Manual de História do Porto III (preview) os jardins e praças da cidade do porto

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Coleção de Manuais da Universidade Sénior Contemporânea do Porto

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Manual de

HISTÓRIA DO PORTO III Jardins e Praças do Porto

Professor Doutor

Artur Filipe dos Santos

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Manual de História do Porto


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© 2015 Edições Universidade Sénior Contemporânea Todos os direitos de publicação reservados por: EDIÇÕES UNIVERSIDADE SÉNIOR CONTEMPORÂNEA E ARTUR FILIPE DOS SANTOS Universidade Sénior Contemporânea do Porto Rua Nova do Tronco, nº 504 4250-339, Porto, Portugal Telf: (+351) 964 068 452 / (+351) 964 756 736 Email: usc@sapo.pt www.usc.no.sapo.pt

Impressão e Acabamento Nativartes, Vila Nova de Gaia ISBN: 978-989-99005-1-6 Julho de 2015

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Bibliografia

Jardim de João Chagas.............................................................................................4 Jardim de S. Lázaro..................................................................................................10 Jardim do Carregal...................................................................................................15 Jardim do Passeio Alegre.........................................................................................16 Jardim de Teófilo Braga.......................................................................................... 18 Parque da Cidade....................................................................................................23 Jardim de Arca d’Água..............................................................................................27 Praça Mouzinho de Albuquerque...........................................................................32 Jardins de Serralves.................................................................................................37 Praça da Liberdade..................................................................................................42 Avenida dos Aliados................................................................................................44 Praça Marquês de Pombal.......................................................................................48 Bibliografia..............................................................................................................51

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Jardim de João Chagas Mais conhecido por Jardim da Cordoaria, este jardim é denominado de Jardim João Chagas desde 1924. O nome por que é mais conhecido, deve-o à actividade dos cordoeiros que estiveram instalados neste lugar – na cordoaria nova – durante cerca de 200 anos. Com efeito, na Idade Média neste lugar situava-se o Campo do Olival que albergou a Cordoaria do Bispo. O Campo era formado por uma vasta área de oliveiras que se estendiam até ao Carregal, Carmo e Praça Carlos Alberto. Este Campo do Olival, era vasto terreno aplanado, tendo já menção no documento de cedência da cidade por parte de D. Teresa ao bispo portuense D. Hugo. Ali existia, ao lado do actual «Café do Olival», (última referência existente do antigo toponímico) uma das portas da cidade: a Porta do Olival, derrubada, juntamente com grande parte da muralha, durante o século XVIII. Por ser zona priviligiada de expansão da cidade, um dos sucessores de D.

Jardim João Chagas. Fonte. Turismo do Porto

Hugo, em 1331 cedeu-o ao povo do Porto «para rocio e prol do comum da dita cidade». No «Campo do Olival» ao longo dos séculos foram-se construindo diversos, dos mais majestosos edifícios públicos da cidade, sobretudo a partir do século XVI, como sejam: a Torre e Igreja dos Clérigos [em 1754, por parte da Irmandade dos Clérigos Pobres]; o Tribunal e Cadeia da Relação [em 1606 por ordem de Filipe I de Portugal,funcionando a Cadeia até ao dia 29 de Abril de 1974, sendo hoje ali a sede do Centro Português de Fotografia); o Recolhimento do Anjo [1672], onde mais tarde veio a funcionar o mercado do mesmo nome e foi também a Praça de Lisboa, mercado e galeria comercial hoje abandonado; a Igreja de S. José das Taipas [1666]; em 1770 a Santa Casa da Misericórdia do Porto dá início à c o n s t r u ç ã o d o monumental Hospital de Santo António, e ainda, já nas cercas do Olival, o Convento de S. José e Santa Teresa de carmelitas descalças [1702]. Também era conhecido por Recolhimento da Rainha Santa do Anjo do Porto, por

Fonte: Wikipedia

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Fonte: Wikimapia

Recolhimento da Rainha Santa Isabel ou Anjo do Porto, Recolhimento do Anjo, e Recolhimento da Rainha Santa, ou do Anjo do Porto. O Mercado do Peixe ficava, ao lado do qual funcionou durante cerca de 40 anos a Roda dos Expostospara recolha de crianças abandonadas, data de 1874, visando substituir o pouco higiénico e então já insuficienteMercado da Ribeira, ali permanecendo até finais dos anos 50 do século XX, pois no mesmo local foi c o n s tr u í d o o ac tu a l ed i fí c i o do Palácio de Justiça do Porto, onde funciona o Tribunal da Relação, cuja construção se iniciou em 1958 e foi inaugurado em 1961. Construído em 1874, em local onde se situavam os antigos celeiros da cidade, situava-se na parte oeste da «Cordoaria», antigo Campo do Olival, actual [desde 1835] Campo Artur Filipe dos Santos

dos Mártires da Pátria. No século XVII começou a urbanizar-se este antigo subúrbio e em 1611 parte do antigo C a m p o tr a n s f o r m o u - s e n u m a alameda – Alameda dos Olivais. Era na altura um lugar de feiras diárias. Uma das feiras aí realizadas, a feira de S. Miguel, em 1876, muda-se da Cordoaria para a Praça da Boavista, hoje Praça Mouzinho de Alburquerque. No século XIX a Câmara decidiu transformar a Praça da Cordoaria num passeio público. O paisagista alemão Emile David, envolvido na concepção de outros espaços verdes da cidade, nomeadamente do Palácio de Cristal e Passeio Alegre, é o autor do projecto de ajardinamento, executado em 1865/1866. Com plantas raras em redor de um lago, várias estátuas, bancos e coreto, este jardim, característico dos 5

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em 1782 no seio de uma das mais ilustres famílias nortenhas, ainda hoje com descendência na cidade. Desde muito novo que começou a militar nas hostes liberais tendo-se tornado ainda muito jovem um verdadeiro apóstolo do liberalismo. Nunca escondeu as suas convicções, antes, manifestou sempre publicamente, mesmo na hora mais inquieta e sangrenta das lutas fraticidas. Foram essas firmes convicções que o levaram a participar na malograda revolução liberal de 16 de Maio de 1828, levantando a sua espada e a sua voz em defesa das Cortes e contra o regime absolutista que D. Miguel pretendia impor. Malograda a patriótica revolução, enquanto muitos se escondiam e outros se punham a salvo, fugindo para o estrangeiro, via Galiza, António Brito e Cunha deixouse ficar na cidade e no seu posto. Preso (...) foi metido, primeiro, nos calabouços do Castelo da Foz com o rótulo de “agitador político altamente perigoso”. Mais tarde transitou para as celas da cadeia da Relação. Foi condenado à morte na forca sob a acusação de ter

Ilustração 4 - Estátua da Flora, da autoria de Teixeira Lopes (Filho - Fonte: Turismo do Porto

jardins românticos do século XIX, foi considerado na época um jardim botânico. Passou a ser muito frequentado pela burguesia da cidade, até ao início do século XX. Em 1941 um violento ciclone devastou o jardim, que posteriormente foi replantado. Em 2001, no âmbito do Porto 2001, Capital Europeia da Cultura, este jardim sofreu nova remodelação. Este jardim é detentor, desde 2005, de árvores classificadas de Interesse Público pelo decreto-lei n.º 28468 de 15-02-1938: a alameda de plátanos e a imponente araucária bidwillii. O Jardim de João Chagas — popularmente conhecido como Jardim da Cordoaria — localiza-se no Campo dos Mártires da Pátria, cidade do Porto, em Portugal. O Campo dos Mártires da Pátria, antigo Largo do Olival, no Porto, mudou de nome em homenagem aos doze "Mártires da Liberdade" que foram enforcados por ordem dos tribunais miguelistas em 1829, e entre os quais se destaca António Bernardo de Brito e Cunha (1781-1829). António Bernardo de Brito e Cunha [...] nasceu no Porto Ilustração 5 - Fonte: Coisas do Arco da Velha Manual de História do Porto

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recebido em sua casa os chefes liberais vindos de Inglaterra para encabeçarem a revolução e ainda de ter tomado parte na eleição da Junta do Governo Provisório. Envolto na alva dos condenados, saiu da prisão e seguiu a pé e descalço, com o baraço ao pescoço, mais nove infortunados companheiros, até ao

de donativos particulares, como refere Germano Silva, "um monumento fúnebre evocativo dos trágicos acontecimentos da Praça Nova, constituído por uma coluna sobre a qual foi colocada uma figura representando a cidade. Desapareceu já esse singel o monumento que pretendia tão

Fonte: O Tripeiro

patíbulo levantado na Praça Nova. Foi executado em 7 de Maio de 1829. Alberto Pimentel no seu livro “A Praça Nova”, revela esta coisa singular e de profundo significado: “Nenhuma pessoa da família Brito e Cunha nas gerações que se têm sucedido desde 1829, atravessou jamais pelo meio da Praça Nova em homenagem de respeito pela memória do seu infeliz ascendente ali executado.” Ali foi erigido por iniciativa do povo anónimo e à custa Artur Filipe dos Santos

somente representar o triunfo da virtude sobre a tirania". O jardim foi fundado pelo Visconde de Vilar d'Allen em 1865. O projecto inicial é da autoria do paisagista alemão Émile David. O jardim encontra-se nas proximidades da Torre dos Clérigos, do Centro Português de Fotografia e do Hospital Geral de Santo António. Em 1941, um ciclone alterou muito da aparência deste jardim romântico. Na sequência das obras de remodelação urbana da Capital 7

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Europeia da Cultura Porto 2001 o jardim foi alvo de uma intervenção coordenada pelo arquitecto Camilo Cortesão. Esta obra foi muito contestada por algumas personalidades e associações do Porto pois implicou uma grande modificação do espaço em causa. Na cidade, o nome de Emile David arquitecto paisagista também ficou associou ao Horto das Virtudes pela colaboração prestada a José Marques Loureiro, ao planeamento de intervenções noutros jardins emblemáticos, como o de S. Lázaro e o do Passeio Alegre, e ao desenvolvimento de actividade comercial num estabelecimento situado na Rua de Santa Catarina. Não vedado e de planta triangular, com percursos rectilíneos, o jardim dispõe de um lago e de um coreto de ferro fundido sobre base de granito, assim como de diversas esculturas de diferentes estilos e cronologias: A Flora", da autoria do mestre António Teixeira Lopes (1866-1942), dedicada ao floricultor e horticultor Marques Loureiro (1830-1898), o busto do poeta António Nobre (1867-1900), de Tomás Costa (1861-1932), a estátua do escritor Ramalho Ortigão (1836-1915), do escultor Leopoldo de Almeida (1898-1975), e "Treze a rir uns dos outros", do artista madrileno Juan Munõz (1953-2001), e "O Rapto de Ganímedes" de António Fernandes de Sá (1874-1959). Embora conhecido por Jardim da Cordoaria, o seu verdadeiro nome é de João Chagas (1863-1925), em homenagem ao escritor, jornalista, político e crítico da monarquia. João Pinheiro Chagas (Rio de Janeiro, 1 de setembro de 1863 — Cascais, Estoril, 28 de maio de 1925), mais conhecido Manual de História do Porto

Reitoria da Universidade do Porto. Fonte: Ruas do Porto

por João Chagas, foi um jornalista, escritor, diplomata e político português, tendo sido o primeiro presidente do Ministério (atual primeiro-ministro) da I República Portuguesa. Jornalista, escritor, crítico literário, político, diplomata e conspirador, João Chagas foi, acima de tudo, um republicano liberal, ideal que abraçou até à morte e que, por diversas vezes, lhe custou a prisão e o degredo. Deixou uma das obras mais importantes, e por isso mesmo mais injustamente esquecida, do jornalismo político, de ideias e de doutrinação democrática publicadas em Portugal, sendo autor de alguns d os tex tos bas i l ares para a compreensão do processo formativo, evolução e parâmetros ideológicos do republicanismo português. Por ocasião do ultimato britânico de 1890, adere ao Partido Republicano Português, sendo no ano seguinte implicado na Revolta de 31 de Janeiro de 1891. Foi degredado para Angola, fugiu para o Brasil, e continuou a lutar pela causa republ icana. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros Interino entre 3 de setembro de 1911 e 12 de outubro 8

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década de oitenta do século XX apesar de muitas contrariedades. Sobreviveu ao a b a te d a s árvores da Cordoaria durante o Cerco do Porto (1832-1833), as quais se destinavam a produzir lenha para o Hospital Militar e para o Recolhimento dos Meninos Órfãos, tendo sido salva, muito possivelmente, pela intercessão do provedor da Misericórdia, Dr. Francisco Faustino da Costa. Aguentou duas tempestades, a primeira, a 2 de Fevereiro de 1865, que lhe roubou um tronco, e a segunda, ocorrida em 10 de Novembro de 1963, que lhe decepou o braço principal e lhe conferiu o injusto e tenebroso nome por que é conhecida. Contrariando a tradição popular, este mítico Ulmus campestris nunca foi utilizado para qualquer enforcamento. Nele não foram enforcados os implicados no Motim dos Taberneiros ou da Companhia, supliciados em forcas de madeira levantadas para a ocasião no Campo do Olival, nem os 12 liberais mortos em 1829. Essa árvore antiquíssima, plantada em 1612 e que só morreu (de pé) mais de trezentos anos depois; que resistiu a muitos temporais e saiu incólume de um incêndio; que deu sombra e pousio a várias gerações; sofreu uma calúnia grave acusaram-na de ter cedido um dos seus mais possantes ramos para nele serem enforcados ladrões, bandidos e arruaceiros. É falso. Na chamada "árvore da forca" nunca alguém foi pendurado.

João Chagas. Fonte: Marabo2012

de 1911 (interino) e duas vezes Primeiro Ministro (chefe de governo), a primeira das quais de 3 de setembro a 12 de novembro de 1911. De referir que o jaradim que agora conhecemos veio substituir a Alameda da Cordoaria, o espaço verde mais antigo da cidade, criado por D. Filipe II (1578-1621). No antigo Campo do Olival, área que hoje compreende o Campo dos Mártires da Pátria, os largos do Carmo e do Moinho de Vento, as praças de Carlos Alberto e de Guilherme Gomes Fernandes e as ruas das Virtudes e das Oliveiras, existiu um famoso olmo a que o povo chamava "Árvore da Forca". Plantado ao tempo da construção da alameda filipina seiscentista ou, eventualmente, após o Motim dos Taberneiros, resistiu até à Artur Filipe dos Santos

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O nome de S. Lázaro dado a vários sítios (alguns entretanto desaparecidos) das imediações do actual jardim, que ainda ostenta essa d e s i g n a ç ã o te v e o r i g e m n a existência, por ali perto, de um hospital onde eram tratados os leprosos que tinham aquele santo como protector. Há documentos do século XIV

Jardim de S. Lázaro O Jardim de São Lázaro é o mais antigo jardim municipal da cidade do Porto. Inaugurado em 1834, o jardim, fresco e frondoso, é de concepção romântica, podendo destacar-se as imponentes tílias, o coreto e os grupos escultóricos a que não será alheia a proximidade da Escola Superior de Belas Artes do Porto. Integrada no gradeamento que o delimita a norte, enc ontra -s e um a fonte retirada do antigo convento de São Domingos. Tí pico jardim romântico, cheio de fontes e estátuas, frondosas árvores e canteiros, além de um pequ eno c ore to. Apesar de bastante modificado desde a Fonte: www.flckr.com origem, é hoje o único jardim da cidade ainda envolvido por um gradeamento com quatro portões. Está instalada neste jardim uma fonte de mármore oriunda da sacristia do extinto Convento de São Domingos. Destaca-se o conjunto de 12 Magnolia grandiflora classificadas, em redor do lago, com grande valor ornamental. Próximo da Biblioteca Municipal do Porto e da Faculdade de Belas Artes, o Jardim Marques de Oliveira é um dos jardins públicos mais frequentados da cidade. Origem do Topónimo: Manual de História do Porto

que falam de uma gafaria "além da Porta de Cima de Vila, não longe de Mijavelhas." Ao local onde existiu esse hospital deram o nome de S. Lázaro. Nos nossos dias o topónimo está apenas no jardim e no Passeio de S. Lázaro que liga a Avenida de Rodrigues de Freitas à Rua de D. João IV. Houve uma Rua de S. Lázaro que ia desde o jardim até à Rua de Entreparedes. Desapareceu há muito. Os terrenos que desta rua se estendiam até à rua de Alexandre Herculano faziam parte, ainda no século XVII, de uma enorme propriedade a que se dera o nome 10

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Fonte: metafisicadocharco.wordpress.com

construiu a igreja paroquial. A decisão de criar este Jardim é contemporânea da constituição da Biblioteca Pública, situada mesmo ao lado. O Jardim foi concluído sete anos após a sua inauguração. Ao longo dos anos foi sofrendo diversas intervenções: em 1869, intervenção paisagística pelo alemão Emílio David; Em 1908 foi derrubada alguma vegetação incluida em 1869; e em 1911 sofre nova modificação, acreditando-se que as magnólias hoje existentes no jardim tenham sido plantadas nesse ano. Antes de ser jardim esta zona era já chamada de São Lázaro. Este topónimo – Lázaro – evoca a antiga gafaria (leprosaria) medieval aí instalada no princípio do século XVI, que veio a ser demolida no século XVIII. O local era periodicamente ocupado por uma feira, tal como sucedia à maioria dos espaços que no Porto foram ajardinados até à

de Quinta de S. Lázaro. Houve um tempo em que toda esta dilatada zona foi conhecida por o Arrabalde e o sítio exacto onde se construiu o Jardim de S. Lázaro era o lugar do Arrabalde onde predominavam os oleiros que faziam louça de barro para uso caseiro. Ainda hoje existe o Beco do Arrabalde. Mas o sitio era muito mais amplo e abrangia zonas que depois também tiveram curiosas e pitorescas denominações: Mijavelhas, já aqui citado, o actual Campo de 24 de Agosto; Malmerendas, a conhecida Rua do Dr. Alves da Veiga; Reimão, agora transformada na Avenida de Rodrigues de Freitas; Poço das Patas, topónimo ainda exis tente num a traves s a d as redondezas. Em tempos antigos passou por estes sítios uma Via Sacra que tinha origem junto da desaparecida Capela da Batalha e terminava no sopé do antigo Monte de Godim, actual alto do Bonfim, onde se Artur Filipe dos Santos

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