E jovem... se confessa?!

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Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que pratiquei e do que deixei de fazer. Pecando, eu Pe.bem Leonardo Wagner vos ofendi, meu Deus, Sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo fielmente, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não querer mais pecar e fugir às ocasiões do pecado. Senhor, tende de mim, pelos méritos da paixão de nosso Salvador, Jesus Cristo. or, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que p bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu D bem, de ser amado sobre todas as coisas. P nte, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não quer e fugir às ocasiões do pecado. Orientações Senhor, tende piedade de mim para boa confi ssão Senhor, eu me arrependo sinceramente deuma todo o mal que Orientações para uma boa confissão pratiquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus, Sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo fielmente, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não querer mais pecar e fugir às ocasiões do pecado. Senhor, tende de mim, pelos méritos da paixão de nosso Salvador, Jesus Cristo. hor, eu me sinceramente de todo o ma iquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi us, Sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Pro

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Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que pratiquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus, Sumo bem, digno de ser amado Pe. Leonardo Wagner sobre todas as coisas. Prometo fielmente, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não querer mais pecar e fugir às ocasiões do pecado. Senhor, tende piedade de mim, pelos méritos da paixão de nosso Salvador, Jesus Cristo. Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que pratiq bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo fiel ajudado por vossa graça, fazer penitência, não querer mais p fugir às ocasiões do pecado. Senhor, tende piedade de mim Senhor, eu me arrependo sinceramente de todo o mal que Orientações para uma boa confissão pratiquei e do bem que deixei de fazer. Pecando, eu vos ofendi, meu Deus, Sumo bem, digno de ser amado sobre todas as coisas. Prometo fielmente, ajudado por vossa graça, fazer penitência, não querer mais pecar e fugir às

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Coordenação Geral

Filipe Cabral Coordenação Editorial

Andrea Luna Valim Diagramação

Daniel Garcia da Silva Revisão

Keila Maciel Marques Mariana Medeiros Projeto Gráfico

Everton Sousa de Paula Pessoa Capa

Leonardo Biondo Rafael Studart

Edições Shalom Estrada de Aquiraz - Lagoa do Junco CEP: 61.700-000 - Aquiraz/CE Tel.: (85) 3308.7405 www.edicoesshalom.com.br comercialedicoes@comshalom.org Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. ISBN: 978-85-7784-049-6 © EDIÇÕES SHALOM, Aquiraz, Brasil, 2011.


Que o inimigo não me diga: “Eu triunfei!” Nem exulte o opressor por minha queda, uma vez que confiei no vosso amor! (Sl 12,5-6)



Sumário Introdução......................................................................9 1˚ Parte - O que é a confissão...........................11 1. O amor misericordioso......................................................13 2. O pecado...........................................................................14 3. O exame de consciência...................................................16 4. Pecado grave e pecado venial..........................................17 5. O número e as circunstâncias...........................................21 6. Validade da confissão.......................................................22 7. Quando confessar.............................................................24 8. Confissão geral.................................................................26 9. Comunhão em pecado?....................................................27 10. Confissão e direção espiritual..........................................28 11. A santidade.......................................................................29 2˚ Parte - Os Dez Mandamentos.......................31 1. Amar a Deus sobre todas as coisas..................................35 2. Não tomar seu Santo Nome em vão.................................38 3. Guardar Domingos e festas de guarda.............................39 4. Honrar pai e mãe..............................................................41 5. Não matar.........................................................................42 6. Não pecar contra a castidade..........................................46


7. Não roubar........................................................................50 8. Não levantar falso testemunho........................................52 9. Não cobiçar a mulher do próximo....................................55 10. Não cobiçar as coisas alheias...........................................58 3˚ parte - Conteúdos Extras..............................61 1. Os cinco mandamentos da Igreja.....................................63 2. Os pecados capitais..........................................................66 3. As partes da confissão......................................................67 4. O confessor.......................................................................70 5. Fórmulas para o ato de contrição....................................72 6. Nunca mais pecar.............................................................74 7. Passagens bíblicas............................................................78 Palavra final................................................................83


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o ã ç u d o r t n I Olá, pessoal!

H

á muito tempo foi-me pedido para fazer um pequeno roteiro que ajudasse os jovens a se confessarem1 bem. Este livro nasce de uma necessidade bastante frequente dos jovens em se expressar no Sacramento da Reconciliação, sobretudo no início da caminhada com Jesus, mas não somente. Este pequeno roteiro pode ser usado por qualquer jovem que já tenha tido uma primeira experiência de Deus e queira caminhar na via estreita do Senhor. Procurei ser brevíssimo, pois o objetivo é ajudar você a lembrar os seus pecados antes de confessar, o que tradicionalmente chamamos de “exame de consciência”. Não darei explicações detalhadas de cada pecado e me limitarei aos pecados que se referem à vida jovem solteira. Esta pequena orientação será totalmente baseada no Catecismo da Igreja Católica ao qual recomendo vivamente a consulta para aprofundar-se sempre mais na doutrina de nossa Santa Igreja.

1.  Faço aqui um comentário quase inútil: você já notou que o verbo confessar não é reflexivo? Nós não podemos nos confessar pois se eu confesso, eu confesso alguma coisa a alguém, não me confesso a mim mesmo! Portanto, se confessar, a rigor, está gramaticalmente errado, mas é a forma que nos habituamos a usar quando nos referimos à confissão sacramental. Pensando nisso, às vezes me dava vontade de rir quando alguém se aproximava de mim e me dizia: “padre, me confessa...” Eu tinha vontade de dizer: “O que você quer saber de mim?”


10 Aqui, você verá também alguns breves testemunhos de jovens que encontraram esse maravilhoso tesouro que é o sacramento da confissão em suas vidas2. Que o Senhor esteja no seu coração para que, movido pelo Espírito Santo, você reconheça, arrependido, os seus pecados e acolha a infinita misericórdia do Pai. Deus o abençoe!

Olá, Eu descobri o liv ro E JOVEM... SE CONFESSA ?! no Renascer 2009, durante o intervalo da pregação do curs o de aprofundamento. Compr ei e comecei a ler. Eu tinha muitas dúvidas sobre o pecado e estava muito confuso e, ao te rminar de ler o livro, tudo havi a se resolvido. Uma nova menta lidade em relação ao pecado, à confissão. Uma forma coerente e santa de viver! SHALOM! Leandro Teixei ra Santiago 19 anos Estudante de in

formática

2.  Os testemunhos anônimos possuem um lindo pseudônimo inventado por mim. Quem quiser pode colocar como nome do seu próximo filho(a).


1a Parte

O que é confissão



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fissão n o c é e u q O

P

ara se falar de confissão devemos pressupor o pecado. Confessar é admitir e revelar a culpa, o pecado; muitas vezes aquilo que estava íntimo e oculto. Confessa-se por estar arrependido e por desejar pedir perdão e consertar o erro cometido. Às vezes alguém pode confessar uma coisa boa. Confessar ou admitir que foi você quem fez uma boa ação escondida, por exemplo. No caso do Sacramento da confissão, o que se deseja é, reconhecendo o pecado que cometemos, pedir perdão a Deus por meio do seu ministro na terra, o sacerdote. Portanto, reconhecer o pecado é fundamental na confissão. Diz a Palavra do Senhor na Primeira Carta de São João: “Se dissermos que estamos em comunhão com ele, mas andamos nas trevas, estamos mentindo e não nos guiamos pela verdade. Mas, se andamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de seu Filho Jesus nos purifica de todo pecado. Se reconhecemos nossos pecados, então Deus se mostra fiel e justo, para nos perdoar e nos purificar de toda culpa” (1Jo 1,6-7.9).

O amor misericordioso Antes de continuar a leitura é muito importante que você dê atenção especial a esse ponto. Sem uma experiência de fé, uma experiência no Amor de Deus, é impossível reconhecermo-nos pecadores e nos arrependermos. É como colocar o carro diante dos bois. Somente encontrando pela fé a pessoa de Jesus na nossa


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E jovem... se confessa?! vida, somente no encontro do amor misericordioso podemos ter a maravilhosa experiência do perdão. A confissão é esse encontro com a misericórdia de um Deus apaixonado por nós. Antes que você queira ir confessar os seus pecados, Deus mesmo está ansioso para lhe perdoar. É a graça que vai ao encontro do pecador, o Pai corre ao encontro do filho pródigo quando ele ainda está longe. Lembre-se disso: a misericórdia de Deus é invencível! Rezemos com o que nos fala o Senhor através da carta de São Paulo aos Romanos: “Depois disso, que nos resta dizer? Se Deus está conosco, quem estará contra nós? Quem não poupou o seu próprio Filho e o entregou por todos nós, como não nos haverá de agraciar em tudo junto com ele? Quem acusará os eleitos de Deus? É Deus quem justifica. Quem condenará? Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direta de Deus e que intercede por nós? Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, os perigos, a espada?... Mas em tudo isso somos mais que vencedores, graças àquele que nos amou. Pois eu estou convencido que nem a morte, nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os podres, nem a altura, nem a profundeza, nem qualquer outra criatura poderá nos separar do amor de Deus manifestado em cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,31-39).

O pecado Mas, afinal, o que é o pecado? É uma ofensa feita a Deus, uma desobediência aos seus mandamentos, à sua Palavra. Jesus resumiu em uma só frase toda a Lei e todos os mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. (Cf. Mt 22, 38-40) Eu vou detalhar aqui, com base no Catecismo, as inúmeras formas em que, na nossa vida, no nosso dia a dia, podemos


Orientações para uma boa confissão desobedecer a essa Lei fundamental de Deus. As inúmeras formas de não amar é o que chamamos pecado. É tão simples mas tão sério ao mesmo tempo! O pecado, qualquer pecado, é uma forma de desamor, de egoísmo, de falta de amor para com Deus, para com o próximo e para com nós mesmos. O Sacramento da confissão (também chamado de Penitência ou Reconciliação) é a forma mais eficaz deixada por Jesus para que nos reconciliássemos com Deus. Podemos ver isso de modo mais claro no Evangelho de João, capítulo 20: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: ‘A paz esteja convosco’. Depois destas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Novamente, Jesus disse: ‘A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio’. E depois de ter dito isto, soprou sobre eles e disse: ‘recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos’” (Jo 20,19-23).

Na verdade, quando nos confessamos a um sacerdote, não estamos pedindo perdão ao padre, mas a Jesus que nos perdoa e nos reconcilia com Deus por meio do ministro da Igreja. Somos um só corpo, todos unidos pela fé e pelo Batismo uns com os outros em Jesus Cristo. A Igreja é, por assim dizer, o Corpo Místico de Cristo. Por isso, o pecado, mesmo o mais escondido e íntimo, fere a Igreja. Por exemplo: quando eu dou uma martelada no dedo, não é só o dedo que sofre, quando eu corto uma veia do braço, a cabeça não diz assim: “Se cortou, miserável? Bem feito, pois pode se lascar aí que eu não tenho nada a ver com isso!”. Quando nos confessamos, reconciliamo-nos também com a Igreja. É muito importante entendermos isso. A graça de Deus, que nos salva, vem a nós por meio da Igreja. A fé, dom de Deus,

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E jovem... se confessa?! nos vem pelo testemunho dos discípulos de Jesus. É por meio da Igreja que recebemos a fé, somos inseridos nela pelo Batismo, somos alimentados e nos tornamos um só corpo e um só espírito com Jesus e com os irmãos por meio da Eucaristia e recebemos o perdão de Deus por meio do Sacramento da Reconciliação. Bom, isso daria um curso de vários meses, mas para começar acho que basta. O exame de consciência A consciência é a voz interior que mostra o bem a que devemos aderir e o mal que devemos rejeitar. Você se lembra daqueles desenhos animados antigos em que ficava um anjinho soprando no ouvido do cara que ele devia ser bom, perdoar e tal, e um demoniozinho que ficava com um tridente do outro lado incitando à vingança e à maldade? Bom, desenhos animados inocentes do passado remoto à parte, a nossa consciência é uma voz interior, um julgamento da razão pelo qual a pessoa reconhece o bem ou o mal que planeja fazer ou que já realizou. Não é uma voz exterior como de anjos e demônios, embora o diabo possa nos tentar e os anjos nos inspirem o bem e nos ajudem contra as tentações. Às vezes, surdos à voz de nossa consciência, só notamos que uma coisa foi errada depois; é o famoso “vacilo”, quando o cara pensa: “bem que me tinham dito...”, “bem que eu estava desconfiando...”, ou seja, a voz da consciência já tinha advertido, mas a opção foi para o mal. O exame de consciência é o olhar para dentro de nós mesmos para vermos, com atenção cuidadosa (como indica palavra examinar), se o nosso coração nos acusa de termos feito uma escolha errada pela falta de amor, por não amar a Deus ou nosso irmão, imagem de Deus. Para o exame de consciência, fundamental para a confissão, é necessário pedir o auxílio do Espírito Santo por meio da oração. O Espírito Santo ilumina a nossa consciência e nos ajuda a perceber a verdade dentro de nós. Podemos facilmente enganar-nos ou sermos cegos para reconhecer os nossos pecados. Por isso, pedir a luz da verdade, a graça do Espírito de Deus, é essencial.


Orientações para uma boa confissão Uma observação importante: existem vários tipos de consciência classificadas pelos teólogos moralistas. Não falaremos detalhadamente aqui sobre isso. Eu queria apenas salientar que existem dois extremos que devemos evitar:  Consciência relaxada – é aquela que não vê pecado em nada, que um pecado grave é apenas uma falha cotidiana, coisa que todo mundo faz etc. É o tipo de pessoa que não se confessa porque não tem pecado!  Consciência escrupulosa – é o extremo oposto, aquele tipo de pessoa que vê pecado em tudo, que vive angustiada, perseguida pela ideia de que comete continuamente pecados por pensamentos, palavras, ações, até em respirar com força acha que está pecando por gula! Gente que deixa de comungar pelo mínimo pensamento impuro não voluntário, por exemplo. A consciência “sadia” é aquela que, iluminada pela verdade do Evangelho, com o auxílio do Espírito Santo de Deus, julga todas as coisas, reconhecendo humildemente o certo e o errado, o bem a se praticar e o mal a se evitar. Pecado grave e pecado venial “Se alguém vê seu irmão cometer um pecado que não conduz à morte, que ele reze, e Deus lhe dará a vida; isto, se, de fato, o pecado cometido não conduz à morte. Existe um pecado que conduz à morte, não é a respeito deste que eu digo que se deve rezar. Toda iniquidade é pecado, mas existe um pecado que não conduz à morte” (1Jo 5,16s).

Como falei anteriormente, o pecado é sempre uma falta de amor. Essa falta de amor pode ser considerada grave ou leve. Vou dar um exemplo: digamos que você tenha um grande amigo, um amigo de infância ou um irmão próximo, ou mesmo um namorado(a). Você pode dizer com sinceridade que ama essa pessoa e vice-versa.

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E jovem... se confessa?! Na convivência de amizade, algumas vezes fazemos coisas que o nosso amigo não gosta, chateia-se, mas são coisas “normais”, que não ferem profundamente a amizade. Isso é o que podemos chamar de pecado leve ou venial quando falamos da nossa amizade com Deus. Existem, porém, ofensas graves, em que o amigo se sente realmente ferido na amizade. Muitos de nós já tivemos essa experiência dolorosa de “vacilar” ao ponto de perder uma amizade, ou acabar o namoro. O amigo(a) pode deixar de querer estar conosco ou de falar conosco. Em se tratando da ofensa feita a Deus, isso é o que seria o pecado grave ou mortal. Claro que se eu coloco tudo no plano da amizade humana, a coisa fica mais fácil de entender, porém, subjetiva demais, porque nós mudamos. Existem coisas que ofendem um amigo e a mesma coisa não ofende a outros. O importante é você saber que o pecado é uma ofensa a Alguém que nos ama e, quando falamos de amizade com o Senhor, a diferença está no fato de que Ele nos ama de forma perfeitíssima e total. O Amor dele nunca falhará ou diminuirá para conosco. Deus não muda! O nosso amor, por sua vez, será sempre imperfeito. Deus não fica “com raiva de nós” quando pecamos, mesmo que os nossos pecados sejam gravíssimos. Veja a parábola do filho pródigo. O nosso pecado só ofende, só fere, de verdade, a nós mesmos e fere o coração de Deus, porque Ele nos ama e não quer nos ver distantes do seu amor. Da mesma forma, Deus não passa a nos amar mais quando nos confessamos. A confissão é um remédio que cura o nosso coração e é um ato de grande amor para com Deus deixar-se perdoar e amar. Sem enrolar muito, na prática, como eu sei que um pecado é mortal (grave) ou venial? Verdadeiramente só você pode saber. Isso mesmo! Preste atenção à seguinte dica gramatical: Um pecado grave é formado por três substantivos seguidos de três adjetivos. Se faltar um dos adjetivos o pecado é venial, se faltar um dos substantivos, não existe pecado. É facílimo: Matéria grave Consciência plena Vontade deliberada (ou livre)


Orientações para uma boa confissão É óbvio que você sabe identificar os substantivos e os adjetivos, não é? Claro que sabe! Então, como eu estava dizendo, só é pecado grave se houver todas essas seis palavras, os três substantivos seguidos dos três adjetivos. Vamos entender melhor: Matéria grave – é aquilo que eu estou infringindo com a desobediência do pecado. A matéria é GRAVE quando se refere diretamente a um dos dez Mandamentos da Lei de Deus. As circunstâncias podem atenuar ou modificar a matéria do pecado. Por exemplo, matar é grave, gravíssimo, mas matar em legítima defesa, em certas circunstâncias, não é pecado! Bem como matar em um acidente no qual você não teve culpa. Portanto, a matéria, o mandamento, deve ser infligido de forma grave. Consciência plena – já falamos sobre o que é a consciência, voz interior que nos indica o bem e o mal nas nossas decisões, conhecida também como sacrário inviolável do coração do homem, pois ninguém, a não ser Deus, pode penetrar na nossa consciência. A consciência é plena quando sabemos perfeitamente da maldade de um ato, é saber que aquilo que cometi era pecado antes de tê-lo cometido. Pode acontecer que, algumas vezes, em certas circunstâncias, a nossa consciência não seja plena a respeito de um ato, isso pode atenuar ou mesmo cancelar o pecado. Entretanto, a falta de consciência não pode ser por culpa nossa, por exemplo: a pessoa que feriu outra estando bêbada não pode alegar que estava bêbada e por isso não tinha consciência. Porém, uma pessoa que tem um sonho de cunho erótico não pode se acusar de pecado mortal. Na verdade, nem houve pecado, porque a pessoa não tem controle sobre os sonhos, mas é claro que se você tem um sonho imoral porque deliberadamente viu imagens imorais durante o dia, você pode não ser culpado pelo sonho, mas pelo o que o causou, entendido? Vontade deliberada – querer fazer livremente aquele ato. O mesmo exemplo que eu dei anteriormente sobre o sonho pode ser aplicado aqui. Nos sonhos, não existe vontade, ninguém vai dormir decidindo sonhar com alguma coisa, você pode até desejar, mas não

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E jovem... se confessa?! pode decidir, obviamente. Claro que se você vai dormir desejando ter um sonho pecaminoso, o seu desejo já é pecado. Às vezes, a nossa vontade é fortemente diminuída por causa de uma coação interna ou externa. Quando alguém nos obriga a fazer uma coisa errada ou quando somos obrigados por um vício de que não conseguimos nos libertar. Isso pode ser complicado, mas é necessário saber discernir em cada caso se fomos plenamente livres ou não em cometer aquele pecado. Acontece muito frequentemente usarmos essa frase: “Foi sem querer...” Até que ponto isso é verdade? Só você pode dizer. Talvez você tenha de admitir, sinceramente, como o Chaves: “Foi sem querer, querendo...” A vontade deliberada acontece quando não há luta. Eu faço porque quero e pronto. A vontade não é deliberada quando eu sucumbo a uma luta, como quem diz: “Não queria fazer, lutei, mas acabei caindo”. Nesse caso, o pecado não é grave se a luta foi sincera. Então, lembre-se sempre da regra: três substantivos seguidos de três adjetivos é igual a pecado grave. Se faltar um dos adjetivos (grave, plena ou deliberada) o pecado é venial ou leve; se faltar um dos substantivos (matéria, consciência ou vontade) não há pecado algum. Uma última observação: há pecados que são especialmente graves e causam uma excomunhão automática da Igreja, caso a pessoa tenha consciência da gravidade deles. É o caso do aborto voluntário e do assassinato, bem como da profanação da Eucaristia.1 1.  É importante esclarecer isso, pois no Brasil já houveram polêmicas na mídia a respeito da excomunhão em caso de aborto. Não é o Bispo diocesano que excomunga, nem o Papa. A excomunhão, caso a pessoa tenha consciência, é automática. Recai na excomunhão todos os que praticaram o aborto e aqueles que colaboraram diretamente para ele, por exemplo: o namorado que deu o dinheiro para a jovem abortar, a mãe que levou à clínica e ameaçou expulsar de casa, caso a jovem não abortasse, os médicos e enfermeiros que o praticaram. É importante salientar que, dentre outras coisas, se uma pessoa não era consciente que o pecado causava excomunhão automática, não incorre na pena. Também não podem sofrer excomunhão os menores de 16 anos.


Orientações para uma boa confissão Existem outros, mas esses três que eu citei são aqueles que um jovem tem a possibilidade de praticar. Alguns dos outros seriam: atentar contra a vida do Papa, o sacerdote que revela o segredo da confissão, sagrar bispo sem mandato pontifício... bom, acho que você não fez isso, não é? Não posso deixar de dizer que quem morre em pecado grave sem arrependimento vai para o inferno, ou seja, para a separação definitiva de Deus. Não existe arrependimento ou conversão após a morte. Porém, como não se pode saber o que se passa no coração do homem no momento da sua passagem dessa vida para a outra, não podemos julgar ou declarar que uma pessoa está no inferno. A vontade de Deus é sempre salvar o homem, somente no Céu compreenderemos totalmente do que a misericórdia de Deus foi capaz por cada um de nós. Quem morre em estado de pecado venial passa pela purificação do amor, que chamamos de purgatório. O purgatório é uma espécie de preparação para se unir definitivamente a Deus que é perfeitíssimo. Todos os que morrem em pecado venial passam pelo purgatório e vão para o Céu. Os que morrem havendo recebido os últimos sacramentos e estando sinceramente arrependidos de todos os seus pecados vão diretamente para o Céu, para a contemplação infinita da Glória de Deus na felicidade sem fim. O número e as circunstâncias Um fator atenuante ou agravante do pecado é o número e a circunstância, ou seja, quantas vezes se praticou o pecado e em que circunstância ele foi praticado. É importante, no exame de consciência e na confissão, revelar essas duas coisas, porque um pecado pode tornar-se extremamente mais grave ou menos grave dependendo disso. Vou dar alguns exemplos um pouco fortes, mas para que fique bem claro: Matar é gravíssimo. Matar a mãe ou o pai é ainda mais grave do que matar um desconhecido em um gesto de ira.

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E jovem... se confessa?! Roubar é grave. Roubar aquilo que alguém tinha para sobreviver é gravíssimo. Roubar dinheiro do pai quando se é adolescente pode ser bem diferente (menos grave) que roubar várias vezes de várias pessoas estranhas. É um atenuante se a pessoa for uma cleptomaníaca. Masturbar-se pode ser grave ou não, dependendo das condições que eu expliquei acima (o negócio dos substantivos e adjetivos...). Mas, se é um ato feito com outra pessoa, é muito mais grave. Se é um ato homossexual, é ainda pior, e se é um ato de pedofilia, é extremamente grave! Ver uma imagem imoral é grave, mas é óbvio que uma coisa é fixar-se, por uma tentação, em uma imagem de alguns segundos na TV em uma propaganda, outra coisa é, deliberadamente, buscar sites de relações sexuais na internet. Brigar é um pecado que pode ser grave ou não, mas bater na mãe é gravíssimo. Como vocês podem perceber, a gravidade ou não do pecado pode depender muito das circunstâncias. Existem pecados que se sobrepõem, como o estupro: ele é um ato de violência e, ao mesmo, é um gravíssimo pecado contra a castidade e, se for com um menor, acrescenta-se ainda mais outro fator de gravidade e assim por diante. A conversa franca e sincera com um sacerdote da sua confiança pode ajudar muito a tirar as suas dúvidas. A circunstância pode fazer que uma coisa boa, certíssima, torne-se um pecado. Por exemplo: ir à Missa todos os domingos é um mandamento, é corretíssimo. Mas ir à missa e ficar conversando, sem prestar atenção, brincando, paquerando, atrapalhando os outros, ou coisa parecida é, obviamente, um pecado. Validade da confissão A confissão é um sacramento. Tem eficácia garantida por Jesus e, como todo sacramento, independe da virtude do ministro. Isso quer dizer que não importa se o padre é legal, simpático, antipático, santo, jovem, velho, pecador ou outro qualquer adjetivo com que


Orientações para uma boa confissão você queira classificá-lo. O sacramento é sempre eficaz para perdoar os pecados porque é Jesus quem perdoa por meio do sacerdote. Porém, de nossa parte, requerem-se algumas condições: 1. Estar arrependido. Se você não está arrependido, é inútil pedir perdão, é óbvio que não vale! Isso é claro até nas relações humanas. Já pensou a menina que vai dizer para a outra: “mulher, olha, me desculpa aí por eu ter falado mal de ti, mas tu és chata e burra mesmo, viu?!...” 2. Confessar os pecados graves. A confissão não vale se você esconder deliberadamente um pecado grave por algum motivo. Não adianta dizer todos os 834457 pecados que você lembra ter cometido na última semana e esconder justamente aquele mais grave por medo ou vergonha. 3. Desejar reparar o mal cometido. Isso faz parte do arrependimento. Se alguém roubou, por exemplo, como pode demonstrar que está arrependido se não

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Há 6 anos, eu não me confessava (por medo, por não entender, por achar que seria muito julgada e criticada) nessa época, e eu já fazia parte de grupo de oração (no Shalom). Já tinha feito Seminário de Vida no Espírito Santo duas vezes, mas corria longe da confissão. Em uma quinta-feira no Shalom, há quase 2 anos atrás, o padre Almeida Neto estava atendendo confissões, e eu criei coragem e fui lá. Naquele momento, eu fui resgatada, amada, perdoada, transformada, retirada da lama diante de tantos pecados ao ver minhas lágrimas unidas às lagrimas do padre, lágrimas de compaixão, de amor, de misericórdia, e ele, ao olhar nos meus olhos, era o próprio Jesus Cristo a me olhar com pura e infinita misericórdia. Também naquela ocasião, houve algumas profecias feitas por ele (que eu não entendi na hora), mas que hoje já se cumprem de forma bela e grandiosa na minha vida! Hoje a confissão se tornou para mim algo sagrado, forte, de reconciliação com Deus e de provar seu Amor Infinito por mim! É isso. =) Brígida Marques 22 anos - Geógrafa


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E jovem... se confessa?! devolver o roubo? É um absurdo, não acha? O perdão só pode ser dado se você tiver a intenção de devolver o que foi roubado, se isso for possível, claro. ATENÇÃO: Não deixe de procurar o sacerdote por encontrar dentro de você um dos três pontos citados acima (falta de arrependimento sincero, falta de coragem de confessar ou de desejo de reparar o mal). Muitas vezes é por meio da conversa com o padre que você encontra força para se arrepender, coragem para contar aquele pecado que você estava escondendo por medo ou vergonha, e sabedoria para reparar, da melhor forma possível, o mal cometido sem grandes constrangimentos. Quando confessar Este é um assunto que poderia ser muito longo, mas vou comentar em poucas linhas. O meio normal para se obter o perdão dos pecados graves é somente o Sacramento da Reconciliação ou confissão. Por isso, você deve confessar sempre que tiver consciência de ter cometido um pecado grave ou, no mínimo, uma vez por ano como prescreve a Santa Igreja. Os pecados veniais são perdoados pela penitência do dia a dia, pelo oferecimento de si mesmo, pelo jejum, pela esmola, pela oração, adoração, sacrifícios, enfim, pelo amor que se manifesta a Deus que cobre o desamor que o pecado manifestou. Por outro lado, se eu quero caminhar seriamente com Jesus, é muito valiosa a confissão frequente, praticada por uma multidão de santos, conhecidos ou anônimos, do passado e do presente. A confissão frequente ajuda a manter a nossa consciência sempre alerta e limpa, aumenta o nosso senso de responsabilidade e nos dá força na luta contra o pecado. É uma graça imensa de Deus que está à nossa disposição. Muitas pessoas não confessam ao sacerdote por medo e vergonha. Dizem que é desagradável, que não gostam etc. Eu diria que elas têm razão. Não é agradável reconhecer os nossos pecados


Orientações para uma boa confissão

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e contá-los a outra pessoa, porém a gente não toma remédio porque é gostoso, mas porque é necessário! Além do mais, é a prática da confissão frequente que ajudará, aos poucos, a ir perdendo a rejeição normal que pode haver com relação à confissão. Claro que eu não vou me confessar cada vez que tiver a mínima impaciência. Até porque não existem padres suficientes para isso, e você iria torrar a paciência dos poucos padres que existem. O aconselhável é confessar uma vez por mês ou mais frequentemente, dependendo da necessidade e possibilidade. ja havia mais de 10 Padre Léo, eu estava afastado da igre anno) para a fila de confisanos. Fui levado por um amigo (o Rayl tado, uma das coisas que são. Nesse tempo em que estive afas isamos da confissão para eu mais pensava é que nós não prec não precisamos ir à igreja pedirmos perdão a Deus, assim como que fui fazer as confissões para conversar com Deus. Nesse dia . Minha mão gelou e logo o dos meus pecados, o padre era você uma sensação enorme de sentimento de culpa veio à tona. Tive iria confessar. Lembrei vergonha em tocar no assunto que eu das e percebi o quanto eu de cada momento que fiz coisas erra e da Igreja, do sacraestava longe de Deus. Percebi que long ficava mais duro. mento da confissão e da Comunhão, eu nte dos meus pecados taNaquela confissão, falei superficialme quem estava ali não era o manha era minha vergonha. Porém, me olhava com compaixão Padre Léo, era o próprio Cristo que e disse “Seus pecados e misericórdia. Ao final, sorriu pra mim i: “Não vou ter penitênestão perdoados”. Eu então pergunte Sua força em lembrar dos cia?” E dai ele falou “Coragem, filho! tência! Os teus pecados pecados e falar sobre eles são sua peni hor te acompanhe”. Dias estão perdoados. Vai em paz e o Sen no Espírito Santo e fiz depois, fiz meu 1º Seminário de Vida pecados, a partir dai fui uma nova confissão mais detalhada dos s tem comigo. Tudo comesentindo o amor e o cuidado que Deu çou naquela confissão. Evilásio Lucena 26 anos - Doutorando em Engenharia de Teleinformática


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E jovem... se confessa?! Confissão geral Além da confissão frequente, uma outra prática tradicional é a chamada confissão geral, ou seja, aquela confissão em que procuramos fazer um exame de consciência referente à vida toda, tentando reconhecer pecados não confessados ou confissões malfeitas. Ela é praticada em momentos fortes de conversão em que se deseja dar passos mais sérios no caminho da santidade. Muitas vezes, no decorrer da nossa caminhada, damo-nos conta de quanto tínhamos a consciência relaxada no passado, que não considerávamos pecados tantas coisas que eram, de fato, pecados, e chamávamos de veniais o que, na verdade, eram pecados mortais. As confissões malfeitas são aquelas em que os pecados são ditos de modo velado ou indireto, ou mesmo quando se escondem fatos importantes que agravariam grandemente a culpa. Pode acontecer também que, na nossa história pessoal, tenham acontecido fatos muito graves, e até mesmo traumatizantes, que nunca tivemos coragem de confessar abertamente a um sacerdote. Essas coisas podem ser pesos que arrastamos na nossa consciência e que precisam do poder de libertação e cura interior que o Sacramento da Reconciliação traz. Interessante notar que o saldo nem sempre é negativo. Foi por meio de uma confissão geral que Santa Teresinha descobriu que nunca havia cometido um só pecado mortal na vida! Pode acontecer que, por meio da confissão geral, você descubra que aquilo que é um fardo insuportável na sua consciência, na verdade, nunca foi um pecado, era só um trauma!2 Já que a confissão geral refere-se a pecados de toda a vida, para esse tipo de confissão é aconselhável anotar o fruto do exame de consciência e combinar previamente com o sacerdote, pois certamente não vai durar cinco minutinhos. Esclarecendo melhor: devo confessar pecados “antigos”? Sim, se eles forem graves e não tiverem sido ditos em uma confissão 2.  Pode acontecer, por exemplo, que uma pessoa vítima de abuso sexual na infância sinta-se culpada por algo do qual ela é apenas uma vítima.


Orientações para uma boa confissão individual antes; não, se eles já tiverem sido confessados, a não ser que você queira, mas não há necessidade alguma. Cuidado! Confessar repetidamente os mesmos pecados do passado já perdoados é sinal de um problema psicológico, um sentimento de culpa enraizado, sem razão de ser. Talvez, você precise de uma ajuda terapêutica. Comunhão em pecado? A Comunhão Eucarística é a forma mais plena de comunhão com Jesus enquanto estivermos neste mundo. A santidade e a grandeza da Eucaristia é um mistério de amor infinito. Para realizar essa comunhão de amor por meio da Eucaristia a nossa vida deve estar em coerência com aquilo que estamos recebendo. Eu não posso comungar, entrar em comunhão plena com Jesus, se os meus atos dizem o contrário. É por isso que não se pode comungar havendo consciência de estar em pecado grave. Se a nossa consciência nos acusa de ter cometido um pecado mortal, devemos primeiro confessar a um sacerdote antes de comungar. Por isso, nada de “guardar pecados” sem confissão, pois ficar longe da Eucaristia é um grande ato de desamor, é ficar longe da fonte inexaurível da graça (gostaram do “inexaurível”?, foi só pra me amostrar mesmo...). Passar um mês sem comungar, por exemplo, é um tempo muito longo para um cristão que leva a sério a sua fé. Se você tem a possibilidade de confessar sem passar um período muito longo sem comungar, deve, necessariamente, fazer a confissão antes de comungar. Se você mora, por exemplo, em uma cidadezinha do interior onde o padre vem raramente ou onde quase nunca há a possibilidade de confissão, você pode comungar fazendo um exame de consciência e arrependendo-se sinceramente, mas deve confessar na primeira oportunidade. Comungar em pecado mortal sem o arrependimento sincero ou ao menos o desejo de confessar o quanto antes é um pecado grave. A banalização dos sacramentos, especialmente da Eucaristia, pode acarretar dureza de coração.

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E jovem... se confessa?! “Por conseguinte, que cada um examine a si mesmo antes de comer desse pão e beber desse cálice, pois aquele que comer do pão ou beber sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação.” (1Cor 11,28-30)

muitas do? a na qual r em peca ir a e z o e iç R a : r t o pecado. and ee veem em frequent Aprofund e o s it o u d m n a o u açã rq teu pasr de reza Uma tent o?... Ouvi a ã d ix e A , d s é á t es aem ndi” (cf. de: “Onde tou nu, e me esco pessoas c a id v o n a s é um porque e Isso não tive medo , im d rgulho, a r ja so no dico. O o é m o d a ) cis odem lhe Gn 3,9-10 oente pre consigo mesmo, p d O ! a s s ne ção m pecado Não caia o a decep o fraco, e m it s u e m m ê v é t se afastar,a vergonha ando você jetivo do inimigo: u q o ã ç a r ao que você o ob afastar d na oração e este é u É q . o é ã t ç a a r o ia rça para grave. Dir cero, a fo lmente da in ia s c e o p t s n e e , us ção, você ndim nos de De do arrepe confessar. Na ora a ç a r g a á eus antes de encontrar ioso de D coragem d a r o , r ic a r c e e p dos. Uma mis não mais or fiel e seus peca m s a o r o a s á s r e a nt a um peonf experime expõe-se rdote e c , e o c d a a s c o e a p ir m animar e mesmo de ão reza, estando e ar mais e o do des c n e pe stando em pessoa qu e voltar a r rezar, e d e o r o! e : r u q io a o ã m N to sincer rigo ainda ender como deve. pendimen e r ir r a a s o e a p v re de não não se ar us jamais orgulho e e o D a a e s r o e v v e lou pecado, d ecado, o ndo em p a t s oração! c e o o s m s Mes do no e s io b lá s dos nosso

Confissão e direção espiritual Outro ponto importante é distinguir a confissão do acompanhamento ou direção espiritual. É claro que você pode tirar dúvidas com o padre na hora da confissão, mas não ficar conversando sobre a sua vida espiritual ou, pior ainda, sobre


Orientações para uma boa confissão outras coisas. Isso se torna um pecado de falta de caridade quando atrás de nós tem uma fila que espera a vez de confessar e você “aluga” o padre só para você. O acompanhamento espiritual pode ser marcado com o padre e feito em outro momento e, certamente, pode incluir juntamente com a conversa a confissão. Portanto, não “enrole” na confissão! Seja objetivo, sem rodeios inúteis. Não precisa contar que quando você saiu de casa estava chovendo, aí o porteiro do prédio lhe emprestou o guarda-chuva. É claro que você ia devolver, mas acontece que todo mundo na sua família sabe, você odeia cachorro... o-dei-a! Mas, parece uma birra, toda vida que você passa na frente do portão da casa amarela que fica ao lado da agência do correio, o pastor alemão late e lhe dá aquele susto... é de lascar! Digase de passagem que nessa casa amarela mora o chato do seu primo que fica dando em cima da namorada do outro primo que é superlegal e mora no mesmo prédio que você. Mas para não alongar muito... o guarda-chuva, você pretendia devolver... etc... etc... Depois quem vai ter que confessar o pecado de raiva será o padre, espero que não seja eu! É muito aconselhável termos um confessor fixo. Falarei sobre isso na terceira parte do livro. A santidade Para concluir essa primeira parte, é importante lembrar que a nossa meta, a meta do jovem cristão é alta, muito alta: é a SANTIDADE! Ou santo ou nada! Esse deve ser o nosso lema. Porque ser santo nada mais é que amar e amar, é ser plenamente feliz. Conhecer a Deus é conhecer o Amor Verdadeiro. Quando nós temos a nossa experiência com Deus, temos essa experiência de amor que nos torna imensamente felizes, que dá sentido à nossa vida. A nossa luta pela santidade é a luta por viver no amor e afastar de nós todo o desamor. Talvez você tenha apenas começado essa aventura maravilhosa e para você ainda seja muito difícil certas coisas, deixar certos pecados e vícios. Meu filho, minha filha, eu só tenho uma palavra para você, uma palavra de Jesus: CORAGEM!

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E jovem... se confessa?! Não desanime! Vale a pena! Vale a pena lutar, caminhar, mesmo caindo e levantando, mas sem desanimar jamais! Deus nos perdoa sempre e vai olhar para o nosso amor, o nosso desejo, não para a nossa fraqueza. O importante é amar, é buscar a santidade. Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo é ser santo. Nas próximas páginas eu vou apresentar os Dez Mandamentos e uma lista de pecados que podem ser cometidos contra cada um deles. Como falei no início, o exame de consciência é um auxílio para que você, jovem, que já teve uma primeira experiência de Deus, de fé, recente ou não, possa confessar melhor os seus pecados. Só quem já experimentou o verdadeiro amor sabe reconhecer o desamor no seu coração. Não esqueça de, antes de mais nada, pedir ao Espírito Santo que ilumine o seu coração. Mãos à obra!


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