Anjos nossos de cada dia

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Anjos

nossos de cada dia

Anjos

nossos de cada dia Maria Emmir Oquendo Nogueira



Maria Emmir Oquendo Nogueira

Anjos

nossos de cada dia


Coordenação Geral Filipe Cabral Coordenação Editorial Carolina Fernandes Revisão Cínthya da Silva Martins Keila Maciel Marques Diagramação Daniel Garcia da Silva Capa Leonardo Biondo | Rafael Studart

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© EDIÇÕES SHALOM, Aquiraz, Brasil, 2011. ISBN: 978-85-7784-061-8 (3ª edição)


Ao Felipe querido, meu anjinho “dixtlaído”. Aos meus netos e à toute petite Gianna, cujos nascimentos seus anjos aguardam, ansiosos e felizes.



Existe também outro mundo, um mundo invisível, mas tão real quanto o nosso. Este mundo invisível que nos rodeia está povoado de anjos. (Papa Pio XII)


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Apresentação

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os tempos atuais, muito se tem falado sobre anjos. A mídia os exalta, dando até nomes para estes seres espirituais, enquanto um verdadeiro culto, muitas vezes distante da doutrina da Igreja, tem-se propagado

entre as pessoas. Infelizmente, muito da busca frenética pelos anjos que hoje observamos não passa de um culto de tipo esotérico que nada tem a ver com o culto aos anjos proposto pela Igreja Católica. Tenho a alegria de apresentar ao povo católico este livro de Maria Emmir Nogueira sobre os anjos. Ele preenche uma lacuna no meio cristão que, por vezes, carece de um ensinamento seguro, embasado no Magistério da Igreja, em linguagem acessível e com base na vivência de santos, de pontífices do século XX e XXI, como Pio XII, João XXIII e João Paulo II, e, ainda, com base na própria vivência pessoal da autora. Com a profundidade e simplicidade próprias de seus livros, a autora parte de suas experiências corriqueiras com os anjos para nos incentivar a ter para com eles uma amizade orante e confiante. Abençoo este trabalho e espero que você, amigo leitor, comece já a usufruir da amizade com os Santos Anjos a que todos somos chamados. Com minha bênção, Pe. Antonio Furtado 9



Introdução

E

ste pequeno livro quer ser nada mais que um testemunho sobre os anjos na vida comum de todos nós. Não ousaria escrever algo mais sério sobre estes amigos fiéis que nos acompanham durante toda a vida e por toda a eternidade. É mistério grande demais para mim, assunto estudado por eminentes Padres da Igreja e pelos maiores teólogos de todos os tempos como Agostinho e Tomás de Aquino. Atenho-me a contar alguns fatos mais relevantes envolvendo estes amigos incomparáveis no dia a dia de nossa vida. O objetivo é exatamente exemplificar como podemos e devemos contar com os anjos em todas as situações. Ficaria imensamente triste se, ao invés de ressaltar a presença incomparável dos anjos em nossas vidas e sua missão de nos ajudar em nosso caminho de santidade, este relato viesse a focar-se sobre minha pessoa. Livre-nos, Deus! Mais triste ainda ficaria, se alguém passasse a colocar os anjos no lugar de Deus ou do Espírito Santo. Também disso, livre-nos, Deus! Escrevo exatamente para mostrar que basta crer nos anjos e corresponder à sua amizade e eles cumprirão com maior facilidade sua missão para conosco, ainda que sejamos pessoas simples, “normais”, sem nada de extraordinário. Daí o título do livro: “Anjos nossos de cada dia”. Escrevo por crer ser esta a vontade de Deus: que seus anjos sejam conhecidos e amados de todos e que sejam destruídas algumas ideias 11


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confusas e meio esotéricas sobre estes seres espirituais criados por Deus para nos auxiliar e nos servir em nossa caminhada para a santidade. Não, os anjos da fé católica não fazem parte de uma “religião à la carte”1, mas da sólida doutrina da Igreja Católica e do testemunho bíblico de milênios. Escrevo por insistência de amigos e irmãos, com a aquiescência do Pe. Antonio Furtado, que me acompanha, e a pedido de alguns leitores da Shalom Maná e do Portal da Comunidade Shalom2 que leram alguns artigos sobre o trabalho que dou aos anjos todos os dias. Estou bem consciente de que muitos poderão dizer, parafraseando Olavo Bilac: “Ora, direis, falar de anjos!”. Ouviriam de mim a mesma resposta que Bilac dá sobre as estrelas: “É preciso amar os anjos para conviver com eles”3. É que anjos, para os católicos, estão meio fora de moda e, segundo alguns, não combinariam com uma “produção literária mais intelectual”. Alguns, na verdade, os consideram meras figuras literárias. Outros, obedientes à doutrina da Igreja, creem em sua existência e em seu constante auxílio aos homens, mas acham que isso é só para gente santa, para místicos, e não consideram sua convivência e serviço aos homens como algo comum ao nosso dia a dia, como se eles só servissem a “gente especial”. Não sabem o que estão perdendo! 1. Religião “à la carte” ou religião “de supermercado” são termos que se referem a uma postura utilitarista de alguns aspectos da religião e desprezo de aspectos mais sérios e comprometedores, como se os pudéssemos escolher segundo nossa vontade, preferência ou necessidade em um cardápio de restaurante ou prateleira de supermercado. No caso dos anjos, infelizmente, foi muito propalada sua “utilização” por seitas ligadas à Nova Era, o que de forma nenhuma ajudou a conhecer quem são de fato estas maravilhosas criaturas de Deus. 2. www.comunidadeshalom.org.br 3.  “Ora, direis, ouvir estrelas! – Certo,/perdeste o senso e eu vos direi, no entanto, /que para ouvi-las muita vez desperto e abro a janela pálido de espanto.//E conversamos longo tempo enquanto/ a Via Láctea, como um pálio aberto/cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,/ainda as procuro pelo céu deserto.//Direis agora: Tresloucado amigo!/ Que conversas com elas? Que sentido tem/ o que dizem quando estão contigo?//E eu vos direi: – Amai para entendê-las,/ pois só quem ama pode ter ouvido/ capaz de ouvir e entender estrelas”. Olavo Bilac.

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Introdução

A maioria, porém, mesmo sendo católica, ignora a doutrina da Igreja acerca desses especialíssimos e queridos amigos e companheiros na caminhada. Enquanto isso, as seitas, especialmente aquelas ligadas à Nova Era, invadem, com suas invencionices, os espaços deixados vazios por nós, católicos, com relação aos anjos. Os testemunhos contados neste livro procuram mostrar o quanto se pode conviver com anjos sendo uma pessoa comum. Contar com eles é contar com o céu. Conviver com eles é conviver com o inusitado em se tratando da vida “normal”. Parece mentira! Certa vez, uma irmã, muito chegada e sincera, disse-me: “Emmir, as histórias que acontecem contigo... não sei não... se eu não te conhecesse, diria que são mentiras”. Respondi-lhe sincera e sem demora: “Eu também!” As histórias que narro neste livro, graças a Deus, dispõem, em sua grande maioria, de testemunhas vivas e acessíveis. Por isso, esforceime em citar nomes, datas, locais. Assim, dá para conferir. Não fosse isso, eu mesma diria: “Meu Deus! Parece mentira!”. Pois é! Vivemos em um mundo tão materialista, confiamos tanto em nós mesmos, que até nós, os cristãos, deixamos de acreditar e conviver com aquilo que denominamos “sobrenatural”, desejosos de suprimir o mistério, substituindo-o, inexoráveis, pela prova empírica, pela comprovação científica. Além disso, nosso orgulho nos leva a pensar que, quanto mais complicado for um assunto, mais digno de crédito ele é. O resultado é uma vida espiritual e apostólica empobrecida, que não goza das maravilhas que o amor e o poder de Deus colocam à nossa disposição para que demos testemunho do amor da Trindade, para que narremos as maravilhas de Deus com relação aos que Ele ama e para com aqueles que o servem não a partir de nossas pobres forças, mas confiantes no poder do Altíssimo. No capítulo final deste livro, volto a falar da irmã que, se não me conhecesse, diria que as histórias são invencionices. Ela acabou por participar de uma história de anjos bem corriqueira, mas bastante 13


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verdadeira e empiricamente comprovada. Foi muito bom tê-la participando de uma história real de anjos! Assim, longe de duvidar, ela passou a testemunhar que anjos não só existem como são grande e eficaz auxílio na caminhada para a santidade e no serviço ao Reino. Testemunhas perenes da ressurreição de Jesus Não posso deixar de dizer, nesta introdução, minha certeza de que os anjos que testemunharam às mulheres a ressurreição de Cristo continuam a dar este mesmo testemunho pelos séculos a fora. É porque Jesus Cristo morreu e ressuscitou, é porque Ele está vivo hoje que os anjos continuam a nos servir, a nos levar a Ele, a nos corrigir, redirecionar, apontar o seu Senhor e ser mensageiros do Seu amor sempre que precisarmos. Viver o testemunho de Jesus ressuscitado é grande alegria. É vida nova. É vida diferente. É vida de esperança, de fé, de caridade, de reconciliação, de evangelização, de unidade, de oração, de paz com todos. Quer no encontrar uma vaga à sombra, quer em nos apontar a vontade de Deus para as nossas vidas; quer no ajudar a trocar um pneu ou nos levar à vitória na luta contra o pecado, os anjos são, sempre, testemunhas fiéis de que Jesus está vivo hoje e dá sentido e alegria ao nosso dia a dia. Testemunhar aos homens a ressurreição de Jesus e a graça da salvação é a maior alegria dos anjos. Vitória certa na luta contra o mal e o Maligno Como bem diz São Paulo, o batizado que busca servir a Deus e aos irmãos é alguém que traz um tesouro em vasos de argila, para que se veja o poder de Deus em sua vida. É atribulado por todos os lados, mas não esmagado; posto em extrema dificuldade, mas não vencido pelos impasses; perseguido, mas não abandonado; prostrado por terra, mas não aniquilado4. Os anjos de Deus certamente são coadjuvantes em todo soerguimento, vitória, companhia e consolo da vida de todo batizado. É isso o que este livro quer testemunhar. 4.  Cf. II Cor 4,7ss

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Introdução

Nas lutas que travamos contra os espíritos malignos que povoam os ares5, esses guardiões queridos demonstram-se sempre agentes fiéis da amizade, presteza, fidelidade, misericórdia, providência e paternidade de Deus. Seu bom humor é atestado da alegria que reina no céu e ajuda para que não nos levemos tão a sério nem encaremos a vida como um peso, mas com imensa alegria e gratidão por termos sido criados, por termos uma morada no céu e por podermos – graças à Igreja e à Eucaristia – viver aqui na terra a felicidade de quem está a caminho da bem-aventurança sem fim, ainda que tenha de caminhar em meio a combates. Amigos fiéis, mas invisíveis Há ainda uma coisa muito importante a ser dita: o fato de o livro falar a toda hora dos anjos pode dar uma ideia de que eles estão sempre agindo de forma visível. Seria uma ideia falsa. Embora, quando necessário, tomem forma humana, os anjos são humílimos e discretíssimos. Tanto que passam despercebidos por milhões de pessoas que só tomam conhecimento de seu auxílio ao chegarem ao céu. Além do mais, se estes amigos fiéis se fizessem perceber em tudo o que fazem, ficaríamos estonteados em cada pequena ação do dia a dia. Que este livro o faça mais amigo dos anjos é este todo o meu desejo. Que esses queridos amigos, mensageiros da alegria da Ressurreição, tornem-se também seus companheiros e o ajudem a viver, no dia a dia que prepara a eternidade, a alegria de quem encontrou Jesus Vivo e fez dele o sentido de sua existência. Shalom, Maria Emmir Fortaleza, 12 de dezembro de 2006. N. Sra. de Guadalupe

5.  Cf. Ef 6,12

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1 Amor demais!

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ou ruim de datas, mas acho que era pelo ano de 1988 quando resolvi conhecer melhor os anjos. Sua presença em minha vida, muito simples, natural, clara e concreta, me impunha o dever de melhor conhecer meus amigos. Aproveitei, então, uma viagem com muitas escalas e conexões para ler o que ensina sobre eles São Tomás de Aquino em sua Suma Teológica. Fiquei tão encantada que superei as dificuldades da argumentação tomista e passei a conhecer bem melhor o “jeitão de ser” dos meus amigos tão antigos e tão fiéis. O que mais me fascinou não foi a descrição do seu intelecto, de sua natureza, da realidade dos coros angélicos, mas sua existência total e inteiramente devotada a servir a Deus e aos homens. A partir daí, pego-me pensando, encantada, um sem número de vezes: “Meu anjo da guarda foi criado por Deus, sabe-se lá quantos bilhões de anos antes de mim, e durante este ‘tempo’ todo esteve diante da face da Trindade, a contemplá-la, a louvá-la sem cessar, a amá-la, a dizer ‘sim’ à sua missão, ligada à minha existência enquanto aguardava que Deus me criasse”. Encanta-me ficar pensando sobre isso e ficar remetendo a “antes” a existência do meu anjo da guarda. Aliás, para falar a verdade, não 17


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sei se São Tomás de Aquino estremeceria no céu, mas sempre achei que tinha mais de um anjo ao meu lado. No entanto, como isso, que eu saiba, não tem comprovação teológica, fica somente no campo de minha experiência com eles. Pois bem, como dizia: encanta-me ficar pensando que antes de Moisés, antes de Abraão, antes de Adão e Eva, antes de ser criada a terra, antes de ser criada a luz, meu anjo já existia e já contemplava a face de Deus. E a contemplava, de certa forma, em meu nome, pois foi criado para louvar a Deus para mim, para me acompanhar, para cuidar de mim, para me ajudar a ir para o céu e ali contemplar comigo para sempre a Trindade, que meu anjo contempla, em meu lugar, comigo e à minha espera, desde muito antes de eu nascer. É amor demais! É demasiado grande este amor do nosso Deus, que se preocupa conosco, comigo e com você muitíssimo antes de nos chamar à vida! Gosto de pensar no meu anjo à minha espera. Por um lado, vejo-o saciado da beleza da Trindade que contempla e, por outro, impaciente por minha criação, pois cuidar de mim e me acompanhar pela vida nesta terra e pela eternidade a fora é sua missão, sua forma de obedecer a Deus e lhe dar a alegria de seu amor concreto. Meu anjo da guarda, poder-se-ia dizer, existe também por causa de mim! Existe para mim! Foi criado em vista de minha vida, de minha criação. É de enlouquecer de alegria pensar em tanto amor de Deus! É, também, de enlouquecer, a gratidão pelo fato de não ter sido abortada, pelo fato de ter sido conservada viva, pela alegria de viver para sempre sendo socorrida em minha fraqueza por estes seres tão maravilhosos que ministram em nossas vidas a alegria perene da Trindade, contemplada na perfeição de sua infalibilidade angélica, vivenciada na beatitude de sua impecabilidade, conforme nos ensina Santo Agostinho. No primeiro semestre de 2004, um senhor chamado Pascal rezou por mim na França durante um retiro que, no Brasil, se chama “Cura para o Amor” ou “Agapeterapia”. Não nos conhecíamos e ele não sabia nada da minha vida. Para minha surpresa – ou nem tanto assim! – 18


Amor demais!

saiu-me com essa: “Houve uma grande oposição para seu nascimento. No entanto, seu anjo da guarda e os dois irmãos que a antecederam oraram por você e você foi conservada viva”. Fiquei pasma. É fato que antes de mim faleceram dois irmãos por aborto espontâneo. Mas era novidade que tivessem orado para que eu nascesse juntamente com meu anjo da guarda, que esperava, no céu, meu nascimento. Fiquei a imaginar a alegria deles e do meu anjo quando, dia após dia, a graça de Deus foi me conservando em vida no ventre de minha mãe e quando, finalmente, nasci e fui batizada no domingo seguinte, a Páscoa semanal, no dia 26 de agosto de 1951, no próprio hospital, seis dias depois de nascida. Imagino que, no bom humor que reina no céu, meus irmãos e seus anjos tenham dito para o meu anjo da guarda: “Agora é com você, e olha que essa aí não vai ser fácil!”. Creio que, realmente, meu bom anjo seja herói valoroso de paciência, esperança e caridade. A cada segundo de minha vida iria precisar de sua visão de Deus, da infalibilidade de sua inteligência, da retidão de sua impecabilidade. Iria, também, admirar e rir muito com eles, pois que os anjos têm excelente senso de humor, isso eu garanto, como veremos nas páginas seguintes. Para conhecer melhor a doutrina Ensina-nos o Catecismo da Igreja Católica, Cat.: A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos é uma verdade de fé6. O testemunho da Escritura a respeito é tão claro quanto a unanimidade da Tradição. Santo Agostinho diz a respeito deles: “Anjo (mensageiro) é designação de encargo, não de natureza. Se perguntares pela designação da natureza, é um espírito; se perguntares pelo encargo, é um anjo: é espírito por aquilo que é, é anjo por aquilo que faz” Por todo o seu ser, os anjos são servidores e mensageiros 6.  A definição da existência dos anjos como dogma de fé deu-se no IV Concílio de Latrão, em 1215.

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de Deus. Porque contemplam “constantemente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10), são “poderosos executores de sua palavra, obedientes ao som de sua palavra”. (Sl 103,20) Como criaturas puramente espirituais, são dotados de inteligência e de vontade: são criaturas pessoais e imortais. Superam em perfeição todas as criaturas visíveis. Disto dá testemunho o fulgor de sua glória. (Cat. 328-330) Para aprofundar e orar Diz-nos São João Bosco – D. Bosco: Um argumento que mostra a excelência do homem é o fato de ele ter um Anjo da Guarda. Uma vez criado o céu, a terra e todas as coisas nele contidas, Deus deixou que as coisas seguissem o curso das leis naturais de acordo com a ordem da cotidiana providência que as preserva. Para o homem, contudo, não foi assim. Além de enriquecê-lo com nobres qualidades, tanto espirituais como corporais, tornou-o responsável de todas as outras criaturas e quis que um Espírito Celeste cuidasse dele. Desta maneira, desde o primeiro instante em que o homem aparece no mundo, um Anjo o assiste noite e dia. Acompanha-o nas viagens, nas estradas, defende-o dos perigos da alma e do corpo, e lhe diz o que é bom, para que o siga. Grande dignidade do homem, grande bondade de Deus, dever permanente ao qual haveremos de corresponder! Para sua Lectio divina Pare e ore com o seguinte texto das Escrituras: Assim diz o Senhor: Vou enviar um anjo que vá à tua frente, que te guarde pelo caminho e te conduza ao lugar que te preparei. Respeita-o e ouve a sua voz. Não lhe sejas rebelde, porque não suportará as vossas transgressões e nele está o meu nome. Se 20


Amor demais!

ouvires a sua voz e fizeres tudo o que eu disser, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários. O meu anjo irá à tua frente e te conduzirá à terra dos amorreus, dos hititas, dos ferezeus, dos cananeus, dos heveus e dos jebuzeus, e eu os exterminarei. (Ex 23,20-23)

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