do grupo fazer o seu juramento, que se encontra no Livro do Catequizando: Eu, (nome completo), escolho fazer parte deste grupo, e prometo ser-lhe fiel, empenhar-me e respeitá-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias deste ano de caminhada. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo! Feito o juramento, o catequista carimba a mão do participante como símbolo do seu compromisso com o grupo. Este senta-se e repete-se o procedimento até que todos tenham sido “batizados”. Etapa 2 Duração: 5 min. Para concluir esta atividade, o catequista apresenta o cartaz nº 1 “All together now”. Recorda o encontro anterior, nomeadamente a atividade do íman e o Manifesto do Grupo, salientando que estão juntos, como os ímans, e que sabem pelo que lutar e em que direção caminhar. Reforça a ideia de que todos foram chamados por Jesus, estando “Todos juntos agora”.

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Oração: Juntos… perto de Ti Duração: 5 min. De forma a encerrar o encontro e a primeira catequese, o catequista coloca o vídeo “Juntos… perto de Ti”. Explica aos participantes que vão rezar com o vídeo. Quando surgir a indicação “Todos”, todos dizem alto o texto proposto. Chamaste?! Chamaste-me?! Foste Tu, Senhor? Foste Tu, que eu sei… Começo a conhecer esse teu jeito de cor! Todos: Jesus, obrigado por me quereres aqui! Junto com os meus irmãos e… perto de Ti!! Chama-me de novo! Chama-me sempre! Quando eu estiver desperto ou se eu me distrair, chama-me… que eu vou ouvir-Te. Todos: Jesus, obrigado por me quereres aqui! Junto com os meus irmãos e… perto de Ti!! Como é bonita esta hora p’ra nos encontrarmos e estarmos juntos! Agora! Desafia-nos, Senhor, para crescermos contigo, todos. Todos: Jesus, obrigado por me quereres aqui! Junto com os meus irmãos e… perto de Ti!! Faz-nos felizes à tua volta, sem preguiça nem apatia, reúne-nos, liga-nos, compromete-nos e seremos a tua alegria! Todos: Jesus, obrigado por NOS quereres aqui! JUNTOS, como irmãos e… perto de Ti!

Para avaliar O grupo é novo ou os catequizandos já se conheciam? Que grupo tens em mãos? Como descreves o teu grupo? Presta atenção à disponibilidade para o trabalho e para o diálogo. Identifica os catequizandos que tiveram mais dificuldade em integrar-se. Os catequizandos sabem manusear o Livro do Catequizando? O que podes fazer para aumentar a motivação dos mais desmotivados com a catequese?

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Quem sou eu?

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2 Para o Catequista

Apresentação Ao longo dos anos, os catequizandos foram enfrentando vários processos de mudança. Agora, a entrar na adolescência, têm de lidar com um desafio bem sério: ser autores da sua própria identidade. É uma tarefa bela, apaixonante, mas árdua também. O corpo muda, sabem e sentem muitas coisas novas, os adultos parecem não perceber a intensidade do desafio que atravessam. A pergunta “Quem sou eu?” é vivida em sangue, com intensidade e dor.

Objetivos Acolher os desafios da construção da identidade com otimismo e assertividade. Sentir-se acompanhado por Deus nestes processos de mudança.

Conteúdos Conceitos: yy Os processos de mudança pessoal yy Somos chamados por Deus a ser sal e luz Procedimentos: yy Dinâmicas de autoconhecimento e apresentação Atitudes: yy Assumir com confiança a mudança pessoal yy Empenhar-se na construção da identidade pessoal

Esquema Experiência humana

1º encontro

Anúncio da Palavra Expressão de fé

2º encontro

Atividade: Descamar a cebola

20’

****

Atividade: O jogo das perguntas

20’

***

Atividade: Mudar ou não? Eis a questão!

20’

**

Atividade: Quem diz Jesus que eu sou?

35’

***

Oração: Agora, rezo eu!

10’

****

Atividade: Descobrir-me para ser

15’

***

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Do Magistério É próprio da condição humana e, particularmente, da juventude buscar o Absoluto, o sentido e a plenitude da existência. Amados jovens, não vos contenteis com nada menos do que os mais altos ideais! Não vos deixeis desanimar por aqueles que, desiludidos da vida, se tornaram surdos aos anseios mais profundos e autênticos do seu coração. Tendes razão para não vos resignardes com diversões insípidas, modas passageiras e projectos redutivos. Se mantiverdes com ardor os vossos anelos pelo Senhor, sabereis evitar a mediocridade e o conformismo, tão espalhados na nossa sociedade. (João Paulo II, Mensagem para o XVII Dia Mundial da Juventude 2002)

Síntese de conteúdos “Todo o mundo é feito de mudança”, dizia Camões. Ele falava da sociedade do seu tempo, mas a frase é válida para a história de cada pessoa. E a transição para a adolescência, onde estão os nossos catequizandos, é um dos tempos onde a mudança tem caráter mais dramático.

Os desafios da mudança Desabafos dos pais como este são comuns: “Não sei o que se passa com o meu filho. Aos 10 anos era delicado e obediente; mas agora responde torto e se lhe digo qualquer coisa é teimoso como uma parede. Lá em casa, responde mal, mas, na escola ou com as outras pessoas, é bem-educado. Não faço ideia do que lhe está a acontecer! Que saudades do tempo em que ele tinha 10 anos!” São muitas as mudanças que enfrentam: a puberdade, com as mudanças do corpo (internas e externas), desencadeia uma avalancha de outras mudanças. Fica nervoso e inseguro ao ver-se a mudar tanto e tão depressa. Tem dificuldade em aceitar-se, o próprio corpo parece-lhe estranho. As mudanças acontecem de forma tão intensa e tão rápida que o catequizando não sabe como lidar com elas. Sente-se confuso; o que o leva a ter comportamentos incoerentes em momentos e em ambientes diferentes. Sente-se isolado, porque não encontra as palavras para exprimir o que lhe sucede. Sente-se agressivo, quase por instinto.

Ajudá-los a lidar com as mudanças Os adultos tendem a não perceber a intensidade das vivências dos catequizandos. No texto que citámos acima, está claro que os adultos percebem que algo se está a passar, mas passa-lhes ao lado a intensidade das vivências do adolescente. Olham-no como se o “verdadeiro” fosse aquele dos 10 anos e este agora com 12 ou 13 sofresse de uma qualquer doença ou anomalia. Para o ajudar, os adultos não podem banalizar o que está a suceder. E não podem “desistir” de estar com eles. Essa presença passa por esforçar-se por escutar as perguntas “mudas” ou confusas que eles colocam. Passa por convencer-se que a mudança é inevitável, é boa (porque leva a mais maturidade), e não tem que ser vivida de forma traumática. Claro que um adulto que queira ser significativo e educar alguém desta idade (pai, professor, catequista…) tem de se preparar para aguentar alguns golpes.

A pergunta pela identidade Todas estas mudanças, somadas à dificuldade em lidar com elas, “forçam” o rapaz ou a rapariga a construir uma nova identidade, já que a que tinham antes (muito determinada pelos adultos) já não lhes serve. 27


A identidade tem a ver com o que se é, o conjunto das capacidades, das atitudes, dos interesses, dos modos de se exprimir, que caracterizam uma pessoa. Além disso, a identidade também integra o autoconceito, o que se julga ser. E nem sempre o que se é e o que se julga ser são coincidentes! Esta ideia que cada catequizando faz de si depende do modo como ele olha a realidade à sua volta, do modo como os outros olham para ele, da influência de certos modelos. O tema da identidade surge aos adolescentes como um par de perguntas. A primeira é “Quem sou seu?”. Ela nasce da confusão gerada pelas mudanças em catadupa que o afetam. Mas ela traz consigo uma segunda pergunta (ou uma variante da primeira): “Quem quero ser?”. Quer uma quer outra pergunta são muito exigentes. Tentar responder-lhes consome imensas energias. A sociedade como um todo, mas especialmente os media e a escola, dependentes da ideologia do Estado, chegam-se à frente e oferecem ao nosso catequizando soluções fáceis para o desafio da identidade. Há mesmo catequizandos que podem desistir de construir a sua própria identidade. O mais saudável (mas também o mais exigente) é estimular os catequizandos a abraçarem as duas perguntas e dar-lhes o apoio necessário para descobrirem a resposta.

Jesus desafia-nos Na cabeça e no coração de muita gente, há uma ligação forte entre infância e religião. A mensagem da fé seria algo apenas para as crianças. Esta ideia acaba por ser interiorizada pelos catequizandos que, ao chegar à puberdade, se convencem que a fé em Jesus nada tem a dizer à sua vida e aos desafios que enfrentam. É um equívoco triste. Jesus é Alguém que a todos convida a ser mais. É Alguém que mostra o rosto de Deus a todos os homens e mulheres de todas as idades. É Alguém que a todos desafia a construir identidades livres e felizes e que oferece a sua presença e o dom do seu Espírito para o conseguir. À luz da fé, podemos ver a puberdade e todas as mudanças que os nossos catequizandos estão a experimentar de forma positiva. Não são castigo nem doença. Abraçar o desafio de construir uma identidade saudável pode contar com a bênção de Deus.

Ser sal e luz Durante o Sermão da Montanha (Mateus, capítulos 5 a 7), logo a seguir às Bem-aventuranças, Jesus propõe uma identidade aos seus discípulos: sois o sal da terra; sois a luz do mundo. São duas imagens muito interessantes. Em ambas, os discípulos são definidos pela capacidade de fazer bem a um grupo maior. Hoje, vemos o sal como algo barato e banal, como um tempero saboroso, mas perigoso para o coração. No mundo em que Jesus vivia, o sal era raro, essencial para a dieta e precioso porque garantia a conservação dos alimentos. Ainda hoje, podemos reconhecer a importância social do “sal” quando chamamos “salário” ao pagamento recebido pelo nosso trabalho. Hoje, há luz elétrica em todo o lado e a noite não provoca o terror de séculos passados. Mas, ainda assim, amamos a luz. As lojas mais iluminadas conseguem vendas mais elevadas. Não vemos a luz, mas é por ela que vemos toda a beleza que nos rodeia. É ela que permite o diálogo e todas as atividades que nos tornam humanos. Estas palavras de Jesus são um sério chamamento a todos os cristãos. Mas, escutadas pelos nossos catequizandos, são uma séria mostra da confiança que Deus tem neles. Olhando com olhar humano, podemos ver os nossos catequizandos como uma confusa 28


mistura de hormonas, corpos de crescimento desengonçado, muita internet e pouco sentido crítico. Até eles mesmos se podem ver dessa maneira e lamentar todas as mudanças e confusões em que habitam. Mas Deus olha para eles de forma diferente. E desafia-os a construir uma identidade aberta aos outros. A serem sal e luz. A levarem sabor e qualidade onde estiverem. A trazerem beleza e alegria a quem encontram.

Para cresceres És sal da terra, és luz do mundo, diz-te Jesus. É como se Jesus te estivesse a dizer: torna visível na tua vida a força transformadora do Evangelho. Que as tuas palavras, o teu estilo de vida, as tuas atitudes no meio das dificuldades, mostrem que o reino de Deus está já presente aqui entre nós. E esta missão que Jesus te dá é universal. Deus chamou-te a seres sal da terra e luz do mundo. A terra e o mundo são a Humanidade toda sem distinção. Estás chamado a ser sinal de Deus e da sua ternura libertadora diante de todos. De todos os catequizandos do teu grupo. Diante de todos os seus pais. De todas as pessoas com quem te cruzas.

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2 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Neste primeiro encontro, propomos que os catequizandos explorem as questões da identidade pessoal, assumindo com confiança e autenticidade quem são, quem estão chamados a ser e quem querem ser.

Material Rolo de película aderente Tesoura Papelinhos brancos

Atividade: Descamar a cebola Duração: 20 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Para iniciar o encontro, o catequista convida o grupo a escutar “O conto da cebola”, que está no Livro do Catequizando. O catequista ou um participante lê em voz alta para todo o grupo. Num país oriental, onde acontecem tantas coisas belas e se sonha acordado, havia um jardim que fazia as delícias de vizinhos e estranhos. Ali, as cebolas eram vegetais muito apreciados devido às múltiplas aplicações que têm para tornar a vida mais agradável. Elas, simples e humildes, guardam um segredo no seu coração. 29


As cebolas, acompanhadas de outras hortaliças vistosas e frescas, cresciam no jardim, onde as árvores, com os seus frutos saborosos e coloridos, abriam o apetite até aos menos gulosos. As plantas que cresciam espontaneamente cobriam o chão, ao mesmo tempo que enchiam tudo de frescura. E os pássaros, com os seus chilreios, completavam a harmonia do jardim. Inesperadamente, começaram a nascer cebolas especiais, cada uma de uma cor e de um brilho muito próprio. Diante de tão estranha mudança nas cebolas, houve investigadores que se interessaram por descobrir qual o seu segredo; e não pararam os trabalhos de investigação até que o descobrissem: cada cebola tinha no seu coração uma pedra preciosa, que era a causa das suas vistosas e radiantes cores. Mas… este capricho das cebolas não foi aceite. Especulou-se acerca da inadequação, da presunção, da vergonha de ser diferente do comum das cebolas e até acerca dos perigos que este fenómeno podia causar. E as esplêndidas cebolas tiveram de renunciar à sua vistosa ornamentação. Passou por ali um sábio – talvez fosse um ecologista – que entendia muito bem a linguagem das cebolas e resolveu conversar com elas. A todas colocava a mesma pergunta: – Porque escondes debaixo de tantas capas a maior beleza do teu ser? – Obrigaram-me a este rigor. Comecei a cobrir-me com uma capa, mas não me parecia suficiente; coloquei a segunda, mas ainda não estava segura; coloquei a terceira; o procedimento começou a parecer-me eficaz. E assim fui sobrepondo capas. Algumas cebolas, as mais tímidas, chegaram a cobrir o seu coração com mais de dez capas. E quase se tinham esquecido do seu aspeto original. O ecologista pôs-se a chorar. E as pessoas pensaram que chorar diante de uma cebola a quem descobrimos o coração é de uma sensibilidade louvável. Assim acontecerá connosco, sempre que deixarmos cair as pérolas dos nossos olhos diante das cebolas às quais retirarmos as capas protetoras. Etapa 2 Duração: 5 min. O catequista pede, agora, um voluntário. Depois de escolhido, desafia o grupo a cobrir o seu corpo com película aderente, sobrepondo várias camadas. O catequista coloca à disposição do grupo o rolo de película aderente e vai acompanhando a cobertura, de modo a evitar imprudências. Etapa 3 Duração: 2 min. Acabada a operação de enrolar o participante voluntário em película aderente, o catequista diz-lhe que terá que dar uma volta à sala. Para isso, pode contar com a ajuda dos restantes elementos do grupo. Estes podem guiá-lo para que não tropece ou, se entenderem, podem mesmo levá-lo ao colo, sem que tenha que caminhar pelo seu próprio pé.

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Etapa 4 Duração: 3 min. Depois de feita a experiência de circular pela sala, o catequista pede agora que o grupo, com cuidado, “descame” o colega, retirando as camadas de película aderente. Etapa 5 Duração: 5 min. O catequista convida todos a sentarem-se. Dá a voz ao catequizando que se voluntariou, pedindo-lhe que narre a sua experiência, ou seja, que descreva como se sentiu ao ser coberto, ao circular enrolado e ao ser libertado. Em seguida, o catequista estabelece um paralelismo entre a experiência realizada e as capas invisíveis com que, tantas vezes, nos cobrimos e que impedem que nos manifestemos tal como somos. Salienta que, muitas vezes, cobrimo-nos com capas que escondem dos outros, e até de nós mesmos, o nosso brilho e a nossa riqueza. Conclui, perguntando: «Quem sou eu, de verdade?»

Atividade: O jogo das perguntas Duração: 20 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista começa por entregar a cada participante um papelinho branco e material de escrita. Em seguida, diz: «No Livro do Catequizando, têm uma lista com 20 perguntas. Cada um, durante alguns instantes, vai escolher 4 e copiá-las para o papel que vos entreguei, de acordo com os seguintes critérios: 1. escolhe a pergunta que mais te incomoda; 2. escolhe a pergunta à qual mais gostarias de responder; 3. escolhe a pergunta mais difícil de responder; 4. escolhe a pergunta que mais gostarias de colocar aos teus companheiros. Ninguém deve escrever o nome no papel. Devem registar apenas as 4 perguntas que selecionarem.» O catequista dá algum tempo para que todos façam as suas escolhas e as copiem para os papelinhos próprios. Perguntas 1. Quais são as tuas maiores qualidades? 2. O que é que mais te aborrece num amigo? 3. Mostras-te tal como és ou escondes-te? 4. Quem é Deus para ti? 5. Tens medo de alguém? 6. Já alguma vez te apaixonaste? 7. Há algum ideal pelo qual darias a tua vida? 8. Quais são os teus piores defeitos? 9. Como te sentes na tua família? 10. Tens problemas que não te atreves a partilhar?

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11. O que é que mais te envergonha diante dos outros? 12. Qual é a tua maior fragilidade? 13. Se houvesse um incêndio em tua casa, quais as três coisas que tentavas salvar primeiro? 14. O que farias se tivesses apenas 24h de vida? 15. Sentes-te bem com o teu corpo, tal como és? 16. Se pudesses mudar algo em ti, o que seria? 17. Achas que há pessoas que te rejeitam? Porquê? 18. Qual é a melhor coisa que já fizeste na vida? 19. Que atitudes da tua vida manifestam que és cristão? 20. De que é que precisas, agora, para ser feliz? Etapa 2 Duração: 10 min. Preparação O catequista forma, no centro do local de reunião, duas filas de cadeiras, colocadas frente a frente, num número igual ao dos participantes (caso o número de catequizandos presente seja ímpar, o catequista integra a atividade). Assim que todos tenham feito a sua seleção e anotado as questões, o catequista recolhe os papelinhos. Em seguida, todos se sentam, ficando cada um na frente de um companheiro. O catequista mistura os papelinhos e redistribui-os, guardando cada qual o que lhe saiu. E diz: «Cada um tem nesse papelinho as perguntas escolhidas por um colega. Quando escutarem o sinal X (define com o grupo qual será), vão ler as perguntas do papelinho que têm, em silêncio, e escolher qual a que gostariam de fazer à pessoa que está à vossa frente. Alguns instantes depois, vão escutar, de novo, o sinal combinado. Nessa altura, têm um minuto para colocar um ao outro a questão que cada um selecionou e para responder. Terminado o tempo, vão ouvir o mesmo sinal pela terceira vez. Nessa ocasião, trocam os papelinhos e deslocam-se uma cadeira para a vossa direita, ficando na frente de outro colega. E repetiremos os procedimentos.» Esclarecidas algumas dúvidas, o catequista dá o sinal combinado e vai repetindo, de modo que o grupo realize a atividade de forma ritmada, mas dialogante. Etapa 3 Duração: 5 min. Terminado o diálogo, a partir das perguntas, o catequista procura que o grupo se volte a acomodar de modo favorável à reflexão em plenário e, assim que todos estejam serenos, promove uma breve análise da atividade, que pode partir de questões como: Como te sentiste ao responder às questões que te foram colocadas? Alguma pergunta ou alguma resposta te surpreendeu? Alguma pergunta te causou desconforto? O que mais apreciaste?

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Atividade: Mudar ou não? Eis a questão! Duração: 20 min. Etapa 1 Duração: 10 min. Concluída a partilha, o catequista convida os participantes a realizar, agora, uma atividade pessoal. Para isso, todos devem encontrar no Livro do Catequizando a tarefa “Mudar ou não? Eis a questão?”. O catequista procura que haja um ambiente favorável ao trabalho individual. Mudar ou não? Eis a questão! Gregory “Greg” Heffley é um adolescente como tu: estuda, experimenta as dificuldades de sobreviver na escola, procura ser aceite pelos outros, vive grandes birras em família, sente as enoooormes mudanças que lhe estão a acontecer e tem montões de dúvidas. Ele é o protagonista principal de “O Diário de um banana”, escrito por Jeff Kinney, de onde retirámos o excerto que se segue. Lê-o com atenção. JANEIRO Ano Novo Sabes aquela coisa de fazer uma lista de “promessas” no início do ano para te tentares tornar uma pessoa melhor? Bom, o problema é que não é fácil para mim pensar em maneiras para me aprimorar, porque já sou uma das melhores pessoas que conheço. Então a minha promessa deste ano é tentar ajudar OUTRAS pessoas a mudar para melhor. Mas o que descobri é que há gente que não reconhece quando tu estás a tentar ser prestável. in O Diário de um Banana, Jeff Kinney

Ao que parece, para o Greg, mudar não é propriamente necessário… Concordas com ele? Porquê? O que sentes em relação à mudança? É certo que a mudança provoca sempre resistências, mas mudar é um bem. Aponta, no espaço que se segue, alguns dos desafios e algumas das maravilhas de mudar. Desafios de mudar

Maravilhas de mudar

Etapa 2 Duração: 10 min. Quando todos tiverem concluído a reflexão individual no Livro do Catequizando, o catequista promove a partilha em plenário, convidando, em primeiro lugar, os participantes a enunciar os maiores desafios que a mudança provoca. O catequista vai sublinhando que a mudança desinstala-nos, causando-nos desconforto, sofrimento ou medo. Na sequência da primeira partilha, o catequista promove a apresentação das maravilhas de mudar, que os participantes identificaram. E destaca que mudar é um processo natural, desejável e bom, que todas as pessoas vão vivendo. É graças à mudança que crescemos, progredimos e nos aproximamos da melhor versão de nós próprios. Na adolescência, há mudanças mais visíveis, mas mudar é um processo contínuo que acontece em todas as dimensões da pessoa. Para concluir, o catequista reforça: «À medida que vais crescendo, mudas. E isso é bom sinal. Ao entrar em ti, descobres um tesouro escondido: tu mesmo.» 33


2º encontro Anúncio da Palavra e Expressão de fé Neste encontro, procuramos com as atividades propostas que os catequizandos descubram que não estão sozinhos nesta aventura da autodescoberta; que Deus os acompanha e responde ao “Quem sou eu?”, amando-os incondicionalmente e ajudando-os a dar sentido ao que se passa.

Material Computador, projetor multimédia e colunas Vídeo “Quem diz Jesus que eu sou?” (disponível no DVD de apoio) Cartaz nº 2 “Para ser grande, sê inteiro” (disponível na pasta de apoio) Sal Leitor de CD/mp3 e colunas Música de fundo (diretório mp3/fundo01 | disponível no CD de apoio) Canto “Sou quem és” (faixa nº 2 do CD de apoio)

Anúncio da Palavra

Atividade: Quem diz Jesus que eu sou? Duração: 35 min. Etapa 1 Duração: 5 min. O catequista inicia o encontro, convidando o grupo a visualizar atentamente o vídeo “Quem diz Jesus que eu sou?”. Guião do vídeo Psssssssssst… Para um bocadinho. Se eu te perguntar quem és… talvez vás pôr-te a pensar um pouco sobre o que pensar de ti mesmo. Se te perguntar quem pode dizer-me quem és… talvez vás pôr-te a pensar no que pensam os outros de ti, mesmo! Mas… se te perguntar quem diz Jesus que tu és… talvez vás pôr-te a pensar que… nunca pensaste nisso… Mesmo?! ENTÃO… Pensa agora. Escuta com atenção: “Quem diz Jesus que tu és?” Outra vez: “Quem diz Jesus que tu és? Jesus conhece-te. A ti. Mesmo! E diz-te assim: “Tu és amado.” “Tu és feito de perfeições.” “Tu és maravilhoso.” “Tu és cheio de dons.”

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“Tu és confiável.” “Tu és redimido.” “Tu és santo”. “Tu és perdoado”. “Tu és cheio de esperança”. Jesus conhece-te. A ti. Mesmo! E diz-te assim: “Tu és o sal da Terra.” “Tu és a luz do mundo.” Etapa 2 Duração: 5 min. Depois de visualizado o vídeo, o catequista convida os participantes a procurarem, nas suas bíblias, Mt 5, 13-16. Pede que um deles faça a leitura em voz alta, enquanto todos acompanham. «Vós sois o sal da terra. Ora, se o sal se corromper, com que se há-de salgar? Não serve para mais nada, senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte; nem se acende a candeia para a colocar debaixo do alqueire, mas sim em cima do candelabro, e assim alumia a todos os que estão em casa. Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, de modo que, vendo as vossas boas obras, glorifiquem o vosso Pai, que está no Céu.» Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista faz, agora, uma síntese dos dois momentos anteriores, destacando: «Quer no vídeo, quer na Palavra que escutámos, descobrimos como Jesus nos vê. Ele diz-nos que somos preciosos, especiais e únicos. Que somos sal da terra e luz do mundo, capazes de dar muito sabor e encher de luz a vida de quem está à nossa volta.» Etapa 4 Duração: 10 min. O catequista desafia o grupo a um momento de trabalho individual. Para isso, devem procurar a atividade “Sou sal e luz?”, no Livro do Catequizando. Sou sal e luz? Descobriste como Jesus te vê. Jesus conhece-te. A ti. Mesmo! E diz-te assim: “Tu és amado.” “Tu és feito de perfeições.” “Tu és maravilhoso.” “Tu és cheio de dons.” “Tu és confiável.” “Tu és redimido.” 35


“Tu és santo”. “Tu és perdoado”. “Tu és cheio de esperança”. Jesus conhece-te. A ti. Mesmo! E diz-te assim: “Tu és o sal da Terra.” “Tu és a luz do mundo.” Consegues ver-te como Jesus te vê? Quando não te vês assim, o que te impede? Regista algumas situações em que não foste capaz de te ver assim. Quando te “pões para baixo”, por que razão o fazes? Procura ver-te assim. Se tu és sal, a que é que dás sabor? Se tu és luz, a quem iluminas? Etapa 5 Duração: 10 min. Concluído o trabalho individual, o catequista abre espaço a um momento de plenário, convidando os catequizandos a exporem, livremente, os frutos da sua reflexão.

Expressão de fé

Oração: Agora, rezo eu! Duração: 10 min. Assegurando que o grupo está sentado em círculo e em ambiente de silêncio, o catequista convida os participantes a fazer uma oração espontânea. Para ajudar à criação de um clima de oração, coloca música de fundo. Quando todos estiverem preparados, o catequista sublinha que cada um é agora desafiado a rezar, pedindo ao Senhor para ser capaz de se ver como Ele nos vê, como sal que enche tudo de sabor e como luz que brilha. Seguidamente, o catequista inicia, segurando uma mão cheia de sal, enquanto reza: “Senhor, ajuda-me a ser sal quando…”. Assim que terminar a sua oração espontânea, o catequista passa o sal a um dos participantes que faz a sua prece. O procedimento repete-se até que todos tenham rezado.

Atividade: Descobrir-me para ser Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Neste momento, o catequista traz à memória do grupo o encontro anterior: a experiência da cebola e o jogo das perguntas. E diz: «Estamos a descobrir quem somos. No encontro anterior, vimos como, muitas vezes, ocultamos o nosso verdadeiro eu com capas. Hoje, vimos como Jesus nos vê, como sal e luz. Vimos quem e como queremos ser. Descobrirmo36


nos é um caminho que se faz de forma progressiva e que pede que nos comprometamos e invistamos.» O catequista convida, agora, os participantes a escutarem o canto “Sou quem és”, desafiando-os a estarem atentos à letra (que está no Livro do Catequizando). Canto “Sou quem és” (Original: [a]braços, Banda Jota, Edições Salesianas)

Vou, contigo vou Sem ti não sei quem sou. – Quem és? Sou, contigo sei quem sou – Não vês? Se Eu sou a Luz, a Verdade e a Vida, Porque é que tu temes seguir o Meu caminho? Se perdes tempo a olhar, Como se estivesses sozinho no mundo, Perdido, sem sentido, Força, aguenta, e de seguida Pensa em Mim, no que somos, No que Sou, quem és. Se Eu sou o Sal, a Luz de todo o mundo, Se sou a Salvação, Ressurreição, Sai desse poço sem fundo Acredita, espera, não desespera, A vida é uma quimera Vamos juntos, dá-Me a mão Pensa em Mim, no que somos, No que Sou, quem és. Sou, contigo sou Em ti eu sei quem sou. – Não vês? É, contigo sou quem és – Quem és… Etapa 2 Duração: 10 min. Para concluir o encontro, o catequista apresenta o cartaz nº 2 “Para ser grande, sê inteiro”. Pergunta aos participantes se conhecem a frase e o respetivo autor, partilhando com o grupo que é de um poema de Fernando Pessoa. Explora brevemente o que ela pretende evidenciar, sublinhando que é uma espécie de convite que lhes está a ser feito: serem inteiros, serem verdadeiros, estarem, de facto, comprometidos com o seu processo de autodescoberta e com a vontade de “tirar as capas”. A finalizar, lê ou convida um catequizando a ler o poema, que se encontra no Livro do Catequizando. Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive. Ricardo Reis (Pseudónimo de Fernando Pessoa) 37


Para avaliar Os catequizandos sentiram-se seguros e confiantes para as tarefas de partilha? Com que atitudes estavam os catequizandos durante os momentos de oração? O grau de dificuldade das atividades sugerido pelo Guia do Catequista é adequado?

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Jesus convida a ser feliz

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5 Para o Catequista

Apresentação O desejo de uma vida feliz, cheia de beleza, sentido e alegria, é comum a todos nós. Jesus, com as Bem-aventuranças, partilha connosco a sua experiência de vida. As suas propostas são surpreendentes. Mas vale a pena pensar um pouco para reconhecer que Ele tem razão.

Objetivos Acolher as Bem-aventuranças de Jesus como critérios de vida. Tomar consciência do desejo de felicidade.

Conteúdos Conceitos: yy Jesus oferece um caminho de felicidade paradoxal Procedimentos: yy Listar os conteúdos que se atribuem à felicidade pessoal e confrontá-los com as Bem-aventuranças Atitudes: yy Tomar consciência do desejo de felicidade

Esquema Experiência humana

1º encontro

Anúncio da Palavra 2º encontro Expressão de fé

Atividade: Felicidade anunciada

30’

***

Atividade: Sinto-me assim quando…

15’

**

Atividade: Porque eu sou feliz

15’

***

Lectio: Felizes… porque

15’

***

Meditatio: Felicidade anunciada

30’

****

Oratio: Feliz contigo!

10’

**

Contemplatio: Felizes sereis

5’

*

Do Magistério … não há nada de mais esclarecedor do que voltar às palavras de Jesus e recolher o seu modo de recolher verdade. Jesus explicou, com toda a simplicidade, o que é ser santo; fê-lo quando nos deixou as bem-aventuranças. (Papa Francisco, Gaudete et exsultate, 63)

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Síntese de conteúdos “Quem nunca leu o Sermão da Montanha, não é capaz de perceber o que é o cristianismo.” (François Mauriac) O evangelho de Mateus contém 5 grandes discursos de Jesus. O primeiro e um dos mais conhecidos, mesmo por quem não é cristão, é o “Sermão da Montanha” (Mt 5 – 7), que começa com a proclamação das Bem-aventuranças.

Antes de ler as Bem-aventuranças No coração de cada pessoa humana está um grande desejo de vida feliz, plena. Este desejo pode aparecer de muitas formas. Como desejo de amor, de segurança, de saúde, de símbolos de poder, de… De algum modo, todos estes desejos não são senão manifestação do único e maior desejo de vida abundante ou felicidade. Mas a vida é dura. Está cheia de frustração, de vivências não-felizes. Estas experiências levam algumas pessoas a lutar com mais intensidade por conseguirem ser felizes. Mas levam outras pessoas a desanimar, a tornarem-se pessimistas ou resignadas. Uma velha fábula de Esopo descreve com humor esta atitude: Uma raposa passou debaixo de uma videira carregada de lindas e saborosas uvas. E ficou com muita vontade de comer algumas delas. Deu muitos saltos, tentou trepar a videira, mas nada conseguiu. Depois de muito tentar, foi-se embora, dizendo para si mesma: «Acho que não me apetece comer estas uvas. E, ainda por cima, ainda estão verdes…» O desejo de uma vida feliz e cheia de esperança acontece em todas as idades. Mas é muito forte neste começo da adolescência. Manifesta-se como um desejo de crescer, de viver intensamente, de ser “mais crescido”. A maneira de realizar estes desejos a ­ parece-nos como consumismo, como altos e baixos emocionais, como imitação de alguns (maus) hábitos dos adultos. A verdade é que, como em todas as idades, o que está subjacente é o desejo de felicidade plena. E é a estes adolescentes cheios de desejos que propomos as Bem-aventuranças.

Cultivar o sentido crítico Hoje, a preocupação com a felicidade, com o bem-estar, é o valor supremo. Supostamente, todos estamos de acordo que o mais importante da vida é ser feliz. Não estamos tão de acordo sobre a forma concreta de ser feliz. Existem muitas propostas fáceis sobre como ser feliz. Umas com valor, outras nem por isso. Para evangelizar os adolescentes, temos de ser honestos e ajudá-los a desenvolver um sentido crítico. Eles devem ser capazes de pensar, de olhar com calma para as propostas que lhes chegam e perceber se fazem sentido. Se são, de facto, aquelas que lhes trarão uma vida feliz, ou se, pelo contrário, são propostas que só levam a uma vida vazia.

O texto das Bem-aventuranças No mundo antigo e na Bíblia, é comum propor um valor ou uma atitude usando a fórmula “felizes os...”. Mas é bem raro um texto onde essa fórmula se repita tantas vezes como em Mt 5, 3-9. É um texto que começa com toda a solenidade. Jesus está no alto do monte, um lugar “sagrado”, onde também Moisés falou ao povo. Jesus senta-Se como faziam os rabis para falarem com autoridade. E começa a falar às multidões e ao grupo dos seus discípulos. Começa com as 8 bem-aventuranças: “felizes os…”. Jesus declara felizes aqueles que assumem uma série de atitudes e valores que, para o senso comum, pouco ou nada valem:

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os pobres, os mansos, os que choram… Além de os declarar felizes, indica o porquê: porque deles é o Reino dos Céus, porque serão consolados… A lista dos felizes termina com uma nona bem-aventurança: felizes vós, os discípulos, que enfrentais perseguições e calúnias. Esta lista de bem-aventuranças contém duas surpresas. A primeira, já o vimos, é ­declarar felizes pessoas e situações que facilmente julgamos infelizes ou a evitar. A segunda é a referência constante, explícita ou não, a Deus: “porque deles é o Reino dos Céus” (= de Deus), “porque verão a Deus”, “porque serão chamados filhos de Deus”. Mas os especialistas da Bíblia ajudaram-nos a perceber que Deus está presente mesmo nas outras ­bem-aventuranças: “porque serão consolados”, significa que Deus os consolará; “porque possuirão a terra”, significa que Deus lhes concederá a terra em herança; “porque serão saciados” por Deus; “porque alcançarão misericórdia” junto do Deus que é misericordioso.

Como perceber as Bem-aventuranças? Depois de ler as Bem-aventuranças, chegamos facilmente à conclusão que Jesus diz aqui coisas surpreendentes. Mas que significam elas? Há duas maneiras principais de interpretar este texto. Uma primeira leitura sugere que as Bem-aventuranças são um código ético. São os valores que Jesus propõe. Do mesmo modo que, no monte Sinai, Moisés, em nome de Deus, ofereceu os Dez Mandamentos ao povo, temos agora Jesus, também em nome do Pai, a oferecer uns “novos mandamentos”. Há continuidade, mas há também novidade. A Lei de Moisés aparece, muitas vezes, na negativa (“Não matarás…”), mas Jesus faz propostas pela positiva (“Felizes os…”. As Bem-aventuranças seriam um conjunto de valores, de virtudes, que os discípulos de Jesus deveriam pôr em prática. Há uma segunda leitura, menos “moralista”, que lê as Bem-aventuranças como uma consequência da presença do Reino de Deus entre nós. Porque o Reino está já aqui a acontecer, a felicidade é possível. Para todos: para os pobres, para os que choram… De algum modo, as Bem-aventuranças exprimem a experiência de Jesus. Aquela que Ele faz, aquela que Ele convida todos a fazer, aquela que Ele sente que Deus quer para todos os seus filhos amados. Ambas as leituras têm a sua razão de ser. Possivelmente, aquilo que Mateus propõe no seu evangelho é uma síntese destas duas leituras. Podemos ler as Bem-aventuranças como um dom e como uma tarefa. Elas são dom de Deus e tarefa dos discípulos.

Para cresceres Muitas vezes, quando Jesus conta as suas parábolas, Ele pergunta a quem O ouve: “Que te parece?” Tu, com a idade que tens, com a tua fé, com a experiência de vida que tens… deves responder a essa pergunta. Jesus propõe-te as Bem-aventuranças. Que te parecem? Fazem sentido? Acreditas que podes vivê-las? Que te farão bem? Feliz? Mas vem uma segunda pergunta: “Queres?” Em liberdade, queres viver à maneira de Jesus?

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5 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Neste primeiro encontro, propomos que os catequizandos explorem criticamente algumas das perspetivas de felicidade oferecidas pela sociedade e que reflitam sobre o que os faz felizes.

Material Computador, projetor multimédia e colunas Vídeo “Felicidade(s)” (disponível no DVD de apoio) Conjunto de “smiles” (disponível na pasta de apoio) Leitor de CD/mp3 e colunas Música “Because I’m happy” (Pharrell Williams) (disponível em youtube.com)

Atividade: Felicidade anunciada Duração: 30 min. Etapa 1 Duração: 15 min. Depois de dar as boas vindas, o catequista explica que vão iniciar o encontro com um trabalho de grupo. Para isso, divide os participantes em três grupos e pede que analisem e discutam os cartazes publicitários que estão no Livro do Catequizando, podendo, para isso, recorrer às seguintes questões: O que é que estes cartazes têm em comum? Qual é a promessa que está comunicada a cada um deles? Para se alcançar aquilo que estes cartazes anunciam, que ações têm de ser realizadas? Que conceito de felicidade está presente nestes cartazes?

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Etapa 2 Duração: 10 min. Assim que os grupos tenham concluído a análise aos cartazes, reúnem em plenário e expõem as conclusões a que chegaram, apresentando o conceito de felicidade que identificaram. Etapa 3 Duração: 5 min. Depois da partilha e do confronto das leituras feitas pelos diversos grupos, o catequista faz uma síntese a partir dos contributos dos catequizandos, podendo, para isso, recorrer ao vídeo “Felicidade(s)”. Guião do vídeo Toda a gente quer ser feliz. É um desejo forte que nos marca a todos. Mas cada um tem uma ideia diferente do que é ser feliz e do que se deve fazer para conseguir essa felicidade. O que é que te faz feliz? Em outros tempos, em outros lugares, para ser feliz era preciso ter alguma segurança, ter o suficiente para comer e para vestir, sentir-se bem no meio de uma família com muitos filhos e netos, ter saúde suficiente para chegar à terceira idade. À medida que a sociedade se foi desenvolvendo, a maioria das pessoas deixou de ter fome, estamos mais defendidos contra as doenças e tornámo-nos mais exigentes. Para ser felizes, hoje, já não nos chegam as coisas básicas. A felicidade de cada um passa por coisas não essenciais, mas ainda mais importantes: a qualidade de vida, a possibilidade de realizar os sonhos, de desenvolver todas as capacidades, ter boas relações com a família e com os amigos. Ao mesmo tempo, há toda uma indústria que nos quer vender maneiras de sermos felizes. E tentam convencer-nos que, para sermos felizes, temos de comprar roupa desta marca, temos de ter um telemóvel que custe umas centenas de euros. Temos de nos parecer com aquele artista que é tããão feliz e elegante. Temos de imitar pessoas famosas e deixar de lado quem somos verdadeiramente. Tentam convencer-nos de que é fácil ser feliz, que não pede esforço: basta fazermos o que eles nos dizem. Tentam fazer-nos acreditar que, para sermos felizes, devemos evitar tudo o que custe. Tentam convencer-nos… mas nós continuamos livres para pensar, para sentir e para escolher.

Atividade: Sinto-me assim quando… Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Feita a exploração das ideias que, hoje em dia, são mais comummente anunciadas como meios para alcançar a felicidade, o catequista desafia os participantes à realização de uma partilha, com base na pergunta: “O que é que me faz ficar assim?”. Para isso, põe à dispo-

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sição dos catequizandos o conjunto de “smiles”, que refletem, com diferentes variantes, emoções positivas. Coloca-os com as faces voltadas para baixo e convida cada um dos participantes a retirar apenas um “smile”. O catequista dá ao grupo alguns instantes para que todos, em silêncio, revejam as suas experiências e descubram “o que os faz ficar assim.”

Etapa 2 Duração: 10 min. Depois da reflexão breve e tendo cada um o “smile” que lhe calhou em sorte na mão, o catequista solicita que todos façam a sua partilha, revelando-o e expondo os motivos que levam cada um a ficar “assim”, ou seja, feliz.

Atividade: Porque eu sou feliz Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Assim que todos tenham posto em comum os motivos que os fazem sentir-se felizes, o catequista propõe que terminem o encontro de uma forma alegre e enérgica. Para isso, convida os catequizandos a atentar, por breves momentos, na letra da canção “Because I’m happy!”, que se encontra no Livro do Catequizando, e a destacar uma expressão que, para eles, sintetize aquilo que a canção transmite. Because I’m happy Pharrell Williams It might seem crazy what I’m about to say Sunshine she’s here, you can take a break I’m a hot air balloon that could go to space With the air, like I don’t care, baby, by the way Because I’m happy Clap along, if you feel like a room without a roof Because I’m happy Clap along, if you feel like happiness is the truth Because I’m happy Clap along, if you know what happiness is to you Because I’m happy Clap along, if you feel like that’s what you wanna do Here come bad news talking this and that Yeah, give me all you got, don’t hold me back Yeah, well, I should probably warn you I’ll be just fine Yeah, no offense to you don’t waste your time Here’s why Happy, bring me down, can’t none Bring me down, my level’s too high Bring me down, can’t none 67


I said (let me tell you now) Bring me down, can’t none Bring me down, my level’s too high Bring me down, can’t none I said Tradução Porque estou feliz Pharrell Williams Pode parecer loucura o que estou prestes a dizer A luz do sol está aqui, podes fazer uma pausa Sou um balão de ar que poderia ir p’ro espaço Com o ar, como se eu não ligasse, a propósito, baby Porque estou feliz Bate palmas, se te sentires como uma sala sem teto Porque estou feliz Bate palmas, se achares que a felicidade é a verdade Porque estou feliz Bate palmas, se souberes o significado da felicidade Porque estou feliz Bate palmas, se sentires que isso é o que queres fazer Lá vêm as más notícias, por falar nisto e naquilo Sim, dá-me tudo o que tens, não me prendas Sim, bem, eu devia ter-te avisado que ficarei numa boa Sim, sem querer ofender, mas não percas tempo Aqui está o porquê Feliz, deitar-me abaixo, ninguém pode Deitar-me abaixo, o meu nível está muito alto Deitar-me abaixo, ninguém pode Eu disse (deixa-me dizer-te agora) Deitar-me abaixo, ninguém pode Deitar-me abaixo, o meu nível está muito alto Deitar-me abaixo, ninguém pode Eu disse Etapa 2 Duração: 5 min. Quando o grupo tiver feito uma leitura atenta da letra da canção, o catequista desafia os participantes a criar, em conjunto, uma coreografia para o refrão, que deve ser feita por todos, de modo a que ninguém fique sem conseguir dançar. Etapa 3 Duração: 5 min. Definida e interiorizada a coreografia para o refrão da canção, o catequista coloca a música e convida todos a cantar e a dançar, fazendo desta ocasião uma forma de manifestação de alegria e vitalidade, experimentada em grupo.

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2º encontro Anúncio da Palavra e Expressão de fé Neste encontro, através da Lectio Divina, procuraremos que os catequizandos se confrontem com a proposta desafiadora de felicidade com que Jesus interpela cada um e se predisponham a comprometer-se com Ele, abraçando-a.

Material Conjunto de cartões com “Bem-aventuranças” (disponível na pasta de apoio) Conjunto de “smiles” (disponível na pasta de apoio) Cartaz nº 5 “Felizes sereis” (disponível na pasta de apoio)

Anúncio da Palavra

Lectio Preparação Ao começar, o catequista explica ao grupo que, neste encontro, seguirá um método ancestral, usado pelos cristãos desde há muitos séculos para se encontrarem com Deus a partir das Escrituras: a Lectio Divina, que se caracteriza por 4 momentos – a Lectio (leitura), a Meditatio (meditação), a Oratio (oração) e a Contemplatio (contemplação).

Atividade: Felizes… porque Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Sendo a Lectio um momento de aproximação ao texto bíblico, que pode fazer-se de forma variada, o catequista começa por dividir os participantes em dois grupos, entregando aos participantes de um grupo os cartões com a parte inicial das “Bem-aventuranças” e aos do outro grupo os cartões com a segunda parte das frases das “Bem-aventuranças”. Indica que todos devem procurar encontrar quem tem a parte da frase que faz correspondência com a sua, devendo, para isso, circular pelo espaço e abordar os colegas. Felizes... Porque... Felizes os pobres em espírito porque deles é o Reino do Céu. Felizes os que choram porque serão consolados. Felizes os mansos porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados. Felizes os misericordiosos porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração porque verão a Deus. Felizes os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que sofrem perseguição por causa da porque deles é o Reino do Céu. justiça

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Etapa 2 Duração: 5 min. À medida que os catequizandos vão formando as conexões, o catequista vai conferindo as parelhas de frases e recomenda aos que tenham as correspondências erradas que devem voltar a procurar, até que todos tenham as frases corretamente ligadas. Etapa 3 Duração: 5 min. O catequista recomenda que os participantes permaneçam de pé e procura que serenem um pouco, fazendo-lhes um desafio: «Vamos escutar o texto bíblico no qual Jesus nos dá o seu programa de felicidade. Prestem atenção a cada palavra e, assim que ouvirem a vossa frase, coloquem-se na fila, devendo, no final, estar alinhados pela ordem com que as vossas frases surgem no texto e elevem os cartões.» Criado o ambiente favorável à escuta, o catequista recita o texto de Mt 5, 1-10. Ao ver a multidão, Jesus subiu a um monte. Depois de se ter sentado, os discípulos aproximaram-se dele. Então tomou a palavra e começou a ensiná-los, dizendo: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Felizes os que choram, porque serão consolados. Felizes os mansos, porque possuirão a terra. Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.

Meditatio Atividade: Felicidade anunciada Duração: 30 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Depois da aproximação ao texto, é o momento de mergulhar nele, procurando compreender o que nos diz. Para favorecer a meditação do texto, o catequista diz: «No encontro anterior, começámos por ver anúncios de felicidade. Hoje, começámos pelo mesmo lugar: acabámos de ver um anúncio de felicidade, o de Jesus. Este é o programa que Jesus nos apresenta para sermos felizes. À primeira vista, estranhamos um programa assim. Por essa razão, vamos, agora, olhar para ele com minúcia. Vamos vê-lo melhor. Para o ver bem. Para

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isso, vamos realizar um trabalho de grupo, no qual vamos publicitar de novo esta felicidade anunciada por Jesus.» O catequista divide os participantes em 4 grupos e atribui a cada um duas “Bem-aventuranças”, que podem ser distribuídas conforme o esquema seguinte: Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. – GRUPO 1 Felizes os que choram, porque serão consolados. – GRUPO 2 Felizes os mansos, porque possuirão a terra. – GRUPO 3 Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. – GRUPO 4 Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. – GRUPO 1 Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. – GRUPO 2 Felizes os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus. – GRUPO 3 Felizes os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. – GRUPO 4 Em seguida, indica que, considerando as “Bem-aventuranças” que vão aprofundar, os grupos realizarão duas tarefas: primeiro, vão debater o conteúdo, o significado de cada frase; depois, têm de preparar um “anúncio publicitário”, aplicado ao tempo presente, para cada uma delas, com a duração máxima de um minuto. Etapa 2 Duração: 10 min. Estando os grupos organizados e as tarefas clarificadas, o catequista concede algum tempo de trabalho, procurando que haja um bom ritmo criativo e acompanhando o debate e a preparação dos anúncios a apresentar. Etapa 3 Duração: 10 min. Assim que todos estejam preparados, reúnem-se em grande grupo e apresentam as versões publicitárias de cada “Bem-aventurança”, respeitando a sequência do texto bíblico. Etapa 4 Duração: 5 min. Depois de todas as apresentações, o catequista faz uma síntese final, procurando destacar as perspetivas evidenciadas pelos catequizandos acerca das propostas de Jesus. Sublinha: «O programa de Jesus é muito claro e objetivo: Jesus quer que sejamos felizes! Só que… Jesus quer que SEJAMOS felizes, em conjunto. Quer que sejamos TODOS felizes. Juntos. É por isso que o programa que Ele nos apresenta nos parece estranho. Mas… só à primeira vista. Assim que o vemos bem, torna-se claro que não existe anúncio de felicidade mais verdadeiro do que este!»

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Expressão de fé

Oratio Atividade: Feliz contigo! Duração: 10 min. Preparação Concluída a meditação acerca da felicidade anunciada por Jesus, é tempo de Lhe responder. Para isso, o catequista prepara (no local da reunião ou, previamente, noutro lugar) um espaço onde coloca símbolos da presença de Jesus (exemplos: Bíblia aberta, vela, cruz, …). Procura também criar um ambiente favorável à interioridade, devendo, se possível, convidar os participantes a distribuir-se pelo espaço, separados, de modo a poderem recolher-se um pouco e orar. Deve marcar-se bem a diferença entre os dois momentos da Lectio Divina (Lectio e Meditatio) que foram realizados em grupo e aqueles (Oratio e Contemplatio) que, agora, se sugere que sejam silenciosos e íntimos, permitindo que cada um fique a sós com o Senhor. Quando todos estiverem calmos e confortáveis, o catequista diz: «Jesus faz-nos uma proposta de felicidade muito exigente, mas apaixonante. É difícil ficar-Lhe indiferente… Por isso, agora, cada um é desafiado a responder-Lhe, em oração. Cada um deve responder-Lhe Tu-a-tu, com a maior verdade. No vosso Livro do Catequizando, há um espaço próprio para Lhe escreverem a vossa oração. Ao vosso jeito, respondam-Lhe, então, silenciosamente.»

Contemplatio Atividade: Felizes sereis Duração: 5 min. Preparação O catequista deve ter no espaço o conjunto de “smiles” usado no encontro anterior. Etapa 1 Duração: 3 min. Depois de cada um ter escrito e rezado, intimamente, a sua oração, é tempo de contemplar o Senhor, presente por toda a parte. O catequista disponibiliza os “smiles” usados no encontro anterior e convida todos a tomarem nas mãos aquele que tinham apresentado. Em seguida, convida todos a entregarem esse “smile” a Jesus, colocando-o no local previamente preparado, e sublinha que o gesto de entrega que vão realizar é uma forma de dizer ao Senhor: “Jesus, eu quero ser feliz contigo. A minha felicidade é ao teu lado.” Etapa 2 Duração: 2 min. Assim que todos tenham entregado o seu “smile” ao Senhor, o catequista apresenta o cartaz nº 5 “Felizes sereis”, dizendo apenas: «Jesus anuncia-nos um programa de felicidade. Aos que se comprometem nele, Jesus diz assim: “Felizes sereis.” Querem ver? P ­ rocurem-n’O, por aí.» 72


Para avaliar Quais as dificuldades que os catequizandos tiveram em superar a visão de felicidade proposta pelos media e pela sociedade de consumo? Como reagiram os catequizandos à proposta de Lectio Divina?

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Felizes os puros de coração

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C 11 Para o Catequista Apresentação Protestamos contra os venenos que os carros debitam para a atmosfera, contra os plásticos no oceano, contra as descargas poluentes nos rios. Mas encolhemos os ombros ao lixo que inquina as nossas relações uns com os outros. Precisamos de um ar menos poluído e mais puro. E também de relações mais puras e menos inquinadas.

Objetivos Valorizar a autenticidade e a transparência. Cultivar a pureza de coração.

Conteúdos Conceitos: yy Jesus vive e promove uma postura transparente yy As ações externas nascem do coração Procedimentos: yy Proceder a uma leitura crítica dos media e do seu elogio da aparência Atitudes: yy Apreciar a transparência, rejeitar o fingimento e a hipocrisia

Esquema Experiência humana

Anúncio da Palavra Expressão de fé

1º encontro

2º encontro

Atividade: Editar perfil (Eles)

25’

***

Atividade: Editar perfil (Eu)

10’

**

Atividade: Barómetro da transparência

15’

***

Atividade: Retrato de Mónica

10’

*

Atividade: O que sai de dentro de ti? (1)

10’

**

Atividade: Palavras claras

15’

**

Atividade: O que sai de dentro de ti? (2)

10’

**

Atividade: Desmascara-te!

25’

****

Do Magistério Quando o coração ama a Deus e ao próximo, quando isto é a sua verdadeira intenção e não com palavras vazias, então esse coração é puro e pode ver a Deus. (Francisco, Gaudete et exsultate, 86)

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Síntese de conteúdos Com frequência, esta bem-aventurança dos puros que verão a Deus é associada por muitos cristãos a uma vivência da sexualidade sem pecado. É pena, já que ela tem uma carga humana e teológica muito densa.

Aparência e identidade Já vimos como a grande tarefa que os adolescentes têm em mãos é a construção da sua identidade. Durante toda a infância, a identidade era marcada pelos pais e pelos adultos que os rodeavam. Agora, têm de ser eles mesmos a encontrar e definir qual a sua identidade. É uma tarefa exigente, que se vai fazendo por tentativa e erro. Vão experimentando novos papéis, novas atitudes, e vão verificando aqueles que lhes agradam mais… e aqueles que os deixam mais bem vistos pelos outros. É uma tarefa bem difícil. Sentem dentro de si a urgência de deixar para trás a criança que foram, mas ainda não sabem que pessoa querem ser. Não têm grandes recursos nem “ferramentas” emocionais para enfrentar estes desafios. Ao mesmo tempo, tentam evitar a todo o custo a rejeição dos colegas e amigos: é imperioso “não dar mau aspeto”! Esta pressão a ser “normal”, a ser bem visto, sempre existiu, mas ganhou uma intensidade muito forte com as redes sociais. Soma-se a tudo isto os interesses dos media e das indústrias do consumo que ditam a todos o que devem ser, como se devem vestir, que músicas ouvir, que atitudes e comportamentos adotar. Com frequência, confundem a verdade com a aparência, trocam os valores pelas normas aceites por todos, renunciam a ser eles mesmos para se sentirem “normais”. Para os adultos bem formados, a opção pela coerência entre o que se é e o que se mostra é uma virtude. Mas para tantos dos nossos catequizandos essa coerência é muitíssimo difícil. Ser transparente é, para tantos deles, uma grande aventura.

Os puros de coração A pureza é um sentimento humano básico. Tem que ver com ter as coisas no seu lugar. Imagina que estás a jogar futebol durante duas horas, num dia de chuva e num campo enlameado; por alguma razão não pudeste ir lavar-te ao balneário. Chegas a casa nesse estado lastimoso e sentas-te num sofá recoberto a veludo. Visualiza a cena. O que é que estás a sentir neste momento? Essa “repulsa” à impureza não vem da tua sujidade, mas de colocares a tua sujidade, suor, lama num lugar onde ela não era devida. Quando estavas a jogar à bola, não havia nenhum problema com o suor ou a lama; a sensação de impureza surge quando colocas esse suor “fora de sítio”, no sofá e não no duche. Em todas as culturas, este binómio da pureza e da impureza está sempre presente. Originalmente, servia para gerir questões de saúde, de higiene, de segurança. Mas alastra-se para o campo moral e religioso. No Antigo Testamento, isso é muito forte. Do mesmo modo que não te deves sentar todo suado e enlameado num sofá todo catita, aproximares-te de Deus sem a atitude adequada vai tornar mais evidente a tua impureza. A pureza ganha um caráter cultual e moral. Como tudo, as tradições e os ritos ganham uma vida própria e podem tornar-se um fim em si mesmos. O mesmo sucedeu com a pureza. Por isso, Jesus faz o apelo a uma pureza de coração, a uma pureza dos afetos e dos desejos profundos de cada pessoa e não de normas sociais opressoras e vazias de vida. Este apelo à autenticidade, à transparência entre o que se deseja e o que se faz, está já presente nos antigos profetas. “O homem vê as aparências, mas o Senhor olha para o coração” (1Sam 16, 7) diz Deus ao profeta Samuel quando este estava para escolher o novo rei de Israel. 147


O coração dos homens O texto de Marcos 7, 6-23 ajuda a enquadrar a bem-aventurança da pureza no todo da prática e do ensino de Jesus. Jesus está em desacordo com os fariseus sobre o modo de entender os rituais religiosos. Segundo Jesus, que recupera uma tradição já presente no Antigo Testamento, de nada vale a objetividade dos rituais, por muito religiosos e piedosos que possam parecer. Em termos religiosos e morais, o puro e o impuro não estão nas coisas, nos alimentos, nos objetos: estão no coração de cada pessoa. Jesus não está a deitar fora a noção de puro/impuro, mas sim a colocá-la onde interessa: no coração. No centro da pessoa. E dá exemplo de uma série de “impurezas”: “os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios” (Mc 7, 21-22). Quem rejeita todas estas impurezas que nascem do coração é, finalmente, capaz de ver a Deus. Capaz de uma relação de intimidade com o Deus da luz, da alegria e da verdade.

Para cresceres O incenso começou por ser usado para libertar as casas e os espaços públicos dos maus cheiros. A sua função era purificar o ambiente. Só mais tarde foi usado nos lugares de oração. Experimenta, num momento de oração em casa, queimar um pauzinho de incenso. Oferece a Deus este aroma como sinal da tua vontade de teres um coração puro. Observa como o fumo sobe: vê neste sinal a tua oração e o teu coração que se querem aproximar de Deus. .

C 11 Desenvolvimento 1º encontro Experiência humana

Neste primeiro encontro, propomos que, através das atividades sugeridas, os catequizandos distingam a realidade da aparência, valorizando a autenticidade como uma atitude que torna as pessoas mais felizes.

Material Leitor de CD/mp3 e colunas Áudio “Retrato de Mónica” (diretório mp3/audio02 |disponível no CD de apoio)

Atividade: Editar perfil (Eles) Duração: 25 min. Etapa 1 Duração: 10 min. A principiar o encontro, o catequista convida todos os participantes a procurarem o perfil de Facebook do Pompeu no Livro do Catequizando e a atentarem nos detalhes que nele se podem observar. 148


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Depois de fazerem uma primeira observação, o catequista pede aos catequizandos que, com base nos aspetos que podem ver, descrevam a pessoa a quem pertence o perfil apresentado. Procura que, em conjunto, os participantes vão caracterizando o Pompeu, a partir da análise do seu “perfil publicado”. Etapa 2 Duração: 5 min. Em seguida, o catequista convida os participantes a virar a página do Livro do Catequizando e descobrir o “Diário do Pompeu”. Assim que todos estiverem preparados, o catequista explica que, depois de conhecerem o Pompeu a partir das suas publicações nas redes sociais, vão poder vê-lo mais de perto, porque, nos dias em que fez aquelas publicações, o rapaz, que tem por hábito escrever uma espécie de diário, resolveu fazer o relato do que lhe tinha acontecido, embora com mais pormenor e num tom mais íntimo.

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10 de maio

Mais um dia. E nada de especial. Porque é que não se passa nada?! De manhã, fui às aulas, p’ra não variar. Nunca mais chegam as férias! Ok, às vezes, as férias também são uma seca, mas pelo menos posso ficar em casa, tranquilo, sem ter de me esforçar por me juntar ao pessoal da minha turma. Não acho grande piada àquelas brincadeiras parvas do Otávio. Só porque é bom de bola, tem a mania que manda. E acha que mais ninguém pensa. A verdade é que muitos vão na onda dele… Ainda bem que tenho o

César p’ra trocar umas ideias. Ele é porreiro. Ainda hoje à tarde estivemos horas a jogar. É claro que a minha mãe tinha de vir chatear e interromper a jogatana p’ra me obrigar a ir ao ginásio! Nem sei p’ra que é que lá vou. É só pessoal a desfilar p’ra espalhar swag. E eu com este corpo desajeitado… Ainda só tenho 1 metro e 48. Sou o mais baixo da minha turma! Ainda no outro dia, no

balneário, reparei que sou o mais pequeno... Qualquer dia, lembram-se de gozar comigo por causa disso. É verdade… fui jantar à pizaria por causa do aniversário da Rute. A única coisa que se aproveitou foi a piza. Até estava a achar piada, porque fiquei sentado em frente à Gabriela e pude meter conversa com ela, mas… lembraram-se de começar a atirar piza pelo ar e o dono do restaurante ficou furioso e pôs-nos na rua. No comment…

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Etapa 3 Duração: 10 min. Lida a página do “Diário do Pompeu”, o catequista promove o diálogo em grande grupo, procurando orientar a reflexão a partir das seguintes questões: Como é o Pompeu, visto a partir do seu perfil, nas redes sociais? Quais as diferenças entre o perfil publicado do Pompeu e o relato íntimo escrito no seu diário? Porque existirá uma diferença tão significativa entre o que o Pompeu mostra de si e o que o Pompeu é? Depois de aprofundadas as razões que provocam o contraste entre o perfil publicado e o perfil real do Pompeu, o catequista sublinha que é muito comum a existência de um distanciamento entre a realidade e a imagem que muitas pessoas procuram transmitir de si mesmas.

Atividade: Editar perfil (Eu) Duração: 10 min. Concluída a análise ao contraste que muitas vezes ocorre entre o perfil publicado e o perfil real das pessoas, o catequista sublinha que, muitas vezes, quando conhecemos alguém, acontece como no Livro do Catequizando: primeiro, vemos o que a pessoa mostra de si e só depois descobrimos o que está por detrás desse perfil. Em seguida, o catequista diz: «Agora, é tempo de inverter o processo habitual: desta vez, a proposta é que cada um olhe bem para o que é e para o que aparenta. No Livro do Catequizando, podem encontrar este processo bem ordenado: descubram a tarefa “Editar perfil (Eu)”. Agora, reparem: primeiro, concentrem-se em olhar para quem são e registem-no na página de diário; depois, confrontem esse perfil com aquele que exibem aos outros e anotem-no na página de Facebook. Por fim, confrontem-nos e descubram as diferenças.» Estando todos preparados e esclarecidos, o catequista promove um ambiente que favoreça o trabalho individual e acompanha a realização da tarefa. Editar perfil (Eu) Depois de teres descoberto os perfis do Pompeu, é o momento de olhares bem para ti. Começa por escrever, na página de diário, as tuas verdadeiras características, o modo como te sentes, o que pensas… Em seguida, dedica-te a pensar naquilo que comunicas acerca de ti mesmo e regista-o na página de Facebook. No final, compara os teus perfis e anota as diferenças.

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Atividade: Barómetro da transparência Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Quando todos tiverem realizado a tarefa “Editar perfil (Eu)” (que permite constatar a existência de discrepâncias entre a ideia que comunicamos a nosso respeito e o que somos autenticamente), o catequista desafia os participantes para a atividade “Barómetro da transparência”. Para isso, diz: «Já pudemos verificar que existe sempre uma diferença entre a realidade e a imagem comunicada por cada um. Essa diferença é tanto maior quanto menor for a transparência com que vivemos e nos relacionamos com os outros. Se somos transparentes, somos muito mais autênticos naquilo que transmitimos. Para conhecer o grau de transparência do nosso grupo, vamos realizar aqui uma medição, utilizando o barómetro da transparência.» O catequista escolhe uma parede da sala de reunião e indica que ela representa o barómetro. No extremo mais à esquerda, situa-se o nível 0. No extremo à direita, o nível 100. Quando o catequista indicar, todos se levantam e colocam-se no nível que consideram que corresponde ao seu grau de transparência. Isto é, se forem pessoas muito transparentes, colocam-se mais perto da extremidade máxima e, se se julgarem pouco transparentes, colocam-se na zona da parede que representa níveis mais baixos. Esclarecidas algumas dúvidas que possam surgir, o catequista dá sinal e começa o barómetro. Cada um dirige-se para o nível que entender e permanece no lugar escolhido. O catequista observa o barómetro e, procurando que todos se mantenham nos lugares escolhidos, promove o debate, questionando os participantes acerca dos níveis em que se colocaram e das razões que os levaram a essa escolha. Etapa 2 Duração: 5 min. Depois de feita a primeira medição, o catequista lança ao grupo um novo desafio: convida os participantes a medir a transparência do próprio barómetro! Ou seja, o catequista procura que cada um se recoloque numa posição do barómetro que responda à seguinte questão: «Quão transparente é que eu fui ao realizar o Barómetro da transparência?!» Todos devem voltar a observar as marcas escolhidas pelo grupo e pode fazer-se uma breve análise das diferenças mais notórias, sublinhando-se que, mesmo quando o desafio é l­evar-nos a analisar a nossa transparência, temos a tendência a aplicar “filtros” por sabermos que estamos a comunicar. Etapa 3 Duração: 5 min. Terminadas as duas medições do barómetro, o catequista procura que todos se voltem a sentar e fomenta uma breve análise do exercício, procurando que, com naturalidade, o grupo vá partilhando as razões dos seus posicionamentos e até as leituras que faz dos posicionamentos de outros.

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Atividade: Retrato de Mónica Duração: 10 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Tendo presentes as várias constatações a que o grupo foi chegando ao longo do encontro, no que respeita à transparência ou à dificuldade em vivê-la, o catequista convida a escutar o áudio “Retrato de Mónica”. “Retrato de Mónica” Mónica é uma pessoa tão extraordinária que consegue simultaneamente: ser boa mãe de família, ser chiquíssima, ser dirigente da «Liga Internacional das Mulheres Inúteis», ajudar o marido nos negócios, fazer ginástica todas as manhãs, ser pontual, ter imensos amigos, dar muitos jantares, ir a muitos jantares, não fumar, não envelhecer, gostar de toda a gente, gostar dela, dizer bem de toda a gente, toda a gente dizer bem dela, coleccionar colheres do séc. XVII, jogar golfe, deitar-se tarde, levantar-se cedo, comer iogurte, fazer ioga, gostar de pintura abstracta, ser sócia de todas as sociedades musicais, estar sempre divertida, ser um belo exemplo de virtudes, ter muito sucesso e ser muito séria. Tenho conhecido na vida muitas pessoas parecidas com a Mónica. Mas são só a sua caricatura. Esquecem-se sempre ou do ioga ou da pintura abstracta. Por trás de tudo isto há um trabalho severo e sem tréguas e uma disciplina rigorosa e constante. Pode-se dizer que Mónica trabalha de sol a sol. De facto, para conquistar todo o sucesso e todos os gloriosos bens que possui, Mónica teve que renunciar a três coisas: à poesia, ao amor e à santidade. A poesia é oferecida a cada pessoa só uma vez e o efeito da negação é irreversível. O amor é oferecido raramente e aquele que o nega algumas vezes depois não o encontra mais. Mas a santidade é oferecida a cada pessoa de novo cada dia, e por isso aqueles que renunciam à santidade são obrigados a repetir a negação todos os dias. Isto obriga Mónica a observar uma disciplina severa. Como se diz no circo, «qualquer distracção pode causar a morte do artista». Mónica nunca tem uma distracção. Todos os seus vestidos são bem escolhidos e todos os seus amigos são úteis. Como um instrumento de precisão, ela mede o grau de utilidade de todas as situações e de todas as pessoas. E como um cavalo bem ensinado, ela salta sem tocar os obstáculos e limpa todos os percursos. Por isso tudo lhe corre bem, até os desgostos. Os jantares de Mónica também correm sempre muito bem. Cada lugar é um emprego de capital. A comida é óptima e na conversa toda a gente está sempre de acordo, porque Mónica nunca convida pessoas que possam ter opiniões inoportunas. Ela põe a sua inteligência ao serviço da estupidez. Ou, mais exactamente: a sua inteligência é feita da estupidez dos outros. Esta é a forma de inteligência que garante o domínio. Por isso o reino de Mónica é sólido e grande.

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Ela é íntima de mandarins e de banqueiros e é também íntima de manicuras, caixeiros e cabeleireiros. Quando ela chega a um cabeleireiro ou a uma loja, fala sempre com a voz num tom mais elevado para que todos compreendam que ela chegou. E precipitam-se manicuras e caixeiros. A chegada de Mónica é, em toda a parte, sempre um sucesso. Quando ela está na praia, o próprio Sol se enerva. O marido de Mónica é um pobre diabo que Mónica transformou num homem importantíssimo. Deste marido maçador Mónica tem tirado o máximo rendimento. Ela ajuda-o, aconselha-o, governa-o. Quando ele é nomeado administrador de mais alguma coisa, é Mónica que é nomeada. Eles não são o homem e a mulher. Não são o casamento. São, antes, dois sócios trabalhando para o triunfo da mesma firma. O contrato que os une é indissolúvel, pois o divórcio arruína as situações mundanas. O mundo dos negócios é bem-pensante. É por isso que Mónica, tendo renunciado à santidade, se dedica com grande dinamismo a obras de caridade. Ela faz casacos de tricot para as crianças que os seus amigos condenam à fome. Às vezes, quando os casacos estão prontos, as crianças já morreram de fome. Mas a vida continua. E o sucesso de Mónica também. Ela todos os anos parece mais nova. A miséria, a humilhação, a ruína não roçam sequer a fímbria dos seus vestidos. Entre ela e os humilhados e ofendidos não há nada de comum. in Sophia de Mello Breyner Andresen Contos Exemplares Porto, Figueirinhas, 1996 (29ª ed.).

Etapa 2 Duração: 5 min. Concluída a escuta do áudio, a encerrar o encontro, o catequista sublinha algumas ­ideias-chave: muitas vezes, somos como o Pompeu, o adolescente cujos perfis analisámos no começo do encontro: damos a ver uma imagem que não corresponde ao que experimentamos, pensamos ou sentimos na realidade; é comum servirmo-nos de máscaras que nos defendem e não deixam ver quem somos; é frequente vermos os outros à distância, através das máscaras que eles usam (ou que nós mesmos colocamos a revesti-los); muitas vezes, somos como Mónica. Temos os dias preenchidos de atividades sem valor, vivemos para o aparato, escolhemos as companhias de forma interesseira; a transparência é uma atitude exigente, porque nos revela tal como somos: com virtudes e fragilidades; sendo exigente, a transparência é, porém, profundamente libertadora.

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2º encontro Anúncio da Palavra e Expressão de fé Neste encontro, procuramos com as atividades propostas levar os catequizandos à compreensão de que a pureza de coração requer limpeza do nosso próprio interior e transforma o modo de ver no mundo a presença de Deus.

Material Cartões com as palavras – Palavras claras (disponíveis na pasta de apoio) Leitor de CD/mp3 e colunas Áudio de Mc 7, 6-23 (diretório mp3/audio03 |disponível no CD de apoio) Máscaras de papel (uma por participante) e elásticos Marcadores Cartaz nº 11 “Desmascara-te!” (disponível na pasta de apoio) Canto “Ama, enche este coração” (faixa nº 8 do CD de apoio)

Anúncio da Palavra

Atividade: O que sai de dentro de ti? (1) Duração: 10 min. Para iniciar o encontro, o catequista recorda o encontro anterior, destacando que «a transparência é uma atitude que liberta, revelando aquilo que cada um guarda no seu interior». Sublinhado esse pressuposto, convida o grupo à realização da atividade “O que sai de dentro de ti?”, que todos devem procurar no Livro do Catequizando, e fazer individualmente. O que sai de dentro de ti? Imagina que, por instantes, podias olhar para ti, sem qualquer espécie de filtro, como se analisasses, com visão microscópica, o teu interior. Se, durante um tempo, tu fosses para ti mesmo uma espécie de objeto de estudo, certamente, descobririas o que guardas por dentro. É claro que o desafio, neste caso, é o de veres, com atenção, as palavras, os sentimentos, os pensamentos, os sonhos, as dúvidas, as angústias que reservas em ti… Procura fazê-lo, respondendo às seguintes questões: Se os teus pensamentos se ouvissem, quais seriam? Quais são as tuas emoções mais comuns? Há violências dentro de ti? O que é que as provoca? Quais os teus sentimentos mais frequentes? Quais são os aspetos mais feios que se podem ver dentro de ti? E os mais bonitos? Que tipo de palavras saem de ti? Que género de ações saem de ti? O que sentes ou pensas afeta o teu modo de ver os outros? Se fizesses uma radiografia ao teu coração como o considerarias? Puro ou impuro? Porquê? 158


Depois de algum tempo, procurando assegurar que cada participante realiza a tarefa a sós, o catequista suspende a atividade (que será retomada apenas após a interiorização da Palavra), sem que haja partilha da reflexão com o restante grupo.

Atividade: Palavras claras Duração: 15 min. Etapa 1 Duração: 10 min. O catequista coloca no centro da sala de reunião o conjunto de cartões com as palavras que formam a frase bíblica, desordenada. Em seguida, apresenta aos participantes um desafio para resolver em grande grupo, dizendo: «Há palavras que deixam tudo às claras. Porque são muito transparentes. Quando as ouvimos e quando as vemos, tudo se torna simples de entender. As palavras de Jesus são assim – n’Ele, as palavras são tão esclarecedoras que, às vezes, até preferíamos que não fossem tão nítidas. Este conjunto de palavras forma uma passagem do Evangelho (Mc 7, 15-16) em que Jesus falou com grande ­clareza. O primeiro desafio é ordená-las para descobrir o que Jesus nos diz através delas.» O catequista dá ao grupo alguns minutos para que, em conjunto, possa chegar à formulação correta das frases, formando o excerto que se segue: “Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.” Etapa 2 Duração: 5 min. Com o excerto corretamente ordenado, o catequista prossegue, convidando os participantes a escutar o áudio de Mc 7, 6-23, a passagem do Evangelho em que Jesus disse estas palavras. Respondeu: «Bem profetizou Isaías a vosso respeito, hipócritas, quando escreveu: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Vazio é o culto que me prestam e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos. Descurais o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens.» E acrescentou: «Anulais a vosso bel-prazer o mandamento de Deus, para observardes a vossa tradição. Pois Moisés disse: Honra teu pai e tua mãe; e ainda: Quem amaldiçoar o pai ou a mãe seja punido de morte. Vós, porém, dizeis: «Se alguém afirmar ao pai ou à mãe: ‘Declaro Qorban’ - isto é, oferta ao Senhor - aquilo que poderias receber de mim...», nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe, anulando a palavra de Deus com a tradição que tendes transmitido. E fazeis muitas outras coisas do mesmo género.» Chamando de novo a multidão, dizia: «Ouvi-me todos e procurai entender. Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa tornar impuro. Mas o que sai do homem, isso é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça.»

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Quando, ao deixar a multidão, regressou a casa, os discípulos interrogaram-no acerca da parábola. Ele respondeu: «Também vós não compreendeis? Não percebeis que nada do que, de fora, entra no homem o pode tornar impuro, porque não penetra no coração mas sim no ventre, e depois é expelido em lugar próprio?» Assim, declarava puros todos os alimentos. E disse: «O que sai do homem, isso é que torna o homem impuro. Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos, as prostituições, roubos, assassínios, adultérios, ambições, perversidade, má fé, devassidão, inveja, maledicência, orgulho, desvarios. Todas estas maldades saem de dentro e tornam o homem impuro.»

Atividade: O que sai de dentro de ti? (2) Duração: 10 min. Etapa 1 Duração: 5 min. Depois de terem descoberto as frases e escutado o texto do Evangelho, o catequista recomenda que todos os participantes voltem a olhar para as respostas que escreveram na tarefa “O que sai de dentro de ti?”, no Livro do Catequizando, e as revejam, procurando ser mais transparentes do que aquilo que, porventura, possam ter sido na primeira vez em que se confrontaram com as questões. Etapa 2 Duração: 5 min. Assim que todos tenham concluído a revisão às perguntas, o catequista convida os participantes a colocar-se diante da limpidez das palavras de Jesus no Evangelho e a partilhar as suas conclusões relativamente ao que “sai de dentro de si”. Diz: «Jesus não deixou margem para dúvidas ao dizer que “o que sai do homem é que o torna impuro”. Falou claro. Escutando estas palavras e olhando para a “radiografia” que fizeram ao vosso interior, qual é o vosso balanço sobre o que sai de dentro de cada um de vocês?» O catequista deve esclarecer que ninguém precisa de especificar as respostas que deu às questões da tarefa, podendo apenas partilhar o contraste entre a afirmação de Jesus e o que veem por dentro de si mesmos.

Expressão de fé

Atividade: Desmascara-te! Duração: 25 min. Preparação Antes do encontro, o catequista prepara as máscaras (de acordo com o modelo em anexo, também disponível em ligacoes.net) e prende, nas extremidades, um elástico que servirá para que cada participante possa colocar a sua máscara. Deve preparar uma máscara por cada catequizando e disponibilizar alguns marcadores para que, no momento próprio, os participantes escrevam, decorando as suas máscaras.

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Etapa 1 Duração: 10 min. Terminada a interiorização da Palavra, o catequista apresenta aos participantes as máscaras, em branco, e convida-os a, durante breves momentos, personalizar a sua, escrevendo nelas tudo aquilo que, existindo dentro de si, os impede de serem transparentes. Dá-lhes algum tempo e vai acompanhando o preenchimento das máscaras, enquanto procura que o grupo o faça com a maior autenticidade. À medida que os participantes forem terminando, o catequista vai desafiando cada um a tapar o rosto, usando a máscara. O catequista também faz e usa a sua máscara. Etapa 2 Duração: 10 min. Quando todo o grupo estiver de rosto coberto, o catequista convida todos a permanecer assim e a esforçar-se por criar um clima propício à oração, apesar do aspeto caricato de todos. Assim que sinta que o grupo está sereno, o catequista explica que, em resposta às palavras claras de Jesus, neste encontro, a oração será um desafio a purificar o coração, que será feito com uma forte simbologia: todo o grupo se sentará, formando um círculo em que todos se vejam; o catequista escolherá um participante a quem se vai dirigir, retirando-lhe, delicadamente, a máscara; assim que a máscara lhe for retirada, o catequizando dirá ao catequista: “Vê-me por dentro.” Em seguida, o catequizando desmascarado escolhe outro e, aproximando-se, repete-se todo o ritual. Procede-se, tranquilamente, deste modo, até que o catequista seja o último a ser desmascarado, ficando todos de rosto desvelado. Nesse instante, o catequista, sem qualquer explicação, coloca o cartaz nº 11 “­Desmascara-te!” no centro do grupo e convida todos a responder ao apelo do Senhor, na intimidade do seu coração. Etapa 3 Duração: 5 min. A concluir a oração, o catequista estimula o grupo a escutar e a cantar o canto “Ama, enche este coração”, que se encontra no Livro do Catequizando. Canto “Ama, enche este coração” (Original: Carlos José Martinez Fernández, Misa de la esperanza, Produccines de la Raíz)

Eu te abro a minha casa Eu te entrego minhas mãos meu sorriso, meu desejo minha dor, meu trabalho Eu Te ofereço minha força e também a fraqueza minha alegria e a festa minha riqueza e pobreza. O encontro na Tua mesa com o pão, com o vinho que te entrego, Senhor como oferenda, aceita-a Toma o pouco que sou toma o pobre que sou ama, preenche este coração

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Eu te estendo meus braços Que sustenham o mundo que derrubem fronteiras e que pintem os muros Com um beijo aceso uma flor, com um lírio Toma, aceita os meus olhos quando choram em gritos O encontro na Tua mesa com o pão, com o vinho que te entrego, Senhor como oferenda, aceita-a

Para avaliar Quais as principais dificuldades que detetaste nos catequizandos para aderir a uma atitude mais transparente, superando a pressão para aparentar ser o que não se é? Ao longo de todas estas catequeses sobre as Bem-aventuranças, tens procurado apresentá-las como uma experiência de identificação e proximidade com Jesus ou só tens valorizado o aspeto ético e a responsabilidade pessoal? Como avalias o grau de coesão dentro do grupo?

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Mรกscara

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Índice Introdução............................................................................................................................................................................................................................. 3 Catequese 1 - Grupo? Sim, obrigado!..............................................................................................................................13 Para o Catequista.............................................................................................................................................................14 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 14 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................17 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 17 Atividade: Íman............................................................................................................................................................................................. 17 Atividade: Eu nunca.................................................................................................................................................................................. 18 Atividade: Manifesto de grupo......................................................................................................................................................... 18 Canto: Somos um....................................................................................................................................................................................... 19 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 20 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 20 Atividade: All together now....................................................................................................................................................... 20 Atividade: Somos chamados..................................................................................................................................................... 22 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................... 23 Atividade: Batismo de grupo..................................................................................................................................................... 23 Oração: Juntos... perto de Ti..................................................................................................................................................... 24 Catequese 2 - Quem sou eu?...............................................................................................................................................25 Para o Catequista.............................................................................................................................................................26 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 26 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................29 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 29 Atividade: Descamar a cebola.......................................................................................................................................................... 29 Atividade: O jogo das perguntas.................................................................................................................................................... 31 Atividade: Mudar ou não? Eis a questão................................................................................................................................... 33 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 34 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 34 Atividade: Quem diz Jesus que eu sou?........................................................................................................................... 34 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................... 36 Oração: Agora, rezo eu!................................................................................................................................................................ 36 Atividade: Descobrir-me para ser.......................................................................................................................................... 36 Catequese 3 - Sou um corpo...............................................................................................................................................39 Para o Catequista.............................................................................................................................................................40 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 40 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................42 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 42 Atividade: Pilha humana........................................................................................................................................................................ 43 Atividade: Viagem ao interior do teu corpo........................................................................................................................... 43 Atividade: Na tua pele............................................................................................................................................................................ 44 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 45 Aúncio da Palavra...................................................................................................................................................................................... 46 Atividade: Doentes, cegos, coxos e paralíticos........................................................................................................... 46 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................... 47 Atividade: Senhor, deste-me um corpo............................................................................................................................. 47

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Catequese 4 - Amo a vida.....................................................................................................................................................51 Para o Catequista.............................................................................................................................................................52 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 52 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................54 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 54 Atividade: Batalha de razões de viver........................................................................................................................................ 54 Atividade: Top 3 das maravilhas da minha vida.................................................................................................................. 55 Canto: Maravilhas fez em mim........................................................................................................................................................ 55 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 56 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 56 Atividade: Dar vida às letras..................................................................................................................................................... 56 Expressão de Fé................................................................................................................................................................................. 57 Atividade: Sopro abundante...................................................................................................................................................... 57 Atividade: Estou vivo....................................................................................................................................................................... 57 Catequese 5 - Jesus convida a ser feliz........................................................................................................................61 Para o Catequista.............................................................................................................................................................62 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 62 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................65 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 65 Atividade: Felicidade anunciada...................................................................................................................................................... 65 Atividade: Sinto-me assim quando................................................................................................................................................ 66 Atividade: porque eu sou feliz.......................................................................................................................................................... 67 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 69 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 69 Lectio................................................................................................................................................................................................................... 69 Atividade: Felizes... porque.......................................................................................................................................................... 69 Meditatio........................................................................................................................................................................................................... 70 Atividade: Felicidade anunciada.............................................................................................................................................. 70 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................... 72 Oratio.................................................................................................................................................................................................................. 72 Atividade: Feliz contigo!................................................................................................................................................................ 72 Contemplatio................................................................................................................................................................................................. 72 Atividade: Felizes sereis............................................................................................................................................................... 72 Catequese 6 - Felizes os pobres........................................................................................................................................75 Para o Catequista.............................................................................................................................................................76 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 76 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................78 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 78 Atividade: Dar e tirar............................................................................................................................................................................... 79 Atividade: O país dos poços............................................................................................................................................................... 80 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 83 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 83 Atividade: Corrente Palavrosa................................................................................................................................................. 83 Atividade: Terás um tesouro..................................................................................................................................................... 84 Expressão de Fé.......................................................................................................................................................................................... 85 Atividade: Por um Bem maior................................................................................................................................................... 85 Catequese 7 - Felizes os que choram.............................................................................................................................89 Para o Catequista.............................................................................................................................................................90 Apresentação......................................................................................................................................................................................................... 90 Desenvolvimento..............................................................................................................................................................93 1º encontro - Experiência humana........................................................................................................................................................ 93 Atividade: Memória emocional......................................................................................................................................................... 93 Atividade: Porque permites estas coisas?.............................................................................................................................. 94 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé............................................................................................................. 95 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................... 96 Atividade: Fiz-te a ti!........................................................................................................................................................................ 96 Atividade: És indiferente?............................................................................................................................................................ 97 Expressão de Fé.......................................................................................................................................................................................... 98 Atividade: Mas tu!.............................................................................................................................................................................. 98

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Catequese 8 - Felizes os mansos...................................................................................................................................101 Para o Catequista..........................................................................................................................................................102 Apresentação......................................................................................................................................................................................................102 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................104 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................104 Atividade: E tu, o que é que fazias?..........................................................................................................................................104 Atividade: Anti-frase..............................................................................................................................................................................105 Atividade: Passivos, agressivos ou assertivos?................................................................................................................106 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................108 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................109 Canto: És esperança.....................................................................................................................................................................109 Atividade: Anúncio manso........................................................................................................................................................109 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................111 Atividade: Em surdina..................................................................................................................................................................111 Catequese 9 - Felizes os justos......................................................................................................................................113 Para o Catequista..........................................................................................................................................................114 Apresentação......................................................................................................................................................................................................114 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................116 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................116 Atividade: O jogo das cadeiras......................................................................................................................................................117 Atividade: Livro de Reclamações.................................................................................................................................................119 Atividade: Só reclamas?.....................................................................................................................................................................120 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................121 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................121 Atividade: Um Deus justo..........................................................................................................................................................121 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................122 Atividade: Por um mundo melhor.......................................................................................................................................122 Oração: Ajusta-nos, Senhor!...................................................................................................................................................126 Catequese 10 - Felizes os misericordiosos...............................................................................................................127 Para o Catequista..........................................................................................................................................................128 Apresentação......................................................................................................................................................................................................128 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................131 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................131 Atividade: Estranho fora....................................................................................................................................................................131 Atividade: Abrigo subterrâneo.......................................................................................................................................................132 Atividade: De quem é que eu quero distância?................................................................................................................133 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................134 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................134 Atividade: A parábola do Bom Samaritano, hoje....................................................................................................134 Atividade: A parábola do Bom Samaritano.................................................................................................................137 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................138 Atividade: Amar é ao perto - as obras da misericórdia.....................................................................................138 Canto: Eu queria ser como Tu...............................................................................................................................................140 Catequese 11 - Felizes os puros de coração............................................................................................................145 Para o Catequista..........................................................................................................................................................146 Apresentação......................................................................................................................................................................................................146 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................148 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................148 Atividade: Editar perfil (Eles)..........................................................................................................................................................148 Atividade: Editar perfil (Eu)..............................................................................................................................................................152 Atividade: Barómetro da transparência.................................................................................................................................155 Atividade: Retrato de Mónica.........................................................................................................................................................156 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................158 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................158 Atividade: O que sai de dentro de ti? (1)......................................................................................................................158 Atividade: Palavras claras........................................................................................................................................................159 Atividade: O que sai de dentro de ti? (2)......................................................................................................................160 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................160 Atividade: Desmascara-te!.......................................................................................................................................................160 191


Catequese 12 - Felizes os construtores da paz......................................................................................................165 Para o Catequista..........................................................................................................................................................166 Apresentação......................................................................................................................................................................................................166 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................168 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................168 Atividade: Um mundo de paz..........................................................................................................................................................168 Atividade: Fraturas expostas.........................................................................................................................................................169 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................170 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................171 Canto: Paz............................................................................................................................................................................................171 Atividade: Palavra projetada..................................................................................................................................................172 Atividade: Palavra vivida...........................................................................................................................................................173 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................174 Oração: Senhor, peço-Te... ......................................................................................................................................................174 Catequese 13 - Felizes os fiéis........................................................................................................................................177 Para o Catequista..........................................................................................................................................................178 Apresentação......................................................................................................................................................................................................178 Desenvolvimento...........................................................................................................................................................180 1º encontro - Experiência humana.....................................................................................................................................................180 Atividade: Eu tenho fé em ti!..........................................................................................................................................................181 Atividade: És de compromissos?..................................................................................................................................................182 Atividade: E tu, tens-te confiado a Ele?.................................................................................................................................182 Atividade: Escolhe tu............................................................................................................................................................................183 Atividade: Escolhes?..............................................................................................................................................................................184 2º encontro - Anúncio da Palavra e Expressão de fé..........................................................................................................185 Anúncio da Palavra................................................................................................................................................................................185 Atividade: Deus espera-te........................................................................................................................................................185 Atividade: Correspondes-Lhe?...............................................................................................................................................186 Expressão de fé........................................................................................................................................................................................187 Atividade: Renovação dos votos.........................................................................................................................................187

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