teresa power
os
mistérios da fé evangelização familiar
EDIÇÕES SALESIANAS
Ficha técnica: © 2012. Teresa Power (ntpower@sapo.pt) © Humanidade 21 (www.mogofores.com/portais/humanidade21) © 2012. Edições Salesianas Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 | 4022-001 Porto Tel. 225 365 750 Fax. 225 365 800 edisal.salesianos.pt www.edisal.salesianos.pt Paginação: João Cerqueira Capa: Paulo Santos ISBN: 978-972-690-695-7 DL: 346520/12 Impressão: Edições Salesianas
Prefácio
Na Visita Pastoral realizada na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Mogofores tive a alegria de conhecer as iniciativas pastorais e os caminhos de evangelização daquela Comunidade cristã e pude partilhar o zelo apostólico e a vida próxima do Pároco, Padre José Augusto Fernandes, com as pessoas e com as famílias da Comunidade. Em um dos dias dessa semana de Visita Pastoral pude ainda partilhar, acompanhado do Pároco, uma refeição familiar com o Niall e a Teresa Power e com os seus filhos: António, David, Francisco, Clara e Lúcia, a quem agora se vem juntar a Sara. Ali jantámos, sentados à volta de uma acolhedora mesa de refeição; ali rezámos, reunidos num canto aconchegado da mesma sala, preparado para ser espaço habitual da oração familiar; ali partilhámos uma interessante reflexão sobre o valor da oração e o sentido da fé; ali senti germinar sinais novos e belos a dizer-nos que há famílias felizes, cristãs e cheias de paixão pela Boa Nova de Jesus. A vida cristã desta Família, celebrada todos os dias em oração, afirma-se no testemunho dado no contexto profissional do Niall e da Teresa, e amplia-se dia-a-dia na disponibilidade para as diferentes missões pastorais assumidas na Comunidade. Foi, por isso, com grata alegria e sem qualquer estranheza, que recebi das mãos do Padre José Fernandes este texto nascido a partir da experiência orante desta Família, agora transformada em escola de evangelização. Esta bela iniciativa surgida no aconchego sereno e feliz de uma família cristã, cons truída entre a Irlanda e Portugal, diz-nos que este é caminho possível para muitas famílias e outras comunidades. A Bíblia e o Terço são elementos presentes no canto de oração da casa, bem visível logo de frente a quem entra, e são ponto de partida para a oração que ali diariamente se faz. Compreendemos, assim, que seja a partir dos Mistérios do Rosário, iluminados pela Palavra de Deus e feitos Mistérios da Fé que esta reflexão se desenvolva. A Família é o melhor e primeiro lugar das perguntas como porta que se abre para quem quer «acreditar». Na Família há todo o tempo do mundo para «escutar e para responder». Sabemos igualmente que uma verdadeira Família é sempre berço da vida acolhida e escola única onde melhor se aprende a «ser», a «fazer» e a «pôr em prática de modo coerente os compromissos assumidos para que dia-a-dia, a vida seja «construção sobre rocha firme». A linguagem narrativa do texto mantém a fidelidade substancial à mensagem e corresponde aos destinatários preferenciais – a família, sobretudo as crianças. O Livro mantém, ao longo de todo o texto, o berço em que nasce: ambiente familiar, oração bíblico-mariana, comunicação em género de narrativa intergeracional. 5
Prefácio
Neste Ano da Fé, cinquenta anos após o início do Concílio e setenta e cinco depois da sua restauração como diocese, Aveiro está em Missão Jubilar, que se quer evangelizadora, criativa e mobilizadora de pessoas, famílias e instituições. Queremos, mais do que nunca, estar atentos às inspirações do Espírito e aos testemunhos vivos daqueles que afirmam, proclamam e celebram o sentido e o valor dos Mistérios da Fé e diariamente nos ajudam e ensinam a «rezá-los para aí encontrarmos, por intermédio e intercessão de Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe, o Seu Filho Jesus Cristo, vivo e ressuscitado». No termo de uma etapa diocesana dedicada à Pastoral Familiar e no início da Missão Jubilar, que vamos viver com entusiasmo evangelizador e esperança cristã, agradeço à Teresa Power e à sua Família este Livro e coloco-o no coração de cada leitor e no berço sagrado de cada Família, verdadeira Igreja doméstica, onde os Mistérios da nossa Fé se espelham no amor abençoado dos esposos e na vida dada e recebida de avós, pais, filhos e netos. Estou certo de que desta forma teremos «famílias mais felizes e com mais amor», seremos uma Igreja renovada e evangelizadora e construiremos um mundo melhor. Aveiro, 15 de Agosto de 2012, Solenidade da Assunção da Virgem Maria
+ António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro
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Introdução
A oração cristã e a Bíblia No canto de oração da família Power, onde toda a família reza todas as noites, existem dois elementos principais: a Bíblia e o terço – vários terços, alguns partidos de tanto uso. Para esta família, estes dois elementos são uma verdadeira janela aberta sobre o mistério de Deus e um verdadeiro trampolim para a oração familiar. Foi a partir desta oração, construída ao longo dos anos, que nasceram os “Os Mistérios da Fé”, pela mão da mãe, Teresa. Não é nem um catecismo nem um livro de moral. Foi sim concebido para facilitar o encontro com a Palavra de Deus em todo o tipo de grupos de evangelização, a começar pela família, igreja doméstica. A estrutura de cada Mistério da Fé e a linguagem utilizada permitem a sua adequação a todos os níveis etários e a diferentes caminhadas espirituais. Assim, este livro é um guia valioso para pais, educadores, professores de Educação Moral e Religiosa Católica, catequistas, animadores juvenis, orientadores de grupos de casais, etc. A Bíblia foi escrita depois de ter sido contada de geração em geração ao longo de séculos, através de rimas, poemas, histórias e conselhos fáceis de memorizar e de repetir. O Livro do Deuteronómio deixa-nos uma ordem muito clara de Deus: “Escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é o nosso único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. E trarás no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás muitas vezes a teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em casa ou andando pelos caminhos, quando te deitares ou te levantares” (Dt 6, 4-7). E acrescenta: “Quando amanhã o teu filho te perguntar: ‘Que significam estes mandamentos, estas leis e estes decretos que o Senhor nosso Deus vos prescreveu?’, então responderás ao teu filho” (Dt 6, 20-21). Ainda hoje, os judeus mantêm rituais durante as suas festas e sábados, em que as crianças perguntam aos adultos o porquê de cada celebração. A ordem de Deus, contudo, não se destina apenas ao povo judeu. Ela é também para nós, que queremos educar as nossas crianças na fé cristã. Contudo, entre os cristãos generalizou-se ao longo dos séculos a ideia de que o Antigo Testamento está ultrapassado, porque cheio de violência e com princípios morais duvidosos. O Papa Bento XVI, através das suas catequeses constantes, tem lutado contra esta tendência e afirmado muitas vezes que não podemos entender o Novo Testamento sem conhecer o Antigo. Na casa Power confirma-se esta verdade. Os filhos mais novos adoram escutar as histórias da Bíblia, que os pais contam com palavras simples e ilustrações. Os mais velhos gostam de meditar nas leituras propostas para a Eucaristia de cada dia e gostam de as questionar, para obterem respostas reais. Tanto uns como outros estão acostumados a 7
Introdução
encontrar-se com Deus diariamente, não de forma abstracta e moralizante – “Deus quer que...” – mas nos mesmos pontos de encontro que Deus ofereceu ao seu povo bíblico: hoje, no Sinai; amanhã, junto ao poço de Jacob; depois ainda, a caminho de Jerusalém; agora em casa de Maria e Marta; mais tarde em casa de Zaqueu como na tenda de Abraão. Pouco a pouco, eles dão-se conta de que Jesus é muito mais do que um grande amigo ou um homem extraordinário: Ele é o cumprimento de todas as profecias do Antigo Testamento, Ele é o prometido de Deus desde o início da humanidade, pois n’Ele, “a Palavra encarnou e habitou entre nós” (Jo 1, 14). A oração de Maria e o Rosário Também Maria via no seu Filho esta encarnação visível e amorosa da Palavra de Deus. Assim, perante cada episódio da vida de Jesus, Maria deixava-se deslumbrar e entrava em profunda meditação, repetindo interiormente as passagens das Escrituras Antigas que n’Ele se realizavam. Diz-nos o Evangelho que “Maria guardava todas estas coisas no seu coração” (Lc 2, 51). Quando nos visitou para beatificar os pastorinhos Jacinta e Francisco (13.05.2000), João Paulo II disse na sua homilia às crianças portuguesas: “Pedi aos vossos pais e educadores que vos metam na «escola» de Nossa Senhora”. Foi nesta “escola”, explicou o papa, que Maria ensinou os pastorinhos a rezar o terço todos os dias. É fácil entender porque é que Maria gosta tanto da oração do Rosário: meditando em cada mistério da vida de Jesus, nós contemplamos a encarnação desta bondade de Deus em cada acontecimento concreto da vida do Senhor, iluminados com a luz que brilha desde o Antigo Testamento. Rezando o terço todos os dias, damo-nos conta, no final da semana, de termos acompanhado Jesus ao longo de toda a sua vida, desde o momento em que foi anunciado a Maria até à glorificação de sua mãe. Sem a ajuda dos mistérios do Rosário, corremos o risco – e connosco, os nossos filhos e educandos – de termos de Jesus uma visão parcial, mais de acordo com os nossos gostos pessoais do que com os Evangelhos. Estrutura de “Os Mistérios da Fé” Este livro concretiza, na evangelização, o “desenho antropológico” Humanidade 21, já aplicado à educação e ensino através do Projecto Sofia (www.projectosofia.com). Esta evangelização escrita é complementada por pequenos vídeos de histórias bíblicas – “A Bíblia em família” – publicadas no Youtube (http://www.youtube.com/user/jose49fernandes). Partindo dos mistérios do Rosário, que contemplam e acompanham toda a vida de Jesus, “Os Mistérios da Fé” relacionam o Antigo e o Novo Testamento com simplicidade e clareza, permitindo a cada um escutar a Palavra de Deus e fazer dela a fonte da sua acção e da sua oração. Ao longo do ano litúrgico e ao ritmo do Rosário, a Bíblia vai-se tornando companheira de jornada, iluminando o presente com a Palavra pronunciada há tantos milénios atrás. Nos cinco mistérios gozosos, ou mistérios da alegria, contemplamos a infância de Jesus, desde o dia primaveril em que foi anunciado a Maria e encarnou no seu seio, até à idade de doze anos, em que Jesus Se assumiu como um jovem judeu, filho da Lei de Moisés, capaz de a discutir com os doutores no Templo. Por tudo isto, estes mistérios ajudam-nos a viver o tempo de Advento e de Natal.
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Introdução
Os cinco mistérios luminosos, que João Paulo II profeticamente deixou à Igreja, são especialmente apropriados para acompanhar o Tempo Comum do Ano Litúrgico, pois apresentam-nos Jesus adulto, anunciando o Reino de Deus. O terceiro mistério luminoso, a Pregação de Jesus, permite-nos meditar em todos os encontros com Jesus que não são contemplados nos outros mistérios. Neste primeiro volume escolhemos cinco destes encontros. Muitos mais virão noutros volumes de “Os Mistérios da Fé”. Os cinco mistérios dolorosos falam-nos da paixão de Jesus, pelo que são especialmente adequados ao tempo quaresmal. Quando chega a Páscoa e o coração rejubila com a ressurreição de Jesus, os cinco mistérios gloriosos convidam-nos à alegria plena. Metodologia de cada mistério A metodologia de ensinamento e de interiorização de cada mistério é a adaptação à evangelização das três rotinas da Humanidade 21: desafio a aprender, aprendizagem autónoma, partilha. Cada um dos mistérios é abordado não em três, mas em sete momentos: • Questionar para acreditar • Escutar para responder • Contar para lembrar • Criar para guardar no coração • Fazer para se comprometer • Pôr em prática para construir sobre a rocha • Rezar para encontrar Cada mistério começa sempre com uma ou mais perguntas, segundo o costume bíblico, já citado, do Livro do Deuteronómio: “Quando amanhã o teu filho te perguntar: ‘Que significam estes mandamentos, estas leis e estes decretos que o Senhor nosso Deus vos prescreveu? Então responderás ao teu filho” (Dt 6, 20-21). As perguntas dos filhos são portanto um convite à proclamação da fé dos seus pais. Cada mistério é ilustrado com a passagem do Evangelho correspondente, bem como com uma passagem do Antigo Testamento, onde o mistério já estava profetizado na vida do povo de Israel. Perguntamos, não porque duvidamos, mas porque queremos acreditar. E a Palavra responder-nos-á na mesma profundidade com que a questionarmos. Os adultos encontrarão uma ajuda concreta no ensinamento que acompanha as leituras bíblicas. As crianças precisarão, em especial, da fé dos pais para encontrarem as suas próprias respostas. Os pais podem utilizar ilustrações, vídeos sobre as passagens bíblicas indicadas, Bíblias ilustradas, etc., para adequarem a Palavra ao estádio de desenvolvimento das crianças. Depois de escutarem e meditarem nas passagens bíblicas propostas, os mais novos tornam-se capazes de as recontar aos seus pais ou aos irmãos. Só quando conseguimos comunicar a outrem a Palavra que aprendemos é que ela fica verdadeiramente aprendida. Por isso o Livro do Deuteronómio insiste na repetição, a toda a hora, dos preceitos bíblicos. As perguntas da secção “Contar para lembrar” são um guia para facilitar este recontar da Palavra. 9
Introdução
Como Maria, precisamos depois de nos apropriar das leituras meditadas e “guardá-las no coração” (cf Lc 2, 51), para com elas iluminar a nossa vida real. É ainda importante que registemos os versículos bíblicos mais significativos, ou que fabriquemos um objecto simbólico, ou ainda que memorizemos gestos ou palavras, para melhor nos comprometermos com a Palavra. As duas secções seguintes contêm sugestões para o trabalho com os mais novos. De nada valerá conhecer as Escrituras se não praticarmos os seus ensinamentos. Rezamos os mistérios da vida de Jesus para os vivermos. Diz-nos Jesus: “Quem escuta a minha Palavra e a põe em prática é como o homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha” (Mt 7, 24). Na secção seguinte encontramos sugestões práticas para viver a Palavra meditada. Depois de escutar a voz de Deus através da sua Palavra, chega a nossa hora de Lhe responder, através da oração. Só ela nos permitirá dialogar com este Deus que nos fala e nos interpela e encontrar verdadeiramente a água viva de que temos sede, como Jesus explicou à Samaritana (cf Jo 4). Sentados, como ela, junto ao poço da nossa vida, num momento de calma e silêncio interior, podemos conversar face a face com Aquele que amamos e encontrar o que procuramos. Por isso Jesus insiste: “Pedi e dar-se-vos-á, procurai e achareis, batei e abrir-se-vos-á; pois quem pede recebe, quem procura encontra, e a quem bate, abrir-se-á” (Mt 7, 7-8). Uma oração de obrigado Um grande obrigado e um pedido especial de bênção para a família Power: para a Teresa e seu marido Niall, e para os seus filhos Clara, Francisco, Lúcia, David, António e Sara. Que Maria nos acompanhe a todos nesta viagem de terço na mão, como peregrinos, ao longo da Bíblia. E que todas as famílias cristãs aprendam a meditar na vida de Jesus, que encarnou a Palavra das Escrituras e habitou entre nós. Amen!
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P. José Augusto Fernandes
MistĂŠrios Gozosos
1º Mistério :: Anunciação
Fala, Senhor, que o teu servo escuta! A oração
Questionar para ACREDITAR Nunca ouvi a voz de Deus. Como posso saber se Ele fala comigo?
Escutar para RESPONDER Samuel, ainda menino, exercia o ministério na presença do Senhor, cingido de uma túnica sacerdotal de linho. Sua mãe fazia um pequeno manto que lhe levava cada ano, quando subia com o marido para oferecer o sacrifício anual. O menino Samuel ia crescendo perto do Senhor (1Sm 2, 18-19.21b). O jovem Samuel servia ao Senhor na presença de Eli; naquele tempo, raramente o Senhor falava, e as visões não eram frequentes. Ora, um dia, Eli já estava deitado no seu quarto, a lâmpada de Deus não se tinha ainda extinto e Samuel estava deitado no santuário do Senhor, no lugar onde se encontrava a Arca de Deus. O Senhor chamou: «Samuel! Samuel!» Ele respondeu: «Eis-me aqui!» e correu para onde estava Eli, e disse: «Eis-me aqui, porque me chamaste.» «Não te chamei», disse Eli; «vai deitar-te». Ele foi deitar-se. O Senhor chamou novamente: «Samuel! Samuel!» Levantou-se e foi ter com Eli, dizendo: «Tu me chamaste: aqui estou.» «Eu não te chamei, filho meu», disse Eli; «vai deitar-te.» Samuel não conhecia ainda ao Senhor, e a Palavra do Senhor não lhe tinha sido ainda revelada. O Senhor voltou a chamar Samuel pela terceira vez. Ele levantou-se, aproximou-se de Eli e disse: «Aqui estou, porque me chamaste.» Então Eli compreendeu que era o Senhor que chamava o menino e disse a Samuel: «Vai deitar-te, e se te chamar de novo dirás: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta.’» E Samuel foi deitar-se. Veio o Senhor e ficou ali presente. Chamou, como das outras vezes: «Samuel! Samuel!» e Samuel respondeu: «Fala, que o teu servo escuta» (1Sm 3, 1-10). No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão chamado José, da casa de David; e o nome da virgem era Maria. Entrando onde ela estava, disse-lhe: «Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!» Ela ficou intrigada com essa palavra e pôs-se a pensar qual seria o significado da saudação. O Anjo, porém, acrescentou: «Não temas, Maria! Encontraste graça junto de Deus. Eis que conceberás no teu seio e darás à luz um filho, e tu O chamarás com o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus Lhe dará o trono de David, seu pai; Ele reinará na casa de Jacob para sempre, e o seu reinado não terá fim.» 12
Maria, porém, disse ao Anjo: «Como vai ser isso, se eu não conheço homem algum?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo vai cobrir-te com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado Filho de Deus. Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril. Para Deus, com efeito, nada é impossível.» Disse, então, Maria: «Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!» E o Anjo deixou-a (Lc 1, 26-38). Deus fala com os homens Deus fala com os homens desde que existem homens sobre a Terra. Deus não é silencioso, como hoje em dia se ouve tanta vez dizer. A Bíblia contém milhões de Palavras de Deus! E mesmo depois dos tempos bíblicos, Deus continuou a falar com palavras humanas aos homens, através de revelações privadas, muitas delas reconhecidas pela Igreja, como por exemplo a revelação do Sagrado Coração. A oração de Samuel O jovem Samuel vivia na Casa do Senhor em Silo, junto do sacerdote Eli e respectiva família. Sua mãe, Ana, oferecera-o a Deus quando ele era ainda criança, em acção de graças por Deus ter curado a sua infertilidade. Ana visitava o seu menino e levava-lhe um manto novo, feito por ela, todos os anos. Apesar de viver longe de casa, Samuel sentia-se amado e aprendia, com o exemplo da sua mãe, a dar a Deus o primeiro lugar. E no silêncio do seu coração, Samuel aprendia a rezar. Certa noite, Samuel ouviu uma voz que o chamava. Pensou tratar-se de Eli e correu ao seu quarto. Mas não fora Eli! Confuso, Samuel deitou-se novamente. Por três vezes Samuel correu ao quarto de Eli, por três vezes Eli lhe respondeu que não o chamara. Por fim, Eli deu a Samuel o conselho que iria mudar a sua vida: quando a voz o voltasse a acordar, Samuel deveria responder: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta”. Samuel entendeu. Ele sabia bem que “servo de Deus”, no contexto bíblico, é alguém a quem o Senhor entrega uma missão a cumprir, e que a cumpre até ao fim. Chegara a hora de também ele participar no grande projecto de Deus para Israel. Por isso obedeceu a Eli. E Deus falou, não uma, mas muitas vezes, ao longo de toda a sua vida. Samuel tornou-se um grande profeta, anunciando a Palavra de Deus com coragem e persistência. A oração de Maria A Tradição diz-nos que Maria cresceu numa família piedosa, semelhante à família de Samuel. Os seus pais, Joaquim e Ana, consagraram-na ao Senhor quando ainda era pequenina, habituados a dar a Deus o primeiro lugar. Maria aprendeu desde menina a escutar a voz de Deus em seu coração e a responder-Lhe como Samuel: “Fala, Senhor, que a tua serva escuta”. Um dia, a jovem Maria foi visitada por um anjo, que lhe comunicou o chamamento de Deus. Maria entendeu muito pouco, mas entendeu o suficiente: Deus precisava dela para realizar uma missão grandiosa, que a 13
ultrapassava. Chegara o momento de se tornar verdadeiramente serva do Senhor, colaborando neste grande projecto de Deus. E por isso, Maria respondeu alegremente: “Eis a serva do Senhor.” A voz de Deus Mas como podemos nós, que não vivemos nos tempos bíblicos nem recebemos revelações privadas, ouvir Jesus? Será que podemos também escutá-Lo como Samuel e Maria? Será que podemos ouvir a sua voz, como Jesus prometeu: “As minhas ovelhas conhecem a minha voz?” (Jo 10, 4). Ou será a nossa oração um monólogo? Deus tem poder para chamar quem quiser, por muito longe d’Ele que estejamos. Contudo, a história de Samuel e a história de Maria mostram-nos que Deus gosta de chamar aqueles que se habituaram a dar-Lhe o primeiro lugar. Nas famílias de Samuel e de Maria, nada era mais importante do que Deus. Será que nas famílias cristãs há um lugar para Deus? Se sim, que lugar é esse – o último, quando nos sobra um bocadito de tempo ao fim do dia, ou o primeiro? Para os judeus, naquele tempo como hoje também, o lugar de oração por excelência é a família. Assim o ensina o Livro do Deuteronómio: “Escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Amarás o Senhor teu Deus com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças. E trarás no teu coração todas estas palavras que hoje te ordeno. Tu as repetirás muitas vezes a teus filhos e delas falarás quando estiveres sentado em casa ou andando pelos caminhos, quando te deitares ou te levantares” (Dt 6, 4-8). Cumprindo o mandato de Deus, as famílias judias meditam diariamente as Escrituras, memorizam os salmos, narram as histórias dos profetas, dos reis e dos patriarcas. Pouco a pouco, a Palavra de Deus vai sendo gravada nos corações. Como as famílias judias, como os pais de Samuel e de Nossa Senhora, somos chamados a usar toda a nossa criatividade para construirmos lares fiéis ao Senhor, com tempo para a oração, para que também os nossos filhos aprendam a reconhecer a voz de Deus. Precisamos de ler e reler a Bíblia e de narrar as suas histórias aos mais pequeninos, servindo-nos de tudo o que os possa ajudar a memorizar e a guardar no coração: ilustrações, gestos, encenações, repetições. Precisamos de rezar os salmos que exprimem as emoções e vivências humanas e as entregam a Deus; precisamos de meditar nos mistérios da vida de Jesus, na companhia de quem melhor os entendeu – Maria – através da oração do Rosário. Precisamos de conhecer a voz de Deus. A nossa oração Sem este esforço diário para aprender a escutar a voz de Deus, a oração será realmente um monólogo, cheio de palavras nossas, mas vazio da voz do Senhor. Quando a Palavra de Deus fizer parte do nosso dia, dar-nos-emos conta de que Deus fala no nosso coração. Às vezes é um verso de um salmo que nos faz chorar ou sorrir, outras vezes é a narrativa de um encontro de Jesus com um leproso, um pecador ou um amigo que de repente 14
realiza o nosso encontro pessoal com Ele. E a partir daí surge o diálogo sincero, coração a coração. Samuel precisou de quatro chamamentos para finalmente perceber que era o Senhor quem falava. E nem por isso Deus Se impacientou! Também o anjo esperou pela resposta de Maria, na anunciação. Só depois a deixou. Deus continuará a chamar-nos com toda a paciência, e todas as vezes que forem necessárias, até obter de nós uma resposta. Talvez precisemos, como Samuel, de pedir ajuda a um sacerdote, para termos a certeza de que Deus nos chama a realizar determinada missão. Talvez precisemos, como Maria, de colocar algumas questões, para percebermos melhor. Aceitemos o dom de nos tornarmos servos, colaboradores especiais de Deus; dêmos espaço à oração e à Palavra na nossa vida; e quando o Senhor chamar, respondamos com alegria e entusiasmo: “Eis o servo do Senhor.” “Fala, Senhor, que o teu servo escuta.” Amen!
Contar para LEMBRAR Como é que Deus falou a Samuel? Como é que Deus falou a Maria? Como eram as famílias de Samuel e de Maria? O que nos ensina o Livro do Deuteronómio sobre o papel da família? Como podemos nós hoje escutar a voz de Deus? Como podemos nós hoje conversar com Deus? O que significa “servo de Deus”?
Criar para GUARDAR NO CORAÇÃO Deus fala comigo quando Lhe dou essa oportunidade. Vou imaginar um diálogo entre mim e Jesus. Posso escrever a nossa conversa ou desenhar o nosso encontro.
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Fazer para SE COMPROMETER Samuel disse: “Fala, Senhor, que o teu servo escuta.” Maria disse: “Eu sou a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E eu? Vou fazer um marcador bonito para a minha Bíblia, com a minha própria resposta a Deus, que me fala na sua Palavra.
Pôr em prática para CONSTRUIR SOBRE A ROCHA Hoje vou marcar uma nova rotina na minha vida: a oração diária. Vou marcar uma hora certa no meu dia para rezar, e ser fiel ao encontro marcado com Deus. Vou rezar todos os dias às ___________ horas.
Rezar para ENCONTRAR 1. Cântico a Maria. 2. Jesus! Hoje quero ouvir a tua voz, como Tu prometeste. Tu falas no silêncio do meu coração e chamas-me pelo nome com amor. Ajuda-me a responder-Te sempre que sim a tudo o que pedires. Eis aqui o teu servo! Amen! 3. Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória.
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2º Mistério :: A Visitação
De Isaac a Jesus A alegria do Reino
Questionar para ACREDITAR O mundo está tão mal, a vida é tão dura para tanta gente! Que razões tenho eu para ser alegre? Não será a alegria um sinal de falta de maturidade?
Escutar para RESPONDER “Deus disse a Abraão: «A tua mulher Sarai, não mais a chamarás de Sarai, mas seu nome é Sara. Eu a abençoarei, e dela te darei um filho; eu a abençoarei, ela se tornará mãe de nações, e dela sairão reis de povos.» Abraão caiu com o rosto por terra e pôs-se a rir, pois dizia a si mesmo: «Acaso nascerá um filho a um homem de cem anos, e Sara que tem noventa anos dará ainda à luz?»(Gn 17, 15-17). O Senhor perguntou a Abraão: «Onde está Sara, tua mulher?» Ele respondeu: «Está na tenda.» O Senhor disse: «Voltarei a ti no próximo ano. Então tua mulher Sara terá um filho.» Sara escutava, na entrada da tenda, atrás dele, e riu-se no seu íntimo, dizendo: «Agora que estou velha e velho está também o meu senhor, terei esta alegria?» Mas o Senhor disse a Abraão: «Porque se ri Sara? Acaso existe algo impossível a Deus?» Sara desmentiu: «Eu não ri», disse ela, porque tinha medo. Mas Ele replicou: «Sim, tu riste» (Gn 18, 9-15). “O Senhor visitou Sara, como dissera, e fez por ela como prometera. Sara concebeu e deu à luz um filho, e Abraão deu-lhe o nome de Isaac. E disse Sara: «Deus deu-me motivo de riso, todos os que o souberem rirão comigo»” (Gn 21, 1-3. 6). “Rejubila, filha de Sião, solta gritos de alegria, Israel! Alegra-te e exulta de todo o coração, filha de Jerusalém! O Senhor revogou a tua sentença, eliminou o teu inimigo. O Senhor, o Rei de Israel, está no meio de ti, não verás mais a desgraça. Naquele dia, será dito a Jerusalém: Não temas, Sião! Não percas a coragem! O Senhor teu Deus está no meio de ti como poderoso salvador! Ele vibra de alegria por tua causa, Ele renova-te por seu amor, Ele regozija-Se por causa de ti com gritos de alegria, como nos dias de festa” (Sof 3, 14-18). “Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se à pressa a uma cidade de Judá. Entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Ora, quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu-lhe no ventre e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com um 17
grande grito, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite? Pois quando soou em meus ouvidos a voz da tua saudação, a criança saltou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!» Maria disse então: «A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito exulta de alegria em Deus meu salvador»” (Lc 1, 39- 46). A alegria de Sara e Abraão Há cerca de 4000 anos atrás, Deus decidiu aproximar-Se da humani dade formando e educando um povo no seu amor. Através deste povo, Deus pretendia revelar no mundo e na História o seu rosto e atrair a Si todas as nações. Para pai e fundador deste povo, Deus chamou Abraão, que vivia na Mesopotâmia. Prometeu-lhe uma terra fértil e extensa (cf. Gn 13, 14-15) e uma descendência mais numerosa do que a areia da praia ou as estrelas do céu (cf. Gn 22, 17). Abraão abandonou a sua terra, a sua casa e tudo o que conhecia e partiu para onde o Senhor lhe indicara, na companhia de Sara, sua mulher. Contudo, os anos foram passando, e a promessa não se cumpria. Teria Deus mentido? Teria Deus mudado de ideias sem avisar? Noite após noite, ano após ano, Abraão contemplava as estrelas, e esperava. Um dia, por fim, Deus visitou Abraão na sua tenda. Como é bonita a relação de amizade entre os dois! Abraão e Deus conversam como amigos, e contudo, Abraão nunca se esquece de que está diante do Santo dos Santos, do Senhor dos Senhores, a Quem tudo deve e a Quem sempre quer servir. Assim, numa atitude de confiança e de respeito, Abraão escutou a Palavra de Deus, enquanto Sara preparava a refeição. E foi então que a grande notícia chegou: dentro de um ano Sara seria mãe! A boa nova provocou primeiro o riso de Abraão, depois o riso de Sara, e finalmente, quando o bebé nasceu, o riso de todos os amigos e de todos os vizinhos. O bebé chamou-se Isaac, que significa, “Deus sorriu-me”, e por isso, sempre que Sara ou Abraão pronunciavam o seu nome, relembravam a fidelidade de Deus para com eles. É que este riso não é um riso trocista, nem um riso de falta de fé; é antes um riso de espanto, deslumbramento e alegria. Deus cumpria a sua promessa, e esse cumprimento era fonte de admi ração e de alegria para toda a humanidade, pois aquele bebé pequenino e indefeso era o início de uma grande história de amor entre Deus e o homem. A alegria de Deus E este sorriso de Deus continuou a abençoar a história do povo escolhido ao longo dos dois mil anos que se seguiram ao nascimento de Isaac. Os profetas não se cansavam de proclamar que Deus é fonte de alegria, de vida e de amor, e que onde Deus está, não há tristeza. Deus é de tal maneira alegre, que até canta e dança de alegria cada vez que pensa em nos salvar, em nos atrair para Si, em nos fazer entrar no Reino. Ele sorri-nos, como diz o nome de Isaac, e alegra-Se connosco. Quantas vezes imaginamos Deus zangado! Mas agora os profetas vêm dizer-nos que Deus nos sorri, que Deus 18
nos criou para fazer uma festa connosco! Deus, diz-nos a Bíblia, gosta de nos visitar na nossa tenda, e por nós, Ele dança de alegria. A alegria de Isabel e João Baptista Dois mil anos passaram, e eis que um outro bebé vai encher de sorriso uma mãe grávida e o seu filho ainda por nascer: Isabel e João Baptista percebem que Jesus, escondido no ventre de Maria, é a imagem visível do enorme sorriso de Deus sobre a humanidade. Isaac trouxera ao mundo uma promessa; Jesus vinha cumpri-la. Isaac fora o primeiro anúncio da encarnação do Filho de Deus, o primeiro sinal visível de que Deus está entre nós. Por isso Jesus dirá mais tarde: “Abraão, vosso pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz»(Jo 8, 56). Em Jesus, este Deus que gostava de entrar na tenda de Abraão, este Deus que gostava de dançar e cantar com o seu povo, torna-Se um de nós, habita definitivamente a nossa tenda, e faz festa com a humanidade. É isto o Reino de Deus, que já está entre nós (cf. Mt 4, 17). Ao proclamar a nova lei do seu Reino, Jesus falou em “bem-aventurados” (cf. Mt 5, 1-12), que significa “felizes”. A alegria de Maria E o Reino de Deus começou no seio de Maria. Foi ela a primeira bem‑aventurada, a primeira feliz, como Isabel a proclamou. Foi ela a primeira a deixar-Se visitar por Deus como Abraão e Sara fizeram, não já numa tenda de tecido, mas na tenda da sua vida, do seu corpo e do seu coração. Foi ela a primeira a viver a grande festa do encontro amoroso entre Deus e o homem. Nela cumpriu-se a Palavra que diz: “O Senhor teu Deus está no meio de ti como poderoso salvador!” Por isso, Maria exultou de alegria e não conseguiu deixar de cantar e louvar o Senhor. O Magnificat, que Maria recriou a partir dos salmos de louvor que sabia de cor e que todos os dias rezava, é a belíssima expressão da sua alegria. Certamente que a sua casinha de Nazaré vibrava de alegria, durante toda a infância de Jesus. E quando, um dia, Jesus ressuscitado subiu para o Pai, foi Maria quem continuou a reunir os Apóstolos em alegre oração. A alegria cristã Maria foi a primeira mensageira de Deus a levar esta festa aos outros. Onde Maria chega, chega a alegria da salvação, que faz João Baptista saltar no seio de sua mãe. Ainda hoje, os lugares de peregrinação marianos são lugares de alegria autêntica. Onde não está Deus, não há alegria. A ausência de Deus e o pecado geram tristeza, ódio e medo. A História mundial dá disso exemplos inumeráveis. Mas onde Jesus está, a alegria acontece e torna-se contagiosa. Isabel pressentiu a presença de Jesus na saudação de Maria, e ficou tão cheia de alegria, que até o seu filho no útero saltou jubilante. Certamente que Zacarias experimentou igual alegria, bem como todos os seus vizinhos e amigos.
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Maria levou a alegria a uma aldeia inteira, porque levou Jesus escondido dentro dela. A Madre Teresa de Calcutá insistia com as suas missionárias para que nunca deixassem de ser alegres e de sorrir para os pobres, pois sem alegria não se dá Jesus a ninguém. S. Francisco de Assis cantava e pulava de alegria muitas vezes, mesmo descalço ao frio e com fome; e como eles, muitos outros santos ficaram conhecidos pela alegria contagiante que foram capazes de manter mesmo no meio dos mais terríveis sofrimentos. Quem tem Jesus dentro de si, tem dentro de si também a fonte da alegria. A partir de Jesus, o Reino de Deus já está entre nós. Mesmo que à nossa volta reine o ódio, o egoísmo, o sofrimento, a pobreza; mesmo que tudo pareça correr mal e não encontremos sentido para nada; mesmo assim, sabemos que um dia o amor triunfará, um dia a História da humanidade e de cada homem que assim quiser terá um final feliz, pois Deus já cumpriu a sua promessa e deu-nos Jesus. Cada vez que recebemos um sacramento, sobretudo a Eucaristia, cada vez que rezamos, Deus visita-nos nas nossas tendas, sorri-nos com amor e faz a festa acontecer! Como Isabel, João Baptista, Sara, Abraão e Maria, exultemos de alegria e enchamo-nos de riso! Depois, levemos connosco Jesus para todos os lugares e tempos da nossa vida. Que aqueles que nos rodeiam sejam visitados por Jesus de cada vez que se encontrarem connosco, e possam receber nas suas vidas o grande sorriso de Deus! Amen!
Contar para LEMBRAR Qual a promessa de Deus a Abraão? Como se chama o filho de Abraão e Sara? Porquê? Porque é que João Baptista ficou cheio de alegria? O que é o Reino de Deus? Quem é que Maria leva consigo?
Criar para GUARDAR NO CORAÇÃO Já reparei certamente que no mundo há lugares de alegria e lugares de tristeza. Vou dar exemplos de como o pecado traz tristeza ao mundo, e exemplos de como Jesus traz alegria:
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Fazer para SE COMPROMETER Ouvimos falar muito de Deus zangado, mas pouco de Deus sorridente, a cantar e a dançar de alegria por nossa causa! Para não me esquecer de que Deus me sorri, vou fazer uma pagela para trazer comigo com a frase que explica o nome de Isaac: “Deus sorriu-me”, e ilustrá-la a meu gosto.
Pôr em prática para CONSTRUIR SOBRE A ROCHA Esta semana vou levar alegria aos outros. Todos os dias vou fazer pelo menos uma coisa que faça alguém mais feliz. Vou escrever aqui o que fiz em cada dia: Domingo:
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Segunda-feira:
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Terça-feira:
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Quarta-feira:
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Quinta-feira:
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Sexta-feira:
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Sábado:
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Rezar para ENCONTRAR 1. Cântico. 2. Jesus, sei que estás aqui. Nem sempre me lembro de como é bom estares sempre comigo! Vou deixar-me inundar por esta alegria!... Onde queres, Jesus, que eu Te leve?... Jesus, ajuda-me a espalhar a tua alegria por todo o lado! 3. Pai-Nosso, dez Ave-Marias, Glória.
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Índice Prefácio.............................................................................................................................................................................5 Introdução........................................................................................................................................................................7 Mistérios Gozosos................................................................................................................................................... 11 1º Mistério :: Anunciação Fala, Senhor, que o teu servo escuta!..................................................................... 12 2º Mistério :: A Visitação De Isaac a Jesus...................................................................................................... 17 3º Mistério :: O nascimento de Jesus Do pastorinho David ao Menino Jesus.................................................................... 22 4º Mistério :: A Apresentação no Templo Das primícias à Eucaristia ...................................................................................... 27 5º Mistério :: A Perda e o Encontro de Jesus no Templo Do Jardim do Paraíso ao Templo de Jerusalém..................................................... 32
Mistérios Luminosos................................................................................................................................................37 1º Mistério :: O Baptismo de Jesus Do bebé Moisés aos nossos bebés.......................................................................... 38 2º Mistério :: As bodas de Caná De Isaac e Rebeca ao sacramento do Matrimónio.................................................. 43 3º Mistério :: A pregação de Jesus Creio em Deus Pai, Criador..................................................................................... 48 3º Mistério :: A pregação de Jesus De Oseias à Samaritana ......................................................................................... 53 3º Mistério :: A pregação de Jesus De David a Jesus...................................................................................................... 58 3º Mistério :: A pregação de Jesus Da Arca da Aliança à entrada triunfal em Jerusalém ............................................ 63 3º Mistério :: A pregação de Jesus De Rute aos discípulos de João Baptista................................................................ 68 4º Mistério :: A Transfiguração de Jesus Do Sinai ao Tabor .................................................................................................... 73 5º Mistério :: A Eucaristia Da caminhada no deserto à caminhada para Emaús.............................................. 78
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Mistérios Dolorosos................................................................................................................................................. 83 1º Mistério :: A agonia de Jesus Do lagar ao vinho novo............................................................................................. 84 2º Mistério :: A flagelação de Jesus A Rocha do deserto e o sangue da Eucaristia......................................................... 89 3º Mistério :: A coroação de espinhos De Saul a Jesus....................................................................................................... 94 4º Mistério :: O caminho da Cruz Do Yom Kippur ao sacramento da Penitência – de Jonas a Jesus........................ 100 5º Mistério :: A morte de Jesus na cruz Da oração de Abraão à de Jesus e à da Igreja....................................................... 105
Mistérios Gloriosos..................................................................................................................................................111 1º Mistério :: A ressurreição de Jesus Da Arca de Noé à Barca de Pedro.......................................................................... 112 2º Mistério :: A Ascensão de Jesus Moisés, Santo Estêvão e a Terra Prometida.......................................................... 117 3º Mistério :: Pentecostes Do Sinai ao Cenáculo.............................................................................................. 122 4º Mistério :: A Assunção de Maria De Eva a Maria........................................................................................................ 127 5º Mistério :: A Coroação de Maria Rainha do Céu e da Terra De Judite à mulher do Apocalipse.......................................................................... 132
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