FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA

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FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA Lenise Pinheiro O Festival de Teatro de Curitiba completou sua trigésima edição em 2022. A data reitera o sucesso da iniciativa que

Festival de Teatro de Curitiba

Lenise Pinheiro

OLHAR POR TRÁS DO OLHAR Lenise é uma espécie de criança-anciã, um erê-velho. Brinca a sério. Entra sorrateira em qualquer espaço onde o teatro acontece e cria um mundo dentro daquele outro mundo. Vê o que só ela é capaz de ver. Com a câmera, uma prótese acoplada ao seu corpo, afirma sua presença sutil e revela as sensibilidades mais intensas do teatro. Olha por trás do olhar, de um ponto único, de onde testemunha e registra a nossa história, mas também a inventa com as ferramentas e o repertório da grande artista que é. Lembro da Lenise como lembro de uma parte considerável e fundamental da minha carreira artística. Ela esteve e está em quase tudo. Se algum dia alguém quiser saber o que eu deixei como marca da minha obra, por favor, procure por ela. Há um tesouro em suas mãos. As narrativas através das imagens que ela criou contam a história dos nossos muitos fazeres e saberes, a profusão de processos criativos Brasil afora, a poderosa pluralidade dos nossos muitos teatros – assim mesmo, no plural. Ela é também um arquivo vivo, dinâmico e com voz própria. Tece relações entre as imagens, os tempos, os espaços. Conta histórias dentro das histórias. Cria desvios, aberturas, junta pessoas, promove encontros, compõe sinfonias fotográficas, faz um samba sincopado de claros e escuros, revela os silêncios e os vazios. Ela tem a chave que dá acesso àquilo que não se vê e nos oferece pontos de vista únicos, só nossos. Uma magia. Isso é uma dádiva, não só pra ela que vive tudo isso, mas para todas, todes e todos nós que temos a alegria de habitar os territórios insuspeitados do teatro.

incluiu Curitiba definitivamente no circuito dos mais im-

Marcio Abreu

portantes eventos do teatro brasileiro. Essa trajetória foi re-

Dramaturgo, diretor e ator.

gistrada pelas lentes de Lenise Pinheiro, presença imprescindível nessa narrativa e grande fotógrafa das artes cênicas do país. Ao longo desse percurso, o festival reuniu e prestigiou ISBN 978-85-9493-266-2

os principais atores, diretores, companhias e equipes nessa celebração nacional, que hoje é referência na América Latina.

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SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor Regional Danilo Santos de Miranda Conselho Editorial Áurea Leszczynski Vieira Gonçalves Rosana Paulo da Cunha Marta Raquel Colabone Jackson Andrade de Matos Edições Sesc São Paulo Gerente Iã Paulo Ribeiro Gerente Adjunto Francis Manzoni Editorial Clívia Ramiro Assistente: Antonio Carlos Vilela Produção Gráfica Fabio Pino i Assistente: Ricardo Kawazu

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Lenise Pinheiro

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© Lenise Pinheiro, 2023 © Edições Sesc São Paulo, 2023 Todos os direitos reservados

Fotografias e projeto gráfico Lenise Pinheiro Direção de produção Iris Fatima Cavalcanti Tratamento de imagens Vanessa Elias Editoração eletrônica Záfrica Produções Revisão Lígia Costa capa Gala. quarta capa De verdade (Ou a mulher certa). primeira orelha Preto. segunda orelha Rainhas.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P6551f

Pinheiro, Lenise Festival de Teatro de Curitiba: Lenise Pinheiro. – São Paulo: Edições Sesc São Paulo, 2023. – 368 p. il.: fotografias. Índice onomástico ISBN: 978-85-9493-266-2 1. Teatro. 2. Cultura. 3. Fotografia. 4. Festival de teatro de Curitiba. I. Título. II. Curitiba. CDD 792.981

Ficha catalográfica elaborada por Maria Delcina Feitosa CRB/8-6187

Edições Sesc São Paulo Rua Serra da Bocaina, 570 – 11o andar 03174-000 – São Paulo SP Brasil Tel.: 11 2607-9400 edicoes@sescsp.org.br sescsp.org.br/edicoes /edicoessescsp

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SUMÁRIO Revelações cênicas 7 Apresentação de Danilo Santos de Miranda Amor, teatro, fotografia e Curitiba 11 Introdução de Lenise Pinheiro O Festival de Teatro de Curitiba: 30 anos de história 13 Fabíula Passini Cenas: de 1992 a 2022 16 Curitiba: palco iluminado (anexo digital) 359 Agradecimentos 363 Índice onomástico 364 Sobre a autora 368

2022 Mona Lisa vs Adolph Hitler. direção: Edson Bueno.

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1995 Ópera de Arame.

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REVELAÇÕES CÊNICAS No poema Amavisse (publicado em 1989), Hilda Hilst afirma: “se tivesse madeira e ilusões faria um barco e pensaria o arco-íris”. Os versos da escritora – que foi também dramaturga – podem aludir à vida teatral, onde a habitual madeira dos palcos encontra um dos elementos vitais para as artes cênicas, a ilusão. O teatro é o lugar e o momento da realidade mediada pela ficção, terreno fértil para que barcos e arco-íris possam existir, sejam imaginados ou literais. Esta plasticidade só é possível por meio de diversas instâncias, como direção, elenco, iluminação, cenografia, figurino, dentre tantos mais cujo ofício está em arquitetar essa criação – junto ao público que, envolvido, cria conjuntamente. Devido à sua natureza efêmera, a apresentação teatral esbarra numa aparente fragilidade temporal, e encontra na fotografia a chance de um testemunho e uma salvaguarda, registros que ultrapassam o período de exibição e podem situar determinada proposição em um lastro histórico. No contexto nacional, Lenise Pinheiro destaca-se como figura das mais relevantes neste fazer sensível: capturar instantes para o futuro. Se o registro documental colabora para que uma história seja contada, Lenise constrói caminhos pelos rastros e flagra vestígios do que se insinua em cima e fora dos palcos, de coxias a plateias, camarins e salas de ensaio, apresentações em formatos e ambientes diversos, e, assim, compõe uma espécie de dramaturgia da memória. Nesse sentido, um livro de fotos pode ter por função revelar os negativos imagéticos de cenas que escapariam à lembrança,

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mas também ampliar as perspectivas sobre uma situação: enquanto o universo cênico é composto de tantos elementos para além daqueles possíveis de serem assistidos, o olhar fotográfico descobre outras camadas. Atento para informações sutis, veladas e marginalizadas, ou episódios ainda mais breves que a própria peça, é capaz de apresentar inusitados pontos de vista. Em Festival de Teatro de Curitiba, a fotógrafa compila parte de um vasto acervo sobre esse evento que acontece há mais de trinta anos. Expandindo a bússola para além da região sudeste, constitui exercício de igual expansão sobre os modos de pensar e fazer teatro, reunindo profissionais, públicos, configurações e lugares variados ao longo do tempo, consolidando-se como fértil acontecimento para o circuito artístico brasileiro. Este é o terceiro livro de Lenise publicado pelas Edições Sesc, e aborda o panorama teatral do país segundo duplo prisma: a fotografia como registro documental e criação artística. No fragmento de Hilda Hilst, a metáfora contorna o real e inspira a perceber uma cena para além do que se vê – tal ressonância se assemelha ao trabalho de Lenise: seus instantes capturados à espreita materializam experiências estéticas que este livro convida a serem continuamente percebidas, no contato vigoroso entre cenas do passado e a elaboração de cenas futuras.

Danilo Santos de Miranda diretor do sesc são paulo

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Este livro é dedicado a Adriana Monteiro, Carmen Mello, Frida Richter, Ivam Cabral, Lucia Helena Cavalcanti de Laurentis, Nelson Fonseca, Rosana Stavis e Stella Pontes. E à memória de Lala Schneider.

2022 legenda...

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2022 2010 Um legenda... navio no espaço. direção: Paulo José. em cena: Ana Kutner.

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2022 Eu de você. direção: Luiz Villaça. em cena: Denise Fraga.

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AMOR, TEATRO, FOTOGRAFIA E CURITIBA A proposta de editar as fotografias dos 30 anos do Festival de Teatro de Curitiba traz imensa satisfação. Instada ao trabalho de documentação, posteriormente ao de pesquisa e, numa terceira rodada, a seleção em si. Dó, ré, mi, fá. Sol, lá, si, dó! Me embrenhei por trilhas desconhecidas e por atalhos recorrentes. E durante o percurso e alguns percalços, dizia baixinho: “Obrigada!” Escolhas que começaram a partir de datas históricas e muitas lembranças, e continuaram com as pesquisas, os gráficos e as obsessões. Estudos e buscas infindas. Elos entre reportagens, fechamentos e encontros. Contatos líquidos, notabilizados por gentilezas. Autorizações e olhares complacentes. Disse o crítico Valmir Santos: O signo da vitrine, que envelopou o Festival de Curitiba, encontra na fotografia de Lenise Pinheiro um ato subliminar de subversão. Contrariando a ideia associada à mercadoria, ela como que penetrou portas, caixas e outros compartimentos envidraçados para guardar na memória visual coletiva as pulsações por trás do evento-mostruário: suas fisionomias, seus corpos, seus objetos cênicos, suas coxias, seus camarins. As veias e gentes das artes da cena representadas no trabalho de três décadas.

Imagens de artistas reunidos em torno da felicidade que é estar no Festival de Teatro. Encontros entre o foco e o desfoque. Fotos de cena dissolvendo as fronteiras entre o engajamento e a paixão. Vestígios de teatro. Documentos recriados ao longo dos 30 anos para compor esta coleção.

Reconhecimento de rastros pessoais deixados de propósito para serem exibidos neste mosaico de afetos e aflitos. Tendências, referências estéticas e chaves para libertar a imaginação. E... se fotografar é escrever com luz, ficam aqui os retratos iluminados pelos palcos da cidade. Os números vão além dos acontecimentos teatrais. Pessoas passam a fazer parte da minha família. Sentimentos cultivados. Reciprocidades. Fotografias pelas paredes dos Teatros. Prismas com as cores do Festival. Um instante depois do outro. “Todos decisivos”, como disse, notoriamente, o fotógrafo Henry Cartier-Bresson. Retalhos para compor este mosaico. Repleto de alinhavos, costuras e chuleados. Marcas e cicatrizes. Coberturas. Resistências. Desafios. Pares que se formaram em torno do fazer teatral. Agradeço aos profissionais de teatro que de pronto se solidarizam com os esforços para trazer à luz tantas expressões. À equipe de trabalho formada entre os planetas da imaginação... das escolhas... A atenção de tantos agora se cristaliza em imagens – primeiro gravadas em películas emulsionadas em químicas e laboratórios; agora, formadas por eletricidade e pixels. Muitos outonos. Agradeço pela acolhida de Curitiba em todos esses anos. E, em especial, meu muito obrigada aos artistas e técnicos da cidade que desde o início da cobertura do Festival fecharam comigo ao abrirem suas cortinas para minhas lentes. Lenise Pinheiro

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2022 Teatro legenda... 1998 Guaíra.

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O FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA: 30 ANOS DE HISTÓRIA Com início em 1992, o Festival de Teatro de Curitiba completou 30 anos em 2022. Desde sua criação até hoje, a principal razão para criar o Festival foi trazer a Curitiba montagens de espetáculos que fossem referências no Brasil, e que, até então, não se apresentavam na cidade pela falta de circuito cênico. Com o passar dos anos, o projeto foi expandido e cada vez mais se tornou referência nos circuitos de festivais, sendo hoje visto como um dos mais importantes eventos culturais da América Latina. Por se tornar mais abrangente edição a edição, o Festival foi se revelando uma vitrine do cenário teatral brasileiro. Conforme se expandia, o Festival de Teatro de Curitiba contou em sua trajetória com atores, diretores e toda a cadeia criativa das companhias – nomes que hoje são referência no teatro do país. Muitos desses profissionais surgiram na mesma década e foram se profissionalizando, abrindo espaços e construindo carreiras ao mesmo tempo que o Festival crescia. Hoje podemos dizer que, por sua importância e abrangência, a história do Festival está ligada à história do próprio teatro brasileiro nas últimas três décadas. O evento se tornou um símbolo cultural importante, não só para a cidade de Curitiba, mas também para o Brasil. Nessa história, que já soma três décadas, muitos marcos importantes aconteceram, como a construção da Ópera de Arame, em 1992, para a abertura da primeira edição do Festival. Por ser visto como uma referência nesse campo, todos os olhares dos agentes que movem essa cadeia produtiva se voltaram para esse projeto. Assim, o Festival reuniu centenas e centenas de programadores, curadores e jornalistas nacionais e internacionais, que buscam em Curitiba elementos significativos para a composição dos seus próprios eventos, salas e festivais ao longo do ano.

Os números aproximados que o Festival soma mostram sua grandeza e estima. Em média, por ano, passam por aqui 3 mil artistas de todos os estados do Brasil, em cerca de 1.500 apresentações em mais de sessenta espaços distribuídos por salas e ruas. Uma grande festa das artes cênicas no país. Com toda essa efervescência cultural, é indiscutível o poder transformador que o projeto tem para a economia cultural da cidade; são centenas de empregos gerados direta e indiretamente, além de aquecer o mercado turístico com as pessoas atraídas à cidade. Sua contribuição para economia criativa é enorme, bem como para a formação de plateias. Os programas realizados para ofertar espetáculos aos estudantes (tanto de artes cênicas quanto de escolas públicas) – assim como aos adultos que têm seu primeiro contato com as artes através do Festival – são sempre recompensadores, e trazem cada vez mais a certeza de que o caminho que percorremos durante esses anos foi honroso. Toda essa história foi registrada; afinal são 30 anos ininterruptos de fazer, de produzir, de dar acessibilidade e democratizar as artes. Por esse motivo mais que importante e especial, este projeto quer contar a trajetória do Festival por meio de uma publicação desta fotógrafa que é a maior referência na fotografia cênica do país, Lenise Pinheiro. Tivemos a sorte e a honra de contar com a presença e trabalho dessa grande artista! Este livro da Lenise é um olhar baseado na memória, na história, na trajetória do Festival; um convite para olhar para trás e mapear, através de seus registros, a história desse certame. Grande profissional que dedica a vida a documentar o teatro brasileiro, Lenise fotografou todas as edições do Festival; com ela está a linha do tempo, a espinha dorsal em imagens. Fabíula Passini diretora do festival

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2022 Gala. direção: Gerald Thomas. em cena: Fabiana Gugli.

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“Subo nesse palco...”

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1992 Sonhos de uma noite de verão. direção: Cacá Rosset. em cena: Christiane Tricerri e Ricardo Ripa.

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Cenas: de 1992 a 2022

1992 Sonhos de uma noite de verão. direção: Cacá Rosset. em cena: Mônica Monteiro, Tereza Freire, Norma Gabriel e Daniela De Carli.

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1992 As boas. direção: Zé Celso Martinez Corrêa. 18 direção musical: Zé Miguel Wisnik.

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1992 As boas. direção: Zé Celso Martinez Corrêa. em cena: Marcelo Drummond e Zé Celso.

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1992 Brincante. direção: Romero de Andrade e Lima. em cena: Rosane Almeida.

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1992 Brincante. direção: Romero de Andrade e Lima. em cena: Antonio Nóbrega.

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1992 XPTO. direção: Osvaldo Gabrieli.

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Começo este texto partilhando um segredo: existe uma fortaleza, um reservatório, um reduto que preserva a memória de boa parte da produção do teatro brasileiro dos últimos 40 anos. A guardiã desse baluarte também é a responsável pela criação da riqueza que se encontra lá dentro. Desde 1982, a moça discreta, de gestos contidos e poucas palavras, se dedica a eternizar cenas e instantes com seus cliques sutis, olhar apurado e senso único de momento. E as fotografias, que são o resultado do processo da Lenise Pinheiro, mostram o vigor dessa artista da luz, que fala com voz baixa e se impõe através de sua obra. Porém, a atividade executada por Lenise não se restringe – como se isso fosse pouco – a “apenas” fotografar. Conforme eu desvelei no começo, existe um cofre. Para a manutenção das preciosidades que esse cofre guarda é preciso método, organização, catalogação, constante atualização, dedicação permanente. São a essas atividades quase invisíveis que a (não só) fotógrafa se entrega quando pausa sua busca pelo melhor olhar para seus registros. Graças ao zelo, à devoção e ao cuidado da Lenise, podemos ter acesso, nas páginas deste livro, a parte do imenso patrimônio que vem sendo construído ao longo de quatro décadas. Em silêncio, a gigante Lenise Pinheiro observa, registra, guarda, cuida, retém o tempo. Com eloquência, nos revela imagens, generosamente nos presenteando com seu tesouro. Leandro Knop¡olz diretor do festival

1995 Passeio público. Lucia Camargo, Otavio Frias Filho, Leandro Knop«olz.

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1992 Nova velha história. direção: Antunes Filho. 24

em cena: Samantha Dalsoglio Giachini e Helio Cícero.

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1992 Nova velha história.

direção: Antunes Filho. em cena: Luís Melo.

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1992 A Bao A Qu. direção: Enrique Diaz. em cena: André Barros e Anna Cotrim (ao lado).

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1992 A vida é sonho. direção: Gabriel Villela. em cena: Mariana Muniz e Letícia Teixeira.

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1992 A vida é sonho. direção: Gabriel Villela. em cena: Maria do Carmo Soares e Dirce Helena.

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Lenise Pinheiro é fotógrafa, ensaísta, diretora e iluminadora. Nascida em São Paulo, em 1960, desde 1983 retrata profissionalmente o que há de mais expressivo nos palcos brasileiros. Especializada em fotografia de cena, seu trabalho flerta com o caráter documental e o artístico. Foi vencedora do Prêmio Governador do Estado, em 2018, por sua dedicação aos palcos. É autora dos livros Fotografia de palco I (2008) e Fotografia de palco II (2016), ambos lançados pelas Edições Sesc. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2015 com o livro Fotografias – Teatro Oficina, lançado em 2014 pela Imprensa Oficial de São Paulo. Foi colaboradora do jornal Folha de S.Paulo, no caderno Ilustrada, de 1998 a 2022. Foi responsável pelo Cacilda Blog de Teatro, em parceria com o jornalista Nelson de Sá, de 2007 a 2021. Suas exposições e publicações mantêm o foco no teatro. Participa de mostras coletivas e individuais, e cobre o Festival de Curitiba continuamente desde a sua primeira edição, em 1992.

Esta obra foi composta com a fonte Adelle, em papel couché fosco 115 g/m2 e impressa pela Gráfica Elyon em setembro de 2023.

Gráfica, inserir selo FSC.

2022 Lenise Pinheiro. Exposição Museu Oscar Niemeyer. Foto: Amanda Zanluca.

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FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA Lenise Pinheiro O Festival de Teatro de Curitiba completou sua trigésima edição em 2022. A data reitera o sucesso da iniciativa que

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OLHAR POR TRÁS DO OLHAR Lenise é uma espécie de criança-anciã, um erê-velho. Brinca a sério. Entra sorrateira em qualquer espaço onde o teatro acontece e cria um mundo dentro daquele outro mundo. Vê o que só ela é capaz de ver. Com a câmera, uma prótese acoplada ao seu corpo, afirma sua presença sutil e revela as sensibilidades mais intensas do teatro. Olha por trás do olhar, de um ponto único, de onde testemunha e registra a nossa história, mas também a inventa com as ferramentas e o repertório da grande artista que é. Lembro da Lenise como lembro de uma parte considerável e fundamental da minha carreira artística. Ela esteve e está em quase tudo. Se algum dia alguém quiser saber o que eu deixei como marca da minha obra, por favor, procure por ela. Há um tesouro em suas mãos. As narrativas através das imagens que ela criou contam a história dos nossos muitos fazeres e saberes, a profusão de processos criativos Brasil afora, a poderosa pluralidade dos nossos muitos teatros – assim mesmo, no plural. Ela é também um arquivo vivo, dinâmico e com voz própria. Tece relações entre as imagens, os tempos, os espaços. Conta histórias dentro das histórias. Cria desvios, aberturas, junta pessoas, promove encontros, compõe sinfonias fotográficas, faz um samba sincopado de claros e escuros, revela os silêncios e os vazios. Ela tem a chave que dá acesso àquilo que não se vê e nos oferece pontos de vista únicos, só nossos. Uma magia. Isso é uma dádiva, não só pra ela que vive tudo isso, mas para todas, todes e todos nós que temos a alegria de habitar os territórios insuspeitados do teatro.

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gistrada pelas lentes de Lenise Pinheiro, presença imprescindível nessa narrativa e grande fotógrafa das artes cênicas do país. Ao longo desse percurso, o festival reuniu e prestigiou ISBN 978-85-9493-266-2

os principais atores, diretores, companhias e equipes nessa celebração nacional, que hoje é referência na América Latina.

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