Juan Jáuregui
Os domingos do Advento e do Natal
Ano B
Edições Salesianas
© Juan Jáuregui. 2011 © Editorial CCS. 2011 © Edições Salesianas 2011 Rua Dr. Alves da Veiga, 124 Apartado 5281 4022-001 Porto www.edisal.salesianos.pt edisal@edisal.salesianos.pt Tel. 225 365 750 Fax. 225 365 800 Tradução: Rui Alberto Paginação: João Cerqueira Capa: Paulo Santos Impressão: Edições Salesianas ISBN: 978-972-690-655-1 D.L.: 334286/11
Introdução Outra vez? Sempre o mesmo. É verdade. Cá estamos a começar de novo o Advento. Mas, que seja sempre o mesmo já depende de nós. Também se poderia dizer em cada manhã: Outro dia? Outro dia a mesma coisa? Que cada dia seja igual ao anterior já depende de cada um de nós. Na realidade, cada dia, por mais que nos pareça igual ao anterior, é totalmente diferente. Também o rio que corre é o mesmo mas a água é sempre nova. E o calor de cada dia é sempre novo. E o frio também. Que este Advento nos pareça igual ao do ano passado depende de cada um de nós. Porque as esperanças são novas. As dificuldades que enfrentamos são também novas. Os jornalistas entrevistaram um pugilista e perguntaram-lhe: “Tens algum golpe novo para este combate?” E ele respondeu, com algum humor: “Sim. Todos os murros que vou dar e que vou receber são novos porque nunca os dei nem nunca os recebi.” Não esqueçamos que o Advento é um mundo de possibilidade que temos pela frente. Por isso, o grande grito deste primeiro domingo é “Vigiai” porque “não sabeis quando virá o dono da casa, se ao entardecer, à meia-noite ou ao amanhecer.” Ninguém vigia o passado que já passou e já não existe. Vigiamos diante do que está para vir. A vigilância olha sempre para o futuro. Um futuro que, por um lado depende de Deus e, por outro, depende de nós. Porque uma coisa é o que Deus deseja que acontecesse em cada um de nós neste tempo de Advento e outra coisa é o que fazemos nós para que algo aconteça.
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Não é apenas um Advento de Deus, do que Deus anuncia e promete. É que nós mesmos somos um advento; o nosso escreve-se com minúscula porque o nosso futuro humano e espiritual depende sempre de cada um de nós. Haverá quem já não espera nada. Haverá quem espera algo de novo mas ainda duvidando. E haverá aqueles que esperam o novo e dedicam a sua vida a criá-lo já agora. S. João diz-nos que “sabemos o que somos agora mas ainda não sabemos o que seremos.” Todos sabemos onde estamos mas não sabemos onde estaremos este Natal. Possivelmente a morar na mesma casa e com o mesmo trabalho. Mas em que momento da tua vida estás hoje e em que momento estarás na noite de Natal? Onde está Deus, hoje, na tua vida? Onde estará Deus na tua vida neste Natal? Há que estar atento porque antes que Deus chegue ao presépio, Deus continua a chegar cada dia à nossa vida. Só precisamos de uma coisa: de estar atentos não apenas à vinda do Deus feito Menino mas também às vindas de Deus feito chamamento e convite nos nossos corações. Este livro que tens nas mãos é fruto das propostas litúrgicas de muitos anos desenvolvidas em pequenas aldeias da diocese de Santander. Aqui há a vida de fé da gente simples que nas celebrações litúrgicas soube alimentar a sua fé e o seu compromisso de cristãos. Não é pior nem melhor do que muitas outras coisas que se vão fazendo por aí. É diferente. E nisto está o atraente destes materiais. Oxalá desperte nos leitores o entusiasmo por cuidar cada vez mais das nossas celebrações litúrgicas.
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Pendurada está a minha esperança de um fio pendurado do céu… E eu sei que o Senhor, romperá a distância infinita para deixar uma marca no chão da terra onde caminhamos olhando para ver se há algo mais além ou se tudo acaba por aqui… Deus virá sem tardar…
Advento
1º Domingo do Advento I. Ritos
iniciais
oo Monição inicial A Queridos amigos, começamos este novo ano litúrgico B com um Evangelho simples mas cheio de vida. A primeira coisa a destacar seria o gosto que Deus tem em esconder-Se e aparecer! Quando éramos pequenos, gostávamos de brincar às escondidas. Será que Deus também gosta de jogar às escondidas? Ele diz que Se vai embora mas fica; diz que está aqui e não O vemos. A segunda coisa a salientar é que o Evangelho nos fala de um Jesus que se vai, mas não definitivamente, porque regressa. O que acontece é que não nos diz quando regressará, nem em que dia nem a que horas. A terceira ideia é que enquanto Ele Se vai, deixa-nos uma tarefa. Por isso mesmo, esperar o seu regresso, não é estar parados como quem espera aborrecido que chegue o autocarro. Também não é começarmos a dormir a sesta à espera que Ele toque à campainha para nos acordar. Esperar Jesus é comprometermo-nos com a tarefa que Ele nos deixou. E esta tarefa é arranjar a casa, limpá-la, pintá-la se necessário, para que, quando regressar, a encontre bonita. É a tarefa de consertar o mundo, consertar a família e, sobretudo, consertar a Igreja. Quando regressar, Jesus não quer encontrar o mundo como Ele o deixou, nem a família, nem a Igreja. Por isso, o apelo a estarmos vigilantes significa estar bem acordados e empenhados nas nossas tarefas. 8
oo Monição inicial B Entrar no Advento é entrar numa história em que o “programa” é Deus. O momento e a hora de Deus não dependem de nós mas de Deus. Temos a tentação de programar a Deus, de “mandar” em Deus, de “ditar” a Deus o que tem de fazer e quando o tem de fazer. S. Marcos apresenta-nos Deus como alguém que “se vai” e nos deixa sozinhos. Cada um tem o seu trabalho, os seus dons, as suas tarefas para cumprir. A ausência de Deus dura pouco tempo, mesmo que as nossas pressas nos levem a pensar que dura demais. A espera parece-nos “interminável”. Custa-nos aprender que Deus não tem pressa. Deus tem sempre a sua hora. Este Advento pode ser a hora de Deus para os que vigiam.
oo Monição inicial C Não é altura para adormecer. Há que estar bem acordado e “vigiar” como nos propõe Jesus. Quando o despertador indica a hora de nos levantarmos, começa para nós um dia novo. Cada hora é um futuro. Cada hora nova pode ser cheia de coisas maravilhosas se temos o coração em vigia.
oo Saudação Sacerdote: O Senhor que nos vem salvar esteja convosco.
oo Rito da coroa do Advento Acendemos a primeira vela da coroa do Advento, no nosso caminho para o Natal. Jesus, que é a luz, nos ilumina.
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Alguém da assembleia acende uma vela da coroa do Advento. Entretanto, pode-se cantar outra estrofe do canto de entrada ou rezar esta oração: Sacerdote: Acendemos, Senhor, esta luz na nossa primeira semana de Advento. Queremos levantar-nos para esperar acordados por Ti, porque Tu nos trazes a luz mais clara, a paz mais profunda e a alegria mais verdadeira. Vem, Senhor Jesus!
oo Rito penitencial A Sacerdote: Olhai, levantai a cabeça, anunciam um ano de graça do Senhor. Leitor: Porque confiamos mais em nós que em Deus. Senhor, tem piedade de nós. Leitor: Porque alimentamos esperanças pequenas. Cristo, tem piedade de nós. Leitor: Porque nos sentimos salvos pelas coisas. Senhor, tem piedade de nós. Sacerdote: Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
oo Rito penitencial B Sacerdote: Se olharmos para a nossa vida nem tudo está bem. Há sempre falhas e egoísmos. Este é o momento de pedir perdão a Deus e aos irmãos. Leitor: Por vezes a preguiça domina a nossa vida e não nos deixa trabalhar nem ajudar os outros. Senhor, tem piedade de nós.
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Leitor: Por vezes deixamos de lado a nossa vida como cristãos e vivemos como pagãos. Cristo, tem piedade de nós. Leitor: Por vezes perdemos a esperança de fazer uma sociedade melhor e dizemos que não há nada a fazer. Senhor, tem piedade de nós.
oo Rito penitencial C Sacerdote: Na presença de Deus, pequenos e grandes, confessamos a nossa debilidade, confessamos que precisamos de Deus. Leitor: O nosso coração endureceu, como se fosse feito de pedra. Senhor, tem piedade de nós. Leitor: Escutamos só o que nos interessa e a tua palavra torna‑se difícil. Cristo, tem piedade de nós. Leitor: Vem-nos a vontade de sermos deuses, de viver à margem de Ti. Senhor, tem piedade de nós.
oo Oração Senhor, Tu nos ofereces este tempo de Advento como um tempo de esperança. Como tempo para Te esperar a Ti que não saberemos quando voltarás. Como tempo para Te esperar a Ti sem nos deixarmos a dormecer. Pedimos-Te que nos mantenhas acordados, atentos à tua chegada. Atentos quando toques à porta dos nossos corações. Atentos aos acontecimentos que também nos falam de Ti. Atentos aos sinais que temos de aprender a ler com olhos de fé. 11
Temos medo que chegues e que não Te vejamos. Que che gues e não Te encontremos. Que chegues e que nos afastemos, porque estamos distraídos e não nos apercebemos de nada.
II. Liturgia da Palavra oo Monição às leituras Durante toda a semana escutámos muitas notícias de todo o género. Neste momento, vamos fazer um esforço por escutar a Deus, através da sua Palavra. De certeza que, se estivermos atentos, Ele tem algo para nos comunicar.
oo Primeira Leitura Profeta Isaías 63, 16b-17.19b; 64, 1.2b-7
oo Monição ao Salmo Apesar de tudo o que Deus fez connosco, nem sempre agimos bem. Precisamos que Deus nos restaure, como uma obra de arte danificada pelo mau uso.
oo Salmo Responsorial Salmo 79, 2ac e 3b.15-16.18-19
oo Segunda Leitura Primeira carta de S. Paulo aos Coríntios 1, 3-9
oo Monição ao Evangelho O Evangelho de hoje fala-nos de estar acordados, vigilantes. Porque o Senhor vem sem avisar. Pode vir à primeira hora ou à última. Pode vir como ventania ou como brisa. Pode vir 12
como mendigo ou como imigrante. Pode vir como doente, como criança ou como idoso. Mas vem sempre como amigo e como dom.
oo Leitura do Evangelho S. Marcos 13, 33-37
oo Homilia A O tempo de Advento que hoje inauguramos é um tempo rico de ideias e motivações que nos podem ajudar a dar à nossa vida um novo impulso. Contemplamos a figura de Jesus que vem ensinar-nos como devemos viver, precisamente partilhando a nossa vida. Se estamos desejosos de mudar, se vivemos a esperança de que o nosso mundo pode e deve ser melhor; se procuramos com ansiedade e alegria metas que nos ajudem a realizarmo‑nos plenamente como pessoas… estamos em sintonia com o Advento. Não podemos esperar “algo” alheio a nós e vindo do exte rior; esperamos Alguém que está muito dentro de nós e a quem temos de descobrir. Por isso é importante começar este tempo numa atitude de alerta, como nos indica o texto do Evangelho que acabámos de escutar: Vigiai! Vigiai porque há muitas coisas que admirar. Que terrível é acostumar-se! Andamos pela vida endurecidos, insensíveis, apagados e não escutamos a sua bela sinfonia. Ficamos embo tados pela rotina, pela opacidade, pelo fastio de tudo. Não valorizamos o despertar de cada manhã, cheio de promessas. Não reconhecemos a chuva de presentes que nos vem cada dia. Em cada manhã e em cada noite deveríamos dar uma grande gargalhada. Que distraídos somos! Choramos e lamentamo13
‑nos quando temos uma pequena dor; mas não nos alegramos de cada vez que a vida nos banha. Porque um banho de vida toca todos e cada um dos nossos membros! Deveríamos alegrar‑nos por estar vivos. Respirar fundo e agradecer o ar que nos vivifica. Analisa o mundo dos teus pensamentos e dos teus sentimentos e louva essas experiências. Observa as pessoas e os acontecimentos e admira-os. Canta a Deus por todas as coisas belas que te rodeiam. Vigiai, porque há muitas coisas que esperar. Em cada dia posso encontrar uma luz, um pensamento, um exemplo, um sorriso, uma palavra, um sinal, uma amizade, uma oportu nidade, que me fará feliz. Há sempre algo de novo debaixo do sol se sou capaz de olhar. Os meus desejos podem encontrar uma resposta satisfatória, se souber escutar. Uma bela surpresa pode encontrar-me em qualquer momento, se estiver preparado para ela. Vigiai, porque há muita gente a quem encontrar. Andamos cada vez mais num mundo de coisas e de máquinas e não de pessoas. Cada encontro com uma pessoa é como que um sacramento. Vigiai, para que as relações entre as pessoas não sejam cinzentas nem violentas. Vigiai para que os encontros não sejam superficiais nem passageiros. Vigiai para que não nos escape o essencial das pessoas por nos fixarmos unicamente no superficial. O essencial é o detalhe que reflecte a existência de um grande coração. É o olhar que pede ajuda sem dizer nada. São os silêncios carregados de eloquência. É a paz que brota das pessoas que vivem na simplicidade. É a bondade que se adivinha por detrás de muitos rostos aparentemente frios. Cada cristão deveria ser especialista em humanidade e ter olhos profundos para descobrir as riquezas que se escondem detrás das aparências. 14
Vigiai, porque Jesus vem ao teu encontro. Há que estar muito atento para encontrar Cristo; Ele costuma aparecer disfarçado, como fez com a Madalena ou com os discípulos de Emaús. Vigiai para reconhecer o Cristo vestido de pobre, o Cristo que brinca com as crianças, o Cristo que sua como o agricultor ou o Cristo que chora com um cancro terminal. Nunca O verás como Ele aparece pintado nas nossas igrejas. Vigiai para poder des ter a felicidade imensa de encontrar a Cristo. Vigiai, mas não como o soldado que tem medo mas como o amigo que espera o seu Amigo para gozar da sua companhia. Vigiai para que Cristo não passe ao largo e o Advento possa chegar ao Natal.
oo Homilia B Como todos os anos, o Advento começa com uma chamada à vigilância e à esperança. A estar atentos ao que está para vir. A estar atentos à vinda de Deus à nossa história. Há duas ideias que nos podem iluminar neste tempo de Advento: ou somos Narcisos ou somos Suricatos. Não é tempo para Narcisos. No prólogo do “Alquimista”, Paulo Coelho apresenta-nos a interpretação que Óscar Wilde faz da história de Narciso. Diz que quando Narciso morreu, as deusas do bosque chegaram e viram o lago transformado, de água doce que era, num cântaro de lágrimas salgadas. – “Porque choras?” - perguntaram-lhe as Oréades. – “Choro por Narciso” - respondeu o lago.
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– Ah, não nos espanta que chores por Narciso! Ao fim e ao cabo, apesar de corrermos atrás dele no bosque, tu eras o único que tinha a possibilidade de contemplar de perto a sua beleza. – Mas Narciso era belo? - perguntou o Lago. – Quem se não tu o poderia saber? Era nas tuas margens onde ele se inclinava para se contemplar todos os dias. O Lago permaneceu em silêncio durante uns instantes. E finalmente disse: – “Eu choro por Narciso, mas nunca me dei conta que arciso fosse belo. Choro por Narciso porque cada vez que N ele se inclinava nas minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza reflectida.” Aqui ninguém vê a beleza do outro. Narciso contempla a sua beleza no espelho do lago. E o lago contempla a sua no fundo dos olhos de Narciso. Ao final, ninguém vê a beleza do outro mas apenas a sua. Por isso, o narcisismo é: – Esse encerrar-se cada um em si mesmo e não ver os outros. – Esse olhar sempre para si mesmo e não ver os outros. – Esse olhar para si mesmo no seu hoje sem capacidade de olhar-se no seu amanhã. Por isso podemos morrer sem ter visto ninguém. Podemos morrer sem nos termos dado conta de nada. Podemos morrer sem nos darmos conta da beleza de Deus. Podemos morrer sem nos darmos conta que Deus vem, cada manhã, contemplar-Se nas nossas próprias vidas e na nossa história. Nunca O vemos chegar. Não sabemos que 16
rosto tem Deus, por mais que em cada dia Ele Se encarne na nossa condição humana. Seremos capazes de O ver no Natal ou contemplaremos somente a nossa árvore, os nossos presentes e as nossas luzinhas? Um Natal onde Deus Se faz homem mas sem homens que consigam ver de verdade a beleza do rosto humano de Deus. Gosto muito desses animaizinhos que se chamam suricatos. Parecem uns esquilos. Correm em bandos, escondem-se na pradaria, brincam e divertem-se. Mas há sempre um que está vigilante. Há sempre algum que, enquanto os outros se divertem, está de pé, com a cabeça bem levantada. Ele tem a missão de vigiar, de estar atento aos perigos e avisar o resto do bando. Ele é o vigia sempre atento ao perigo. É o que vigia para ver antes que os outros. Porque o perigo pode surgir em qualquer momento. Ele é um bom símbolo do que a Palavra de Deus nos pede a todos neste domingo. “Vigiai então porque não sabeis quando virá o dono da casa, se ao entardecer ou à meia-noite ou ao amanhecer; não suceda que chegue de repente e vos apanhe a dormir.” Todas as horas são boas para que Deus possa chegar à nossa vida e à nossa história. Deus gosta de surpresas. Não tem hora marcada. Por isso é preciso estar atento e vigilante: “O que vos digo a vós, digo-o a todos: vigiai!” Pode encontrar-nos a dormir. Pode encontrar-nos distraídos. Pode encontrar-nos tão metidos connosco mesmos que não vemos mais nada. Para vigiar é preciso saber esperar Alguém. 17
Quem não espera ninguém para que vai estar acordado? Quem não espera ninguém para que vai perder tempo à espera? É triste o que diz S. João no prólogo do Evangelho: “Veio aos seus e os seus não O conheceram. Veio aos seus e os seus não O receberam.” O Advento é tempo de esperança. Por isso é tempo de espera. Tempo de vigilância. Não é tempo para Narcisos que, de tanto se contemplarem a si mesmos, acabam afogados no lago onde se olham. O Advento é tempo para ser como os suricatos. Sempre com a cabeça bem levantada, olhando para todo o lado, para ver melhor.
oo Oração dos fiéis A Sacerdote: Nós Te apresentamos, ó Pai, a nossa oração, que unimos à oração da Igreja, em que recolhemos os desejos e as esperanças da humanidade. Todos: Vem, Senhor Jesus. Leitor: Somos barro nas tuas mãos, Senhor, e Tu és o nosso oleiro. Pedimos-Te que a tua Igreja se deixe modelar com a forma do Evangelho. Oremos. Leitor: Somos a vinha plantada pela tua mão e Tu és o nosso vinhateiro. Ajuda-nos a dar frutos de justiça, de misericórdia e de compaixão. Oremos. Leitor: Tu nos chamaste a participar da vida do teu Filho. Queremos esperar a sua vinda e aprender a viver como Ele viveu. Oremos. Sacerdote: Somos como criados que esperam o seu Senhor sem saber em que altura da noite chegará. Dá-nos força para 18
estar vigilantes e para reconhecer o teu rosto no rosto de cada um dos nossos irmãos. Por Jesus Cristo nosso Senhor. Ámen.
oo Oração dos fiéis B Sacerdote: Diante das festas que se aproximam, atentos às necessidades de todos os homens e mulheres, dirijamos a nossa oração ao Senhor dizendo: Vem, Senhor Jesus. Leitor: Por todos os cristão; que as próximas celebrações do Natal nos aproximem mais de Deus e dos outros e todos possamos viver com esperança. Oremos. Leitor: Por aqueles que se sentem tristes e vazios; porque nada esperam ou nada têm, que por meio de nós descubram motivos de vida e de alegria. Oremos. Leitor: Pela nossa sociedade, pelo nosso povo, por toda a huma nidade e por todos os desejos de amor e de paz que se dizem nestes dias; para que se tornem factos e não se fiquem em palavras. Oremos. Sacerdote: Vem, Senhor Jesus. O mundo espera a tua vinda. Acende no coração de todos os homens a chama do teu amor, para que como Maria, saibamos receber-Te e aceitar‑Te. Por Jesus Cristo nosso Senhor.
III. Liturgia Eucarística oo Apresentação dos dons Nota: Propomos diferentes possibilidades de procissão dos dons que nos parecem “fáceis” e que exprimem o significado e o caminhar da comunidade cristã. Não têm de se escolher todas as possibilidades. Cada comunidade 19
escolha e adapte aquelas que são mais próximas à sua realidade. Deve-se sempre dar mais importância ao pão e ao vinho do que aos outros elementos apresentados. Estas indicações são válidas para todas as outras propostas deste livro.
oo Apresentação dos dons A 33 Criança: Senhor, eu Te trago um sonho de criança: que o mundo seja como os nossos jogos, um espaço de fraternidade e igualdade. 33 Jovem: Eu Te trago, Senhor, um desejo: que o homem e a sociedade se orientem a partir da verdade. 33 Casal: Nós, que vivemos olhando para os nossos filhos, Te oferecemos uma esperança: que o clima das relações entre as pessoas seja de paz. 33 Idoso: O idoso traz ao altar o pão e o vinho. E diz: Eu vivo, Senhor, marcado pelo passado e tocando o futuro com os dedos. Por isso aqui trago a minha oração: perdoa tudo o que atrasa a tua vinda definitiva e faz que o sonho da criança, o desejo do jovem e a esperança do casal, pela força da tua graça e destes dons do pão e do vinho que hoje colocamos neste altar, se tornem realidade.
oo Apresentação dos dons: Outros dons possíveis åå As crianças da comunidade: Com a coroa do Advento em que colocámos a primeira vela queremos hoje, Senhor, apresentar-Te os melhores sinais de esperança da nossa comunidade: as nossas crianças. O seu presente é o seu futuro. E por isso, nos seus jogos, o antecipam cada dia. Senhor, queremos olhar-nos nos seus olhos e, se nos virmos 20
já adultos ou velhos, que renasça no nosso coração a espe rança que um dia também animou as nossas vidas. åå O presépio: Previamente deve estar montada a estrutura do presépio. Neste momento, algumas pessoas avançam e colocam com a maior rapidez as figuras humanas do presépio. Feito isto, uma delas lê: Senhor, hoje iniciamos o Advento e a montagem do presépio da nossa comunidade. Com este gesto queremos exprimir o nosso desejo de nos prepararmos para o Natal do teu Filho. Hoje colocámos as figuras que representam as pessoas. Evocam tanto as que recusaram o teu Filho como aqueles poucos que foram capaz de descobrir, na aparência pobre de uma criança recém-nascida, a profundidade de Deus. Como estes, desejaríamos ser nós também. åå Acender a primeira vela do Advento: Uma pessoa aproxima‑se, pega na primeira das velas da coroa e diz: Senhor, acendemos a primeira vela da coroa do Advento que nos vai acompanhar semana após semana até à luz do Natal. Com esta vela queremos exprimir a nossa esperança no regresso do teu Filho Jesus em quem culminarás e inaugurarás o teu Reino. Faz que o seu regresso nos apanhe acordados, como esta vela que acendemos. Não permitas que o nosso coração adormeça e nos acomodemos a este mundo. åå Apresentação do pão e do vinho: Todos temos experiência do desânimo. Dizemos: “Não posso mais”, “Não aguento mais”. E perdemos as forças quando nos convencemos do que estamos a dizer. Temos de confiar na força escondida da Eucaristia, na força deste alimento que, sob as formas simples do pão e do vinho, esconde a força do próprio Deus. 21
oo Oração Jesus, começamos o caminho para o Natal. Queremos celebrar com muita alegria a tua vinda até nós. Queremos que a festa do teu nascimento nos ensine a amar-Te mais, e a amar de verdade a todos os que estão à nossa volta. Jesus, pedimos-Te que saibamos viver o Natal que se aproxima como Tu queres que o vivamos. Por nosso Senhor Jesus Cristo...
oo Acção de graças É nosso dever, é nossa salvação dar-Te graças, Pai de Jesus Cristo, porque criaste o homem à tua imagem e semelhança. Deus do universo, Tu és o Senhor de todas as nações da terra. Tu chamas a cada um pelo seu nome. Na vida de cada ser humano Tu estás. Especialmente fazes-Te presente quando os homens se reúnem porque se amam; quando se encontram para Te bendizer, quando elevam unidos os seus cantos de louvor. Com as pobres vozes desta comunidade entoamos uma acção de graças a Ti nosso Deus.
IV. Ritos da Comunhão oo Pai nosso Para invocar a Deus como Pai, de modo digno, desejando e celebrando a vinda do seu reino de paz e de unidade, envergo nhamo-nos das muitas barreiras que pomos à realização desse sonho.
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Para poder invocar a Deus com plena liberdade, para viver como filhos e irmãos, temos de pedir a Deus que nos cure da nossa cegueira e do nosso egoísmo. Por isso, juntos Lhe dizemos: Pai nosso...
oo A paz A paz é fruto da justiça. Mas a paz nunca mais chega ao nosso mundo porque somos injustos. Que o abraço que damos seja o selo da paz e o desejo de acabar com o mal na nossa sociedade.
oo Comunhão Onde for costume ou onde seja necessário motivar o silêncio que se deve seguir à comunhão, alguém poderia ler, devagar, este texto. Vem, Senhor Jesus: precisamos de Ti. Faz-nos sentir a tua presença, reforça a nossa fé. Tu conheces a nossa debilidade, os nossos medos e inseguranças. Diz-nos que vieste, que vens e que virás, que continuas a ser luz, palavra viva, pão partido, que és força libertadora, amor que sustenta o mundo. Vem, Senhor Jesus, e ajuda-nos a descobrir-Te vivo. Vens ao nosso encontro mas nem sempre Te reconhecemos. Contudo, sabemos que Tu agora Te vestes de imigrante ou de trabalhador, de doente, de criança ou de idoso abandonado. Tu Te fazes presente em cada vítima de qualquer injustiça.
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Índice Advento............................................................................. 7 1º Domingo do Advento.........................................................8 I. Ritos iniciais..................................................................8 II. Liturgia da Palavra......................................................12 III. Liturgia Eucarística....................................................19 IV. Ritos da Comunhão...................................................22 V. Rito de Despedida.......................................................24 2º Domingo do Advento.......................................................26 I. Ritos iniciais................................................................26 II. Liturgia da Palavra......................................................28 III. Liturgia Eucarística....................................................35 IV. Ritos da Comunhão...................................................37 V. Rito de Despedida.......................................................38 3º Domingo do Advento.......................................................39 I. Ritos iniciais................................................................39 II. Liturgia da Palavra......................................................42 III. Liturgia Eucarística....................................................48 IV. Ritos da Comunhão...................................................50 V. Rito de Despedida.......................................................52 4º Domingo do Advento.......................................................53 I. Ritos iniciais................................................................53 II. Liturgia da Palavra......................................................56 III. Liturgia Eucarística....................................................62 IV. Ritos da Comunhão...................................................64 V. Ritos finais..................................................................66 Imaculada Conceição de Maria.............................................67 I. Ritos iniciais................................................................67
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II. Liturgia da Palavra......................................................68 III. Liturgia Eucarística....................................................74 IV. Ritos da Comunhão...................................................75 V. Ritos finais..................................................................77 Celebração Penitencial..........................................................78 I. Ritos iniciais................................................................78 II. Liturgia da Palavra......................................................79 III. Liturgia Penitencial.....................................................82 IV. Momento de acção de graças.....................................86 V. Rito de Despedida.......................................................87
Natal................................................................................ 89 Missa do Galo.......................................................................90 I. Ritos iniciais................................................................90 II. Liturgia da Palavra......................................................92 III. Liturgia Eucarística....................................................99 IV. Ritos da Comunhão.................................................100 V. Rito de Despedida.....................................................102 Missa de Natal....................................................................103 I. Ritos iniciais..............................................................103 II. Liturgia da Palavra....................................................104 III. Liturgia Eucarística..................................................112 IV. Ritos da Comunhão.................................................114 V. Rito de Despedida.....................................................115 Missa da Sagrada Família...................................................116 I. Ritos iniciais..............................................................116 II. Liturgia da Palavra....................................................118 III. Liturgia Eucarística..................................................125 IV. Ritos da Comunhão.................................................128 V. Rito de Despedida.....................................................130
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Missa de Ano Novo ...........................................................131 I. Ritos iniciais..............................................................131 II. Liturgia da Palavra....................................................134 III. Liturgia Eucarística..................................................141 IV. Ritos da Comunhão.................................................143 V. Rito de Despedida.....................................................144 Missa da Epifania...............................................................146 I. Ritos iniciais..............................................................146 II. Liturgia da Palavra....................................................147 III. Liturgia Eucarística..................................................153 IV. Ritos da Comunhão.................................................155 V. Rito de Despedida.....................................................157 Missa do Baptismo do Senhor.............................................158 I. Ritos iniciais..............................................................158 II. Liturgia da Palavra....................................................160 III. Liturgia Eucarística..................................................167 IV. Ritos da Comunhão.................................................168 V. Rito de Despedida.....................................................170
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