Pecado e Salvação

Coleção Renascer

Maria Luiza Porto Cabral

Pecado e Salvação

Ma ria Luiza Porto C abr al

Pecado e Salvação

COORDENAÇÃO GERAL Filipe Cabral COORDENAÇÃO EDITORIAL Carolina Fernandes ASSISTENTE DE EDIÇÃO Amanda Cividini C a pa e D iagra m ação

Kelly Cristina

Proj eto G r á fico

Everton Sousa de Paula Pessoa

Edições Shalom Estrada de Aquiraz – Lagoa do Junco CEP: 61.700-000 – Aquiraz/CE Tel.: (85) 3308.7405 www.edicoesshalom.com.br suportecomercial@comshalom.org

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ISBN: 978-85-7784-074-8 © Edições Shalom, Aquiraz, Brasil, 2014(1ª edição)

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ...............................................................7 INTRODUÇÃO ...................................................................9 CAPÍTULO 1 Criados por amor.................................................................11 CAPÍTULO 2 Criados para amar................................................................21 CAPÍTULO 3 O pecado................................................................................33 CAPÍTULO 4 Pecado e liberdade ...............................................................49 CAPÍTULO 5 Pecado e salvação..................................................................55 CAPÍTULO 6 A salvação é uma pessoa .....................................................63

CAPÍTULO 7 A salvação é uma experiência.............................................71 CAPÍTULO 8 Parte de uma história...........................................................77

A P R E S E N TA Ç Ã O “Como pode um homem renascer, sendo velho? Porventura pode tornar a entrar no seio de sua mãe e nascer pela segunda vez?”

(Jo 3, 4)

A

pergunta de Nicodemos não espera de Jesus simples resposta humana, seria estupidez de sua parte. Na verdade, espera preencher o espaço que o seu conhecimento ainda não havia completado. Ele quer receber o dom da fé que vem pelo anúncio do kerigma. O kerigma não é uma simples mensagem, ele vem impregnado de uma graça que dilata o coração do homem para uma experiência pessoal com Jesus Cristo, que traz como fruto o renascimento.

O conteúdo que você irá ler não tem o mesmo propósito de um curso de Teologia, nem de Bíblia, nem de doutrina, mas abre espaço para tudo isso. Propõe-se a criar um ambiente favorável para um encontro com uma pessoa viva: Jesus Cristo, a partir do qual somos introduzidos na vida nova, exatamente a mesma assumida pelos apóstolos de Jesus, santos e mártires.

Os livros da Coleção Renascer são de linguagem fácil, acessível e profunda. Os primeiros volumes apresentam os principais temas abordados nas pregações do Seminário de Vida no Espírito Santo: “Amor de Deus”, “Pecado e Salvação”, “O Senhorio de Jesus”, “Serás inteiramente do Senhor, teu

Deus” e “A Promessa do Pai”. Os escritores adquiriram a competência de escrevê-los pela experiência pessoal, o que torna cada livro um mergulho no conhecimento vivencial do amor de Deus.

Os livros são indicados para todos! Tanto para pregadores ou para quem quer começar a trilhar um caminho de vida cristã, quanto para quem precisa reacender a chama do primeiro amor, pois “Deus é a eterna novidade”.

Que o Senhor encontre espaço em você para esta apaixonante aventura no seu amor rumo a uma vida nova.

Franco Michel Galdino Assistência Apostólica da Comunidade Católica Shalom

INTRODUÇÃO

A

ntes mesmo de participar da Renovação Carismática Católica (RCC), tive algumas experiências tímidas com o amor de Deus quando tentava rezar. Na época, eu não entendia quase nada do que era vida de oração.

Apenas procurava, da minha maneira, conversar com Deus e quase sempre sentia alegria dentro de mim.

Então, tomei conhecimento do Seminário de Vida no Espírito Santo, promovido regularmente pela RCC. Mesmo sem saber direito do que se tratava, resolvi participar do Seminário na Igreja da Piedade, tendo à frente o padre Felipe Prévost. Fiquei muito impressionada com tudo que vi, principalmente no momento em que as pessoas rezavam impondo as mãos sobre as outras, para que os participantes recebessem a efusão do Espírito Santo. Além de ser algo muito bonito e místico, fui também envolvida por uma misteriosa paz interior. Mas, ainda não foi desta vez que me engajei.

Em um momento difícil da minha vida, recebi o convite de uma pessoa muito especial para participar do grupo de oração na Igreja das Missionárias, todas as terças-feiras. Depois de várias semanas, fiz outro Seminário de Vida no Espírito Santo e, desta vez, Deus me tomou em Seus braços e me fez experimentar Seu infinito amor. Como todos que vivem esta

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experiência extraordinária dizem, eu também digo: já não era mais a mesma pessoa. Agora a minha existência tomava um novo rumo, uma nova direção. A razão da minha vida era e continua sendo Jesus!

Apesar de muitas lutas travadas contra as minhas fraquezas, sinto que Deus realiza um milagre na minha vida, transformando lentamente as minhas concupiscências e me ensinando o caminho de santificação. É exatamente isto que Deus quer fazer na vida de cada ser humano. Ele deseja ardentemente que nos abramos à Sua graça para que possa fazer morada no nosso coração.

Este pequeno livro tem como objetivo levar cada pessoa a compreender mais e melhor a beleza da Criação; como o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e, por este motivo, ele é o único ser que possui a capacidade de amar e ser amado. Ele é o único que sabe se relacionar com seu próximo, consigo mesmo e com Deus. Na sua origem, ele vivia numa harmonia perfeita com o Criador. Mas o pecado entrou no mundo e, com ele, suas consequências desastrosas, quebrando esta harmonia, dando lugar à dor, ao sofrimento e à morte.

Deus jamais abandonou o homem e em tempo algum o abandonará na desgraça. Ao contrário, Ele se derrama de amor e compaixão, por isso enviou Seu Filho amado, Jesus Cristo, para nos salvar!

Este livreto vai ajudá-lo a compreender melhor a salvação, saber do que nós somos salvos! E, assim, poderá ajudar a encher o nosso coração de gratidão a este Deus infinitamente bom!

Que Maria, Mãe de Jesus e nossa, nos ajude a mergulhar nesse grande mistério de amor!

CAPÍTULO 1

CRIADOS POR AMOR

S

alvação é uma palavra que já escutamos diversas vezes na vida, mas que, provavelmente, nunca tenhamos nos aprofundado no sentido espiritual e verdadeiro deste vocábulo. Uma maneira para entendermos melhor é descobrir qual é o plano de Deus para a criação, o que é o pecado e, afinal, do que somos salvos!

Vamos também mergulhar no “mistério” da vontade de Deus, que entregou à humanidade seu Filho único, bem-amado, para a salvação do mundo e para glória do Seu nome. Esta é a obra da redenção humana e perfeita glorificação de Deus.

O primeiro livro da Bíblia, o Gênesis, muito irá nos ajudar nesta caminhada. O capítulo 1 todo, até o capítulo 2, versículos de 1 a 4, mostram como Deus criou cada coisa soberanamente porque quer e porque ama. Podemos ler, a seguir: “No princípio, Deus criou os céus e a terra. A terra estava disforme e vazia; as trevas cobriam o abismo e o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Deus disse: ‘Faça-se a luz’ E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia. Deus disse: ‘Faça-se um firmamento entre as águas, e separe ele umas das outras’.

Deus fez o firmamento e separou as águas que estavam debaixo do firmamento daquelas que estavam por cima. E assim se fez.

Deus chamou ao firmamento céus. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o segundo dia. Deus disse: ‘Que as águas que estão debaixo dos céus se ajuntem num mesmo lugar, e apareça o ele-

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mento árido.’ E assim se fez. Deus chamou ao elemento árido Terra, e ao ajuntamento das águas mar. E Deus viu que isso era bom. Deus disse: ‘Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente’” E assim foi feito.

A terra produziu plantas, ervas que contêm semente segundo a sua espécie, e árvores que produzem fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente. E Deus viu que isso era bom.

Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o terceiro dia. Deus disse: ‘Façam-se luzeiros no firmamento dos céus para separar o dia da noite; sirvam eles de sinais e marquem o tempo, os dias e os anos, e resplandeçam no firmamento dos céus para iluminar a terra’. E assim se fez. Deus fez os dois grandes luzeiros: o maior para presidir ao dia, e o menor para presidir à noite; e fez também as estrelas. Deus colocou-os no firmamento dos céus para que iluminassem a terra, presidissem ao dia e à noite, e separassem a luz das trevas. E Deus viu que isso era bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quarto dia. Deus disse: ‘Pululem as águas de uma multidão de seres vivos, e voem aves sobre a terra, debaixo do firmamento dos céus’. Deus criou os monstros marinhos e toda a multidão de seres vivos que enchem as águas, segundo a sua espécie, e todas as aves segundo a sua espécie. E Deus viu que isso era bom. E Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, e enchei as águas do mar, e que as aves se multipliquem sobre a terra’. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o quinto dia. Deus disse: ‘Produza a terra seres vivos segundo a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selvagens, segundo a sua espécie’. E assim se fez. Deus fez os animais selvagens segundo a sua espécie, os animais domésticos igualmente, e da mesma forma todos os animais, que

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se arrastam sobre a terra. E Deus viu que isso era bom. Então Deus disse: ‘Façamos o homem à nossa imagem e semelhança.

Que ele reine sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos e sobre toda a terra, e sobre todos os répteis que se arrastem sobre a terra’. Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse ele, e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra’. Deus disse: ‘Eis que eu vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento.

E a todos os animais da terra, a todas as aves dos céus, a tudo o que se arrasta sobre a terra, e em que haja sopro de vida, eu dou toda erva verde por alimento’. E assim se fez. Deus contemplou toda a sua obra, e viu que tudo era muito bom. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o sexto dia. Assim foram acabados os céus, a terra e todo seu exército. Tendo Deus terminado no sétimo dia a obra que tinha feito, descansou do seu trabalho. Ele abençoou o sétimo dia e o consagrou, porque nesse dia repousara de toda a obra da Criação. Tal é a história da criação dos céus e da terra”. À medida que lemos Gênesis 1, percebemos que Deus cria coisas diferentes a cada dia e dá um nome a cada uma delas. É muito interessante observar como Deus dá uma ordem clara sobre o lugar, a missão e o funcionamento de cada coisa.

Por exemplo, quando Deus cria as águas e o firmamento: Ele reúne as águas num só lugar, chamando-as de mares, e ordena que apareça o continente. Deus chama o continente de terra e ordena que verdeje de verdura, que as árvores deem frutos

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segundo sua espécie, e assim por diante. Termina cada dia, vê que é bom e abençoa Sua criação. Tudo que Deus criou é perfeito e bom. Ele criou tudo do nada e com Sua infinita sabedoria. Foi por meio de Sua Palavra que Ele foi criando e ordenando todas as coisas. E sabemos que a Palavra de Deus é o próprio Jesus.

Foi numa explosão do amor que Deus criou o homem para ser livre. Ele também entregou ao homem toda a Sua criação. E muito mais! Deus confiou a este mesmo homem a Sua própria imagem e semelhança, tornando-o capaz de amá-lo, amar a si próprio, aos outros e à criação. O homem é a obra prima de Deus, no qual Ele depositou toda Sua confiança. Ele o criou com amor, por amor e para o amor!

Gênesis 1 não tem a menor pretensão científica. Apenas ressalta que Deus criou do nada todas as coisas visíveis e invisíveis. Outro aspecto importante é perceber que a criação da vida humana aconteceu após uma infinidade de preparativos que refletem o cuidado e o amor de Deus por nós. Não somente a criação do homem, mas também a nossa vida foi precedida de milhões de cuidados de Deus com a criação e a vida de todas as pessoas que vieram antes de cada um de nós, nossas famílias e também fora delas.

O mistério que envolve a vida humana deve ser antes de qualquer coisa um reflexo do incomensurável amor do Pai. Por isso a vida do ser humano deve ser um constante hino de louvor e agradecimento a este Deus bondoso. É importante ter a consciência que a cada momento Deus recria o homem e sustenta a sua vida. O nosso coração, a nossa alma, todo o nosso ser devem estar repletos dessa gratidão a este Deus

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bondoso, amoroso, misericordioso. Tudo em nós deve estar voltado para Deus. Ele é a razão da nossa existência aqui na terra como também no Céu, onde iremos contemplá-lo por toda eternidade. Todo movimento da nossa vida precisa estar centrado em Deus, pois sem Ele nada somos e nem ao menos existimos! Que a nossa vida seja um constante movimento de gratidão a Deus, pela liberdade que nos confiou e ainda hoje insiste em confiar. Que possamos louvar a Deus, que não esquece um só segundo de cuidar, de proteger e de nos amar.

Sobre este assunto, vejamos o que nos diz o Catecismo da Igreja Católica: “Deus na sua infinita sabedoria cria o homem ‘a imagem do Deus invisível’ onde a sua inteligência participa da luz do intelecto divino. Por este motivo e sem grande esforço o homem pode com um espírito de humildade e de respeito perceber a existência do Criador e de sua obra pelo seu intelecto e por sua inteligência ontológica. Toda criação tem como origem a bondade divina e ela participa também dessa bondade”.1 O Catecismo está dizendo que a inteligência do homem é iluminada pela luz da inteligência infinita de Deus. É algo muito grande, muito maior do que possamos entender. É esta inteligência do homem que o capacita a perceber a existência de Deus.

Tudo que existe é por vontade divina e é também um dom direcionado ao homem como herança que lhe é destinada e confiada. O homem se torna, desta maneira, o senhor de todo ser criado e deve se colocar totalmente a serviço de Deus e da Sua santa vontade.

1 Catecismo da Igreja Católica, 299

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“Diante da criação o homem se depara com ‘a beleza do universo’. Existe uma ordem harmoniosa de tudo que é criado, embora perceba que há diferença entre elas. Acontece entre os seres criados possuem uma relação particular entre si e entre eles. O homem vai descobrindo progressivamente a lei da natureza que rege todo ser por Deus criado. A criação reflete a beleza infinita de Deus Criador. Isto inspira o ser humano o respeito e a submissão do seu intelecto a Onisciência de Deus”. 2 Vemos, assim, que Deus fez as criaturas diferentes uma das outras, mostrando a riqueza da diversidade, refletindo a bondade do Criador, uma independência própria e uma ordem entre si. Tudo o que existe de material na criação se destina ao bem do homem e, por meio dele, a criação inteira existe para glória de Deus. O ser humano, que é o único capaz de se relacionar com Deus, torna-se a mais importante criatura, resplandecendo a imagem de Deus. Logo, o homem deve respeitar as leis inscritas na criação e com sabedoria os princípios que derivam da natureza como fundamento da moral.

A grande dignidade da pessoa humana, como já foi dito, fundamenta-se em sua criação à imagem e semelhança de Deus. Mas esta dignidade foi ferida pelo pecado de Adão e Eva. O novo Adão, Jesus, restaura a beleza e a dignidade original do homem. Porém, a imagem divina sempre permaneceu presente em cada pessoa, que é dotada de alma “espiritual e imortal”.

A pessoa humana é capaz de compreender a ordem da criação por participar da luz e da força do Espírito divino.

Através do seu intelecto e da sua razão, o homem é capaz de 2 Catecismo da Igreja Católica, 341

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conhecer a voz do Criador, que inspira a “fazer o bem e evitar o mal”. Esta lei ressoa na consciência de cada homem e se cumpre no amor a Deus e ao próximo. A dignidade humana é o exercício deste princípio da vida moral.

Todo homem tem no seu ser o desejo de ser feliz. A felicidade humana acontece no seu encontro com o amor, que é o próprio Deus. Vimos que a criação foi feita por amor, no amor e para o amor. Criados à imagem e semelhança de Deus, devemos ser plenificados em nossas necessidades, até as mais profundas, para, assim, encontrar a felicidade.

Or a çã o Colocando-nos na presença de Deus, vamos pedir ao Espírito Santo que venha iluminar a nossa consciência, a nossa vida, principalmente a nossa memória, para que recordemos as vezes em que não cuidamos da criação que Deus nos deu, para que a dominássemos, no sentido de zelar para que ela cresça, frutifique, desenvolva e seja fortalecida. Por causa do nosso pecado, não conseguimos contemplar Deus na Sua obra criadora, tão modificada, transformada pelas mãos humanas.

Temos que resgatar o valor de cada ser criado. Olhando para o firmamento, podemos contemplar a grandeza de Deus. Os pássaros que voam livres, a beleza da liberdade dos filhos de Deus. Vendo um campo florido, podemos agradecer a Deus por vestir com tanta suavidade, beleza e diversidade cada flor, cada vegetação.